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1. INTRODUÇÃO
1.1. Resumo do subsistema (24/04)
Os freios são uma parte essencial de um veículo de competição BAJA SAE, porém, como o
protótipo é desenvolvido dentro da universidade, não há, no mercado, sistemas de freio
desenvolvidos especificamente para essa categoria. Sendo assim, os membros estudam todo o
funcionamento, projeto e dimensionamento do sistema para suprir as demandas específicas do
carro. Portanto, nesta seção vamos mostrar o funcionamento básico de um sistema de freios e
algumas noções essenciais para desenvolver um projeto mais adequado do veículo.
1.2. Funcionamento básico (freio a disco) (24/04)
O piloto pressiona o pedal que age como uma alavanca, multiplicando a força e
transmitindo-a ao cilindro mestre. No cilindro mestre, pistões comprimem o fluido de freio e
transmitem a pressão pelas tubulações até as pinças, as quais atuam nos discos,
desacelerando o veículo. A pinça (ou cáliper) é o componente chave do sistema de freio a disco,
sendo ela que comporta as pastilhas, possuindo um ou mais êmbolos que são acionados devido
a pressão hidráulica gerada no cilindro mestre, fazendo com que as pastilhas “mordam” o disco
e freie o carro. A seguir algumas imagens dos principais componentes desse esquema:
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1.3. Outros tipos de freio (principais) (24/04)
Além dos freios a disco, outro tipo de freio bastante comum é o freio a tambor. Este
geralmente usado nas rodas traseiras de veículos de passeio ou em veículos de grande porte,
também é acionado por meio de um sistema hidráulico. Porém, ao invés da pinça que atua no
freio a disco, o componente que atua diretamente na roda transformando a pressão hidráulica
em torque de frenagem, é denominado tambor de freio. E da mesma forma que no freio a disco,
no tambor também existem pistões, os quais empurram as chamadas sapatas contra a
superfície interna do tambor gerando o atrito necessário para a frenagem. Veja a seguir
algumas imagens de um tambor de freio:
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Apesar de ter menor custo relativo e um mecanismo de auto-energização que ocorre no
tambor aumentando a força de frenagem, este tipo de freio possui algumas deficiências em
relação ao freio a disco. Sua principal desvantagem é a menor capacidade de dissipação de
calor, visto que o tambor é um sistema mais fechado e menos exposto ao ambiente, ao
contrário dos discos que são mais refrigerados. Isso se torna um grande problema, pois
sabemos que o superaquecimento ocasiona a perda de eficiência da frenagem. Além disso,
outros problemas que podemos citar são o acúmulo sujeira dentro do tambor, maior peso e
difícil manutenção.
Vamos aqui mostrar uma ideia básica de como começar a pensar a força necessária para
frear um veículo. Para se obter a desaceleração pretendida para o carro, considera-se que ela
ocorra de forma constante, e assim se aplicam as fórmulas de movimento retilíneo uniforme.
Para um carro de competição tipo Baja, por exemplo, podemos supor uma distância de parada
de 8m, visto que o veículo não atinge velocidades tão altas. Assim, tendo uma ideia da
velocidade que o protótipo atinge, aplicamos a equação de Torricelli, apresentada a seguir:
Onde:
Tendo como base essa desaceleração pretendida calculada por Torricelli, podemos usar a 2ª
lei de Newton para saber a Força de frenagem que será necessária usar para frear o veículo.
Pela 2ª lei de Newton:
Onde:
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F: Força de frenagem
m: massa do veículo + piloto
a : desaceleração pretendida
Dessa forma, temos uma noção da força de frenagem total necessária para frear o veículo.
Porém, é primordial conhecer a dinâmica de frenagem que faz com que essa força seja
distribuída de maneira diferente nos eixos do carro.
É primordial ter conhecimento das medidas da massa do veículo, além das distâncias entre
os eixos, e da posição do CG ( centro de gravidade) em relação aos eixos.
As cargas para condição estática são importantes para se conhecer a distribuição de peso
entre os eixos, mas durante a frenagem ocorre a desaceleração do veículo, e é para essa
condição de carregamentos que o sistema de freios deve atuar. Dessa forma, vejamos:
Como já dito, dados como a massa do protótipo, distância entre eixos e também bitola
(distância de centro a centro de pneus do mesmo eixo), são de extrema importância para o cálculo
de carregamentos dinâmicos impostos aos eixos durante um processo de frenagem. E além
disso, a partir desses três parâmetros é possível calcular as coordenadas do CG do veículo.
