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UNIVERSIDADE PARANAENSE
MANTENEDORA
Associação Paranaense de Ensino e Cultura – APEC
REITOR
Carlos Eduardo Garcia
Vice-Reitora Executiva
Neiva Pavan Machado Garcia
Vice-Reitor Chanceler
Candido Garcia
Secretário Executivo
Carlos Eduardo Garcia
ISBN: 978-85-8498-032-1
Assessoria pedagógica
Daniele Silva Marques e Marcia Dias
Diagramação e Capa
Renata Sguissardi e Fernando Truculo Evangelista
* Material de uso exclusivo da Universidade Paranaense – UNIPAR com todos os direitos da edição a ela reservados.
Sumário
Gestão Educacional I (Ambientes Educativos não Escolares)
Referências.................................................................................................................134
Apresentação
buscando formar profissionais cada vez mais preparados, autônomos, criativos, res-
crática, vem oferecer-lhe o Ensino a Distância, como uma opção dinâmica e acessível
Educação a Distância oferecida por esta universidade, este Guia Didático tem como
objetivo oferecer a você, acadêmico(a), meios para que, através do autoestudo, possa
formação profissional.
atividades propostas pelo professor e pelo tutor mediador, a partir de métodos e práti-
comunicação pessoal entre você e o tutor mediador, que está apto a: esclarecer as
dúvidas que, no decorrer deste estudo, venham a surgir; trocar informações sobre as-
Neste contexto, este Guia Didático foi produzido a partir do esforço coletivo de uma
você se encontra.
O Programa de Educação a Distância adotado pela UNIPAR prioriza a interatividade,
se aproprie do conhecimento.
Recomendo que durante a realização de seu curso, você explore os textos sugeridos
sua aprendizagem.
Caro aluno, fico muito satisfeita em apresentar a você algumas das minhas reflexões
por meio deste livro. Espero que esta leitura seja um convite a novas discussões, a
novos pontos de vista e posicionamentos diante desta disciplina tão primordial para
sua formação.
trabalho e na criação de uma gestão pessoal. Afinal, é essa gestão “particular” que
Esse livro foi organizado e escrito com esse intuito. O de oferecer à você, um mate-
soal. Para isso, organizamos em quatro capítulos os temas mais relevantes da Gestão
Educacional.
precisa ser analisado e discutido nessa disciplina para que sua formação pedagógica
Esse tema tem sido destaque nos principais debates educacionais e obviamente você
não poderia ficar fora dele, não é mesmo? Então, aproveite sua leitura, reflita e anote
suas dúvidas. Faça todos os exercícios propostos em seu material didático e se com-
prometa com sua formação acadêmica. Para isso, basta seguir em frente! Boa leitura
Atenciosamente,
capaz de:
Embora seja um direito, garantido por lei, de toda criança e adolescente à convivência
familiar, ele ainda é uma realidade distante para milhares de pessoas que passam
mento eram mais conhecidas antigamente pelo nome de Orfanato. Atualmente são
chamados de abrigos, casa lar ou casa de passagem. Nessa unidade, você conhe-
cerá um pouco mais sobre a realidade de crianças e jovens que por diversos motivos
foram afastados de suas famílias. Para compreender melhor essa realidade, faremos
uma rápida análise sobre a história da família e sua importância no processo de hu-
tória social das famílias nos mostra que ainda hoje enfrentam muitas dificuldades para
proteger e educar seus filhos. Grande parte dessas dificuldades foram traduzidas pelo
14 GestãO EDUCACIONAL I
Estado como incapacidades das famílias carentes de criar e orientar seus filhos. Por
incapazes de criar seus filhos e com isso, milhares de crianças foram destituídas de
suas famílias. De acordo com essa lógica, qualquer criança ou adolescente, por sua
cias que isso acarreta para a vida das crianças e adolescentes, o sistema de proteção
dos laços familiares garantido por leis nacionais como a própria Constituição Federal
comunitário.
centes compreende que todos têm direito a uma família e que seus vínculos e laços
afetivos devem ser protegidos pela sociedade e o Estado, pois eles são fundamentais
ção aliando, inclusive, apoio econômico ao grupo familiar. No caso de ruptura com
Agora que você já sabe que o principal direito das crianças e adolescentes é o de pos-
suir uma família, vamos conhecer um pouco mais sobre a história das famílias, afinal,
GestãO EDUCACIONAL I 15
reflita
“O sonho de cada família é poder viver junta e feliz, num lar tranquilo e pacífico, em
Uma família brasileira do início do século XIX retratada por Jean-Baptiste Debret
Você sabia que a família nem sempre foi considerada fundamental para o desenvol-
e da criança. Ariés (2006) esclarece que nos séculos XV e XVI, as crianças a partir
dos sete anos de idade, eram separadas de suas famílias e enviadas a outras para
e depois aos poucos, realizavam todo tipo de serviço doméstico. Nessa época, a es-
cola ainda era um privilégio dos nobres e dos religiosos. Portanto, as crianças menos
abastadas eram separadas bem cedo de suas famílias para aprenderem uma profis-
16 GESTÃO EDUCACIONAL I
artesanato, costura e outros ofícios. Vale ressaltar que nesse período, a imagem da
criança não era a mesma que temos dela na atualidade. No século XV, uma criança de
sete anos era tratada como um adulto em miniatura. Isso significa que os sentimentos
em relação à família e em relação às crianças eram diferentes. Veja como nos explica
A família era uma realidade moral e social, mais do que sentimental. No caso das famí-
lias pobres, ela não correspondia a nada além da instalação material do casal no seio
de um meio mais amplo, a aldeia, a fazenda, o pátio ou a casa dos senhores, onde es-
ses pobres passavam mais tempo do que em sua própria casa (às vezes nem ao menos
tinham uma casa, eram vagabundos sem eira nem beira, verdadeiros mendigos). Nos
meios mais ricos, a família se confundia com a propriedade do patrimônio, a honra do
nome. A família quase não existia sentimentalmente entre os pobres, e quando havia
riqueza e ambição, o sentimento se inspirava no mesmo sentimento provocado pelas
antigas relações de linhagem.
Portanto, se você está imaginando o sofrimento da mãe ou dos pais do século XV, que
se apartavam tão cedo de seus filhos para que estes pudessem iniciar uma profissão,
fique tranquilo, pois esse sofrimento simplesmente não existia. Não que se tratasse de
algum caso de maldade das pessoas daquela época, mas conforme vimos mediante
as palavras de Philippe Aríes não havia muito sentimentalismo nas relações familia-
res. A família desse período representava muito mais uma organização de posses e
Essa realidade só foi modificada no final do século XV. De acordo com Kreuz (2012), a partir
do século XVII já era possível perceber um sentimento mais próximo entre pais e filhos. As
crianças podiam ser educadas nas escolas, mas o número de instituições escolares ainda
era bastante reduzido. Além disso, as escolas eram muito distantes o que obrigava a maio-
ria dos alunos a morar nos colégios enquanto estudavam. Devido a isso, foram criados os
internatos para crianças e “o internamento dos filhos, inicialmente, para fins de estudos,
tornou-se uma prática aceitável, a partir do século XVII, quando as famílias mais ricas envia-
vam seus filhos para serem educados em grandes orfanatos” (KREUZ, 2012, p.20).
GestãO EDUCACIONAL I 17
No Brasil, o afastamento familiar ocorria ainda mais cedo. As crianças brancas, logo
ao nascer, já eram entregues aos cuidados a uma ama de leite negra que além de
amamentar o bebê também realizava todos os cuidados necessários. Era muito co-
mum que até aos seis anos de idade a criança fosse criada e alimentada por uma
escrava.
A pobreza também obrigava muitas mulheres a abondar seus filhos em casas religio-
ou abandonadas. Para colaborar com essa tarefa, eram realizados frequentes aumen-
tos nos impostos, principalmente sobre o azeite e o sal. O objetivo era colaborar com
Kreuz (2012) explica que no Brasil Colonial a criança abandonada pelos pais era cha-
Nessa época outra prática de abandono passou a ser observada: o abandono de crian-
ças, em especial de tenra idade, nos chamados monturos ou depósitos de lixo, em ter-
renos baldios ou praias, onde, não rara as vezes, eram devoradas, por cães e porcos.
Diante disso, os comerciantes, os ricos e as autoridades passaram a criar condições
para acolher essas crianças, inclusive, estimulando e pagando as famílias criadeiras.
A partir de 1726, criou-se no Brasil, a roda dos expostos. Tratava-se de um local reser-
vado nas santas casas de misericórdia para que as pessoas depositassem doações
como alimentos, remédios, roupas e outras coisas. Com o uso da roda o doador podia
18 GestãO EDUCACIONAL I
Percebendo a oportunidade do anonimato, as pessoas passaram a utilizar o objeto
para depositar bebês abandonados ou órfãos. Isso era possível porque a roda dos
expostos ou excluídos era um cilindro com uma lateral aberta e o restante fechado.
Ela era instalada de forma que sua parte aberta ficasse voltada para rua. Assim, as
A Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro registrou entre 1738-1747 a entrada de 379
crianças e, na última década do século (1788-1797) esse número alcançou 1.535 crianças
para uma população de aproximadamente 45.000 habitantes (KREUZ, 2012, p.22).
O índice de mortalidade das crianças abandonadas na roda dos excluídos era muito
por cento do total dos acolhidos. O principal motivo era a alimentação. Quando não
havia senhoras o suficiente para realizar a amamentação, o bebê era alimentado com
leite de vaca. Naquela época o leite não era esterilizado e por conter inúmeras bacté-
A maior parte dessas crianças eram filhos ilegítimos, de escravas com seus senhores
e por isso também eram conhecidos como filhos do pecado. Aquelas que sobrevi-
viam eram encaminhadas para as famílias criadeiras. A adoção era quase impossível,
GestãO EDUCACIONAL I 19
SAIBA MAIS
Para saber mais sobre a família brasileira no período colonial faça a leitura do artigo
abaixo e fique por dentro! Ele está disponível na íntegra em: <http://www.webartigos.
A Família Colonial
Bruno Azevedo
A família no Brasil se tornou o alicerce na colonização, pois constituiu um núcleo orga-
em um clima tropical diverso do seu, tendo que se adaptar ao solo infértil devido a
O lusitano carrega a mentalidade medieva com seus dogmas, no entanto age de forma
tico, talvez devido a região de onde veio e o contato com outras culturas. Chegando
Assim, se molda o modelo familiar patriarcal no Brasil, quando unem-se o nativo (cha-
Não é o Estado ou o indivíduo que tem o domínio, mas sim as famílias que nascem
com suas brincadeiras sádicas e suas relações de domínio, que vão desde os jugos
comportamento, até mesmo nas relações mais íntimas, podendo se deduzir que se
20 GestãO EDUCACIONAL I
Conforme expõe Gilberto Freyre, “a família, não o indivíduo, nem tampouco o Estado
Brasil, a unidade produtiva, o capital que desbrava o solo, instala as fazendas, compra
amor físico. Quase que do muleque leva-pancadas se pode dizer que desempenhou
senhor moço que na organização patrícia do Império Romano o escravo púbere es-
A família é o poder do senhor sobre o escravo, do marido sobre a mulher, do pai sobre
patriarcal para agregar-se ao modelo escravista. Mas a união familiar também possui
seus méritos, pelo menos no que se refere a valorização dos que estão inseridos nela,
estamental a posteriori.
melhor alimentado, pois era força produtiva, em segundo plano em relação a alimen-
produz um item, chegando ao ponto de se passar fome com um terreno que pode ser
GestãO EDUCACIONAL I 21
Talvez essa miscelânea seja fruto do que chama Gilberto Freyre de “povo indefinido”.
organizacional e até mesmo político da colônia, sendo força tão sedimentada que até
de-engenho desejar ser religioso institui o culto na casa grande com suas exuberantes
capelas (sob sua supervisão direta), e o escravo faz a “miscigenação mítica” do seu
culto dito pagão, tornando o dogma mais “suave”, não se esquecendo da forte influ-
é a mola mestra na política escravista, também a social nas relações dos indivíduos
nização brasileira.
