Junho | 2020

THE BALEIA TIMES Número 1

Publicação semestral Newsletter

As Escolas Possuem Medidas Para Controlar O Bullying?

VIAGENS ENTREVISTA MEM Ó RIAS

Foi das poucas vezes que fiquei
atrapalhado na vida, pois não
sabia o que fazer e ninguém me
podia ajudar… Bem, estava a
entrar no avião. Ia para Bangkok,
a capital da Tailândia.
Presidente da Junta de Freguesia
de Ferrel, Pedro Barata,
hoje em dia fala-se muito em
sustentabilidade.
O que pensa da criação de uma
horta comunitária em Ferrel?
Ainda me lembro, quando tudo
era verde, existia vida em todo o
lado. Tenho pena que isso tenha
acabado. Quando eu era jovem, as
árvores e as flores eram lindas.
Lembro-me da flor que a minha
avó tinha.

A IMPORT Â NCIA DA LEITURA

Mariana Costa

Ler. Para uns ler é um castigo e para outros é apenas uma diversão,
ou uma atividade de tempos livres, mas a importância da leitura é
igual para todos. A leitura é um hábito que só traz benefícios à vida
de cada pessoa, por isso, com as tecnologias a serem usadas cada
vez mais cedo nas famílias, é preciso dar atenção às crianças, para
que elas se habituem a ter a leitura incluída no dia-a-dia.

P. 03
 TER Ç A-FEIRA, DIA 20
DE JANEIRO DE 2059
André Ferreira

Querido diário, foi há já muitos

anos que este planeta teve um ar
puro livre de poluição.Tudo
começou com a revolução
industrial em 1720. A poluição e
falta de cuidado das fábricas
contaminaram o ar. Várias
pessoas (incluindo Greta
Thunberg) tentaram sensibilizar
os outros, mas as suas ações não
tiveram impacto suficiente, pois as
pessoas continuaram a pôr os seus
interesses à frente do ambiente.
Hoje, quando saí à rua, não
consegui ver o sol, mas mesmo
assim, sendo inverno, tive de sair
de casa com t-shirt (lembro-me de
há quarenta anos, em janeiro, ter
de sair de casa com uma camisola
grossa e casaco). Agora, com o
aceleramento do aquecimento
global, a temperatura média da
Terra foi subindo para 19 graus
Celcius. Muitas espécies foram
extintas, devido ao aquecimento
global, à poluição dos oceanos e
aos grandes incêndios florestais.
Durante o verão, as notícias
apenas falam sobre secas, ou sobre

A IMPORT Â NCIA DA LEITURA

mais uma espécie em vias de
extinção. Tanta luta foi em vão. As
Mariana Costa pessoas poluíram tanto o planeta,
que os cientistas já informaram
Ler. Para uns ler é um castigo e para outros é apenas uma diversão ou que a chance de o planeta ficar
uma atividade de tempos livres, mas a importância da leitura é igual totalmente livre de poluição e de
para todos. impedir a extinção em massa de
A leitura é um hábito que só traz benefícios à vida de cada pessoa, por várias espécies é de, apenas, 4%.
isso, com as tecnologias a serem usadas cada vez mais cedo nas famílias,
é preciso dar atenção às crianças, para que elas se habituem a ter a
leitura incluída no dia-a-dia.
Os resultados disto serão vistos no futuro, com bons desempenhos
escolares e adultos mais seguros e bem preparados para tudo. A leitura é
a maneira mais eficiente, até hoje, de adquirir conhecimento. Tanto a
leitura, como a escrita são práticas socias muito importantes para o
desenvolvimento cognitivo do ser humano.
Ambas proporcionam o desenvolvimento intelectual e a aquisição de
conhecimentos, ou seja, quando lemos, ocorrem umas ligações no
cérebro que permitem desenvolver o raciocínio. Além disso,
aumentamos o nosso sentido crítico e a capacidade de interpretação.

