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APOSTILA DE

COMANDOS ELÉTRICOS

São João da Barra-RJ


Sumário

1.1.1. Dispositivos Elétricos de Proteção e Comando..........3


1.1.1.1. Disjuntores Termomagnéticos - DTM........................3
1.1.1.2. Disjuntor Motor............................................................9
1.1.1.3. Interruptor Diferencial Residual - IDR......................11
1.1.1.4. Fusíveis......................................................................15
1.1.1.5. Relés...........................................................................26
1.1.1.6. Contatores..................................................................47
1.1.1.7. Botoeiras e Chaves de Comando.............................55
1.1.2. Características das redes e ramais trifásicos...........59

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1.1.1. Dispositivos Elétricos de Proteção e Comando

Diversos são os dispositivos elétricos de proteção, comando e força


utilizados nas instalações elétricas prediais e industriais. Dentre os dispositivos
de proteção utilizados em instalações elétricas prediais tem-se os disjuntores
termomagnéticos - DTM, os diferenciais residuais – DR, fusíveis diazed,
protetores de surto. Já nas instalações elétricas industriais além de utilizar os
dispositivos de proteção que encontramos nas instalações elétricas prediais, é
comum utilizar disjuntor motor, relés de proteção, fusíveis NH, e diversos
outros dispositivos elétricos desenvolvidos para proteção de motores e
equipamentos elétricos de alto custo.
Já os dispositivos de comando e força nas instalações elétricas prediais,
é comuns trabalhar com interruptores com comando simples, paralelo e
intermediário, e tomadas do tipo monofásica. Já no setor industrial, além destes
tipos de instalações, trabalha-se com comandos de quadros elétricos para
partidas de motores, utilizando contator, relés de comando, CLP, botoeiras,
chaves seletoras, dispositivos de comandos eletrônicos tipos inversores de
frequência e soft-start, e diversos outros dispositivos elétricos e eletrônicos com
tais funções.

1.1.1.1. Disjuntores Termomagnéticos - DTM

Em instalações de baixa tensão, entende-se por disjuntor de BT, ao


dispositivo capaz de interromper um circuito (fase), ao comando do operador
ou automaticamente, quando percorrido por níveis de corrente superiores à sua
corrente nominal, sem que dessa interrupção lhe advenha dano.

Os disjuntores de baixa tensão contem 2 sistemas de proteção:

O primeiro, que opera para correntes de sobrecarga, é fundamentado na


ação mecânica de lâminas bimetálicas, que dispostas em série com o
circuito, se curvam quando a corrente que as atravessa supera a
corrente nominal, fazendo com que o disjuntor desarme;
O segundo opera apenas quando elevadas correntes de curto-circuito
atravessam o dispositivo produzindo atração magnética, resultante do

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campo produzido por essa corrente passante, sobre placas
ferromagnéticas dispostas em posições adequadas, fazendo com que o
disjuntor desarme.

Assim, o dispositivo de ação térmica destina-se a interromper


sobrecargas relativamente de pequena intensidade e longa duração, pois
devido a inércia térmica das lâminas bimetálicas é dispendido um certo tempo
para aquecer e atuar, enquanto que o dispositivo magnético atua tão logo
circule intensidade de corrente suficiente para atrair as placas ferromagnéticas.
Note que o rearme do disjuntor depois da operação da proteção térmica só
pode ser realizado depois do esfriamento das lâminas bimetálicas, que
impedem o engate enquanto estiverem deformadas pela ação do aquecimento
que motivou o desligamento.
Quando ocorre um aumento de intensidade da corrente, o elemento
bimetálico (1) se desloca, provocando o desarmamento da peça (2), a qual
recebe a ação de uma mola. Este tipo de disjuntor é ideal para proteção contra
sobrecarga, conforme o modelo da figura abaixo.

Ligado Desligado
Disjuntor apenas com proteção térmica

Quando uma corrente de determinada intensidade percorre a bobina (1),


a haste (2) é atraída; a peça (3) destrava a alavanca (4), que, pela ação de
uma mola, desliga o contato (5). Este tipo de disjuntor é ideal para proteção
contra curto-circuito, ver figura abaixo.

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Ligado Desligado
Disjuntor apenas com proteção térmica

Disjuntor com proteção térmica e eletromagnética


Abaixo uma fotografia do detalhe interno de um minidisjuntor
termomagnético europeu de corrente nominal de 10 ampères e montagem
em trilho DIN.

1. Atuador;
2. Mecanismo atuador ;
3. Contatos;.
4. Terminais;
5. Trip bimetálico;
6. Parafuso calibrador;
7. Extintor de arco;

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Característica tempo-corrente típica de disjuntor termomagnético

A curva tempo-corrente de um disjuntor de baixa tensão apresenta após


o trecho de característica inversa (quanto maior a corrente menor o tempo de
atuação) uma forte inflexão para baixo indicando a operação do sistema de
proteção magnético, conforme mostra a figura acima
Para aumentar a capacidade disruptiva do disjuntor há, em seu interior,
uma câmara de extinção de arco que se presta a confinar, dividir e extinguir o
arco elétrico formado entre os contatos do disjuntor imediatamente à abertura
mecânica dos contatos.

Características nominais:

Tensões nominais – Os disjuntores são caracterizados pela tensão


nominal de operação, ou tensão nominal de serviço (Ue) e pela tensão
nominal de isolamento (Ui);
Correntes nominais – A corrente nominal (In) de um disjuntor é a
corrente ininterrupta nominal (Iu) e tem o mesmo valor da corrente
térmica convencional ao ar livre;
A norma IEC 60898 considera 30ºC como temperatura ambiente de
referencia indica os seguintes valores preferenciais de In: 6, 10, 13, 16,
20, 25, 32, 40, 50, 63, 80, 100 e 125A;
Corrente convencional de atuação – É o valor especificado de
corrente que provoca a atuação do dispositivo dentro do tempo
convencional. O tempo convencional é 1 hora ≤ 63A 2 horas > 63A.

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Tempos de atuação de disjuntores

Na prática a corrente I2 é considerada igual à corrente convencional de


atuação dos disjuntores.

 Corrente convencional de não atuação – 1,13;


 Corrente convencional de atuação – 1,45.

A característica de disparo instantâneo é definida pela norma IEC 60898.


Desta forma a IEC 60898 define para o disparo instantâneo, em geral
magnético, as faixas e atuação B, C e D ilustradas na figura abaixo.

Características tempo-corrente de minidisjuntores

Curva B: tem como característica principal o disparo instantâneo para


corrente entre 3 a 5 vezes a corrente nominal. Sendo assim, são aplicados
principalmente na proteção de circuitos com características resistivas ou

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grandes distancias de cabos envolvidas. Exemplos: lâmpadas incandescentes,
chuveiros, aquecedores elétricos, etc.
Curva C: tem como característica o disparo instantâneo para correntes
entre 5 a 10 vezes a corrente nominal. Sendo assim, são aplicados para
proteção de circuitos com cargas indutivas. Exemplos: lâmpadas fluorescentes,
geladeiras, máquinas de lavar, etc.
Curva D: disparo instantâneo para correntes entre 10 a 20 vezes a
corrente nominal.
Os disjuntores podem ser do tipo, monopolar, bipolar e tripolar, ou seja,
o monopolar pode interromper uma fase, o bipolar duas fases e o tripolar três
fases, desta forma em circuitos monofásicos deve-se utilizar disjuntores
monofásicos, em circuitos bifásicos deve-se utilizar disjuntores bifásicos e em
circuitos trifásicos dever-se utilizar disjuntores trifásicos. Não é correto utilizar
dois disjuntores monofásicos em um circuito bifásico, pois caso uma fase entre
em curto os disjuntores não irão desarmar ao mesmo tempo, o que pode
ocasionar problemas de queima dos equipamentos ou da fiação elétrica que se
deseja proteger.

Minidisjuntores termomagnéticos para baixa tensão

Os minidisjuntores são encontrados com correntes variando de 0,5 até


125A, conforme norma IEC 60898, protegendo circuitos terminais em baixa
tensão até 400VCA.
Também existem os disjuntores denominados tipo caixa moldada, que
são encontrados para valores de correntes que vão de 40 até 3200A, e os
disjuntores de potência que atuam com valores de corrente entre 630 e 6300A.
Os disjuntores do tipo caixa moldada e de potência são utilizados normalmente
em quadros de alimentação geral de baixa tensão – QGBT, e em proteção de
máquinas elétricas de grande porte que exigem um consumo elevado de

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corrente. Já os minidisjuntores são utilizados normalmente que instalações
elétricas residenciais e prediais.

