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SEGURANÇA NO TRABALHO
GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Versão: 1
Atualizado por:
ESTRUTURA .........................................................................................................................5
OBJETIVO GERAL................................................................................................................................................................................ 5
DESTINATÁRIOS....................................................................................................................................................................... 5
PROGRAMA .............................................................................................................................................................................. 5
INTRODUÇÃO ......................................................................................................................6
ORGANIZAÇÃO ....................................................................................................................7
TIPOS DE ORGANIZAÇÕES................................................................................................................................................................. 8
GESTÃO ..............................................................................................................................12
NÍVEIS DE GESTÃO.......................................................................................................................................................................... 20
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................................................................38
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................................................................50
OBJETIVO GERAL
DESTINATÁRIOS
PROGRAMA
Peter Drucker, personalidade marcante da história recente da gestão, afirmou que esta era a
“sociedade das organizações”. De facto, quase todos pertencemos a uma ou mais organizações.
Cada vez mais as organizações, sejam empresariais, políticas, religiosas, desportivas, de solidariedade
social, de defesa do ambiente, ou outras, assumem um papel crescente na nossa sociedade, quer seja
a nível social ou económico.
São as organizações que actualmente assumem a responsabilidade pela execução das principais
actividades necessárias ao funcionamento da sociedade: a produção de bens e serviços, a prestação
de serviços de saúde, a segurança, o desporto, o ensino, a defesa do ambiente, a solidariedade social,
entre muitas outras.
Faz assim sentido que se aprofunde o estudo das organizações enquanto entidades sociais,
económicas e de desenvolvimento das capacidades humanas, assim como agentes fundamentais da
mudança e evolução.
Uma profunda transformação tem vindo a acontecer no funcionamento das organizações, devido a
diversos factores, dos quais se destaca a globalização da economia, devida em grande parte aos
avanços tecnológicos no tratamento e transferência de informação, nos transportes e na mobilidade
de pessoas e bens.
As pessoas tornaram-se no seu principal activo: deixaram de ser meros executantes de tarefas
decididas e ordenadas pelos órgãos de topo, para passarem a constituir parte integrante no processo
de tomada de decisões Hoje as organizações aprendem, na medida que os seus activos aprendem. A
era da tecnologia está a dar lugar à Sociedade do Conhecimento.
Cada vez mais as organizações estão a mostrar maior atenção à criação de valor através do poder do
conhecimento.
De um modo geral, o sucesso nos negócios é alcançado pelas empresas que têm o melhor
conhecimento, ou que o dominam de modo mais eficaz, e não necessariamente pelas mais poderosas.
ORGANIZAÇÃO
CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO
Vivemos numa sociedade dominada por organizações, grandes ou pequenas, com ou sem fins
lucrativos – hospitais, escolas, igrejas, forças armadas, empresas, governo e organismos oficiais – nas
quais as pessoas trabalham em conjunto, com vista à prossecução de objectivos que seriam
impossíveis de atingir se trabalhassem isoladamente.
De entre essas organizações, a empresa é, sem dúvida, uma das mais importantes e com maiores
repercussões nas nossas vidas.
Podemos apresentar uma organização como um conjunto de duas ou mais pessoas que realizam
tarefas, seja em grupo seja individualmente, de forma coordenada e controlada, actuando num
determinado contexto ou ambiente, com vista a atingir um objectivo predeterminado através da
afectação eficaz de diversos meios e recursos disponíveis.
Temos então:
Actuação coordenada: As pessoas têm que se organizar, ou seja, desenvolverem as suas actividades
de forma coordenada e controlada para atingir determinados resultados.
Afectação eficaz: Os recursos na maioria dos casos são escassos, daí que a sua alocação deva ser eficaz
para que a probabilidade de atingir os objectivos predefinidos seja a maior possível.
Contexto: Representa toda a envolvente externa da organização que influencia, de forma directa ou
indirecta, a sua actuação e desempenho. Nesta envolvente incluem-se os contextos económico,
tecnológico, sócio-cultural, politico-legal, e ainda os clientes, fornecedores, concorrentes,
organizações sindicais, comunicação social, entre outros.
Ao gestor cabem diversas funções com o objectivo de produzir bens ou serviços com eficácia e
eficiência, mantendo o nível de satisfação dos colaboradores, num processo dinâmico entre aspessoas
e as tarefas.
TIPOS DE ORGANIZAÇÕES
1. Pelos fins
Todas as organizações pretendem criar produtos ou prestar serviços, sendo que, nalguns casos, o
objectivo último é o de gerar lucros.
A empresa, associação organizada ou empreendimento, é uma firma ou pessoa jurídica que explora
uma actividade com o objectivo de ter lucro.
Este tipo de classificação tem a ver com a actividade desenvolvida. A principal divisão é entre sector
primário, sector secundário e sector terciário:
A simplificação dos processos administrativos na criação de uma empresa é hoje, sem dúvida, um dos
seus aspetos fundamentais. O mesmo se pode dizer da utilização da internet para a realização
operações e movimentos junto dos organismos do Estado (que antigamente só podiam ser realizadas
presencialmente), o que poupa tempo e dinheiro.
As empresas podem ser formalmente constituídas sob diversas formas jurídicas, das quais se destacam
as mais usuais:
Caso o negócio seja constituído por uma só pessoa, pode optar por uma das seguintes formas jurídicas:
• E~ composto somente por uma pessoa e a sua responsabilidade é ilimitada, ou seja, o empresário
responde ilimitadamente pelas dívidas contraídas no exercício da sua atividade e perante os seus
credores, incluindo com os seus bens pessoais;
• Não tem capital mínimo obrigatório;
• Deve estar inscrito na Segurança Social, deduz e liquida IVA quando aplicável e IRS.
• Esta é uma sociedade em que existe somente um sócio, a sua responsabilidade é limitada ao montante
do capital social, que tem que ser no mínimo 1 € (um euro), mas é aconselhável que esse valor seja
superior;
• Deve estar inscrito na Segurança social, deduz e liquida IVA quando aplicável e IRC.
• De salientar que aquando do início de atividade deve ter contabilidade organizada e um TOC (Técnico
Oficial de Contas).
Caso o negócio seja constituído por mais do que uma pessoa, podemos optar pelas seguintes formas
jurídicas:
• São constituídas no mínimo por dois sócios, o seu capital social mínimo é de um euro (1€), são
sociedades cuja responsabilidade é limitada ao montante do capital social investido;
• Devem estar inscritas na Segurança Social, deduzem e liquidam IVA, quando aplicável, e IRC;
• Devem ter contabilidade organizada e um TOC (Técnico Oficial de Contas).
Sociedades anónimas
• A sociedade tem que ter no mínimo cinco sócios, o seu capital social mínimo é de cinquenta mil
euros (50.000€), distribuído por ações.
• A sua responsabilidade é limitada, ou seja, os acionistas limitam a sua responsabilidade ao valor
das ações por si subscritas;
• Devem estar inscritas na Segurança Social, deduzem e liquidam IVA, quando aplicável, e IRC;
• Tem de ter contabilidade organizada e um TOC (Técnico Oficial de Contas), bem como um ROC
(Revisor Oficial de Contas);
• Estas empresas devem também ter um conselho fiscal (ou fiscal único).
4. Pela Dimensão:
A classificação das empresas quanto à sua dimensão difere de país para país mas está geralmente
associada a grandezas como o volume de negócios ou o número de funcionários. No caso português
é utilizada a classificação europeia:
5. Pela Propriedade do Capital: a distinção mais usual é entre empresas públicas e empresasprivadas:
• Empresas públicas: empresas cujo capital é detido pelo Estado ou por instituições por ele
directamente controladas;
• Empresas privadas: empresas cujo capital é detido por pessoas individuais ou por instituições
privadas;
• Empresas de capitais mistos: empresas cujo capital é detido simultaneamente pelo Estado e por
entidades privadas.
