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Instrumentação Industrial

Aula 7: Medição de Nível


Professora: Daiane C. Rafael

01/2023 1
Medição de Nível

Sumário

• Conceitos Básicos
• Métodos Diretos de Medição de Nível: Indicadores e Visores, Boias e
Flutuadores.
• Métodos Indiretos de Medição de Nível: Deslocador, Pressão Diferencial,
Capacitivo, Pesagem, Ultrassom, Radar, Radioatividade, Laser,
Condutividade, Vibração.

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Conceitos Básicos

• Nível é um parâmetro crítico de processo, e sua medição é utilizada em grande variedade de aplicações
comerciais e industriais no mundo inteiro.

• Medição de nível é definida como a medição da posição de uma interface entre dois meios, gasosos ou
líquidos.

• De maneira clara, medir nível nada mais é que medir a altura de preenchimento de um líquido ou de
algum tipo de material em um reservatório ou recipiente.

• Em um recipiente regular (área da base definida e laterais uniformes) o volume de líquido (ou sólido)
pode ser estimado indiretamente por:

𝐴𝑏𝑎𝑠𝑒 - área da base do recipiente


𝑉 = 𝐴𝑏𝑎𝑠𝑒 ∙ h h – nível do líquido
V- volume de líquido contido

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Conceitos Básicos

A medição de nível sempre é realizada em relação a um referencial e pode ser realizada por dois métodos
diferentes:

• Medição direta: técnicas que medem a altura da superfície do fluido diretamente em relação ao fundo do
recipiente. Ex.: Indicadores de nível (vasos comunicantes), boias, etc.

• Medição indireta: se caracterizam pela obtenção do nível de fluido por meio de grandezas relacionadas
com o nível. Estas grandezas podem ser

➢ pressão;
➢ tempo de propagação;
➢ força de empuxo (utilização de um corpo imerso);
➢ capacitância variável;
➢ isótpos radioativos;
➢ Etc.

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Conceitos Básicos

É muito comum utilizar a classificação dos instrumentos de medição de nível quanto a natureza da
medição:

• Instrumentos de medição contínua: medem continuamente em uma


faixa de 0 a 100%

• Instrumentos discretos ou chaves de nível (detectores): Operam


apenas em níveis fixos, pré-determinados, atuando um contato seco
quando o valor pré-ajustado for alcançado. Muito utilizado para
intertravamentos de segurança.

Notas de aula Profs. Carmela Braga e Hugo - UFMG

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Métodos Diretos

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Indicadores e Visores

Indicadores e visores de nível: baseiam-se no princípio dos vasos comunicantes e produzem apenas uma saída visual.
São os medidores mais comercializados para medição local.

Por questões de segurança, esses medidores não devem ser utilizados em locais onde sua quebra constitua perigo.
Da mesma forma, eles não devem ser aplicados em reservatórios onde o líquido ofereça perigo ao escapar do interior
do visor.

Notas de aula Profs. Carmela Braga e Hugo - UFMG

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Indicadores e Visores

• O indicador de nível nada mais é que tubos de vidro conectados a


válvulas de bloqueio e estas ao reservatório.

• Esses indicadores possuem diâmetro e comprimento padronizados, sendo


esses valores relacionados às temperaturas e as pressões máximas que
estes suportam.

• Indicadores de vidro tubulares não são recomendados para sistemas


que contenham fluidos tóxicos e inflamáveis.

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Indicadores e Visores

Outro tipo é o indicador de vidro plano, composto por seções


de vidro plano e capazes de operar em temperaturas mais
elevadas.

São compostos de um ou vários módulos onde se fixam barras


planas de vidro. Estes módulos são conhecidos como seções dos
visores.

Atualmente, os visores planos representam cerca de 90% das


aplicações de visores de nível em plantas industriais.

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Indicadores e Visores

Exemplo: UHE 3 Marias

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Indicadores e Visores

• Quando possuem mais de um módulo, perde-se a visualização do nível entre os módulos;

• Não se pode colocar diversos módulos sobrepostos, devido ao peso excessivo (máximo 4 módulos);

• Entre o vidro e a proteção há um espaço para dilatação e contração do conjunto no caso de amplas
variações da temperatura do fluido.