THE BALEIA TIMES PÁGINA  2

DISCURSO DE GRETA THUNBERG
ANDRÉ, ANDREIA E MARTIM

O clima é cada vez mais um
motivo de preocupação. Esta
adolescente tem abordado cada
vez mais esse assunto, pois os
ecossistemas são destruídos
devido a interesses económicos. A
poluição do ar é também um
problema que está a ser deixado
para os jovens.
Em primeiro lugar, a destruição
de ecossistemas dará início a uma
grande extinção.
Porém, tudo isto pode mudar, se
as pessoas puserem os seus
interesses de parte e começarem
a preocupar-se mais com o
planeta e espécies que nele
habitam. Concordamos com
Greta, pois se a vida do planeta
está nas mãos da humanidade,
um dia pode já não estar.
Em seguida, Greta refere que
todos os problemas estão a ser
deixados para os jovens, quando
cabe a toda a gente esta
resolução.
Nós estamos a ficar com o
encargo de retirar toneladas de
Co2 do ar, com tecnologias que
não existem. Todos devem
trabalhar para resolver este
problema, tendo em conta o
planeta, para mais tarde os
nossos descendentes não terem
de viver com as consequências
dos atos de pessoas egoístas.

A ADOLESCENTE GRETA
RELEMBROU A
POPULAÇÃO DE QUE OS
PROBLEMAS AMBIENTAIS
DEVEM SER RESOLVIDOS O
MAIS DEPRESSA
POSSÍVEL, PARA AS GERAÇÕES
FUTURAS NÃO PRECISAREM DE
VIVER COM AS
CONSEQUÊNCIAS
DOS NOSSOS ATOS.

A FAMA
JOSÉ FERREIRA
Muita gente acha que a fama é
uma coisa boa, mas será mesmo?
A fama muitas vezes dá-nos
dinheiro e falsa felicidade, pois
essa felicidade vem de pessoas que
nunca vimos na vida. A fama traz-
nos relevância na sociedade, pois
tudo o que dissermos será
transmitido a várias pessoas, que,
podem achar correto ou não. Por
outro lado, a fama pode trazer-nos
coisas más, tais como: ameaças,
haters e falta de privacidade.
A fama, também, pode variar.
Pode ser boa, se o trabalho que
fizermos for bom e trouxer
alegria, ou má, se trouxer tristeza
e raiva motivadas pelas nossas
atitudes. De qualquer forma,
estamos sujeitos a vários tipos de
coisas, sejam elas boas ou más. Na
minha opinião, a fama pode ser
boa ou má, dependendo da forma
como a utilizamos. Se a
utilizarmos, por exemplo, para
rebaixar as pessoas é má, se a
utilizarmos, por exemplo, para
trazer esperança ou valorizar
alguém é boa.