Gestão é o processo de se conseguir obter resultados (bens ou serviços) com o esforço dos outros.
Efectivamente, os conceitos de gestão têm evoluído de acordo com as várias abordagens ao longo do
tempo. Contudo, seja, qual for o significado que mais se adeque ao nosso pensamento a gestão é
essencial em todos os tipos de organizações. A gestão não é um fim em si, mas um meio para fazer
com que as coisas sejam realizadas da melhor forma possível, com o menor custo, e com a maior
eficiência e eficácia.
FUNÇÕES DA GESTÃO
A gestão das organizações é, provavelmente, o factor principal do seu sucesso ou insucesso (por
exemplo nas empresas). A qualidade da sua gestão é o factor mais significativo na determinação do
desempenho e do sucesso da organização.
• Planeamento
• Organização
• Direcção
• Controlo
Planeamento – processo de determinar antecipadamente o que deve ser feito e como fazê-lo. Os
planos estabelecem a forma como a empresa irá desenvolver-se no futuro.
Planos devem ser guias de acção precisos e claros para os gestores e restantes membros da
organização. Podem elaborar-se com apoio de ferramentas informáticas (simulação, previsão,etc.)
Direcção – é necessário “fazer com que as pessoas façam”, ou seja, dirigir. Processo de
determinar, afectar, influenciar, o comportamento dos outros.
o motivação – reforço da vontade das pessoas se esforçarem por conseguir alcançar os objectivos da
organização. Implica a aproximação (convergência) dos objectivos individuais de cada elemento
humano da organização com os objectivos globais da organização.
o liderança – capacidade de conseguir que os outros façam aquilo que o líder quer que eles façam. É um
aspecto da direcção, por sua vez um aspecto da gestão. A capacidade e estilo de liderança define, até
certo ponto, a categoria de um gestor.
HENRY MINTZBERG
Por melhor que estas tarefas sejam realizadas (planeamento, organização e direcção), nada se passa
exactamente como o previsto (aparecerão muitas perturbações).
Tipos de perturbações
o Externas
o Internas
o Dependentes das pessoas
o Independentes das pessoas
Função de controlo: definir as acções necessárias para corrigir os desvios e evitá-los no futuro através
de: acções de caracter pedagógico, educativo e formativo; reformulação do plano, organograma
organizacional e formas de direcção.
PLANEAR ORGANIZAR
CONTROLAR DIRIGIR
“Se perguntarem aos gestores o que eles fazem, é muito provável que vos digam que planeiam,
organizam, coordenam e controlam. Vejam depois, o que eles fazem, de facto. Não se surpreendam
se não puderem relacionar aquilo que vêm com aquilo que vos foi dito.”
HENRY MINTZBERG
Segundo Henry Mintzberg, os gestores não actuam de acordo com as funções clássicas da gestão –
planeamento, organização, direcção e controlo; em vez disso, eles actuam desempenhando, como se
fossem actores, uma série de dez diferentes papéis, agrupados em três grandes grupos:
Interpessoal
Informacional
Decisional
Gestores não são só aqueles que têm responsabilidade pela empresa como um todo.
Gestores são todos aqueles que, numa organização, conseguem coisas feitas com o trabalho dos
outros, planeando, organizando, dirigindo e controlando.
Nível intermédio – predomina uma componente táctica que se caracteriza pela movimentação de
recursos no curto prazo e elaboração de planos e programas específicos relacionados com a área ou
função do respectivo gestor. É desempenhado pelos directores de divisão, directores de área,
directores funcionais, directores de departamento, etc.
A importância relativa das funções de gestão não é exactamente a mesma nos diversos níveis de
gestão.
Intermédio
I
Z
Operacional Ã
O
- decidir quais os caminhos a seguir para os atingir, isto é, que estratégias e tácticas aplicar;
- decidir como dirigir os subordinados (de forma mais ou menos autocrática, com mais oumenos
delegação, etc.);
A tomada de decisões é a verdadeira essência da gestão e está contida em cada uma das funções de
gestão referidas.
Eficácia – medida em que os outputs produzidos pelo processo se aproximam dos objectivos
propostos. Quanto menores forem os desvios entre o planeado e o realizado, maior é o grau de eficácia
do gestor em causa.
Um gestor pode ser eficaz sem ser eficiente, e pode ser eficiente sem ser eficaz.
Para ser eficiente e eficaz, o gestor deve possuir e continuamente desenvolver várias aptidões
essenciais:
O grau de desenvolvimento necessário destas aptidões está relacionado com o nível de gestão em
que o gestor se situa.
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
“A melhor estrutura organizacional não garantirá os resultados, nem os lucros. Contudo, uma
estrutura inadequada é uma garantia de fracasso.”
Peter Drucker
A estrutura existe para assegurar a coordenação das actividades colectivas.A estrutura organizacional
define:
- Estratégia
A estrutura organizativa constitui uma das maneiras da organização concretizar os seus objectivos e,
uma vez que estes derivam da estratégia da empresa, é necessário que estratégia e estrutura se
interliguem. Necessariamente que a estrutura sofre sempre alterações quando existem ajustamentos
na estratégia. Uma estratégia de inovação em novos produtos ou serviços, requer uma estrutura
diferente da necessária para uma estratégia de diversificação de produtos, a qual é diferente para uma
estratégia de diminuição de custos.
- Dimensão
As alterações e modificações ao nível da estrutura são tanto mais significativas quanto maior a
diferenciação vertical, horizontal ou geográfica, ou seja, numero de colaboradores, nível de
especialização das tarefas e quantidade de espaços geográficos.
- Tecnologia
Tecnologia não está apenas associada a equipamentos informáticos e outras máquinas com
pensamento artificial. O conceito de tecnologia é bastante mais vasto e amplo: conjunto de técnicas,
artes e ofícios capazes de modificar / transformar o ambiente natural, social e humano, em novas
realidades construídas artificialmente.
• A estrutura de cada organização deverá ser desenhada e implementada por forma a ajustar-se às
características especificas dessa organização, em termos de estratégia, dimensão, produtos,
tecnologias, pessoas e meio ambiente.
• As organizações tendem a funcionar melhor quando a incerteza é controlada por um conjunto de
normas elaboradas com a finalidade de evitar ambiguidade.
• A especialização facilita a obtenção de níveis elevados de desempenho, dado que permite a cada
indivíduo o conhecimento mais profundo das suas atribuições
• A eficácia não é possível sem a correcta coordenação e controlo das actividades individuais.
A estrutura informal surge da interacção social das pessoas, o que significa que se desenvolve
espontaneamente quando as pessoas interagem umas com as outras.
Não existe um tipo de estrutura organizacional ideal, aliás uma das características de uma boa
estrutura deverá ser a sua capacidade de se adaptar às mudanças e ao desenvolvimento.
Estrutura simples
Na estrutura simples ou personalizada toda a autoridade está centrada apenas numa pessoa, o
gerente. Este tipo de estrutura está geralmente associado às pequenas empresas, empresas familiares
ou às que se encontram no início.
Estrutura funcional
Vantagens:
Desvantagens:
Vantagens:
- Desvantagens:
- O conflito entre divisões pode ser potenciado, principalmente na afectação de recursos;
- A coordenação global pode ser mais difícil, devido à maior complexidade e diversidade de divisões.
Nas estruturas em holding o órgão central actua como uma empresa gestora de investimentos, fixando
objectivos para as suas participadas, que são fortemente independentes e possuem estruturaprópria.
