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A PARENTALIDADE

POSITIVA
E O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE 0 A 3 ANOS E 11 MESES

COEPS CIEFP
CÉLULA DE INTEGRAÇÃO
COORDENADORIA DE ESCOLA, FAMÍLIA,
EDUCAÇÃO E PROMOÇÃO COMUNIDADE E REDES DE
SOCIAL PROTEÇÃO

CARTILHA 03 • JULHO 2021 • PADIN


Governador
Camilo Sobreira de Santana
 
Vice-Governadora
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
 
Primeira-Dama do Estado
Onélia Maria Leite de Santana
 
Secretária da Educação
Eliana Nunes Estrela
 
Secretário Executivo de Cooperação com os Municípios
Márcio Pereira de Brito
 
Coordenadora de Educação e Promoção Social
Francisca Aparecida Prado Pinto

Articuladora da Coordenadoria de Educação e Promoção Social


Antonia Araújo de Sousa
 
Assessora Técnica Coordenadoria de Educação e Promoção
Social
Sandra Maria Silva Leite
 
Orientador da Célula de Integração Família, Escola,
Comunidades e Rede de Proteção
Daniel Marinho Almeida
 
GT/PADIN
Régis Brito Ribeiro - Gerente
Ana Paula Pinto de Oliveira
Bárbara Cruz
Débora Oliveira Cavalcante Ribeiro
Elvira Carvalho Mota
Maria Ana do Amarante Azevedo
 
OBRA COLETIVA
Organizadores
Daniel Marinho Almeida - Coordenador
Ana Paula Pinto de Oliveira
Débora Oliveira Cavalcante Ribeiro
Elvira Carvalho Mora
Maria Ana do Amarante Azevedo
Régis Brito Ribeiro

Ilustrações
Débora Cavalcante Ribeiro

Design Gráfico
Daniel Marinho Almeida

CARTILHA 03 • JULHO 2021 • PADIN


SUMÁRIO

Apresentação

As crianças aprendem o
que vivenciam

1. O PADIN e a
Parentalidade Positiva
2. Por que tanto interesse
pela Parentalidade
Positiva?
3. Como promover a
Parentalidade Positiva
na família?
4. Dimensões da
Parentalidade Positiva
5. Exercitando a
Parentalidade Positiva
6. Orientações para uso
dos Cards
7. Referências
APRESENTAÇÃO

Prezadas(os) supervisoras(es),
caras(os) ADIs,

Durante toda a vida, o ser humano necessita estabelecer vínculos com seus
semelhantes, disso depende sua sobrevivência, seu crescimento, seu
desenvolvimento, seu bem-estar físico e emocional. Sentir-se acolhido,
respeitado, pertencente a um grupo com sentimentos e modo de agir
semelhantes ao seu, com ele aprender, nele interagir, construir história e
cultura e ser, ao mesmo tempo, modificado por essas dimensões do contexto
da vida em comunidade.

Diferentes de outras espécies, desde o nascimento, o ser humano tem sua


vida e existência dependente dos vínculos que estabelece com seus
semelhantes. Desde a satisfação das necessidades básicas de sobrevivência
até o desenvolvimento das funções mais avançadas do cérebro – como a
criação-construção-interpretação da realidade – a relação consigo próprio e
com os demais é condição para garantir uma vida com propósito, produtiva e
feliz.

A família é o núcleo primário em que esses vínculos começam a ser


estabelecidos. A relação entre pais/mães/cuidadores e crianças é a fonte
primária que provê as ferramentas necessárias para a formulação das
estratégias de manutenção da vida e da convivência em sociedade. É na
família o lugar-gênese da transmissão dos valores, da cultura, do modo de ser
e de pensar de uma geração à outra. Aprendemos não só a falar a língua
pátria, mas também aprendemos o que dizer, como dizer e quando dizer.
Aprendemos sobre os conceitos de bem e mal, de certo e errado, do proibido e
do permitido.

O importante é que toda essa apreensão dos conteúdos estruturais da


formação da personalidade é aprendido por meio do exemplo, da imitação,
das tentativas de acerto e erro e dos constructos gerados nessas ações. Daí, a
importância dos vínculos estabelecidos entre os adultos, cuidadoras(es) e
provedores dos meios de sobrevivência, com as crianças cuidadas e providas.
É nesse universo relacional, no centro do emaranhado de sentimentos,
emoções, aprendizagens, ao mesmo tempo produtos e produções do nosso
comportamento, que se encontra o tema sobre o qual trataremos na Cartilha
do PADIN desse mês: a Parentalidade Positiva.

CARTILHA 03 • JULHO 2021 • PADIN


Parentalidade diferencia-se de paternidade e de parentesco. Embora pareçam
sinônimos. O intuito dessa Cartilha é tornar um pouco mais claro o
significado e a importância de se trabalhar a parentalidade positiva como
estratégia de criação e fortalecimentos dos vínculos entre
pais/mães/cuidadoras(es) e as crianças dentro do complexo universo que é a
família.