THE BALEIA TIMES PAGE 3


AS ESCOLAS POSSUEM
MEDIDAS PARA CONTROLAR O
BULLYING?
Margarida Correia
O bullying escolar pode ocorrer em qualquer
ambiente educacional. Nas escolas, as agressões
são praticadas longe dos adultos, na entrada ou na
saída da escola, mas também pode acontecer na
sala de aula, por meio de gestos, bilhetes e etc.. Em
2017, a ONU realizou uma pesquisa onde mostra
que metade das crianças e jovens do mundo já
sofreu bullying, demonstrando que talvez as escolas
não sejam tão seguras como pensamos.
THE BALEIA TIMES
METADE DAS CRIANÇAS E
JOVENS DO MUNDO JÁ SOFREU
BULLYING
Primeiramente, não poderia deixar de mencionar os
mega agrupamentos, nalguns casos com mais de 3500
alunos,diminuindo drasticamente o número de
professores e funcionários, gerando mais confusão,
menos supervisão, mais violência e menos tempo para a
combater. Seguidamente, deveríamos citar a
raridade de escolas com um plano claro ao combate de
violência escolar, tendo regras simples para prevenir o
bullying, muitas vezes agindo e não reagindo.
Finalmente, quero referir a falta de justiça rápida nas
escolas. Estas tornam-se em tribunais com processos
lentos e pouco eficazes. Os professores também não
ajudam e muitas vezes não reconhecem a sua
autoridade. A opção de não participar estes casos
afetam a credibilidade e a capacidade de ação.
É óbvia a falta de preocupação das escolas contra o
bullying, sendo pelo excesso de alunos que limitam a
supervisão, a falta de medidas e regras que estas
possuem contra o bullying, ou a dificuldade para
resolver os casos. Os dados fornecidos pela ONU são
deveras preocupantes. Existem grandes mudanças nas
escolas a precisarem de ser feitas, o mais rapidamente
possível.
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UM OCEANO DE PEQUENOS
NADAS
Pedro Ferreira
Ultimamente têm corrido pelo mundo
notícias que provam que o ser humano está a
afetar diretamente os ecossistemas marinhos,
lançando plásticos para o mar que intoxicam
e matam todo o tipo de vida
marinha. Tampas, argolas plásticas,
cotonetes, beatas, pequenos plásticos
acumulados numa superfície com uma área
equivalente a 17 vezes a área de Portugal.
Os plásticos constituem a maior
percentagem de resíduos presentes no
ambiente em Portugal, quer como
macroplásticos (descartáveis e artes de pesca)
quer como microplásticos, em praias, rios e
ingeridos por espécies marinhas.
"É NECESSÁRIO E URGENTE TRAVAR A GLOBALIZAÇÃO DO USO
PLÁSTICO.."
THE BALEIA TIMES
Em primeiro lugar, eu não concordo que o mar seja
a “lixeira” das grandes empresas multinacionais, que
enviam para lá todo o tipo de imundices (os
excrementos dos animais, o plástico das embalagens,
os excessos dos materiais que lhes são entregues,
etc.). É que o pior nem sequer é isso, porque o
problema é que as empresas que tomam estas
atitudes têm recursos para encaminharem os seus
resíduos para aterros ou para uma ETAR.
Em segundo lugar, eu considero que a raça humana
devia reduzir e reutilizar mais o plástico, pois
estima-se que em 2025 já não existam praias sem
plástico e que em 2040 já exista mais plástico nos
Oceanos do que peixes. Os culpados disto tudo são
os humanos. Para melhorar esta situação todos
temos que mudar de atitude, começando por utilizar
menos plástico, de uma vez por todas.
Por último, são necessárias medidas de prevenção,
de sensibilização e de responsabilização em relação
às pessoas que não respeitam o ambiente. Segundo o
estudo da revista Proceedings of the National
Academy of Sciences, em 2014, 99,9% dos detritos
encontrados pelos cientistas na ilha de lixo do
Pacífico são plásticos e 46% dos objetos eram bocados
de redes de pesca.
Em suma, é necessário e urgente travar a
globalização do uso plástico.
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SE EU PUDESSE COMPRAR A
NATUREZA
DIOGO MACHADO
Ainda me lembro, quando tudo era verde. Existia vida em todo
o lado. Tenho pena que isso tenha acabado.
Quando eu era jovem, as árvores e as flores eram lindas.
Lembro-me da flor que a minha avó tinha: era rosa e amarela.
Hoje só consigo ver alguma relva e árvores praticamente sem
folhas.
Durante vários anos sonhei com a natureza e, sempre que
acordava, percebia que algo não estava bem. A culpa também é
minha. Não foram apenas as outras pessoas. Eu contribuí para
tudo isto. Arrependo-me de tudo o que poluí e de tudo o que
não reciclei.
Antigamente achava que podíamos salvar o planeta, mas,
quando me apercebi disso, já era tarde; cada vez menos havia
árvores saudáveis e hoje já nem se veem. Apenas os homens
grandes e ricos as têm, mas a vida deles é diferente.
Antes lucravam a destruir a natureza e hoje gastam a comprá-la.
É triste, mas é a nossa realidade. São poucas as pessoas que
conseguem comprar a natureza, pois para comprar uma árvore
saudável, eu precisaria de poupar todo o meu dinheiro durante
cinco anos, sem o gastar.
Antes eu era feliz e saudável, mas atualmente, por vezes, falta-
me o ar e não é só a mim, os homens ricos também sofrem com
isso.
Se eu pudesse ter percebido o mal que estava a fazer, podia ter
feito a diferença.
THE BALEIA TIMES
E A TAIL Â NDIA
AQUI T Ã O PERTO
ALEXANDRE ROSA
Foi das poucas vezes que fiquei atrapalhado
na vida, pois não sabia o que fazer e
ninguém me podia ajudar…Bem! Fui para
Bangkok, capital da Tailândia. Uma cidade
agitada e muito engraçada, pelo que ouvi
dizer. Mas não foi bem assim, como já irei
contar.Estava no quarto do hotel sem nada
para fazer, e, como o centro da cidade era
perto, decidi pôr-me a caminho. Mas o que
eu não sabia, era que estava a entrar num
labirinto. Lá fui sem um mapa da cidade.
Esperava ver lojinhas com aquelas coisas
para colar no frigorífico, mas o improvável
aconteceu…Ia andando pelo centro,
descontraído, a ver aquelas bancadas com
bichos para comer e outras coisas
estranhas. Não me apercebi da distância a
que já estava do hotel. De repente, avistei o
aeroporto e pensei: Então, onde é que
estou? Fiquei logo muito assustado, porque
não sabia o caminho de volta. Comecei a
procurar Ingleses, porque era a única língua
que falava. Não encontrava ninguém. Estava
tudo perdido e a viagem estragada.Lá ia
caminhando, caminhando e caminhando,
mas nada. Parecia o deserto do Saara. Não
havia ninguém. Só ouvia os Tailandeses a
falar. Nervoso, olhava para tudo o que era
sítio. Mas aquele nervosismo não adiantava
nada. Só piorava a situação.Então, como não
tinha telemóvel, decidi ir àqueles telefones
públicos para chamar um motorista. O
motorista apareceu e eu entrei no carro.
Não estava sozinho. Uma mulher de olhos
azuis e cabelo claro vinha, também, no
banco de trás. Foi uma flecha no meu
coração.Comecei a falar com ela. Descobri
que era uma emigrante Espanhola, falava
Inglês e tinha vindo para a Tailândia por ser
um país distante de Espanha, pois, por
motivos pessoais, a rapariga não gostava de
Espanha.Bom! Depois desse dia, nas redes
sociais combinámos jantar. O encontro
acabou no relacionamento que dura até hoje
com muito amor.A partir desse dia, as
viagens para mim tornaram- se muito
importantes.
PÁGINA 6
Será Que Se Justificam Os
Preços Elevados Que
Circulam No Futebol?
Nuno Simões
O mundo do futebol nos últimos tempos tem
gerado muita polémica devido aos elevados
valores investidos pelos clubes nacionais e
internacionais. Se esta questão não for
devidamente analisada, poderá parecer dinheiro
mal gasto e de forma inconsciente. A meu ver,
após uma análise mais fundamentada, podemos
concluir que estas quantias fazem todo o sentido.
Em primeiro lugar, não podemos esquecer-nos
que o elevado capital gasto é gerado no âmbito
do futebol e faz movimentar a economia e
corresponde a um investimento dos clubes e dos
seus adeptos, cujo retorno é significativo.
THE BALEIA TIMES
Se esta questão não for
devidamente analisada,
poderá parecer dinheiro mal
gasto e de forma inconsciente.
Para isso, contribuem, por exemplo, a compra de
bilhetes e a venda de artigos dos clubes,
nomeadamente as camisolas dos jogadores. Em
segundo lugar, a aposta é cada vez maior na
formação de jogadores cada vez mais jovens. Dá
aos clubes a garantia de valorização do seu
investimento, como é o caso do jogador João
Félix, formado nas escolas do Benfica, e vendido
para o estrangeiro por 126 milhões. Resumindo,
se é verdade que muito dinheiro é investido no
futebol, também nos devemos lembrar que esse
valor é rapidamente recuperado e a maior parte
é utilizado em escolas da formação de clubes
nacionais e internacionais, contribuindo do meu
ponto de vista, de forma decisiva para o
desenvolvimento da atividade física e de hábitos
de vida saudáveis.
PÁGINA 7