Referência Bibliográfica:
FREYRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala: formação da família brasileira sob o re-
gime da economia patriarcal. Ilustrações: Tomás Santa Rosa e Poty, desenho a cores:
Cícero Dias. 21. ed. Rio de Janeiro/Brasília: Livraria José Olympio Editora, 1981.
____________
A partir dos sete anos a criança era tratada praticamente como um adulto. Já podia
alternativa para os meninos era iniciar a carreira religiosa, o que lhes permitia o in-
e alimento. Mas devido aos maus-tratos, a grande maioria das crianças acabava fu-
22 GestãO EDUCACIONAL I
O problema das crianças de rua era tratado pela polícia. Sua missão era corrigi-las
(2012) nos explica que a renovação da legislação do país tornou-se uma necessida-
de. Assim, em 1891 foi instituído o Código Penal Republicano que tinha “por objetivo
vadiagem e delinquência.
Por meio desse breve relato histórico, podemos notar que o abandono de crianças
e adolescentes é um problema sempre presente. Pelo fato de ainda não ter sido re-
solvido de maneira eficaz, tornou-se uma questão cultural, sendo por isso, encarada
responsabilidade pelo cuidado dessas crianças muda diversas vezes. Mesmo aquelas
que não foram abandonadas por suas famílias ou ficaram órfãs eram separadas do
convívio familiar bastante cedo. Segundo nos explicou Ariés (2006), as crianças que
não tinham condições de estudar eram entregues a outras famílias para aprender
uma nova profissão. Já os órfãos e os rejeitados, Kreuz (2012) nos mostra que eles
mesmo nas lixeiras e praias para que morressem ou fossem resgatados por alguém.
reintegrar a criança ou o adolescente a sua família original. Estou retomando esse as-
pecto para que você note o quanto o papel da família na criação de seus filhos mudou
e como a concepção de família que conhecemos hoje é recente e frágil. Aliás, esse
GestãO EDUCACIONAL I 23
SAIBA MAIS
Assista ao filme O Cortiço, baseado na obra de Aluísio de Azevedo e conheça mais
A família contemporânea
24 GestãO EDUCACIONAL I
Você consegue imaginar uma família na qual o pai tem amplos poderes de decisão
sobre a vida da esposa e dos filhos? Consegue imaginar um pai de família que para
punir um dos filhos resolve matá-lo? Isso nos parece absurdo hoje, mas antigamente,
Nos dias atuais, vivemos outro modelo familiar, caracterizado pela pluralidade, pelas
essa família não é mais aquela constituída pelo homem, pela mulher e seus filhos.
adotivos. Enfim, a família atual se apresenta sob diversos aspectos e formas e me-
diante diferentes tipos e modelos de convivência. De acordo com Kreuz (2012, p.44)
A partir das palavras do autor, podemos compreender que é o afeto que reúne e moti-
que ela se torna tão importante para o desenvolvimento saudável das crianças e dos
adolescentes.
adolescente.
cepção a base familiar é importante. O desejo dos pais de terem uma criança, as con-
GestãO EDUCACIONAL I 25
do feto. Além disso, a chegada de um bebê exige ainda adaptações diversas. O casal
deverá assumir novos papéis, pois serão pais, o ambiente precisará ser adaptado
para as necessidades da criança. Por esses e muitos outros motivos é que a família
vulnerável em seus primeiros anos de vida ela se torna dependente daqueles que
cuidam dela e do ambiente onde ela está. A relação afetiva com os pais tem consequ-
Podemos perceber que a criança faz aquisições importantes em seus primeiros anos de
que vive e com os outros é ampliada e a interação com os adultos e outras crianças au-
Assim, você pode notar que a família tem papel fundamental no desenvolvimento
da criança, pois é ela que ajudará na sua interação e relação com o mundo, com os
outros e com si mesma. E é por meio dessas relações que os indivíduos aprendem
26 GestãO EDUCACIONAL I
a respeitar limites, regras, conhecem a cultura e a moral necessária para viver em
sociedade.
Quando a criança começa a frequentar a escola e outros grupos sociais além de sua
família, ela adquire outros referenciais sociais e culturais. Nesse período, a criança é
importante, mas agora, tudo que lhe foi ensinado será testado na prática. Esse é um
período de muitos desafios, tanto para o adolescente quanto para a família, pois ini-
cia-se um ciclo de novas responsabilidades e perigos como a vivência nas ruas, o tra-
balho infantil, a exploração sexual, a violência, uso de drogas e outras questões que
Mesmo na adolescência e ainda na vida adulta a família permanece como uma refe-
e dependendo da forma como esses conflitos são mediados, ela pode ser ainda um
GestãO EDUCACIONAL I 27
crianças e adolescentes que merecem especial atenção destacam-se a negligência, o
cessidades de seus filhos (alimentação, vestuário etc.) e quando tal falha não é o
resultado das condições de vida além do seu controle”. Para que você compreenda
melhor, a negligência ocorre quando há descaso, descuido dos pais com seus filhos
por falta de cuidados e não por falta de condições financeiras. Por exemplo, o descaso
com a saúde da criança em deixar de vaciná-la, com sua higiene, educação, descum-
criança sozinha sujeita a riscos, não vesti-la adequadamente para o frio ou calor.
cas de prestá-los e não o fazem. Portanto, uma família que não veste adequadamente
seus filhos no inverno por não poderem comprar roupas de frio para seus filhos não é
mas de apoio do Estado para que essa dificuldade seja superada. Para que se con-
firme a negligência dos pais ou cuidadores é preciso ter certeza de que a família não
tem interesse em prestar os cuidados básicos para que uma criança se desenvolva
de forma saudável.
Já os casos de violência familiar são mais complexos, pois podem ser potencializados
por conflitos de relacionamento, por questões financeiras e até mesmo culturais. Para
sobre alguém ou fazê-lo agir contra sua vontade, empregando força ou a intimidação”.
28 GestãO EDUCACIONAL I
deixadas pela violência familiar são gravíssimas e podem levar a morte da criança
ou do adolescente. Algumas medidas podem ser tomadas para intervir nas situações
coólatras e toxicômanos;
tamento do convívio familiar é o último recurso, sendo utilizado antes disso uma série
dinâmica familiar já está tão comprometida, marcada por eventos tão traumáticos que
meios sociais, nas famílias ricas e nas famílias pobres. No entanto, os maiores índices
questão é muito mais profunda e o combate a essa prática se dá por meio de “políticas
GestãO EDUCACIONAL I 29
NACIONAL DE PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E DEFESA DO DIREITO DE CRIANÇAS
analisar uma tabela que nos aponta a incidência da violência de acordo com a idade
da vítima.
Observando a tabela podemos notar que a maior vulnerabilidade das vítimas ocorre
entre sete e quatorze anos. Nessa faixa etária, a violência sexual é a que atinge os
maiores índices. Vale ressaltar aqui que os estudos apontam que grande parte dos
casos de violência ocorre dentro do ambiente familiar, tendo como principais agresso-
30 GestãO EDUCACIONAL I
Já a tabela 2 nos mostra a distribuição da violência por gênero. Mediante ela podemos
perceber que a violência física é maior entre os meninos, bem como a violência psico-
lógica. A diferença entre os números é pequena nesses quesitos, mas ela dispara em
O problema do abuso sexual deve ser tratado e analisado como uma questão social,
com múltiplas faces, pois além das diferenças de gênero que analisamos na tabela 2,
Você pode notar pelos dados divulgados nas tabelas que a violência assume diversas
facetas e ocorre com maior frequência entre a raça negra, nas famílias com menor
GestãO EDUCACIONAL I 31
Tratar dos casos de crianças e adolescentes em situações de risco exige, portanto,
saudável de cada um, têm sido por muitas vezes uma tarefa impossível de ser cumpri-
da para muitas famílias que vivem em condições de vida precárias, sem garantias de
alimento, moradia, trabalho, saúde e educação. Para saber mais sobre esse assunto,
SAIBA MAIS
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Na atualidade, em razão de vários fatos ocorridos no Brasil, temos presenciado um
lidar com pequenas frustrações que essas relações causam no decorrer do cotidiano.
outras drogas.
mas as crianças de até cinco anos; abusos sexuais, acontecendo em maior quantida-
de entre meninas de sete a dez anos de idade; e por danos morais, em adolescentes
e mulheres. É bom lembrar que os idosos tem tido grande participação na violência
32 GestãO EDUCACIONAL I
necessidades especiais. Normalmente as mães são as maiores agressoras das mes-
mas, por exigirem cuidados excessivos como higiene pessoal, alimentação, locomo-
ção, onde estas se sentem sobrecarregadas e por não receberem apoio dos pais da
As mães também são as grandes espancadoras quando, por algum motivo, acontece
uma quebra na vinculação afetiva entre ela e o filho, seja por doença, hospitalização
Essas crianças apresentam grande dificuldade em ganhar peso nos primeiros meses de
vida e, no período escolar, não conseguem estabelecer uma vinculação positiva com a
professora nem tampouco com o aprendizado, levando-as a tirarem várias notas baixas.
as crianças são o espelho daquilo que recebem dentro de casa, se convivem com
amizade, amor e respeito conseguem estabelecer vínculo positivo com quase todo o
-estima do sujeito, sem marcas visíveis ao corpo da vítima que normalmente são
GestãO EDUCACIONAL I 33
adolescentes e mulheres. As marcas nesse caso são internas, psicológicas, através
feitas denúncias aos órgãos especializados, a fim de ajudar as vítimas, tentar tirá-las
desse convívio de tanto sofrimento e mostrar ao agressor que ele não é tão poderoso
quanto imagina, mas sim covarde por só ter coragem de manifestar sua agressividade
Graduada em Pedagogia
Fonte: <http://educador.brasilescola.com/sugestoes-pais-professores/violencia-do-
indicaçãO de leitura
Fonte: <http://www.saraiva.com.br/como-a-violencia-domesti-
ca-pode-afetar-a-aprendizagem-das-criancas-7298952.html?-
2015.