Assim como a Cartilha do mês de junho, esta também está dividida em três
partes: na primeira, vamos estudar um pouco sobre o conceito e as
abordagens da Parentalidade Positiva e sua relação com o PADIN. Em
seguida, aprofundaremos um pouco mais o estudo, apresentando a
importância e os benefícios para a família e, sobretudo, para a criança, da
adoção de atitudes parentais positivas no cotidiano das famílias atendidas
pelo Programa. Na terceira parte, é apresentado um conjunto de sugestões de
atividades para o exercício da parentalidade positiva a serem desenvolvidas
pelas(os) ADIs em suas atividades de visitação domiciliar. Cada um desses
blocos traz alguns questionamentos e provocações. Essas perguntas podem
servir para os momentos de reflexão, estudo e planejamento das (os) ADIs
com as(os) supervisoras(es). Esperamos, com isso, estimular a produção de
ideias e a criação de estratégias voltadas para a melhor execução das
atividades com as famílias.

Ademais, relembramos a necessidade de você conhecer e estudar os livros


básicos do PADIN: O Programa, Formação Técnico-Pedagógica, Atividades do
Programa e o Guia dos Pais, materiais utilizados na composição dessa
Cartilha.

Desejamos a todas(os) vocês um mês de positividade, fortalecimento de


vínculos e envolvimento mais aprofundado com o universo familiar. Tudo isso
para que as crianças possam ter seus direitos garantidos, e cresçam em um
ambiente em que o respeito, a autonomia e a solidariedade sejam constantes.

Atenciosamente,

Coordenadoria de Educação e Promoção Social - COEPS


Célula de Integração Escola, Comunidade e Redes de Proteção - CIEFP
GT PADIN / Seduc

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As crianças aprendem
o que vivenciam
Se as crian as vivem ouvindo cr ticas aprendem
ç í ,

a condenar .

Se convivem com a hostilidade aprendem a ,

brigar .

Se as crian as vivem com medo aprendem a ser


ç ,

medrosas .

Se as crian as convivem com a pena aprendem a


ç ,

ter pena de si mesmas .

Se vivem sendo ridicularizadas aprendem a ser ,

t midas
í .

Se convivem com a inve j a aprendem a inve j ar , .

Se vivem com vergonha aprendem a sentir culpa , .

Se vivem sendo incentivadas aprendem a ter ,

confian a em si mesmas
ç .

Se as crian as vivenciam a toler ncia aprendem


ç â ,

a ser pacientes .

Se vivenciam os elogios aprendem a apreciar , .

Se vivenciam a aceita o aprendem a amar çã , .

Se vivenciam a aprova o aprendem a gostar de çã ,

si mesmas .

Se vivenciam o reconhecimento aprendem que , é

bom ter um ob j etivo .

Se as crian as vivem partilhando aprendem o


ç ,

que generosidade
é .

Se convivem com a sinceridade aprendem a ,

veracidade .

Se convivem com a equidade aprendem o que , é

j usti a
ç .

Se convivem com a bondade e a considera o çã ,

aprendem o que respeito é .

Se as crian as vivem com seguran a aprendem a


ç ç ,

ter confian a em si mesmas e naqueles que as


ç

cercam .

Se as crian as convivem com a afabilidade e a


ç

amizade aprendem que o mundo um bom lugar


, é

para se viver .

Dorothy Law Nolte

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1. O PADIN E A
PARENTALIDADE POSITIVA
"O vínculo não é algo que está garantido só porque somos pai ou mãe.
Ele precisa da nossa vontade e, principalmente, da nossa presença. E é
aqui que está o nó..." (Lua Barros)

O Programa de Apoio ao O intuito é também gerar novas


Desenvolvimento Infantil – PADIN tem atitudes e comportamentos nas(os)
como objetivo principal apoiar e pais/mães/cuidadores que as(os)
fortalecer as famílias para que possam capacitem a estabelecer uma
estabelecer relações que propiciem convivência e manter um ambiente com
oportunidades às crianças para que as condições básicas para garantir o
possam se desenvolver de maneira direito da criança ao respeito,
integral e crescer como sujeitos ativos, construindo, assim, relações capazes de
criativos e autônomos. promover a solidariedade e autonomia
das crianças e da própria família.
Dessa forma, o fortalecimento da
competência familiar é um dos Ao apoiar as famílias na educação e no
princípios norteadores do PADIN, pois cuidado das(os) bebês e das crianças
entende-se a família como a primeira e bem pequenas, o PADIN, procura
a mais importante instituição de estimular a comunicação emocional e
cuidados e educação da criança nos outras formas de comunicação.
primeiros anos de vida. E é na família Estimula, igualmente, a compreensão da
que as relações estabelecidas e os criança como pessoa, como ser humano
vínculos criados entre em desenvolvimento, como ser
pais/mães/cuidadores e crianças se dinâmico, ativo, com um saber próprio,
tornem os elementos fundamentais capaz de criar e de recriar a
para o desenvolvimento infantil. compreensão da realidade, da cultura e
de seu contexto histórico e cultural, por
Podemos afirmar, então, que o tema da meio das relações com os adultos e com
Parentalidade Positiva está contido no outras crianças.
objetivo do PADIN. Todas as
orientações e atividades direcionadas Fortalecer vínculos familiares, estimular
às famílias se propõem a criar espaços a criação de atitudes positivas e de
reflexivos sobre como desenvolver uma diálogo entre os cuidadores e as
educação baseada no diálogo, no crianças é uma forma, então, de ajudar
entendimento, na aceitação e na esse ser em desenvolvimento a crescer
compreensão, para que aconteçam de maneira saudável, com autonomia,
mudanças significativas nas relações respeitada e munida dos recursos
familiares. essenciais para o bom desenvolvimento
de sua personalidade e capaz de,

CARTILHA 03 • JULHO 2021 • PADIN


futuramente, fazer suas próprias escolhas frente às tantas possibilidades que
o mundo contemporâneo oferece.

