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Girando sobre si mesmos: memórias dos egressos do curso de História

PARFOR UFPI de Teresina (PI) (2013 – 2017)

Francisco Regino da Cruz Sousa 1

Resumo
O presente trabalho tem como objeto de pesquisa as memórias dos egressos do
curso de História do Programa de Formação da Educação Básica – PARFOR – pela
Universidade Federal do Piauí – UFPI de Teresina (PI) sobre o programa, entre os
anos de 2013 a 2017. Possui como principal objetivo analisar as concepções dos
egressos do curso de História do PARFOR – UFPI de Teresina (PI) sobre o
programa. A metodologia utilizada foi uma pesquisa bibliográfica, a partir da leitura,
fichamento e da revisão de literatura de autores como Schwartzman e Castro (1991),
Amado (1998), Pollak (1992), além de análise da legislação referente a temática do
período avaliado, bem como, de uma pesquisa de campo baseada na realização de
entrevistas segundo a perspectiva da metodologia da História Oral. Foi realizada a
elaboração de questionário com 10 (dez) perguntas abertas e claras direcionadas a
02 (dois) egressos da mesma época do curso de História e naturais da cidade de
Miguel Alves. Como resultado, pudemos verificar a importância de suas experiências
vividas durante o curso de formação acadêmica e de que forma contribuíram para
sua atuação profissional e enriquecimento pessoal e educacional em suas vidas.
Palavras-chave: História. PARFOR. Memórias. Egressos PARFOR-UFPI. Experiências.
Formação.
Abstract
The present work has as main objective to analyze the conceptions of the graduates of the
History course of the Basic Education Training Program - PARFOR - by the Federal
University of Piauí - UFPI of Teresina (PI) about the program between 2013 and 2017, being
chosen the interviewees by Miguel Alves who studied there. The study covers the memories
from the perspective of former students, and their reflection on their difficulties and facilitated
and their achievements in the face of so many events during the course period. The
methodology used was a bibliographical research, from the reading, filing and literature
review of authors such as Schwartzman and Castro (1991), Amado (1998), Pollak (1992), in
addition to analysis of the legislation regarding the theme of the evaluated period. as well as
a field research based on conducting interviews according to the perspective of the
methodology of Oral History. A questionnaire was prepared with 10 (ten) open and clear
questions addressed to 02 (two) graduates from the same period of the History course and
natives of the city of Miguel Alves. As a result, we were able to verify the importance of their
experiences during the academic training course and how they contributed to their
professional performance and personal and educational enrichment in their lives.

Keywords: PARFOR. Memoirs. Graduates. Experiences. Training.

Introdução

1 Graduando em pela UFPI. E-mail: reginofrancisco12@gmail.com


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O presente trabalho tem como objeto de estudo a avaliação sobre as


memórias dos egressos do curso de História PARFOR UFPI polo Teresina (PI)
partindo de 2013 que é o início do curso até o termino que depende da divisão dos
períodos e do currículo estabelecido, com finalização em 2017. A escolha pela
cidade de Teresina (PI) foi devido ao fato de ambos os entrevistados terem cursado
sua graduação no Polo de Teresina – PI embora todos eles sejam residentes na
cidade de Miguel Alves (PI) à 110km a norte do Estado Piauí.
O projeto abrange as memórias sob a perspectiva de alunos egressos do
Plano Nacional de Professores da Formação Básica (PARFOR) da Universidade
Federal do Piauí – UFPI no ano de 2013. Neste intuito foram colhidas entrevistas
com alunos deste igual período, cujos residem no município de Luzilândia atual
moradia do pesquisador e de Miguel Alves, a cerca de cento e dez quilômetros (110
km) da Instituição Acadêmica.
O estudo de histórias orais advindas de memórias não é uma metodologia
simples de se utilizar, pois a memória resiste ao passado, demanda de evocadores,
é encharcada de subjetividade e sentimentos. Raciocínio este pontuado e
completado por Almeida

“A memória é uma teia de subjetividades, por mais que haja imersão,


por mais que provoque o/a narrador/a, por mais que se evite a
superficialidade durante a entrevista, não há como atingir a totalidade
daquilo que foi vivido no passado. Portanto a memória constitui-se
dos atos de lembrar e esquecer.” (ALMEIDA, 2009, p.215):