André Rieu em Lisboa
Afonso Mata
Era uma sexta à noite e um presente de Natal
tinha chegado. 27 de Março de 2019, André Rieu
tocava em Portugal. Acordei, fui para a escola, e
foi tudo normal, exceto a parte em que estava
ansioso, para ver e ouvir aquela orquestra.
Quando acabaram as aulas, a minha mãe foi-me
buscar e fomos logo para Lisboa. A viagem
nunca mais acabava, e, mal chegámos, fomos
jantar. Quando entramos no Altice Arena,
já tinha começado. Eu disse:
    - Ups, já começou!
    - Não! Isto é música gravada. – disse a minha
mãe.
    Entramos, e… já tinha começado. De seguida,
para encontrar os lugares, foi uma dor de cabeça.
Começou a magia! Era diferente do habitual.
No regresso, dormi a viagem inteira, e não me
lembro de mais nada.
THE BALEIA TIMES
Um Dos Melhores Dias Da
Minha Vida
Cíntia Santos
Lembro-me perfeitamente do dia em que a
minha vida mudou devido à internet.Eu sempre
adorei escrever e ler. Quando era pequena,
sempre lia em qualquer lugar, no café, no metro,
no restaurante, no supermercado, ou seja, em
todo o lado.Há um tempo atrás, decidi escrever
um livro. Quando o terminei, lembro-me de estar
orgulhosa do meu trabalho. Publiquei-o numa
aplicação incrível. Passado pouco tempo, já tinha
3 milhões de visualizações e o livro, nessa mesma
aplicação, estava a ser traduzido para outras
línguas. O meu livro estava a chegar a todo o
mundo!Numa tarde normal, como todas as outras,
estava no sofá da minha sala, com o portátil
quente sobre as minhas pernas a ver uma série,
quando o meu telemóvel começou a tocar. Era
um número desconhecido. Desde sempre que sou
curiosa, então acabei por atender e foi a melhor
decisão que tomei em toda a minha vida. Era um
homem que, na realidade, nunca conheci
pessoalmente. Disse-me que a empresa para
quem trabalha queria fazer um filme do meu
livro, também me disse que tinham falado com
uma editora e se estivesse interessada, os meus
livros iam começar a ser vendidos. Depois de
ouvir e processar toda esta informação, só me
apetecia gritar de alegria, mas contive-me e
combinei uma reunião para falarmos melhor,
mostrando-me interessada. E foi assim que esse
mesmo livro agora é um best-seller.
PÁGINA 8
ENTREVISTA AO PRESIDENTE DA JUNTA DE
FREGUESIA DE FERREL
Pedro Ferreira, Luana, Martim, Diogo