Disjuntores termomagnéticos tipo caixa moldada para baixa tensão

1.1.1.2. Disjuntor Motor

O disjuntor-motor é um dispositivo composto de disparadores térmicos e


magnéticos que atua na partida do motor elétrico, assegurando o comando e a
proteção do motor e da partida em si contra: queima causada por variação de
tensão e corrente na rede, elevação de temperatura do motor e condutores, e
contra sobrecargas, bastante utilizado nas instalações elétricas industriais.
Para essa proteção o disjuntor-motor deve exercer 4 funções básicas:

Seccionamento: Sua função é isolar da rede os condutores ativos


quando o motor está desligado e protege quando há queima de fases do
motor;
Proteção contra curto-circuitos: Essa função detém e interrompe o
mais rápido possível as correntes elevadas de curto-circuitos para
impedir a deterioração da instalação;
Proteção contra Sobrecargas: Tem como função deter correntes de
sobrecarga e interromper a partida, antes que a temperatura do motor e
dos condutores fique muito elevada e deteriore os isolantes;
Comutação: Sua função é ligar e desligar o motor, podendo ser manual,
automático ou à distância. Possuem versões com acionamento através
de botões ou por acionamento rotativo e indicação de disparo (Trip),
permitindo ao operador a visualização do estado do disjuntor.

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A vantagem de utilizar o disjuntor-motor além do tradicional associação
seccionador + fusível + contator + rele térmico é a redução de custos com um
aparelho simples e de dimensões reduzidas, que realiza com maior precisão as
funções exigidas de proteção.
O Disjuntor pode ou não ser associado ao contator. Quando está
associado é possível realizar ligação à distância, quando do contrário deve ser
acionado manualmente. Na associação disjuntor/contator, ambos exercem a
função de proteção.
Tais disjuntores podem ser bloqueados com cadeado ou similar na
posição "desligado", garantindo assim a segurança em manutenções.

Disjuntores-motor para baixa tensão

Disparador Magnético: Através do disparador magnético, oferece


proteção contra curto-circuito da instalação e do motor, com disparo fixo
em 12 ou 13 vezes a máxima corrente da faixa de ajuste do disjuntor-
motor.
Disparador Térmico: O disparador térmico é ajustável e responsável
pela proteção contra sobrecarga e sensibilidade contra a falta de fase da
instalação e do motor conforme IEC60947-4-1, classe de disparo 10.
Especificação: Para a especificação correta dos disjuntores-motores é
importante certificar-se das correntes de serviço e nominal do motor a
ser protegido. O ajuste de corrente no disjuntor-motor deve estar de

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acordo com a corrente de serviço a fim de obterem-se todas as
proteções do mesmo.
Fixação: Podem ser instalado através de fixação rápida em trilho DIN
35mm ou com fixação por parafuso através de adaptador (vide
acessórios).
Acessórios: Os conectores trifásicos permitem o acoplamento direto
dos disjuntores-motores aos contatores e minicontatores. As caixas de
sobrepor permitem aos disjuntores-motores serem instalados em
ambientes externos, outros acessórios permitem a instalação do
disjuntor-motor na porta ou na lateral de painéis. Bobina de
desligamento por subtensão, bobina de desligamento à distância e bloco
de sinalização de disparo são também acessórios disponíveis.

1.1.1.3. Interruptor Diferencial Residual - IDR

Estes interruptores são conhecidos como Dispositivo de Proteção à


Corrente Diferencial Residual (DR), os quais são instalados nos quadros de
distribuição de luz e força - QDFL, atuando sempre que houver uma fuga de
corrente maior que a estabelecida. O Interruptor Diferencial tem como função
principal proteger as pessoas ou o patrimônio contra faltas à terra:

Evitando choques elétricos (proteção às pessoas)


Evitando Incêndios (proteção ao patrimônio)

O DR não substitui um disjuntor, pois ele não protege contra


sobrecargas e curtos-circuitos. Para estas proteções, devem-se utilizar os
disjuntores em associação.

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Interruptor diferencial residual, bipolar e tetrapolar

A sensibilidade do DR varia de 30 a 500 mA e deve ser dimensionada


com cuidado, pois existem perdas para terra inerentes à própria qualidade da
instalação.
Proteção contra contato direto é de 30 mA, onde o contato direto com
partes energizadas pode ocasionar fuga de corrente elétrica, através do corpo
humano, para terra. Proteção contra contato indireto: 100 mA a 300 mA
No caso de uma falta interna em algum equipamento ou falha na
isolação, peças de metal podem tornar-se "vivas" (energizadas).
Proteção contra incêndio é de 500 mA, onde as correntes para terra com
este valor podem gerar arcos/faíscas e provocar incêndios.
O DR funciona com um sensor que mede as correntes que entram e
saem no circuito. As duas são de mesmo valor, porém de direções contrárias
em relação à carga.
Se chamarmos a corrente que entra na carga de +I e a que sai de -I,
logo a soma das correntes é igual a zero. A soma só não será igual a zero se
houver corrente fluindo para a terra, como no caso de um choque elétrico.
As figuras abaixo, mostram o circuito interno de um dispositivo DR. O
botão "teste" verifica seu funcionamento correto, estando com o circuito
fechado e energizado, o dispositivo atuará, desligando o circuito. Sem estar
energizado, o botão teste não funciona.

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Corrente de fuga Corrente normal

Interruptor diferencial residual, funcionamento interno.

O DR deve estar instalado em série com os disjuntores de um quadro de


distribuição. Em geral, ele é colocado depois do disjuntor principal e antes dos
disjuntores de distribuição. Para facilitar a detecção do defeito, aconselha-se
proteger cada aparelho com dispositivo diferencial. Caso isto não seja viável,
deve-se separar por grupos que possuam características semelhantes.
É importante frisar que é obrigatório o uso do disjuntor na retaguarda do
DR, pois o dispositivo não atua como um substituto. No entanto, devido à
desinformação, profissionais despreparados fazem confusão, e ao instalar o
DR retiram o disjuntor das instalações, colocando em risco os circuitos
elétricos.

Esquema de ligação de disjuntor termomagnético e diferencial residual

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O DR só faz proteção contra corrente de fuga, portanto, não atua em
situação de sobrecarga e curto-circuito. Por isso é preciso ter um disjuntor de
retaguarda. Para a correta instalação do DR é obrigatória também a presença
do condutor de proteção no circuito.
Segundo a ABNT NBR 5410 (2004), os DR's deverão possuir
sensibilidade para atuação para correntes de fuga menor ou igual a 30 mA para
instalações elétricas residenciais.
Para a utilização de um DR, deverão ser envolvidos todos os condutores
fases de um circuito, bem como o condutor neutro. O condutor de proteção
deverá ser externo ao circuito que é monitorado por este dispositivo.
É obrigatório o uso de DR’s (NBR 5410/2004) em locais com acúmulos
de água, como por exemplo, tomadas que alimentas ou que estão próximas de
chuveiros, cozinhas, lavanderias, banheiras, saunas, piscinas, dentre outras
locais com acúmulo de água. Também é obrigatório o uso de DR’s em circuitos
de tomadas localizadas na área externa das residências, como garagens,
jardins, dentre outros.
Os dispositivos diferencias residuais, não funcionam em instalações
elétricos com configuração TN-C, terra e neutro comum, pois o terra e o neutro
do circuito devem ser separados para que o dispositivo consiga detectar as
correntes de fuga.
Existem também os dispositivos disjuntores diferencias residuais – DDR
que tem função de disjuntores termomagnéticos e diferenciais residuais, ver
figura abaixo, para esse tipo de dispositivos não se faz necessária a instalação
de disjuntores termomagnéticos pois ele já possui essa função.