De acordo com isso, pretende-se fazer um apanhado de evidências que


moldem o ponto de vista dos egressos sobre suas experiências no PARFOR.
Criando assim, uma espécie de memorial, onde será despejado toda a vivência dos
egressos em seu período de participação do programa.
Tem como objetivo geral analisar as concepções dos egressos do curso de
História do PARFOR – UFPI de Teresina (PI) sobre o programa. E como objetivos
específicos: avaliar as memórias dos egressos do curso de História do PARFOR
UFPI de Teresina (PI) sobre o programa; identificar os benefícios e os desafios
enfrentados ao longo da graduação pelo PARFOR – UFPI; e pontuar as
3

transformações na prática docente do professor-cursista após a graduação pelo


PARFOR. Como eixo norteador foi desenvolvida a seguinte problemática: “Como os
egressos do curso de História PARFOR UFPI de Teresina (PI) concebem o
PARFOR? ” Que será respondido ao final do estudo, depois das exposições acerca
das respostas oriundas do referencial teórico.
Nosso referencial teórico bibliográfico para o desenvolvimento do projeto foi-
se necessário um amparado advindo de arquivos acadêmicos como artigos, sites,
livros, legislação vigente, entre outros. Em integralidade com estes, utilizou-se
entrevistas orais ou escritas com viventes do PARFOR em 2013, visando uma
melhor compreensão para a formulação de um memorial completo e repleto de
informações que cada egresso carrega em suas memórias. Para a implantação do
estudo de campo, houve a necessidade de questionários com temática que levariam
a uma linha contínua de informações que integrariam, por fim, uma história oral clara
e precisa.
O trabalho foi desenvolvido a partir de dois tipos de pesquisa: uma pesquisa
bibliográfica, a partir da leitura, fichamento e da revisão de literatura de autores
como Schwartzman e Castro (1991), Amado (1998), Pollak (1992), além de análise
da legislação referente a temática do período avaliado bem como, de uma pesquisa
de campo baseada na realização de entrevistas segundo a perspectiva da
metodologia da História Oral. Foi realizado a elaboração de questionário com 11
(onze) perguntas, mas somente usadas 10 (dez), sendo perguntas abertas e claras
sobre a temática com 02 (dois) egressos da mesma época do curso de História e
naturais de Miguel Alves.

2 PARFOR: o que é?

Nosso trabalho visa conhecer o Plano Nacional de Professores da Formação


Básica (PARFOR), que é um programa implantado colaborativamente pelo Capes,
Estados, Municípios, Distrito Federal e Instituições de Educação Superior – IES, e
tem como objetivo, desde a sua criação no Decreto n° 6.759/2009, a garantia ao
professor de rede pública uma formação legal de acordo com a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB).
É visto que atualmente, as formações acadêmicas, especializações e
experiências estão recebendo uma demanda cada vez maior. A partir disto, a prática
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e a teoria tornam-se norteadores para a qualificação de um profissional. Segundo


Schwartzman e Castro (1991), o estudo de egressos recupera, de fato, várias
questões de estudo dos alunos, especialmente as ligadas à qualidade de ensino.
Mostrar o que viveram e vivenciaram para ter uma segunda formação e mais
qualidade de ensino e de formação é essencial para encorajar outros estudantes a
buscar sabedoria, formação e qualificação profissional.
Para o pleno desenrolar do projeto, se fez necessário o estudo e o uso da
história na modalidade oral, que nada mais é do que uma espécie metodológica
onde dar-se-á voz aos participantes de eventos, situações e períodos, seguindo
seus conhecimentos e lembranças individuais. Tal modalidade é existente desde o
século XX, método este bastante utilizados por historiadores do período.
Em relação a construção da memória, Pollak (1992), nos diz que o que faz
essa discussão no campo da História, é formada por elementos que são
experimentados pelo grupo ao qual a pessoa tem um sentimento de pertencimento,
denominado pelo autor de acontecimentos, lugares e personagens vividos por
tabela, que podem ou não ter pertencido ao espaço-tempo da pessoa. É onde
vemos que o mais importante não é o ano real em que ela cursou e finalizou e sim
sua vivencia, o que viu, aprendeu e colocou em prática em sua vida pessoal e
profissional. As memórias e aprendizados são algo que fica para sempre conosco,
não importando o tempo que passe.

