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UNIVERSIDADE PARANAENSE
MANTENEDORA
Associação Paranaense de Ensino e Cultura – APEC
REITOR
Carlos Eduardo Garcia
Vice-Reitora Executiva
Neiva Pavan Machado Garcia
Vice-Reitor Chanceler
Candido Garcia
ISBN: 978-85-8498-290-5
Assessoria pedagógica
Daniele Silva Marques e Marcia Dias
Diagramação e Capa
Andresa Guilhen Zam, Diego Ricardo Pinaffo, Fernando Truculo Evangelista e Renata Sguissardi
* Material de uso exclusivo da Universidade Paranaense – UNIPAR com todos os direitos da edição a ela reservados.
Sumário
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Unidade I...................................................................................................15
Razão e proporção...................................................................................................15
Razão.............................................................................................................................15
Proporção....................................................................................................................16
Estudo da porcentagem........................................................................................31
Correção monetária................................................................................................39
Juros simples..............................................................................................................41
Capitalização simples.............................................................................................43
Desconto simples.....................................................................................................51
Juros compostos.......................................................................................................60
Fluxo de caixa............................................................................................................60
Juros compostos.......................................................................................................63
Desconto composto.................................................................................................74
Unidade II ................................................................................................83
Modalidades básicas...............................................................................................130
Taxa de abertura de crédito ................................................................................135
Referências...........................................................................................149
Apresentação
buscando formar profissionais cada vez mais preparados, autônomos, criativos, res-
crática, vem oferecer-lhe o Ensino a Distância, como uma opção dinâmica e acessível
Educação a Distância oferecida por esta universidade, este Guia Didático tem como
objetivo oferecer a você, acadêmico(a), meios para que, através do autoestudo, possa
formação profissional.
atividades propostas pelo professor e pelo tutor mediador, a partir de métodos e práti-
comunicação pessoal entre você e o tutor mediador, que está apto a: esclarecer as
dúvidas que, no decorrer deste estudo, venham a surgir; trocar informações sobre as-
Neste contexto, este Guia Didático foi produzido a partir do esforço coletivo de uma
você se encontra.
O Programa de Educação a Distância adotado pela UNIPAR prioriza a interatividade,
se aproprie do conhecimento.
Recomendo que durante a realização de seu curso, você explore os textos sugeridos
sua aprendizagem.
esta disciplina de “cálculos financeiros”, mas isso é apenas uma questão de nomen-
Minha recomendação é que você não se limite apenas ao estudo deste material, como
todo conteúdo de matemática, você deve se exercitar muito, mas como fazer isso?
pre, resolva depois! Evite aquela “olhadinha rápida na cola”, é imprescindível saber
até onde seus conhecimentos e habilidades alcançam, não se engane. Dessa forma,
Muitos insistem em dizer que matemática é coisa de outro planeta, mas, garanto, não
quisar e resolver os exercícios práticos. Seguindo essas dicas, você não só aprenderá
Objetivos da unidade
Prezado(a) Acadêmico(a), ao terminar os estudos dessa unidade, você deverá ser
capaz de:
• Razões e Proporção.
• Regra de três: simples e composta.
• Estudo da porcentagem: variação e participação percentual.
• Correção monetária.
• Juros Simples: capital, juros, montante e taxa de juros equivalentes.
• Desconto simples: racional e comercial.
• Prazo médio de desconto.
• Juros compostos: capital, juros, montante e taxa de juros equivalentes.
• Desconto composto.
Razão e proporção
Razão
Para abrir nosso conteúdo, trataremos, inicialmente, da razão e da proporção, o quão
isso é útil em nosso dia a dia. Você notará que faz uso desse recurso sem mesmo
perceber que o utiliza. Falar de razão e proporção é impossível sem mencionar gran-
De acordo com o Dicionário Dicio (2016, on-line), grandeza é “tudo o que pode au-
rentes à grandeza metro, sendo elas: milímetro, centímetro, decímetro, metro, decâme-
tro, hectômetro, quilômetro e etc. Podemos citar, também, as grandezas de pesos muito
Por isso, muito cuidado ao lidar com razões, pois, em uma razão, existe a comparação
de termos e esses devem pertencer à mesma classe de grandeza, caso contrário, fica-
rá sem sentido. Imagine você tendo que realizar o cálculo de 2kg de carne mais 10km?
Esse cálculo não é possível, por se tratar de grandezas distintas. Reforço, dessa for-
ma, que as grandezas devem ser observadas de modo a não cometermos tal erro.
uma sala com 16 alunos, na qual 12 são meninas e 4 são meninos. Temos, assim,
uma razão de 12 para 4, em uma leitura direta, é a razão de 12 meninas para 4 me-
ninos. Mas, veja, esse é um exemplo singelo, apenas para compreender o conceito,
A razão entre dois números, representados por a e b, é obtida pela divisão de a por b,
antecedente e b consequente.
Proporção
Uma simples proporção nada mais é que uma igualdade de razões, porém não é sim-
igualdade como uma proporção demanda o respeito a uma regra, chamada de pro-
priedade fundamental da proporção. A propriedade diz que o produto dos meios deve
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ser igual ao produto dos extremos, se isso for verdade, então, temos uma proporção
temos a proporção.
Propriedade da soma
Para uma proporção ser verdadeira, é necessário que a soma dos dois primeiros ter-
mos esteja para o 2º (ou 1º) termo, assim como a soma dos dois últimos termos esteja
Inicialmente, parece complicado, mas é simples de ser aplicado, para isso, utiliza-se
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Vamos para a prática a partir desse simples exemplo de como aplicar a propriedade
da soma em proporções.
Note que encontramos o valor de y, mas ainda falta x, que, de certa forma, tornou-se
mais simples agora que conhecemos o valor de y, basta substituir na equação x + y = 84,
apurando:
18 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Propriedade da diferença
Na propriedade da diferença, para termos uma proporção válida, a diferença dos dois
primeiros termos deverá estar para o 2º (ou 1º) termo, bem como a diferença dos dois
Resolvendo:
MATEMÁTICA FINANCEIRA 19
Muito bem, uma vez apurado o valor de y, vamos para x. Realizar a substituição do
nesse assunto, o objetivo é relembrar ou, até mesmo, reforçar os conceitos de regra
A regra de três pode ser usada no dia a dia; se você começar a prestar atenção, verá
que a usa com certa frequência e sem perceber. Mas há um erro grave cometido pelas
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pessoas, o erro de sempre multiplicar cruzado! Volto a reforçar, erro gravíssimo. Mas
Apesar de ser cálculos simples, a regra de três se mostra muito útil no dia a dia, pois
Você precisa entender que deverá trabalhar com grandezas iguais: se trabalhar com
que as razões em uma regra de três devem “conversar” na mesma língua, assim não
Importante:
Nunca use grandezas diferentes, chamadas incompatíveis, isso prejudicará seus cál-
culos e comprometerá totalmente o resultado. Procure sempre criar uma relação entre
MATEMÁTICA FINANCEIRA 21
FiQue pOR dentRO
Um pouco de história
antigos, tendo sua provável origem na China antiga, podendo ser observados em
do que hoje conhecemos como regra de três podem ser vistos no Papiro Rhind, do-
cumento confeccionado no Egito há cerca de 3000 anos. Mais recente que o Papiro
Apesar de sua criação ser tão remota, as aplicações relativas à regra de três são as
de três é primordial para nossa vida, pois soluciona questões corriqueiras com muita
estamos igualando duas, para regra de três simples, ou mais razões, para os casos
Na comparação, será necessário, como primeiro passo, testar a igualdade, pois pode
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grandeza inversamente proporcional é aquela que, quando “aumentamos um lado” da
a razão “base” é alterada para mais, a outra razão da igualdade reduz. A prática con-
tribuirá para a fixação desses conceitos sem maiores problemas. Falando de prática,
Solução: veja que é bem simples e lógico, mas começaremos por práticas diretas para
delas, lembrando que é muito importante você identificar as colunas que representam
de, dar nome a elas, sinalizando de qual informação se trata na coluna. Então, vamos
Pedreiros Dias
4 90
2 x
siciona o da razão, você deverá colocar uma seta apontando para baixo, essa seta
Pedreiros Dias
4 90
2 x
MATEMÁTICA FINANCEIRA 23
Agora, no terceiro passo, você fará a comparação da razão de “pedreiros”, nossa
razão, com a razão de “dias”, coluna em que se encontra o x; isso vale tanto para a
teremos mais colunas que deverão ser comparadas com a coluna de x, mas vamos
deixar a regra de três composta para adiante. A pergunta é: como comparar a coluna?
É fácil! Você deverá fazer uma pergunta e, nesse momento, esqueça dos números
que visualiza nas razões, se ficar olhando para eles, será induzido ao erro. Na ver-
dade, nem precisamos dos números para essa etapa. A pergunta é: se aumentarmos
o número de “dias”, o que vai acontecer com o número de “pedreiros”? Note que em
Concorda comigo que o número de pedreiros reduzirá? Mas como assim? Simples,
veja que, quando aumentamos o prazo de dias para suposta entrega da obra, pode-
remos empregar menos pessoas para trabalhar, uma vez que não necessitaremos de
Entendeu a questão? Bom, com essa resposta, nota-se que sempre que aumenta-
da-se que não faça diferente. Então, ao aumentar o número de “dias”, necessitare-
Desse modo, recomendo que assinale com uma seta apontando para cima, por ser
inversa. É uma lógica: se “dias” aponta para baixo e “pedreiros” é inverso, logo, a seta
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Pedreiros Dias
4 90
2 x
Muito bem, essas setas são nossas referências para apuração da proporção, já que
temos uma grandeza inversa, devemos tomar um cuidado com a montagem da pro-
Quarto passo: nesse momento, a montagem da igualdade deve sempre começar pela
coluna que abriga o x; na sequência, colocamos o sinal de igual e a(s) outra(s) ra-
zão(ões). As setas nos auxiliam na leitura, ditando o sentido que devemos ler a razão.
Como “pedreiros” está apontado para cima, deve-se ler que 2 está para 4. Veja a prática:
MATEMÁTICA FINANCEIRA 25
Percebeu como fica simples? Sem segredos, basta observar o sentido de leitura nas
setas para ocorrer a correta leitura da razão. Lembre-se de que: não há relação do
sentido da seta com os números que estão na razão; muitos cometem o erro de achar
que, por estar aumentando de 2 para 4 na coluna “pedreiros”, a seta indica o aumento,
repito: não há relação! Recorda-se que solicitei a você que não olhasse os números?