Vantagens:
Estrutura matricial
A estrutura matricial é típica das grandes empresas multinacionais, com grande dispersão geográfica
e duplas divisões (por produto/região).
Estrutura em rede
Na sua forma extrema a organização em rede é constituída por uma série de empresas independentes
ligadas umas às outras por computador.
A estrutura em rede enquadra-se nas tendências que se vêm verificando, quer para a redução das
actividades secundárias das empresas (o outsourcing – a substituição do “fazer” pelo “comprar”)
quer para as políticas de contratos de longa duração com os fornecedores, ou outras alianças
estratégicas.
Agentes
Para delinear uma estrutura organizacional é importante conhecer os seus componentes, ou seja, três
sistemas que apesar de distintos se intercruzam: responsabilidade, autoridade e comunicação.
O sistema de responsabilidade está relacionado com a obrigação que cada indivíduo tem de executar
aquilo que lhe é atribuído. De forma a evitar situações de conflito, a definição de funções e respectivas
responsabilidades deve ser clara e rigorosa.
O sistema de autoridade está directamente relacionado com o direito de dar instruções, ordens, tomar
decisões e controlar.
Existem dois tipo de autoridade distintos e que podem ou não ser sinónimos: autoridade hierárquica
e autoridade funcional.
O sistema de comunicação está relacionado com todas as trocas de informação existentes entre os
vários níveis hierárquicos e unidades funcionais.
Peter Drucker considera ainda o sistema de decisão como fazendo parte da estrutura organizacional,
como resultante da acção sobre as informações.
Podemos afirmar que a comunicação promove mudanças que podem ser direccionadas positivamente
ou não, conforme a capacidade de entendimento ou divergências das partes em interacção.
- A comunicação descendente parte dos níveis hierárquicos superiores e dirige-se aos escalões
inferiores, seguindo o padrão de autoridade das posições hierárquicas. Exemplos: Informações
Internas, Normas de Serviço, Circulares, Procedimentos Internos, Descrições de Funções, etc.
- A comunicação ascendente circula no sentido inverso, da base para o topo, passando pelos escalões
intermédios. Exemplos: reuniões periódicas em grupo ou individuais, contacto telefónico, relatórios,
formulários e outros documentos.
- A comunicação horizontal ocorre entre indivíduos situados no mesmo nível hierárquico, entre os
diferentes sectores, serviços ou especialidades.
- A comunicação pode ainda assumir uma direcção funcional ou obliqua, quando diferentes níveis
hierárquicos e diferentes linhas funcionais comunicam entre si.
Comunicação verbal
As interacções sociais, ao nível das relações face a face, está sujeitas à influência de variáveis, que
lhes influenciam ou determinam, a condução dos processos comunicacionais.
- Factores pessoais - nível de conhecimento que o indivíduo tem ou que lhe é atribuído; imagem
física (postura corporal, os gestos e expressão facial).
- Factores sociais - valores, educação, nível de escolaridade e valores /crenças, etc.
Cuidados a ter:
Comunicação escrita
Alguns estudos referem que, quanto mais informação escrita se produz numa organização, mais
dificuldades existem na comunicação. Curiosamente, à medida que aumentam os textos escritos
diminui a taxa de leitura e impacto da mensagem.
Cuidados a ter:
“O passado serve para evidenciar as nossas falhas e nos dar indicações para o progresso do futuro.”
Henry Ford
Como o conhecimento transforma o homem e permite que se tenha uma nova perspectiva do mundo
real, da teoria da organização em acção, fez sentido conhecer a evolução gradual dos conceitos básicos
que nos podem dar ferramentas para uma gestão voltada para um futuro incerto.
A teoria das organizações é composta por diversas peças, tendo passado por enormes transformações
ao longo dos tempo. Apesar do seu aparecimento formal ser atribuído aos finais do século XIX, já
anteriormente tinham ocorrido inúmeras contribuições. Este é um sistema em continuomovimento.
Hoje o conhecimento é considerado como o recurso económico mais valioso no processo produtivo e
de inovação, sendo a peça-chave para a sobrevivência num ambiente de alta competitividade.
As teorias e práticas de gestão das organizações são praticamente tão antigas como a própria História
da Humanidade.
Os primeiros registos escritos relacionados com gestão e administração surgem nas civilizações pré-
clássicas.
Há cerca de 3.000 anos A.C., os Sumários já faziam registos de impostos e demonstravam ter uma
preocupação com o controlo das aquisições e bens.
Também a sabedoria chinesa contribuiu com princípios relacionados com planeamento, organização,
direcção e controlo. Por volta de 500 A.C., Sun Tzu, general chinês, escreve o clássico “A Arte da
Guerra”, utilizado até hoje por militares e gestores como guia.
ABORDAGEM CLÁSSICA
Apesar dos contributos das civilizações antigas, foi a partir dos finais do século XIX que a gestão das
organizações passou a ser considerada como uma ciência social.
A revolução industrial iniciada em Inglaterra, nos meados do século XVIII, levou a grandes
transformações na sociedade, nas ciências, na tecnologia, nas matérias-primas, nas energias utilizadas
e, logicamente, no âmbito das organizações.
Desde então, para empresários, gestores, cientistas sociais e governantes, as organizações não só
deveriam atingir o máximo de eficiência, de modo a permitirem um aumento da produtividade do
trabalho, como também deveriam ser objecto de um conhecimento cientifico exaustivo.
As abordagens clássicas são a expressão genuína desta realidade histórica para Frederick Taylor, Henri
Fayol e Max Weber, e outros autores da mesma época. Apesar de Taylor fazer a sua analise sobre a
tarefas do factor de produção “trabalho”, Fayol sobre as estruturas da empresa, com ênfase na
administração, e Weber sobre o tipo ideal de racionalidade burocrática, todos eles tinham um
objectivo comum: compreender, explicar e interpretar as organizações em bases racionais e
cientificas, de forma que o pragmatismo da acção individual e colectiva enquanto capacidade
produtiva das pessoas, evoluísse para a eficiência máxima.
A primeira abordagem sistémica da Teoria da Gestão procurou encontrar procedimentos que levassem
a uma correcta administração das organizações, optimizando quer a forma de execução das tarefas,
quer a estrutura da própria organização. A orientação de Taylor é no sentido que a organização do
trabalho se inicie com a sua análise científica, de forma a encontrar as melhores metodologias para
executar cada tarefa. Depois de definir estas formas de execução, havia que forçar a sua execução
universal e seleccionar os trabalhadores mais competentes para a sua execução (que seriam então
treinados para desempenhar a sua tarefa exactamente como foi definida). Defende ainda a ideia do
homem economicus, já que considera que bastaria maximizar a eficiência, para que se maximizassem
também os rendimentos, quer de trabalhadores quer de empresários, pelo que o conflito entre as
partes estaria resolvido por esta via. Na sua perspectiva, bastam recompensas financeiras para motivar
os trabalhadores e que os administradores se conformariam a ver o seu papel reduzido à organização
“cientifica” do processo produtivo, recorrendo àuniformização e tarefas e à divisão do trabalho.
Várias personalidades contestaram este modelo, em que o homem é visto como uma mera peça na
engrenagem da produção industrial. Um exemplo de crítica brilhante é feito por CharlieChaplin, no
famoso filme “Tempos Modernos”.
Apesar de todas as críticas a esta teoria, foi graças ao “taylorismo-fordismo” que o automóvel se
tornou um produto de consumo de massas e ao alcance de todas as classes sociais.
Vantagens:
Enquanto Taylor incidiu as suas análises em tornos das tarefas, Fayol preocupou-se essencialmente
com os componentes estruturais e funcionais que são essenciais para funcionamento de qualquer
empresa. Para Fayol existiam seis unidades estruturais com funções muito especificas: técnica,
comercial, financeira, segurança, contabilidade e administração.