3 O que são memórias dos egressos? (Trocaria essa seção de lugar no tópico
4)

Amado enfatiza que “nossas memórias são formadas de episódios e


sensações que vivemos e que os outros viveram” (1998, p. 132), ou seja, os
sentimentos são fundamentais para a formações de memórias. Além disso, a autora
esplanada que os sujeitos podem ser identificados pelas memórias que guarda, essa
perspectiva embasa a afirmação de que o sujeito sem memória não é nada mais que
um sujeito sem identidade.
Em sequência a este pensamento, Amado completa explicando porque a
memória é próxima da história:
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[...] é uma capacidade de associar vivências individuais e grupais


com vivências não experimentadas diretamente pelos indivíduos ou
grupos: são as vivências dos outros, das quais nos apropriamos,
tomando-as nossas também, por meio de conversas, leituras, filmes,
histórias, músicas, pinturas, fotografias... (AMADO, 1995, p. 132).

Contudo, fica entendido que a memória está contida subjetivamente em cada


indivíduo, estando ainda em constante mudança, a depender dos elementos e
fatores envolvidos. Sendo ainda, encontradas diversos tipos de fontes, como em
fotos, documentos, construções, e até mesmo narrativas verbais.
Ao contar o que se passou de forma oral, recontando é como se o estudante
vivenciasse tudo novamente, relatando os momentos, sejam eles bons ou ruins, de
alegria, de tristeza, mas momentos que foram essenciais para se tornar o educador
que é hoje, analisando tudo de forma crítica, no que pode melhorar na época e no
que pode se tornar algo ainda melhor hoje.
Assim, segundo Benjamin (1994),

As narrativas sempre vão tratar de uma experiência que traz como


substrato a dimensão do narrador enquanto protagonista de um fato
histórico social localizado, pois provocam a reflexão, o espanto e
nunca se exaurem, caracterizando se pelo relato de uma existência
que, ao ser narrada para o outro, evidencia em si uma essência
única, visto que “seu dom é poder contar sua vida; sua dignidade é
contá-la inteira” (BENJAMIN, 1994, p. 221)

Percebe-se ainda que a descrição quando se é em grupo, de forma coletiva,


evidencia ainda mais as experiências vividas, e na troca de informações, onde
conhece as realidades vividas por cada estudante, em sua visão.
É interessante a ideia de resgate por parte das memórias existentes e mostrar
que os relatos de uma existência de diversas situações podem servir de reflexão da
própria identidade delas, de comparação do que eram antes e do que se tornaram
após a sua vivencia no curso.
Com toda certeza, ao se pesquisar esses ditos memoriais do curso de
História pelo PARFOR, os professores que relataram experiências, puderam não
somente expor mas ressignificaram seus valores, atitudes, reconstruíram sua
identidade e valorizaram as vivencias do outro, refletindo não só a sua como a do
grupo em questão.
Com relação ao que foi exposto acima, Souza nos diz que:
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A abordagem biográfico-narrativa assume a complexidade e a


dificuldade em atribuir primazia ao sujeito ou à cultura no processo
de construção de sentido. Ao longo de seu percurso pessoal,
consciente de suas idiossincrasias, o indivíduo constrói sua
identidade pessoal mobilizando referentes que estão no coletivo.
Mas, ao manipular esses referentes de forma pessoal e única,
constrói subjetividades, também únicas. (SOUZA, 2007, p. 65)

Tudo que será exposto é de suma importância, para que se conheça a


realidade vivida por meio das falas de quem as vivenciou na pele e conseguiu
vencer os obstáculos.