Disjuntor diferencial residual - DDR


1.1.1.4. Fusíveis

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Os fusíveis são dispositivos de proteção simples e econômicos e, por
isso, amplamente utilizados, encontrando-se presentes em instalações
residenciais, em automóveis, em equipamentos eletrônicos, máquinas, entre
outros. Os fusíveis se destinam à proteção contra correntes de curto-circuito ou
contra sobrecargas.
Entende-se por correntes de curto-circuito, situações anormais de
corrente, devidas ao fato de a impedância em determinado ramo do circuito
assumir um valor praticamente nulo, causando, assim, um repentino e
significativo acréscimo da corrente. Isso pode ser provocado, por exemplo, por
erro na montagem do sistema ou por contato direto acidental entre os
condutores de uma rede, que pode ocorrer entre fases ou entre fase e neutro,
ou ainda por um defeito qualquer no interior de alguma máquina ou
equipamento.
Sua atuação ocorre devido à fusão de um elemento elo fusível por efeito
Joule, em consequência da brusca elevação de corrente no circuito. O material
utilizado na confecção do elo fusível tem propriedades físicas tais que o seu
ponto de fusão seja inferior ao da liga de cobre com alumínio, que é o material
mais utilizado na confecção de condutores de aplicação geral. Sem uma
proteção adequada, a corrente atingiria valores muito elevados, limitados
apenas pela resistência ôhmica dos condutores ou capacidade da fonte
geradora e consequentemente danos graves ocorrerão, existindo inclusive o
risco de incêndio.
De modo geral, as seguranças fusíveis são classificadas segundo as
características de desligamento em efeito rápido, normal ou retardado,
segundo a tensão de alimentação e também segundo a corrente nominal. Para
aplicações em instalações elétricas residenciais existem os fusíveis de rolha
(obsoletos) e também os de cartucho. Já para aplicações industriais os mais
comuns são o NH e o DIAZED, dentre outros. Os fusíveis de efeito rápido são
empregados em circuitos em que não há variação considerável entre a corrente
de partida (primeiros instantes em que o circuito é energizado) e a corrente de
regime (funcionamento normal após a etapa de partida).
Esses fusíveis são ideais para a proteção de circuitos com
semicondutores (diodos e tiristores). Por sua vez, os fusíveis de efeito
retardado são apropriados para uso em circuitos cuja corrente de partida atinge

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valores muitas vezes superiores ao valor da corrente nominal e em circuitos
que estejam sujeitos a sobrecargas de curta duração.
Conforme nas normas DIN 57636 e VDE 0636, os fusíveis são
componentes cuja função principal é a proteção dos equipamentos e fiação e
barramentos contra curto-circuitos, atuando também como limitadores das
correntes de curto-circuito.
Segundo a IEC duas letras são utilizadas para representar as classes
funcionais dos fusíveis, sendo que a primeira letra denomina a “faixa de
interrupção”, ou seja, que tipo de sobrecorrente o fusível irá atuar, que são
elas:

g → Atuação para sobrecarga e curto, fusíveis de capacidade de


interrupção em toda faixa;
a → Atuação apenas para curto-circuito, fusíveis de capacidade de
interrupção em faixa parcial.

A segunda letra, denomina a “categoria de utilização”, ou seja, que tipo


de equipamento o fusível irá proteger, que são elas:

L/G → Cabos e linhas / proteção de uso geral;


M → Equipamentos de manobra;
R → Semicondutores;
B → Instalações de minas;
Tr → Transformadores.

Os principais fusíveis utilizados no mercado são:

gL/gG → Fusível para proteção de cabos de uso geral (atuação para


sobrecarga e curto-circuito);
aM → Fusível para proteção de motores;
aR → Fusível para proteção de semicondutores.
Classificação dos fusíveis quanto a velocidade de atuação:

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Ultra - rápidos → utilizado para proteção de circuitos eletrônicos,
principalmente para proteção de componentes semicondutores onde
pequenas variações de corrente em curtíssimo espaço de tempo fazem
o fusível atuar;
Rápidos → Também utilizados para proteção de circuitos com
semicondutores e sua atuação é rápida suficiente para limitar o aumento
da corrente num curto intervalo de tempo;
Norma → A atuação do fusível é mediana, tem como objetivo de
proteção do circuito eletroeletrônico e circuito elétrico, utilizado de forma
mais geral onde a proteção do circuito não necessite um tempo muito
curto de atuação. Utilizados normalmente em circuitos com baixa
indutância.
Retardados → São fusíveis de atuação lenta, utilizados para proteção
de circuitos elétricos, e tem como principal objetivo a proteção de
circuitos com cargas indutivas “ex. motores”. Esta característica permite
que o fusível não atue no pico da corrente provocada pela partida do
motor.

Abaixo podemos ver alguns tipos de fusíveis que são bastante utilizados.

Exemplos de fusíveis utilizados em diferentes áreas de atuação.


Principais tipos de fusíveis utilizados nas instalações elétricas prediais e
industriais:

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Fusível NH
Os fusíveis NH tipo faca cega são aplicados na proteção de
subcorrentes de curto-circuito e sobrecarga em instalações elétricas industriais
e são projetados para atender as Normas IEC60269-2-1 e DIN-43620 (NBR
11.841). Possui categoria de utilização gL / gG, em cinco tamanhos (NH000,
NH00, NH1, NH2 e NH3) atendem as correntes nominais de 6 a 1250A.
Limitadores de corrente, possuem elevada capacidade de interrupção
de 120kA em até 500VCA ou 100kA em até 250VCC. Corpo isolante em
cerâmica técnica; terminais em liga de cobre com tratamento de superfície que
garante baixas resistências de contato; elemento fusível interno construído em
prata pura (99,99%), dielétrico interno areia de sílica de alto grau de pureza,
compactado sob vibração.
A montagem é feita de tal forma que o compartimento onde ocorre a
fusão do elemento fusível fica totalmente preenchido pela areia de sílica. Pino
percursor para sinalização visual ou para acionar “microswitch” quando da
atuação do fusível.

Exemplo de fusível NH de 400A

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A base é fabricada de material isolante como a esteatita, ou plástico
termofixo. Nela são fixados os contatos em forma de garras às quais estão
acopladas molas que aumentam a pressão de contato.

Exemplo de base e punho para fusível NH

Fusíveis tipo NH retardados – gL/gG

Pode-se encontrar no mercado fusíveis do tipo NH com as


características de condução de corrente igual – 6, 10, 16, 20, 25, 35, 50, 63,
80, 100, 125, 160, 200, 224, 250, 315, 355, 400, 500, 630, 800, 1000, 1250A.

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Fusível Diazed

Os fusíveis DIAZED são utilizados na proteção de curto-circuito em


instalações elétricas residenciais, comerciais e industriais, atendendo a norma
Normas: NBR IEC 60269, NBR 11844 e VDE 0636 e que quando normalmente
instalados, permitem o seu manuseio sem riscos de toque acidental. Possuem
categoria de utilização gL / gG (para aplicação geral e com capacidade de
interrupção em toda zona tempo-corrente), em três tamanhos (DI, DII e DIII)
atendem as correntes nominais de 2 a 100A.
Limitadores de correntes possuem elevadas capacidades de
interrupção:
 2 a 20A - 100kA (até 220VCC)
 25 a 63A - 70kA (até 500VCA)
 80 e 100A - 50kA (até 500VCA)

Elementos necessários para instalação de um fusível diazed.


A base e a tampa são feitas de porcelana, dentro de ambas as quais
estão um elemento com rosca helicoidal feito de latão. O elemento com rosca
helicoidal possui continuidade elétrica direta com um dos bornes de ligação
presente na base, enquanto que, por sua vez, o segundo borne de ligação da
base possui continuidade com a rosca de fixação do parafuso de ajuste. Uma
base pode ser fixada nos painéis por meio de parafusos ou, como opcional, a
fixação pode ser feita por engate rápido sobre trilho DIN.
Através de parafusos de ajuste, impedem a troca do fusível para valores
de corrente nominais superiores, preservando as especificações do projeto. Os
parafusos de ajuste possuem diferentes diâmetros do vão interno e diferentes
cores na pintura da borda superior, de acordo com e de modo a identificar a
corrente nominal ao qual ele se associa.

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A tampa possui uma janela permite inspeção visual do indicador do
fusível. A tampa permite também a substituição do fusível mesmo com o
circuito energizado. O anel de proteção é feito de porcelana com rosca interna,
tem como função proteger a rosca metálica da base aberta, pois evita a
possibilidade de contatos acidentais no momento da troca do fusível.
O fusível é uma peça em porcelana, em cujas extremidades metálicas é
fixado, internamente, um fio de cobre puro ou de cobre recoberto por uma
camada de zinco, denominado elo fusível. Ele fica imerso em areia sílica cuja
função é extinguir o arco voltaico e evitar o perigo de explosão no momento da
queima do fusível.