Agora que relembramos os objetivos do PADIN e explicamos sua relação com


o tema da Cartilha desse mês, antes de prosseguir, responda as questões
abaixo com a primeira resposta que lhe vier à cabeça:

Para pensar um pouco


1. Para você, o que é uma família?
_________________________________
_________________________________
2. Existe um modelo ideal de
família?
_________________________________
_________________________________
3. As famílias que você acompanha
no PADIN são todas iguais? O que as
diferencia?
_________________________________
_________________________________
4. Como você explica a relação entre
Parentalidade Positiva e os objetivos
do PADIN? Como podemos em nossa
ação como ADI ou supervisor,
potencializar a parentalidade
positiva nas famílias?
_________________________________
_________________________________

Só prossiga depois que tiver


respondido, está certo!?
CARTILHA 03 • JULHO 2021 • PADIN
2. POR QUE TANTO
INTERESSE PELA PARENTALIDADE
POSITIVA?
“Sabemos que o processo de tornar-se pai e mãe vai muito além da
função biológica, sendo necessariamente marcado pelo contexto
sociocultural, pela história do sujeito na sua família e pela
subjetividade de cada um. A chegada de um novo bebê põe em
movimento aspectos subjetivos de cada um dos pais, englobando
ideais, medos, lembranças da própria infância, modelos paternos e
maternos, além de expectativas acerca do futuro."
(Michelle Christof Gorin)

A importância da família na vida de A família é a responsável pela


qualquer pessoa é um fato indiscutível. sobrevivência física e psíquica das
Ninguém consegue sobreviver sozinho. crianças, constituindo-se no primeiro
O ser humano necessita do sentimento grupo de mediação do bebê (indivíduo,
de pertença a um grupo, de se sentir sujeito, pessoa) com a sociedade. É na
cuidado e desejado, amado, acolhido e família que ocorrem os primeiros
protegido. A família deve ser esse lugar aprendizados: dos hábitos e costumes
de segurança, de abrigo, de da cultura, da língua, da identidade
identificação, de confiança e de cultural e de todas as ferramentas
liberdade. necessárias para que a apropriação do
mundo seja realizada. É no seio familiar
Por isso, para falar de Parentalidade que primeiro se concretizam os direitos
Positiva, é preciso antes entendermos das crianças: direitos aos cuidados
um pouco mais sobre a família. essenciais para seu crescimento e
Chamada de célula mater da sociedade, desenvolvimento físico, psíquico e
a família se constitui num ambiente social (BOCH, 2001).
complexo, com diferentes
configurações que se transforma e se
adaptam ao contexto social, cultural e
econômico seguindo o curso da história
e a evolução das relações, dos
costumes, das tradições e das ideias
advindas do contexto em que ela se
insere.

CARTILHA 03 • JULHO 2021 • PADIN


Para entendermos por que a Parentalidade Positiva é tão importante e a
razão de tanto interesse por esse tema, precisamos diferenciá-la de outras
duas palavras: paternidade e parentesco. Observe:

PATERNIDADE
É uma forma de explicar a família a
partir dos antigos princípios do
patriarcalismo, quando a família era
entendida a partir do “chefe”, ou seja
da figura paterna, que provê o
sustento e exerce a autoridade sobre
tudo e sobre todos.

PARENTESCO
É a extensão da família de
acordo com seu sistema de
organização com base na
consanguinidade, nos
acordos e em regras de
direito precisas. (avó/avô,
tio/tia, primos/primas etc.)

PARENTALIDADE
Autoridade conjunta do pai e da
mãe (ou das pessoas que
desempenham o papel de
cuidadoras(es) de modo igualitário.
Essas(es) são responsáveis por
desempenhar um conjunto de
funções e atividades voltadas para
desenvolvimento pleno e saudável
da criança.

Fonte: Adaptado de Souza, F. H. O. (2018). Mutações sociais, família e parentalidade. uma entrevista com Gerárd Neyrand.

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Como podemos observar, a Parentalidade vai para além das questões de
ordem biológica (progenitores) e/ou jurídica (pais oficiais, regras de
parentesco), perpassando a questão da educação e do cuidado (pessoas que
coabitam com as crianças, estão ligadas a elas, mesmo que não tenham laços
sanguíneos ou de parentesco).

Para melhor esclarecer, vejamos um conceito:

A parentalidade positiva integra o conjunto de funções


atribuídas aos pais para cuidarem e educarem os seus filhos
e é fundamental para a saúde e para o desenvolvimento da
criança. É definido como comportamento parental aquele
que assegura a criação e educação da criança com fixação de
limites, relacionamento positivo e otimização do seu
potencial de desenvolvimento (LOPES e DIXE, 2012).