Formato que ajuda a evitar a


perda de visualização entre
os módulos

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Indicadores e Visores

Visores de
vidro reflexivo

• Na região onde há líquido, toda luz é absorvida;

• Não é indicado para líquidos viscosos e corrosivos, para detecção de interface entre dois líquidos não
miscíveis e em locais com iluminação insuficiente;

• São mais baratos, suportam pressões mais elevadas e necessitam apenas de um vidro

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Indicadores e Visores

Visores de vidro transparentes

• Utiliza dois vidros transparentes, o que


permite a transparência do visor a luz;

• Podem ser utilizados em líquidos viscosos e


corrosivos, bem como na interface de dois
líquidos de cores diferentes;

• Podem utilizar lâmpadas iluminadores no visor posterior para facilitar a visualização;

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Indicadores e Visores

Visores de vidro bicolores

Melhora a indicação e são mais indicados para baixa temperatura; onde o


índice de refração entre líquidos e o ar é maior

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Indicadores e Visores

Válvula para respiro


(eventualmente
instalada)
Válvulas de bloqueio (devem ser
dotadas de uma esfera de
retenção, para que no caso de
quebra do vidro não exista
descarga do fluido para a
atmosfera).

Válvula de dreno

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Indicadores e Visores

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Boias e Flutuadores

Boias e Flutuadores: é o sistema mais comum de medição de nível e baseia-se na adição de um elemento de
densidade menor que o fluido a ser medido. A medida em que o nível varia, o elemento varia emerso no fluido.

Boias e flutuadores são muito utilizados como detectores de nível, chaves de detecção de nível alto, baixo,
médio, etc.

Vantagens
- É praticamente isento ao efeito de variação de densidade
do líquido
- Pode medir grandes variações de nível, da ordem de até
30 m.

Desvantagens:
- Sensível à agitação do líquido.
- Possui partes móveis, passíveis de deformações e oxidações.

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Boias e Flutuadores

Transdutores de nível para boias e flutuadores podem ser desenvolvidos diretamente mediante uma escala
graduada ou por meio de um circuito elétrico dotado de um potenciômetro acoplado a uma ponte de
Wheatstone.

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Boias e Flutuadores

• Transdutores de nível podem associar a técnica


de indicação de nível com a técnica de boias e
flutuadores.

• É possível ter um transdutor para um sinal em


tensão utilizando da mesma forma um circuito
elétrico dotado de uma resistência ou
indutância variável acoplada a uma ponte de
medição. Ou ainda utilizando o princípio de
magnetorestrição.

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Boias e Flutuadores

Outro tipo de flutuador, é o detector de mercúrio, que abre ou fecha um contato interno na presença de um
líquido (os pontos de fusão e ebulição do mercúrio são -38,84°C e 356,7°C)

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Métodos Indiretos

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Deslocador (Displacer)

Utilizam um corpo que flutua parcialmente inserido num fluido confinado em uma câmara, ou tubo. A
medição por deslocamento se baseia no célebre princípio de Arquimedes.

“Um corpo imerso em um líquido sofre a ação de uma força vertical dirigida de baixo para cima igual ao
peso do volume do líquido deslocado.”

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Deslocador

A medida que o nível do fluido aumenta dentro da câmara, aumenta-se também a resultante
de forças em direção a emersão do dispositivo deslocador, conforme o peso do volume de
fluido deslocado por ele.

Vantagem:
- Alta precisão (0,5% do fundo de
escala)

Desvantagem:
- Requer manutenção constante, visto que o
dispositivo deslocador recebe acúmulo de
resíduos ao longo do tempo.

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Deslocador (Displacer)

O deslocador é normalmente empregado em uma câmara, porém na presença de partículas sólidas,


viscosidade elevada ou líquidos que podem se solidificar a temperatura ambiente, é indicado que o
deslocador esteja interno ao tanque para evitar entupimento.

