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RTS

ADVANCED TRAINING FOR


THE EXERCISE PROFESSIONAL

Reformatando nosso
cérebro sobre
resposta e adaptação

TOM PURVIS
1
1

www.rtsbrazil.com.br
Copyright © 2017, by Tom Purvis; RTS, LLC

Edited for the Science 1 manual, copyright © 1997, by Tom Purvis; RTS, LLC
Revised 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012,
2013, 2014, 2015, 2016

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TRADUÇÃO E REVISÃO TÉCNICA Direitos Autorais Exclusivos para a Língua Portuguesa


Mariane M. Franceschi Malucelli Copyright® 2003, N TX – 5 – 979 – 892
Fisioterapeuta Revisado 2004, 2005, 2012, 2017
CREFITO 59595
CREF 005460-P/SC Mariane M. Franceschi Malucelli
Resistance Training Specialist – Master by RTS Brazil ltda EPP
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É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer
formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, ou outros),
sem permissão expressa do autor.

ii
Sobre este manual
Este manual foi criado exclusivamente para ser parte do curso RTS Mecânica do Exercício.
Ele não tem a intenção de ser uma ferramenta educacional para ser usada separada do
curso porque muitas das seções incluem conceitos equivocados baseados na maneira
tradicional ensinada pela indústria do exercício. A correção destes conceitos faz parte das
muitas discussões que acontecem durante as aulas.

Sem a apresentação correspondente, este manual não está completo e, mesmo assim, ele
está sempre em trabalho de evolução.

iii
• INTRODUÇÃO À MECÂNICA DO EXERCÍCIO | Resposta e Adaptação •

Introdução à Mecânica do Exercício:


Reformatando nosso Cérebro sobre
Resposta e Adaptação

3: 1
• INTRODUÇÃO À MECÂNICA DO EXERCÍCIO | Resposta e Adaptação •

Explorando Resposta e Adaptação


2
Na ciência do exercício/fisiologia ensinada atualmente aprendemos sobre os efeitos e
4 respostas do exercício nas mitocôndrias, nos sistemas de energia, nos hormônios, etc.
Estudamos os números de repetições e percentagens de carga máxima que estão
6 associados com a aquisição da potência, força, resistência, hipertrofia, etc. Já com a
biomecânica como é ensinada atualmente aprendemos movimentos predeterminados
8 de execução de exercícios, regras a serem seguidas para a execução de um exercício.

10 Infelizmente, a ciência ensinada dessa forma não consegue nos dizer como um exercício
deve ser realizado.
12
A verdade é que, para a grande maioria das pessoas que precisam de exercício (as
14 pessoas “comuns”, que não são excepcionais em sua tolerância física e que visam
qualidade de vida e saúde a longo prazo), estas preocupações a níveis celulares e
16 hormonais ou preocupação com o número de séries e repetições não devem ser
parâmetros para aferir a qualidade do exercício. Precisamos nos concentrar na
18 tolerância antes do objetivo, no controle antes da contagem de repetições,
no ”como” antes de “quantas vezes” e no “quão bem” antes do volume.
20
Além disso, é preciso saber definir os limites do exercício para diferentes indivíduos
22 com diferentes tolerâncias e objetivos. Se o cliente-paciente não consegue fazer esta
repetição de maneira adequada e com controle, por que aumentar a carga, velocidade,
24 ou até mesmo continuar com a mesma carga? O aprendizado da habilidade de controlar
o corpo vem sempre em primeiro lugar. Todo o objetivo de adicionar um desafio deve
26 vir para desafiar o que o indivíduo consegue fazer e não o que ele não consegue.

28 A Biomecânica da maneira como é apresentada hoje também é de difícil aplicação. As


variáveis que abrangem a execução do exercício não são estudadas em sua totalidade.
30 Pesquisas feitas sobre o assunto geralmente não compreendem, controlam e
manipulam todas as variáveis baseadas na mecânica, porém são essenciais para o
32 exercício (como proporções dos membros dos indivíduos, intenções aplicadas ao
exercício, tempo sobre tensão dos músculos estudados, etc.). Atualmente exercícios
34 tradicionais como agachamentos, afundos, flexão de braços (os quais possuem suas
regras que foram originadas das regras de levantamento olímpico ou pilates) são
36 assumidos como necessários e ideais para todos os indivíduos, e para a execução destes
exercícios são aplicadas regras arbitrárias que não levam em consideração as
38 características individuais, quer dizer, as idiossincrasias individuais.

