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CONHECIMENTOS COMPLEMENTARES – TEMAS EDUCACIONAIS

Tóp. 12 Tendências Pedagógicas na Prática Escolar V


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TÓP. 12 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA PRÁTICA ESCOLAR V

Agora, vamos falar sobre a Pedagogia Liberal Tecnicista.

TENDÊNCIA LIBERAL TECNICISTA

Escola Tecnicista

Contexto/Fundamentos

1. Décadas 1950/1960/1970
A Pedagogia Liberal Tecnicista surge a partir da segunda metade de 1950. Na década de
1960, ocorre o seu auge e, em 1970, acontecem as políticas públicas.
Nesse período, houve crescimento no processo de industrialização no nosso país e em
nível mundial. Com isso, precisávamos de mão de obra eficiente para dar conta das deman-
das do mercado de trabalho.
2. Crescente processo de industrialização: necessidade de mão de obra eficiente.
Chegou até nós a Teoria do Capital Humano, que tem como base a perspectiva da eco-
nomia americana. De acordo com essa teoria, o trabalhador preparado desenvolverá a sua
atividade de maneira mais eficiente e produzirá mais. Se produz mais, ele gera riqueza e
contribui para o desenvolvimento econômico do país.
Aqui, a instituição que foi criada para que esse trabalho fosse formado e tivesse a mão de
obra especializada é a escola. Então, a escola é tida como um fator de progresso econômico.
3. Educação como fator de progresso econômico. Teoria do Capital Humano/Theodore
Schultz (tem como base a perspectiva da economia americana).

Obs.: Na realidade, quando há um trabalhador que produz cada vez mais e gera riqueza,
na realidade, ele não se apropria da riqueza, pois esta fica com o padrão, aumen-
tando a desigualdade social. Mas, essa vertente não chegou até nós. O que chegou
até nós que é a escola tem um papel decisivo para o desenvolvimento econômico e
social do país.

4. Teoria geral da Administração de F. Taylor.


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Segundo Taylor, para que um fábrica possa produz mais e com eficiência, o trabalhador
deve desenvolver uma parte do trabalho. Assim, ele ganha agilidade e consegue produz cada
vez mais. Então, uma das propostas do Taylorismo é que o trabalhador desenvolva uma parte
do trabalho e sofra um forte controle hierárquico. Temos, então, um parcelamento do trabalho.
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Taylorismo: separação hierárquica entre o trabalhador e aquele que o controla, especia-
lização do trabalho, rígido controle de tempo parcelamento do trabalho, controle do trabalho,
dicotomia/separação entre pensamento e execução.
Então, Frederick Taylor escreve para a administração de empresas; tivemos um pro-
cesso crescente de industrialização no nosso país; a nossa sociedade tornou-se cada mais
industrializada; e a intenção era transferir esse modelo fabril para a escola, para que esta
trabalhasse de maneira eficiente e formar a mão de obra para dar conta das demandas do
mercado de trabalho.
Então, o tecnicismo, quando chegou na educação, trouxe a perspectiva de um modelo
fabril em que cada um na escola deve fazer uma tarefa bem dividida. Há, portanto, uma
divisão técnica do trabalho. Ademais, aqueles que executam não fazem parte daqueles que
decidem. Há uma separação entre pensamento e execução.
Destaca-se que, aqui, o professor não ganha centralidade, pois executa o trabalho que
foi pensado por especialistas em educação.
É preciso lembrar, também, que, neste período, tivemos um regime militar. Então, não era
interessante que os professores não pensassem o ensino, pois poderiam subverter os alunos
e causar balburdia. Então, os professores perderam a autonomia do seu trabalho e tivemos
a figura do inspetor de ensino.
5. Behaviorismo (Skinner): objetividade, controle do ensino, válidos os conhecimentos
que podem ser testados.
No Behaviorismo, que é uma teoria da psicologia, nós podemos controlar e condicionar o
comportamento do aluno. O professor, então, deve controlar as situações em aula e contro-
lar os estilos que o aluno terá para ter uma reposta desejava. Para isso, o professor fará uso
de reforçadores (reforços positivos e reforços negativos). Os reforços positivos serão usados
para aumentar a probabilidade de uma resposta do estudante.
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Já os reforços negativos também querem o aumento da probabilidade de uma resposta,
mas, aqui, o professor retira algo que esteja sendo aversivo ao estudante. Ex.: retirada de
slides que não geram interesse nos alunos.
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Dessa maneira, o professor pode controlar o comportamento do aluno (fazendo uso de