Observação:
• O deslocador pode medir a interface entre dois
fluidos;

• - Elevadas variações da temperatura podem afetar


a medição

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Deslocador (Displacer)

A força resultante é dada pela diferença entre o peso exercido pelo


deslocador e a força do empuxo dado pelo princípio de Arquimedes:

𝐹𝑅 = 𝑃 − 𝐹𝐸 P = 𝑚𝑑 ∙ 𝑔

𝐹𝐸 = 𝐴𝑏𝑎𝑠𝑒 ∙ 𝑔 ∙ 𝜌𝑑 ∙ ℎ𝑠 + 𝜌𝑒 ∙ ℎ𝑡 − ℎ𝑠

𝐹𝐸 - Força do empuxo (N)


𝐴𝑏𝑎𝑠𝑒 - área da base do dispositivo (𝑚2 )
𝑚𝑑 - massa do deslocador (kg)
𝜌𝑒 - densidade do meio externo (kg/ 𝑚3 )
𝜌𝑑 - densidade do líquido (kg/ 𝑚3 )
g – aceleração da gravidade (m/ 𝑠 2 )
ℎ𝑠 - altura do líquido deslocado (m)
ℎ𝑡 - altura total do deslocador (m)

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Deslocador (Displacer)

• O transdutor ao lado mostra um transmissor de nível


instalado no topo de um tubo (câmara) de aço inox associada
ao indicador de vidro plano

• O transmissor no topo recebe como sinal de entrada a força


exercida pelo dispositivo deslocado pela coluna de fluido que
preenche a câmara de aço inoxidável

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Medidor de Nível por Pressão Diferencial ou Hidrostática

Medidor de Nível por Pressão Diferencial ou Hidrostática: por meio da medição de pressão no fundo
do recipiente é possível determinar o nível do mesmo:

ℎ − 𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑑𝑜 𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑛𝑜 𝑡𝑎𝑛𝑞𝑢𝑒 𝑚


𝑃1 − 𝑃2 ∆𝑃 𝑃1 - pressão da coluna de fluido (Pa)
ℎ= = 𝑃2 - pressão externa do fluido (Pa)
𝜌∙𝑔 𝜌∙𝑔
g – aceleração da gravidade
𝜌- massa específica do fluido (𝑘𝑔Τ𝑚3 )

• Pode ser utilizado em tanques abertos: diferencial de pressão em relação à pressão atmosférica.

• Pode ser utilizado em tanques fechados: diferencial de pressão em relação à pressão da fase gasosa
existente acima do fluido residente no tanque.

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Medidor de Nível por Pressão Diferencial ou Hidrostática

Tubulação imersa até o fundo do tanque com o transmissor de nível instalado no topo do tanque

Neste caso pode-se utilizar


um transmissor de pressão
manométrica ao invés de
pressão diferencial

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Medidor de Nível por Pressão Diferencial ou Hidrostática

Tubulação adjacente e externa ao tanque com o transmissor de nível instalado na mesma altura do
nível mínimo do tanque

Neste caso também é


possível utilizar um
medidor de pressão
manométrica

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Medidor de Nível por Pressão Diferencial ou Hidrostática

Tubulação adjacente e externa ao tanque com o transdutor de pressão diferencial instalado abaixo do nível
mínimo do tanque.

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Medidor de Nível por Pressão Diferencial ou Hidrostática

Para tanques fechados, se a pressão dentro do tanque é


diferente da pressão atmosférica, os lados de alta e baixa
pressão são conectados individualmente por tubos na
parte baixa e alta do tanque.

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Medidor de Nível por Pressão Diferencial ou Hidrostática

Para tanques fechados com duas fases diferentes


(líquido e vapor por exemplo) é necessário preencher a
tomada de alta pressão com um líquido (normalmente
água) para evitar que se forma uma coluna de condensado
nesta tomada.

(A existência de condensado se acumularia nela e


provocaria erros de medição.)

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Medidor de Nível por Pressão Diferencial ou Hidrostática

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Medidor de Nível por Pressão Diferencial ou Hidrostática

Medidor de Nível tipo Borbulhador:

- Processos onde o fluido pode se cristalizar nas tomadas de medição.

- Processos onde a temperatura excede o limite de temperatura de flanges


montados para a medição.

- Tanques que não possuem conexões laterais


para tomada de pressão.

- Processos onde o fluido é corrosivo e não


pode ter contato direto com o transmissor

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Medidor de Nível por Pressão Diferencial ou Hidrostática

• Medidor de Nível do tipo Borbulhador: um tubo é inserido no fluido, no qual uma das pontas é
submersa e por meio da ponta superior é fornecido ar ou gás inerte com fluxo constante e pressão pelo
menos 20% maior que a pressão produzida pelo fluido com o tanque cheio.