Funcionamento interno do fusível diazed

O fusível possui um indicador, o qual se desprende em caso de queima,


mas que em funcionamento normal fica fixo e visível através da janela da
tampa e cuja corrente nominal é identificada por meio de cores. Veja na tabela
a seguir, algumas cores e suas correntes nominais correspondentes.

Tabela de condução de corrente fusível diazed

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Estas mesmas cores são utilizadas para colorir as bordas superiores dos
parafusos de ajuste. O elo indicador de queima é constituído de um fio muito
fino ligado em paralelo ao elo fusível. Em caso de queima do elo fusível, o
indicador de queima também se funde e provoca o desprendimento do
indicador.

As principais características dos fusíveis DIAZED e NH são:

Corrente nominal: corrente máxima que o fusível suporta


continuamente sem interromper o funcionamento do circuito. Esse valor
é marcado no corpo de porcelana do fusível;
Corrente de curto – circuito: corrente máxima que deve circular no
circuito e que deve ser interrompida instantaneamente;
Capacidade de ruptura (kA): valor de corrente que o fusível é capaz de
interromper com segurança. Não depende da tensão nominal da
instalação;
Tensão nominal: tensão para a qual o fusível foi construído. Os fusíveis
normais para baixa tensão são indicados para tensões de serviço de até
500 V em CA e 600 V em CC;
Resistência elétrica (ou resistência ôhmica): grandeza elétrica que
depende do material e da pressão exercida. A resistência de contato
entre a base e o fusível é a responsável por eventuais aquecimentos que
podem provocar a queima do fusível;
Curva de relação Tempo de Fusão X Corrente: curvas que indicam o
tempo que o fusível leva para desligar o circuito. Elas são variáveis de
acordo com o tempo, com a corrente, e com o tipo de fusível. Dentro
dessas curvas, quanto maior for a corrente circulante, menor será o
tempo em que o fusível terá que desligar. Veja curva típica a seguir.

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Curva de relação de tempo de fusão x corrente

Fusíveis tipo Diazed retardados – gL/gG

Pode-se encontrar no mercado fusíveis do tipo Diazed com as


características de condução de corrente igual – 2, 4, 6, 10, 16, 20, 25, 35, 50 e
63A.

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Fusível Neozed

Os fusíveis NEOZED possuem


tamanho reduzido e são aplicados na
proteção de curto-circuito em instalações
típicas residenciais, comerciais e industriais.
Possui categoria de utilização gG, em dois
tamanhos (D01 e D02) atendendo as
correntes nominais de 2 a 63A.
Limitadores de corrente, são aplicados para até 50kA em 400VCA (8kA
em 250VCC). A sua forma construtiva garante total proteção de toque acidental
quando da montagem ou substituição dos fusíveis.Possui anéis de ajuste
evitam alteração dos fusíveis para valores superiores, mantendo a adequada
qualidade de proteção da instalação.

Bases para fusível neozed – gL/gG

Fusível HH

Os fusíveis do tipo HH são


projetados para atender as Normas IEC -
60282 e VDE - 0670 e DIN - 43625. São
excelentes limitadores de corrente.
Corpo isolante em cerâmica técnica
vitrificada que suporta esforços
mecânicos e alta resistência térmica;
Contatos em liga de cobre estanhado com

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tratamento de superfície que resulta
baixas resistências de contato.
Elemento fusível interno construído em prata pura (99,99%), com restrições
estampadas ao longo do elemento, cuja fusão simultânea divide o arco voltaico
em tensões menores, o que garante a interrupção; Para posicionar e sustentar
o elemento fusível utiliza internamente uma estrutura isolante especial.
A montagem é feita de tal forma que o compartimento onde ocorre a
fusão do elemento fica totalmente preenchida de areia de sílica de alto grau de
pureza e submetida à vibração. A areia de sílica absorve energia do arco
voltaico através do fenômeno da mudança de estado da forma granulométrica
para a forma de fulgurito (estrutura tubular rochosa e vítrea formada pelo
material fundido pela descarga elétrica que penetra na areia). Pino percursor
com força estática de 5 kgf ou 12 kgf e curso de 30 mm.
São utilizados para proteção de média tensão para transformadores,
motores, capacitores, condensadores, cabos, etc. contra curtos-circuitos.
Existem critérios específicos para a seleção dos fusíveis HH em cada uma
destas aplicações.

Exemplo de fusível de média tensão HH em chave seccionadora.

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Existem diversos outros tipos de fusíveis, como os tipos Sitor, Minized,
Silized, fusíveis para proteção de cabos, fusíveis de vidro para proteção de
equipamentos eletrônicos, e diversos outros.
Para se fazer manutenção em
circuitos elétricos que utilizam
fusíveis de proteção em baixa
tensão, deve-se desenergizar o
circuito, ou seja, desligar a
alimentação elétrica, evitando
acidentes com descargas elétricas, e
após isso fazer os testes de
continuidade nos terminais dos fusí-
veis, para fins de verificar se o elemento fusível está em bom estado, caso o
teste de continuidade apresente falha, o que significa indicar que o fusível está
queimado, o mesmo deverá ser substituído por outro de mesma especificação
técnica.

1.1.1.5. Relés

O relé é um dispositivo utilizado para a proteção de circuitos em relação


a sobrecarga, e diferentemente em relação aos fusíveis, que atuam uma única
vez (queima do filamento), os relés atuam diversas vezes durante a sua vida
útil, ou seja, eles atuam e não tem a necessidade de serem substituídos.
Os relés utilizados comumente como dispositivos de segurança podem
ser do tipo eletromagnéticos e Térmicos. Os relés também são usados como
dispositivos de comando, como por exemplo, os relés temporizados. Os tipos
de relés mais comuns são:

Relés de Sobrecarga “Proteção”

Os relés de sobrecarga são dispositivos baseados no princípio de


dilatação de partes termoelétricas (bimetálicos). A operação de um relé está
baseado nas diferentes dilatações que os metais apresentam, quando
submetidos a uma variação de temperatura.

32
Os relés de sobrecarga são usados para proteger equipamentos
elétricos, como motores e transformadores, de um possível superaquecimento.
O superaquecimento de um motor pode por exemplo ser causado por:

 Sobrecarga mecânica na ponta do eixo;


 Tempo de partida muito alto;
 Rotor bloqueado;
 Falta de uma fase;
 Desvios excessivos de tensão e corrente da rede.

Em todos estes casos citados acima, o incremento de corrente


(sobrecorrente), no motor é monitorado em todas as fases pelo relé de
sobrecarga.
Na figura abaixo está representado esquematicamente um relé térmico
de sobrecarga este podendo ser dividido em duas partes, que são o circuito
principal ou de potência e o circuito auxiliar ou de comando.

1 – Botão de rearme;
2 – Contatos auxiliares;
3 – Botões de teste;
4 – Lâmina bimetálica auxiliar;
5 – Cursor de arraste;
6 – Lâmina bimetálica principal;
7 – Ajuste de corrente.

Representação esquemática de um relé térmico de sobrecarga

O circuito principal ou de potência é composto por uma carcaça de


material isolante, três bimetais de aquecimento, alavanca de desarme,
terminais de entrada (1L1, 3L2, 5L3), e terminais de saída (2T1, 4T2, 6T3).

32
O circuito auxiliar ou de comando consiste basicamente nos contatos
auxiliares (NA e NF) por onde circula a corrente de comando, botão de
regulagem, botão de rearme (reset), botão de seleção (manual e automático), e
bimetal de compensação da temperatura (dá condições ao relé de operar na
faixa de -20°C a 50°C sem modificação da curva de desarme.
Com a circulação da corrente nominal do motor (para a qual o relé está
regulando), os bimetais curvam-se. Isto porque o bimetal é uma liga de dois
materiais com coeficientes de dilatação diferentes: A curvatura do bimetal se dá
para o lado do material de menor coeficiente.