3: 2
• INTRODUÇÃO À MECÂNICA DO EXERCÍCIO | Resposta e Adaptação •

“Respostas Percebidas”

EXERCÍCIO ADAPTAÇÃO PERCEBIDA VERDADE


“Cardio” (aeróbico) Queima calorias; saúde do
coração; aquecimento
genérico
Pilates Força no core; músculos
mais longos e fortes
Yoga Melhora a flexibilidade;
conexão corpo e mente.
“Tônus” Entrar em forma sem
construir músculos grandes
Abdução do quadril Reduz gordura localizada
Abdominal “crunches” Reduz a “barriga”
Core Melhora toda função humana
Baixa carga e Faz com que as mulheres não
muitas repetições fiquem muito grandes
Prancha de equilíbrio Melhora o equilíbrio para
qualquer pessoa.
Sobrecarregar o taco Melhora a tacada do golfe
do golfe
2
As respostas percebidas são, supostamente, resultados de um exercício. São ideias
4 criadas/mantidas pelos indivíduos devido as suas limitações em perspectiva e/ou
indiscutidas crenças e que foram sendo criadas e mantidas dentro da ciência que
6 chamamos de ciência da academia. Esta visão do exercício é superficial e semelhante à
visão que encontramos na perspectiva de que a “linha final” do mar seria “prova” da
8 “terra plana”. Normalmente, as percepções das respostas ao exercício também seguem
a visão de “terra plana”: são essencialmente baseadas no que “estamos olhando
10 superficialmente”. Neste caso, a observação bruta/global (um exercício que imita o
movimento de um esporte, um músculo que parece diferente em um exercício do que
12 em outro ou a área que se move é onde a gordura é eliminada) e a sensação mal
interpretada (o “queimar”, sua localização, etc.) perpetuam por anos e são transmitidas
14 como parte da educação informal. Greg Rose disse: “sensação e realidade nem sempre
são a mesma coisa”. Muitas vezes, o que olhos enxergam pode ser enganoso.
16

3: 3
• INTRODUÇÃO À MECÂNICA DO EXERCÍCIO | Resposta e Adaptação •

Resposta e Adaptação: A visão satélite


2 • Distinguir entre desejada e não desejada (positiva X negativa?)
• Resposta imediata X adaptações a longo prazo
4 • Local ou sistêmica
• Todos os fatos acima são interdependentes!

6 “Risco” X Benefício
Benefício é determinado por:
8 • Eficiência e eficácia relativa ao objetivo e ao O.D.E. (objetivo deste exercício)

Custo
10 • Risco
• Desgaste (quer dizer, desgaste articular, como um caminho na grama)
12 • Inflamação
• Inibição/proteção?

14 Custo é determinado por:


• O quanto excedemos a “função” ou a capacidade funcional atual de um
16 indivíduo.
▪ TOLERÂNCIAS atuais e DISPONIBILIDADE (quando desmembramos a
18 palavra disponibilidade, podemos entender que é composta das palavras
DISPONÍVEL e HABILIDADES, quer dizer, as HABILIDADES
20 DISPONÍVEIS).
◊ Influenciada pelo nível de atividade a que ele está acostumado.

22 Progresso?
O que é necessário para causar mudança? O que é necessário para progredir?
24 O quanto é necessário para mudar ou para manter o nível que temos?
• É necessário correr uma maratona todo dia para treinar para uma maratona?
26 • É necessário treinar 1RM para melhorar 1RM?
• Você precisa sempre se mover rápido para se tornar rápido?
28 • E se você se mover lentamente você se torna lento?
• O que você tem treinado mais consistentemente durante toda sua vida de
30 exercícios? Você vai se surpreender…

32 O que você deseja que se adapte, que mude com o exercício? Vamos explorar
quais são nossas opções para, a partir deste ponto, podermos escolher a melhor
34 intervenção.
1. Adaptação (melhora/otimização) dentro da Performance Interna
36 • Função: Articular (ADAAD) e Muscular (ADCCD)
▪ Reduzir a inflamação?
38 ▪ Melhorar a contração?
◊ Reduzir a necessidade de respostas protetoras?
40

3: 4
• INTRODUÇÃO À MECÂNICA DO EXERCÍCIO | Resposta e Adaptação •

◊ Melhorar a comunicação interna?