Façamos um segundo exemplo, neste, você verá uma grandeza diretamente pro-
Quilos Pães
1 12
X 18
Kg Farinha Pães
1 12
X 18
Se sua resposta é: temos mais pães, está correto! Percebeu que sempre realizamos
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a pergunta quando aumentamos? Portanto, a seta da coluna de pães apontará para
baixo, com isso, poderá surgir uma dúvida: mas, se está aumentando o número de
A resposta é fácil: a seta não diz se está aumentando ou não a coluna de pães, está
vamente, digo que apontam para o mesmo sentido, indicando que, aumentando uma
da seguinte maneira:
Kg Farinha Pães
1 12
X 18
Como nossas setas apontam para o mesmo sentido, não será necessário realizar a
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Importante:
Alguns raros autores usam as setas para referência do tipo de proporção, inversa-
usada no material aponta o uso da seta inicial de referência (coluna de x) com seta
apontada para baixo, fica a ressalva de que alguns autores a utilizam, inicialmente,
para cima, mas há apenas esse detalhe, pois a forma metodológica de descobrir o
Na resolução, faz-se como na regra de três simples, sem diferenças, são apenas mais
Solução: No primeiro passo, montaremos a estrutura das razões, assim como cons-
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Qtde. de homens Dias Número de máquinas
8 12 16
15 x 50
Ótimo, agora, como segundo passo, posicione a seta para comparação das razões,
compare uma a uma com a coluna razão de “dias”, pois nessa coluna encontra-se a
mesmo caso dos pedreiros dados no exemplo da regra de três simples. Temos, então,
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considerando que as outras informações permanecem inalteradas, consequentemen-
das. Logo:
tas ajudarão no sentido de leitura das razões, mas aqui você encontrará uma diferen-
ça em relação à regra de três simples, fato de termos uma igualde em que o lado da
incógnita continua com uma razão apenas, já no outro lado, teremos duas razões e,
Muito simples, faremos uma multiplicação entre as razões, dessa forma, o exercício
montado será:
Como a multiplicação de frações (no caso, as razões) é direta, basta, então, multipli-
car e apurar apenas uma simples razão na igualdade, com isso, poderá prosseguir
com a resolução.
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Assim, são necessários 20 dias para conseguir o objetivo de montagem das máquinas.
Estudo da porcentagem
Iniciaremos, neste momento, o estudo da porcentagem, também chamada percentagem,
ambos os termos estão corretos, mas o que significa porcentagem? Segundo Bongio-
vanni et al. (1998), esse símbolo foi criado há, pelo menos, quatro séculos, por comer-
E graças aos comerciantes ingleses que, ao escrevermos “dez por cento”, usamos a
simbologia “10%”, pois há alguns séculos se escrevia “X per cent”. Então, usamos o
Muito bem, mas falando em linguagem prática, o que é a porcentagem? Veja, pode-
mos dizer que se trata de uma porção de cem. Quando lemos, por exemplo: 30% (trin-
ta por cento), estamos dizendo 30 (trinta) unidades de uma porção de cem, sempre
referenciando a uma porção de 100 (cem), por essa razão o nome “por cento”.
essência. Vamos praticar um pouco. Por exemplo, vamos calcular 25% de 700, quais
Perceba que o 700 multiplica o 25 e o produto é dividido por 100, esse 100 é oriundo
MATEMÁTICA FINANCEIRA 31
2ª) Já que porcentagem é ser uma porção de cem, 25 dividido por 100 sabe-se que
3ª) Nas calculadoras, utilizamos o símbolo de % para execução desse mesmo cál-
culo. O correto para essa procura pela equivalência é sempre usar a operação de
comércio de modo geral, que desejam calcular, por exemplo, um acréscimo de 25%,
realizar o cálculo proposto em que se deve somar quilos de carne a quilômetros? Ob-
viamente, não, logo, esse cálculo também não é possível, uma vez que se tratam de
grandezas diferentes.
Aí você pode me dizer: “mas a calculadora faz a soma”. Sim, concordo, mas apenas
esse nome dada a sua simplicidade e preço para aquisição, visto que possui recursos
extremamente limitados -, caso tente realizar esse mesmo cálculo em uma científica
de qualidade ou, até mesmo, em uma calculadora financeira, verá que não conse-
Não quero e nem pretendo ser radical, mas raciocine comigo: a porcentagem não é
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Se rapidamente analisar a memória de cálculo anterior, notará que se trata de soma
de frações, na qual se deve usar o MMC (Mínimo Múltiplo Comum), bom, aí você já
sabe como proceder. Qual foi o resultado? Muito diferente da realidade ou do que
precisamos. Talvez, você possa pensar que estou sendo radical, mas considere que
É com base nessa lógica que fundamento minha justificativa, a calculadora do doce
está errada! Entendo, contudo, que pode ser uma função que ela, a calculadora, tenha
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exemplo dos 25% de 700, acrescentaremos esse percentual ao valor base; vale lem-
Vamos tomar como princípio que todo e qualquer valor chamaremos de base. Sua re-
700, por definição, posso representa-lo com o valor “100%”, na íntegra, sem qualquer
ção inicial (o valor de 100%), mais 25% (valor do acréscimo estipulado no exemplo),
teremos ao final a equivalência de 125% em relação ao valor inicial (os 700). Você
pode dizer que, por várias vezes, mencionei que a operação de soma não existe na
porcentagem. Está correto, mas essa soma que proponho é diferente, primeiro, por-
Se dividirmos 125% por 100, transformando em razão centesimal, temos 1,25, ao multipli-
carmos 700 por 1,25, chegamos ao produto de 875, ou seja, o valor já acrescido dos 25%.
a soma por uma subtração, 100% menos 25% é 75%, que, por sua vez, dividido por
100 é 0,75. Agora, multiplicando 700 por 0,75, obtemos como produto 525, este, por
porcentagem, isso mesmo desfazer o cálculo. Construirei um enredo para que com-
O senhor Tomas é proprietário de uma pequena loja de eletros, não possui conhe-
cimento de gestão, seu negócio é vender! Para suprir essa necessidade de gestão,
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ele contrata uma pessoa que cuida da gestão. Um belo dia, senhor Tomas é visitado
por um velho amigo que se interessa por um aparelho de TV de sua loja. Sendo esse
senhor muito amigo do senhor Tomas, este decide vender o aparelho televisor pelo
custo, sem qualquer acréscimo. Mas isso acontece bem no horário de almoço do res-
acrescida de 50% para ser comercializada; essa TV possui um valor de etiqueta esti-
se pega o valor da etiqueta e atribui um desconto de 50%, pois, na sua lógica, a tudo
entregue por R$ 750,00, concorda? E é aí que se encontra o problema. Tomas não do-
Você já deve estar imaginando o tamanho do problema gerado, ele amargará um prejuízo.
Há muitos gestores que cometem esse mesmo erro. Resumirei toda essa história com cál-
culos que farão entender melhor o processo de engenharia reversa da porcentagem. Note,
no texto anteriormente citado, que a toda mercadoria que a loja recebe é acrescentado 50%;
lembre-se que existe uma base dessa porcentagem, são cinquenta por cento de algo, algo
quanto? Essa base, ainda não conhecida, dizemos que é cem por cento, logo, temos:
Isso significa que o valor de custo da mercadoria é representado por 100%, que são
acrescidos de 50% a título de margem de lucro bruto, com isso, obtemos uma equiva-
MATEMÁTICA FINANCEIRA 35
Se transformamos os 150% em razão centesimal, temos:
Na prática, toda mercadoria cujo preço de custo for multiplicado por 1,5 estará com
o preço de venda e dividirmos pelo mesmo 1,5, obteremos o valor original antes da
R$ 1.000,00. Isso mesmo, Tomas está amargurando prejuízo por um erro simples e
Essa mesma metodologia vale para valores que foram subtraídos dos 100%, por
exemplo, algo que tenha sofrido um desconto de 10%, por ter sido pago à vista, en-
temos os 100% - 10% = 90%. Ao multiplicarmos os 90% por 100, tem-se 0,9. Isso
significa que, ao dividirmos o valor final por 0,9, voltaremos à monta inicial, ou seja, ao
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há segredo para a realização desse cálculo, é extremamente simples, lembrando que
sempre sua base será a soma da composição. Muito bem, mas o que isso significa?
Vamos criar um exemplo hipotético para que compreenda esse conceito. Imagine uma
Vendedor $ de Vendas
A 100.000,00
B 120.000,00
C 98.000,00
Ótimo, agora que conhecemos o que cada um vendeu nesse determinado período,
Algo óbvio é saber quem vendeu mais ou não, mas saber, efetivamente, a participa-
Para conhecer esse valor percentual de participação, basta dividir cada um dos valo-
res individuais de venda pelo total geral e, então, multiplicar por 100. Por que multipli-
camos por 100? Simples, quando dividimos, temos a razão, em formato centesimal,
da venda específica frente ao resultado da empresa, por isso multiplicamos por 100,
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Vendedor $ de Vendas Participação %
A 100.000,00 31,45%
B 120.000,00 37,74%
C 98.000,00 30,82%
Soma 318.000,00 100,00%
Por meio dos valores das vendas, já conhecíamos o campeão de vendas, mas, agora,
é conhecido também em quanto sua venda total contribuiu com o resultado final da
empresa. Pode-se dizer que o Vendedor B contribuiu com 37,74% do faturamento que
Variação percentual
Variação percentual é a razão, em termos percentuais, do aumento ou da redução de
um valor qualquer. Pode ser aplicada em várias situações em que se deseja conhecer
Dessa forma, sempre faremos a comparação entre um valor inicial e o final, que pode
Como fixação deste tópico, considere que se deseja conhecer a variação percentu-
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tomemos como base que há alguns dias se abastecia o veículo com gasolina comum
A partir disso, temos um valor inicial (os R$ 3,79) e um valor final após o aumento do
combustível (R$ 3,99). Depois de reunidos esses, valores pode-se efetuar o cálculo.
Chega-se à conclusão de que o aumento do preço da gasolina foi de 5,28%. Essa me-
todologia pode ser aplicada em vários casos, por exemplo: descobrir quanto foi a va-
riação cambial, quantos por cento determinado vendedor incrementou a sua venda etc.
Correção monetária
Trata-se da atualização ou da correção de determinado valor usando um índice
temática, pois nada mais é que uma simples multiplicação do valor que se deseja
Castanheira (2010, p.130) descreve a correção monetária como uma “revisão estipula-
da pelas partes de um contrato, ou imposta por lei, que tem como ponto de referência
mos, então, realizando uma atualização do valor para se manter seu poder aquisitivo.
MATEMÁTICA FINANCEIRA 39
Em uma correção, é necessário conhecer qual o índice para aplicarmos, existem inú-
meros tipos na qual chamamos de indexadores, que comumente são usados para
O citado índice pode ser definido a partir de uma lista de opções que podemos encon-
trar no mercado financeiro, por exemplo, o IGP-M (Índice Geral de Preços do Merca-
Como aplicar um índice? Bem, isso é relativamente simples, então, considere que o
o IGP-M, temos:
A correção monetária também está presente na correção dos valores de boletos atra-
40 MATEMÁTICA FINANCEIRA
valor de quitação do boleto. É fácil encontrar essa orientação, basta observar no cam-
po de instruções para pagamento que você encontrará uma multa em casos de atraso
Apesar dos valores de acréscimo e juros de mora estarem em formato monetário (for-
juros simples
Reconhece-se como juros simples o resultado da aplicação de valores percentuais,
chamados de taxa de juros, sobre valores monetários; os juros são responsáveis pela
remuneração de certo capital, em que uma fração dessa taxa deverá fazer a compen-
• Valor pago pelo uso de dinheiro emprestado, ou seja, custo do capital de ter-
MATEMÁTICA FINANCEIRA 41
Quando estudamos os juros simples, fazemos o uso da representação nas fórmulas
por meio da letra J, esse termo faz referência a um valor monetário resultado da apli-
cação de uma taxa de juros a um certo capital; os juros não são valores percentuais,
e sim monetários.