34 GESTÃO EDUCACIONAL I
atividades para cOmpreensãO dO cOnteÚdO
ram consideradas incapazes de criar seus filhos e com isso, milhares de crianças
e adolescentes:
a) Compreende que as famílias devem ser avaliadas de acordo com suas condi-
b) Compreende que todos têm direito a uma família e que seus vínculos e laços
afetivos devem ser protegidos pela sociedade e o Estado, pois eles são funda-
cer junto a suas famílias, pois independente do risco que estão correndo estar
2) Ariés (2006) esclarece que nos séculos XV e XVI, as crianças a partir dos sete
anos de idade, eram separadas de suas famílias e enviadas a outras para apren-
derem um ofício (profissão). A partir das palavras do autor, é possível concluir que:
a) A imagem da criança naquela época não era a mesma que temos dela na atu-
alidade. No século XV, uma criança de sete anos era tratada como um adulto
em miniatura.
GESTÃO EDUCACIONAL I 35
b) O sentimento pela criança era o mesmo que temos por ela hoje. Por isso, os
pais sofriam muito com a separação de seus filhos. Mas eram obrigados a en-
muito trabalho para ser criada, os pais logo ofereciam seus filhos para famílias
a alternativa correta que demonstre como eram mantidas as crianças órfãs desse
período:
família tivesse interesse em cuidar ou ficar com elas eram adotadas. Caso
pudessem escolher sua fé. Dessa época em diante, só ficariam nos mosteiros
36 GestãO EDUCACIONAL I
4) As famílias antigas eram formadas apenas pelo casal e seus filhos. Normalmente,
posses das famílias. Já a família atual é bastante diferente. Reflita sobre a organi-
zação familiar atual e assinale o que for correto afirmar sobre ela:
dade e o respeito.
biológicos ou adotivos.
c) A família atual se apresenta sob diversos aspectos e formas e por meio de di-
b) A relação afetiva com os pais tem consequências importantes para seu desen-
GestãO EDUCACIONAL I 37
prOpOsta para discussãO On-line
Embora seja um direito, garantido por lei, de toda criança e adolescente à convivência
familiar, ele ainda é uma realidade distante para milhares de pessoas que passam
famílias nos mostra que ainda hoje enfrentam muitas dificuldades para proteger e edu-
car seus filhos. Grande parte dessas dificuldades foram traduzidas pelo Estado como
incapacidades das famílias carentes de criar e orientar seus filhos. Mediante esse
criar seus filhos e com isso, milhares de crianças foram destituídas de suas famílias.
De acordo com essa lógica, qualquer criança ou adolescente, por sua condição de
pobreza, estava sujeita a se enquadrar nas ações da justiça e assistência, que sob
relação às famílias carentes. Em seguida, escreva por meio de tópicos suas princi-
pais conclusões.
cOnsideraçÕes finais
Para auxiliar você na compreensão das discussões feitas nessa primeira unidade
No entanto, a história social das famílias nos mostra que ainda hoje enfrentam muitas
dificuldades para proteger e educar seus filhos. Grande parte dessas dificuldades
foram traduzidas pelo Estado como incapacidades das famílias carentes de criar e
Hoje ele se respalda na conservação dos laços familiares garantido por leis
38 GESTÃO EDUCACIONAL I
nacionais como a própria Constituição Federal de 1988 e o Estatuto da Criança e
do Adolescente de 1990.
Ariés (2006) esclarece que nos séculos XV e XVI, as crianças a partir dos sete anos
ofício (profissão).
No Brasil, o afastamento familiar ocorria ainda mais cedo. As crianças brancas, logo
ao nascer, já eram entregues aos cuidados a uma ama de leite negra que além de
A pobreza também obrigava muitas mulheres a abondar seus filhos em casas religio-
ou abandonadas.
Kreuz (2012) explica que no Brasil Colonial a criança abandonada pelos pais era cha-
O índice de mortalidade das crianças abandonadas na roda dos excluídos era muito
Nos dias atuais, vivemos outro modelo familiar, caracterizado pela pluralidade, pelas
A Constituição Federal (1988) determina que “a família é a base da sociedade” (Art. 226).
concepção a base familiar é importante. O desejo dos pais de terem uma criança, as
mento do feto.
GestãO EDUCACIONAL I 39
A família tem papel fundamental no desenvolvimento da criança, pois é ela que ajuda-
rá na sua interação e relação com o mundo, com os outros e com si mesma. E é por
meio dessas relações que os indivíduos aprendem a respeitar limites, regras, conhe-
conflitos são mediados, ela pode ser ainda um lugar de violação dos direitos básicos
da criança e do adolescente.
risco vividas por crianças e adolescentes que merecem especial atenção destacam-
família colonial
<http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/familia_na_colonia_um_conceito_
elastico_imprimir.html>.
violência familiar
<http://www.unicef.org/brazil/pt/Cap_01.pdf>.
cas-e-adolescentes.aspx>.
40 GESTÃO EDUCACIONAL I
UNIDADE II – AMBIENTES EDUCATIVOS
NÃO ESCOLARES
capaz de:
GestãO EDUCACIONAL I 41
O papel dos abrigos
rico e social no Brasil. Na atualidade, nosso país possui um esquema organizado para
Nessa unidade iremos conhecer o papel dos abrigos de acolhimento e outros ambien-
mantê-la a salvo de tais condições. No entanto, sabemos que a realidade é bem dife-
rente e muitas crianças possuem seus direitos violados dentro da própria família. Para
mal. Mas em alguns casos, tidos pela justiça como gravíssimos, a melhor decisão
Vale ressaltar aqui que o afastamento familiar é uma medida utilizada em último recurso e
que pode ser ainda apenas temporário. O caso deve ser levado ao Ministério Público e à
autoridade judiciária. Ainda que autorizado pelo juiz, a decisão do afastamento deve resultar
de um estudo diagnóstico, realizado por uma equipe interdisciplinar qualificada para tal.
42 GestãO EDUCACIONAL I
O estudo diagnóstico é feito mediante uma avaliação criteriosa dos riscos a que a
ção das violações. No processo de avaliação, todas as pessoas envolvidas são ouvi-
das, em especial a própria criança ou adolescente. Para isso, são utilizados métodos
é preciso relembrar que a decisão de retirar a criança de sua família é algo extrema-
mente sério e que só pode ser adotado como solução quando isso representar o me-
ou rede de apoio social para proteção e cuidados até a superação da crise familiar.
de suas famílias devido aos mais variados motivos. Vamos conhecer melhor como
eles funcionam.
espaço de proteção comunitário. A estadia das crianças e jovens nos abrigos públicos
pessoal e social.
crianças. Existem vários tipos de abrigos divididos de acordo com seu tipo de atendi-
Para funcionar, o abrigo ou entidade precisa ser registrada no Conselho Municipal de As-
lescentes e crianças só podem ser recebidos nas entidades de abrigo por determinação
GestãO EDUCACIONAL I 43
do Juiz da Vara de Infância e da Juventude ou pelo Conselho Tutelar. Da mesma forma, a
O atendimento das crianças e adolescentes que são encaminhados aos abrigos pre-
cisa ser bastante acolhedor. Isso porque normalmente eles apresentam um quadro de
fragilidade emocional e até mesmo física devido aos desgastes e problemas familiares
Toda entidade de abrigamento precisa de um dirigente. Seu papel vai além do traba-
seu artigo 92, paragrafo único decreta que “o dirigente de entidade de abrigo é equi-
parado ao guardião, para todos os efeitos de direito”. Ser o guardião nesses termos,
significa ser o responsável legal pela criança ou jovem até que sejam inseridos em
uma nova família ou possam retornar para as famílias de origem. Além disso, deve
essa não é uma tarefa que possa ser realizada por uma única pessoa. Por isso, os
abrigos possuem uma equipe técnica com vários funcionários que são chamados de
agentes institucionais.
detalhadas pelo regimento interno de cada abrigo. Mas todos eles trabalham com o
técnica é formada por profissionais de diversas áreas como assistentes sociais, psicó-
44 GestãO EDUCACIONAL I
• Tratar o abrigado pelo nome, evitando comentários depreciativos;
• Apresentar a moradia, os novos companheiros e as pessoas com as quais o
abrigado passará a conviver;
iluminação e organização;
critérios;
GestãO EDUCACIONAL I 45
A partir das funções do abrigo, é possível notar que a criança ou adolescente não
deve ser apenas abrigada e protegida, mas sim, acolhida. A diferença entre os termos
Por esse motivo, os abrigos precisam parecer o máximo possível com uma residência
comum, uma casa. Esse fato ajuda na socialização das crianças e jovens e facilita
a criação de vínculos entre eles. É importante também que haja espaço comunitário
para o lazer e alimentação, mas que também haja espaços individualizados para dor-
Para verificar se esses quesitos e outras exigências estão sendo atendidas pelas
(ECA) prevê em seu artigo 97 algumas medidas que podem ser tomadas em caso de
I. às entidades governamentais:
A. a- advertência;
A. a - advertência;
D. d - cassação do registro.
46 GestãO EDUCACIONAL I
Para saber mais sobre os abrigos e a realidade de crianças e jovens acolhidas faça a
SAIBA MAIS
Como é a vida de crianças e adolescentes nos abrigos?
Às vezes ouvimos falar de crianças e adolescentes que moram em abrigos, mas sa-
bemos pouco sobre suas vidas e as razões de terem deixado suas casas. Para tentar
conhecer melhor esses meninos e meninas e como vivem longe de suas famílias,
avaliou 589 abrigos brasileiros onde viviam 19.373 crianças e adolescentes. Um dos
objetivos do levantamento feito pelo IPEA era conhecer as características dos abrigos
suas atividades, o tipo de atendimento que eles davam às crianças e aos adolescen-
receber seus filhos de volta e conseguir exercer suas funções de forma adequada.
familiar e comunitária, que pode lhes ser garantido também pela colocação em fa-
Ao contrário do que muitos podem pensar, a maioria dos abrigados (86,7%) tinha família
GestãO EDUCACIONAL I 47
e apenas 5,2% eram órfãos. No entanto, apesar de tantos terem família, somente 58,2%
mantinham vínculos familiares. Os outros 28,5% que tinham família, mas viviam totalmente
afastados dela, não estavam impedidos pela justiça de ver seus pais. Apenas 5,8% esta-
vam nessa condição. Por que então ficavam nos abrigos sem contato com seus familiares?
O que se constatou foi que muitos abrigos não incentivavam o convívio familiar reco-
visitar os filhos ou que estes fossem passar os finais de semana em casa. Mas não
se pode atribuir essa falha apenas à negligência dessas instituições, pois alguns pais,
de fato, abandonaram totalmente seus filhos ou estavam doentes e não tinham como
ir visitá-los.