2 ◊ Melhorar o nível mais baixo de produção de tensão/tolerância?
▪ Respeitar a estrutura e a tolerância atual?
4 • Adaptação (melhora/otimização) do domínio/controle?
▪ Foco, sensibilização, prática?
6 • Adaptação (melhora/otimização) do output/geração de tensão?
▪ A porção mais curta do músculo?
8 ▪ porção média/longa onde a força é tradicionalmente
demonstrada/exibida?
10
2. Adaptação (melhora/otimização) dentro da Performance Externa (movimento
12 bruto/global).
• Adaptação (melhora/otimização) da função externa/global, tarefa e o output,
14 exige a prática com precisão/perfeita.
• Adaptação (melhora/otimização) da habilidade de manipulação de um objeto
16 como taco, raquete, barra, bola etc.
▪ Tempo perfeito entre a tensão e a inércia = “precisão/tempo do arremesso”
18 ▪ A precisão é uma questão de intenção, progressão da velocidade, etc. e exige
cargas/perfil de resistência precisos/perfeitos.
20 • Adaptação (melhora/otimização) à velocidade/potência?

22 3. Qual desta exige ensaio/repetição?


E então é necessário parar enquanto ainda estão boas!
24
4. Qual delas exige desafio?
26 E um percentual de esforço momentâneo?

28 Para a adaptação da Performance Externa é necessário ensaio/repetição e também é


importante que o exercício acabe enquanto as repetições/ensaio ainda estão com boa
30 forma, enquanto tudo parece como deveria parecer. Não devemos esperar a
deterioração para decidir encerrar.

32 A Homeostase e a “Micro adaptação”


Todo este estímulo e adaptação devem acontecer com a intenção de sempre estar
34 alcançando a homeostase. Quando eu estudei isso na faculdade, aprendi que
“homeostase é o estado de equilíbrio de um sistema”. A definição do livro Principles
36 of Neural Science (KANDELL; SWARTZ; JESSEL, 4ª edição) diz que “homeostase é a
constância do ambiente interno”.
38
Mas o que é realmente homeostase?
40 • O que produz mudança? O que produz mudança é a tentativa do corpo em gerar
a “facilidade” e “normalidade”.
42 • O quanto é necessário para causar mudança ou para manter aquilo que se tem?

3: 5
• INTRODUÇÃO À MECÂNICA DO EXERCÍCIO | Resposta e Adaptação •

▪ Em quem?
2 ▪ “Sobrecarga”
◊ Excessiva X “carga apropriado para gerar mudança”
4 ◊ Carga X esforço X volume?
• “Mover o ponteiro”!!!
6 ▪ Como seria um treino se fosse baseado no
mínimo necessário para causar mudança?
8 Quão diferente seria se fosse o máximo
tolerado?
10 ◊ E se o indivíduo não consegue tolerar
nem uma mudança pequena do
12 ponteiro?
◊ E se um indivíduo tolera bem mais do
14 que é necessário?
▪ Quando o mínimo necessário e o máximo
16 tolerado se tornam o mesmo?
◊ Porque a tolerância e a habilidade são
18 extremamente altas… ou extremamente
baixas!
20 ◊ Aplicar mais volume e esforço porque toleramos e porque gostamos... ou
porque é realmente necessário para causar mudança?
22 ◊ Sabedoria = quando aplicamos um estímulo maior do que é necessário, a
recuperação se torna mais difícil e lenta e com maior custo!
24 • “Queimadura de sol X Bronzeado”!
• Dor e vômito são sinais de que você progrediu errado!
26

A homeostase refere-se a uma capacidade do organismo de se adaptar


ao ambiente que experimenta com mais frequência. Este estado de
equilíbrio dinâmico é mantido dentro do corpo por um requintado sistema
de regulação e feedback.