A taxa de juros, que, na grande maioria dos casos, é representada pela vogal i, é um
em razão centesimal, ou seja, a taxa informada será dividida por 100, para, na sequ-
O capital será presentando pela letra C, ao qual a taxa de juros é aplicada e, consequen-
temente, gera os juros; é comum encontrar, também, sua representação pela letra P.
Não se assuste, portanto, quando consultar autores diferentes e perceber o uso de ou-
tra letra. Importante saber que isso não influenciará em nada, é apenas uma incógnita.
sentado pela letra M. Logo, vou lhe apresentar duas fórmulas de juros simples:
1ª) J = C X i
2ª) M = C + J
A primeira fórmula é usada, basicamente, para encontrar o valor dos juros, podendo
ser utilizada para encontrar o valor do Capital (C) ou a Taxa (i). Já a segunda fórmula
pital principal. Tenha sempre em mente que o montante se constitui de duas partes,
Então, para deixar mais claro, vamos a um exemplo: suponha que um empréstimo no
valor de R$ 1.000,00 deverá ser quitado após o acréscimo de 10% a título de juros,
qual será o montante pago? Essa resolução é fácil, bastando aplicar a fórmula:
42 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Explicando os cálculos, note que a taxa foi dividida por 100, pois a fórmula não admite
taxa em razão centesimal. Na sequência, o valor de juros (R$ 100,00) foi somado ao
Capitalização simples
A capitalização simples é uma expansão nos estudos dos juros simples, a diferença
juros; quando cito período, quero chamar sua atenção para mais uma incógnita que
valor de R$ 1.000,00, que deverão ser corrigidos por uma taxa de juros de 10% ao
Percebeu a variável tempo? Isso muda as coisas, principalmente a fórmula dos juros
J=CXiXn
MATEMÁTICA FINANCEIRA 43
Essa fórmula torna-se muito mais funcional do que a anterior, em que não tínhamos a
A formação do montante não mudará em absolutamente nada, apenas, como disse, ha-
verá alteração na fórmula que apura o valor dos juros. Resolvendo o problema, temos:
Mais uma vez, lembrando: utilize a taxa em razão centesimal! Se esquecer, o cálculo
estará errado. A alteração ocorreu apenas na fórmula dos juros, assim, sempre que a
taxa for aplicada a um período determinado, você deverá aplicar essa fórmula.
relação entre a taxa e o período de capitalização, ou seja, sempre que nos deparar-
mos com uma taxa com regime de capitalização temporal, esta deve estar direta-
mente relacionada ao prazo. O que isso significa? Significa que, se temos uma taxa
capital deve também estar expresso em meses. Essa regra tanto vale para regimes
44 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Há algumas abreviações que determinam o regime de capitalização e que facilitarão
• ao dia = a.d.;
• ao mês = a.m.;
• ao bimestre = a.b.;
• ao trimestre = a.t.;
• ao semestre = a.s.;
• ao ano = a.a.
deza de tempo que estipula o período e a taxa devem ser idênticas, caso contrário,
período ou a taxa, fazendo que se equiparem, para, então, serem operados na fórmula.
Para melhor demonstrar, tomo por base uma taxa de 3% a.b. por um período de tempo de
sete meses. Repare que a taxa possui uma capitalização bimestral, mas o período está in-
tral, sabendo que um bimestre tem dois meses? Não será possível, porque a capitalização
não inteiro, e período com valor “quebrado” (número fracionário) é um tanto perigoso, pois
sempre acabamos por arredondar números para facilidade de cálculos, mas o arredonda-
mento do prazo de tempo poderá esconder valores consideráveis no fim do cálculo. Por
isso, recomendo sempre converter a taxa, caso o período não se torne um número inteiro.
MATEMÁTICA FINANCEIRA 45
A taxa com valor quebrado, se arredondado, apresenta riscos menores do que o arre-
do arredondamento de período.
Como o maior usuário de taxas é o sistema financeiro de modo geral, ressalto que a
conversão deve ser observada sobre o critério de duas situações, estaremos lidando
cário. Essa diferença está no número de dias contidos em um único mês ou no ano.
Por padrão, um calendário comercial adota uma metodologia em que qualquer que
seja o mês em questão, terá exatos 30 dias, consequentemente, o ano terá 360 dias.
possibilidade de ano bissexto, ou seja, o mês de fevereiro com 29 dias. Logo, o ano civil
possui 365 dias ou 366 para o bissexto. Imagine a confusão que gera para a aplicação
não bissextos? Obviamente, não, pois uma taxa com capitalização mensal independe
do mês em questão, para o regime de capitalização mensal, o mês terá sempre 30 dias.
Considere, então, que a taxa é ao mês e temos uma aplicação que ficou rendendo juros
por um mês, mês esse que, no calendário civil, possui 31 dias, por exemplo, o mês de
agosto, que cálculo usaríamos? Nesse caso, usamos o cálculo “Pró-rata”, mas o que
vem a ser? O cálculo pró-rata é a aplicação da taxa na proporção de dias exatos, sim-
plificando: temos exatos 31 dias, então, faço a equivalência da taxa para um dia, sim-
plesmente dividindo por 30 a minha taxa mensal, na sequência, multiplico por 31. Assim,
resolvo o problema de uma taxa mensal em um mês do ano que possui 31 dias corridos.
46 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Cálculo do montante e capital
Você já pode acompanhar alguns cálculos para apuração dos juros ou até mesmo do
montante usando o conceito de somar o valor dos juros ao principal (capital). Nesse
momento, abordaremos o cálculo do montante e do capital, vou inserir mais uma fór-
Nos exemplos anteriormente empregados, o valor dos juros foi calculado separada-
Existe uma fórmula que facilmente responderá ao valor do montante sem a necessi-
M = P (1+ i x n)
o período, tomando o devido cuidado para taxa e período estarem sempre na mesma
relação de tempo.
sentação centesimal do todo, ou seja, o 100% do capital acrescidos de uma taxa que
será, primeiro, multiplicada pelo período (nesse momento, é que a capitalização acon-
que deverá ser corrigido por uma taxa de juros de 10% ao mês e será quitado após 3
Você, caro(a) aluno(a), poderá, agora, usar apenas uma única fórmula, desse modo,
a resolução será:
MATEMÁTICA FINANCEIRA 47
Muito mais prático, concorda? Agora, você poderá resolver os problemas de mon-
tante, como também poderá isolar outra variável da fórmula, desde que as demais
meses após, a uma taxa de juros simples de 2%a.m. De quanto será o mon-
para o vencimento.
48 MATEMÁTICA FINANCEIRA
3. Um empréstimo de $ 40.000,00 deverá ser quitado por $ 80.000,00 no final
MATEMÁTICA FINANCEIRA 49
Como sabemos se é a.m.? Simples, usamos a grandeza do período em meses, logo,
a resposta será também em meses; ainda não finalizamos o exercício, é preciso infor-
mar a taxa anual, para isso, multiplicaremos por 12, afinal o ano possui doze meses e
ou seja, se você conhecer uma taxa ao mês e utilizá-la na fórmula para encontrar o
Para ajudar a não esquecer mais essa relação, usarei uma analogia cômica. Pense
em um espremedor de frutas, aquele comum usado para espremer laranjas. Agora que
visualizou o aparelho, pense comigo: se você colocar uma laranja no aparelho, qual
será o suco coletado embaixo? Claro que é de laranja, de melancia é que não será!
Então, é nessa relação do espremedor que você deve fixar o raciocínio da taxa, isto é,
se usar um prazo cuja razão de tempo é mês, então a taxa também será dada em mês.
Lembre-se do que mencionei, o prazo e a taxa possuem uma relação de tempo, dessa for-
ma, sempre que desenvolver os cálculos, observe qual a unidade de tempo utilizada para
50 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Desconto simples
Desconto comercial simples (por fora)
É um tipo de operação muito utilizado por instituições financeiras de um modo geral,
base é idêntica aos juros simples, portanto teremos poucas alterações frente ao que
já foi visto.
Vieira Sobrinho (2011, p.47) afirma que uma “operação de desconto normalmente é
realizada quando se conhece o valor futuro de um título (valor nominal, valor de face
título nada mais é que a diferença entre o seu valor de resgate e o valor atual, assim,
podemos equacionar:
D=M-P
dam, seguem o padrão dos juros simples. A operação de desconto simples, também é
conhecida por desconto bancário ou desconto comercial simples, sendo chamada por
alguns autores como “desconto por fora”. Muito utilizada, como dito, por instituições
Para o cálculo do desconto, utilizamos as variáveis: valor nominal (M), taxa de des-
D=MXdXn
MATEMÁTICA FINANCEIRA 51
Na fórmula do desconto, essa que acabo de apresentar, aparece uma nova incógnita,
a letra d, que, por sua vez, representa a taxa de desconto, isso se faz necessário para
não ocasionar confusão entre taxa de juros (i) e taxa de desconto (d), pois são coisas
distintas, mas, no cálculo, passará pelo mesmo processo, a divisão por 100, transfor-
Lembrando que essas fórmulas estudadas podem ser adaptadas para encontrar qual-
quer uma das incógnitas que a compõem, bastando, assim, conhecer as demais.
2.000,00, seu vencimento é para 90 dias. Considere taxa de desconto de 2,5% a.m.
relação à taxa, como o prazo é de 90 dias, facilmente poderá ser transformado para
D=MXdXn
D = 2.000 x 0,025 x 3
D = 150
dias, cujo valor de resgate é R$ 1.000,00, sabendo que seu valor presente é R$ 880,00.
Solução: converter os 120 dias em meses – 4 meses –, veja que não conhecemos
o valor do desconto para usar a fórmula do desconto, montante e prazo, assim faço
uso, como auxiliar, da primeira fórmula do desconto; desse modo, torno conhecido o
52 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Como sabemos que a taxa é a.m.? Basta observar a grandeza de tempo no período,
como utilizei um valor em meses, a resposta será também em meses. Observe o prin-
Prosseguindo nosso estudo acerca do desconto simples, vou apresentar uma nova
fórmula, que nos será muito útil. Essa nova fórmula lhe dará a capacidade de calcular
o montante (M), o capital principal (P), a taxa de desconto (d) ou, até mesmo, o perí-
Essa fórmula é muito próxima à equação matemática dos juros simples, mas com al-
MATEMÁTICA FINANCEIRA 53
Exemplo 1: Uma operação de desconto gerou um crédito ao cliente no valor de R$
70.190,00 em sua conta corrente. Sabendo-se que esse título tem um prazo de 37
dias até seu vencimento, também é sabido que o Banco cobra, nesse tipo de opera-
de mês ou meses inteira e, como já visto, prazos com valores fracionários são peri-
casos converta a taxa; como o prazo é dias e a taxa está em mês, dividirei a taxa por
Você poderá dividir a taxa fora ou dentro da fórmula, fica a seu critério se irá, o resul-
te do desconto comercial (por fora) que trabalha com o valor nominal do título (valor futuro).