Agora, vamos observar as figuras dos cestos. Veja primeiro um, depois o outro.

Abandono, negligência,
abandono escolar, maus tratos
físicos, psicológicos/abuso emocional, abuso
sexual, prostituição infantil, pornografia
infantil, exploração do trabalho Infantil,
exercício abusivo de autoridade, mendicância,
exposição a modelos de comportamento
desviante, corrupção de menores, prática de
fato qualificado como crime, uso de
entorpecentes, ingestão de bebidas
alcoólicas, problemas de saúde.
Cesto
nº 1
Anote quais as sensações ou sentimentos que o
conteúdo desse cesto lhe causa.
________________________________________
________________________________________
________________________________________

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Acolhimento, cuidado, acompanhamento
escolar, disciplina baseada no amor, no
carinho e na compreensão, respeito,
abrigo, segurança, educação, brincadeiras,
diálogo, empatia, autoestima elevada,
alimentação saudável, higiene, abraço,
proteção, direitos garantidos, cidadania.

Cesto
nº 2

Anote quais sensações ou sentimentos que o conteúdo desse cesto lhe causa.
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

Agora responda: Qual desses cestos parentais e fazer de conta que esses
nós vamos encontrar numa família que casos não existem.
exercita a Parentalidade Positiva? A
reposta é clara, né?! O Cesto nº 2. As políticas públicas voltadas para a
infância e para a primeiríssima infância,
Colocamos essas ilustrações para tocar a legislação brasileira e internacional,
em um assunto muito delicado. Mesmo programas como o PADIN e o Mais
a família sendo o lugar de proteção e Infância Ceará existem com objetivo de
cuidados, Boch (2001) nos relembra erradicarmos, de uma vez por todas,
que é na família em que muitas essas feridas sociais e garantir às
crianças e adolescentes têm suas nossas crianças um ambiente repleto
primeiras experiências de violência: a dos elementos contidos no cesto nº 2.
negligência, os maus-tratos, a violência
psicológica, a agressão física, o abuso Ou seja, um ambiente capaz de
sexual. garantir o direito de crescer e se
desenvolver de maneira saudável, de
Infelizmente essa é a realidade de receber o cuidado e atenção
muitas famílias e crianças. E não necessários para que se tornem de fato
podemos fechar os olhos para esse e de direito sujeitos ativos, autônomos
contexto, romantizar as relações e criativos.

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Para pensar um pouco
• Qual será sua atitude, enquanto ADI, se, em uma das casas visitadas,
você observar algum elemento do cesto nº 1?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
• Quais atividades serão desenvolvidas para que, em todas as casas das
famílias atendidas pelo PADIN, exista apenas os elementos do Cesto nº 2?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
• Você entende agora a razão de tanto interesse pelo tema da
Parentalidade Positiva? Comente sobre isso no planejamento com seus
colegas ADIs e com a(o) supervisora(or).
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________

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3. COMO PROMOVER A
PARENTALIDADE POSITIVA NA
FAMÍLIA?
“Cuidar é um ato de preservação, aprendido através das experiências
emocionais - afetivas e de conhecimentos, conforme as pautas culturais
locais. Este ato se traduz em atitudes, comportamentos de atenção, zelo,
respeito aos limites, cautela, frente a si próprio e ao outro. O cuidar dá-se
em três vertentes: consigo próprio - o autocuidado; cuidado para com o
outro - o cuidar de; e cuidado do outro para outro - o ser cuidado. As três
vertentes sempre precedem uma relação vincular, de apego e afeto. Não se
cuida se não há vinculo, afeto, estima a si próprio e ao outro." (IFAN, 2020)

Ao tratar do tema Parentalidade encarando-a como sujeito capaz e


Positiva com as famílias, o PADIN, pela participante, valorizando a sua
ação dos ADIs, objetiva estimular as participação na rotina da família e
práticas familiares a fim de promover acolhendo suas mensagens e respostas
as competências dos pais no sobre seu modo de ver e compreender o
desempenho das funções parentais e mundo à sua volta.
fortalecer as relações entre os pais e os
filhos, bem como melhorar o exercício Não é um trabalho fácil. Por isso as(os)
das funções parentais de forma a ADIs vão precisar exercitar suas
prevenir ou afastar as possíveis habilidades e conhecimentos na hora de
situações de perigo em que os seus conversar com as famílias, pois cada
filhos se encontram. uma tem sua história, sua dinâmica e
sua cultura. Ouvir sem julgar, dialogar e
Assim sendo, os ADIs devem ser observar atentamente são algumas das
orientados a encorajar e apoiar os pais atitudes necessárias na abordagem do
tema com as famílias, complementadas
na utilização de estratégias
por:
disciplinares positivas, informar e
orientar sobre a importância de uma
• Respeito
alimentação saudável e que o sono é
essencial para o bom funcionamento do • Delicadeza/disponibilidade
organismo. É importante, igualmente, • Compreensão/ Empatia
utilizar atividades que visem capacitar • Comunicação/Apoio
os pais/mães/cuidadoras(es) para • Afeto/cordialidade
ensinar aos filhos/às filhas como gerir • Flexibilidade/criatividade
as emoções. Outra ação importante • Negociação/Mediação
para fortalecer na família, é o exercício • Controle do estresse/tolerância
da escuta qualificada da criança,

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Essas habilidades, como podemos observar, são também aquelas que devem ser
desenvolvidas na família para que os vínculos afetivos sejam fortalecidos e as
crianças possam crescer e se desenvolver vivenciando um ambiente capaz de
ajudá-las na aquisição e na construção dessas características em si próprias.
Aqui vale a filosofia da educação pelo exemplo.

