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1/22/2021

ESTIMATIVA DO SHELF LIFE SENSORIAL


Testes Analíticos

Dra. Silvia Deboni Dutcosky


Dra. Elaine Berges da Silva
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Metodologias para estimativa do


shelf life sensorial

TESTES TESTES
ANALÍTICOS HEDÔNICOS

Fornecem Avaliam a
informações aceitação/rejeição
objetivas sobre as dos consumidores
características em relação aos
sensoriais dos produtos.
produtos.

Fonte: Ares e Varela, 2017.


Curso de Shelf Life Sensorial 2

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Metodologias para estimativa do


shelf life sensorial
A estimativa da vida útil sensorial requer o
estabelecimento de um ponto final sensorial ou um
CRITÉRIO DE FALHA, isto é, a deterioração máxima
tolerável no indicador de qualidade sensorial.

Cada metodologia envolve um critério de falha


diferente, o que significa uma qualidade sensorial
diferente no final da vida útil de um produto.

Curso de Shelf Life Sensorial

Estimativa baseada em critérios analíticos


Esses métodos baseiam-se na avaliação objetiva das mudanças
ao longo do tempo e avaliam:
INTENSIDADE DE
QUALIDADE CARACTERÍSTICAS SENSORIAS
SENSORIAL ASSOCIADAS A DETERIORAÇÃO

REALIZADA COM
PAINEL SELECIONADO E
✔TESTE DE DIFERENÇA DE CONTROLE (DFC);
TREINADO
✔ESCALA DE QUALIDADE;
✔MEDIÇÃO DA INTENSIDADE DO ATRIBUTO.

Curso de Shelf Life Sensorial

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Teste de Diferença de Controle (DFC)

ATRIBUTOS SENSORIAIS
✔TEXTURA;
✔COR e;
✔SABOR

10 AVALIADORES TREINADOS

AMOSTRA APRESENTADA
CODIFICADA E ALEATORIZADA

ESCALA NÃO
ESTRUTURADA DE 10 CM
ANÁLISE
PERIODICIDADE VARIÂNCIA E
QUINZENAL TESTE DE MÉDIAS Curso de Shelf Life Sensorial

EXEMPLO DE ESCALA NÃO ESTRUTURADA (10 CM)

Compare a amostra com o controle e indique o grau de diferença


entre elas marcando um traço na linha abaixo:

IGUAL AO MUITO DIFERENTE


CONTROLE DO CONTROLE

Descrições verbais adicionais de diferentes graus de


diferença às vezes são incluídas ao longo da escala.
Fonte: Adaptado de: Meilgaard; Civille e Carr. Sensory Evaluation
Techniques, 5th Ed., Ch. 13. p.342. 2016

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Curso de Shelf Life Sensorial

O que esse artigo não descreveu?


A amostra controle

Neste método, é essencial que seja viável manter um


padrão constante para comparação.

FRESCO X CONTROLE ESTÁVEL

FRESCO 🡺 Produtos com lotes homogêneos


ESTÁVEL 🡺 Condição na qual a amostra se mantenha estável
(Congelamento/ Refrigeração /Atmosfera modificada)
Exemplos: Man (2015) armazenou o controle a −18 ° C ao estudar a vida útil de um
prato de batata cozida resfriada, enquanto Chouliara et al. (2007) mantiveram o −30 °
C ao estudar o efeito da embalagem de atmosfera modificada e adição de óleo
essencial de orégano em frango refrigerados.

Os controles devem ser validados por testes discriminativos.

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Treinamento do painel para DFC

✔É fundamental que eles se familiarizem, não apenas com as


características da amostra de controle, mas também com as
características sensoriais das amostras representando diferentes
pontos ao longo da escala.

✔Durante as sessões de treinamento, amostras com diferentes tempos


de armazenamento são avaliadas e por meio de discussão aberta com o
líder do painel, os avaliadores concordam com as pontuações a serem
atribuídas às diferentes amostras quando comparado com a amostra de
controle.