Deflexão do bimetal

Quando a corrente que está circulando é a nominal do motor, a


curvatura dos bimetais ocorre, mas não é suficiente para o desarme.
No caso de uma sobrecarga, os bimetais apresentarão uma curvatura
maior. Com isto ocorrerá o deslocamento da alavanca de desarme. Esse
deslocamento é transferido ao circuito auxiliar, provocando, mecanicamente, o
desarme do mesmo. A temperatura ambiente não afeta a atuação do relé, pois
o bimetal de compensação sofrerá o mesmo deslocamento, mantendo assim a
relação inicialmente definida.
O relé permite que seu ponto de atuação, ou seja, a curvatura das
lâminas, e o consequente desligamento, possa ser ajustado com o auxiliar de
um dial. Isto possibilita ajustar o valor da corrente que provocará a atuação do
relé.
Os relés WEG, possui um conjunto de duas hastes móveis (1 e 2), ligada
a uma alavanca móvel (3), esta alavanca é responsável pelo transmissão do
movimento dos bimetais ao circuito auxiliar.

 Posição de repouso;
 Sobrecarga bipolar;

32
 Sobrecarga tripolar.

Posição em repouso Sobrecarga tripolar

Posição em repouso

Sempre que a alavanca 3 chegar a posição “S” haverá o desarme do relé. No


caso da sobrecarga tripolar, o deslocamento dos bimetais é uniforme, empurrando as
hastes 1 e 2 que levam a alavanca 3 em deslocamento paralelo aos bimetais. Com
isto, ocorre o desarme.
Já com a sobrecarga bipolar, a haste 2 é mantida na posição inicial através do
bimetal sem corrente e por meio de uma relação de braço de alavanca, o movimento
dos bimetais sobre corrente é transmitido a alavanca 3. Esta relação amplia o
movimento, desarmando o relé com um menor deslocamento dos bimetais.
Desta forma, para uma mesma corrente, o tempo de desarme do relé é menor
para sobrecarga bipolar do que para sobrecarga tripolar.
Segundo a IEC 947, um relé térmico de sobrecarga deve ser capaz, de
trabalhar numa faixa de 5°C a +40°C.
Os relés são montados com bimetais de compensação, afim de evitar influência
da temperatura ambiente sobre as suas características de desarme. Seu princípio de
operação pode ser explicado como segue:
Com uma temperatura ambiente de 32°C, as lâminas bimetálicas principais se
dilatarão (curvarão) e terão deslocado através do cursor, uma parte do percurso, que
para um determinado valor de corrente, resultaria em um tempo de disparo menor.
Para que isso seja evitado o cursor atua sobre a lâmina bimetálica de compensação.

32
Esta lâmina não é, contudo, percorrida pela corrente. Ela é aquecida somente pela
temperatura ambiente e se curvará na proporção das lâminas principais, desta forma,
as lâminas aquecidas pela corrente determinarão um mesmo tempo de disparo para
qualquer temperatura ambiente.
Dentre as características de operação do relé de sobrecarga, tem-se a corrente
nominal do relé que pode ser ajustada para corrente nomina do motor, através de um
botão de regulagem, as características da rede no qual eles são apropriados para
trabalhar com frequências que variam entre 0HZ e 400HZ, com exceção dos relés
acoplados a TC’s, que devem ser aplicados apenas 50/60Hz. Com relação ao número
de manobras, a correta proteção de um motor com relé de sobrecarga é garantida
para operação contínua, ou uma frequência de manobras, de até 15man/hora. Após
cada manobra, os bimetálicos dos relés deverão ter tempo para resfriar, voltando a
posição original de repouso.
Abaixo podemos ver como dever ser feita a instalação de relés tripolares para
serviços monofásicos ou bifásicos. Para a ligação do relé térmico trifásico em serviços
monofásicos, conecta-se as saídas em série com as entradas tendo desta forma uma
única entrada e saída no relé. Para a ligação de relé térmico trifásico em serviços
bifásicos, conecta-se uma saída a entrada de um dos terminais, neste caso no
terminal intermediário, resultando duas entradas distintas e duas saídas distintas.

Relé térmico de sobrecarga para serviço monofásico

Relé térmico de sobrecarga para serviço bifásico

32
Os relés da WEG trazem em sua denominação a letra D que indica
duplo contato, a nomenclatura utilizada está de acordo com a norma IEC 947, a
qual é respeitada para fornecer informações a respeito da função de cada
terminal ou sua localização com respeito a outros terminais ou para outras
aplicações.
Nota-se que a posição dos contatos auxiliares obedece sequência
diferente, dependendo da construção mecânica do relé. No entanto a
numeração de sequência e de função obedece a norma.

Relés de sobrecarga Weg

Os terminais do circuito principal dos relés de sobrecarga devem ser


marcados da mesma forma que os terminais de potência dos contatores.

Relés de sobrecarga Weg

Os terminais dos circuitos auxiliares de relé devem ser marcados da


mesma forma que os de contatores, cuja funções específicas, conforme
exemplo a seguir. O número de sequência deve ser o 9 e, se uma segunda
sequência existir, será indicada com o zero.

32
Relés de sobrecarga Weg

 Características dos relés WEG:


 32 faixas de corrente de 0,28 a 840A;
 Sensibilidade a falta de fase;
 Compensação de temperatura ambiente entre -20°C e
+60°C;
 2 contatos auxiliares: 1NA + 1NF;
 Tecla multifuncional programável;
 Base para montagem individual (RW 27D, 67D e 107D);

Abaixo podemos observar o funcionamento da tecla multifuncional dos


relés térmicos para configurar o seu funcionamento.

Tecla multifuncional do relé de sobrecarga

Relés de Tempo “Comando”

Os Relés temporizadores WEG RTW são dispositivos eletrônicos que


permitem, em função de tempos ajustados “controles de tempo”, comutar um
sinal de saída de acordo com a sua função. Muito utilizados em automação de

32
máquinas e processos industriais como par tidas de motores, quadros de
comando, fornos industriais, injetoras, entre outros.
Possui eletrônica digital que proporciona elevada precisão, repetibilidade
e imunidade a ruídos. Projetado de acordo com normas internacionais, o RTW
constitui uma solução compacta e segura, em caixas com 22,5mm de largura
para montagem em trilho DIN 35mm, nas configurações com 1 ou 2 saídas
NANF e alimentado em 110-130V 50/60Hz, 220-240V 50/60Hz ou 24Vcc. Com
6 faixas de temporização, o RTW pode ser ajustado de 0,3 segundos a 30
minutos com elevada confiabilidade e precisão. Abaixo podemos observar
alguns tipos de relés de tempo.

 RTW- RE → Retardo na Energização


 RTW- PE → Pulso na Energização
 RTW- CI → Cíclico
 RTW- RD → Retardo na Desenergização
 RTW- ET → Estrela-Triângulo

32
Normas:

 IEC / EN1812-1
 IEC / EN 60947-1
 IEC / EN 60947-5-1

Ao lado podemos observar a


tabela dos relés da WEG
demonstrando o funcionamento dos
temporizadores.
Na tabela abaixo, pode ser
observado o esquema de ligação
dos diferentes relés temporizados
modelo RTW da WEG.

32
32
A temporização desejada deve ser ajustada através de seu DIAL de
ajuste frontal, cuja escala apresenta-se em segundos para todas as
temporizações, com 0,3 s na primeira escala até 1800 s na última.

Imagem do ajuste de tempo no relé temporizado

A indicação luminosa do relé temporizado RTW, é feita através de LED’s


indicadores de estado, como indicado abaixo.

Os relés RTW
podem ser montados
individualmente em
trilho 35mm ou
através de parafusos
utilizando o
acessório PLMP.

32
32
Relés de Tempo

Imagens dos relés temporizados RTW - WEG

Relé Sequência de Fase “Proteção”

O RPW - SF com essa função destina-se a proteção de sistemas


trifásicos contra a inversão da sequência das fases (L1-L2-L3).
A instalação é feita conectado diretamente nas 3 fases nos terminais L1,
L2 e L3, na rede elétrica a ser monitorada.
O funcionamento é da seguinte forma, se a sequência de fase estiver
correta o relé de saída comuta os contatos para a posição de operação
(fechando os terminais 15-18) e o LED vermelho (relé) e o verde (alimentação)
ligarão.

Abaixo, pode ser observado o funcionamento do relé falta de fase, onde


os contatos 15, 16, 18 do relé são responsáveis pela alimentação do circuito. O
circuito de comando é ligado na entrada 15, e saí normalmente fechado pela
pino 16, caso o dispositivo atue mudará o contato do 16 para o 18, abrindo a
alimentação da bobina da contatora que alimenta o circuito de força.