4 Amparo legal do PARFOR (Trocaria essa seção de lugar no tópico 3)

Com relação ao amparo e normatizações acerca da autorização de


funcionamento do curso, temos o referente ao Plano Nacional de Professores da
Formação Básica- PARFOR, o mesmo constituiu-se de um programa emergencial
que está estruturado no Decreto Lei n° 8.752/2016, cujo especifica, logo no artigo 1°,
§ 1°, as categorias de profissionais da educação básica:

§ 1º Para fins desde Decreto, consideram-se profissionais da


educação básica as três categorias de trabalhadores elencadas no
art. 61 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 – Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a saber: professores,
pedagogos e funcionários da educação, atuantes nas redes públicas
e privadas da educação básica ou a elas destinados. (PLANALTO,
2016)

Estando assegurado no mesmo artigo 1°, §3°, sua coerência com:

I - as Diretrizes Nacionais do Conselho Nacional de Educação


- CNE;
II - com a Base Nacional Comum Curricular;
III - com os processos de avaliação da educação básica e superior;
IV - com os programas e as ações supletivas do referido Ministério; e
V - com as iniciativas e os programas de formação implementados
pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios. .
(PLANALTO, 2016)

Visto isto, entende-se que o programa trouxe um aglomerado de informações,


benefícios e inovações para os adeptos como uma nova perspectiva para a
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categoria. Portanto, tem-se como objetivo geral a demonstração da real relevância


deste estudo, levando um arcabouço de conhecimento adquirido através das
memórias, que são expostas por meio da via oral, constituindo por fim uma história
sobre PARFOR, UFPI – 2013.
De acordo com o projeto em questão de Formação de Professores, podemos
expor aqui os métodos e estratégias utilizados pela PARFOR no ano de 2013, o qual
viabilizou as oportunidades para os egressos no mercado de trabalho, procurando
estabilização para os professores em efetivo exercício.
No Decreto estão inseridos os princípios e objetivos que regem o programa,
tais que mostram sua real relevância para o âmbito social e desenvolvimento do
profissional como os descritos no artigo 2° e incisos:

Art. 2º Para atender às especificidades do exercício de suas


atividades e aos objetivos das diferentes etapas e modalidades da
educação básica, a formação dos profissionais da educação terá
como princípios:
(...)
III – a colaboração constante, articulada entre o Ministério da
Educação, os sistemas e as redes de ensino, as instituições
educativas e as instituições formadoras;
VIII - a compreensão dos profissionais da educação como agentes
fundamentais do processo educativo e, como tal, da necessidade de
seu acesso permanente a processos formativos, informações,
vivência e atualização profissional, visando à melhoria da qualidade
da educação básica e à qualificação do ambiente escolar;
IX - a valorização dos profissionais da educação, traduzida em
políticas permanentes de estímulo à profissionalização, à progressão
na carreira, à melhoria das condições de remuneração e à garantia
de condições dignas de trabalho;
XIII - a compreensão do espaço educativo na educação básica como
espaço de aprendizagem, de convívio cooperativo, seguro, criativo e
adequadamente equipado para o pleno aproveitamento das
potencialidades de estudantes e profissionais da educação básica;
(...). (PLANALTO, 2016)

Nesta perspectiva observou-se a ampliação da função social do programa,


que trouxe um apanhado de conhecimentos e estratégias de atualização para os
professores.
Tal estudo trouxe, no seu aprofundamento, uma grade de conhecimentos
desde o que está contido em memórias e sua subjetividade em cada indivíduo, até a
legislação e expansão metodológica do Plano Nacional de Professores da Formação
Básica, na Universidade Federal do Piauí no ano de 2013, e ainda a observância em
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seu progresso e aperfeiçoamento linear, que se quer chegar a todos que desejar
estudar e precisam de um amparo legal, dentro da lei para que seu tempo não seja
perdido, como muitos cursos pagantes o fazem, roubando-lhes dinheiro e sem
respaldo de legalidade, sem estar de acordo com MEC – Ministério da Educação e
Cultura e LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
Por fim, a importância do estudo foi compreendida, ao visualizar a dificuldade
do apanhado de narrativas orais, uma vez que é necessária uma cautela maior para
a compreensão da fala de cada sujeito, para fermentar de forma real e clara.