Um bom exercício para estabelecer a empatia com os


pais/mães/cuidadoras(es) é começar fazendo estes questionamentos:

1.Como você aprendeu a ser Pai/Mãe? Observando, criando irmãos,


ajudando?
2.O que você sente e pensa sobre ser Pai/Mãe hoje? O que está mais fácil e o
que está mais difícil?
3.De que coisas você acha que sua(seu) filha(o) necessita para crescer bem e
saudável?
4.Que coisas você pensa que pode fazer para melhorar a sua relação com
sua(seu) filha(o) para torná-la(o) mais feliz?

Vá observando e anotando as respostas e, depois dessa conversa, introduza o


tema Parentalidade Positiva e como essa prática pode ajudar a melhorar as
relações e vínculos entre pais/mães/cuidadoras(es) e crianças. Então,
apresente os Cards ou outra atividade que você achar importante nesse
momento. Você pode utilizar também as sugestões citadas no item 6 -
Exercitando a Parentalidade Positiva - desta Cartilha.

Ao receber os retornos das famílias, após a realização das atividades


orientadas, preencha o diagrama abaixo com as informações. Isto será útil na
hora de preencher os relatórios no sistema de Monitoramento do PADIN.

Mudanças observadas nas Mudanças observadas na


crianças família
Mudanças físicas, emocionais, Hábitos, costumes, tom da voz,

gostos, rotinas, interação com linguagem, interação com as

as pessoas. crianças

Mudanças observadas no ambiente


Organização da casa, espaços, brinquedos,
atividades realizadas...

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Para entender mais sobre a escolha das atividades a serem desenvolvidas com
as famílias, leia o texto abaixo:

A parentalidade positiva envolve complexo conjunto de responsabilidades para


os pais e pressupõe atividades quotidianas que previnam comportamentos de
risco, fomentem comportamentos desejados e respondam às necessidades da
criança e que se integram em cinco domínios da função ou dimensões:

1. NECESSIDADES FÍSICAS DA CRIANÇA:


Englobam atividades que visam à satisfação das necessidades básicas da
criança, como a alimentação, repouso e higiene;
2. SEGURANÇA DA CRIANÇA:
Engloba atividades que visam à proteção da saúde e dos perigos e os cuidados
na doença da criança;
3. DESENVOLVIMENTO, COMPORTAMENTO E ESTIMULAÇÃO DA CRIANÇA:
Engloba as atitudes para a promoção de comportamentos adequados e
atividades de promoção do desenvolvimento e estimulação da criança;
4. COMUNICAÇÃO POSITIVA COM A CRIANÇA:
Engloba atitudes positivas e o desenvolvimento de interação entre pais e
crianças e a adoção de relacionamento de afeto e amor;
5. DISCIPLINA POSITIVA:
Inclui a promoção do autocontrole e o estabelecimento de limites à criança com
consistência e amor.

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4. DIMENSÕES DA
PARENTALIDADE POSITIVA
"A infância se caracteriza como um período relativamente curto do
desenvolvimento humano, mas bastante importante no que diz respeito a
desdobramentos ao longo de toda a trajetória de vida." (Michaela Farber).
Ser pai/mãe/cuidadora(or) responsável por uma criança é uma tarefa
prazerosa, mas distante de ser fácil. Sobre os ombros de quem está à frente
da condução do processo de criar/educar uma criança pesam os deveres de
cuidar da dimensão física, emocional e social, ensinar-lhe controle e
disciplina e ainda proporcionar os melhores meios e as melhores condições
para que o processo de desenvolvimento aconteça de forma saudável,
contribuindo para a formação de um ser humano capaz de viver e interagir
em sociedade com iniciativa, autonomia, criatividade e liberdade.

O exercício da Parentalidade Positiva envolve, pelo menos, 5 dimensões:

Compreender as necessidades
físicas da criança.

Promover a segurança Exercer uma


da criança. disciplina positiva.
Parentalidade
Positiva

Promover o desenvolvimento,
comportamento e a Comunicar de forma
estimulação da criança. positiva com o filho.

O exercício de praticar a parentalidade positiva contribui para a criação de


vínculos e de confiança, quando baseada nos princípios da comunicação não-
violenta e no esforço cotidiano para estabelecer
.
relações equilibradas entre todos
os membros da família. Isso requer dos pais/mães/cuidadoras(es)
•.
um nível de
equilíbrio emocional muito alto, que se traduz
•.
em atitudes de reconhecimento e
comunicação das próprias emoções, do aprendizado
•.
sobre o cuidado de si para
poder cuidar do outro, da autorresponsabilidade (responsabilidade consigo
próprio que capacita a pessoa a se tornar responsável por outra).