Esse desconto não é comum no mercado financeiro brasileiro, as instituições não fa-
zem uso dele corriqueiramente. Suas regras em relação à taxa e ao prazo são iguais
54 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Como disse, o desconto racional simples trabalha com o valor presente (P) e não com
seu alicerce está no modelo matemático da capitalização. Para não fugir à regra, va-
mos resolver exemplos; a prática nos faz compreender melhor fundamentos teóricos.
racional de 3% a.m. 35 dias antes de seu vencimento. Qual é o valor líquido a receber?
Solução: Como primeiro passo, observamos que o prazo de vencimento está em uma
unidade de tempo diferente da taxa, ou seja, o prazo está em dias e a taxa é mensal.
Então, podemos converter a taxa para dia ou, simplesmente, converter o prazo dentro
MATEMÁTICA FINANCEIRA 55
Note que fiz um pequeno arredondamento após a divisão dos 35 dias por 30 dias de
um mês comercial, recomendo que faça essa divisão aproveitando todas as casas
iguais, com vencimentos mensais. Você precisará, no entanto, do dinheiro para aqui-
sição do novo veículo, então, para comprar o novo automóvel, precisará do recurso
financeiro que se encontra em forma de títulos que estão a vencer, logo, não poderá
Você procura o banco, conversa com o gerente de conta e decide fazer a troca dos
cheques. Sabemos que o banco cobrará uma taxa de desconto para a operação. Se
desejar simular a operação para ter conhecimento do valor que o banco pagará líqui-
um funciona, mas temos uma maneira mais eficiente de encontrar o valor líquido final,
Sendo:
N: número de títulos;
56 MATEMÁTICA FINANCEIRA
d: taxa de desconto, em razão centesimal;
Não se esqueça de que essa fórmula se aplica apenas a títulos de mesmo valor e com
Quando se trata de vários títulos para o cálculo do valor principal, também necessita-
remos de uma fórmula para o cálculo do valor líquido final a ser creditado:
PT = M X N - DT
Sendo:
N: número de títulos;
conto, sabendo que são 12 títulos, no valor de R$ 1.680,00 cada um, vencíveis de 30
a 360 dias, respectivamente, sabendo que a taxa cobrada pelo Banco é 2,5%a.m.
MATEMÁTICA FINANCEIRA 57
Solução: a taxa e o vencimento estão em uma razão de “tempo” diferente, logo, con-
verterei o prazo de vencimento, sendo 30 dias = 1 mês e 360 dias = 12 meses, agora,
conduzindo o cálculo:
Se analisar, verá que a primeira fórmula apenas apurou o valor do desconto total, mas
modelo matemático para conhecer o valor líquido total creditado na conta do cliente
rem creditados para o cliente. Agora, imagine se tivesse que calcular cada um dos
títulos com o respectivo prazo de vencimento? Seria um árduo trabalho, mas chegaria
Prazo médio
Acabamos de calcular o valor de desconto para série de título com valor e prazo de
vencimento uniformes, agora, imagine o cenário: você está com posse de três títulos,
58 MATEMÁTICA FINANCEIRA
no valor de R$ 2.000,00 e vencimento daqui 5 meses; o último título de R$ 8.000,00
e vencendo em 3 meses.
Diante do exposto, questiono: qual seria o prazo médio de vencimento? Veja, você
não poderá simplesmente somar o prazo e dividir por três, que seria uma média arit-
mética. Isso seria incorreto, pois, para a apuração do prazo médio de vencimento dos
tais títulos, demanda-se o cálculo da média ponderada. E como seria possível a exe-
Em que:
Não se assuste com a fórmula, é simples de ser aplicada, vamos trabalhar com os da-
dos do exemplo que coloquei como cenário dos supostos títulos que estamos de posse.
Na parte superior da fórmula, faz-se a multiplicação de todos os títulos pelos seus res-
tulos; por fim, executa-se a divisão. Observe que, no lado superior, devemos, primeiro,
MATEMÁTICA FINANCEIRA 59
Se tivéssemos feito a média aritmética simples, encontraríamos o valor de 4 meses,
mas está errado! O prazo médio deve considerar sensivelmente o valor dos títulos
que há em mãos para projetar o resultado final, por isso, usamos a média ponderada,
Juros compostos
Fluxo de caixa
Fluxo de caixa é um termo que simboliza uma sequência de entradas e saídas, poden-
do, também, ser uma única situação desta, de valores (dinheiro, títulos etc.), ao longo
Vieira Sobrinho (2011, p. 64) descreve que o fluxo de caixa “pode ser entendido como
celas (valores de entrada ou saída), pois sua compreensão (do fluxo de caixa) ajudará
60 MATEMÁTICA FINANCEIRA
no entendimento de questões relacionadas ao estudo de séries de pagamentos. Veja-
valor de R$ 9.000,00, dessa forma, denota-se a entrada do dinheiro no caixa, isso tudo com
Você pode se perguntar: é apenas isso? Sim, simples assim, não é nosso objetivo
Confeccionar o diagrama é tarefa simples, usamos setas verticais (as entradas e sa-
ídas) ao logo de uma reta horizontal (linha de tempo) para demonstrar as operações.
Para as entradas (lembre-se de que precisa definir quem você será no processo, se
Então é simples, setas no lado superior da reta representam os créditos, setas no lado
MATEMÁTICA FINANCEIRA 61
abordado no início do assunto, farei a demonstração do diagrama sob o ponto de vista
celas que ocorrem em intervalos de tempo iguais. A seta no lado inferior apresenta
setas no lado superior demonstram as entradas, que, por consequência desse em-
O ponto de vista que apresentei foi do banco, para o ponto de vista do cliente, é fácil,
basta inverter o cenário: uma entrada de R$ 40.000,00 usando a seta pelo lado supe-
Também, podemos encontrar situações reais em que temos setas superiores e in-
62 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Figura 1 - Exemplo de setas mesclando o período
rendo ao mesmo tempo, que é comum em fluxos de caixa com movimentações finan-
Juros compostos
Ótimo, chegamos aos Juros Compostos! Para melhor explicar seu mecanismo de
funcionamento, quero que lembre, nesse momento, dos conceitos dos juros simples,
note que, nos juros simples, o juro sempre incide sobre o capital inicial (principal),
independente de qual seja o prazo, sempre aplicamos a taxa sobre o capital inicial.
Já nos juros compostos, a taxa incidirá sempre sobre o capital “atualizado”, se falarmos de
apenas dois meses de aplicação em regime de juros compostos, no primeiro mês, temos
a taxa incidindo diretamente sobre o capital principal, porém, no segundo mês, a taxa in-
cidirá sobre o capital inicial corrigido pelos juros do mês anterior (juros do primeiro mês).
MATEMÁTICA FINANCEIRA 63
Essa metodologia é o modelo básico de funcionamento das cadernetas de poupança
saldo corrigido. Assim, a fórmula dos juros compostos sofre uma alteração considerá-
sobre juros”, isso gera grande debate no que tange aos processos judiciais que ar-
rolam nos tribunais para rever juros cobrados ou não pagos. Uma verdadeira guerra
Fonte: o autor.
partem do mesmo ponto, o capital principal, mas, ao longo do período, o valor dos
juros compostos se distância do eixo, isso devido a serem calculados sempre sobre o
valor atualizado (último valor calculado), ocorrendo o fenômeno dos juros sobre juros;
64 MATEMÁTICA FINANCEIRA
enquanto, na capitalização simples, os juros incidentes sempre são calculados sobre
o capital inicial.
Assim como nos juros simples, a formação do montante continua constituída pelo prin-
cipal (I) acrescido dos juros (J), mas com a diferença de que, aqui, os juros incidem
exponenciais (juros sobre juros). É necessário que fique bem claro que esse modelo
outra oportunidade.
M = P (1+i)n
As incógnitas são as mesmas, mas a variável de período/tempo (n) não está mais
O cálculo dos juros compostos não demanda inúmeras fórmulas, tornando sua reso-
lução mais direta, porém, quando falamos em múltiplas parcelas, você verá fórmulas
para cada situação ocorrente, como veremos adiante. Para melhor compreensão do
MATEMÁTICA FINANCEIRA 65
Exemplo 1: Ao final de dois anos, o Sr. Manoel deverá efetuar um pagamento de R$
Solução:
• M = 200.000,00
• n = 2 anos, convertendo em meses, temos 24 meses
• i = 4% a.m.
• A pergunta é: qual o valor do principal (P)?
razão centesimal usado em fórmulas manuais; nada impede de usar, no lugar dos
Caso execute no Excel, talvez possa questionar o motivo de a resposta ser valor
negativo. Isso se deve ao fato de o software trabalhar com vista a um fluxo de caixa,
66 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Exemplo 2: Em que prazo um empréstimo de R$ 30.000,00 pode ser quitado em um
Solução:
• M = 51.310,18
• P = 30.000,00
• i = 5%a.m.
• n = Qual o prazo?
Nesse ponto, não conseguimos aplicar o expoente, por esse ser uma incógnita, o que
não permite multiplicar pelo que está fora dos parênteses (os 30.000,00), assim, nos-
Novamente, o problema da incógnita na potência nos assombra, para resolver isso, usa-
rei um artifício matemático, o logaritmo. Nos logaritmos, existe uma propriedade (cha-
MATEMÁTICA FINANCEIRA 67
Uma vez transformado tudo em logaritmo, aplica-se a “propriedade do tombo”, em que
Mas de onde vieram os valores 0,53669 e 0,04879? Bem, isso é o valor do logaritmo
dos números anteriores, 1,71034 e 1,05, respectivamente. Recomendo usar uma cal-
culadora científica para apurar esses valores, também é possível usar o Google®, é
definir o uso do “ln”, use-o no cálculo inteiro, não utilize “ln” e “log”, que são diferentes,
30000;51310,18;)”, sem as aspas, não esqueça que o valor do principal está negativo,
caso contrário, o Excel® não apontará o resultado. Após o valor de 5%, existem dois
“;” (ponto vírgula), está correto. Da mesma forma que o exemplo anterior, essa função
68 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Exemplo 3: A loja “Móveis e Eletros” financia a venda de uma mercadoria no valor de
Solução:
• M = 22.753,61
• P = 16.000,00
• n = 8 meses
• i = Qual a taxa cobrada?
parêntese, desse modo, não podemos elevar ao expoente, pois não sabemos quanto
de isolar a incógnita, assim, o expoente passará para o outro lado da igualdade, logo,
MATEMÁTICA FINANCEIRA 69
Para resolver uma raiz de índice 8, é preciso uma calculadora científica, calculadoras
convencionais resolvem, no máximo, uma raiz quadrada; há uma tecla com símbolo
de raiz, mas com uma incógnita ou um pequeno quadrado no lugar do índice da raiz.