5 Metodologia funcional para discussão da oralidade dos egressos

Segundo Bell (2004, p. 27) “a metodologia é a explicação minuciosa,


detalhada, rígida, e exta de toda ação desenvolvida”. Neste trabalho, os métodos de
pesquisa utilizados foram variados, estando em maior destaque, a pesquisa
bibliográfica, tomando forma com base em livros e artigos, e a pesquisas de campo,
especificadamente a entrevista oral, compondo o estudo com base subjetiva,
intercalando-o com memórias que trazem informações específicas ao trabalho.
Nosso trabalho é uma pesquisa em forma de trabalho de amostragem
intencional que é quando o pesquisador decide quem irá compor a amostra. “É
bem frequente em estudos psicométricos de validação de testes psicológicos.
Neste tipo de pesquisa, existe uma etapa em que especialistas são convidados
para opinar sobre características dos testes.” (ANUNCIAÇÃO, 2021). Juntamente
com a pesquisa bibliográfica procurando referencial teórico bibliográfico de
autores, artigos, monografias que falassem do tema estudado, para uma melhor
conceituação e exposição de ideias. E para completar uma pesquisa de campo
que segundo Martins:

A coleta de dados é um processo que visa reunir os dados para uso


secundário por meio de técnicas específicas de pesquisa. Esses
dados são utilizados para tarefas de pesquisa, planejamento, estudo,
desenvolvimento e experimentações. A coleta de dados
para pesquisa científica é definida a partir
da problematização, objetivos geral e específico e metodologia.
(MARTINS, 2019, p. 01)
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Então para concluir nossa etapa de pesquisa, fizemos uma coleta de dados
das respostas de um questionário feito a professores que se formaram pelo
PARFOR para nos proporcionar suas opiniões a respeito do desenrolar do tema.

6 Discussão e análise dos dados obtidos das entrevistas dos Professores


formados pelo PARFOR em História. Memórias dos egressos do curso de
História PARFOR UFPI de Teresina (PI) (2013 – 2017)

Para concluirmos nossa pesquisa, foram realizadas entrevistas com 02 (dois)


professores formados pelo PARFOR em relação a sua opinião a respeito do curso
que fizeram e do quanto melhorou sua vida profissional e acadêmica. Iremos chamar
os participantes de Professor 1 e Professor 2. Onde foram feitos os seguintes
questionamentos:
Sobre o perfil dos entrevistados temos que o Professor 1 possui 45 anos e é
do sexo feminino já o Professor 2 também possui 45 anos, mas é do sexo masculino.
Ao serem perguntados sobre a idade em que se encontram, e sobre seu
sexo, e nos disseram que:
Professor 1: 45 anos, do sexo feminino.
Professor 2: 45 anos, do sexo masculino.

Podemos verificar que não importa a idade que o individuo esteja, o que
desejam é estudar, e sua força de vontade é vísivel, pois precisavam vencer certos
obstaculos, como idade, distância, tempo, etc.
Já quando se tocou no assunto em relação a estar atuando no magistério ou
na sua área de formação, nos foi respondido que: o professor 1 não está em
exercicio na sua área de formação, já o Professor 2 conseguiu atuar na sua área.

Professor 1: Não.
Professor 2: Sim.

Quando se é lotado em algumas escolas, nem sempre lhe repassam a


disciplina em que se é formado para ministrar as aulas, onde muitas vezes são
obrigados a dar aulas em outras matérias que não tem nem o conhecimento mais
especifico sobre e precisa estudar para poder compreender melhor e repassar aos
alunos. Nesse caso é complicado, por isso seria correto o professor ministrar
somente disciplinas da qual pertencem sua área de formação.
Quando perguntamos aos entrevistados, como eles veem a relevância do
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Programa do PARFOR para eles e os demais estudantes, relatam:

Este programa tem grande relevancia para os docentes da


educação básica que não tem graduação ou precisam se graduar
em sua área de atuação.( Professor 1, 2023)

O PARFOR é um programa de grande relevancia para a formação


docente, profissionais altamente qualificados proporcionam um
ensino de qualidade para os nossos alunos. (Professor 2, 2023)

O interessante de suas visões, é a valorização de uma oportunidade de


estudos, visando a sua melhoria de vida particular, pois nunca se perde em
adquiririr conhecimento, apenas se ganha, ficando mais rico em sabedoria,
melhorando sua atuação profissional em sala de aula e em certas situações
corriqueiras da vida pessoal de cada um.
Já em relação ao que consideram ser as vantagens do PARFOR, para a
qualificação profissional dos professores cursistas, qual era a opinião deles,
disseram:
Hoje nos municipios ha uma carência muito grande de professores
com formação em área especifica, haja visto que na maioria dos
municipios os professores efetivos são pedagogos e ministram
aulas em que tenha mais afinidade e sem formação, e o programa
tem possibilitado a esses professores uma segunda graduação
melhorando sua atuação em sala de aula. ( Professor 1, 2023)