✔Uma amostra de controle cego deve ser incluída em cada sessão de


teste como parte do conjunto de teste, servindo como uma linha de
base e os avaliadores devem ser informados sobre a existência do
controle cego entre as amostras.
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Exemplos de escalas utilizadas em DFC

Nada Ligeiramente Um pouco Moderadamente Extremamente


UNILATERAL diferente diferente diferente diferente diferente

BILATERAL
Extremamente Extremamente
mais fraco que o Igual ao controle mais forte que o
controle controle

Fonte: Adaptado de: Meilgaard; Civille e Carr. Sensory Evaluation


Techniques, 5th Ed., Ch. 13. p.342. 2016

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Exemplo aplicação
Objetivo 🡺 Avaliar a estabilidade do Biscoito tipo
Cookie Light em embalagem biodegradável.

EMBALAGEM
TEMPO BIODEGRADÁVEL
0 DIAS 3,9
30 DIAS 3,9
60 DIAS 2,8
90 DIAS 2,8
120 DIAS 2,1
150 DIAS 2
180 DIAS 1,9

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Análise dos resultados


✔ACESSAR A PLANILHA DFC cookies.

✔Fazer Análise de Variância para identificar amostras que apresentam


diferença estatisticamente significativa em relação ao CONTROLE;

QUESTÃO PARA DISCUSSÃO

AMOSTRAS DIFERENTES DO PADRÃO PODEM AINDA SEREM ACEITAS


PELO CONSUMIDOR?

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Critérios CRITÉRIO DE CORTE (CUT-OFF-POINT) :


✔Neste caso do cookies foi adotado nota igual ou menor do que
de Corte 2 (= regularmente menos crocante do que o padrão)

IGUAL AO MUITO DIFERENTE


CONTROLE DO CONTROLE

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Escala de Qualidade

Este método é baseado na medição direta da qualidade sensorial


ao longo do armazenamento.
QUALIDADE SENSORIAL COMPOSTA
AVALIADORES TREINADOS (de 8 a 20) POR UMA ÚNICA NOTA

AVALIADOR UTILIZA
REFERÊNCIA MENTAL DA
AMOSTRA FRESCA

PONTUAÇÕES SÃO CALCULADAS


PELA MÉDIA DOS AVALIADORES
E REGREDIDAS NO TEMPO

VALIDADE TERMINA QUANDO ATINGE


UM PONTUAÇÃO PRÉ-ESTABELECIDA
QUE CORRESPONDE A QUALIDADE
SENSORIAL MÍNIMA DO PRODUTO

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CRITÉRIO
✔8 AVALIADORES TREINADOS; DE FALHA
✔QUALIDADE VISUAL GERAL UTILIZANDO UMA ESCALA VARIANDO DE:
O fim do prazo de
❖ 0 = muito ruim – não característica do produto validade foi alcançado
❖ 5 = limite de aceitação do ponto de vista dos consumidores quando o valor médio
❖ 10 = muito bom – muito característica do produto das amostras foram
julgados inaceitáveis <5

OS ATRIBUTOS ODOR E FIRMEZA e DEFEITOS DO PRODUTO FORAM AVALIADOS


UTILIZANDO A ESCALA DE 5 PONTOS

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Método de Índice de Qualidade (IQ)


Muito utilizado na indústria
pesqueira.
SISTEMA DE PONTUAÇÃO
BASEADO NOS ATRIBUTOS
DE QUALIDADE

OS PROTOCOLOS
SÃO ESPECÍFICOS
PARA CADA ESPÉCIE
AVALIADORES
TREINADOS

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Método de Índice de Qualidade (MIQ)

QUANTO MAIOR A PONTUAÇÃO


PIOR SERÁ A QUALIDADE

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E quando a gente pensa que já viu de tudo!!

