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Quadro 16
PORTUGUÊS PADRÃO PORTUGUÊS NÃO-PADRÃO
árvore > arvre
córrego > corgo
cubículo > cuvico
fósforo > fósfro
glândula > landra
música > musga
pássaro > passo
sábado > sabo
tábua > tauba
víbora > briba
[pág. 107]
— Quanta transformação, tia Irene — admira-se Vera.
— É mesmo — concorda Sílvia. — Algumas palavras ficaram
bastante diferentes. Se o quadro não mostrasse a forma da língua
padrão, eu teria dificuldade em saber de onde a forma não-padrão
tinha saído...
— Você tem razão, Sílvia — diz Irene. — Fica mesmo difícil
reconhecer que briba provém de VÍBORA e que landra provém de
GLÂNDULA. E o mais interessante é que estas palavras sofreram
também uma transformação de significado. Briba, em algumas
regiões do Nordeste, é o nome dado à lagartixa caseira. E landra é
um termo empregado para designar as amígdalas inflamadas...
— Que curioso... — deixa escapar Emília.
— Outra palavra que poderia ter entrado neste quadro é tique,
que é a forma não-padrão de TÍQUETE, do inglês TICKET, que já vi
escrito em muito restaurante bom: “Aceitamos todos os tiques” —
continua Irene. — A mesma coisa acontece em alguns hotéis, onde os
apartamentos STANDARD, palavra inglesa que significa “padrão”,
viraram apartamentos estande.
— O que foi que aconteceu, afinal? — pergunta Sílvia. — Por
que estas palavras ficaram assim?
— O que aconteceu foi que estas palavras sofreram uma
contração — responde Irene. — Sofreram algum tipo de
“encolhimento” para caberem no ritmo natural do PNP, que é um
ritmo paroxítono, no qual a sílaba tônica é sempre a penúltima.
O que nos diz a história da língua
Quadro 17
PORTUGUÊS PADRÃO LATIM PORTUGUÊS PADRÃO LATIM