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Desenvolvimento de Processos

Químicos:
Produção de etanol a partir da beterraba.
DISCENTE(S): CACIO HENRIQUE
ENZIO CARVALHO DIAS
ÍSIS VITÓRIA CARVALHO
NÚRYA LOPES
BRENDA MARTINS

DOCENTE: Me. LUIZ GOMES JUNIOR


DISCIPLINA: DESENVOLVIMENTO DE
PROCESSOS QUÍMICOS

MONTES CLAROS
DEZEMBRO/2022
Sumário

1. Definição de um processo químico 1


1.1. Histórico sobre as diversas matérias primas para obtenção de Etanol 2
1.2. Obtenção do Etanol a partir da beterraba 3
2. Descrição da rota utilizada a partir da beterraba 4
2.1. Diagrama de blocos (BFD) do processo de produção
2.2. Fluxograma de Processos (PFD) do processo de produção 5
2.3. Diagrama de tubulação e instrumentação (P & ID) 6
2.4. Balanço de Massa e Energia 7
3. Conclusão 8
Referências 9

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1.Definição de um processo químico

• Processo químico: conjunto de diversas atividades que, preferencialmente, se


desenvolvem por uma equipe de engenheiros químicos, a partir da
necessidade de produção de um determinado produto em escala industrial, que
envolva alguma transformação química da matéria prima.

• Etapas importantes : A rota tecnológica para obtenção do produto final, os


fluxogramas do processo (definição dos equipamentos e seu sequenciamento
e das correntes) e as dimensões dos equipamentos, as condições
operacionais, estabelecidas de acordo com critérios econômicos, ambientais e
de segurança.

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1.1. Histórico sobre as diversas matérias primas para obtenção de
Etanol

• Brasil: segunda maior fonte de energia renovável de etanol do mundo.

• A produção de etanol: abundância de terra e mão-de-obra qualificada e


segurança para os trabalhadores.

• Diversidade de matérias primas: o Brasil possui compostos importantes no


processo como a sacarose, a glucose e a frutose, que são encontrados no milho,
beterraba, batata doce e cana-de-açúcar.

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1.1. Histórico sobre as diversas matérias primas para obtenção de
Etanol

• Segundo dados IEA (Agência Internacional de Energia), a utilização de etanol


produzido através da cana-de-açúcar reduz em média 89% a emissão de gases
responsáveis pelo efeito estufa – como dióxido de carbono (CO2), metano (CH4)
e óxido nitroso (NO2) – se comparado com a gasolina, por isso ainda é a opção
mais popular no Brasil.
• De maneira geral, o etanol é obtido a partir da extração direta do caldo dos
sacarídeos ou de matérias amiláceas,e é denominado como etanol de primeira
geração.
• O etanol proveniente de fontes lignocelulósicas é chamado de segunda geração
e requer procedimentos adicionais para deixar a celulose e a lignina acessíveis à
ação enzimática (hidrólise), proporcionando a quebra desses compostos em
moléculas simples, facilmente fermentáveis por microorganismos.

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1.1. Histórico sobre as diversas matérias primas para obtenção de
Etanol
• Produção de etanol a partir da batata-doce: começa com a lavagem para
retirada de partículas de solo e outros resíduos. Em seguida, ela é moída em
uma mistura com água e as células da batata-doce são abertas para simplificar a
próxima etapa de extração do açúcar, usando um triturador. A separação
magnética é feita para evitar a presença de quaisquer compostos metálicos, o
que dificultaria o processo (FRANCO, 2021).

• O processo de fermentação é realizado em uma temperatura ambiente por


aproximadamente 30 horas. O álcool que é alcançado é resultado da mistura de
água e álcool(FRANCO, 2021).

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1.1 Histórico sobre as diversas matérias primas para obtenção de
Etanol
• Em relação ao milho, verifica-se que trata-se de uma biomassa amilácea.

• Ele é cultivado em todos os continentes, mas possui grande destaque nos EUA,
ocupando o equivalente a 147 milhões de hectares em todo o mundo.