28
O objetivo do exercício é estimular o “ponteiro” da homeostase para mover ou manter.
30 Alguns erradamente pensam que a homeostase é o inimigo porque é um impedimento
para o progresso, mas na verdade este é o processo que move o corpo para frente em
32 uma tentativa de recuperar a “relativa facilidade” em lidar com as novas exigências
(anabolismo). Também é o processo pelo qual os nossos corpos eliminam qualquer
34 tecido que não seja mais necessário (catabolismo).
Esses processos pelos quais a homeostase é alcançada ocorrem em um nível
36 microscópico e cada tipo de tecido tem uma taxa de resposta de adaptabilidade.

38 A alternativa mais desejável em cada um desses exemplos parece ocorrer praticamente


sem ser percebida. Assim, pode ser melhor pensarmos nos processos pelos quais a
40 homeostase é mantida, como por meio de micro adaptação.

3: 6
• INTRODUÇÃO À MECÂNICA DO EXERCÍCIO | Resposta e Adaptação •

A “Terra Plana”:
2 Influências das percepções da indústria do fitness sobre respostas
• Marketing
4 • Tradição (continuidade histórica)
• Observação Superficial – aparência (a decepção do movimento)
6 ▪ Assim como na “terra plana” … tem muito mais do que aquilo que
enxergamos!
8 • Sensação mal interpretada
▪ Sensação é muito útil, mas pode ser muito enganosa! Normalmente
10 devemos usar a sensação como um indicador genérico e não específico.
▪ Lembre-se: “a sensação e a realidade nem sempre são as mesmas coisas”
12 – Greg Rose, cofundador do Titlist Performance Institute
• Nossa tendência nata de apoiar aquilo que já acreditamos, continuidade
14 histórica e generalização que os outros são como nós (em termos de tolerância
e habilidade).
16 ▪ Muitas vezes, por nossa falta de raciocínio crítico, razão e exame honesto
sobre a nossa própria experiência pessoal.
18 Estes fatores normalmente levam a percepções erradas sobre exercício, que incluem:
• “Adaptação Percebida” (suposta) = a “mágica” que se torna a “expectativa
20 condicionada”.
• Alguns exercícios são exageradamente valorizados – glorificados sem
22 merecimento e este fato é potencializado por:
▪ Estimativa imprecisa e errada da habilidade do cliente.
24 ▪ Enganosamente entendido como algo “necessário”, como potência para um
idoso.
26 • Condenação injusta
▪ Vai diminuir a velocidade.
28 ▪ Vai causar tendinite.
▪ Vai destruir sua articulação.
30 Perspectivas: Não é um equipamento/ferramenta que fornece o resultado. Não é uma
prancha de equilíbrio que faz melhorar o equilíbrio. Um trabalho em um equipamento
32 elíptico não faz um trabalho melhor para o coração do que um leg press. Um haltere não
melhora a força (se apenas segurá-lo na mão enquanto caminha).
34 Não é o equipamento que faz alguma coisa. É o que você vai fazer com ele e como vai
utilizá-lo que tem o potencial de trazer resultado. O equipamento oferece a
36 oportunidade de experimentar um estímulo para o sistema NM (neuromuscular) e
sistema esquelético, baseado na física. O estímulo adequado aplicado às posições
38 apropriadamente controladas e movimentos por um período de tempo apropriado e
com um esforço adequado pode mover o ponteiro homeostático na direção desejada.
40 O esforço aleatório irá gerar resultados questionáveis!