• Logo, será necessário uma pressão de ar igual à coluna de fluido existente no tanque para que o ar vença
este obstáculo e consiga escapar pela extremidade inferior do tubo, produzindo bolhas.

• A medida se faz por meio de um medidor de pressão diferencial. Por este motivo, este medidor é
considerado uma variação do medidor por pressão diferencial.

Obs.: Em geral também há um controlador de vazão ( sensor de vazão mais válvula reguladora de pressão
diferencial) na linha de suprimento que mantém o fluxo constante independente do nível.

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Medidor de Nível por Pressão Diferencial ou Hidrostática

Uma das desvantagens do medidor tipo borbulhador é a


necessidade de um suprimento de ar constante, seco e
isento de óleo para não contaminar o líquido. Este
também não deve conter sólidos que podem entupir o tubo
por onde escapa as bolhas. Por fim, em tanques fechados
pressurizados é necessário a medição da pressão interna ao
tanque.

Obs.: Todo medidor por pressão diferencial pode sofrer


erros com variações de temperatura no fluido de medição.

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Medidor de Nível Capacitivo

Medidor Nível Capacitivo: consiste de uma sonda cilíndrica vertical inserida no tanque no qual se deseja
monitorar o nível. A sonda pode ser isolada ou não e serve como uma das placas do capacitor. A outra
placa é formada pelas paredes do vaso e o fluido comporta-se como dielétrico variável.

Para um capacitor cilíndrico

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Medidor de Nível Capacitivo

Para um fluido não-condutivo, o medidor de nível


capacitivo (sonda) não necessita ter uma capa
isolante, logo, os eletrodos do capacitor podem estar
em contato direto com ele. No caso de um tanque
metálico, a sonda e as paredes do tanque constituem as
placas do capacitor e o isolante do fluido, o dielétrico
variável.

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Medidor de Nível Capacitivo

Fluido Condutivo – Tanque com paredes metálicas

Para um fluido condutivo o medidor de nível capacitivo (sonda)


necessita ter uma capa isolante, visto que os eletrodos do
capacitor não podem estar em contato direto com o mesmo. No
caso de um tanque metálico, a camada isolante da sonda constitui
o dielétrico do capacitor, enquanto que a sonda o condutor fixo e
o fluido condutivo, o eletrodo variável.

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Medidor de Nível Capacitivo

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Medidor de Nível Capacitivo

Em tanques com diâmetros grandes e com fluido


não-condutivo é recomendável que o medidor de
nível capacitivo tenha uma blindagem metálica.

Assim, o capacitor será formado pelos dois eletrodos


(a sonda e a blindagem) e o fluido como dielétrico
variável. Essa configuração serve para tanques
metálicos ou isolantes.

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Medidor de Nível Capacitivo

• A configuração anterior é utilizada para aumento da sensibilidade do medidor, uma vez que a distância
entre o eletrodo e a parede metálica do tanque se torna grande.

• Esta mesma configuração deve ser adotada no caso de materiais com pequena constante dielétrica e
em tanques com parede não metálicas.

• No caso de tanques com paredes metálicas, a mesma deve ser aterrada para medição de nível por
sensor capacitivo. No caso de tanques com paredes não metálicas, a sonda de referência deve ser
aterrada para evitar interferências externas;

• O circuito capacitivo é normalmente acoplado a um circuito oscilador para a detecção do nível.

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Medidor de Nível Capacitivo

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Medidor de Nível Capacitivo

Para tanques com paredes não metálicas e fluido condutivo ou não-condutivo, o medidor de nível capacitivo
necessita de uma sonda de referência. Neste caso o fluido realiza a variação do meio dielétrico.

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Medidor de Nível Capacitivo

Há também chaves capacitivas, que são fixadas a distâncias pré-estabelecidas no reservatório e servem para
detecção discreta de nível. Sensores de proximidade capacitivos também podem ser utilizados para a
detecção, sem a necessidade de contato com o fluido do processo.

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Medidor de Nível Capacitivo

As fontes de erros mais comuns em sensores capacitivos estão associadas a:

• Variação da temperatura ou contaminação do fluido do processo (alteração da constante dielétrica);


• Camadas de resíduos na sonda.