Contudo, na perspectiva de Fayol a fulcral para todo o funcionamento da empresa era a função
administrativa, isto é, as actividades relacionadas com a Prevenção, Organização, Controlo,
Coordenação e Comando.
De acordo com este autor, as funções administrativas estão sempre presentes, embora de forma
diferenciada, em todos os outros sectores de actividade de qualquer organização. Desde os gestores
de topo às chefias intermédias e ao nível de base, todos os membros de uma organização exercem
funções administrativas com um grau de importância e especificidade diferenciadas.
O principal contributo desta abordagem foi, sem dúvida, a apresentação das funções estruturais
existentes numa organização (técnica, comercial, financeira, segurança, contabilidade e
administração), e ainda a ênfase dada às funções de administração: planear, organizar, comandar,
coordenar e controlar.
A teoria da burocracia pretendeu dar as bases de um modelo ideal e racional de organização a ser
aplicado em empresas de qualquer ramo de actividade. Neste modelo a ênfase está na forma, na
especialização da tarefa associada à competência, nas regras e normas especificadas e ainda nas
responsabilidades definidas e registadas. Como principais críticas à organização burocrática são
apontadas a falta de flexibilidade e a carência de inovação.
Na verdade, este modelo, apesar das desvantagens, tem sido largamente aplicado em organizações
de todas as dimensões e sectores de actividade. Quanto às disfunções organizacionais geradas,
bastará recordar o sentido que a palavra “burocracia” adquiriu nos nossos dias.
Como o modelo burocracia se baseia em princípios como “comportamento humano pautado pela
racionalidade, precisão, rapidez, unicidade interpretava e uniformidade de rotinas e procedimentos”,
é fácil perceber as dificuldades de aplicação. Como Daniel Goleman diz “é um risco sério ignorar as
emoções e o seu impacto nas organizações”.
A Teoria das Relações Humanas, surgiu nos Estados Unidos da América como consequência imediata
das conclusões obtidas na Experiência em Hawthorne, desenvolvida por Elton Mayo e seus
colaboradores. Foi basicamente um movimento de reacção e de oposição ao racionalismo e ao
paradigma do Homem Economics.
Perante estes cenários, verificava-se que as abordagens clássicas das organizações não eram
totalmente validas. Algo de fundamental lhes escapava: os aspectos sociais e psicológicos do
comportamento humano. Foram precisamente estes os principais temas da investigação de Elton
Mayo e outros cientistas sociais.
Como consequência desta abordagem, uma nova linguagem passa a dominar o repertório
administrativo: surge o novo paradigma do homem social, em oposição ao homem economics. Fala-
se agora pela primeira vez em motivação, liderança, comunicação, organização informal, dinâmica de
grupo, etc.
A Teoria das Relações Humanas surge como reacção ao modelo racionalista. Os seus princípios básicos
defendem que as relações humanas são a variável fundamental na gestão das organizações; aprincipal
motivação do indivíduo é o reconhecimento e o sentimento de pertença; o comportamento do
indivíduo no trabalho é determinado pelo grupo a que pertence; o grupo a que ele pertence tem uma
natureza informal.
Foram vários os autores que se dedicaram ao estudo destas temáticas. Para além de Elton Mayo,
importa referir Kurt Lewin e Mary Parker Follet pela sua importância nos estudos relacionados com a
Dinâmica dos Grupos, Abraham Maslow e Douglas McGregor no domínio da motivação humana, entre
outros.
“Quanto mais saudáveis nós somos emocionalmente, mais importantes se tornam as nossas
necessidades de preenchimento criativo no trabalho. Ao mesmo tempo, menos nós toleramos a
violação das nossas necessidades para tal preenchimento.”
Abraham Maslow
A Teoria Comportamentalista trouxe uma nova direcção e novo enfoque dentro das abordagens
teóricas da gestão das organizações: a tónica principal situa-se agora ao nível da motivação humana.
Assim, aos gestores importa conhecer as necessidades humanas para compreender o comportamento
humano e utilizar a motivação como poderoso meio para melhorar a produtividade e
simultaneamente a qualidade de vida dentro das organizações.
Dos vários autores que se dedicaram a esta temática, destaque para Maslow com a identificação das
necessidades humanas sob a forma de pirâmide, Herzberg que coloca a tónica no enriquecimento do
conteúdo funcional como forma de satisfazer as necessidades de realização e desenvolvimento
profissional dos indivíduos. Outra abordagem, a de Likert, aponta vários caminhos possíveis, de acordo
com os sistemas de autoridade.
Abraham Maslow terá sido um dos primeiros a apresentar uma teoria sobre a motivação humana,
segundo a qual as necessidades humanas estão organizadas e dispostas em níveis, numa hierarquia de
importância e influência.
Outro dos investigadores de referência foi Frederick Herzberg. Os seus estudos incidiram na motivação
dos funcionários para o trabalho, este concluiu que existiam factores de satisfação e insatisfação. Os
factores de insatisfação estão relacionados com o ambiente de trabalho (também designados por
factores higiénicos) e os de satisfação com o trabalho em si mesmo (ou seja, factores motivacionais).
No quadro a seguir apresentamos alguns exemplos de práticas de gestão que, de acordo com este
autor, podem funcionar como factores motivacionais.
Foi Ludwig von Bertalanffy, biólogo, que estabeleceu a Teoria Geral dos Sistemas, constatando um
facto que parece simples: vivemos num mundo de sistemas interdependentes.
O que a aplicação desta visão sistémica trouxe de novo à Teoria da Gestão foi o fornecimento de um
quadro global, no qual podem ser integrados quase todos os conhecimentos anteriores, considerando
agora também o ambiente no qual a organização se insere.
Esta é a grande novidade, pois, até a esse momento, as teorias onde gestão que tinham sidopropostas
viam a empresa como um sistema fechado. Tal como vimos atrás Taylor concebia-a como um sistema
de produção, Fayol como uma estrutura autónoma e os teóricos humanistas como um sistema social
fechado.
TEORIA DA CONTINGÊNCIA
O que trouxe de verdadeiramente novo este modelo, é que tudo é relativo. Não há nada
absolutamente infalível quanto à forma ideal de gerir uma organização, pelo que um modelo de gestão
pode ser eficaz numa organização, mas ser um total fracasso noutra.
De acordo com a teoria da contingência não existe uma única maneira melhor de organizar, em vez
disso, as organizações precisam ser sistematicamente ajustadas às condições ambientais.
Defende ainda a concepção do Homem Complexo, entendido como sistema composto por valores,
percepções, características de personalidade e necessidades que tornam cada indivíduo um serúnico.
Globalmente, a abordagem neoclássica caracteriza-se pelo seu ecletismo, ao aproveitar vários dos
contributos dados pelas abordagens anteriores. com destaque para as funções de gestão (planear,
organizar, dirigir e coordenar), reconhecimento da importância das motivações e do comportamento
humano na eficiência e eficácia das organizações, e ainda na visão da organização como um sistema
complexo constituído por vários subsistemas.
A grande inovação desta teoria está na introdução do conceito de Gestão por Objectivos, tão em voga
nos nossos dias.
“Toda a empresa deve criar uma verdadeira equipa e reunir esforços individuais num esforço comum.
Cada membro da empresa contribui com uma parcela diferente, mas todos devem contribuir para a
meta comum. Os esforços devem ser exercidos numa só direcção e as contribuições devem combinar-
se para produzir um resultado óptimo - sem lacunas, sem atritos, sem a desnecessária duplicação de
esforços. A Gestão por Objectivos exige um grande esforço e instrumentos especiais, pois, numa
empresa, os executivos são automaticamente dirigidos para o objectivo comum.”