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A questão da disciplina é fator essencial no exercício positivo da
parentalidade. É preciso compreender a possibilidade de educar sem precisar
punir, comunicar sem precisar gritar, ser firme sem perder a gentileza e
aprender a abrir mão de muitas coisas em nome do amor e do afeto, da
educação e do cuidado para com a criança.

Pais/mães/cuidadoras(es) são os primeiros exemplos. Tudo delas(es) é


aprendido e imitado. Por isso a importância de manter as relações familiares
equilibradas o máximo possível. Evitar brigas, desentendimentos, gritarias e
palavrões na frente das crianças, tentar manter o diálogo como ferramenta
de resolução dos conflitos, aprender a ter autocontrole, estar disposta(o) a
mudar e saber ouvir se constituem nos passos diários da jornada familiar no
exercício contínuo da parentalidade positiva.

Para pensar um pouco


1.As famílias que você acompanha, enquanto ADI, praticam ações
relacionadas com algumas dessas dimensões? Quais?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
2.Como (quais estratégias) podemos utilizar na hora de apresentar
essas dimensões para a família?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
3.Como você vai agir quando encontrar:
a.Pais/mães/cuidadores que gritam com seus filhos;
________________________________________________________________
________________________________________________________________
b.Pais/mães/cuidadores que ainda acreditam na “palmadinha” para
disciplinar a criança;
________________________________________________________________
________________________________________________________________
c. Pais/mães/cuidadoras(es) com crianças deficientes em casa e que não
procuram os serviços públicos adequados para receber o devido
tratamento/acompanhamento.
________________________________________________________________
________________________________________________________________

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5. EXERCITANDO A
PARENTALIDADE POSITIVA
A parentalidade positiva integra o conjunto de funções atribuídas aos pais para cuidarem e
educarem os seus filhos e é fundamental para a saúde e para o desenvolvimento da criança. É
definido como comportamento parental aquele que assegura a criação e educação da criança
com fixação de limites, relacionamento positivo e otimização do seu potencial de
desenvolvimento. (MOTTA, 2006)

No desenvolvimento das ações diárias objetivo promover o desenvolvimento


e diante do desafio de trabalhar esse da criança e gerir os seus
tema com as famílias atendidas pelo comportamentos-problema de uma
PADIN, os ADIs e supervisores forma positiva. Apesar de não existir
municipais devem se perguntar na hora uma única fórmula para a
de planejar: Como os pais podem parentalidade positiva, é possível
ajudar as crianças a desenvolver suas destacar cinco princípios educativos
capacidades sociais, emocionais, de fundamentais na atuação dos pais face
autonomia e cognitivas? E como os às(aos) suas(seus) filhas(os):
ADIs podem colaborar com as famílias
orientando-as para protagonizar o
exercício da parentalidade positiva por
meio de suas atitudes a fim de
provocar mudanças de comportamento,
de entendimento do ser criança e da
forma de interagir com elas no
cotidiano familiar.

É uma reflexão ampla e uma


responsabilidade grande. Mas é
responsabilidade desses profissionais e
objetivo do programa tratar essas
questões com o objetivo de criar
estratégias para que os vínculos
familiares sejam realmente fortalecidos
e as crianças possam crescer e se
desenvolver num ambiente onde sejam
respeitadas, onde tenham sua
autonomia exercitada e estimulada e
onde a solidariedade seja uma
constante.

O que se entende por comportamentos


parentais positivos? São os
comportamentos que têm como

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1. Satisfação das necessidades básicas: Alimentação, aconchego, saúde e segurança.
Conjunto organizado de rotinas quotidianas e semanais que habitualmente veiculam
sentimentos positivos e contribuem para o desenvolvimento de um sentimento de
segurança e controle, por parte da criança, sobre o que se passa à sua volta

2. Satisfação das necessidades de afeto, confiança e segurança construção de um


ambiente relacional ao mesmo tempo caloroso e responsivo, com relações marcadas
pelo carinho, humor positivo, reforços positivos e elogios, adequados em função da
idade da criança.

3. Organização de um ambiente familiar estruturado. Existência de espaços para as


crianças e rotinas diárias bem estabelecidas.

4. Organização de um ambiente familiar positivo e estimulante. A estimulação pode


ser de natureza sensoriomotora, socioemocional ou cognitivointelectual. Exploração
dos objetos e estímulo à movimentação no espaço

5. Supervisão e disciplina positiva. Por disciplina positiva entende-se um conjunto de


estratégias comportamentais não agressivas que permitem aos pais ensinar e modelar
comportamentos socialmente adequados na criança e lidar com as situações de
incumprimento de regras e limites.

Fonte: CRUZ, 2014.

Sugerimos a seguir uma lista de atividade que podem ser realizadas com a
família, principalmente em Encontros de Pais, quando for possível. Com a
criatividade e o compromisso da equipe do GT PADIN Municipal, o encontro será
um sucesso.