Como principais vantagens tem-se:

• Não contém partes móveis;


• São simples e robustos;
• Podem medir o nível de uma vasta gama de produtos;
• São fáceis de limpar;
• Preço relativamente baixo em comparação com sistemas de medição equivalentes;
• Podem medir a interface de dois fluidos com constante dielétrica distinta.

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Medidor de Nível por Célula de Carga
A medição de nível por pesagem consiste basicamente na instalação de células de carga nas bases de
sustentação do silo/tanque:
• As células de carga modernas, podem ter exatidão de 0,03% de fundo de escala, com design simples,
facilidade de calibração e custos relativamente baixos (se comparados a outros sensores).

As células de carga podem ser instaladas sob os pontos de apoio da estrutura do silo, de tal forma que o
seu peso é aplicado sobre elas.
• - Para estas aplicações é necessário que as células de carga sejam imunes a esforços laterais

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Medidor de Nível por Pressão Diferencial ou Hidrostática

Conhecendo-se a geometria do reservatório e o peso específico do material, pode-se, facilmente, calcular o


nível por:

O número de células de carga varia em função da forma do


silo, sendo que a solução que apresenta melhor precisão é a de
apoiar o silo em três células defasadas de 120º em relação à
projeção do seu centro de simetria.

Sempre que possível, o silo deve ser projetado com seção


transversal circular de forma a garantir uma distribuição
estável e equalizada do peso total entre as três células de
carga.

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Medidor de Nível por Pressão Diferencial ou Hidrostática

Os sistemas de medição de nível por meio da pesagem exigem que:

• Algumas alterações do projeto estrutural. Uma vez que o peso do


silo não está mais distribuído em uma estrutura de sustentação, mas,
sim, concentrado em pontos onde serão instaladas as células de carga;

• Os sistemas de enchimento e esvaziamento do silo sejam


cuidadosamente projetados para minimizar sua interferência no
sistema de medição.

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Medidor de Nível por Pressão Diferencial ou Hidrostática

Vantagens:

• Pode medir nível de materiais sólidos;


• A medida é feita sem contato;
• Pode-se conseguir maior precisão com maior número de células de carga, colocadas em forma geométrica
regular (triângulo equilátero, quadrado, pentágono,...).

Desvantagens:

• Sofre influência da variação de temperatura no fluido do processo;


• A célula de carga em si é sensível a variação de temperatura devido ao stress térmico (strain-gauge);
• Não deve sofrer influência de foças oblíquas que podem originar erros;
• Distribuição inconsistente do produto dentro do silo, pode ocasionar erros de leitura. Nestes casos silos
cônicos ajudam a reduzir o erro;
• Depende do formato do tanque para se determinar o nível com maior precisão.

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Medidor de Nível por Ultrassom

Medidor de Nível por Ultrassom: a medição de nível por ultrassom baseia-se na medição do tempo
necessário para um pulso de ultrassom percorrer a distância entre o sensor e o material a ser detectado
o nível (ida e volta – eco). O trem de pulsos emitido pelo sensor (instalado acima do produto a ser medido) é
refletido pela superfície do material.
• O circuito eletrônico inteligente processa o sinal recebido (eco) e refletido pela superfície do material, e
calcula a partir do tempo de “vôo” a distância entre o sensor e a superfície.

Obs.: 340 m/s no ar, em gases deve ser feita sua compensação

Obs.: O ultrassom é gerado por cerâmicas ou cristais piezoelétricos.

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Medidor de Nível por Ultrassom
• A velocidade do som é a base para a medição nos dispositivos tipo ultrassônicos, sendo função da
temperatura e da pressão (efeitos desprezíveis ).

Sem contato com o fluido, a medição de nível que por ultrassom é especialmente indicada para aplicações onde
nenhum contato físico pode ocorrer com o material que se está medindo o nível.
Exemplo: ácidos, esgotos/efluentes contaminados ou meios que contenham partículas aderentes ao equipamento.
• Recomenda-se este medidor para medição de nível de sólidos e em situações onde o reservatório a ser
medido possui dimensões muito grandes.