Questões como a proteção do ambiente, o aquecimento

global, a reciclagem, o consumo excessivo dos plásticos estão na
ordem do dia. Decidimos investigar o que é que está a ser feito a
nível local sobre alguns destes assuntos. Para isso decidimos
entrevistar o Presidente da Junta de Freguesia de Ferrel, por ser uma
freguesia abrangente e que integra uma das mais belas praias de
Portugal, o Baleal.
Pedro Henrique Lourenço Barata, nasceu no Hospital de Caldas da
Rainha, a 21 de dezembro de 1990. Natural e residente na freguesia
de Ferrel, desde muito cedo manifestou publicamente as suas
opiniões sobre política e o seu interesse pelo bem comum dos
habitantes de Ferrel. Fez o seu percurso no Ensino Básico, em Ferrel,
no 1.º ciclo, na EB 2,3 de Atouguia da Baleia no 2.º e 3.º ciclos.
Realizou o Ensino Secundário em Ourém, tendo concluído formação
profissional como Agente Técnico de Arquitetura e Engenharia.
Começou a trabalhar aos 19 anos nessa mesma área, passando por
uma pequena experiência profissional no estrangeiro, em Angola.
Em 2013 foi eleito para um mandato na Junta de Freguesia, onde
desempenhou o cargo de secretário do Presidente, Sr.  Silvino João.
Em 2014 tornou-se militante da Juventude Socialista e,
simultaneamente, do Partido Socialista. Em 2017 foi eleito Presidente
da Junta de Freguesia de Ferrel, cargo que desempenha atualmente.

Ferrel é uma área rural com muita agricultura. O uso exagerado de

herbicidas, pesticidas e fertilizantes é uma das principais causas da
poluição do solo.
Que medidas poderiam ser tomadas pela Junta de Freguesia de
Ferrel para diminuir este tipo de poluição? Estão previstas ações de
sensibilização para a população?
 
R.: Ações de sensibilização já temos feito várias, em papel (folhetos) e
em ações presenciais. Agora as medidas que possamos tomar para
diminuir o uso de pesticidas, fertilizantes ou o que quer que seja não
temos muita legitimidade, porque não é a Junta a entidade para
proibir, dizer que sim, ou que não, estão a perceber? Ou para definir
que produtos é que se podem utilizar. Isso é do âmbito do
Departamento do Ambiente da GNR, ou da Direção Geral da
Agricultura… Não é a Câmara, nem a Junta que podem proibir ou
não.