Apesar das diversas definições, a GPO (Gestão por Objectivos) é geralmente descrita como um
processo participativo, por meio do qual, trabalhadores e gestores de uma organização, identificam
em conjunto os objectivos colectivos e individuais, definem áreas vitais de actuação e resultados a
alcançar, usando medidas como guias de orientação para as diversas unidades orgânicas,
estabelecendo as contribuições para cada um dos membros envolvidos.
RALPH NADER
INTRODUÇÃO
Nos últimos tempos, os conceitos de “produtividade“ e “competitividade“ têm sido alvo de profundas
alterações, com tendência para a afirmação de um novo modelo produtivo baseado na variedade e na
diferença, posicionando o saber como factor de competitividade.
Durante os últimos tempos, esse processo de inovação, teve como objectivo o enriquecimento do
conteúdo do trabalho, o aumento da iniciativa, da responsabilidade e da autonomia funcionais, o
incremento da qualidade aos mais diversos níveis, numa lógica de valorização dos recursos humanos.
Por detrás destas abordagens está o questionamento das práticas tradicionais da gestão e dosmodelos
de organização do trabalho.
No entanto procuramos sempre a resposta à mesma interrogação: de que forma podemos ser mais
produtivos, mais eficazes emais eficientes.
O estudo dos métodos de trabalho, não é mais que uma sistematização dos passos, recursos e meios
de forma a identificar a forma como realizamos operações ou tarefas. A partir dessa análise, podermos
distinguir a sequência mais adequada de realização das tarefas, introduzir mecanismos facilitadores e
ainda aproveitar as sinergias decorrentes do trabalho em equipa.
• Observação;
• Recolha/registo de dados e informações;
• Análise crítica;
• Proposta de novos métodos ou oportunidades de melhoria.
A observação pode ser feita pela visualização simples ou complementada com entrevista do
executante, ou ainda por experimentação directa da tarefa ou operação em análise. Será de todo
conveniente ter a colaboração dos trabalhadores analisados. Desta forma, além de tornar as intenções
mais transparentes, haverá uma maior motivação e empenhamento para as futuras alterações a
introduzir.
Existe um conjunto de informações que devem, obrigatoriamente, ser observadas e recolhidas para
posterior tratamento. Deverá proceder−se ao registo de tudo o que se considerar que pode vir a
ser útil.
• Fluxogramas;
• Esquemas de movimentação e deslocação;
• Lay-outs do posto de trabalho.
O registo da informação poderá incluir a medição dos tempos requeridos para a execução decada
operação e/ou tarefa, no caso de se pretender fazer a sua quantificação.
Depois da fase de análise crítica dos dados registados passamos à fase da classificação do tipo de
tarefas:
• Tarefa essencial:
• Tarefa redundante
• Tarefa simultânea
• Tarefa sem valor acrescentado
Finalmente, na última fase, conjuntamente com a equipa envolvida, poderá efectuar−se uma análise
de todas as tarefas que são efectivamente essenciais, quem possui as competências necessárias para
a sua execução, eliminar as redundantes, seleccionar apenas um executante para as simultâneas, quais
os recursos efectivamente necessários, etc.
Nos últimos tempos surgiram novas formas de organização do trabalho, como tentativas de conciliar
dois objectivos: elevar o nível de motivação dos trabalhadores e aumentar o rendimento do trabalho.
Temos como mais divulgadas:
For detrás deste movimento de inovação organizacional, houve sobretudo uma tentativa de
reabilitação das potencialidades resultantes da organização e animação de grupos de trabalho e,
nomeadamente, do trabalho em equipa, pondo em causa o modelo clássico de organização do
trabalho e de gestão da empresa.
A rotação de tarefas, tal como o próprio nome indica, consiste em colocar o funcionário A quefazia a
tarefa A a realizar a tarefa B, passando o trabalhador B a executar a tarefa A.
Esta alteração na distribuição de tarefas, se aparentemente não traz grandes vantagens nempara o
trabalhador, nem para a organização, pode ser vista como um meio para:
• Normalizar as qualificações;
• Dar polivalência ao trabalhador;
• Evitar a rotina/monotonia, proporcionando maior diversidade de tarefas;
• Combater a desmotivação, o absentismo e a rotatividade, caso permita a alternância entreactividades
rotineiras e criativas.
A polivalência, por seu turno, pode constituir uma arma de dois gumes e ser percebida pelo
trabalhador como um risco acrescido de carga física e/ou mental de trabalho. Devem assimser bem
equacionados os seus benefícios reais para a organização e para o trabalho, antes da sua aplicação.
O alargamento de tarefas consiste basicamente na integração das tarefas (ou dum conjunto detarefas)
da mesma natureza. Importa distinguir aqui dois tipos de alargamento: horizontal e vertical. No caso
do alargamento horizontal, trata−se apenas de “mais do mesmo“, isto é, integração num posto de
trabalho de várias tarefas da mesma natureza, por exemplo,integração no mesmo posto de trabalho
de várias tarefas rotineiras, em lugar de estarem distribuídas por diversos postos de trabalho.
Quando se fala em alargamento vertical, isto é, inclusão de tarefa de outro conteúdo funcional, poderá
ter implicações muito positivas, do ponto de vista da melhoria das condições de trabalho:
Seja como for, o alargamento de tarefas continua a partir do pressuposto da fragmentação dastarefas;
o trabalho é pensado em termos individuais e não aproveita por isso as sinergias do grupo, e não
permite uma maior autonomia nem responsabilização do colaborador sobre as suas realizações. O
controlo permanece num nível hierárquico superior. Contudo, esta forma de organização poderá ter
grande aplicação nas indústrias em que existe ainda trabalho em cadeia, isto é, nos sistemas de
produção em grande série (por exemplo, indústria automóvel).
O enriquecimento de tarefas consiste em modificar cada tarefa individual de maneira a adquirir certas
características correspondentes aos factores de motivação como, por exemplo:
Recorda−se que Herzberg, um dos representantes da teoria comportamentalista, afirma que uma das
formas de motivação mais eficientes passa pelo enriquecimento de tarefas, na medida em que, além
de alterações no conteúdo funcional do posto de trabalho, o colaborador passa a ter maior autonomia
no planeamento, direcção e controlo das suas realizações, permitindo a satisfação das suas
necessidades de realização e desenvolvimento pessoal.
Assim, podemos encontrar objectivamente alguns efeitos benéficos (maior motivação, maior
produtividade, menor absentismo, menor rotação de pessoal), mas também inconvenientes (maior
ansiedade do trabalhador face aos desafios colocados, sentimento de aumento de carga de trabalho
e responsabilidade) .
4. Círculos de Qualidade
Os círculos de qualidade surgiram nos anos 60 como necessidade das empresas em avançarem em
direcção ao chamado estilo de gestão participada (participative management).
Sem que possa parecer, os círculos de qualidade podem constituir uma das alavancas mais
incentivadoras no seio das organizações.
Os círculos de qualidade são constituídos por um grupo de pessoas da mesma área de trabalho que se
reúnem regularmente para identificar, analisar e resolver problemas com técnicas apropriadas, não
esquecendo, também, que cada departamento na produção é o cliente imediato do anterior. Os
círculos são, portanto, encorajados a fazer ou repetir as apresentações aos outros membros do seu
departamento ou dos departamentos associados.
Sabemos que, por vezes, até os colaboradores mais competentes sentem desmotivação e frustração
no esforço desenvolvido para produzirem trabalho de alta qualidade. Esta situação revela−se negativa
para a organização, podendo conduzir ao desinteresse no trabalho, ao absentismo, a defeitos na
produção, reclamações por parte dos clientes, acidentes de trabalho,etc.