Principais técnicas para


promoção de práticas parentais positivas.
• Palestras e rodas de conversa sobre Parentalidade Positiva;
• Dramatizações sobre o certo e o errado (um grupo faz o papel das crianças e outro
faz o papel dos pais e depois invertem a situação);
• Exposição de vídeos seguidos de uma roda de conversas dirigida por um facilitador;
• Mensagens por meios eletrônicos (WhatsApp e Messenger, por exemplo) com dicas e
ilustrações sobre como exercer a parentalidade positiva;
• Envio de podcasts;
• Visitas domiciliares (quando for possível) para ouvir a família e exercitar o papel de
confidente das(os) pais/mães/cuidadoras(es) a fim de oferecer um suporte emocional
ou um aconselhamento;
• Treinamento de massagem afetiva para bebês;
• Oferta de livros e de brinquedos para interação com a criança;

Fonte: Adaptado de SCHMIDT, STAUDT e WAGNER (2016)

CARTILHA 03 • JULHO 2021 • PADIN


Para melhor entender a diferença entre uma prática de parentalidade positiva e
negativa, você poderá mostrar aos pais o quadro abaixo sem deixar que eles
vejam o lado positivo. O ADI diz a prática negativa e a(o)
pai/mãe/cuidadora(or) tem que dizer o contrário:

Atitudes positivas Atitudes negativas


punitiva/castigo: castigar a criança
não punitiva colocando-a em um quarto ou canto
da sala, ou retirando brinquedo,
passeio...
punitiva/física: puxar pela orelha,
lavar a boca com sabão, dar um
tapa...
educativa: conversar com a criança imperiosa: dar o brinquedo a outra
explicando o que ela pode e o que criança, obrigar a dormir, mandar
não pode fazer calar a boca...
interessado/atencioso: demonstrar displicente/indiferente/passiva: não
interesse pelos sentimentos e tomar atitude diante de
atividades da criança, estimulando- comportamentos negativos, ignorar
a a falar sobre eles... os sentimentos e/ou atividades da
criança...
caloroso: consolar; afagar, procurar não caloroso
alegrar...
confiável: inspirar confiança, não confiável
manter segredo
oferece apoio: procurar ajudar a Reclamar e culpar
resolver os problemas, socorrer... não estimula a compartilhar
estimula a compartilhar: orienta a não compartilha com ninguém
criança a compartilhar os
brinquedos...
conta com alguém da família, a criança prefere não falar sobre os
seus problemas porque se sente
envergonhada
atribui responsabilidade: atribui não atribui responsabilidade
tarefas aos cuidados da criança
não usa prêmio usa prêmio: oferece prêmios para
que a criança ajude, ou se comporte
bem.

Fonte: Adaptado de Motta et al (2006).

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10 ideias para ensinar o valor do amor para
as crianças:
1. Seja um exemplo de amor para as(os) filhas(os). Que jamais faltem beijos e
abraços
2. Separe um tempo exclusivo para as(os) filhas(os) e esteja realmente com
elas(es). Ouça-as(os), leiam juntos, cozinhem, brinquem, perguntem sobre como
foi o dia.
3. Ensine que quem ama cuida: isso pode acontecer com as plantas (respeito
ao meio ambiente), com os animais domésticos, com a natureza e com os
irmãozinhos ou com outros parentes quando estes estiverem doentes.
4. Leia livros, historinhas e assista filmes e desenhos que falem de amor! Nada
de filmes e jogos violentos.
5. Faça sua(seu) filha(o) entender que o amor perdoa tudo. Lembre-se:
responsabilizar é amar!
6. Ensine sua(seu) filha(o) a amar a si mesmo para que ela(e) possa depois
aprender a amar os outros. Vale aqui aprender o ditado popular desde cedo: “Não
faça aos outros aquilo que você não quer que façam a você”.
7. Motive suas(seus) filhas(os) a demonstrarem o amor através de um
presente surpresa: pode ser uma flor, um desenho, um objeto feito de material
reciclado, uma fruta. O importante é a surpresa acompanhada de frases como “eu
te amo” ou “lembrei de você e trouxe isso... etc.
8. Surpreenda sua(seu) filha(o) fazendo a comida preferida dele e dizendo que
fez isso porque ele/ela é especial.
9. Reconheça com alegria cada momento de amor vivido entre a família.
10. Não faça fotos apenas para as redes sociais. Faça fotos com sentido e que
possam se tornar recordações gratificantes de momentos felizes.

CARTILHA 03 • JULHO 2021 • PADIN


Brincar com a família preenchendo o
Boletim dos Pais/Mães/Cuidadores
PERGUNTA NOTA
1. Você brinca com suas/seus
filhas/filhos?
2. Você conta história para elas/eles
na hora de dormir?
3. Você assiste televisão junto com
elas/eles?
4. Você sai para passear com
suas/seus filhas/filhos?
5. Suas/seus filhas/filhos já ajudam
você em alguma tarefa doméstica?
6. Você se senta para conversar com
suas/seus filhas/filhos?
7. Vocês fazem as refeições juntos?
8. Suas/seus filhas/filhos fazem
carinho em você, abraçam, beijam?
9. Você faz carinho nas(os) suas/seus
filhas/filhos?
10. Você ensina sobre respeito para
com as outras pessoas?