Obs.: Instalações em canais e em locais


abertos de medidores de nível por ultrassom
devem possuir uma cobertura de proteção
sobre os transdutores.

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Medidor de Nível por Ultrassom
O cone de ultrassom
• Todos os transdutores que utilizam a tecnologia do ultrassom possuem um ângulo
total de abertura de 5/6 a 3 dB, assegurando uma medição confiável em silos de
pequeno diâmetro cujas paredes apresentam irregularidades bem como em
processos cujos tanques possuem vários objetos que entram na área do feixe do
ultrassom.

Tipos de Instalações

A: dois transdutores, um para emissão e outro para recepção, montados em


receptáculos distintos.
B: o transdutor gera um trem de pulsos (“burst”) ultrassônico. O receptor só é
ativado após a emissão dos pulsos.
C: semelhante B, a diferença é que o tempo de eco ultrassônico indica diretamente
o nível do produto
D: semelhante C, porém sem a necessidade de furar o tanque.

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Medidor de Nível por Ultrassom

Tubo de compensação: a estrutura deve ser rígida e sua borda interna (de onde o
feixe de ultrassom do sensor é emitido) deve ser arredondada.

Espuma: deve-se projetar o cone de ultrassom onde a formação de espuma seja a


menor possível.

Vento e vapor: o intenso movimento de ar (gás) ou vapor nas proximidades do


cone de ultrassom deve ser evitado, pois pode provocar o enfraquecimento do
sinal. Neste caso, sensores de baixa frequência de medição (40 ou 20 kHz) são
recomendados.

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Medidor de Nível por Ultrassom

Cuidados na Medição em líquidos:

Objetos estáticos: nenhum objeto (tubos, barras de reforço, escadas, termômetros,


etc.) deve projetar-se para o interior do cone formado pelo feixe de ultrassom,
inclusive as paredes laterais do tanque e o próprio fluxo de material afluente.

Objetos móveis: os efeitos causados por


objetos móveis como agitadores

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Medidor de Nível por Ultrassom

Cuidados na Medição em líquidos:

Alinhamento: como a superfície dos líquidos sempre é horizontal, o sensor


deve ser instalado com um desvio máximo de 2 a 3º (da horizontal).

Espuma: deve-se projetor o cone de ultrassom onde a formação de espuma


seja a menor possível.

Vento e vapor: o intenso movimento de ar (gás) ou vapor nas proximidades do cone de


ultrassom deve ser evitado, pois pode provocar o enfraquecimento do sinal. Neste caso,
sensores de baixa frequência de medição (40 ou 20 kHz) são recomendados.

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Medidor de Nível por Ultrassom
Cuidados na Medição de Sólidos
Objetos estáticos: a medição durante o enchimento é possível somente se o feixe do ultrassom não cruzar o
percurso do material que entra no silo. Certifique-se de que nenhum objeto, as paredes do silo ou mesmo o
fluxo de material afluente não se projetem para o interior do feixe de ultrassom.

Direcionamento do medidor: na maioria dos casos, o medidor deve ser direcionado ao local de saída de
material. Em aplicações onde não ocorre o ângulo de depósito suficiente ou tipicamente em silos de pequeno
diâmetro, o medidor deve estar direcionado diretamente para baixo, na vertical.

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Medidor de Nível por Ultrassom

Os medidores de nível por ultrassom podem ser utilizados para medições fora de recipientes fechados.
Todavia, deve-se tomar os cuidados necessários para não cometer erros de instalação do medidor.

Desvantagens deste medidor: Impróprio para ambientes agressivos, com fortes ventanias, atmosfera
densa e poluída e com vibrações constantes pela estrutura do tanque/silo.

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Medidor de Nível por Ultrassom

O ultrassom apresenta ainda as vantagens de não possuir peças móveis , o que diminui sua manutenção,
apresentando boa confiabilidade. Talvez o maior benefício de sua utilização seja o fato de não estar em contato
com o fluido de medição. Assim a medida não será influenciada por características físicas (densidade,
condutividade, ....) ou químicas (composição) do fluido.