Solução no Excel®: digite, em uma célula qualquer, lembrando que deve ser digitado
Solução:
• P = 10.000,00
• n = 7 meses
• i = 3,387%a.m.
• M = Qual será o montante?
mula foi utilizada, o que confirma a fundamentação anterior sobre o cálculo dos juros
70 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Equivalência de taxas compostas
Avançando em nosso conteúdo, apresentaremos como resolver o problema das equi-
conversão, isso significa que demanda uma fórmula específica. Por exemplo, uma
taxa de 1%a.m. não poderá ter uma simples conversão e dizer que sua equivalência
anual é de 12%a.a., não funciona dessa forma devido à exponenciação da taxa pelo
Sendo:
Solução:
• it = 1%a.m.
• q = 12 meses (quantidade de meses equivalentes a um ano)
MATEMÁTICA FINANCEIRA 71
• t = 1 (como a taxa é ao mês, perceba que é singular, logo, nossa taxa é equi-
valente a um mês)
Utilize uma calculadora científica para a conversão, você encontrará uma tecla com o
cunflexo simboliza potência no software, usei vários parênteses para que as opera-
Engana-se quem diz, segundo o regime de capitalização composta, que uma taxa de
esse erro. Você pôde acompanhar e também notou um valor maior que os 12%a.a.,
Outro exemplo: agora a situação inversa, temos 12%a.a. em regime de juros compos-
tos, qual seria sua taxa mensal equivalente? Ótimo, vamos aos cálculos.
72 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Solução:
• it = 12%a.a.
• q = 1 mês (queremos a taxa ao mês, lembre-se do singular)
• t = 12 (nossa equivalência em meses referente a um ano)
• iq = taxa ao ano equivalente que será calculada.
Viu a diferença? Apesar do número estar muito próximo, não é 1%. Então, tome cuida-
Acredite que mesmo o valor estando muito próximo, o resultado final será razoável.
MATEMÁTICA FINANCEIRA 73
Desconto composto
O desconto composto não é muito comum, raramente utilizado em instituições finan-
mento. A metodologia trabalha de forma que a taxa de desconto incidirá sempre sobre
É o mesmo entendimento dos juros compostos, mas não estão acrescentando, e sim
descontando do valor corrigido pelo último desconto executado, nunca sobre o valor
inicial da operação.
resultante da diferença entre o valor de face do título (M) e o valor do desconto (D),
usando a fórmula:
D=M-P
P = M(1 - d)n
Assim, a fórmula que fornece o valor do desconto total (D) será utilizada apenas quan-
composto.
valor do desconto total (D). Posso dizer que é a união das duas fórmulas demonstra-
D = M[ 1 - ( 1- d)n ]
74 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Podemos, desse modo, calcular diretamente o valor total do desconto composto (D),
Agora, com as fórmulas devidamente apresentadas, vamos aos exemplos para fixa-
ção do conteúdo.
Exemplo 1: Um título comercial no valor de R$ 28.800, com 120 dias para o seu
Solução:
• M = 28.800,00
• n = 120 dias (convertendo para meses, temos 4 meses)
• d = 2,5% a.m.
• P = Qual valor líquido creditado na conta do cliente?
• D = Qual o valor do desconto praticado?
MATEMÁTICA FINANCEIRA 75
Não há uma fórmula no Excel®, logo, você deverá usá-lo como algébrico, ou seja,
Solução:
• M = 67.300,00
• P = 61.680,12
• n = 51 dias (obrigatoriamente, devemos converter para mês: ≈ 1,7 meses)
• d = Qual a taxa mensal cobrada?
76 MATEMÁTICA FINANCEIRA
No Excel®, sem aspas, digite: “=(1-(61680,12/67300)^(30/51))*100”. Veja que foi pelo
fica no programa. Mas se prestar bastante atenção verá que usei na potência os nú-
em uma potência. Aí que está o “pulo do gato”, pois, quando fazemos isso, devemos
Nesse exemplo, fomos obrigados a converter o prazo e não a taxa, pois, em desconto
composto, não convertemos a taxa, mas o período sempre! Caso deseje, você pode,
possível, até para seus cálculos futuros não ficarem muito distantes dos resultados re-
Exemplo 3: A empresa L & L Ltda. apresenta para desconto um título com 90 dias para
Solução:
• D = 1.379,77
• d = 3% a.m.
• n = 90 dias (convertendo para meses, temos 3 meses completos)
• M = qual o valor nominal do título?
MATEMÁTICA FINANCEIRA 77
Para o nosso “salva-vidas”, o Excel®, digite: “=1379,77/(1-(1-0,03)^3)”, usando, é cla-
ro, o velho e bom método algébrico de resolver equações. Lembrando que é sempre
sem as aspas.
Veja que, no desconto composto, não há segredos, qualquer coisa que adicionás-
nada bom!
livROs ReCOmendadOs
Para que você se aprofunde mais no assunto referente ao Micro-
78 MATEMÁTICA FINANCEIRA
atividades paRa COmpReensãO dO COnteÚdO
20/01/2012. Sabendo-se que a taxa de juros da aplicação foi de 56% a.a., calcule
o valor dos juros, considerando o número de dias efetivo entre as duas datas.
8) Uma duplicata de R$ 70.000,00, com 90 dias a decorrer até o seu vencimento, foi
descontada por um banco à taxa de 2,7% a.m. Calcule o valor líquido entregue
creditado ao cliente.
MATEMÁTICA FINANCEIRA 79
10) Sabendo-se que o desconto de uma duplicata no valor de R$ 25.000,00, com 150
11) Determine o valor nominal ou de face de um título, com 144 dias para o seu ven-
38.784,00.
13) Uma pessoa empresta R$ 80.000,00 hoje para receber R$ 507.294,46 no final de
14) Quanto devo aplicar hoje, à taxa de 51,107% a.a., para ter R$ 1.000.000,00 no
final de 19 meses?
15) Qual é mais vantajoso: aplicar R$ 10.000,00 por 3 anos, a juros compostos de 3%
a.m., ou aplicar esse mesmo valor, pelo mesmo prazo, a juros simples de 5% a.m.?
16) Certa aplicação rende 0,225% a.d. Em que prazo um investidor poderá receber o
final de 208 dias. Determine as taxas diária, mensal, trimestral e anual de juros.
18) Qual o valor do capital que, aplicado à taxa de 18% a.t., durante 181 dias, produziu
um montante de R$ 5.000,00?
80 MATEMÁTICA FINANCEIRA
19) Calcule o valor atual de um título de valor de resgate igual a R$ 90.000,00, com 4
20) Calcule a que taxa mensal de um título de R$ 100.000,00, com 75 dias a vencer,
de valor de resgate igual a R$ 200.000,00, sabendo que faltam 90 dias para o seu
a) 0,05.
b) 0,07.
c) 0,09.
d) 0,11.
e) 0,13.
24) Qual a taxa mensal de juros compostos à qual devo aplicar $11.000,00, de modo
a) 0,01.
b) 0,02.
c) 0,03.
d) 0,04.
e) 0,05.
MATEMÁTICA FINANCEIRA 81
25) Um título tem valor nominal de $108.160,00 e vencimento para 180 dias. Se ne-
a) $90.000,00.
b) $80.000,00.
c) $60.000,00.
d) $40.000,00.
e) $100.000,00.
82 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Unidade II
Objetivos da unidade
Prezado(a) Acadêmico(a), ao terminar os estudos dessa unidade, você deverá ser
capaz de:
será depositado em uma aplicação, por quantas vezes de maneira uniforme isso se
repetirá e conhecendo a taxa de aplicação; assim, será possível apurar o valor (mon-
Vieira Sobrinho (2011, p. 71) enfatiza que o FAC (Fator de Acúmulo de Capital) “repre-
Será possível responder, por exemplo, qual o valor do saque futuro de depósitos men-
sais de R$ 300,00, realizados por 20 meses, a uma taxa de juros de 0,6% a.m. O
MATEMÁTICA FINANCEIRA 83
Em que temos:
impede de usá-la. Há, inclusive, vários autores que fazem uso da letra “M” em
• R = 300,00
• i = 0,6% a.m.
• n = 20 parcelas/meses
• S = Quanto iremos sacar no futuro?
84 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Solução Excel®: o velho hábito de escolher uma célula qualquer e digitar: “=VF(0,6%;20;-
300;;0)”. Note que estou utilizando a função Valor Futuro do Excel®, mas não estou
Caso opte por realizar manualmente o cálculo, simplesmente aplique o valor já depo-
some o valor obtido com o resultado do FAC. Terá o mesmo resultado que obteria no
Excel® pela função que apresentei, mas, claro, de um modo um pouco mais trabalhoso.
Você deve estar pensando: por que ver todos esses cálculos manuais se o software
faz tudo de maneira muito mais prática? É necessário entender como as coisas fun-
cionam para compreender melhor a ferramenta; também, dessa forma, damos mais
valor à ferramenta.
Exemplo 2: quanto terá, no final de 4 anos, uma pessoa que aplicar R$ 500,00 por
Solução:
• R = 500,00
• n = 4 anos (logo temos 48 prestações: )
• i = 3% a.m.
• S = Quanto terá a pessoa?
MATEMÁTICA FINANCEIRA 85
Solução Excel®: “=VF(3%;48;-500;;0)” – use sem aspas.
Quando procuramos o valor futuro (S), no caso, o montante, a aplicação da fórmula é trivial,
Tanto essa fórmula apresentada quanto as demais que ainda veremos demandam o
uso de uma tabela financeira para auxiliar na resolução do cálculo. Tal tabela é com-
posta de índices (taxas) padrões, que estão pré-resolvidos e, por sua vez, servem
para a consulta.
Quando observamos uma tabela financeira, identificam-se colunas (a taxa), com li-
nhas (número de parcelas). Uma vez localizado o índice procurado, calculamos a taxa
final por valores de aproximação, será por método de “tentativa e erro” a identificação
da taxa real.
Estamos utilizando um software poderoso, o Excel®, mas nada impede você de usar
ra, como a famosa HP-12c, suas preocupações podem ser menores ainda.