FONTE: https://noticias.r7.com/hora-7/fotos/golpe-peixaria-usava-olhos-
falsos-em-peixes-para-parecerem-frescos-03092018#!/foto/1
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ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

REALIZAR A ANÁLISE POR REGRESSÃO LINEAR

Abrir arquivo EXERCÍCIO SSL clicar na ABA - Quality Index


Method (QIM)

🡺 SELECIONAR DADOS no menu principal


🡺 ANÁLISE DE DADOS no lado direito da tela
🡺 SELECIONAR REGRESSÃO
- Selecionar dados do ÍNDICE DE QUALIDADE (incluir o título)
para intervalo Y de entrada e;
- Selecionar dados do TEMPO DE ESTOCAGEM (incluir o título)
para intervalo X de entrada e;
- Clicar em rótulo
- Em intervalo de saída selecionar uma célula fora da tabela
de dados
🡺 SELECIONA OK
🡺 MONTAR A EQUAÇÃO DA RETA Y = aX + b Onde:
A = inclinação da reta e b = ponto de intersecção da reta
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Curso de Shelf Life Sensorial FONTE: RITTER et al (2016)

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Exercício- Metodologia para


Desenvolvimento do Protocolo QIM

INSTRUÇÕES:
- Leia o texto do exercício QIM com a tradução da descrição do protocolo utilizado
no artigo:

Fonte: D.O. Ritter et al. / LWT - Food Science and Technology 67 (2016) 55e61

- Discuta com o seu grupo (5 alunos) e resuma em 4 a 5 etapas que


poderiam ser utilizados como esquema geral para desenvolvimento do
protocolo QIM para estudo de shelf life de qualquer outro produto;
- Apresente o protocolo final elaborado pelo seu grupo.

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DESENVOLVIMENTO DO PROTOCOLO

Seleção da equipe e padronização


das condições de teste

Levantamento dos atributos e


pontuação da escala

Treinamento da escala

Validação da escala (individual) e


avaliação das amostras

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Medição da Intensidade de Atributo


Este método é baseado na medição direta da qualidade sensorial
ao longo do armazenamento.
METODOLOGIA DESCRITIVA
DESCREVE AS CARACTERÍSTICAS
QUANTITATIVAS E QUALITATIVAS USADAS OBTER UMA DESCRIÇÃO
DETALHADA DAS MUDANÇAS
AVALIADORES TREINADOS (de 8 a 12) SENSORIAIS QUE UM PRODUTO
SOFRE DURANTE ARMAZENAMENTO.

INTENSIDADE DOS ATRIBUTOS SÃO ESCALAS NÃO ESTRUTURADAS OU


CALCULADAS PELA MÉDIA E ESTRUTURADAS (10 OU 15 CM) SÃO
REGREDIDAS NO TEMPO USADOS ​PARA CLASSIFICAR A
INTENSIDADE DO ATRIBUTO
VALIDADE TERMINA QUANDO UM
ATRIBUTO CRÍTICO ATINGE CRITÉRIO DE FALHA DEVE SER
INTENSIDADE MÁXIMA/MÍNIMA ESTABELECIDO COM BASE EM
PRÉ-ESTABELECIDA DADOS DO CONSUMIDOR

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• Realizado por 7 avaliadores treinados;


• Amostras armazenadas a 4 ◦C for 5, 10, 15, 20, 25, 30, and 35 d; 🡺 -
80 ◦C
• Descritores identificados pelos painelistas foram: cor verde, amargor,
acidez, rancidez, doçura e oleosidade;
• Painel é treinado com uso de amostras padrão que ancoram a
intensidade dos atributos;
• Após treinamento 🡺 avaliação das amostras 🡺 intensidade dos
atributos é regredido com o tempo.
• A vida útil sensorial o momento em que a intensidade de um atributo
sensorial atinge o critério predeterminado PELO PAINEL DE
CONSUMIDORES

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Treinamento dos painelistas

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Painel consumidor: 10 g de amostras randomizadas servidas junto cracker e


água
1. O primeiro painel 🡺 avaliou a aceitabilidade de amostras com diferentes
intensidades de descritores críticos e os dados gerados foram usados ​par
determinar o ponto de corte dos sabores azedos e rançosos. Escala
Hedônica (1 = desgostei muitíssimo a 9 = gostei muitíssimo. Cada
consumidor avaliou 4 amostras (60 x 4 = 270 consumidores).
2. O segundo painel 🡺 avaliou a aceitabilidade de amostras com diferentes
tempos de armazenamento e os dados foram usados ​para determinar a
porcentagem de aceitação / rejeição de cada amostra.
Um total de 60 consumidores avaliaram 10 amostras com diferentes tempos de
armazenamento (0, 5, 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40 e 45 d).
Duas sessões🡺 com intervalo de 20 minutos.
Para cada amostra, os consumidores responderam "sim" ou "não" se eles iriam
consumir.