reforçadores). Assim, dentro do Behaviorismo, o professor tem o papel controlador do com-
portamento do aluno.
Cabe destacar que o Behaviorismo não está preocupado com o que se passa dentro da
mente do indivíduo. Skinner sabe que existem processos mentais externos, mas está preo-
cupado com o comportamento objetivamente observado. Isso quer dizer que, de acordo com
a tendência tecnicista que se baseia no Behaviorismo, não há espaço para a subjetividade.
O importante é o comportamento que o aluno demonstra.
Além disso, defende-se o controle do ensino e são válidos os conhecimentos que podem
ser testados.
Ressalta-se que, na Escola Renovada, a subjetividade tem relevo, sobretudo na Não
Diretiva. Lá, o importante são as relações interpessoais entre professor e aluno.
Em relação à pedagogia tecnicista, no que diz respeito ao ponto de vista dos aspectos
sociológicos, a teoria do capital humano exerce uma grande influência. A pedagogia tecni-
cista tem a preocupação em preparar a mão de obra para atender às demandas do mercado
de trabalho.
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Vale lembrar que a tendência tecnicista está inserida em uma pedagogia liberal, que pre-
tende o ajuste do indivíduo à sociedade, para que esta permaneça como está.

Características Gerais

1. Transpor para a escola a forma de funcionamento do sistema fabril.


Neste caso, cada um faz uma parte específica do trabalho. Com a nossa industrializa-
ção em crescimento, tentou-se transpor a forma de organização de uma fábrica/indústria
para a escola.
Neste caso, o trabalhador realiza uma parte do trabalho. Portanto, há uma fragmentação
do trabalho e um forte controle sobre o trabalho do operário.
2. Parcelamento do trabalho pedagógico, especialização de funções.
Cada um realiza uma tarefa bem específica e há a especialização de funções.
3. Fragmentação curricular.
O trabalho deve ser focado em cada área, devido à separação técnica do trabalho.
4. Burocratização da escola.
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Assim como uma empresa é burocrática, a escola também o é. Há uma preocupação


com o preenchimento de formulários e com a parte burocrática d escola.
A parte pedagógica (fazer o aluno raciocinar) perde a importância face à dimensão admi-
nistrativa da escola. Dentro dessa perspectiva, não há preocupação em fazer o aluno racio-
cinar de maneira crítica.
5. Escola: fábrica que produz estudantes (mão de obra) em série.
A escola é tida como um fator de progresso econômico na nossa sociedade, pois forma a
mão de obra que trabalha de maneira eficiente, produz cada vez mais e produz riqueza para
o dono do capital.
6. Aprender a fazer.
Preocupação em aprender técnicas para o aluno estar preparado para atender às deman-
das do mercado de trabalho. Aqui, não é o “aprender fazendo” da Renovada Progressivista.
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7. Privilegia as funções de: planejar, organizar, dirigir, controlar. “Siga manuais, aposti-
las!”. Foco no planejamento.
O trabalho pedagógico deve ser planejado com riqueza de detalhes para que o compor-
tamento do aluno também seja controlado.
Há uma preocupação de o professor seguir os manuais escritos (instrucionais) pelos
especialistas em educação.

O PULO DO GATO
É muito comum que questões de provas que falam sobre a tendência tradicional tragam
características da tecnicista e vice-versa.

8. Professor e aluno: secundários, tarefeiros, coadjuvantes.


Uma importante difereça entre a tradicional e a tecnicista é que, naquela, o professor não
é a autoridade máxima, mas sim um tarefeiro.
Na Escola Tradicional, o professor é a autporiade máxima. Aqui na Tecnicista, o professor
e o aluno perdem a centralidade. Na realidade, ganham centralidade os meios, os recursos
e as técnicas de ensino.
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9. Operacionalização dos objetivos de ensino para garantir a eficiência do ensino.
Para que o professor possa controlar as atividades e o comportamento dos alunos, há a
operacionalização dos objetivos de ensino para garantir a eficiência.
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10. Instrução programada.


Trata-se de uma proposta muito utilizada na pedagogia tecnicista. Na instrução progra-
mada, o professor trabalha pequenas partes do conteúdo e, em seguida, leva exercícios para
testar se o aluno, de fato, aprendeu com essas pequenas partes. Aqui, o erro é visto de forma
negativa e é visto como uma não aprendizagem.
Na instrução programas, temos atividades em que há o parcelamento do conteúdo. O
aluno resolve a atividade, verifica se a resposta está correta e passa para a próxima atividade
ou a corrige.
Exemplo: em determinada questão, há algo escrito e o aluno deve completar uma caluna.
Abaixo dessa questão, há algo um quadro contendo a palavra que completa. Imagine que
a palavra seja “planejamento”. O aluno vai tampar a resposta com a mão ou com um papel
e vai completar a lacuna. Assim que ele responder, ele vai descobrir e resposta. Se ele tiver
acertado, ele passa para a questão seguinte. Se ele estiver errado, ele vai apagar a resposta
errada e vai colocar a correta.
Então, na instrução programada, dentro da perspectiva tecnicista, o erro deve ser imedia-
tamente corrigido. É como se o professor tivesse ao lado dele o controlando. Assim, há um
controle das respostas dos estudantes.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Fabiana Lagar.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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