Os círculos de qualidade, através da junção de esforços por parte dos seus intervenientes, influenciam
todo o ambiente interno da empresa e, deste modo, permitem prevenir e reduzir as situações
anteriormente descritas, revelando−se excelentes impulsionadores da qualidade.
Desvantagens:
5. Grupos Semi-Autónomos
O modelo dos grupos semi−autónomos de produção teve especial divulgação na Europa do Norte, em
especial na Noruega e Suécia. Este modelo obedece a princípios como a lógica da aprendizagem, da
autonomia e da flexibilidade.
Vejamos alguns dos pressupostos em que assenta o modelo: “o grupo é maior do que a soma dos seus
membros individualmente, sendo que cada grupo constitui um sistema com características próprias
distintas das características dos indivíduos que os compõem“. Se quisemos traduzir por expressão
numérica, poderíamos dizer que, “2+2=5“ (sinergia).
Outra ideia−chave no conceito de trabalho de equipa é a relação igualitária, não subordinada, não
hierárquica. Não basta a acção concertada de duas ou mais pessoas, trabalhando na solução de um
problema, em conjunto e de maneira organizada, é necessário que essa relação seja estabelecida numa
base de relativa igualdade, fora portanto da relação hierárquica. Essa relaçãotraduz−se no espírito de
equipa.
Princípio Descrição
O grupo reúne e toma decisões dentro da sua área de
1. Tomada de
competência, não interferindo com as decisões tomadas
decisão
pelos outros grupos.
Cada grupo é colectivamente responsável pelas tarefas de
2. Responsabilidade
produção que lle forem atribuídas.
Encarregados, supervisores e clefias directas nomeados
3. Elementode pela organização são substituídos por um elemento de
contacto contacto, umelemento do grupo, eleito pelo grupo e
responsável peranteele.
4. Distribuiçãodas A distribuição do traballo, a supervisão, etc., a nível interno,
tarefas sãodecididas pelo grupo.
O grupo deve cooperar em todas as direcções. Por
exemplo,os quadros técnicos não podem dar ordens ao
5. Cooperação
grupo, mas devem clegar a acordos mutuamente
satisfatórios.
O grupo é responsável pela formação dos seus membros,
6. Apoiotécnico pelarotação de tarefas e pelo desenvolvimento de métodos
exterior deprodução, para o que poderão pedir o apoio dos quadros
técnicos nestas áreas.
O grupo deve consultar, através do seu elemento de
7. Relação contacto, o director da unidade, em situações de provável
Hierárquica incumprimentode prazos, sérias perturbações no
funcionamento, etc.
Se o grupo não for capaz de resolver os conflitos internos,
8. Gestão de
qualquer membro do grupo tem liberdade para pôr o
conflitos
problema à direcção.
Implicações
Evitar a monotonia ✓ ✓ ✓
Reduzir a fadiga ✓ ✓
Maior qualificação ✓ ✓ ✓ ✓
Maior autocontrolo ✓ ✓
Maior cooperação/entreajuda ✓
Maior responsabilidade ✓ ✓
Mellor comunicação ✓ ✓
Nível operacional ✓
descentralizado
Maior produtividade ✓ ✓ ✓ ✓
O Teletrabalho (trabalho à distância) é uma nova forma de organização do trabalho que permite
trabalhar fora do espaço “clássico“ da organização, podendo o “escritório virtual“ estar em qualquer
parte do mundo, recorrendo à utilização intensiva das TIC. Dadas as mudanças introduzidas pela Novas
Tecnologias de Informação e a Globalização das Economias, é perfeitamente natural que esta forma
de trabalhar seja uma daquelas que mais se tem difundido nos últimos tempos.
Contudo, embora possa parecer que a principal diferença deste modelo é a mudança do local onde
o trabalho é realizado, ela vai muito para além disso. Podemos mesmo falar numa verdadeira
revolução que se opera: mudam os processos de recrutamento e selecção tradicionais, o conteúdo do
posto de trabalho, o horário, o sistema retributivo, o grau de autonomia e responsabilidade do
trabalhador, as relações deste último com a organização, com os colegas, surgem novas utilizações
dos canais de comunicações, etc.
Existem diversos tipos de Teletrabalho, desde o colaborador com uma relação contratual com uma
organização, mas que exerce as suas funções de forma deslocalizada, ao colaborador liberal que presta
serviços para uma ou mais organizações.
Os efeitos do Teletrabalho nas organizações e na sociedade são amplos. For um lado, altera a forma
como uma organização trabalha, por outro pode afectar o modo como as pessoas se relacionam entre
si e com a sua profissão.
O Teletrabalho tem grandes vantagens para as organizações, para os colaboradores e ainda para a
sociedade em geral. Vejamos com maior pormenor:
Para as organizações:
Para os trabalhadores:
Apesar das múltiplas vantagens do Teletrabalho há algumas limitações a este novo sistema de
trabalho. O isolamento a que este tipo de trabalho induz, pode conduzir a estados de depressão e
angústia. Também o sentimento de segurança pode ficar enfraquecido, dado ser uma área nova em
termos de legislação. Por outro lado, as condições de trabalho em casa nem sempre são adequadas.
PETER DRUCKER
Definições de estratégia
Estratégia é a determinação dos objectivos básicos de longo prazo de uma empresa e a adopção das
acções adequadas e afectação de recursos para atingir esses objectivos (Chandler, 1962).
Estratégia é um modelo ou plano que integra os objectivos, as políticas e a sequência de acções num
todo coerente (Quinn, 1980).
A estratégia consiste na tomada de opções que determinam a vida subsequente de uma organização
ou de um indivíduo.
Partindo então desta última, poderemos dizer que em consequência dessas opções deve resultar
um conjunto articulado de orientações práticas para as várias acções, as quais visam garantir a
coerência e a consistência com essa escolha estratégica. A essas orientações chamamos o
planeamento estratégico.
Não pode haver planeamento estratégico sem que previamente exista uma escolha/opção estratégica;
Para que esta opção seja, de facto, estratégica, torna-se necessária uma profunda reflexão com esse
cariz, que atinja um ponto de sistematização de alternativas;
Esta reflexão estratégica pode ser permanente e colectiva, contudo as opções têm momentos e
actores próprios para a sua realização;
Os três subprocessos são, então, a análise estratégica, a escolha estratégica e a execução estratégica.
Estratégia da Empresa
O primeiro passo na formulação da estratégia da empresa deverá passar pela análise da envolvente
externa. Isto é, os gestores deverão procurar analisar as tendências do meio envolvente, bem como as
implicações das oportunidades e ameaças para a organização e o sector de actividade em que se
insere. Desta forma, os esforços deverão ser orientados para aproveitar as oportunidades e afastar as
ameaças.
Importa ainda analisar a estrutura do sector tendo em conta a realidade de todas as organizações
empresariais, de forma a adoptar o melhor posicionamento competitivo.
Os FCS, são, naturalmente, as variáveis que mais valor proporcionam aos clientes e que levam a uma
maior diferenciação da empresa face aos seus concorrentes na criação de valor.
Apesar de as tendências do meio envolvente serem iguais para todas as empresas que concorrem
num determinado sector, existem algumas que conseguem obter maior sucesso que outras. As
diferenças estruturais no sucesso das empresas resultam regra geral de níveis de capacidade de gestão
distintos, derivados da utilização de mais e/ou melhores recursos.
A análise do contexto interno deve pois começar pela identificação da natureza dos principais recursos
ao dispor da empresa e pela avaliação dos respectivos méritos.
Para além disto, interessa perceber o comportamento dos custos da empresa, de forma a avaliar o
grau de eficiência da utilização dos seus recursos. O real valor dos recursos da empresa depende da
análise conjunta dos benefícios e custos por eles produzidos.
