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Apollo nomikos, um garoto de cabelos longos azuis cor de lago e olhos vermelhos com

tons de amarelo, usa roupas volumosas para esconder uma de suas inseguranças, seu
corpo magro. É uma pessoa preguiçosa, desatenta e fechada quando está sozinho, mas
como todo outro "ser-humano " ele também tem suas máscaras quando está com o público,
afinal, o show tem que continuar. Gosta bastante de florestas, chuvas e doces, ama
histórias e como já era de se esperar é apaixonado por música, mas nem sempre foi assim.
A mãe dele (Amélia Nomikos) era uma mulher bastante religiosa, tinha lindos cabelos
azuis e olhos de um amarelo fosco que encantava a todos. Seu pai nunca foi visto…
Apollo nasceu em uma noite linda na igreja local, Amélia estava muito feliz para criar
seu filho, fruto de um amor intenso e encantador, todos achavam que ela havia engravidado
de um anjo pois nunca conheceram nem viram esse tal homem de pele alva que
desapareceu em meio ao mar. Quando seu filho nasceu depois de algumas horas por um
parto natural sua alegria foi embora e sua expressão endureceu em puro ódio e desgosto,
Apollo tinha olhos vermelhos e dentes afiados como pontas de flechas, para ela só havia
uma resposta… eu tive o filho de um demônio. Como uma mulher de deus ela não queria
carregar o peso nem os julgamentos de ter tido uma criança com um ser das trevas, então
naquela noite Amélia lançou seu filho ao mar e decidiu entregar sua vida a deus pedindo
perdão, tirou sua própria vida cortando os pulsos na praia usando um pedaço de vidro que
encontrou no meio da areia, Apollo não era filho de um demônio, mas também não morreu
afogado.
Então o pequeno garoto sobreviveu por instinto como um animal, comendo peixes e
fugindo com medo do que se aproximava, barcos, predadores, e pessoas.
Depois de alguns anos vivendo como um ser da água o garoto estava perseguindo um
cardume quando uma rede de pesca envolveu seu corpo e dezenas de peixes ao seu redor,
ele nadou para baixo mas a força que o puxava era bem maior do que a sua, mordeu e
puxou a rede com um pânico gigantesco como se sua vida dependesse disso. No meio de
tanto desespero ele acabou levando uma pancada de um peixe que também não queria de
jeito nenhum ficar ali, e então adormeceu.
Quando acordou estava deitado em um lugar macio com um pano macio cobrindo seu
corpo e outro menor e áspero enrolado em sua testa, ele não entendeu como estava
conseguindo respirar já que não estava mais embaixo d'água, então tentou levantar mas
caiu no chão duro de madeira, pois nunca havia saído da água e não sabia andar. Um
homem abriu a porta e Apollo se arrastou até o canto da parede e rosnou usando seus
dentes afiados para espantar o que podia ser uma ameaça, mas o homem não se assustou,
em vez disso foi até o garoto e desenrolou a bandagem que estava em sua testa,
- Ainda está doendo? - perguntou o homem.
o garoto não entendeu pois não sabia falar, mas soube que aquela pessoa não era uma
ameaça.
Desde então Apollo foi criado como um pirata, aprendeu a andar, falar, escrever, e tudo
mais que precisava para conseguir ser uma “pessoa”, aprendeu sobre as akumas e seus
usuários e também estava aprendendo algumas lições com o timoneiro, aprendeu a como
roubar uma carteira sem ser pego, e a como não ficar com ressaca após uma noite de
bebedeira.
Um dia andando a noite pelo navio começou a ouvir uma melodia bastante agradável, já
a ouvira antes quando acordara no meio da noite para ir ao banheiro, ou buscar alguma
coisa na cozinha, reconhecia aquele som, era o músico (sim esse é o nome dele) o mesmo
homem o cuidou do seu ferimento quando o tiraram da água, e o único usuário de uma fruta
do diabo no navio. Encantado com a beleza de suas habilidades, Apollo implorou ao homem
para lhe ensinar a tocar algum instrumento, e naquela noite foi a primeira e última vez que
viu o músico usar sua akuma. Ele possuía a fruta da música, e levou o garoto para o mundo
das canções que apenas sua fruta o permitia fazer.
O tempo passou e havia completado seus 16 anos, 8 anos atrás tinha sido “resgatado” do
mar e se tornado um pirata e um músico surpreendente. Seu primeiro instrumento foi um
Ukulele feito pelo capitão do navio, aquilo simbolizava que ele finalmente tinha se tornado
um deles. O segundo foi uma flauta que furtou em uma taberna enquanto seus
companheiros arranjavam confusão por conta da bebida, ela tinha a aparência de um
tentáculo de polvo e só funcionava embaixo d'água, o que era útil pra ele já que ele pode
viver nos dois mundos.
Todos sabiam o que Apollo era, mas ninguém tocava no assunto pois não era relevante,
já estava no passado.
Um ano depois quando tinha completado 17 anos recebeu uma roupa linda com o
símbolo dourado da tripulação estampado em seu braço esquerdo, Apollo ficou emocionado
pois mesmo sendo bem aceito por todos não se sentia um deles de verdade, e esse
presente foi uma prova de que as diferenças dele não importavam pra ninguém, ele era
importante, parte da família. Fizeram uma grande festa ancorados não muito longe do porto
de uma cidade conhecida, tinha bebida à vontade e comida para alimentar 2x o número de
pessoas que estavam ali, todos se divertiram e estavam deitados bêbados desacordados no
convés, Apollo estava observando a lua quando o cozinheiro chegou e parou ao seu lado.