"Ações de sensibilização já temos feito

várias, em papel (folhetos) e em ações
presenciais."ooky!"
- Susan Allen, Class President
THE BALEIA TIMES PÁGINA 9
 Hoje em dia fala-se muito em sustentabilidade.
O que pensa da criação de uma horta
comunitária em Ferrel? Já está algum projeto
em curso?
 R.: Horta comunitária… Temos já um projeto de
uma Quinta Pedagógica que também tem uma
Horta Comunitária. Há um projeto definido que
ainda não avançou, porque a Junta não tinha
verbas para avançar com ele, mas há um projeto
que está enquadrado no Projeto Estratégico
Cultural. Vai ser apresentado e poderão ver que
esse projeto tem uma Quinta Pedagógica com
uma Horta Comunitária. Também, poderá ter
trabalho comunitário e uma reserva de burros.
 
O consumo de plástico é outra preocupação do
dia a dia. Que medidas propõe a Junta de
Freguesia de Ferrel para diminuir o seu
consumo, sobretudo nas festas da vila?
 R.: Nesse projeto de que vos falei também está
um ‘‘Festival Sustentável’’ e já foi proposto à
organização das festas. Agora, lá está, não somos
nós quem licencia a festa, é a Câmara Municipal, e
nós não podemos condicionar um tipo de plástico
ou outro, mas já propusemos à festa de Ferrel
utilizar copos de um plástico mais rígido que
pudesse ser reutilizado, que não fosse aquele
plástico fininho, que depois não se reutiliza e se
usa em excesso.
THE BALEIA TIMES
E que tal copos de alumínio?
 R.: Copos de alumínio ou de plástico rígido.
Algo que fosse um brinde,Um copo com uma
imagem da festa, que servisse de brinde e de
recordação para as pessoas levarem e assim
diminuía o uso excessivo. O que deveria haver
era legislação que obrigasse os festivais a
utilizar plástico reutilizável.
 
Na praia Baleal Norte apenas uma parte da
praia é vigiada. Nessa parte existem
ecopontos e dispensadores de cinzeiros.
O que é que a Junta de Freguesia de Ferrel
pode fazer para igualar os direitos dos
banhistas de todo o Baleal? O que é que
está previsto para o próximo verão?
 R.: O Baleal… Parece que estou sempre a dar a
mesma resposta, mas é mesmo assim. Quem
coloca as coisas na praia é a Câmara Municipal.
Os concessionários são responsáveis por
enquanto, porque as leis estão a mudar. Os
nadadores salvadores são da responsabilidade
dos concessionários, que são os donos dos
cafés ou dos restaurantes, de alguns. Os
dispensadores, quer dos cinzeiros, quer dos
ecopontos, toda essa logística que agora já está
desmontada, porque só é montada na época
balnear, e a época balnear termina a 15 de
setembro, são colocados pela Câmara
Municipal. O que se pode fazer para melhorar
isso é a Câmara fazer aquilo que nós já
propusemos que é aumentar a época balnear
até outubro, altura em que
acontece o Campeonato Mundial de Surf.
Neste intervalo de tempo, entre 15
de setembro e final de outubro, as praias ainda
têm muita gente e não havendo a limpeza e a
recolha dos lixos da praia, faz com que haja
mais lixo a ir para o mar.
PÁGINA 10
 Durante o ano há vários caçadores de outras
localidades que vêm caçar ao pinhal de Ferrel.
O que acha sobre as regras de caça no pinhal
de Ferrel? O espaço torna-se inseguro para o
cidadão comum?  
R.: A caça é um assunto mais delicado, porque por
um lado é visto como um desporto inseguro e do
ponto de vista ambiental também não é muito
bom, porque causa complicações ao ambiente.
Por outro lado, mexe com um assunto mais
delicado, como as tradições. Normalmente, os pais
dos caçadores já foram caçadores… É um hobbie,
um desporto, uma tradição, daí ser difícil fazer
o que quer que seja. No pinhal, para ser sincero
convosco, eu acho que não houve da parte da
Junta nenhuma proposta à Câmara nesse sentido,
acerca da caça no pinhal, mas eu acho que devia
haver zonas limitadas. São zonas de uso das
pessoas que deveriam estar delimitadas ou não
ser permitido a prática da caça.
As zonas, onde houver uso da caça, deveriam estar
bem sinalizadas para as pessoas perceberem que
ali são zonas de caça. Embora pareça que me
estou a descartar, a verdade é essa, o pinhal é uma
zona que também é da responsabilidade da
Câmara e não da Junta. Por enquanto, pois a
Junta quer que seja responsabilidade da Junta, a
Câmara é que não quis que o pinhal fosse
responsabilidade da Junta. Nós queríamos pôr
desportos radicais, queríamos ter zonas de passeio
e de desporto dentro do pinhal, atividades como
paintball, rappel e o pinhal mais bem cuidado e
delimitado para este tipo de atividades, mas a
Câmara é responsável e não quis passar essa
responsabilidade até agora.
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Há algum plano para a criação de espaços
verdes em Ferrel? Se sim qual?
 R: Um plano para a criação não. Há da nossa
parte uma vontade de que haja mais espaços
verdes. Este ano já fizemos a arborização das
ruas, não sei se tiveram oportunidade de ver em
muitos passeios largos. Não existe um plano em
si de criação de espaços verdes, porque não
existem terrenos disponíveis. Os terrenos
públicos, como o espaço da festa de Ferrel é da
Câmara, ainda não têm um projeto para poder
ter espaços verdes. Onde há zonas públicas, nós
temos tentado criar algo, que embora não possa
ser chamado de espaço verde, porque não é um
relvado, colocamos algumas árvores. Um plano
não existe, porque não há espaços públicos,
onde possam ser criados.
 