3: 7
• INTRODUÇÃO À MECÂNICA DO EXERCÍCIO | Resposta e Adaptação •

Considerações sobre a Adaptação e a Resposta


2
As respostas ao desafio físico
4 • Aguda = resposta
• Longo prazo = Adaptação
6 ▪ Desejado
▪ Não desejado (indesejável)
8 • Local
• Sistêmica
10
Influências sobre a adaptação: “janela de oportunidade”!
12 • DNA
• Os níveis hormonais
14 ▪ Idade
▪ Sexo
16 ▪ Peculiaridades individuais
▪ Patologia
18 ▪ Terapia com hormônios?
◊ Tomar o hormônio não significa que vai resolver o problema.
20 Existe uma diferença entre não produzir o hormônio versus não o utilizar.
◊ Efeitos colaterais e o “efeito” da redução hormonal relacionado com a
22 idade.
• Apoio
24 ▪ Sono
▪ Nutrientes
26 • Estresse emocional
▪ Atitudes/crenças
28
Tipos de respostas ou adaptações (simplificado)
30 1. Software
a. A informação que determina a orquestração.
32 b. A programação de certas funcionalidades ou aspectos da orquestração,
deixando a oportunidade para “alterações em tempo real”.
34
2. Hardware
36 a. O estado, propriedades e habilidades dos componentes.
b. Produção de força, capacidade sustentável e/ou capacidades toleráveis =
38 tecido, sua capacidade contrátil e recursos neuro-anatômicos associados.
c. Adaptação não contrátil = osso, ligamento etc. = transmissão de força.
40 d. Ironicamente, para toda a preocupação que o mundo da performance tem
com os padrões motores, os resultados indutores de saúde esperados pela
42 comunidade médica derivam todos das adaptações no hardware, no corpo,
e não no software.
44

3: 8
• INTRODUÇÃO À MECÂNICA DO EXERCÍCIO | Resposta e Adaptação •

3. Química
2 a. Conforme necessário para iniciar as mudanças no hardware.
b. Hormônios.
4 c. Dopamina.

6 4. Inflamação
O estresse influencia diretamente a regulação hormonal e certamente a resposta e
8 adaptação. É certo que existem respostas químicas causadas pelo exercício e é
interessante pensarmos que quando um médico diz que exercício é bom para ele,
10 não está olhando para o aprendizado motor, porque nenhuma melhora em uma
habilidade específica te deixa mais saudável.

12 Discussão:
• A distinção entre os fatores acima.
14 • "Adaptação Neural" = tecido nervoso vs. o que está sendo transmitido pelo
tecido nervoso.
16 • "Alterações iniciais são neurológicas"?
• Não! Elas são químicas… são as alterações químicas que iniciam as mudanças
18 microscópicas no tecido!

Tolerância: o limiar de estresse


20 Os desafios aplicados no tecido por meio do movimento, da resistência, do tempo e do
esforço são muitas vezes vistos como versões de estresse que estimulam as
22 modificações acima mencionadas. Além desses estresses físicos sobre os nossos
sistemas fisiológicos, devemos considerar os efeitos químicos, das emoções e qualquer
24 outra forma de reação imposta sobre todos os nossos sistemas, incluindo o imunológico.

26 Considere agora que um indivíduo em um determinado dia, mês, ano ou estágio da vida
pode apresentar tolerâncias diferentes, flutuantes, melhores ou diminuídas para tal
28 estresse, então este é um limiar maleável, que é modificado constantemente.
Enquanto os estresses (aqueles que aplicamos sobre o corpo com a prescrição do
30 exercício) que esperamos nos adaptar positivamente estiverem abaixo do limiar, as
respostas podem/devem ser aquelas que foram desejadas/esperadas. Se um estresse
32 químico ou emocional (ou até o excesso de estresse físico considerado "bom") reduz o
limiar de tolerância, então o que pode ter sido positivo antes pode ter um impacto
34 negativo no progresso de hoje. Precisamos estar atentos aos sinais do limiar da
tolerância em cada sessão, exercício e repetição.
36

3: 9
• INTRODUÇÃO À MECÂNICA DO EXERCÍCIO | Resposta e Adaptação •

Transferência: Certamente você já ouviu a palavra transferência dentro do mundo do


2 exercício, quando no treinamento funcional existe a tentativa de explicar a realização
de exercícios que imitam as atividades da vida diária ou os esportes e que “transferem”
4 para melhorar estas atividades. Estes exercícios são criados com movimentos que
imitam, porém com aplicação de forças diferentes, esperando que as adaptações
6 adquiridas com o exercício transfiram para o campo ou vida diária e que melhore a
função.

8 Transferência poderia ser descrita como “adaptação aplicável”


• S.A.I.D. (Specific Adaptation to Imposed Demands)? versus janela de
10 transferência? versus aspectos que transferem?
◊ O princípio S.A.I.D. foi originalmente relacionado aos sistemas de energia.
12 • Transferência da produção de tensão é diferente de transferência de habilidades.
• Existem diversas janelas de transferência?
14 ◊ Jogging pode melhorar a velocidade de sprint, mas isso não significa que o
jogging é a melhor maneira de melhorar o sprinting. Isto vai depender da
16 condição inicial/estado do indivíduo. Se a velocidade melhorou,
provavelmente isto aconteceu porque o jogging está mais próximo do padrão
18 motor e geração de força do que uma caminhada estaria.