• Esse amido, através da hidrólise, produzirá a sacarose a ser fermentada para a


produção de etanol. Cabe mencionar que a partir do milho, pode-se produzir
bioetanol a partir de dois processos: a moagem úmida ou a seca. Na via úmida o
grão de milho é separado em frações, e dessa forma o amido é convertido em
açúcares por um processo enzimático. E então, os açúcares são fermentados
por leveduras especiais e o mosto resultante é destilado e convertido em etanol
(MACHADO, 2006).

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1.1 Histórico sobre as diversas matérias primas para obtenção de
Etanol

• Beterraba: Uma oportunidade alternativa para a produção de etanol.

• A maior vantagem da beterraba é o aproveitamento dos produtos secundários


obtidos durante o seu processamento. Os produtos secundários obtidos no
processamento da beterraba são os que apresentam maior conteúdo energético,
18,1 MJ/l de etanol (EL BASSAM,2010).

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1.2. Obtenção do Etanol a partir da beterraba

• A produção de etanol de beterraba é idêntica à da cana-de-açúcar, pois, com a


beterraba, o etanol é obtido a partir da sacarose.
• A primeira etapa é a limpeza. Depois, elas são cortadas em fatias finas e
deixadas em repouso em uma enorme tina com água quente, para extrair o
açúcar e outras substâncias, logo depois é passado para esterilização do mosto,
fermentação, destilação, retificação e desidratação (EL BASSAM, 2010).

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1.2. Obtenção do Etanol a partir da beterraba

• O etanol pode ser obtido de duas formas: por síntese química e por
fermentação.
• Via fermentativa: Processo é constituído de três partes: preparo do substrato,
fermentação e destilação do fermentado. A fermentação alcoólica é um
processo anaeróbico que ocorre pela transformação de açúcares (C6H12O6) em
álcool etílico (C2H5OH), e dióxido de carbono (CO2), catalisado por enzimas, ou
seja, trata-se de uma transformação química (GUPTA e DEMIRBAS, 2010).
Este processo é executado principalmente por leveduras que são as mesmas
empregadas na fabricação de pão, cerveja e vinho.

C12H22O11 → C6H12O6 + C6H12O6 (1)


sacarose glicose frutose

C6H12O6 → 2CO2 + 2C2H5OH + energia (1.1)


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1.2. Obtenção do Etanol a partir da beterraba

Fonte: https://pt.wikiversity.org/wiki/Ficheiro:Fluxograma_etanol.png.

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1.2. Obtenção do Etanol a partir da beterraba

• O melaço retirado da beterraba tem composição variável, sendo um


subproduto da beterraba, contendo de 50% a 55% de açúcares
fermentescíveis, tendo assim um bom rendimento por tonelada, para a
produção de álcool;

• A beterraba pode ser considerada uma boa fonte de etanol, tendo uma alta
concentração de açucares em torno de 15%, fazendo com que uma tonelada
de beterraba possa render cerca de 100L de álcool;

• Custos produção de 1 tonelada de açúcar refinado (França):R$ 1100,00.

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2. Descrição da rota utilizada a partir da beterraba

• Primeira etapa: lavagem onde é retirado toda a terra remanescente;

• Segunda etapa: a matéria prima é cortada em formato de palitos para desta


forma aumentar a superfície de extração da sacarose;

• Terceira etapa: os palitos são enviados para um um tanque chamado de difusor


onde beterraba e água quente circulam em contracorrente, aumentando assim, o
tempo de contato a concentração de açúcar na solução

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2. Descrição da rota utilizada a partir da beterraba

• Quarta etapa: lavagem onde é retirado toda a terra remanescente;

• Quinta etapa: À saída do difusor, a beterraba contém um teor de umidade da


ordem dos 95 %, pelo que é depois prensada até atingir 75 % de umidade,
permitindo a extração de parte do açúcar ainda residente nos palitos;

• Sexta etapa: processo de evaporação para aumentar a sua concentração em


açúcar, formando um xarope espesso;

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2. Descrição da rota utilizada a partir da beterraba

• Sétima etapa: fermentação do xarope formando; saída de dois produtos

• Oitava etapa: centrifugação do caldo fermentado, que constitui a fase líquida e


onde se encontra o etanol, e as leveduras responsáveis pela fermentação

O resíduo restante após a destilação é novamente introduzido no tanque de


fermentação, reciclando o material.