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Medidor de Nível por Radar

Medidor de Nível por Radar: utilizado a mais de 50 anos na indústria a medição de nível por radar baseia-se
na emissão e consequente reflexão de ondas eletromagnéticas, percorrendo a distância entre o sensor e o
material a ser detectado o nível. O princípio de medição segue a simples equação:

A frequência de operação das ondas eletromagnéticas é da ordem 3 a 30 GHz, o que facilita a construção de
medidores com antenas de dimensões bem reduzidas. Podem ser de dois tipos diferentes:

Radar por pulso: utiliza-se a técnica de emissão de um pulso descontínuo. A medição do nível é feita
indiretamente relacionando-se o tempo de propagação de ida e volta do eco ou reflexão desse pulso pelo radar
(similar a técnica de ultrassom).

Radar por frequência modulada de sinal: baseia-se na emissão de um sinal contínuo, porém de frequência
variável. Ao ser refletido pela superfície do fluido, o sinal tem sua frequência alterada. Mede-se o tempo
ocorrido entre duas frequências diferentes.
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Medidor de Nível por Radar
Medidor de Nível por Radar de ondas não guiadas: antena em forma de um cone e sem guia, o medidor não fica em
contato com o fluido.

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Medidor de Nível por Radar

Medidor de Nível por Radar de ondas guiadas: o medidor possui uma guia que determina o foco da energia
emitida e refletida. É cerca de 20 vezes mais eficiente que o de ondas não guiadas.

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Medidor de Nível por Radar
• Mudanças de temperatura, pressão e presença de vapor praticamente não impactam na medição,
bem como das propriedades físicas do fluido de medição.

• Possui os mesmos problemas do medidor por ultrassom quanto a agitação do líquido no tanque e
obstáculos no meio do caminho.

• Não possui partes móveis o que reduz a manutenção.

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Medidor de Nível por Radioatividade

• Medidor de Nível por Radioatividade: conhecidos como sistemas radiamáticos são utilizados para medição
de nível de líquidos, polpas ou sólidos granulados em aplicações onde nenhuma outra tecnologia
disponível pode ser aplicada.

• Baseiam-se em uma fonte de emissão de raios gama, um detector tipo câmara de ionização ou cintilação e
uma unidade eletrônica conversora e transmissora de sinal.

• A fonte, normalmente de césio 137, é alojada em cápsula de aço inox e blindada por chumbo ou ferro
fundido, sendo desbloqueada para emissão do raio gama em um ângulo de 40º (medição contínua) ou 7º
(medição pontual).

• O detector mais utilizado é formado por uma câmara contendo gás inerte (por exemplo argônio)
pressurizado, alimentado por uma tensão contínua negativa (-15 Vdc) e um coletor de elétrons (que são
retirados da última camada do átomo pela incidência do raio gama).

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Medidor de Nível por Radioatividade

• Nesse medidor, a corrente elétrica no detector, produzida pela


passagem do raio gama é diretamente proporcional a intensidade
da radiação emitida e inversamente proporcional ao nível do
produto no silo ou tanque. Esse sinal é convertido em tensão e/ou
frequência por um condicionador de sinais.

• Quando a radiação gama passa por um determinado meio, por


exemplo o fluido, ela é atenuada diminuindo a corrente elétrica
gerada no detector.

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Medidor de Nível por Radioatividade

• O medidor de nível por radioatividade não é afetado por nenhuma propriedade física ou química do
meio.
• Sua característica principal é a robustez, uma vez que ele praticamente não
requer manutenção.

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Medidor de Nível por Radioatividade
Vantagens:

• Não há contato com o produto a ser medido;


• Não há peças móveis;
• Praticamente isento de erros devido a variação de propriedades químicas e físicas (alterações na
densidade pode ocasionar erros, bem como crostas de material sólido nas paredes do tanque);
• Pode ser utilizado em qualquer tipo de recipiente (não é invasivo);
• Elevada precisão;
• Requer pouca manutenção;
• Pode medir o nível para praticamente qualquer substância, mesmo corrosiva, tóxica ou em alta temperatura.

Desvantagens:

• Muito caro, necessita de condições de segurança e pessoal especializado para trabalhar com o mesmo;
• Quando danificado se torna um lixo nuclear.

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Medidor de Nível por Laser

Medições de nível por Laser:

• Baseia-se no mesmo princípio dos medidores por ultrassom e radar, apenas utilizando
pulsos cursos e laser.