A investigação sobre os motivos que levaram esses meninos e essas meninas aos abrigos
mostrou que a pobreza era o mais recorrente, com 24,1% dos casos. Em seguida vinha o
Mas a pobreza, principal motivo apontado, não pode ser causa de acolhimento des-
suspensão do pátrio poder” e “não existindo outro motivo que por si só autorize a
ponsáveis também não deveria, por si só, impedir o convívio familiar ou provocar o
48 GestãO EDUCACIONAL I
acolhimento dos filhos em instituições. Nessas situações o melhor é o encaminha-
ção familiar.
vação dos vínculos familiares por meio do incentivo à convivência das crianças e
pos de irmãos abrigados. Ainda que várias instituições praticassem algumas dessas
durante a semana e retornarem às suas casas nos fins de semana. Em 78,4% dos
centes ficavam no abrigo o tempo todo, fazendo da instituição seu local de mora-
dia. Os abrigos são responsáveis pela avaliação periódica das condições de rein-
miliar para os meninos e meninas cujas chances de retorno para suas famílias de ori-
gem foram esgotadas. O ECA estabelece como princípio a ser seguido pelos abrigos
GestãO EDUCACIONAL I 49
situação assim se prolonga por muito tempo, pode provocar grande carência afetiva,
mais semelhante possível ao da rotina familiar, as entidades não devem manter pla-
cas ou faixas externas que as identifiquem como abrigos. A construção deve parecer
com uma residência comum, evitando-se os grandes pavilhões, típicos dos antigos
suas histórias de vida. Para avaliar se os abrigos eram semelhantes a residências co-
aspectos:
• características residenciais externas, com pelo menos uma edificação do tipo
“casa”;
50 GestãO EDUCACIONAL I
grupos) para avaliar a semelhança dos abrigos com residências comuns, observou-se
liberdade. Durante muitos anos essas instituições ofereceram todos os serviços que
nunca saiam dos abrigos para praticar as atividades habituais de toda criança e jovem
ças e aos adolescentes, mas ele só tem como ser garantido aos abrigados que ti-
e de lazer e assistência jurídica. A maioria das instituições (80,3%) ainda oferecia pelo
Fontes:
• Orientações técnicas para os serviços de acolhimento para crianças e ado-
lescentes
GestãO EDUCACIONAL I 51
• Plano Nacional de Promoção - Proteção e Defesa do Direito de Crianças e
Fonte: <http://www.turminha.mpf.mp.br/direitos-das-criancas/convivencia-familiar-e-
filmes recOmendadOs
Divirta-se com o filme Ensinando a Viver. Ele conta a história
então passa a contar com ajuda da amiga Harlee (Amanda Peet), já que se vê com-
pletamente perdido.
52 GESTÃO EDUCACIONAL I
Os menores infratores
Vimos na unidade I de nosso livro que o problema da criança de rua era tratado pela
cas. Nessa unidade, iremos aprofundar um pouco mais nossos conhecimentos sobre
os menores infratores.
Segundo Kreuz (2012) no século XX, cidades como São Paulo e Rio de Janeiro pas-
saram por um grande crescimento industrial e populacional. Esse crescimento não foi
planejado e por isso mesmo, agravou problemas sociais como a criminalidade, mendi-
buscava sua sobrevivência nas ruas. Observando esse fato, o Estado resolveu agir
Você pode notar que a solução apontada pelo Estado foi a formulação de leis com a
Neste contexto, também foi criado o primeiro Código de Menores que segundo Kreuz
GestãO EDUCACIONAL I 53
(2012), ficou conhecido como Código de Mello Mattos devido a forte influência de
logo ficaram lotados. A ideia era a de que se a família não conseguisse desempenhar
adequadamente seu papel na educação dos filhos, era dever do Estado intervir e cor-
denúncias a esse modelo devido aos maus-tratos e ao fato de mesmo com a interna-
Assistência ao Menor). Kreuz (2012) informa que a finalidade do SAM era prestar as-
Mais tarde, em razão do fracasso do SAM, foi criado o FUNABEM (Fundação Nacional
de Bem-Estar do Menor) que tinha como missão criar uma política de orientação e
reeducação do menor infrator. Sob essa influência foram criadas também as FEBEMS
modelo educacional baseado no sistema militar que acabou bastante conhecido nas
mídias pelas rebeliões dos internos, fugas, inúmeras acusações de torturas, maus-
tratos e mortes.
Para Kreuz (2012), as FEBEMs ao invés de resolver o problema dos menores infrato-
54 GestãO EDUCACIONAL I
número. O resultado foi a transformação de menores abandonados em delinquentes
(KREUZ, 2012, p.26).
Atualmente algumas unidades das antigas FEBEMs ainda estão em ação e você pode
conferir o que mudou de lá pra cá e como elas funcionam lendo o SAIBA MAIS abaixo.
SAIBA MAIS
O dia a dia e as histórias da Fundação Casa, antiga Febem
Atualmente, há 140 unidades, com orçamento de 824 milhões de reais, 80% a mais
que em 2005
tar as tarefas para as quais foram escalados em rodízios que mudam periodicamente.
Limpam quartos e banheiros, ajudam a preparar e a servir refeições — são seis por
dia. Pela manhã e à tarde, assistem às aulas em que aprendem o mesmo conteúdo
São monitorados por 11.000 funcionários, que se distribuem em 140 unidades nos três
turnos. Reeducar e punir aqueles que lançavam mão da força para impor respeito foi outro
capítulo da reestruturação da Fundação Casa. “O primeiro passo foi apurar com serieda-
Em 2005, 48% das sindicâncias foram encerradas por falta de provas. No ano pas-
sado, esse número caiu para 7,8% — a corregedoria diz não ter o número total de
e a sociedade.” Nos últimos cinco anos, ocorreram 293 demissões por justa causa.
que apareciam de surpresa para verificar como os jovens estavam sendo tratados.
“Muito do que melhorou foi em razão da pressão que fizemos”, acredita o promotor
GestãO EDUCACIONAL I 55
Em 1998, em uma visita noturna, encontraram dezenas de internos amontoados no
cabeça. Mães de garotos castigados por funcionários pediam à equipe que vistoriasse
“É preciso separar o joio do trigo: os que estão na bandidagem e os que agiram por re-
beldia”, afirma o promotor Oliveira. Ele conta que há os que chegam constrangidos e
“Sou como médico, não posso ter meias palavras. Tenho de dizer aos pais que o filho
deles virou infrator.” Nem sempre ele tem essa oportunidade, já que a maioria dos jovens
vive fora de casa ou tem pais com uma folha corrida muito pior que a deles. Em todos os
casos, o histórico criminal zera quando o interno chega à maioridade. O poder público não
sabe quantos dos presos no sistema penitenciário são egressos da Fundação Casa.
Os delitos mais comuns entre os infratores e criminosos com menos de 18 anos são
tráfico de droga, roubo e furto, que juntos representam 80% dos casos. “Muitos me-
ninos traficam para sustentar o próprio vício em crack”, diz Ivonete Gonçalves de
Oliveira, diretora de uma Regional Metropolitana. Ela cuida das principais unidades
Vara da Infância. Em tese, os menores aguardariam ali até 45 dias à espera da sen-
56 GestãO EDUCACIONAL I
Quando ingressa na Fundação Casa, o adolescente passa por um diagnóstico. O
objetivo é verificar condições de saúde e analisar seu histórico escolar. Muitos che-
gam analfabetos. “Recebemos uma garota que não sabia usar talher e comia com as
“senhor” e “senhora”.
crises de abstinência. Amassados, os remédios são misturados a água, que deve ser
inalavam por pensar que teria o efeito da cocaína”, conta Marcelo Vilela, enfermeiro
Para as adolescentes, a situação pode ficar mais delicada, já que algumas descobrem
estar grávidas nos exames para a internação. Na unidade da Mooca, para onde são
transferidas quando completam oito meses de gestação, há oito jovens mães e outras
quatro prestes a dar à luz. No intervalo das atividades, elas ficam com o bebê para
amamentar, dar banho e trocar fraldas. Fazem roupinhas de crochê enquanto ele
sividade das que não desejavam ser mãe. Na maioria das vezes, elas são usuárias de
drogas e não fizeram nenhum exame pré-natal. Só podem amamentar após seu leite
As 342 garotas (5% do total de internos) às vezes dão mais trabalho que os rapazes.
No ano passado, foi preciso que a tropa de apoio da fundação entrasse na unidade
para conter uma baderna que poderia resultar em rebelião. Medidas duras são parte
importante da educação desses jovens. “Por isso, posso dizer que são meus filhos”,
firmeza e atenção.”
GestãO EDUCACIONAL I 57
Em geral, a permanência dos adolescentes na Fundação Casa é de sete meses. Com
20 anos de idade, Otávio Dias — liberado na semana passada — ficou lá quase três
cente. Ao contrário da maioria de seus colegas, diz nunca ter experimentado droga,
traficado ou roubado. Ele ficou recluso desde março de 2008 por ter matado sua ex-
anos não cedeu aos apelos do rapaz para que abortasse — ele já estava em outro
relacionamento.
quarenta jovens. Seus pais pagam uma mensalidade de 565 reais, e o estado deixava
que fui interno”, conta. “Mesmo para esses, nunca contei minha história real.” Por
regalias. Trocou beijos com uma colega nos corredores e visitou barzinhos. “Não sei
se serei perdoado, mas quero ligar para a família da pessoa a quem fiz esse mal para
pedir perdão.”
Por meio dessa breve consulta a história dos menores infratores é possível notar um
sistema capitalista etc. Essas justificativas nos faz pensar que caso todo esse aparato
58 GestãO EDUCACIONAL I
Muitas Instituições de Correção, como são chamadas atualmente as casas de abrigo
aos menores infratores, gastam em média, mais de três mil reais para manter um in-
terno. Esses números podem ser conferidos no artigo indicado para leitura no Saiba
Estudos feitos com meninos de rua de São Paulo, mostram que a maioria dos meno-
res, não conseguem elaborar projetos de vida devido às condições de vida incertas em
atual de vida. Quando falam em ter uma profissão ou ganhar dinheiro, referem-se
tipo de trabalho não qualificado contra apenas 5% dos menores abandonados; so-
mente 50% dos infratores disseram que teriam casa no futuro, ao passo que 100%
dos menores esperam possuir este bem. As autoras sugerem que a diferença de
GestãO EDUCACIONAL I 59
Sendo assim, podemos concluir que a internação dos menores e o fato de retirá-los
do convívio com outros meninos da mesma idade não infratores na realidade dificulta
a recuperação. Isso por que, dentro das instituições normalmente existe um código de
valores interno criado pelos próprios jovens que obriga os demais a agir e a se com-
portar de acordo com essas normas. De acordo com Gomide e Trindade (1987) este
sendo vistos pela sociedade como infratores, delinquentes e bandidos. Esse rótulo
negativo diminui as chances dele mudar de vida, pois o mercado de trabalho e a co-
munidade têm medo e não oferece novas oportunidades. Nesse sentido, podemos
notar que cada vez mais são reforçadas as características negativas dos menores
infratores e isso se repete de tal forma até que ele se aceite e se veja realmente como
um mau elemento.
Nesse momento você pode estar se perguntado, então qual a solução para os ado-
60 GestãO EDUCACIONAL I
O Estatuto da Criança e do Adolescente
Para o ECA, os menores de dezoito anos que cometem crimes ou atos fora da lei,
são chamados de infratores. Aliás, segundo nos aponta Valente (2002, p.69) não é
lescente. Não se diz que o adolescente cometeu crime ou contravenção penal, e sim,
ato infracional”.