20 Especificidade S.A.I.D., adaptação específica para demandas impostas, soa como se o


que você faz é o que você se adapta. Dessa forma, se eu fizer algo que parece com a
22 tacada do golfe, vai ajudar a melhorar a tacada do golfe. Porém. o princípio S.A.I.D. foi
desenvolvido em torno dos sistemas de energia, não em torno do aprendizado motor.
24 Foi um princípio criado sobre a diferença entre treinar para força ou para resistência,
diferença entre estímulo do sistema glicolítico e oxidativo. Portanto, não vamos nos
26 prender nesse assunto, vamos focar na ideia dos aspectos que transferem e na “janela
de oportunidade de transferências”.
28
Um exercício não transfere! Aspectos específicos da adaptação transferem!
30 Portanto, não podemos descartar “um exercício específico”, ou seja, qualquer exercício
tirado do contexto/cenário, porque a adaptação gerada por um exercício, seja positiva
32 ou negativa, transfere para outras atividades.

34 Produção de tensão/output é a principal transferência e é o cérebro que vai


orquestrar este output dentro de cada cenário.
36 • Melhorar a extensão de perna, a extensão do quadril e a extensão da coluna
podem melhorar o agachamento.
38 • Mas certamente você vai precisar praticar/treinar a habilidade e o
tempo/timing do agachamento.
40

3: 10
• INTRODUÇÃO À MECÂNICA DO EXERCÍCIO | Resposta e Adaptação •

O mito sobre o “Exercício Funcional”


2 Um exercício funcional é normalmente indicado por ser aquele que “transfere”. E o fator
relevante é como o exercício “parece” em termos de movimento, mas não leva em
4 consideração a diferença das forças do exercício.
Uma das definições de exercício funcional é que são “exercícios que imitam a
6 atividade exigida no trabalho, na vida diária ou o esporte”.

8 Jamais poderemos deixar o conceito de exercício funcional ser licença para fazermos
qualquer coisa com o cliente-paciente e atualmente muitos exercícios estão parecendo
10 mais com malabarismo do que com exercício para otimização da função.
A classificação e nomenclatura do exercício funcional jamais deve desrespeitar as
12 regras da estrutura/corpo e as regras da força e da progressão. Na verdade, as regras
do corpo/estrutura e as regras da progressão e das forças é que devem
14 determinar o que é funcional.
Talvez uma melhor definição do exercício funcional, em vez de “exercícios que imitam”,
16 seja “todo exercício que melhora a tolerância ou o desempenho no trabalho, nas
atividades da vida diária ou no esporte”. Em primeiro lugar, este é o objetivo/finalidade
18 de um exercício funcional e permite tudo o que melhora de forma adequada a função
do “corpo” de um indivíduo.
20 Na verdade, se realmente desejarmos imitar o gesto esportivo, precisaremos ser
precisos na imitação de todo o cenário mecânico, envolvendo as forças e não somente
22 o movimento. E quando chegarmos à perfeição o chamaremos de “treino prático”,
porque estaremos no campo usando o mesmo aparelho usado no esporte!
24
A versão médica da definição de funcional no dicionário Webster College 4ª edição,
26 descreve a palavra funcional como aquilo que “afeta uma função de um órgão sem
alterações orgânicas ou estruturais aparentes”.

28 Uma verdade vital!


Quando analisamos objetivamente os componentes individuais que compõe cada
30 resultado desejado, normalmente entendemos que o exercício mais apropriado pode
não se parecer com o objetivo.

32 Precisamos aprender a delinear a diferença entre o objetivo/resposta,


o estímulo e as etapas do processo/as partes exigidas.

34

3: 11
• INTRODUÇÃO À MECÂNICA DO EXERCÍCIO | Resposta e Adaptação •

Treinamento de Esporte Específico:


2 O controverso carregamento de uma habilidade?
Exercício funcional, imitar uma atividade, adicionar carga em um movimento elaborado,
4 são realmente funcionais/transferíveis?