Outra forma de reduzir os resíduos é através
da reutilização e da transformação. Está
prevista alguma ação ou campanha para
sensibilizar para a compostagem? Estão
previstas outras iniciativas promovidas pela
Junta de Freguesia de Ferrel sobre a
reutilização?
 R: Já fizemos e devemos repetir. Durante este
ano fizemos uma ação sobre compostagem, (lá
fora ainda está um compostor de uma pessoa
que não o veio buscar) com mais de vinte
pessoas com uma entidade que veio cá, Valor
Sul, que é entendida nessa área. Explicou-se às
pessoas a compostagem, como é que se fazia,
qual é o objetivo e cada pessoa que assistiu à
formação levou um compostor doméstico para
poder fazer a sua compostagem em casa. Em
termos de reutilização fizemos uma ação de
sensibilização na EB1 de Ferrel, em que levamos
vários exemplos, não só de reciclagem, de
separação, mas também no âmbito da
reutilização e do tempo de decomposição de
cada material.
PÁGINA 11
 Uma garrafa de plástico, por exemplo, o que é que
nós gastamos para a fazer ? E o tempo que ela
demora para se decompor ? Também fizemos essa
sensibilização com os alunos relativamente ao
vidro e ao papel. E alertamos para o impacto que
a produção destes materiais tem na floresta. Uma
das nossas medidas é utilizar papel reciclado. A
Junta só usa esse tipo de papel, como podem ver,
e já começamos a pôr iluminação LED.

Porque se decidiu contruir as bombas de

gasolina perto do pinhal, sendo que é um
perigo para o pinhal de Ferrel e A Junta não teve um papel decisivo na sua
consequentemente para a população, uma vez autorização, mas acompanhamos o processo e
que já existem algumas habitações nas sabemos que o tratamento das águas está
proximidades? garantido e a segurança relativa ao risco de
 R: As bombas de gasolina são uma obra que, além incêndio também. Tem que haver uma zona que
de ser aprovada pela Câmara Municipal, está ainda tem pinhal e que não pode ter, pois,
obrigada a ter parecer da APA, Agência por lei, não pode haver pinhal denso num raio
Portuguesa do Ambiente, que tem que dar um
de 100 metros à volta da bomba, quer dizer que
parecer positivo para a bomba poder
algumas árvores vão ter que ser retiradas.
abrir. Há muitos desperdícios associados que se
não forem tratados podem contaminar o meio
Sr.º Presidente, obrigado por nos receber e
ambiente. […]. Portanto, há um processo de
muito agradecemos a sua entrevista.
licenciamento muito apertado para as bombas
serem aprovadas. E se a APA deu um parecer
positivo, quer dizer que essas condições para o
ambiente estão garantidas. O facto de serem
construídas no pinhal é visto pelas pessoas como
um perigo devido ao risco de incêndio, mas se
fizerem uma pesquisa rápida sobre o número de
bombas que explodiram em Portugal não houve
assim tantas.

- Susan Allen, Class President

THE BALEIA TIMES PÁGINA 12