Para os menores de idade, não há nenhuma medida coerciva e sim ações socioe-
ducativas que podem ser tomadas. O objetivo das medidas socioeducativas, como
o próprio nome prevê, não é punir e sim educar o adolescente para que este seja
reabilitado.
Adolescente e podem ser aplicadas aos menores que cometem atos infracionais. A lei
prevê ainda a aplicação cumulativa de uma ou mais medidas protetivas. Isso significa
que de acordo com a gravidade da infração cometida pelo menor, uma ou mais medi-
das protetivas podem ser tomadas. Vamos conhecer as medidas protetivas previstas
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar
ao adolescente as seguintes medidas:
I - advertência;
GestãO EDUCACIONAL I 61
III - prestação de serviços à comunidade;
IV - liberdade assistida;
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competen-
te poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
A autoridade competente que pode aplicar tais medidas é o juiz ou promotor de justiça
socioeducativa.
Advertência: segundo Valente (2002), a advertência é feita de forma oral pelo juiz e
registrada com a assinatura do menor, dos pais ou de seus responsáveis. Ela é apli-
cada para infrações menores e tem o objetivo de orientar o adolescente e sua família.
62 GestãO EDUCACIONAL I
em situações em que existem danos a patrimônios públicos ou propriedades privadas.
Para Valente (2002, p.71), o objetivo dessa medida é “despertar o senso de respon-
sabilidade do infrator acerca do bem alheio”. Nesse sentido, a medida também afeta
os pais ou seus responsáveis, pois muitas vezes há custos envolvidos. Caso o ado-
lescente e sua família não tenham condições de pagar pelos danos causados o juiz
pode determinar a substituição dessa medida por outra que satisfaça o dano. Vejamos
o que diz o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) no artigo 116: “Em se tratando
caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por
onde o menor infrator não é retirado do convívio social e precisa desenvolver tarefas
importantes para a comunidade e que lhe ensine valores morais, éticos e outros. A
adolescente, e como prevê o ECA, não deve possuir caráter vexatório ou humilhante.
Liberdade Assistida: de acordo com Valente (2002) essa é uma medida a ser tomada
quando o adolescente não precisa ser privado de sua liberdade, mas que precisa ser
GestãO EDUCACIONAL I 63
acompanhado, orientado e até mesmo privado de alguns direitos. Sendo assim, uma
pessoa capacitada é designada para supervisionar sua rotina como a frequência es-
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais ade-
quada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a
qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o
orientador, o Ministério Público e o defensor.
64 GestãO EDUCACIONAL I
a sociedade e o meio aberto. O objetivo é ressocializar o menor mediante a realização
Art. 120. O regime de semiliberdade pode ser determinado desde o início, ou como for-
ma de transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas,
independentemente de autorização judicial.
correção priva o adolescente de sua liberdade. Ele fica, portanto, recuso e sem o di-
reito de ir e vir. Segundo Valente (2002, p.72), tal medida será aplicada,
por autoridade judicial, após o devido processo legal, quando se tratar de ato infracional
cometido mediante grave ameaça ou violência à pessoa, por reiteração no cometimento
de outras infrações graves ou por descumprimento reiterado e injustificável de medida
anteriormente imposta.
da Criança e do Adolescente.
Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de bre-
vidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
GestãO EDUCACIONAL I 65
reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.
Vale ressaltar que a medida de internação é uma ação tomada em casos extremos
e que de acordo com a Constituição Federal de 1988 não pode ultrapassar o tempo
cumpra sua sentença e retorne ao convívio social com novos aprendizados, ideais e
ações muito brandas contra os menores infratores e por esse motivo, não intimida o
adolescente infrator e nem os demais criminosos que se utilizam dos menores para con-
66 GestãO EDUCACIONAL I
profissionais envolvidos em propostas de leis que diminuam a maioridade penal e que
tida. Para saber mais sobre esse assunto, leia o livro recomendado abaixo.
indicaçãO de leitura
guinte forma:
<http://site.cfp.org.br/publicacao/reducao-da-maioridade-penal-socioeducacao-nao-
se-faz-com-prisao>.
GESTÃO EDUCACIONAL I 67
atividades para cOmpreensãO dO cOnteÚdO
1) Vimos nessa unidade que os abrigos ou casas de acolhimento tem funções e ob-
b) A estadia das crianças e jovens nos abrigos públicos é provisória e são ofereci-
dos para crianças e adolescentes que foram afastados da convivência com sua
grupos de crianças.
d) Todas as alternativas estão corretas.
ii. II. Apresentar a moradia, os novos companheiros e as pessoas com as quais o abrigado pas-
sará a conviver.
iv. IV. Garantir assistência médica, psicológica, odontológica, farmacêutica e outras aos abrigados.
b) Apenas II e IV.
68 GESTÃO EDUCACIONAL I
século XX no Brasil, também faziam parte da estratégia educar o povo e sanear
suporte às famílias nos casos que não conseguissem conter os filhos insubordina-
dos, os quais poderiam ser entregues a tutela do Estado. A partir dessa informa-
c) Desde o século XX que a lei prevê tratamento e assistência aos menores in-
fratores.
d) Todas as alternativas estão erradas.
Reflita sobre essa afirmação e assinale a alternativa correta que justifica esse fato
I. A internação dos menores e o fato de retirá-los do convívio com outros meninos da mes-
II. Outro problema é o preconceito. Os jovens internos das Casas Correcionais quando
IV. Falta de verbas para manter os menores infratores em condições dignas de sobrevivência e
convivência comunitária.
Estão corretas:
a) Apenas I e II.
GestãO EDUCACIONAL I 69
b) Apenas II e IV.
ção que priva o adolescente de sua liberdade. Ele fica recluso e sem o direito de
ir e vir. A partir dessa afirmação, assinale o que for correto afirmar sobre a medida
a) O adolescente interno pode sair durante o dia da Casa de Correção para estu-
dar e trabalhar.
b) Essa medida é tomada em casos em que o adolescente viola ou depreda o
patrimônio público.
e violentos.
d) d) De acordo com essa medida o jovem deve prestar serviços úteis à comuni-
infratores. Por esse motivo, divulgam uma proposta de lei que diminua a maioridade
fração cometida. Pesquise mais sobre esse assunto e aponte três argumentos a favor
70 GESTÃO EDUCACIONAL I
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para auxiliar você na compreensão das discussões feitas nessa unidade apresentarei
abrigos públicos é provisória e são oferecidos para crianças e adolescentes que foram
ças. Existem vários tipos de abrigos divididos de acordo com seu tipo de atendimento.
O atendimento das crianças e adolescentes que são encaminhados aos abrigos pre-
cisa ser bastante acolhedor. Isso porque normalmente eles apresentam um quadro de
fragilidade emocional e até mesmo física devido aos desgastes e problemas familia-
res enfrentados.
Por esse motivo, os abrigos precisam parecer o máximo possível com uma residência
comum, uma casa. Esse fato ajuda na socialização das crianças e jovens e facilita a
Segundo Kreuz (2012) no século XX, cidades como São Paulo e Rio de Janeiro pas-
saram por um grande crescimento industrial e populacional. Esse crescimento não foi
planejado e por isso mesmo, agravou problemas sociais como a criminalidade, mendi-
Para solucionar o problema foi o criado o Código de Menores que era destinado aos
GestãO EDUCACIONAL I 71
Com a ação do Estado interferindo nas ações familiares os Orfanatos e internatos
logo ficaram lotados. A ideia era a de que se a família não conseguisse desempenhar
adequadamente seu papel na educação dos filhos, era dever do Estado intervir e cor-
Assistência ao Menor). Kreuz (2012) informa que a finalidade do SAM era prestar as-
Mais tarde, em razão do fracasso do SAM, foi criado o FUNABEM (Fundação Nacional
de Bem-Estar do Menor) que tinha como missão criar uma política de orientação e
reeducação do menor infrator. Sob essa influência foram criadas também as FEBEMS
que acabou bastante conhecido nas mídias pelas rebeliões dos internos, fugas, inú-
Para os menores de idade, não há nenhuma medida coerciva e sim ações socioe-
ducativas que podem ser tomadas. O objetivo das medidas socioeducativas, como
o próprio nome prevê, não é punir e sim educar o adolescente para que este seja
reabilitado.
Adolescente e podem ser aplicadas aos menores que cometem atos infracionais. A lei
72 GestãO EDUCACIONAL I
artiGOs, sites e LINKS
Como vivem os menores abandonados no Brasil
<http://www.gaasp.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=362%3A-
os-orfaos-do-brasil&catid=58%3Areflita&Itemid=73>.
FEBEM
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-64451987000200014&script=sci_art-
text>.
<http://www.armadacritica.ufc.br/phocadownload/11-%20as%20medidas%20socio-e-
ducativas%20do%20eca-%20maria%20conceicao.pdf>.
GESTÃO EDUCACIONAL I 73
74 GestãO EDUCACIONAL I
UNIDADE III – Ampliando as
fronteiras da educação não
escolar
capaz de:
GestãO EDUCACIONAL I 75
Novos campos para as experiências pedagógicas
contrário de outras profissões que perdem dia a dia espaço e campo no mercado de
trabalho, o pedagogo tem sua área de atuação ampliada frequentemente. Ele está
sendo requisitado a agir em áreas que exigem consciência política e histórica, senso
sabemos a algum tempo que o pedagogo não age mais somente nas salas de au-
76 GestãO EDUCACIONAL I
dentro e fora das escolas. A demanda por pedagogos em hospitais, presídios, empre-
sas, ONGs ou ainda nas rádios, televisões e editoras é cada vez maior.
Com essa abertura no campo de trabalho do pedagogo, exige-se dele uma formação
cada vez melhor e mais vasta. Não é raro encontrar pedagogos atuando como líderes
dade em geral, exigem uma grande procura por ferramentas educativas que auxiliem
pedagogo, uma postura ética que combata o saber superficial e mediano. E nessa
GestãO EDUCACIONAL I 77
luta, o conhecimento científico é o que fundamenta a ação educativa e todo o tra-
balho do pedagogo.
Uma das tarefas esperadas do pedagogo em seus diversos campos de ação é o ensi-
e planejado. Trata-se de um ensino real, que varia seu objetivo de acordo com as
de sistematizar saberes científicos que contribuirão para que a equipe na qual ele atue
aula e abriu novas áreas, capazes de formar equipes multidisciplinares que atuam
trabalho. Por isso os pedagogos estão sendo requisitados a atuar nas empresas,
de ensino. Sendo assim, eles trabalham para a criação de uma cultura de formação
nários. Você poderá saber mais sobre a pedagogia empresarial ainda nessa unidade.
nas atividades didáticas. Isso evita que o paciente perca o ano letivo e o vínculo com
ciente para ajudá-lo na adaptação com o ambiente hospitalar. Mas esse tema vamos
discutir com mais detalhes no próximo item dessa unidade, portanto, continue lendo!
78 GestãO EDUCACIONAL I
SAIBA MAIS!
Qual O Verdadeiro Papel Do Pedagogo Em Contextos Não Escolares?