6 Parecem existir três filosofias no treinamento desportivo:


1. Treinar os músculos relevantes sem levar em consideração a especificidade e
8 utilizar a prática da habilidade técnica para "colocar todas as partes juntas".
2. Treinamento de simulação (imitando; carregamento da habilidade).
10 3. Treinamento da especificidade (como descrito a seguir).

12 Sobre o tema de adicionar carga à própria habilidade, SIFF e Verkhoshansky


constataram na primeira edição do livro Supertraining que "Treinamento de
14 simulação não deve fazer parte da rotina do atleta".

16 No entanto, eles recomendam treinar especificamente dez aspectos:

1. Tipo de contração muscular 2. Tipo de fibra muscular


3. Padrão de movimento 4. Especificidade metabólica
5. Amplitude de movimento 6. Adaptação bioquímica
7. Velocidade de movimento 8. Tipo de flexibilidade
9. Força de contração 10. Fadiga
18
Na quarta edição, os mesmos autores escrevem:
20 “No contexto do treinamento, especificidade não deve ser confundida
com treinamento de simulação. Treinamento de Especificidade significa
22 treinar para melhorar de uma maneira altamente específica as
expressões dos fatores citados acima para um devido esporte. Enquanto
24 treinamento de simulação de um movimento esportivo com uma
pequena carga em uma grande amplitude ou uma alta carga em uma
26 pequena amplitude pode ser apropriado em alguns estágios do
treinamento, a simulação de qualquer movimento com uma carga
28 significativa não é recomendável, já que pode confundir a programação
neuromuscular que determina a especificidade dos fatores acima”.
30 “Mesmo que alguém seja criterioso suficiente para aplicar um
treinamento de simulação por meio da utilização de implementos ou
32 cargas muito similares às encontradas no esporte, haverá normalmente
alterações no centro de gravidade, nos momentos da inércia, centro de
34 rotação, centro de percussão e rigidez mecânica do sistema que alterará
a habilidade neuromuscular necessária no esporte”.
36 SIFF & VERKHOSHANSKY (4ª ED. DE SUPERTRAINING)

3: 12
• INTRODUÇÃO À MECÂNICA DO EXERCÍCIO | Resposta e Adaptação •

Somos ensinados que “exercício funcional” é importante por causa do padrão motor e
2 por causa do padrão de recrutamento, porém precisamos saber a diferença entre eles.

4 Discussão: “Diminua o Peso” – vídeo.


• O objetivo do uso de peso adicional foi para melhorar a potência
6 (trabalho/tempo, ou seja, mover mais rápido) em curto prazo.
• “sensação e realidade nem sempre são a mesma coisa. […] usar um taco
8 com sobrecarga antes de seu primeiro tee vai te custar 30 jardas...”
DR GREG ROSE, COFUNDADOR DO TITLEIST PERFORMANCE INSTITUTE

10 • E se treinarmos uma parte somente, como o início ou o final de uma habilidade?


• E os efeitos a longo prazo de uma habilidade realizada com mínima carga?

12 Perspectiva sobre Respostas Químicas


Durante uma discussão sobre neurotransmissores e função cerebral em uma
14 apresentação intitulada “Memória, envelhecimento, e Sono”, Beverly White PhD, RD, LD
afirmou:
16 “Se você acha que se exercitar é prazeroso, o canal da dopamina acende.
Dopamina é liberada através do prazer independente do estímulo
18 (comida, sexo, drogas, exercício etc). Se você não gosta de se exercitar a
dopamina não será liberada durante o exercício.”
20
Indo além, a maneira como alguém se “sente” com relação a exercício é fundamental.
22 Vamos usar uma frase de Candace Pert:
“Cada emoção está associada com uma resposta química ou hormonal.
24 Tudo o que pensamos, acreditamos ou ‘sentimos’ tem verdadeiramente
um efeito fisiológico, porque as emoções não ‘mentais’ são ‘fisiológicas’”.
26
Agora, repetindo Bruce Lipton:
28 “A influência número um sobre cada célula individual é o ambiente em
que ela está banhada (este fato mostrou que pode até encobrir traços do
30 DNA). Este ambiente é composto por substâncias químicas que nós
ingerimos e produzimos”.

3: 13

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