86 MATEMÁTICA FINANCEIRA
O uso da HP-12c não necessita da tabela de índices, pois possui a capacidade de
calcular qualquer uma das variáveis, desde que as demais sejam informadas. Isso, no
entanto, é assunto para outra disciplina. Recomendo que pesquise mais sobre essa
que certa pessoa terá, após aplicar R$ 500,00 por mês ao longo de 4 anos, a quantia
• S = 52.204,20;
• R = 500,00
• n = 4 anos (48 parcelas);
• i = qual a taxa?
técnicas bem específicas para solucionar o problema, mas queremos ser práticos,
o problema da incógnita que está em dois lugares? É por este motivo que usamos a
tabela com índices prontos; multiplicando o índice encontrado na tabela pelo valor da
parcela (R), chegamos ao valor futuro já conhecido e, claro, não acertaremos logo na
primeira, faremos muitas tentativas e erros até chegarmos ao valor ou muito próximo
MATEMÁTICA FINANCEIRA 87
dele! É a verdadeira tentativa e erro, como já havia dito. Como temos um software
lator”. Pronto, chegamos ao simulador e, agora, peço que digite exatamente o que
coloquei a seguir:
• “f” “CLx”
• “52204,20” “FV”;
• “500” “CHS” “PMT”;
• “48” “n”;
• “i” (ao pressionarmos a tecla “i” temos a resposta à nossa questão, os 3% a.m.).
sejada. É importante dizer que também é possível instalar o emulador em seu celular,
88 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Fator de formação de capital (FFC)
O fator de formação de capital, ou “FFC”, nos dá o retorno para o seguinte questio-
de R$ 40.000,00).
O significado das incógnitas segue o mesmo descrito anteriormente, até porque per-
Solução:
• S = 40.000,00;
• i = 0,6% a.m.;
• n = 5 anos (multiplicados por 12 meses do ano, temos 60 meses);
• R = quanto devemos depositar mensalmente na aplicação?
MATEMÁTICA FINANCEIRA 89
Solução no Excel®: “=PGTO(0,6%;60;;40000;0)”.
crédito o valor de $ 40.000,00 inserido como positivo, pois esperamos sacar esse
por esse motivo, o valor de resposta é um débito em nosso caixa (valor negativo sim-
• “f” “CLx”
• “40000” “FV”;
• “0,6” “i”;
• “60” “n”;
• Pressione “PMT” para obter a resposta, pronto!
modo que a planilha, ela não está errada; a lógica desse cálculo deve-se ao fato de
90 MATEMÁTICA FINANCEIRA
considerarmos que queremos receber R$ 40.000,00, logo, é um crédito que está no
futuro e, para obtermos esse crédito, teremos um débito mensal ao longo de 60 me-
ceira quanto a planilha eletrônica (Excel®) trabalham nos mesmos moldes. Saliento
que, assim como o FAC ou no FFC, quando estamos procurando a taxa, é necessária
Note que, no nosso exemplo, o desenrolar matemático não é complexo, porém neces-
sita de atenção para que não fiquem para trás números centesimais ou, até mesmo,
operações não concluídas até o final. Demonstrarei mais uma memória de cálculo
Solução:
• R = 4.000,00;
• i = 7% a.t. (ao trimestre);
• S = 100.516,08;
• n = Qual número de prestações e prazo da aplicação?
MATEMÁTICA FINANCEIRA 91
Nesse ponto, tem-se uma situação em que a potência precisa ser resolvida, mas apre-
senta-se como uma incógnita. Proponho usar os logaritmos para resolver o problema
dade do “tombo”:
92 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Observe que são dois questionamentos no mesmo exercício, o primeiro diz respeito a
A função “NPER” significa Número de Períodos, nosso “n”; ela soluciona a questão de
tempo e de número de parcelas, lembrando que o “n” atende às duas demandas. Isso
não ocorreu nesse problema, porque as palestras são trimestrais; poderíamos até res-
ponder que a aplicação durará 15 trimestres, mas não é usual. Por isso, respondemos
Não se assuste, a ordem está correta, a calculadora funciona em uma lógica diferente
MATEMÁTICA FINANCEIRA 93
Fator de valor atual (FVA)
O FVA, ou função do Fator de Valor Atual, traz ao valor presente (valores que estão no
para atualização/correção.
meira daqui a 30 dias, a segunda daqui 60 dias e assim por diante. Perceba que o
somente daqui a 60 dias com o mesmo valor, porém, quando trazemos esses valores
quer feita por você, em que vendeu algo a alguém em 12 parcelas de R$ 300,00 cada;
imediatamente, você deseja comprar outro produto novo, mas não possui o dinheiro
para pagar. Então, você pega esses títulos que estão para vencer (que, por exemplo,
poderiam ser cheques) e negocia por um dinheiro à vista (presente). Quando se faz
essa operação, o montante final torna-se menor, devido à antecipação dos valores
das parcelas. Estamos trazendo um valor que está no futuro para o presente e, nesse
Não é o FVA que o comércio utiliza, este, normalmente, usa o desconto simples. Coloco
esse exemplo apenas para sua compreensão, o FVA é usado para o cálculo de adian-
cadas uma a uma mensalmente em uma aplicação que paga 0,6% a.m.; com isso
94 MATEMÁTICA FINANCEIRA
e vamos confabular a hipótese de esse indivíduo realizar um único depósito que
montante de R$ 40.000,00.
A pergunta que não se cala: qual o valor desse depósito único? Aqui, realmente é ne-
cessário que o FVA entre em ação. Paremos aqui com a teoria, vamos à prática, para
As incógnitas continuam conhecidas, não possuímos nada novo, a variável do valor pre-
sente (P) já foi vista desde o estudo dos juros simples, representando o valor presente.
• n = 60 parcelas;
• R = 555,83 cada;
• i = 0,6% a.m.;
• P = qual o valor do depósito único (que substituirá todas as 60 parcelas)?
MATEMÁTICA FINANCEIRA 95
Resolvendo no Excel®: “=VP(0,6%;60;-555,83;;)”. Muito bem, obteremos o mesmo
resultado, note que utilizei a função VP (Valor Presente) do Excel®, porém não infor-
mamos o valor futuro (os R$ 40.000,00) na função, pois a planilha faria o confronto
• “f” “CLx”
• “555,83” “CHS” “PMT”
• “60” “n”
• “0,6” “i”
• “PV”, ao pressionar essa tecla, terá o resultado na tela.
Exemplo 2: calcule o valor atual de uma dívida com uma série de 24 prestações, men-
Solução:
• n = 24 prestações;
• R = 3.500,00 cada;
• i = 5% a.m.;
• P = qual o valor atual da dívida?
96 MATEMÁTICA FINANCEIRA
A dívida de 24 parcelas de R$ 3.500,00, que, ao término somariam R$ 84.000,00 (24
• “f” “CLx”;
• “24” “n”;
• “3500” “CHS” “PMT”;
• “5” “i”;
• “PV”.
Uma vez pressionada a tecla “PV”, teremos o mesmo resultado encontrado nas pro-
mento; dessa forma, é comum essas variações mínimas, arredonde o mínimo possí-
vel, será melhor e não ficará tão distante do valor ideal ou atingirá em cheio a resposta.
MATEMÁTICA FINANCEIRA 97
Mais um exemplo (nosso Exemplo 3): qual valor atual que, financiado à taxa de 4%
a.m., pode ser pago em 5 vezes de R$ 100,00, parcelas essas que são mensais,
iguais e sucessivas?
Solução:
• i = 4% a.m.;
• n = 5 parcelas;
• R = 100,00;
• P = qual o valor atual da dívida?
98 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Resolvendo no Excel®: “=VP(4%;5;-100;;0)”. Na sequência, apresento a solução HP-12c:
• “f” “CLx”;
• “4” “i”;
• “5” “n”;
• “100” “CHS” “PMT”;
• “PV”.
Esse valor de FVA encontrado (R$ 445,18), na verdade, é o valor que foi financiado pelo
suporte cliente. O processo do Fator de Valor Atual traz para o tempo presente o valor
conhecido como Tabela Price. Desse modo, identifica-se qual foi o valor financiado.
Mas atenção: esse valor encontrado trata do capital financiado quando o número de
parcelas for integral, ou seja, todas as parcelas, seu número exato. Não cometa o erro
de colocar apenas uma parte das parcelas e acabar como o valor financiando, pois
preparando com uma base para o Sistema de Amortização Francês, que estudaremos
à frente, e é justamente essa fórmula que é responsável por calcular o valor das par-
valor presente que será financiado pelo sistema Price, a determinada taxa e certo nú-
mero de parcelas. Aqui, buscamos o valor da parcela, muito diferente das condições
anteriores, estamos conduzindo um valor que está no presente para parcelas futuras,
MATEMÁTICA FINANCEIRA 99
considerando um número específico de parcelas, uma taxa de juros e a amortização
Uma amortização nada mais é que o pagamento gradual de uma dívida. Esse modelo
matemático considera tais fatos para que o valor de parcela encontrado leve em conta
esse pagamento.
Percebeu que a fórmula é muito parecida com o FVA? É isso mesmo, na realidade,
• P = 30.000,00;
• n = 12 parcelas;
• i = 3,5% a.m.;
• R = qual o valor da parcela?
cutivas de R$ 3.104,52.
• “f” “CLx”;
• “30000” “PV”;
• “12” “n”;
• “3,5” “i”;
• “PMT”.
Prático, não? É verdade, ela auxilia muito nessas questões. No momento que pres-
apresentará o resultado.
Excel®, não perde em nada. Munido das informações do exemplo, apresento a so-
Excel® chamada “PGTO”, significando “Pagamento”; digamos que ela faz o mesmo
calculadora tem de nos ajudar em cálculos desse tipo, é válido ressaltar que essas
regras valem para os outros fatores que estudamos. Também, cabe lembrar que os
fatores apresentados são baseados nos juros compostos, logo, se a taxa fornecida
não estiver condizente com o prazo estabelecido, você deverá fazer a conversão, ten-
equivalentes. Chamo apenas a atenção para que tenha um cuidado especial quando
for mexer no prazo, pois se lembre de que o prazo e o número de parcelas significam
a mesma coisa. Assim, se você converter o prazo, tenha em mente que está mudando
ções. Mas será que a taxa de juros no contrato de financiamento foi seguida? Infeliz-
mente, deparamo-nos com uma indesejável situação de descobrir que lhe informaram
empréstimo, cujo valor financiado foi R$ 100.000,00, para ser liquidado em 18 presta-
• “f” “CLx”;
• “100000” “PV” (nosso P);
• “18” “n” (o número de parcelas, sendo n);
• “7270,87” “CHS” “PMT” (o valor de nossa parcela, R);
• Agora, pressione “i” para conhecer a resposta.
Uma vez executada qualquer uma das metodologias, teremos como resposta uma
mais um pouco.
namos anteriormente, recebeu o apelido de tabela Price devido ao seu criador, mate-
mático, filósofo e teólogo inglês Richard Price, que viveu no século XVIII. Mas se ele
era inglês, por que o sistema é francês? Porque o sistema foi desenvolvido efetiva-
A parcela desse sistema de cálculo é concebida por: uma parte chamada juros e uma
outra que recebe o nome de amortização do saldo devedor, também conhecida como
mática da tabela.
Como já dito antes, os passos para calcularmos a parcela do sistema Price são idên-
Ressalta-se apenas uma pequena mudança dessa fórmula que é quando o cálculo
mais adiante.
Para solucionarmos a tabela, será necessária a utilização de mais três pequenas fór-
dadas anteriormente.