A parada do veículo acontece devido a força de atrito entre o pneu e o solo, que é resistiva
ao movimento. Essa força depende diretamente do coeficiente de atrito pneu/solo, parâmetro
essencial para a frenagem. Ademais, existe também o coeficiente de atrito pastilha/disco, o qual é o
mais difícil de ser mensurado e está sempre variando de acordo com a temperatura.
A partir disso se inicia o desafio do dimensionamento, que é pensar como será projetado os
componentes do sistema de forma a alcançar a força de frenagem necessária em cada eixo do
protótipo. Sempre visando o melhor desempenho com a menor massa e custo de material possível.
3. VISÃO PARA DIMENSIONAMENTO
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3.2. Ganho mecânico do sistema(08/05)
O ganho de força mecânico do sistema está relacionado ao pedal de freio, que utiliza o
princípio da alavanca para amplificar a força de acionamento do piloto que atua no êmbolo do
cilindro mestre, se transformando em pressão hidráulica nas tubulações. Este fator de amplificação,
que aqui vamos chamar de relação de pedal, deve ser dimensionado levando-se em conta a força
desejada a ser atuante no cilindro mestre e o deslocamento adequado para os pedais, evitando um
curso muito longo, o que aumentaria o tempo de resposta do piloto.
3.3. Ganho hidráulico do sistema(08/05)
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Sabe-se que:
*Pressão = Força / Área
*Pinça e cilindro mestre estão submetidas à mesma pressão
Portanto, vemos que a força aplicada pela pinça será igual à força aplicada no cilindro
mestre, multiplicada pela razão de área dos êmbolos da pinça e do cilindro mestre.
4. PROBLEMAS PRINCIPAIS
4.1. Fade (15/05)
Trata-se da perda de atrito entre o disco e a pastilha, provocada pelo excessivo calor gerado
durante as frenagens. Em situações extremas o freio pode perder toda sua eficiência colocando
em risco o piloto e tudo ao seu redor. Esta redução do atrito, entretanto, deve manter-se dentro
de limites toleráveis, de modo que o conjunto ainda apresente uma boa eficiência.
4.2. Ar no sistema (15/05)
Outro problema comum que pode ocorrer é quando há a presença de ar no sistema. Sendo
o ar compressível, é possível sentir o pedal afundar momentaneamente comprimindo o ar,
fazendo com que ocorra perda de eficiência na frenagem e dependendo da quantidade de ar
que está nas tubulações o veículo pode chegar a ficar totalmente sem freio.
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Para solucionar esse problema devemos fazer a sangria do freio, que consiste em
pressionar o pedal de freio várias vezes enquanto se coloca uma mangueira sobre a
extremidade do parafuso sangrador, afrouxando o parafuso para tirar o ar da linha. Com isso
pode-se observar as bolhas de oxigênio saindo pela mangueira e o pedal adquirindo mais
pressão. Após a sangria é aconselhável fazer testes em baixas velocidades para ter total
certeza que o problema foi sanado, visto que, algumas das vezes que isso acontece é comum
que esteja vazando fluido em algum lugar do sistema, problema que iremos tratar no próximo
tópico.
4.3. Vazamento de fluido (15/05)
É fato que devido ao atrito com o disco, as pastilhas se desgastam e possuem uma
vida útil, fazendo com que ao longo do tempo o nível de fluido no reservatório diminua
suavemente. No entanto, se este abaixar rapidamente, é provável que haja algum
vazamento. Igualmente, outro sinal de vazamento é ter que completar frequentemente o
fluido no reservatório.
Dessa forma, se for detectado algum vazamento, este deve ser corrigido o mais
rapidamente possível, já que o sistema hidráulico pode falhar. O vazamento pode ocorrer na
pinça, nas tubulações e até mesmo no cilindro mestre. Por isso, além de conferir o nível de
fluido no reservatório, é importante checar todas as conexões das tubulações, parafusos
sangradores da pinça e a possibilidade de qualquer dano nos componentes do sistema.
4.4. Desgaste de componentes
O desgaste pode ser definido como uma diminuição do material e ocorre quando o
freio já foi usado o bastante para que haja troca do componente desgastado. Ele pode
ocorrer em qualquer parte do subsistema, mas o mais comum e com menor prazo é o
desgaste das pastilhas. Pode-se notar que as pastilhas já cumpriram seu tempo no
veículo quando este apresenta ruídos ao frear, este ruído quer dizer que as pastilhas
estão no seu limite e necessita-se de uma troca. O desgaste em outros componentes é
menos comum, visto, que antes de apresentar desgastes eles podem falhar por outro
motivo como a quebra do componente.
REFERÊNCIAS
LIMPERT, R. Brake design and safety. 3. ed. Warrendale - EUA: SAE International, 2011.
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