Oportuniza aos cursistas além de uma formação por excelencia,


uma melhor atuação em sala de aula e uma oportunidade salarial.
(Professor 2, 2023)

Consideram o oferecimento de cursos pelo PARFOR como um ganho no


geral para todos que querem e desejam estudar e ter uma segunda formação, para
ter mais oportundiades de emprego e sem contar em renovar e ampliar sua atuação
em sala, como reciclagem de estratégias e metodologias adequando cada assunto
ao respectivo alunado que está ministando suas aulas.
Garcia (1999) é um autor que defende a necessidade da formação inicial de
professores para que eles se formem como pessoas, consigam compreender a sua
responsabilidade no desenvolvimento dos espaços escolares e não-escolares, e
adquiram uma atitude reflexiva acerca do seu fazer pedagógico. Ter uma formação
inicial em sua vida profissional é essencial para saber o que e como fazer da
maneira correta, e estamos falando não somente do Pedagogo como de todas as
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outras formações e para as pessoas com quem se relaciona na vida pessoal ou no


trabalho.
Já em relação ao quesitonamento sobre como foi para eles estudar o curso
de História pela PARFOR – UFPI, nos afirmaram:

Foi um grande aprendizado e a realização de um sonho, pois


sempre fui apaixonada por História e me formar nessa área alem de
me qualificar para trabalhar nessa área foi um sonho realizado.
( Professor 1, 2023)

Eu sou apaixonada pelo PARFOR e me fez amar História, os


conteúdos sempre bem dados, com professores qualificados e
motivadores do curso. (Professor 2, 2023)

Consideram estudar pelo PARFOR como um grande aprendizado, além de


fazer amizades, puderam se relacionar com profissionais altamente capacitados e
aprender com eles, o que para muitos é a realização de um sonho, que todos
tempos e incentivar a todos os discentes a continuarem seus estudos lá e
posteriormente em uma pós graduação ou especialização a fim de sua nova
formação acadêmica.
Ao se falar em dificuldades encontradas no caminho durante a formação
acadêmica no PARFOR, disseram:

Estudar na PARFOR na min/ha época foi um grande desafio/, além


das dificuldades enfrentadas na viagem de Miguel Alves a Teresina
tinha também as dificuldades do próprio polo da UFPI, pois no
inicio não tinhamos os mesmos direitos dos alunos regulares, como
por exemplo, salas fixas para assistirmos as aulas e cada dia
tinhamos que ir para uma sala diferente, não tinhamos direito a
meia passagem, que os alunos das turmas regulares tinham.
(Professor 1, 2023)

Foram várias: a distância, as condições financeiras, o apoio do


poder público, entre outras. (Professor 2, 2023)

Todos os caminhos que trilhamos tem dificuldades, uns mais, outros menos,
e devemos sempre seguir em frente e vencer. Esses professores são exemplos de
superação em todos os sentidos, pois desde a viagem que precisavam fazer para
estudar, fora problemas pessoais, sem condição financeira e sem apoio do poder
público, dependendo apenas de sua força de vontade, podem ser considerados
vencedores.
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Sobre quais impactos considerm que teve em sua formação pela PARFOR
em sua pratica docente, nos disseram:

Foram muitos os impactos positivos, mas o principal e mais


importantes foram os conhecimentos adquiridos durante o curso
que passei a aplicar na minha prática com os alunos, melhorando o
aprendizado com uma metodologia diferente. (Professor 1, 2023)

Eu deixei de ser professor e me tornei educador, hoje mergulho na


História e levo meus alunos a amar a disciplina e a própria História.
(Professor 2, 2023)

Para os recem formados, tudo que aprenderam de novo, colocam em


prática, pois para eles é uma formação a mais em sua vida, onde ampliam seus
conhecimentos e suas metodologias na prática de sala de aula. Muitos afirmam que
depois da formação, deixaram de ser apenas professores para serem educadores.
Quando falamos em sua formação no PARFOR, e perguntamos se
houveram mudanças significativas em sua carreira profissional, onde nos disseram:

