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um diálogo possível
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Giani Peres Pirozzi
A escola
Paulo Freire
Escola é...
O lugar onde se faz amigos,
Não se trata só de prédios, salas, quadros,
Programas, horários, conceitos...
Escola é, sobretudo, gente,
Gente que trabalha, que estuda,
Que se alegra, se conhece, se estima.
O diretor é gente,
O coordenador é gente, o professor é gente,
O aluno é gente,
Cada funcionário é gente.
E a escola será cada vez melhor
Na medida em que cada um
Se comporte como colega, amigo, irmão.
Nada de “ilha cercada de gente por todos os lados”.
Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir
Que não tem amizade a ninguém,
Nada de ser como o tijolo que forma a parede,
Indiferente, frio, só.
Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar,
É também criar laços de amizade,
É criar ambiente de camaradagem,
É conviver, é se “amarrar nela”!
Ora, é lógico...
Numa escola assim vai ser fácil
Estudar, trabalhar, crescer,
Fazer amigos, educar-se,
Ser feliz.
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Giani Peres – Pedagoga formada na Unicamp, pós-graduada em Métodos e Teorias de Pesquisa
(Unicamp) e pós-graduada em Educação Infantil (Castello Branco). MBA – Gestão Estratégica de
Pessoas (Cruzeiro do Sul). Coordenadora Pedagógica do SESI – Itu. Professora do curso de
Pedagogia – CEUNSP.
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A criança aprende o que vive e
vive o que aprende.
Se a criança vive criticada,
Ela aprende a criticar;
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Mães más
Um dia, quando meus filhos forem crescidos o suficiente para entenderem a lógica que
motiva os pais e as mãe, eu hei de dizer-lhes:
- Eu os amei o suficiente para ter perguntado aonde vão, com quem vão e a que horas
regressarão.
Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem
que aquele novo amigo não era boa companhia.
Eu os amei o suficiente para os fazer pagar as balas que tiraram do supermercado ou
revistas do jornaleiro, e os fazer dizer ao domo: “nós pegamos isto ontem e queríamos
pagar”.
Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé junto de vocês, duas horas, enquanto
limpavam o seu quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos.
Eu os amei o suficiente para os deixar ver além do amor que eu sentia por vocês, o
desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos.
Eu os amei o suficiente para os deixar assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo
quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.
Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes, não, quando eu sabia que
vocês, poderiam me odiar por isso (e em momentos até odiaram). Essas eram as mais
difíceis batalhas de todas.
Estou contente, venci...Porque no final venceram também!
E em qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica
que motiva os pais e mães, quando eles lhe perguntarem se sua mãe era má, meus filhos
vão lhes dizer:
- “Sim, mossa mãe era má. Era a mãe mais má do mundo...”
As outras crianças comiam doces do café e nós tínhamos que comer cereais, ovos e
torradas.
As outras crianças bebiam refrigerante e comiam batatas fritas e sorvete no almoço e nós
tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas. E ela nos obrigava a jantar à
mesa, bem diferente das outras mães que deixavam seus filhos comerem vendo televisão.
Ela insistia em saber onde estávamos a toda hora (tocava nosso celular de madrugada e
“fuçava” nosso e mails). Era quase uma prisão.
Mamãe tinha que saber quem eram nossos amigos e o que nós fazíamos com eles.
Insistia que lhe disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorássemos apenas
uma hora ou menos.
Nós tínhamos vergonha de admitir, mas ela “violava as leis do trabalho infantil”. Nós
tínhamos que tirar a louça da mesa, arrumar nossas bagunças, esvaziar o lixo e fazer todo
esse tipo de trabalho que achávamos cruéis. Eu acho que ela nem dormia à noite,
pensando em coisas para nos mandar fazer.
Ela insistia sempre conosco para que lhe disséssemos sempre a verdade e apenas a
verdade. E quando éramos adolescentes, ela conseguia até ler nosso pensamentos.
A nossa vida era mesmo chata. Ela não deixava os nosso amigos tocarem a buzina para
que saíssemos, tinham que subir, bater na porta, para ela os conhecer.
Enquanto todos podiam voltar tarde, à noite, com 12 anos, tivemos que esperar pelo
menos 16 para chegar um pouco mais tarde, e aquela chata levantava para saber se a
festa foi boa (só para ver como estávamos ao voltar).
Por causa de nossa mãe, nós perdemos imensas experiências na adolescência:
Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em atos de vandalismo, em
violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum criem. FOI TUDO POR CAUSA
DELA.
Agora que já somo adultos, honestos e educados, estamos a fazer o nosso melhor para
sermos “PAIS MAUS”, como minha mãe foi.
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Philippe Perrenoud
10 competências para ensinar.
1 – Organizar e dirigir situações de aprendizagem;
2 – Administrar a progressão das aprendizagens;
3 – Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação;
4 – Envolver alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho;
5 – Trabalhar em equipe;
6 – Participar da administração da escola;
7 – Informar e envolver os pais;
8 – Utilizar novas tecnologias;
9 – Enfrentar os deveres e dilemas éticos da profissão;
10 – Administrar sua própria formação contínua.
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Esquema da relação
ESCOLA – FAMÍLIA -
Sem
COMUNIDADE
TIPO 1 TIPO 2 TIPO 3 TIPO 4 Integração
Integração
Nenhuma Total
Competência:
Informar e Envolver os Pais
Palavra de ordem nos dias atuais
Século XX – Preocupação e Participação dos
pais na Educação Escolar.
DISTÂNCIA
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Papéis dos pais e das escolas