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2.1. Diagrama de blocos (BFD) do processo de produção

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2.2. Fluxograma de Processos (PFD) do processo de produção

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2.3. Diagrama de tubulação e instrumentação (P & ID)

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2.4. Balanço de Massa e Energia

Tabela 01 - Composição Suco de Beterraba Crua

Componentes Percentual Mássico (%)

Água 65,62

Sólidos 17,30

Sacarose 16,50

Outros Açúcares 0,24

Impurezas 0,34

Fonte: Bowen, C. Kennedy e Miranda (2010)

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2.4. Balanço de Massa e Energia

Tabela 02 - Balanço de Massa Global (Kg/ano)

Componentes Entrada Saída Saída - Entrada

1,1,2-TriChEth 671,999,934 671,999,934 -0

Hidróxido de Cálcio 26,879,997 194,880 - 26,685,117

CaCO3 0 36,046,067 36,046,067

Dióxido de Carbono 21,680,000 120,503,778 98,823,778

Álcool Etílico 4,966,080 125,004,938 120,038,858

Sólidos Inertes 67,199,993 67,199,993 -0

Sacarose 241,919,976 18,943,673 - 222,976,303

Água 2,191,264,106 2,186,017,045 - 5,247,061

Fermento 6,720 6,720 0

TOTAL 3,225,916,806 3,225,917,029 222

Fonte: Bowen, C. Kennedy e Miranda (2010)


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3. Conclusão

Quando comparamos a produção de etanol a partir da beterraba e da


cana-de-açúcar, alguns pontos podem ser decisivos, que contribuem para um
preço menor. No caso da beterraba além de precisar ser cultivada em ambientes
de clima moderado, a beterraba precisa ser replantada todos os anos por
sementes, já no caso da cana só precisam ser renovados a cada seis anos,
fazendo com que a cana leve uma vantagem considerável sobre o etanol de
beterraba.
Os países da União Europeia cultivam juntos 1,4 milhão hectares de beterraba,
contam com 106 usinas em atividade e produzem 14 milhões toneladas de açúcar
por ano. Já o Brasil, sozinho, tem oito milhões de hectares de cana, 440 usinas em
operação e fabrica anualmente 38 milhões toneladas de açúcar.

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Referências

BOWEN, Emily; C. KENNEDY, Sean; MIRANDA, Kelsey. Ethanol from Sugar Beets: A Process and Economic
Analysis: A Major Qualifying Project Submitted to the faculty of WORCESTER POLYTECHNIC INSTITUTE In
partial fulfillment of the requirements For the Degree of Bachelor of Science. Worcester Polytechnic Institute,
Worcester Polytechnic Institute, p. 143, 29 abr. 2010.
PERLINGEIRO, C. A. G. Engenharia de Processos: Análise, Simulação, Otimização e Síntese de Processos
Químicos. 1ª Ed. Editora Blucher. 2005.
FRANCO, Antonio Carlos; FRANCO, Luciane. Tecnologias sustentáveis utilizadas na produção de etanol de
batata-doce: estudo comparativo entre Brasil e China. Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales, [s. l.],
v. 1, ed. 8, p. 47-65, 2021.
MACHADO, C. M. M; ABREU, F. R. Produção de álcool combustível a partir de carboidratos. Revista de
Política Agrícola. Rio de Janeiro. N° 3. p. 64 - 78, Julho/Agosto, 2006.
EL BASSAM, N., Handbook of Bioenergy Crops – A Complete Reference to Species, Development and
Applications. Reino Unido: Earthscan.2010.
GUPTA, R. B. e DEMIRBAS, A., Gasoline, Diesel and Ethanol Biofuels from Grasses and Plants, Nova
Iorque: Cambridge University Press.2010.

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