O ensino superior deste profissional provavelmente não o preparou para este fim. A
maioria das universidades não oferecerem currículos baseados na realidade das em-
em qualquer esfera seja ela escolar ou não. Sabe-se que alunos internados e debili-
O Pedagogo ao fazer parte deste processo muitas vezes se vê despreparado pelo fato
de não ter tido em sua vida acadêmica de práticas e teorias ligadas a estes contextos
processo educacional. Ou seja, quando esses profissionais atuam fora da sala de aula
GestãO EDUCACIONAL I 79
Infelizmente o lucro, o financeiro e o administrativo são os sinônimos que algumas
empresas e/ou organizações almejam. Parece que não se tem objetividade nem cla-
ridade nos ideais da Educação Brasileira e valorização pelo profissional desta área.
tir do momento que este profissional de fato for valorizado em todos os seus aspectos,
resultados anuais.
do, é a ética humana, aquela que promove o desenvolvimento tendo como objetivo o
Não basta aprender conceitos e discutir pontos de vista, é preciso também, mudar as
Ter ética é saber que ensinar e aprender são muito mais do que dar uma receita para
ser desenvolvida sem erros: é antes de tudo ser referência de homem e de mulher
diante dos problemas que a vida impõe, assumindo uma atitude de respeito, solidarie-
Outro fator importante é saber que o ensino-aprendizagem não tem a função doutrinária
80 GestãO EDUCACIONAL I
e o papel do Pedagogo passa a ser o de mediar, trazendo para a sala de aula várias
sões e da análise dos aspectos positivos e negativos referentes a cada assunto, e isto
gia/artigos/19880/qual-o-verdadeiro-papel-do-pedagogo-em-contextos-nao-escola-
LEIA MAIS!
Você encontra outros artigos relacionados aos campos de atuação do pedagogo nos
<http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/Pedago-
gia2/apedagogiaepedagogos.pdf>.
<http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?pid=MS-
C0000000092006000100040&script=sci_arttext&tlng=pt>.
<http://www.scielo.br/pdf/es/v20n68/a13v2068.pdf>.
GestãO EDUCACIONAL I 81
indicaçãO de leitura
educativa como seu objeto, a relação com as demais ciências da educação, a iden-
pedaGOGia HOspitalar
Você viu que a pedagogia vem expandindo seu campo de atuação e é preciso que o
pedagogo esteja preparado para atuar nos mais diferentes locais, já que a educação
hospitais e são, inclusive, garantidos por lei para as crianças ou jovens doentes que
A atuação dos pedagogos juntos aos hospitais tem crescido diariamente. Sua pre-
sença é importante, pois quando uma criança é hospitalizada, toda sua rotina se
82 GESTÃO EDUCACIONAL I
transforma de maneira brusca. Ela deixa de ir à escola, de brincar e de conviver com
os colegas e ainda sofre com a doença ou com o tratamento. Essa situação é um fator
que provoca grande ansiedade, angústia e medo. Nesse momento, o pedagogo pode
Toda criança é naturalmente ativa e a doença ou a internação não podem ser consi-
para demonstrar que não existem fronteiras para a ação educativa. A função do pe-
muito tempo hospitalizadas e por isso eram prejudicadas na aprendizagem dos conte-
Paris. A iniciativa foi de Henri Sellier, que criou a primeira classe hospitalar para atender
crianças mutiladas ou atingidas pela Segunda Guerra Mundial. Logo seu trabalho se
expandiu e motivou outros países como Alemanha e Estados Unidos a atender crianças
doentes que se afastavam das escolas. Portanto, o marco que provocou a entrada dos
pedagogos nos hospitais foi a Segunda Guerra Mundial. O grande número de crianças
GestãO EDUCACIONAL I 83
Brasileira e aprovada em outubro de 1995. A lei ressalta que toda criança hospitalizada
que sua família tem o direito de participar e acompanhar todo o processo de internação.
Sabemos que a doença faz parte de processos naturais do corpo humano e em mui-
com os amigos provoca medo e angústias que tornam o processo de recuperação ain-
da mais difícil. O papel do pedagogo hospitalar é tornar esse ambiente descrito menos
dagogo hospitalar é ainda um elo entre a criança internada e o mundo lá fora. Esse elo
peração. Para isso, o pedagogo hospitalar deve ser capaz de mudar o foco da doença
trabalho do hospital. Sobre essa questão, Fonseca (2008, p.29) enfatiza que:
84 GestãO EDUCACIONAL I
Cabe também ao pedagogo hospitalar manter contato com a escola de origem do
aluno internado e dessa forma, dar continuidade aos conteúdos de ensino e manter
trabalho realizado.
Além disso, o trabalho nos hospitais exige do pedagogo uma grande capacidade de
Por meio das palavras do autor podemos notar que o papel do pedagogo hospitalar não é
a doença e o hospital de forma a aproximá-los em busca da cura. Para isso, é muito im-
portante que o pedagogo seja uma pessoa emocionalmente equilibrada e capaz de lidar
com diferentes situações que permeiam desde a alta do paciente, bem como seu óbito.
res. Nessa tarefa social, o pedagogo compreende que a família encontra-se fragiliza-
rio ter muita ética e orientar a família a não ter receio de tirar suas dúvidas, de procurar
GestãO EDUCACIONAL I 85
Diante dessa descrição podemos notar que o trabalho pedagógico nos hospitais é um
recurso que rompe com as barreiras entre o ensino e a escola. Além disso, o pedago-
dades torna a estadia do paciente menos penosa e com maiores perspectivas de cura.
Para saber mais sobre os campos de atuação do pedagogo hospitalar, faça a leitura
SAIBA MAIS
O papel do pedagogo hospitalar
Introdução
O profissional que trabalha na área da saúde deve zelar pelo bem-estar físico e psí-
Nos hospitais há crianças e adolescentes internados que muitas vezes perdem o ano
letivo por permanecerem hospitalizados. O pedagogo neste espaço, tem papel fun-
O trabalho existe do pedagogo hospitalar mas deveria se dar mais atenção para que
fossem criados classes hospitalares em todos os locais da saúde. Este trabalho ca-
racteriza-se por educação especial realizado com diferentes atividades e por atender
86 GestãO EDUCACIONAL I
alegre e aconchegante fazendo com que a criança ou adolescente enfermo melhorem
da educação, desta forma, ele retorna mais confiante no seu regresso na sociedade.
pital buscar alternativas e métodos qualificados que possibilitem aos pacientes usufru-
Ceccim apud Ortiz e Freitas “parece-me que, para a criança hospitalizada, o estudar
GestãO EDUCACIONAL I 87
emerge como um bem da criança sadia e um bem que ela pode resgatar para si mes-
do paciente. No hospital a criança está longe do seu cotidiano voltado pelos amigos,
Também e importante trazer para o hospital objetos pessoais das crianças como ur-
sinhos, travesseiros, brinquedos etc., para tranqüilizar a criança durante sua interna-
ção. De acordo com Matos o educador deve buscar em si mesmo o verdadeiro sentido
de “educar”, deve ser o exemplo vivo de seus ensinamentos e converter sua profissão
biente de sala de aula, algumas por tempo prolongado devido a enfermidades. Daí a
ças e adolescentes perdem o ano letivo por estarem hospitalizados, pensando neste
88 GestãO EDUCACIONAL I
fogem do ambiente escolar. No hospital, as crianças são ignoradas como alunos e
das que precisam de atendimento escolar. Para Libâneo a Pedagogia é uma área de
questões que necessitam reflexão e estudo. Justifica-se, neste sentido o estudo pro-
educativos neste espaço não escolar, identificar os princípios que orientam a atuação
go no espaço hospitalar.
A metodologia para o estudo estará centrada na análise quantitativa dos dados co-
tações ou não ao nível das implicações de suas utilizações. A Metodologia, num nível
GestãO EDUCACIONAL I 89
o Método deriva da Metodologia e trata do conjunto de processos pelos quais se torna
possível conhecer uma determinada realidade [..]” que “nos leva a identificar a forma
Desenvolvimento
ços não escolares. O pedagogo tem novos campos de atuação saindo do cotidiano
escolar, que até pouco tempo, era seu único espaço de trabalho, para se inserir em
novos locais com uma visão diferente da atuação deste profissional. Abrem-se novos
espaços para educação, em locais como hospitais, ONGs, empresas, eventos..., esse
contexto vem mudando a idéia que o pedagogo está apto somente para ficar dentro
de uma sala de aula, estendendo-se para outros espaços pois nos espaços que há
nas várias esferas do educativo para enfrentamento dos desafios colocados pelas
safiando a todos os pedagogos na sua prática educativa nos espaços não escolares
Papel do pedagogo
O pedagogo hospitalar tem papel fundamental dentro da educação pois tem como
90 GestãO EDUCACIONAL I
finalidade acompanhar a criança ou adolescente no período de ausência escolar, in-
O trabalho existe, porém deveria ter mais atenção para que fossem criados classes
classe hospitalar oferece à criança a vivência escolar, o professor precisa ter um pla-
por profissionais voltados a área da educação. Para Ortiz (1999): “A classe hospi-
tratamento terapêutico”.
cativas especiais transitórias, ou seja, crianças que por motivo de doença precisam de
Este novo espaço de atuação do Pedagogo vem sendo estudado como uma nova
saúde, também ajuda nos transtornos emocionais causados pela internação, como a
ção do paciente.
GestãO EDUCACIONAL I 91
A Pedagogia Hospitalar é um processo alternativo de educação, pois ela ultrapassa os
do paciente. No hospital a criança está longe do seu cotidiano voltado pelos amigos,
como a área disponível para a realização das atividades lúdicas pedagógicas, recrea-
preocupar com a presença da brinquedoteca. Para Cunha (2001), vem abordar a in-
destinado à brincadeira, onde a criança brinca sossegada, sem cobrança e sem sentir
O profissional deve ser criativo explorar os espaços, podendo assim realizar dinâ-
92 GestãO EDUCACIONAL I
brinquedos. Sendo assim, as classes hospitalares possuem uma pedagogia carac-
espaço onde as crianças possam expor seus trabalhos (murais), lugar para guardar
O local deve ser lúdico e recreativo tendo jogos e brincadeiras, realizadas de acordo
com o estado do paciente, com o intuito de expressar a partir de uma linguagem sim-
atendimento Escolar / Hospitalar. “Ser diferente e por isso, ter de ficar de fora é muito
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O pedagogo que desenvolve seu trabalho no ambiente hospitalar tem uma importante
função na sociedade, é um espaço novo para a atuação do mesmo por isso deve ter
clareza da sua atuação neste espaço que envolve muitos cuidados e dedicação pois
GestãO EDUCACIONAL I 93
os pacientes envolvidos no processo de aprendizagem necessitam de muita atenção
apoio tanto físico quanto emocional e o pedagogo pode contribuir para que a melho-
da criança.
Porém, para que haja um trabalho de qualidade é preciso avançar na execução do tra-
dentro do hospital garantindo o direito da criança dar continuidade aos seus estudos,
motivando a mesma a continuar depois de sua alta do hospital, mas nessa prática o
Leia Mais
Você encontra mais informações sobre esse tema nos artigos dos sites indicados
<http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n29/n29a10.pdf>.