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PAINEL PAINEL CONSUMIDORES


TREINADO 60 avaliadores
7 avaliadores por descritor

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Medição da Intensidade de Atributo


O foco ao usar esta metodologia está no perfil sensorial das amostras
de teste e os insights que fornece sobre os processos de deterioração
de um produto.

O número de descritores geralmente são limitados àqueles que são


críticos, geralmente variando em número de 3 a 6 (Hough, 2010).

Um número relativamente pequeno de descritores ajuda a reduzir o


tempo e recursos necessários para manter um painel bem treinado e
calibrado.

Requer extenso treinamento do painel, por isso não deve ser aplicado
quando isto não for possível.

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ERROS COMUNS

✔Poucos avaliadores (3 a 5) realizaram a tarefa de pontuação de qualidade com


pouco ou nenhum treinamento (Gómez-López et al., 2007; Lopez-Galvez et al.,
2013; Medina et al., 2012; Mendes et al., 2011) e;
✔Informações hedônicas coletadas de avaliadores treinados foi considerado como
uma indicação da qualidade do produto (Costa et al., 2012; Gómez-López et al.,
2007; Siripatrawan e Noipha, 2012);
✔Tais erros podem limitar a validade dos dados e a precisão das estimativas
sensoriais de vida útil.

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MONITORAMENTO DE DESEMPENHO
DE PAINEL QUANTITATIVO

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Monitoramento de desempenho Painel


Sensorial Quantitativo
http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=354944
ABNT NBR ISO 11132:2016

Critérios de análise do painel:


➢ Discriminação dos atributos-chave
➢ Concordância/ Consenso
➢ Repetibilidade
➢Reprodutibilidade

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Concordância/ Consenso entre Painéis

Intensidades médias (eixo Y) para quatro painéis da mesma


amostra (amostra 1) para cinco atributos A, B, C, D e E (no eixo X).

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Concordância/ Consenso entre Painéis

Intensidades médias (eixo Y) para quatro painéis da mesma


amostra (amostra 2) para cinco atributos A, B, C, D e E (no eixo X).

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Monitoramento de desempenho Painel

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Monitoramento de desempenho geral


do Painel baseado na ISO 11132

✓ Quantos dos atributos-chave esperados foram


significativamente discriminados.

✓ Quantos dos atributos-chave demonstraram uma


interação entre amostra e avaliador. Isto dá uma
indicação inicial de onde está a menor consistência
de todo o painel

✓ Repetibilidade do painel para os atributos-chave em


sessões repetidas.

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1) Consenso do painel
Pela análise do gráfico de Tucker-1 é possível observar se o
painel atingiu o alinhamento do conceito do atributo ou não.

PAINEL SEM
CONSENSO

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1) Consenso do painel
Pela análise do gráfico de Tucker-1 é possível observar se o
painel atingiu o alinhamento do conceito do atributo ou não.

PAINEL EM
CONSENSO

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1) Consenso do painel
Para o caso do painel em consenso é possível observar o
avaliador discordante do consenso.

PAINEL EM
CONSENSO
com 1
avaliador
discordante

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1) Consenso do painel
Identificar avaliadores que não contribuíram na
explicação dos resultados.

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2) Capacidade de Discriminação e Repetibilidade

Desempenho individual do avaliador

➢Capacidade discriminativa: quantos dos atributos-


chave foram significativamente discriminados
➢Repetibilidade: consistência de discriminação para
um dado atributo e produto

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2) Capacidade de Discriminação e Repetibilidade


Análise individual para cada atributo:
Gráficos “p valor” versus QME
Desejável menores valores para p e para QME
p < 0,05 (eixo y)
QME (eixo x)

Atributo p valor QME


DOCE 0.017 82.28
AMARGO 0.002 21.52
ACIDEZ 0.012 82.09
SALGADO 0.973 0.24
ARTIFICIAL 0.038 202.12
ADOÇANTE 0.000 140.15
LARANJA PERA 0.005 70.86
LARANJA BAHIA 0.001 65.94

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2) Capacidade de Discriminação e
Repetibilidade

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