Exemplo 1: calcular o valor das parcelas, de amortização e dos juros, segundo o sistema
parcelas mensais, iguais e sucessivas, considerando uma taxa de juros de 1,99% a.m.
Solução convencional:
• P = 10.000,00;
• n = 10 parcelas;
• i = 1,99% a.m.;
• Calcular a parcela (R), a amortização (A) e o valor dos juros (J).
Saldo
n Amortização Juros Prestação
Devedor
0 10.000,00 0,00 0,00 0,00
1 9.086,32 913,68 199,00 1.112,68
2 8.154,46 831,86 180,82 1.112,68
3 7.204,05 950,41 162,27 1.112,68
4 6.234,72 969,33 143,36 1.112,68
5 5.246,11 988,61 124,07 1.112,68
6 4.237,83 1.008,28 104,40 1.112,68
7 3.209,48 1.028,35 84,33 1.112,68
8 2.160,67 1.048,81 63,87 1.112,68
9 1.090,92 1.069,68 43,00 1.112,68
10 -0,05 1.090,97 21,71 1.112,68
Fonte: o autor.
Linha 1:
Linha 2:
Linha 3:
Linha 4:
Linha 5:
Linha 7:
Linha 8:
Linha 9:
Linha 10:
Pela característica que se faz presente ao longo do processo, percebe que os juros
estão diminuindo linha a linha, enquanto a amortização aumenta? Isso faz que o sal-
metade do financiamento.
los da linha e relacioná-los à linha da tabela em que você estiver trabalhando. Utilize
como base sempre o saldo da linha imediatamente superior, por esse motivo, chama-
Demanda certo trabalho construir essas tabelas manualmente, mas tanto o Excel®
“pesada” dos cálculos é concebida pela calculadora. Muito bem, para encerrarmos o
2º passo: preencha a tabela com as informações iniciais (saldo devedor inicial, amor-
cha com a fórmula “=E3”, sem aspas, uma a uma, para que o valor da prestação fique
mos linha a linha as demais informações, a começar pelos juros. Digite na célula “D3”
8º passo: já temos nossa linha base construída e, como utilizamos endereço de refe-
tar”. Para usar esse recurso, marque as células de B3 até D3 clicando e arrastando
botão do mouse, mantenha pressionado e arraste o mouse para baixo até a linha da
última parcela.
Assim, finalizamos a resolução da tabela utilizando uma planilha eletrônica para auxi-
sem parcelas. É claro que isso influenciará no valor das parcelas, pois temos 3 meses
em que não houve qualquer tipo de amortização do saldo devedor, com isso, mais
valor das parcelas, apenas os juros, assim, o valor da parcela não será acrescentado
saldo devedor, para cálculo da parcela será acrescentada uma seção na fórmula que
meses, preocupar-nos-emos com apenas 2 meses, já que o primeiro mês está devi-
mas agora com uma carência de 3 meses para iniciar os pagamentos, teríamos esta
proposta de solução:
• P = 10.000,00;
• i = 1,99% a.m.;
• n = 10 parcelas;
• Carência de 3 meses.
posteriormente, darei alguns passos na calculadora HP-12c, para que você tenha uma
noção ampla das várias formas de resolver o problema manual, não se preocupe com
após passada a carência e essa é a única diferença para o modelo resolvido antes.
Para calcular com carência, apresento o modelo matemático para a apuração da prestação:
cia concedida, a taxa, nesse novo módulo, será a mesma do exercício, já a incógnita
solicitar 90 dias de prazo para começar a pagar, então, apuraremos apenas 60 dias
Sem contar que ainda existem contratos de empréstimos que a primeira parcela é
m = carência - 1
m=3-1
m=2
Calculando:
como a fórmula já possui um mês embutido, devemos apenas nos preocupar com a
Quando a série for antecipada, ou seja, a primeira parcela no ato de assinatura do con-
trato de empréstimo, o “m” será igual a “– 1”. Quando isso acontece, a utilização do “m”
negativo faz que os 30 dias (um mês) que estão dentro da fórmula deixem de existir.
Saldo
n Amortização Juros Prestação
Devedor
0 10.000,00
1 10.199,00
2 10.401,96
Fonte: o autor.
lançados, pois tratam da carência de 90 dias combinada com o cliente para início das
parcelas, a única evolução que ocorre nessas linhas é dos juros que corrigem o saldo
devedor, na linha “3/1” é exatamente onde termina a carência de tempo para paga-
7º) “f” “FIN” (limpamos apenas a memória financeira para não perdermos o valor
registrado na tela);
9º) “1,99” “i” (devemos inserir novamente a taxa, pois limpamos a memória!);
15º) Retorne ao 12º passo (você deverá repetir os passos de 12 a 15 até o térmi-
Nesse procedimento, resolvemos nossa tabela sem qualquer problema, somente serão
exigidas atenção e concentração para não pular passos e comprometer o resultado final.
Para solucionar no Excel®, poderá proceder da seguinte forma: numa célula fora
poderá usar o modelo de tabela anterior. Se preferir, é possível realizar uma única
TO(1,99%;10;VF(1,99%;2;;-10000;);;)”.
seus recursos, veja que simplesmente usei a função “VF” (Valor Futuro), devidamente
preenchida com os dados para o cálculo da carência, dentro da função “PGTO” (Pa-
Mencionei anteriormente a situação em que o cliente pode optar por pagar a primeira
estudar o caso.
Ao caso de clientes que pagam a primeira parcela no ato, damos o nome de séries
antecipadas, que caracterizam-se por amortizar primeiro, calcular juros depois. Para
ficar ainda mais fácil de você compreender essa situação, raciocine o seguinte: se
estou pagando uma parcela no exato momento que o empréstimo é tomado, não há
motivos para pagar juros se não estamos tendo prazo algum! Obviamente, refiro-me
Pelo fato de a primeira parcela não possuir qualquer prazo de pagamento é que a
m = -1
Lembrete!
Saldo
n Amortização Juros Prestação
Devedor
0 10.000,00 1.090,97 1.090,97
1 8.909,03 913,68 177,29 1.090,97
2 7.995,35 931,86 159,11 1.090,97
3 7.063,49 950,41 140,56 1.090,97
Fonte: o autor.
10º) Retorne ao 1º passo (você deverá repetir os passos de 7 a 10, até o término
da tabela).
culadora. Imediatamente após encerrar o cálculo, você deverá desativar esse proce-
dimento, pois, estando o recurso ativado, influenciará todos os seus cálculos futuros
Como saber em que modo estou trabalhando? A calculadora sinaliza de forma bem visível.
Observe o visor, se a palavra “BEGIN” está sendo exibida, o modo antecipação está ativa-
do, do contrário, quando nada é apresentado, temos o modo postecipado como padrão.
pado, algo simples e discreto, em todas as funções que envolvem juros compostos na
planilha, no final, é possível especificar o tipo. As opções disponíveis são “0” (zero),
te forma: assim como antes, escolha uma célula qualquer fora da tabela e digite:
fórmulas da série postecipada. A única atenção que se deve ter é que, observando
financeira, são tributados por um imposto chamado IOF (Imposto sobre Operações
ciado. Claro que há percentuais diferentes, não é nosso objetivo estudar tributações,
mas, em uma negociação, informe-se das condições. Você conseguirá calcular a taxa
(Valor Presente).
temente da tabela Price, não possui parcelas iguais, à medida que conduzimos os pa-
portanto, devemos realizá-lo todo manual. Mas o Excel®, sendo um incrível software
de planilha eletrônica, pode nos ajudar muito. Afinal, temos que apenas construir as
do início ao fim, porém a parcela começa maior e finaliza menor. Essa metodologia
Acesse: <https://www.creditooudebito.com.br/finame-que-como-funciona/>.
Acesse também:
<http://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/finame/!ut/p/
z1/04_iUlDg4tKPAFJABpSA0fpReYllmemJJZn5eYk5-hH6kVFm8T6W3q4eJv-
4GPu5mfk4Gji6Wlh7ezkaGBi5m-l76UfgVFGQHKgIAWRAQKw!!/>.
Assim como no Price, o SAC também poderá sofrer influência da carência para início
culo, ou seja, como foram ou como poderiam ser apurados os juros da carência. Não
é comum conter cálculos em contratos, mas sim apenas as regras que se aplicam a
apuração de valores.
financiamento, podendo haver várias formas de corrigir esse valor financiado, até que
se iniciem os pagamentos. As técnicas podem ser tanto a de valor futuro, dos juros
término da carência.
Já pôde perceber, caro(a) aluno(a), que as fórmulas do SAC exigem bem menos em
relação ao Sistema Francês, sendo mais básicas, se assim podemos dizer. Os signifi-
cados das incógnitas não mudam, havendo o mesmo entendimento padronizado que
que pesquisar, mas a essência é a mesma, usar muitos autores pode confundir, então,
já solucionados pelo sistema Price, assim, você poderá ter uma noção ou um “hori-
sistema SAC, considerando uma taxa de juros de 1,99% a.m., calcularemos toda a
construção da tabela.
Saldo
n Amortização Juros Prestação
Devedor
0 10.000,00
1 1.000,00
2 1.000,00
3 1.000,00
4 1.000,00
5 1.000,00
6 1.000,00
7 1.000,00
8 1.000,00
9 1.000,00
10 1.000,00
Fonte: o autor.
Realizei apenas o lançamento do valor financiado na linha 0 (zero), esta que represen-
Linha 2:
Linha 3:
Linha 4:
Linha 5:
Linha 7:
Linha 8:
Linha 9:
Linha 10:
ao sistema Price, analisando mais friamente, gosto de dizer que fazemos uso apenas
Não há uma função na HP-12c para o cálculo do SAC, assim, sua resolução se dá
operações básicas. Logo, qualquer calculadora nesse momento poderá nos ajudar a
construir a tabela.
Saldo
n Amortização Juros Prestação
Devedor
0 10.000,00
1 9.000,00 1.000,00 199,00 1.199,00
2 8.000,00 1.000,00 179,10 1.179,10
3 7.000,00 1.000,00 159,20 1.159,20
4 6.000,00 1.000,00 139,30 1.139,30
5 5.000,00 1.000,00 119,40 1.119,40
6 4.000,00 1.000,00 99,50 1.099,50
7 3.000,00 1.000,00 79,60 1.079,60
8 2.000,00 1.000,00 59,70 1.059,70
9 1.000,00 1.000,00 39,80 1.039,80
10 - 1.000,00 19,90 1.019,90
Fonte: o autor.
usando algum tipo de indexador que venha fazer a compensação, por exemplo, da
usando a metodologia.
• As aplicações financeiras.
• Os empréstimos bancários.
• As operações com duplicatas (por exemplo: boletos).