<http://www.usc.br/biblioteca/pdf/sie_2008_educ_arti_ambientes_hospitalares_
qual_o_papel_do.pdf>.
94 GestãO EDUCACIONAL I
indicaçãO de leitura
e como cidadãos. E o educador tem como missão passar tais conhecimentos a todos.
filmes recOmendadOs
Sinopse:
com exceção do reitor, que quer arrumar um motivo para expulsá-lo, apesar dele ser
o primeiro da turma.
Fonte: <http://www.filmesonlinegratis.net/assistir-patch-adams-o-amor-e-contagioso-
GESTÃO EDUCACIONAL I 95
Pedagogia empresarial
para atuação no setor de Recursos Humanos nas empresas. No entanto, nem todas
Por meio dessa preocupação com o desenvolvimento dos recursos humanos empre-
incentivadas inclusive por leis governamentais como a número 6.297\75 que possi-
A partir daí o pedagogo ganha espaço nas empresas atuando na área de Desenvolvi-
96 GestãO EDUCACIONAL I
pressuposto principal é a filosofia dos recursos humanos adotados pela empresa, daí
entre a empresa e seu funcionário. Para isso, ele atua junto ao Departamento de
passa a realidade da empresa e passa a fazer sentido na vida pessoal dos funcionários.
Além disso, cada funcionário passa a ser considerado e valorizado em sua singularidade,
trabalham em prol dos mesmos objetivos. Nesse caso, segundo Ribeiro (2010, p.11):
GestãO EDUCACIONAL I 97
Nessa perspectiva, o objetivo da pedagogia empresarial é construir os conhecimen-
Ribeiro (2010) enxerga o campo de ação da pedagogia empresarial como algo ainda
plo e para saber mais sobre o assunto faça a leitura do Saiba Mais abaixo.
98 GestãO EDUCACIONAL I
Pedagogia Empresarial
recursos humanos.
danças no comportamento das pessoas de modo que estas melhorem tanto a quali-
mento de pessoal, bem como sua utilização para alcançar objetivos organizacionais.
O maior patrimônio da empresa é o ser humano por este motivo o foco maior é a ges-
tão de pessoas. Nesses últimos tempos os lideres estão mais prudentes e dando mais
mentais nas pessoas envolvidas, favorecendo os dois lados: o funcionário que quan-
mais e a empresa que quando se matem com pessoas qualificadas obtém melhores
GestãO EDUCACIONAL I 99
Contudo, o pedagogo e a empresa fazem uma ótima combinação, pois em tempos
modernos ambos têm o mesmo objetivo de formar cidadãos críticos com competên-
cas solidas. Sabendo que seu foco deve estar direcionado para as partes descritas,
humanização.
LEIA MAIS
Você encontra mais artigos sobre esse tema nos sites abaixo. Boa leitura!
<http://publicacoes.fatea.br/index.php/eccom/article/view/593/423>.
<http://catolicaonline.com.br/revistadacatolica2/artigosv1n1/5_Pedagogia_empresa-
rial.pdf>.
funções que seriam próprias da família e da sociedade. Cabe a escola, não somente
o papel de ensinar, mas também o de resolver grande parte dos problemas sociais de
seus alunos. Eles emergem no contexto educativo com os mais diferentes formatos,
Pinel (2011), Paulo Freire sempre se interessou pela pedagogia social. Justamente
por isso, seu pensamento e discurso são ricos de possibilidades e ideias para o tra-
Freire (1983, p.79) afirma: “Já agora ninguém educa ninguém, como tampouco nin-
mundo”. Mediante esse discurso, a ideia de que a escola não é o único espaço social
educativo ganha forças e reconhece-se que fora e além da escola existem diversas
apoio teórico e pratico às ações educativas realizadas fora da escola contamos com
Segundo Pinel (2011), Pedagogia Social é uma ciência que pertence ao rol das ciên-
especialmente nos locais na qual a educação formal não consegue chegar e por meio
das relações de ajuda a pessoas, jovens e crianças que não possuem suas necessi-
enumerar algumas para que você perceba o quanto o campo de atuação e estudo é
amplo. Para isso, contarei com o auxílio dos estudos de Pinel (2011, p.25):
A. Identificação e potencialização dos fatores sociais que, intencionalmente ou não, estão presen-
C. Dimensão das ciências da educação que se ocupa da formação à sociabilidade humana, parti-
A partir dessas linhas teóricas podemos então analisar melhor os campos de ação da
pedagogia social. Para Pinel (2011, p.33), a Pedagogia Social é definida como uma
das por indivíduos ou grupos”. De acordo com essa perspectiva, a função primordial
A solução apontada pelo pedagogo social também pode ser do campo técnico. Um
Outra atuação da Pedagogia Social é junto à Educação Social. Ela é uma dimensão
ção. Envolve também ações preventivas como a ocupação do tempo livre e o desen-
Já Pinel (2011) afirma que no campo do trabalho social o pedagogo pode atuar ainda
com a:
rado etc.);
2. Atenção à adolescência (orientação pessoal, profissional, tempo livre e férias);
-presidiários);
Diante de espaços tão amplos de atuação é importante frisar que o trabalho pedagógi-
no qual vivem, o objetivo é capacitar os sujeitos para que possam atuar e modificar a
Caso você esteja interessado em conhecer mais sobre a Pedagogia Social faça a
SAIBA MAIS
“Origem e evolução da Pedagogia Social”
qual se centraliza nos problemas humanos e sociais, na qual podem ser tratados a partir de
empenho educativo, é uma ciência do trabalho social a partir duma perspectiva educativa.
na qual se centraliza nos problemas humanos e sociais e na qual podem ser tratados
pectiva educativa.
Começou por ser um ramo da Pedagogia geral, mas com o decorrer dos anos, ganhou
um grau de diferenciação em virtude quer das metodologias quer dos novos contextos.
A Pedagogia Social passa assim pela intervenção que se faz em situações normaliza-
educação social das pessoas e grupo se, uma ciência do trabalho social a partir duma
perspectiva educativa.
necessidade.
social deve efetuar-se em todos os contextos nos quais se desenvolve a vida do ser
humano. Nesse sentido, não pode definir-se exclusivamente por ocupar o espaço não
necessidade de encontrar resposta para os problemas sociais novos que daí resulta-
Pedagogia Social:
Pedagogia social entendida como ajuda à juventude, é a sociedade que provoca situ-
e política).
Reflexão:
Cada vez mais se pode concluir que a Pedagogia Social é uma necessidade aplicável
educativas quer individuais (pais, professores e outros) quer coletivas (media, grupos
LEIA MAIS
<http://www.senept.cefetmg.br/galerias/Anais_2010/Artigos/GT8/EDUCACAO_SO-
CIAL.pdf>.
<http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/rle/n7/n7a06>.
<http://www.am.unisal.br/pos/stricto-educacao/pdf/mesa_8_texto_evelcy.pdf>.
1) Você já sabe que o pedagogo não age mais somente nas salas de aulas. Atu-
empresas, ONGs ou ainda nas rádios, televisões e editoras é cada vez maior. No
um ensino real, que varia seu objetivo de acordo com as experiências de dife-
rentes espaços.
procedimento de cura.
tidos por lei para as crianças ou jovens doentes que precisam de longos períodos
a) Ele pode ajudar a criança a adaptar-se ao novo ambiente, a recuperar sua saú-
adequados.
assinale o que for correto afirmar sobre a ação do pedagogo nas empresas:
Estão corretas:
a) Apenas I e II.
b) Apenas II e V.
d) Apenas I, IV e V.
tiva correta:
c) Pedagogia Social é uma ciência que se ocupa com a educação que acontece
fora da escola e tem por objetivo prestar ajuda às pessoas que não possuem
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para auxiliar você na compreensão das discussões feitas nessa unidade, apresenta-
de trabalhar em grupo.
profissionais da educação
• A atuação dos pedagogos juntos aos hospitais tem crescido diariamente. Sua
presença é importante, pois quando uma criança é hospitalizada, toda sua
• Sua presença é essencial, inclusive para demonstrar que não existem fron-
teiras para a ação educativa. A função do pedagogo hospitalar é dar continui-
oferecido.
• A pedagogia na empresa é uma prática bastante recente, principalmente no
Brasil. Segundo Ribeiro (2010) ela surgiu devido a necessidade de formação
to.
de e adaptabilidade e outros.
• A pedagogia social surge no Brasil com o objetivo de mediar a aprendizagem
do aluno submetido à exclusão social. Seu principal representante é Paulo
Freire.
que acontece especialmente nos locais na qual a educação formal não con-
vivenciadas.
capaz de:
Vimos que o pedagogo tem sido um profissional bastante requisitado dentro e fora das
escolas. Sua atuação não se resume mais apenas a sala de aula e isso exige atua-
pedagogos posturas de liderança, com orientação clara e objetiva para sua equipe de
Exercer a liderança não é uma tarefa simples e a gestão de pessoas implica em res-
não apenas no ambiente de trabalho como também nas pessoas que deles partici-
Ribeiro (2010) afirma que uma das principais metas a ser atingidas por aqueles
Vale ressaltar que dentro de uma instituição isso significa que o pedagogo deve
de expressão iguais para todos. Para agir em equipe é necessário entrar em acordos sobre
ou tarefa ou projeto. Isso nem sempre é fácil e a presença do líder nesse momento é es-
B. Conduzir reuniões: embora essa seja uma tarefa rotineira nas mais variadas corporações de
trabalho, conduzir uma reunião nem sempre é algo simples. Para que a reunião atinja seus ob-
jetivos ela precisa significar mais do que os assuntos abordados na pauta. Para isso, é preciso
dar vida à equipe e evitar situações como as que expõem Ribeiro (2010, p.36):
- todo mundo fala ao mesmo tempo, interrompe e não escuta mais o outro;
- ninguém fala, todo mundo parece perguntar-se “o que estou fazendo aqui”;
C. Analisar práticas e problemas profissionais: segundo Ribeiro (2010) um dos problemas mais
enfrentados pelo pedagogo junto à gestão de pessoas diz respeito às constantes reclamações
e insatisfações sobre o trabalho. Nesse momento é muito importante que não se faça do líder
um muro de lamentações. Nesse sentido, a equipe perde sua força de trabalho e não consegue
alcançar seus objetivos. Um cuidado a ser tomado é o de que o desejo de analisar e refletir o
dido como algo saudável nas relações humanas, ele precisa ser mediado para que
seus resultados sejam positivos para grupo e para a instituição. Intelectualmente ele
também precisa ser trabalhado para que o conflito não seja interpretado no nível pes-
dessa mudança, pois é seu trabalho preparar as pessoas para essas mudanças e
dade e autonomia para as pessoas, para que cada um possa desenvolver de forma
Para conhecer mais sobre a área da gestão de pessoas faça a leitura do Saiba Mais
Temos na verdade, várias denominações, para um objetivo. Qual, afinal, é esse obje-
Hoje, qualquer pessoa, por menor que seja sua escolaridade, sabe que não é pela im-
posição, pelo controle e punição, que se obtém o melhor de cada um. Os empregados
de bens e serviços a serem oferecidos aos clientes passou a ter maior exigência de
O trabalhador, que por ocasião da chamada Era Industrial era considerado como um
fator de produção (FISCHER, 2002, p.172) passou a ser entendido como o Trabalha-
Em tempos em que copiar é o mais fácil e ágil, todos os produtos e serviços seriam
15 fev. 2015.