O conhecimento transforma realidades, e quando o adquirirmos não


há como não haver mudanças, e o PARFOR é o responsavel por
essa mudança nas salas de aula e na vida de todos os profissionais
que passam pelo PARFOR. ( Professor 1, 2023)

Mudou totalmente, hoje sou outra pessoa. Antes eu dava aula de


História, hoje eu ministro com maestria minhas aulas de História.
(Professor 2, 2023)

Quando se entra na universidade, o individuo entra com uma mentalidade e


sai com outra totalmente diferente, pois a formação recebida o deixa mais
preparado para sua vivencia escolar, pessoal e profissional, fazendo com que mude
seu modo de agir e pensar, e repassando esses conhecimentos adquiridos a sua
prática em sala para o seu alunado.
E para finalizar, foi lhes perguntado sobre suas memórias mais do período
de sua graduação pelo PARFOR, que possam recordar e nos disseram:

Minhas memórias são muitas e em minha opinião, todas foram


marcantes, fiz muitas viagens de pesquisa, visitas a museus, então
não tem como eu não lembrar e relacionar apenas algumas.
( Professor 1, 2023)

Todas foram marcantes! Mais uma foi a mais dificil. Um amigo de


nossa turma faleceu com uma morte violenta em Timon – MA, seu
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nome era Ubirajara Nunes, e esse episódio mexeu muito com a


turma e com todos os alunos do PARFOR no polo da UFPI de
Teresina. (Professor 2, 2023)

Os relatos analisados vistos aqui, nos mostram a vida e realidade que esses
professores tiveram que passar para conseguir sua segunda formação academica e
que apesar das dificuldades e situações inusitadas que ocorreram durante o
percurso, se mostraram visivelmente agradecidos e fortalecidos por terem vencidos
e serem os excelentes profissionais que se tornaram hoje, após sua formação e
atuação estarem muito bem equiparadas e são somente gratidão ao PARFOR pela
chance dada por meio desse programa, de concluirem com exito esse curso
superior que tanto lutaram para concluir.

7 Considerações Finais

Como forma de conclusão de nosso trabalho, ficou evidenciado as memórias


dos egressos do PARFOR como relatos de resultados positivos em relação as suas
opiniões e afirmativas em relação ao período de passaram durante sua formação e
vivencia viajando de Miguel Alves a Teresina, onde venceram obstáculos e
dificuldades impostas pela falta de estrutura da UFPI, de alocação legal para esses
estudantes, pela falta de ajuda financeira por parte política, tendo que se virarem da
melhor forma possível e apesar de tudo, não terem desistido, e chegarem ao final o
curso, podendo nos dar respaldo para nossa pesquisa.
As vivencias relatadas revelaram somente pontos positivos da experiência
formativa que tiveram, e ainda o grande potencial que desenvolveram partindo da
reflexão sobre sua história de vida e o que ocorreu nesse tempo de transformações
pessoais e profissionais na época de aprendizado, nas atividades desenvolvidas,
projetos, visitas, viagens, enfim, em um período de no mínimo 03 (três) anos de
formação, onde tudo pode acontecer, tanto pontos positivos quanto negativos.
Vemos ainda que tudo isso serviu como fortalecimento da identidade cultural
dos formando, seja para identificar seu curso de formação ou a opinião pessoal de
cada um. O curso lhes permitiu ampliar novos horizontes e vivenciar seu dia a dia de
forma mais completa, com criatividade e mudanças significativas em suas vidas
pessoais e profissionais.
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Apesar de todos os relatos positivos, sabemos que ainda exista um longo


caminho a percorrer no quesito de se aprimorar os programas do governo como o
nosso citado PARFOR - Formação de Professores da Educação Básica, que
podemos evidenciar suas memórias, e estimular a continuidade de propostas
educacionais e curriculares para a ampliação de oferecimento de outros cursos,
onde podemos utilizar como fontes de enriquecimento da produção reflexiva com o
intuito de se melhorar cada vez essas formações, e servir de exemplos para os
demais colegas que se sentirem a vontade para conhecer a realidade e talvez até
experimentar a experiência de ter mais um curso de formação em sua vida pessoal e
acadêmica.

Referências

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