- É você, o pequeno milagre encontrado embaixo d’água!! - disse o homem bêbado


- O que? como assim? - disse o garoto sendo arrancado de seu devaneio.
- Desde que você chegou é sempre tudo para você, tudo para a aberração - disse
tomando um grande gole de sua garrafa e a jogando ao mar - Eu devia ter te
vendido quando te pesquei naquele dia.
- Eu não sou uma aberração - disse com tristeza na voz - eu sou um de vocês -
mostrou com orgulho o símbolo bordado em sua roupa nova.
- Entenda garoto, você nunca vai ser um de nós, você não tem família, e é um
monstro imundo, quem ia querer ficar perto de você senão aquele músico
imprestável - falou em tom amargo - ele só deve cuidar de você porque lembra seu
filho bastardo e morto - resmungou cambaleando a caminho de seu quarto.

Ele não queria acreditar nisso, mas era verdade, ele não era igual a ninguém ali, ele
era um monstro que foi resgatado por acaso, não pertencia a aquele lugar, não era um
deles…
Naquela noite recolheu todas as suas coisas em uma mochila que roubara de um
mercador e pulou no mar em direção a cidade, quando estava quase chegando virou para
trás e viu outro barco junto ao seu, e de repente o navio de seus ex companheiros ardeu em
chamas e foi bombardeado por tiros de canhões a queima roupa, não tinha como fugir, não
tinha como sobreviver.
Assim que chegou à cidade encontrou uma ferraria e sem pensar roubou uma lixa para
acabar com sua aparência monstruosa, bebeu uma garrafa inteira de rum, e lixou as pontas
de seus dentes ainda com aquelas palavras em sua mente, “você nunca vai ser um de nós,
você não tem família, e é um monstro imundo”. Demorou uns dias para passar a
sensibilidade de seus dentes, e ele conseguir comer normalmente, mas era uma coisa a
menos para se preocupar.
Apollo então sobreviveu com as coisas que sabia, graças ao seu dom com a música ele
conseguiu achar uma taberna que o daria comida, um quarto e bebida se ele tocasse toda
noite. Assim ele cresceu em meio a músicos, menestréis, taberneiros e prostitutas,
aprendendo sobre cada instrumento que já viu, ouviu histórias incríveis que tiravam sua
cabeça do que tinha acontecido, viveu amores de Uma noite, aprendeu a reconhecer
diversos tipos de bebidas apenas pelo cheiro e sabe interpretar personagens de diversas
peças. A vida estava boa, não perfeita, mas boa.

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