• Mede o tempo de trânsito de pulsos e LASER emitidos e refletidos pela superfície


que se deseja medir

• Pode ser operado com, praticamente, qualquer tipo de superfície. Sem placas reflexivas
é possível medição de distância de centenas de metros; com tarja reflexiva é possível
medição de mais de 1000 m.

• É bastante preciso e pode ser aplicado para medição de nível em


sólidos, substâncias com massa específica elevada, cimentos,
líquidos opacos, produtos alimentícios, etc.

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Medidor de Nível por Laser
Medições de nível por Laser:

• Um gerador de pulsos elétricos aciona um diodo semicondutor LASER, emitindo


pulsos de luz infravermelha, periodicamente, que são colimadas e emitidas pelas
lentes de transmissão.

• Parte do eco do sinal refletido é recebido pelas lentes de recepção, e atinge um


fotodiodo que geral um sinal de recepção.

• O intervalo de tempo entre a transmissão e recepção de pulsos é contado por um


relógio de frequência de quartzo.

• O resultado alimenta um microprocessador que processa os dados de medição e


converte em 4 a 20 mA, 1 a 5 V,....

Obs.: O laser é um dos medidores de nível mais precisos, porém é um equipamento muito
caro.
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Medidor de Nível por Laser
• Diferentemente dos medidores por radar, a medição por laser é mais robusta a variações da constante
dielétrica do meio e do líquido em questão;

• Também é muito robusta na presença de vapor, que pode gerar


problemas no medidor de nível por ultrassom;

• São muito adequados para situações onde a localização do feixe


deve ser exata.

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Medidor de Nível por Condutividade

Detector de Nível por Condutividade: a medição de nível se dá por meio da condutância elétrica do fluido, que
neste caso deve ser condutivo. O fluido deve ser capaz de conduzir corrente elétrica para potenciais de tensão
relativamente baixos, cerca de 20 V.

A maneira mais simples de se detectar condutividade elétrica é por meio da inserção de um eletrodo em um
tanque, medindo-se a tensão (d.d.p.) em relação a carcaça, que deve ser aterrada. Desta forma, no instante em
que a superfície do fluido tocar o detector o nível aumenta, ocorrerá condução de corrente elétrica do eletrodo
para a carcaça.

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Medidor de Nível por Condutividade

• Outra maneira de se implementar o detector de nível por condutividade é inserir dois ou mais eletrodos
dentro de um tanque, medindo-se a tensão (d.d.p.) entre eles. Quanto esta variar, detecta-se o nível.

• Se os eletrodos forem de tamanhos diferentes pode-se detectar níveis diferentes de fluido.

• Esta configuração, exclui a necessidade do tanque possuir paredes metálicas.

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Medidor de Nível por Vibração

Detector de Nível por Vibração (Vibration Fork): também conhecidos como garfos vibratórios, este detector é
semelhante a um diapasão que forçado a vibrar em sua frequência de ressonância, estimulado por um cristal
piezelétrico. Quando o garfo é imerso por um fluido, sua frequência de vibração se altera em cerca de 10 a 20%.

A variação da frequência é detectada por um transdutor, também piezelétrico e um circuito.

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Medidor de Nível por Vibração

Consiste de um motor síncrono que gira as pás continuamente em baixa rotação. Na presença de algum
material, o motor para de girar, indicando o nível do produto. Muito utilizado em produtos granulados,
podendo apresentar várias opções de pás segundo o produto a ser monitorado. Pode-se controlar sua
sensibilidade, além de ser instalada na lateral ou topo do recipiente.

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Bibliografia

• BEGA, Egidio A. et al. Instrumentação Industrial. 3. ed. Rio de Janeiro:


Interciência: IBP, 2011.
• Doebelin, Ernest O.:" Measurement Systems. Application and Design",
McGraw-Hill, 4th edition, 1990.
• Notas de Aula de Instrumentação Industrial: Prof. Celso Lopes – Smar e
Prof. Marcelo Coelho
• Notas de Aula de Instrumentação Industrial Profs. Anísio Braga, Carmela
Braga e Hugo Michel – UFMG.
• Notas de Aula de Instrumentação Industrial Profs. Carlos Amaral UTPR
• Notas de Aula de Controle de Processos Prof. Eduardo Nunes – CEFET-MG

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