32
Esquema de funcionamento do relé RPW - SF

Relé Falta de Fase “Proteção”

O RPW - FF com essa função destina-se a proteção de sistemas


trifásicos contra queda de uma fase (sem neutro). Para a proteção do neutro
deve-se executar uma ponte entre os terminais A e B, o relé irá realizar a
mesma proteção para falta da fase e também irá monitorar a tensão no neutro
(terminal N).
A conexão é feita conectado diretamente nas 3 fases, terminais L1, L2 e
L3 na rede elétrica a ser monitorada (conectar o neutro se existir).
O relé de saída comuta os contatos para a posição de operação
(fechando os terminais 15-18) e o LED vermelho (relé) e o verde (alimentação)
ligarão. Deve se feito o ajuste de sensibilidade da tensão de linha. Se ocorrer
uma queda de uma das fases para um valor abaixo do limite percentual
colocado nos seletores de ajuste ocorrerá a desenergização dos contatos de
saída da bobina, abrindo os contatos 15-18 e o LED vermelho desligará.
Nota: RPW - FF protege contra “fase fantasma” - No monitoramento de
um motor elétrico, a falta de fase faz com que as fases restantes, induzam uma
“fase fantasma” na bobina do enrolamento da respectiva fase, elevando a
corrente das outras duas fases sobre - aquecendo o motor. O enrolamento com
tensão induzida funciona como gerador de tensão (“fase fantasma”).
Esse rele de proteção contra a falta de fases funciona de forma que
quando se energiza o relé com as três fases o relé auxiliar interno a ele atraca,
ou seja, o contato normalmente fechado abre e o contato normalmente aberto

32
fecha. Se faltar uma ou mais fases, esse relé interno volta a condição inicial de
antes de ser energizado com as três fases, ou seja: O contato normalmente
fechado volta a fechar e o contato normalmente aberto volta a abrir.
Essa é a situação utilizada para a proteção. Mas aí entra a outra
afirmação, o relé falta de fase não trabalha sozinho, ele sempre precisa de
atuar sobre o comando de um circuito de força, por exemplo em série com a
bobina de um contator que liga as três fases.

Esquema de funcionamento do relé RPW - FF

Diagrama elétrico do relé RPW – FF com neutro

32
Diagrama elétrico do relé RPW – FF sem neutro

Na figura acima, do diagrama elétrico de ligação do relé sequência de


fase RPW - FF, onde os contato 15 é o C, o contato 16 é o NA e o contato 18 é
o NF.

Relé Falta e Sequência de Fase “Proteção”

O RPW - FSF com essa função destina-se a proteção de sistemas


trifásicos contra queda e inversão de fases. Para utilização com neutro, deve-
se executar uma ponte entre os terminais A e B, o relé irá realizar a mesma
proteção para falta da fase e também irá monitorar a tensão no neutro, o qual
obrigatoriamente deverá estar conectado. Deve-se conectar diretamente as 3
fases R, S, T, nos terminais L1, L2 e L3, na rede elétrica a ser monitorada
(conectar o neutro, se existir). Ao energizar o relé deve-se observar se o LED
verde (alimentação) e o LED vermelho (relé) acendem. Caso não acendam,
verificar se existe tensão entre as fases L1, L2 e L3 (inclusive em relação ao
neutro se utilizado) e se estas estão na ordem correta.

32
Esquema de funcionamento do relé RPW - FSF

Relé Subtenção ou Sobretenção “Proteção”

O RPW - SS com essa função destina-se para monitorar as variações


máximas e mínimas de tensão nas quais uma alimentação trifásica pode
operar. Sempre que houver uma condição de subtensão ou sobretensão, o relé
comutará sua saída para interromper a operação do motor ou processo a ser
protegido. Protege o circuito elétrico contra assimetria (20% ou maior entre as
fases). O RPW - SS é adequado para frequências de rede de 50/60 Hz.
Conecta-se diretamente as 3 fases da rede a ser monitorada nos
terminais L1, L2 e L3. Se a tensão aplicada nos terminais A1 e A2 estiver
correta, o rele de saída é energizado (fecha os contatos 15-18). Se a tensão
monitorada (tensão de alimentação) estiver abaixo ou acima dos limites
ajustados para subtensão e sobretensão, respectivamente, o rele de saída é
desenergizado (abre o contato 15-18). O rele de saída é reenergizado quando
a tensão voltar ao valor tolerável. Lembrando que a saída alimenta diretamente
uma bobina (contator) acopla ou desacopla a alimentação elétrica da rede de
acordo com o comando do relé.

32
Esquema de funcionamento do relé RPW - SS

Relé Monitoramento de Variação de Temperatura PTC “Proteção”

O RPW - PTC, com essa função destina-se ao monitoramento da


variação da temperatura em motores ou geradores em máquinas em geral
equipadas com sensor de temperatura tipo PTC. Possui eletrônica digital que
proporciona elevado padrão de precisão e imunidade a ruídos. Deve ser ligado
em série a sensores tipo PTC (máximo de 3). O RPW possui um dispositivo de
teste do sensor PTC. Caso ele não esteja conectado ou estiver em falha,
existirá uma indicação no LED (LED piscando).
Ao ser energizado, estando a temperatura abaixo do valor de desarme, o
relé de saída será comutado (energizado) instantaneamente, acionando o LED
vermelho. Existindo uma elevação de temperatura acima de seu limite de
ruptura, ocorrerá uma variação abrupta na resistência do sensor PTC, e o relé
de saída será desenergizado (LED vermelho desliga). O relé será novamente
energizado assim que a temperatura retorne aos valores normais.
Observar que os terminais A1 e A2 são a alimentação do relé RPW –
PTC, já os terminais S1 e S2, é onde será ligado os sensores PTC em série, e
os terminais 15, 16, 18, são os terminais de comando da contatora que
alimenta o motor.

32
Esquema de funcionamento do relé RPW - PTC

Relé de Controle de Nível “Comando”

O RNW, relé de controle de nível WEG, é um dispositivo eletrônico de


controle que permite o monitoramento e a regulagem automática de nível de
líquidos condutivos (não explosivos) através de eletrodos submersos. Possui
seletor frontal que permite ajustar o circuito eletrônico a resistividade do líquido.
Dentre as aplicações, tem-se a prevenção de funcionamento a seco de
bombas, proteção contra transbordamento do tanque de enchimento,
acionamento de solenóides, alarmes (sonoros ou luminosos), automação de
processos em geral.
O relé RNW é divido em dois tipos, RNW – ES que tem a função de
esvaziamento onde o relé de saída energiza (fecha o contato 15-18) quando o
líquido atinge o eletrodo de nível máximo e desenergiza (abre o contato 15-18)
quando o eletrodo de nível mínimo é descoberto. Já o relé RNW – EN que tem
a função de enchimento, ou seja, o relé de saída energiza (fecha o contato 15-
18) quando o eletrodo de nível mínimo é descoberto e desenergiza (abre o
contato 15-18) quando o líquido atinge o eletrodo de nível máximo.

32
Esquema de funcionamento do relé RNW - ES

Esquema de funcionamento do relé RNW - EN

Esquema de funcionamento sensores para RNW

32
Os eletrodos devem ser instalados no RNW e fixados no reservatório de
acordo com os níveis desejados para controle, mínimo ou máximo, sendo que
o eletrodo de referência C deve ser posicionado na parte inferior, abaixo dos
demais eletrodos. Os eletrodos estão disponíveis em 2 modelos, em haste
(EHW) ou pêndulo (EPW).Quando utilizado tanque metálico este pode
substituir o eletrodo referência.
Seu funcionamento é baseado na medição da resistência elétrica do
líquido do reservatório através de um conjunto de eletrodos submersos, que
funcionam como sensores de presença / ausência de líquido. Quando o
sistema for energizado uma tensão alternada, “a corrente CA minimiza a
eletrólise e aumenta a vida útil dos eletrodos”, é aplicada no eletrodo de
referência, assim que o líquido entra em contato com os eletrodos é
estabelecido um caminho para a circulação de corrente elétrica entre eles. Um
circuito eletrônico compara a corrente e, conforme o modelo escolhido, realiza
a lógica que comuta os contatos de saída.
Para o ajuste da sensibilidade tem-se que a resistividade pode variar,
conforme o líquido e a posição de instalação dos eletrodos. Para adequar o
circuito eletrônico do RNW ao líquido utilizado, a sensibilidade deve ser
ajustada através do seletor frontal, que tem uma escala graduada (kΩ).
O ajuste de sensibilidade deve ser feita com
todos os eletrodos submersos no líquido do
reservatório e o seletor deve estar posicionado no
seu limite anti-horário (o de menor resistência). Com
o relé energizado o seletor deve ser girado no
sentido horário (o de maior resistência) até que a
saída do relé comute seus contatos e o LED
vermelho mude de status. Para confirmar o ajuste o
eletrodo de referência deve ser desconectado e logo
em seguida conectado novamente. O RNW deve
voltar ao seu status anterior a desenergização e
assim estará ajustado ao ponto ideal de
sensibilidade. Caso isso não ocorra, todo o
procedimento de ajuste deverá ser feito novamente.