Legenda:
Uma carinha feliz = SEMPRE,
Uma carinha "mais ou menos" = ÀS VEZES.
Uma carinha triste = NUNCA

Resultado: Conte apenas as carinhas felizes. Cada carinha feliz é um ponto.


De 0 a 3: Estão precisando urgentemente começar a exercitar a parentalidade
positiva.
De 4 a 7; Está bom, mas pode melhorar muito!
De 8 a 10: Parabéns! Você pratica a parentalidade positiva. Continue firme.

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6. ORIENTAÇÕES
PARA USO DOS CARDS
Os Cards criados pela equipe GT PADIN/Seduc são sugestões de atividades
para serem desenvolvidas com as crianças pelas famílias. O papel das(os) ADIs
é orientar sobre como fazer as atividades e quais os resultados esperados.
Sugerimos seguir o roteiro abaixo na hora de apresentar o Card para a família.

1. Conheça quais são as atividades que a família já desenvolve e quais são as


carências que podem ser supridas com as propostas dessa Cartilha. ANOTE
tudo. Isso pode servir de material para outros Cards em outros momentos.
2. Caso a a atividade proposta já seja praticada pela família, pesquise outras,
observe no Guia dos Pais, converse com as(os) ADIs mais experientes.
3. Esteja consciente do objetivo do Card e de quais habilidades da criança
podem ser desenvolvidas com a execução da atividade.
4. Converse com a família se eles gostaram da atividade, como a criança se
comportou ao realizar a brincadeira, se houve envolvimento da família ou
apenas da(o) cuidadora(or).
5. Caso a família não tenha realizado a atividade, procure saber a razão,
informe para a supervisora e deixe registrado no seu relatório. Isso é
importante para a elaboração dos materiais futuros.

Mais u Sugestão
Ao final das atividades do mês de julho, peça um retorno da família sobre
como se sentiram durante esse mês em que se trabalhou a parentalidade
positiva. Eis um exemplo de ficha para coletar as percepções da família:

CARTILHA 03 • JULHO 2021 • PADIN


7. REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Gervásio e ROCHA, Cristina. A importância da parentalidade positiva
no processo de autointegração e de aprendizagem do ser humano. Faculdade de
Psicologia e Ciências da Educação U. Porto. Universidade do Porto – FPCE.

BARROSO, Ricardo G., MACHADO, Carla. Definições, dimensões e determinantes


da parentalidade. PSYCHOLOGICA 2011, nº 52, págs. 211-230.

BOCK, A. M. Bahia, FUTADO, Odair e TEIXEIRA, M. de L. Trassi. Família... o que


está acontecendo com ela? In: Psicologias, uma introdução ao estudo de
Psicologia. 13 ed. São Paulo: Saraiva, 2001.

CEARÁ. Secretaria da Educação do Estado do Ceará. Manual introdutório.


Fortaleza: SEDUC, 2016. (Coleção Programa de Apoio ao Desenvolvimento
Infantil – PADIN).

_____ Atividades do Programa. Fortaleza: SEDUC, 2016. (Coleção Programa de


Apoio ao Desenvolvimento Infantil – PADIN).

_____ Manual 3 – Guia dos Pais. Fortaleza: SEDUC, 2016. (Coleção Programa de
Apoio ao Desenvolvimento Infantil – PADIN).

GORIN, M. C., Mello, R., MACHADO, R. N., & FÉRES-CARNEIRO, T. O estatuto


contemporâneo da parentalidade. (2015). SPAGESP - Sociedade de Psicoterapias
Analíticas Grupais do Estado de São Paulo Revista da SPAGESP, 16(2), 3-15.

IFAN - INSTITUTO DA INFÂNCIA. Proteção contra a violência doméstica.


Projetos desenvolvidos nos bairros: Vicente Pinzon, Mucuripe, Cais do Porto e
Praia do Futuro II. PROJETO PRIMEIRA INFÂNCIA É PRIORIDADE (paper).
Fortaleza: IFAN, 2020. disponível em www.ifan.com.br

LOPES, M. da S. de O. Custódio e DIXE, M. dos A. C. Rodrigues. Exercício da


parentalidade positiva pelos pais de crianças até três anos: construção e
validação de escalas de medida. Rev. Latino-Am. Enfermagem 20(4):[09 telas]
jul.-ago. 2012. Disponível em: www.eerp.usp.br/rlae

MOTTA, D. da C., FALCONE, E. M. de O., CLARK C., MANHÃES, A. Práticas


educativas positivas favorecem o desenvolvimento da empatia em crianças.
Psicologia em Estudo, Maringá, v. 11, n. 3, p. 523-532, set./dez. 2006

SCHMIDT, B., STAUDT, A. C. P., WAGNER, A. Intervenções para promoção de


práticas parentais positivas: uma revisão integrativa Contextos Clínicos, 9(1):2-
18, janeiro-junho 2016. Unisinos - doi: 10.4013/ctc.2016.91.01
.

CARTILHA 03 • JULHO 2021 • PADIN


PARA CONTINUAR
PENSANDO E AGINDO

“As crianças, quando bem


cuidadas, são uma semente
de paz e esperança.”
(Zilda Arns Neumann: última
conferência, Haiti, 2010)

CARTILHA 03 • JULHO 2021 • PADIN

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