Competências centrais
Ao comparar a empresa com as empresas concorrentes, é possível avaliar os seus pontos fortes e
fracos. Uma actividade ou recurso da empresa constitui um ponto forte se contribuir para satisfazer
as necessidades dos clientes melhor que a concorrência.
Os pontos fortes que mais distinguem a empresa das suas concorrentes na satisfação das necessidades
dos clientes constituem as suas competências centrais. Regra geral, as competências centrais
proporcionam muito valor aos clientes, são difíceis de imitar e permitem o acesso a novos mercados.
Após a análise da envolvente externa e do contexto interno, é necessário alinhar a empresa com a
evolução do mercado e da concorrência.
Quando as empresas fazem bem (competências centrais) aquilo que tem de ser bem feito (factores
críticos de sucesso), conseguem obter o sucesso desejado.
É importante para a empresa adoptar uma perspectiva dinâmica da adequação estratégica. Pelo
menos tão importante como o actual enquadramento da empresa no seu meio envolvente, é a criação
de novas competências que correspondam aos futuros factores críticos de sucesso do sectore que
permitam tirar o máximo partido das oportunidades do mercado.
ANÁLISE SWOT
Uma vez feito o alinhamento dos factores críticos de sucesso com as competências centrais da
empresa, é conveniente relacionar os pontos fortes e fracos da empresa com as principais tendências
do seu meio envolvente, no sentido de gerar ideias alternativas para lidar com as oportunidades e
ameaças identificadas.
Este modelo é conhecido como Análise SWOT (Strengths: forças ou pontos fortes; Weaknesses:
fraquezas ou pontos fracos; Opportunities: oportunidades; Threats: ameaças.
O diagnóstico estratégico efectuado deve estar organizado em termos funcionais. É útil associar a cada
ponto forte ou fraco um departamento ou área da empresa, tipicamente as áreas funcionais seguintes:
• Produção
• Financeira
• Recursos humanos
• Marketing / comercial
Como sabemos, a formulação da estratégia da empresa tem de ter origem na conjugação dasanálises
da envolvente externa e do contexto interno:
PLANEAMENTO ESTRATÉGICO
•Missão
•Visão •Análise Externa
•Valores •Análise Interna •Estratégias
•Cenários •Objetivos (Metas)
•Indicadores
•Auditoria de
Desempenho
Visão
A Missão da organização consiste numa declaração escrita que expressa a razão de ser da empresa.
A definição da missão tem como objectivo difundir o espírito da empresa por todos os seus
colaboradores e levar a congregar esforços par atingir os objectivos gerais.
Sendo assim, a missão deve acentuar o domínio das competências centrais / factores críticos, para
aconsecução do sucesso daempresa.
A missão deve ser explícita, clara e bem difundida, de modo a garantir que os esforços de todos os
colaboradores contribuem de facto para o sucesso da organização.
Quando a evolução do meio envolvente o justifica, a missão pode sofrer alterações. Casoisto
aconteça, é necessário explicar a razão da mudança e difundir os novos ideais por toda aorganização.
Valores
Os valores constituem o suporte moral e ético da visão e da missão e servem de elo de ligação com o
ambiente organizacional, as práticas instituídas e os comportamentos geralmente aceites.
Os valores da empresa correspondem àquilo que a empresa acredita e que considera como
importante, correcto e fundamental em termos filosóficos. São as convicções e os princípios morais
que formam a base da cultura da empresa, que sustentam o estilo de direcção da organização, a sua
relação com os colaboradores e demais stakeholders.
Na prática, os valores não só se manifestam nos comportamentos, nas condutas, nas atitudes, nas
acções, nos critérios morais, nas respostas e nos compromissos de cada trabalhador face às metas
pessoais e da empresa, como também os influenciam decisivamente.
Objectivos estratégicos
• Specific/Específicos;
• Measurable/Mensuráveis;
• Attainable/Atingíveis;
• Realistic/Realistas;
• Time/Enquadrados no tempo.
É importante definir os objectivos financeiros, mas também os objectivos não financeiros,de modo
a proporcionar uma visão mais alargada dos seus interesses a longo prazo.
Os objectivos estratégicos podem estar relacionados com vários factores, como rentabilidade, posição
no mercado, novação, performance, produtividade, responsabilidade social, etc.
Nem todos os objectivos são igualmente importantes. Apenas os objectivos que promovem o reforço
das competências centrais da empresa nos factores críticos de sucesso do negócio são os objectivos
estratégicos. A concretização destes objectivos tem um grande impacto no sucesso da empresa, pelo
que todos os esforços devem ser colocados na sua concretização, devendo ser monitorizados com
especial atenção.
Após a definição dos objectivos estratégicos da empresa, é necessário definir as linhas de orientação
para os alcançar.
As organizações que se limitam a procurar atingir os objectivos pretendidos sem definir primeiro o
caminho a seguir, correm o risco de dispersar os seus recursos em projectos secundários ou de
enveredar por trajectos errados.
• Onde deve a empresa competir? É necessário definir em que sectores a empresa deve actuar, tendo
em conta a atractividade dos sectores e as competências da empresa;
• Como deve a empresa competir? É necessário definir quais as competências centrais a reforçar de
forma a melhorar o desempenho relativo nos factores críticos de sucesso dos sectores seleccionados.
For sua vez, as linhas de orientação podem ser detalhadas através de prioridades estratégicas.
Para alcançar cada uma das prioridades estratégicas podem ser definidos programas de acção. Estes
programas integram um conjunto de iniciativas concretas que são necessárias levar a cabo de forma a
atingir os objectivos definidos.
Na prática, para alcançar os objectivos desejados, tem de ser concebida uma estratégia empresarial
para a empresa como um todo e para cada um dos seus negócios individuais. A definição da estratégia
empresarial é substanciada em linhas de orientação, prioridades e programas de acção que constituem
os mecanismos de actuação da empresa de forma a atingir os objectivos definidos.
Contexto
O plano estratégico deve basear−se nas reflexões dos gestores da empresa e definir, de uma forma
clara e sintética, uma orientação consensual para o futuro.
Mais do que um sumário de análises, o plano estratégico deve conter uma perspectiva integrada da
actuação futura da empresa, indicando os negócios onde deseja competir e as linhas de orientação a
adoptar para alcançar os objectivos definidos.
• Catalisador − fornecendo informação e análises aos gestores para a reflexão das questões
relevantes;
• Coordenação − recolhendo as análises dos gestores e organizando em documentos de síntese;
• Programação − estruturando as análises em políticas de gestão, iniciativas e programas de acções
específicos, com um horizonte temporal definido e com recursos alocados para o cálculo do respectivo
impacto;
• Comunicação − mantendo os gestores informados acerca dos planos, políticas, iniciativas e programas
de acção definidos;
• Controlo − monitorizando a realização dos programas de acções e iniciativas definidos e alertando os
gestores para os desvios face ao planeado.
Condições de eficácia
A eficácia do processo de planeamento estratégico depende em grande parte dos seguintes quatro
aspectos:
• Vontade e empenhamento da gestão de topo − Não basta a gestão de topo manifestar vontade. Tem
de dedicar tempo e empenhar−se no processo.
• Maturidade dos gestores operacionais em termos de gestão − O planeamento estratégico exige um
estilo de reflexão, de comportamento e de formas de trabalho muito diferentes dos dedicados aos
problemas enfrentados na gestão do dia−a−dia. Para tal, é necessário que os gestores operacionais
tenham uma capacidade de análise sobre o meio envolvente e dos impactos que este tem sobre a
empresa e sobre a sua área em particular.