06REMS5.pdf>.
<http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/43167/conceito-de-gestao-de
-pessoas>.
Gestão e liderança
ser gestor. Gestor significa líder. No entanto, cada pessoa em posição de liderança,
traz consigo uma imagem, consciente ou não do que é liderar. De acordo com Ednir
líder faz. Sendo assim, se a ideia que o gestor tem de liderança é a de mandar, seu
comportamento em relação aos colegas será um. E, bem outro, se acreditar que a
Como você vê, é muito importante saber o conceito ideal de liderança e as posturas
não existe um esquema pronto de gestão perfeita, aliás, liderança não é algo que se
ensina e sim que se desenvolve. Por isso, não tenho a pretensão de apresentar recei-
que pude observar em ótimos gestores. Para me auxiliar nessa tarefa, contarei com a
e Claudia Ceccon.
gastadas com o problema que enfrentam. Muitos gestores imaginam que o ideal é
se momento o ideal é ouvir, acolher os sentimentos para depois construir uma ponte
para o intelecto. Segundo Ednir e Ceccon (2006, p.19) “é preciso que se comece pelo
colega e até podemos opinar em nome dele. Esse comportamento resulta no distan-
ciamento entre o líder e sua equipe. Além disso, produz uma equipe em que os partici-
pantes estão sempre à espera que outros tomem à frente. O ideal é fazer com que os
outros pensem junto com você. A maneira mais consistente de se tomar uma decisão,
segundo nossas autoras “é deixar de lado as certezas fáceis [...] e distinguir entre o
que se sabe e o que se pensa que sabe” (EDNIR; CECCON, 2006, p.20). Afinal, para
realmente saber o que o outro pensa, é preciso perguntar a ele e ouvir sua opinião.
A linguagem das ordens pode ser muito práticas quando se quer bancar o chefe, mas
deve ser o último recurso para um líder. Isso faz com que as pessoas parem de pensar
por si mesmas e tornem-se apenas executores sem vontade própria. As autoras acon-
cipais dos integrantes de sua equipe. No entanto, ele não deve ter a pretensão de mudar
o modo de ser das pessoas. Não se trata de rotular as pessoas ou definir como elas são.
O importante é saber como agem, como se comportam. Ednir e Ceccon (2006, p.26)
que ele faz”. Isso implica em diferenciar o profissional do pessoal. Para isso, é preciso
O sabe tudo: quase todos os pedagogos já foram professores. Por isso, a maioria traz
consigo o ideal de ter todas as respostas na ponta da língua. Certo, mas precisamos
compreender que isso é o que os alunos esperam de seus professores. Mas será que
os funcionários de uma empresa também esperam isso de seus líderes? Essa postura
pode dar a impressão de que o líder é sempre o dono da verdade. Nossas autoras
afirmam que é mais importante fazer as perguntas certas do que dar respostas...
O controlador: um bom gestor precisa ter conhecimento das principais ações de sua
equipe. Mas para isso, não é necessário vigiar ou se meter no trabalho do outros.
Cada pessoa tem seu estilo para desempenhar uma tarefa, você pode explicar como
a tarefa deve ser feita, mas a forma de fazer de cada funcionário deve ser respeita-
da. As autoras nos alertam que tal postura não implica em deixar cada um fazendo
o que quiser e como bem entender. Não, de jeito nenhum. O importante é encontrar
um equilíbrio. Delimite os limites, não admita situações que você realmente não quer
que aconteçam em sua escola. Mas também não queira controlar todas as coisas e
todas as pessoas.
Estabelecendo diretrizes: Ednir e Ceccon (2006, p.28) afirmam que “se você e sua
equipe não sabem para aonde estão indo, haverá discussões a cada esquina sobre
o rumo a tomar. Liderar sem ter uma direção definida não leva a parte alguma”. Por
isso, estabelecer um plano de ação é fundamental, ou seja, é preciso deixar claro para
obstáculos.
mentos. Nossas autoras nos alertam que uma série de qualidades pessoais precisam
experiências que passamos, não só nas acadêmicas ou profissionais. Por isso, mais
uma vez concordamos com nossas autoras: “liderar é um artesanato que se aprende
fazendo”.
Revista Exame indicada para você no Saiba Mais abaixo. Boa leitura!
SAIBA MAIS
A humildade faz o líder excepcional, diz guru de gestão
Para Jim Collins, somente líderes humildes conseguem fazer com que os outros si-
líder é a humildade. É isso que acredita Jim Collins, autor dos best sellers “Empresas
feira, o guru de gestão disse que não é o carisma nem a personalidade que tornam um
comandante excelente. “É a humildade combinada com a paixão por uma causa, que
faz com que essa causa se torne maior do que ele mesmo”, disse.
“Um bom líder faz com que pessoas o sigam. O excepcional faz com que elas sigam
que deve ser feito, e não os obrigando a isso, é que uma liderança é efetiva.
De certa forma, é também com base na humildade que grandes dirigentes conseguem
são tão boas quanto parecem, sem arrogância, é que eles estarão preparados para
momento em que achamos que somos ótimos que a mediocridade surge”, disse.
Além de duvidar do que já foi conquistado, outro hábito dos melhores líderes, segun-
“Talvez esses objetivos nem sejam alcançados, mas outros serão. E quando a con-
quanto já foi feito, só seremos bons se conseguirmos buscar coisas à frente”, afirmou.
Inovação
Para Jim Collins, um líder excepcional precisa também ter uma “disciplina fanática”,
Mas ser disciplinado não basta, também é necessário criar. E segundo o guru, os
grandes pioneiros da inovação não são aqueles que inovam demais, mas sim os que
fazem isso da melhor maneira. Curiosamente, na visão dele, isso implica copiar o que
outros já inventaram.
Empresas duradouras
sua empresa não pode ser grande sem você, ela ainda não é grande”.
Fonte: <http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/a-humildade-faz-o-lider-excepcio-
do real exigem de todos os profissionais uma nova postura com novas capacidades e
Para isso, ele precisa estar atento às necessidades, aos valores humanos e as transforma-
ções que ocorrem dia a dia e de forma muito rápida. Segundo Hengemuhle (2014, p.22):
que competências são essas? O que é ser competente? Adelar Hengemuhle (2014)
A partir dessa definição podemos compreender que é preciso ajudar o sujeito a ad-
quirir e desenvolver condições e recursos para lidar com situações complexas do dia
a dia do trabalho. Para isso, ele precisa mobilizar conhecimentos, valores e decisões
uma questão de necessidade estratégica, mas também para o campo pessoal e para
estender por todas as áreas da vida. Bem, você pode estar se questionando, mas em-
De acordo com Hengemuhle (2014) ser empreendedor significa ser inovador, criativo,
revolucionário. Por esse conceito você já consegue perceber que o sujeito empre-
mentos estratégicos e que possui objetivos claros. São pessoas hábeis capazes de
executar projetos e ações que gerem resultados positivos para si próprio e para a
sociedade em geral.
Agora resta-nos saber como o pedagogo pode contribuir para a formação desse perfil
A partir dessas indicações, é possível perceber que ainda nos resta um longo caminho
áreas já deram o primeiro passo e estão aos poucos modificando o cenário social.
apenas repetir.
Caso você queira saber mais sobre esse tema, leia o saiba mais abaixo e fique por
dentro!
SAIBA MAIS
Pedagogia empreendedora: ensino de empreendedorismo na educação básica
para a Educação Básica: educação infantil até o ensino médio. Atinge, portanto, ida-
des de 4 a 17 anos.
aluno sem influenciar as suas decisões, preparando-o para as suas próprias opções.
Trata o empreendedorismo como uma forma de ser e não somente de fazer, transpor-
tando o conceito que nasceu na empresa para todas as áreas da atividade humana.
nas Gerais e Belo Horizonte. A partir de então, várias cidades a implementaram em toda
a rede pública municipal (e algumas na rede estadual): Santa Rita do Sapucaí (MG),
Guarapuava (PR), Três Passos (RS), São José dos Campos (SP), Jacarezinho (PR).
alunos para criar uma empresa. Ela desenvolve o potencial dos alunos para serem
temente, para serem proprietários de uma empresa, se esta for a sua escolha. Cabe
ao aluno, e somente a ele, fazer opções profissionais e decidir que tipo de empreen-
Pode ser implementada em uma escola da rede pública ou privada; em toda a rede
Fonte: <https://fernandodolabela.wordpress.com/servicos-oferecidos/pedagogia-em-
formações não apenas no ambiente de trabalho como também nas pessoas que
alternativa correta sobre um dos principais desafios para aqueles que trabalham
que a reunião atinja seus objetivos ela precisa significar mais do que os assun-
dos pelo pedagogo junto à gestão de pessoas diz respeito às constantes recla-
I. É preciso saber ouvir, acolher os sentimentos para depois construir uma ponte para o intelecto
e encontrar soluções.
II. O líder deve evitar a linguagem das ordens. Isso faz com que as pessoas de sua equipe parem
III. Um líder precisa saber observar as características e habilidades principais dos integrantes de
sua equipe.
IV. Um bom gestor precisa ter conhecimento das principais ações de sua equipe. Mas não deve
V. O líder necessita de uma série de qualidades pessoais, como: perspicácia, simpatia, senso de
Estão corretas:
a) Apenas I e II.
b) Apenas II e V.
d) Apenas I, IV e V.
só por uma questão de necessidade estratégica, mas também para o campo pes-
iii. Elucidar o perfil almejado pela escola ou pelo curso e auxiliar os professores a refletir sobre a
iv. Oferecer respostas ou soluções prontas para os problemas da equipe evitando assim que de-
sanimem no trabalho.
tivas e de ensino.
Estão corretas:
a) Apenas I e II.
b) Apenas II e V.
d) Apenas I, IV e V.
– Essa história de preencher fichas de autoavaliação é uma chatice! Não faz o menor
sentido! Desse jeito não vamos chegar a lugar nenhum... Como proceder nesse caso?
c) Rafael e Paula estão em conflito e não querem mais trabalhar juntos. Como um
que dentro de uma instituição isso significa que o pedagogo deve ser capaz
dos integrantes de sua equipe. No entanto, ele não deve ter a pretensão de
mudar o modo de ser das pessoas. Não se trata de rotular as pessoas ou de-
finir como elas são. O importante é saber como agem, como se comportam.
• Um bom gestor precisa ter conhecimento das principais ações de sua equipe.
Mas para isso, não é necessário vigiar ou se meter no trabalho do outros.
car como a tarefa deve ser feita, mas a forma de fazer de cada funcionário
ARIÉS, Philippe. História Social da Criança e da Família. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 12. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
MORIN, E. Os sete saberes necessários a educação do futuro. 11. ed. São Paulo:
Cortez, 2006.
PINEL, Hiran. Pedagogia social: subsídios a partir do “cinema, educação & inclusão”.
Vitória: Edição do Autor, 2011.