• O factoring.
diata e as que não são imediatas. Aplicações com liquidez não imediata ainda se divi-
Mas o que significa liquidez? É um tempo fácil de compreender, liquidez nada mais é que
término da aplicação, ele estará disponível. Podemos dizer que se trata da velocidade com
que você tem acesso ao dinheiro aplicado, quanto maior a velocidade, maior a liquidez.
caderneta de poupança.
momento em que está contratando o produto bancário. Sua liquidez, porém, pode não
ser imediata, quanto maior for a taxa de retorno, maior será a necessidade de tempo
Não há muito o que dizer sobre essa modalidade, simplesmente, como o próprio
contratação.
dade de retorno ao tempo em que deixamos o dinheiro aplicado, assim, quanto mais
tempo, melhor!
Então, para esse tipo de aplicação, o cliente somente fica conhecendo o quanto ga-
nhou quando for executar seu resgate, válido também lembrar que é nesse momento
Empréstimos bancários
Empréstimo bancário nada mais é que a concessão de certo valor monetário a um
cliente, exigindo ou não garantias para proteção ao financiamento. Vale aquela máxi-
Isso não somente a respeito das taxas de juros mas também dos encargos referentes à ope-
ração, correção monetária e outros valores acessórios cobrados nesse tipo de empréstimo.
pode ser muito perigoso. Afinal, o cliente não sabe exatamente qual será sua taxa de
Chamo a atenção, principalmente, para contratos com duração extensa, que pode ar-
ruinar totalmente seu fluxo de caixa, caso o indexador suba “nas alturas”. Os valores
uma opinião pessoal, não me agrada ficar sem saber o que exatamente devo pagar.
bancário. Claro que esse tipo de operação é comum entre fornecedores e clientes de
caráter jurídico.
ao banco uma ordem de cobrança. O banco, por sua vez, como um terceiro nessa
operação, recebe a posse dos títulos de cobrança desse cliente, o qual receberá os
a posse se dá ao banco. Quando o boleto for liquidado (pago) pelo cliente, a empresa
de Duplicatas, pois a empresa que emitiu a ordem de cobrança, agora, realiza uma
direito de receber o título; dessa forma, o valor é repassado à vista para a empresa,
claro que descontado de uma taxa de operação, e isso você já estudou, o desconto
simples. Porém, caso o cliente não pague o boleto até seu vencimento, o valor é des-
número de dias que faltam para o vencimento do título. Há casos em que o banco
Caução de duplicatas
Trata-se de uma operação de empréstimo entre uma empresa e uma instituição fi-
nanceira (banco), na qual o banco exige que o cliente beneficiário lhe entregue títulos
como uma garantia do empréstimo. Fato relevante de ser mencionado é que o valor
dos títulos dados como garantia (caução) é sempre maior que o valor liberado.
a titularidade dos boletos é transferida para a factoring, que, por sua vez, paga pelos
Você pode se perguntar, mas qual a diferença entre o factoring e o desconto bancário
de título? Bem, o factoring, como dito, é a compra do título, mas sem o direito de re-
TAC é proibida, uma vez que seu valor é acrescido junto ao valor do bem a ser finan-
te, juros nas parcelas. Mas sua proibição é válida? Sim, inclusive prevista pelo CDC
Como “nem tudo são flores”, existe um projeto de lei que tenta regulamentar a valida-
lei é o PL-632/2007.
<http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=346979>.
TAC cobrada pela instituição que está concedendo o crédito é no valor de R$ 900,00,
você deverá calcular não apenas os R$ 10.000,00 do bem ou crédito adquirido, mas
sim R$ 10.900,00.
Elevando, dessa forma, o custo do empréstimo, isso mesmo, torna-o mais caro.
custos gerados pela operação financeira. Quando se assina um contrato com uma
uma tarifa de registro de contrato de financiamento, além, é claro, dos insumos opera-
cionais citados no parágrafo anterior. Várias instituições financeiras fazem tal cobran-
ça, algumas não incluem tarifa alguma, fato esse justificado em alguns casos que o
A questão é que consumidores ficam em dúvida acerca de essa cobrança ser legal
de crédito são permitidos e legais sim. A análise de crédito, o gasto com a emissão
dam os nomes desses tipos de tarifas para não despertar a atenção do consumidor,
A taxa de emissão do contrato poderá ser cobrada de várias formas, sendo elas: in-
saiba mais
Se quer saber mais sobre o IOF, acesse: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-ra-
pido/tributos/IOF>.
O valor do IOF pode variar. Em empréstimos comuns feitos com um banco, a cobran-
ça é por volta de 0,38% sobre o valor da operação. Já compras no exterior feitas com
financiamentos, o valor do IOF é calculado, como dito, sobre o valor financiado. Logo,
ções, seriam acrescidos do imposto para ser financiado, dessa forma, o valor financia-
Quando a instituição cobra TAC, simulando um valor de R$ 900,00, temos o seguinte cálculo:
TAC = $ 900,00
Subtotal = $ 10.900,00
Notou que são quase R$ 1.000,00 a mais do solicitado? Agora, com esse valor, simule o
va. É claro que voltaremos, agora, aos cálculos, com fórmulas e tudo mais. Mas o que
caracteriza essas taxas? Muito bem, faremos a abordagem gradual dos conceitos.
zido por um capital, enquanto a taxa equivalente tem a finalidade de comparar duas
taxas”. Na mesma obra, elaborada pelo autor, Assaf Neto (2012, p. 23, apud HOJI,
2016, p. 62) descreve a taxa efetiva como “[...] taxa dos juros apurada durante todo
O que isso tudo significa? Bem, vamos relembrar que, quando estudamos os meca-
nismos de capitalização, vimos que uma taxa pode ser informada em um período de
uma taxa, então, dizemos que essa taxa é efetiva. Por exemplo, uma aplicação que
paga juros de 1% a.m. e o capital investido ficará por 6 meses aplicado. Note que
tanto a taxa quanto o prazo de capitalização convergem, portanto, essa taxa é efetiva.
Agora, se temos uma taxa de juros de 12% a.a. para um capital investido por 6 meses,
essa taxa não é efetiva. Tomemos como base o valor de R$ 1.000,00, aplicado a uma
M = P(1+i)n
M = 1.000 ( 1+ 0,01)6
M = 1.061,52
Veja que tivemos um total de R$ 61,52 a título de juros nessa aplicação. Apurando
mos trabalhando com uma taxa de juros efetiva, em que o tempo da taxa é igual ao
Taxa nominal
Segundo Hoji (2016, p. 63), uma taxa nominal “[...] é a taxa de juro contratada em uma
juros paga na aplicação de um capital que ficará por 12 meses investido, a respos-
ta será uma taxa de juros de 12% ao ano! Essa taxa é, então, nominal, pois o juro
Diferentemente da taxa efetiva, a nominal é tratada de outra forma. Veja que o gerente da
instituição financeira nos forneceu a informação de que a taxa de juros para aplicações é
de 12% ao ano. Quando nosso investimento for submetido à aplicação, a taxa simples-
mente será dividida por 12, porque um ano tem doze meses. Logo, nossa taxa mensal
será de 1% ao mês, encontrada pela divisão simples de 12% ao ano por 12 meses.
Muito diferente dos 12% ao ano, dessa forma, dizemos que a taxa contratada é nomi-
Lembrando que, no final, a taxa encontrada estará em razão centesimal, sendo ne-
Aplicando a fórmula, pode-se responder: qual a taxa efetiva referente a uma aplicação
se deve ao fato de, relembrando, o tempo de nossa taxa informada não ser conver-
nos ambientes financeiros. Nosso próximo passo é apurar tanto a taxa nominal quanto
emissão do contrato.
Vale ressaltar que teremos um sensível aumento da taxa efetiva, caso exista a pre-
sença de outros valores, além do valor financiado, para compor o processo de cálculo.
Desse modo, suponha que uma pessoa toma emprestados R$ 3.000,00, no final do
período, apura que ocorreu o pagamento total de R$ 3.300,00. Essa pessoa, cliente
Como primeiro passo, a sugestão é encontrar a taxa nominal, que é tarefa fácil. Se-
• M = $ 3.300,00;
• P = $ 3.000,00;
• n = como o exemplo não cita o prazo, considere período único (igual a 1);
• i = qual a taxa nominal, segundo o regime de capitalização composta?
não pode ser considerado uma potência, logo podemos simplesmente eliminar o pa-
Muito bem, encontramos a taxa nominal de 10% no período, agora, devemos apurar a
taxa efetiva. Para isso, deve-se considerar os custos que foram gerados pelo contrato,
nesse caso, em especial, o valor é de R$ 30,00. Como o enunciado destaca que tal
custo foi pago no ato da operação, é necessário, então, subtrair do valor presente os
• M = $ 3.300,00;
• P = $ 3.000,00 – $ 30,00 = $ 2.970,00;
• n = considere período único (igual a 1);
• i = qual a taxa efetiva, segundo o regime de capitalização composta?
Excelente, conclui-se que a taxa efetiva desse contrato foi de 11,11% no período em
questão. A diferença está no fato de o cliente ter pagado as custas do contrato no ato
da negociação. Veja que a taxa efetiva é maior, porque o valor pago foi R$ 3.300,00,
mas o valor líquido tomado no empréstimo, na verdade, foi apenas R$ 2.970,00, des-
Caso se depare com essa situação no futuro, lembre-se de subtrair o valor, seja de
Chegamos ao fim de nossa unidade, espero que tenha sido uma leitura agradável,
FAC:
durante 5 anos, sendo o primeiro depósito no final do primeiro período, para que
3) (STIELER, sd.) A que taxa devo aplicar $ 15.036,28 por ano para que eu tenha um
FFC:
4) (COUTO, 2004) Quanto terei de aplicar mensalmente, a partir de hoje, para acu-
final do 60º mês. Sabendo-se que a primeira aplicação é feita na data do contrato,
FRC:
10) (SÓ ENSINO) Calcule o número de prestações semestrais de $ 15.000,00 cada uma,
11) (SIQUEIRA, 2014) Determine a que taxa anual foi firmada uma operação de em-
FAV:
12) (LESSA, 2012) Qual o valor atual de uma renda de 15 termos mensais de R$ 700,
13) (SÓ ENSINO) Calcule o valor atual de uma dívida que pode ser amortizada com
Price e SAC
daqui a um mês?
sem entrada e que a taxa de juros vigente na operação foi igual a 5% ao mês,
componha, para cada período, o valor pago a título de juros e a título de amortiza-
sais e iguais. O fornecedor do equipamento exige 20% sobre o preço à vista como
19) (CASTANHEIRA, 2010) Transforme a taxa efetiva de 21,55% a.a. capitalizada tri-
juros pagos no final da operação foi de R$ 1.244,55. Sabendo que o banco cobrou,
ReFeRênCias
BONGIOVANNI, V. et al. Matemática:: volume único. 6. ed. São Paulo: Ática, 1998.
RIGONI, J. R. Como criar um fluxo de caixa usando uma planilha do Excel. 2012.
Disponível em <http://www.totalqualidade.com.br/2012/07/como-criar-um-fluxo-de-
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VIEIRA SOBRINHO, J. D. Matemática financeira. 7. ed. 13. reimpr. São Paulo: Atlas, 2011.