32
Detalhes dos relés de comando e controle WEG

1.1.1.6. Contatores

O contator é uma chave de operação não manual, eletromagnética, que


tem uma única posição de repouso e é capaz de estabelecer, conduzir e
interromper correntes em condições normais do circuito, inclusive sobrecargas
no funcionamento.
Os principais elementos construtivos de um contator são:

 Contatos;
 Núcleo;
 Bobina;
 Molas;
 Carcaça;

Funcionamento interno do contator

32
Contato Principal

É aquele componente de ligação que em estado fechado, conduz a


corrente do circuito principal. Os contatos principais de um contator são
dimensionados com o objetivo principal de estabelecer e interromper correntes
de motores, podendo ainda, acionar cargas resistivas, capacitivas e outras. Os
contatos principais nos contatores, serão em número de três, quatro,
eventualmente dois e até um.

Contatos Auxiliares

São dimensionados para a comutação de circuitos auxiliares para


comando, sinalização e intertravamento elétrico, entre outras aplicações. O
formato dos contatos auxiliares está de acordo com a função, normalmente
aberto (NA) comumente especificado como (NO) sigla em inglês, e
normalmente fechado (NF) comumente especificado como (NC) sigla em
inglês, podendo ser ainda adiantados ou retardados, dependendo da linha e
modelo do contator utilizado.

Montagem de blocos de contatos auxiliares

Sistema de Acionamento

O acionamento dos contatores WEG pode ser realizado com corrente


alternada (CA) ou contínua (CC), por serem dotados de sistemas específicos
(bobina e núcleo), para cada tipo de corrente.
No acionamento CA o campo magnético é produzido através da bobina,
atraindo a parte móvel dos contatos, fazendo assim a movimentação dos

32
contatos principais e auxiliares. Para este sistema de acionamento, existem os
anéis de curto-circuito, que situam-se sobre o núcleo fixo do contator e evitam
o ruído devido a passagem da corrente alternada por zero.
Um entreferro reduz a remanência após a interrupção da tensão de
comando e evita o “colamento” do núcleo. Após a desenergização da bobina de
acionamento, o retorno dos contatos principais (bem como auxiliares) para
posição original de repouso, é garantido através de molas (de compressão).

Nomenclatura de contatos nos contatores

Segundo a IEC 947 – 4, a identificação de terminais de contatores e


relés associados, são para fornecer informações a respeito da função de cada
terminal ou sua localização com respeito a outros terminais ou para outras
aplicações.
As bobinas são identificadas de forma alfanumérica com A1 e A2. Os
terminais do circuito principal (potência) devem ser identificados por números
unitários e por um sistema alfanumérico. Os terminais 1L1, 3L2 e 5L3, voltam-
se para a rede (fonte) e os terminais 2T1, 4T2 e 6T3 para a carga.

Detalhe do contator com contatos principais

Ilustração do sistema de marcação

32
Os terminais de contatos auxiliares devem ser marcados ou identificados
nos diagramas, através de figura com dois números, tem-se que a unidade
representa a função do contato, e a dezena representa a sequência de
numeração.
Os números de função 1,2 são próprios de contatos normalmente
fechados e 3,4 próprios de contatos normalmente abertos. Os traços antes dos
números indicam a sequência, os números de função 5-6, são próprios de
contatos “NC” retardados na abertura, enquanto os números de função 7-8, são
próprios de contatos “NO” adiantados no fechamento.

Detalhe contatos auxiliares

Com relação ao número de sequência, a norma diz terminais


pertencentes a um mesmo elemento de contato devem ser marcados com o
mesmo número de sequência. Logo todos os contatos de mesma função
devem ter números de sequência diferentes. Na disposição mecânica, além da
codificação normal de sequenciamento e função dos contatos auxiliares, existe
ainda uma nomenclatura dependente da disposição mecânica destes.

Detalhe sequência de números no contator

Os contatores que possuem a terminação “E”, dita que em sequência de


dois contatos, sendo 1NO+1NC, tem-se sempre o primeiro NO, seguido do NC.
Já nas sequências com número de contatos superior a dois tem-se um contato

32
NO iniciando a sequência, seguido de todos os NC, e após estes os NO
restantes. Assim acrescente-se à especificação do contator a terminação “E”.

Detalhe de contator com terminação “E”

Os contatores que possuem a terminação “Z”, seguem a sequência de


todos os contatos NO primeiro seguidos de todos os contatos NC.

Detalhe de contator com terminação “Z”

Nos contatores providos de blocos aditivos, tem-se que tantos os


contatores de força (potência), como auxiliares podem ser fabricados em uma
configuração básica, sobre o qual aplica-se os “ blocos de contatos auxiliares
aditivos”.
Esta técnica (e tendência) permite ao projetista e/ou usuário definir e
aplicar os contatos auxiliares que desejar e que necessitar para cobrir as
funções de intertravamento e sequenciamento elétrico que seu equipamento
exigir. A seguir são mostrados alguns exemplos de contatores de força WEG e
respectivas versões básicas e como ficam quando recebem blocos aditivos.

32
CWM 9 a CWM 18:
São oferecidos nas
versões básicas contendo
pelo menos um contato
auxiliar incorporado.

No caso de se adicionar 3 contatos auxiliares para deixa-los com


2NO+2NC o esquema representativo fica conforme pode ser visto abaixo.

Modelo CWM básico .10E (9 a 19A)

Modelo CWM básico .01E (9 a 19A)

32
Modelo CWM 25 e CWM 32

O contator do modelo CWM 25 e CWM 32 se diferenciam dos modelos


anteriores por possuírem 4 contatos auxiliares.

Modelo CWM 40 e CWME 700

O modelo CWM 40 e CWME 700 demonstra um exemplo de contator de


potência.
O ciclo de manobra de um contator é dividido em 4 fases, processos de
ligação e desligamento e estado ligado e desligado. As fases mais difíceis para
o contator são no desligamento (de cargas indutivas, principalmente) e na
ligação.

32
Fases de Manobra

Durante o fechamento, as peças móveis são aceleradas em direção das


fixas. Após o choque que ocorre entre estas partes, a energia cinética, da qual
parte é transformada em calor e parte em deformação mecânica, tem que ser
reduzida. Se a energia cinética restante for significativa, ocorre a separação
das partes móveis das partes fixas, comprimindo as molas de contato, que
armazenam esta energia, e em seguida aceleram novamente as partes móveis
em direção as partes fixas, ocorrendo o chamado “ricochete”. Para evitar o
ricochete o fabricante atua projetando maior força de contato nas “molas”,
redução da velocidade de fechamento, otimização do circuito magnético.
É feito uma otimização destas providências, garantindo uma maior
segurança contra o colamento de contatos e uma maior vida elétrica. Do ponto
de vista elétrico, o processo de ligação depende do circuito em que o contator
está operando: CA ou CC.
No processo de desligamento ocorre sempre o fenômeno do arco
voltaico, é importante que o arco seja eliminado rapidamente para evitar que as
peças dos contatos sejam danificadas. Durante o afastamento dos contatos, na
abertura de um circuito elétrico, o calor gerado provoca a fusão e evaporação
do material de contato, fazendo com que a corrente circule através do arco
voltaico. Com o afastamento dos contatos, tem-se uma maior queda de tensão
no arco, até que o mesmo acaba se extinguindo.
Para a corrente alternada, a extinção do arco é mais simples, pois
aproveita-se a passagem da corrente pelo ponto zero. Todo esse processo de
desligamento tem uma grande influência na vida elétrica do contato.

