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Publicado em 15/10/2021
Despesas totais
Dos R$ 4,716 trilhões de despesas estimados para 2022, R$
1,885 trilhão vai para o refinanciamento da dívida pública,
R$ 1,233 trilhão para a Seguridade Social (aposentadorias,
assistência social) e R$ 96,5 bilhões serão investidos pelas
estatais, restando R$ 1,501 trilhão para as demais
despesas. Como as receitas do sistema previdenciário só
alcançam 1,063 trilhão, a diferença de R$ 169,9 bilhões
será compensada com a arrecadação de impostos e
operações de crédito.
Teto de gastos
O limite de gastos da União para 2022 é de R$ 1,610
trilhão, que corresponde ao R$ 1,486 trilhão de 2021,
corrigido em 8,35% (inflação pelo IPCA – Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo). Os consultores informam
que poderão ser gastos R$ 136,6 bilhões a mais no ano que
vem, se somado esse limite com o saldo das despesas não
realizadas previsto até o fim de 2021.
Custo da Previdência em relação ao PIB tem tendência de baixa (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Previdência
O custo do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), em
percentual do PIB, esteve mais ou menos estável até 2014,
segundo afirmam os consultores legislativos. Desde então,
os deficits anuais cresceram em relação ao PIB. No entanto,
a partir de 2021, há tendência de redução, principalmente
em razão da reforma da Previdência, que alterou as regras
de acesso, alíquotas e outras normas.
Regra de ouro
Para equiparar receitas e despesas, o PLOA 2022 prevê
operações de crédito no valor de R$ 105,4 bilhões para
custear gastos correntes, o que é inconstitucional. Para
contornar a norma, chamada regra de ouro, o texto
condicionou essas operações à aprovação do Congresso. Em
2021, o valor para operações de crédito condicionadas foi
de R$ 434,8 bilhões.
Pessoal
Do total das despesas com pessoal e encargos sociais,
84,6% estão no Poder Executivo (R$ 290,63 bilhões); 10,7%
no Judiciário (R$ 36,7 bilhões); 3,1% no Legislativo (R$ 10,6
bilhões); 1,6% no Ministério Público da União (R$ 5,4
bilhões) e 0,1% na Defensoria Pública da União (R$ 0,4
bilhão). A previsão é de que as despesas com pessoal
cresçam dos R$ 337,5 bilhões deste ano para R$ 343,7
bilhões no ano que vem.
Saúde e vacinação
O projeto aprovado prevê a aplicação de R$ 135,4 bilhões
em ações e serviços públicos de saúde, um acréscimo de R$
10,68 bilhões em relação a 2021, segundo o governo. Neste
ano já foram gastos R$ 178 bilhões (R$ 130,9 bilhões
previstos no Orçamento 2021 e R$ 47,1 bilhões de créditos
extraordinários), informa o estudo das consultorias do
Congresso.
Educação
O Executivo promete ainda aplicar R$ 111,2 bilhões na
manutenção e desenvolvimento do ensino em 2022. Neste
ano já foram gastos R$ 100,1 bilhões, informam os
consultores.
Precatórios
O cumprimento de sentenças judiciais, incluindo os
precatórios, deve custar R$ 89,1 bilhões à União em 2022,
ou 0,9% do PIB. Isso representa um aumento nominal de
78,7% em relação ao pago em 2020 (R$ 49,9 bilhões) e de
60,2% sobre o autorizado para 2021 (R$ 55,6 bilhões). No
entanto, na LDO 2022 estão previstos apenas R$ 57,8
bilhões para o pagamento de precatórios.
Assistência social
Para o Auxílio Brasil, programa criado pelo governo para
substituir o Bolsa Família, o PLOA 2022 prevê R$ 34,7
bilhões para atender 14,7 milhões de famílias, praticamente
o mesmo valor previsto para 2021. Os consultores
ressaltam que, diferentemente do Bolsa Família, os recursos
do Auxílio Brasil não estão regionalizados no projeto.
Fundo eleitoral receberá R$ 2,13 bilhões no Orçamento de 2022 (Foto: Nelson Jr./Ascom/TSE)
Investimentos
De acordo com as consultorias de Senado e Câmara, uma
das grandes mudanças entre o Orçamento deste ano e o de
2022 é a queda nos recursos para investimento pelas
estatais, de 33,1% em valores nominais. Serão R$ 96,5
bilhões, frente a R$ 144,3 bilhões no Orçamento de
2021. Foram reservados ainda R$ 25,7 bilhões para
investimento direto, praticamente o mesmo patamar do
PLOA 2021 (R$ 25,9 bilhões).
Emendas parlamentares
Outro item de despesa do Orçamento 2021 são as emendas
impositivas, no valor de R$ 16,2 bilhões, destinadas
obrigatoriamente a atender as indicações de gastos feitas
por parlamentares. Em 2021 o valor das emendas foi de R$
16,3 bilhões.
Receita bruta de 2022 será de R$ 4,61 trilhões, o equivalente a 49% do PIB (Minas de Carvão, Butiá, RS.
Foto: Karine Viana/Palácio Piratini
Reforma tributária
Essas estimativas de arrecadação do governo federal foram
feitas dando como certa a aprovação do PL 2.337/2021, que
faz uma reforma tributária. O projeto modifica a cobrança
do Imposto de Renda, tanto para pessoas físicas quanto
para empresas; altera a Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL); taxa fundos de investimentos e lucros e
dividendos distribuídos pelas empresas; e permite a
atualização dos valores dos imóveis na Receita Federal
desde que pago 4% de IR sobre o ganho de capital.
Renúncia fiscal
Para 2022, estima-se que o governo deixará de arrecadar
R$ 371,1 bilhões, ou 3,95% do PIB, com as isenções fiscais
concedidas. Embora inferior aos 4,3% e 4,0% dos PLOAs
para 2020 e 2021, respectivamente, esse percentual ainda
está distante dos 2% do PIB a serem alcançados daqui a oito
anos, como determina a Constituição.
Indicadores econômicos
Pelo projeto, o salário mínimo para 2022 será de R$ 1.169,
recebendo correção apenas pela inflação (pelo INPC), sem
aumento real. O mínimo atual é R$ 1.100.
Obras bloqueadas
Por último, o PLOA 2022 lista quatro obras com
irregularidades graves que não poderão receber recursos, a
menos que os problemas sejam resolvidos: o Canal Adutor
do Sertão Alagoano (AL); a adequação de trecho da BR-116
(BA); a construção da BR-040 (RJ); e a ampliação de
capacidade da BR-290 (RS).
Tramitação
Pela Constituição, o Orçamento da União para 2022 deve
ser aprovado até 22 de dezembro. Depois de recebido o
projeto, ele é analisado pela Comissão Mista de Orçamento
(CMO), onde é debatido em audiências públicas e recebe
emendas de senadores e deputados. Em seguida é
apresentado e votado um relatório exclusivo para as
receitas. O próximo passo é a votação de um relatório
preliminar, que estabelece os parâmetros e critérios para os
relatórios setoriais e para a apresentação de emendas
durante a tramitação.
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