Blocos Antiparasita

São dispositivos “ligados em paralelo com a bobina do contator”


utilizados para o amortecimento das sobretensões provocados pelos contatores
durante as operações de abertura, que colocam em risco os elementos
sensíveis à variações de tensão, como também influir de forma perigosa no
desacoplamento capacitivo da cablagem de comando ligada aos circuitos
eletrônicos.

32
Existem combinações de componentes, como por exemplo, varistores,
diodos, resistores, e diodos em série, resistores e capacitores em série. Os
blocos antiparasitas WEG podem ser circuitos RC (BAMRC) ou a diodo
(BAMDI), e estão ligados em paralelo com A1 e A2 do contator.

Modelo de blocos antiparasita para contatores

1.1.1.7. Botoeiras e Chaves de Comando

As botoeiras são chaves elétricas acionadas manualmente que


apresentam, geralmente, um contato aberto e outro fechado. De acordo com o
tipo de sinal a ser enviado ao comando elétrico, as botoeiras são
caracterizadas como pulsadores ou com trava.
As botoeiras pulsadores invertem seus contatos mediante o
acionamento de um botão e, devido à ação de uma mola, retornam à posição
inicial quando cessa o acionamento.
Essa botoeira possui um contato aberto, um contato fechado, sendo
acionado por um botão pulsador liso e reposicionada por mola. Enquanto o
botão não for acionado, os contatos 11 e 12 permanecem fechados, permitindo
a passagem da corrente elétrica, ao mesmo tempo em que os contatos 13 e 14
se mantêm abertos, interrompendo a passagem da corrente. Quando o botão é
acionado, os contatos se invertem de forma que o fechado abre e o aberto
fecha. Soltando-se o botão, os contatos voltam à posição inicial pela ação da
mola de retorno.

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Fechador: Também chamado ligador, é mantido aberto por ação de
uma mola e se fecha enquanto acionado. Como a mola o mantém aberto é
ainda denominado normalmente aberto (ou NA ou do inglês NO).
Abridor ou ligador: é mantido fechado por ação de uma mola e se abre
enquanto acionado. Como a mola o mantém fechado, é chamado também de
normalmente fechado (ou NF, ou do inglês NC).

Exemplos de botoeiras

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Exemplos de identificações de botões

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O contato pode ter diversos tipos de acionamento, como por exemplo,
por botão, por pedal, por alavanca, por chave (chave de tranca), por rolete por
gatilho, ou ainda por ação do campo magnético de uma bobina (eletroímã),
formando neste último caso um conjunto denominado contator magnético ou
chave magnética. A seguir estão os símbolos de contatos acionados por botão
(os dois à esquerda), e por rolete.

Exemplos de simbologia

A chave seccionadora é um dispositivo que tem por função a manobra


de abertura ou desligamento dos condutores de uma instalação elétrica. A
finalidade principal dessa abertura é a manutenção da instalação desligada.
A chave seccionadora deve suportar, com margem de segurança, a
tensão e corrente nominais da instalação, isso é normal em todos os contatos
elétricos mas nesse caso se exigem melhor margem de segurança. A
seccionadora tem, por norma, seu estado ligada ou desligada visível
externamente com clareza e segurança.
Esse dispositivo de comando é construído de modo a ser impossível que
se ligue (feche) por vibrações ou choques mecânicos, só podendo portanto ser
ligado ou desligado pelos meios apropriados para tais manobras.
No caso de chave seccionadora tripolar, esta deve garantir o
desligamento simultâneo das três fases.
As seccionadoras podem ser construídas de modo a poder operar, sob
carga - então denominada interruptora. A chave é quem desligará a corrente do
circuito, sendo por isso dotada de câmara de extinção do arco voltaico que se
forma no desligamento, abertura e fechamento auxiliados por molas para
elevar a velocidade das operações.
E sem carga – neste caso o desligamento da corrente se fará por outro
dispositivo, um disjuntor, de modo que a chave só deverá ser aberta com o
circuito já sem corrente. Neste caso a seccionadora pode ter uma chave NA

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auxiliar que deve desliga o disjuntor antes que a operação de abertura da
chave seja completada.

Exemplos de chaves de comando

1.1.2. Características das redes e ramais trifásicos

Este tipo de rede é assim denominada por apresentar três condutores de


fase com potenciais elétricos distintos os quais transportam energia elétrica,
próximos aos pontos de força ou de máquinas elétricas, no caso de indústrias.
Algumas redes e ramais trifásicos apresentam-se com três condutores
de fase e um condutor neutro. Nestes casos, recebem a denominação de rede
e ramal trifásico a quatro fios. Segundo as normas técnicas brasileiras NBR
5410/2004, as redes e ramais trifásicos devem ter três condutores de fase e um
condutor neutro aterrado para garantir que o neutro tenha potencial zero,
nestes casos, recebem a denominação de redes e ramais trifásicos a quatro
fios com neutro aterrado.
As redes e os ramais trifásicos podem ser usados para alta tensão ou
baixa tensão. Esta apostila trata apenas das redes de baixa tensão.
As características de uma rede trifásica têm a seguinte representação
simbólica:

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Sendo trifásica, sempre conduzirá três fases. Esta característica é
representada pelo símbolo (3 ~), que se lê da seguinte forma:

REDE TRIFÁSICA / RAMAL TRIFÁSICO


3~
Associado ao numero três (3), aparece o símbolo (~) da fase. (Rede ou
ramal a três fios).
Dos ramais trifásicos podem ser derivados ramais monofásicos (1~) ou
bifásicos (2~), como por exemplos construções de edifícios, bancos, hospitais,
industrias, onde a alimentação do quadro geral de baixa tensão “QGBT”,
recebem a rede trifásicas e distribui para outros quadros de força que podem
ser trifásicos, bifásicos e monofásicos. Dos quadros de distribuição dos
compartimentos menores da edificação saem ramais monofásicos para os
circuitos de iluminação, força de tomadas monofásicas.
Com já foi visto, a tensão monofásica e trifásica depende da região,
podendo ser 127/220/380/440 Volts, e assim sucessivamente a depender da
região. Outro fato importante que a tensão entre fases (chamada também de
tensão de linha) é sempre maior que a tensão fase e neutro (chamada de
tensão de fase).
É importante salientar que em ramais trifásicos as fases R, S, T devem
ser executadas com cabos de cores diferencias para facilitar a identificação
destas, evitando assim conexões erradas que podem ocasionar curto-circuito
nas instalações elétricas, e consequentemente ocasionando incêndios.
As redes trifásicas são têm suas fases identificadas normalmente pela
simbologia R, S, T ou A, B, C normalmente as cores utilizadas para identificar
cada fase são vermelho, branco, amarelo, ou qualquer outra cor diferente de
azul e verde, que são cores fixas para neutro e terra.
Desta forma uma rede trifásica é identificada da seguinte forma:

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R -------------
S -------------
T -------------
N -------------
PE ------------

A simbologia “N” é utilizada para neutro que é o potencial zero gerado


pelo transformador da rede de média tensão, e o símbolo “PE” é a proteção,
também denominado de terra onde se utiliza a letra “T”. Deve-se ter cuidado
para não confundir o símbolo T da fase com o símbolo T do terra em projetos
elétricos.
As tensões de linha, ou seja, diferença de potencial elétrico entre duas
fases distintas, para regiões como Salvador, Ilhéus, Ubaitaba, será de 220V,
logo a tensão de fase, ou seja, entre fase e neutro será de 127V. Ver exemplo
abaixo.

Abaixo pode ser observado outros exemplos de tensões nominais de


linha e de fase.

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Para partida direta de motores elétricos, deve-se atentar se o mesmo é
trifásico ou monofásico, evitando assim a queima do enrolamento devido a
ligações elétricas erradas.
Outra característica importante das redes elétricas é a frequência, que
padronizou-se no Brasil o valor de 60Hz. A frequência é representada pelo
valor numérico, seguido da unidade de medida, que é o Hertz (Hz).
Esta característica é muito importante, pois tanto as máquinas que serão
ligadas ao ramal elétrico de baixa tensão, que será ligado à rede, terão que ter,
necessariamente, o mesmo valor de frequência; caso contrário, haverá a
queima de certos dispositivos elétricos das máquinas.

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