• Dimensão da empresa − Numa grande empresa, o processo terá de ser mais formalizado que numa
pequena empresa, de forma a assegurar a integração e a coerência indispensáveis à elaboração dos
planos e à definição dos objectivos globais da empresa.
• Natureza do negócio − Seja por razões económicas, políticas, sociais ou tecnológicas, há mercados cuja
instabilidade pode tornar difícil a formalização do processo de planeamento estratégico. Mas quanto
mais instável a situação, maior a exigência de reflexão estratégica. Poderá ser uma simples página,
bastando que todos os gestores tenham a “cabeça arrumada“ e com orientações comuns quanto ao
caminho a seguir.
Estratégia da empresa
Visão
Missão
Valores
PROCESSO DE FORMULAÇÃO DA ESTRATÉGIA
Objectivos
Linhas de Orientação
Prioridades
Programas de Acção
Plano Estratégico
Todos já passámos por situações em que, apesar do cuidado colocado no planeamento, o sucesso
não é alcançado. Quais serão então os principais obstáculos à implementação da estratégia?
Após a formulação da estratégia, deverá ser posto em marcha todo um conjunto de mecanismos de
comunicação a toda a empresa. Só posteriormente, a estratégia pode ser posta em prática.
Estas duas fases traduzem dois gaps que dificultam a implementação da estratégia.
O primeiro gap está relacionado com a compreensão da estratégia, isto é, o verdadeiro sentido da
estratégia definida nem sempre é bem compreendido por todos os trabalhadores da empresa.
O segundo gap está relacionado com a concretização da estratégia, ou seja, devido a múltiplos
factores, regra geral, o resultado da implementação das orientações estratégicas não coincidem com
a intenção inicial.
• Visão − somente 15% das pessoas nas empresas compreende realmente a estratégia da organização;
• Pessoas − somente 25% das pessoas nas empresas conhece e tem definido os seus próprios objectivos
(mediante políticas de reconhecimento ou retributivas) ligados à estratégia. Em muitos casos as
competências das pessoas não estão alinhadas com a estratégia;
• Operações − cerca de 60% das empresas não alinha as acções operacionais, recursos e orçamentos
com a estratégia;
• Aprendizagem − cerca de 85% dos gestores de topo investe menos de 1 hora por mês sobre assuntos
referentes à estratégia e 50% nunca o faz. Além disso, não recebem sistematicamente informação
actualizada sobre o estado do nível de implementação da estratégia.
Existem vários métodos e técnicas auxiliares ao planeamento estratégico, de acordo com as áreas de
intervenção e negócio a que se destinam. Já apresentámos atrás dois dos modelos de análise mais
vulgarmente utilizados: a análise SWOT e ainda os Factores Críticos de Sucesso, sendo estes
geralmente os pontos de partida para a definição de uma estratégia de negócio. Seguidamente
apresentaremos outros exemplos de modelos e técnicas, com maior aplicação em áreas funcionais
mais específicas,
A determinação do ciclo de vida de um produto é vital para a definição da estratégia a seguir. Estamos
certos que o gestor não inicia a realização de um plano de negócio, sem ter em conta esta variável.
Assim, o ciclo de vida de um produto no mercado pode ser dividido em quatro fases:
Introdução − O produto foi lançado no mercado. Nesta etapa, os encargos costumam ser mais altos
em razão da baixa produtividade e dos custos tecnológicos de produção e as margens apertadas em
função do valor que o mercado se dispõe a pagar.
Crescimento − Ocorre a partir do momento em que a procura pelo produto aumenta. A relação entre
produção e vendas melhora em função do aumento nas vendas. Étambém a fase em que começam a
chegar novos competidores.
Maturidade − Neste estágio, a taxa de crescimento das vendas diminui e tende a estabilizar, dado
que o consumidor já se habituou ao produto e começa a surgir a pressão pela redução do preço. As
vendas começam a dar sinais de abrandamento. Este é geralmente o momento em que as
2 - Matriz BCG
A Matriz BCG (o nome deriva da instituição que a desenvolveu: Boston Consulting Group) é, tal como
o Modelo das Cinco Forças, muito utilizado no planeamento do portfólio de negócios. Recorre a
duas variáveis isoladas para efectuar a análise: a taxa de crescimento do mercado e a quota de
mercado relativa da empresa.
Consoante os valores obtidos para cada uma dessas duas variáveis, o negócio é classificado em quatro
tipos diferentes (Interrogação, Estrela, Vaca Leiteira e Cão) sendo, para cada um deles,efectuadas
recomendações genéricas sobre as estratégias a adoptar.
Interrogação: Corresponde a negócios com elevado crescimento mas em que a empresa tem baixa
quota de mercado. Geralmente geram fluxos financeiros muito negativos pois o seu atraso na curva
de experiência limita a sua rentabilidade e o elevado crescimento da indústria obriga à realização de
investimentos avultados. A recomendação é abandonar a actividade ou aumentar a quota de mercado.
Estrela: Representa os negócios com elevado crescimento e em que a empresa tem elevada quota de
mercado. Geralmente geram fluxos financeiros pouco significativos pois se, por um lado, o avanço na
curva da experiência proporciona elevados retornos, por outro lado o elevado crescimento do sector
obriga à realização de investimentos avultados. A recomendação é manter a liderança.
Vaca Leiteira: É respeitante aos negócios com baixo crescimento e em que a empresa tem elevada
quota de mercado. Geralmente geram fluxos financeiros muito significativos, pois o avanço na curva
de experiência proporciona elevados retornos e o baixo crescimento do sector não obriga à realização
de investimentos avultados. A recomendação é rentabilizar o negócio de forma a sustentar o
crescimento dos negócios Estrela e Interrogação.
Matriz BCG
Esta matriz desenvolvida na Harvard Business, da autoria de Ansoff, é uma das ferramentas mais
utilizadas no planeamento estratégico na área de marketing.
Desenvolve−se a partir de dois vectores (produtos e mercados), cada qual com duas alternativas
(actual e novo). Definem−se assim quatro quadrantes de possibilidades de crescimento de negócios.
Nessa opção de crescimento, a empresa concentra os seus esforços em colocar produtos actuais para
mercados actuais. Essa opção estratégica tem como pressuposto manter os clientes, desde que a
organização esteja satisfeita com a sua participação de mercado, aumentando as vendas através de
promoções ou outras acções que possam vir a provocar um aumento do consumo ou simplesmente
garantir a lealdade de consumidores. Considera−se uma das estratégias mais conservadoras de
mercado.
Nessa opção a empresa procura comercializar os seus produtos actuais em novos mercados. Esta
estratégia é muito comum em empresas que têm muito sucesso com a sua prática numa determinada
área de mercado e procuram estendê−la a outras áreas, através da ampliação dos seus canais de
distribuição e vendas, utilização de representantes, etc. Para muitas empresas o mercado externo é
uma opção interessante.
Nesta caso, a empresa decide lançar novos produtos para novos mercados. Podem ser relacionados
ou não relacionados. N primeiro caso, a empresa permanece num segmento de negócio que já lhe
é familiar; no segundo caso, parte para um segmento totalmente novo para ela. O mesmo raciocínio
da estratégia de desenvolvimento de produtos aplica−se tanto na hipótese do produto ser novo para a
empresa como na de ser novo para o mercado.
O modelo de análise desenvolvido por Michael Porter, conhecido como “modeto das 5 forças
competitivas“, encontra−se estruturado em torno da organização e do meio em que está inserida, das
principais variáveis e dos seus efeitos sobre a mesma.
Assim, este modelo defende que, para que cada ponto seja analisado correctamente, são necessários
estudos direccionados a cada uma das cinco forças, bem como às oportunidades e às ameaças
inseridas em cada uma delas. Importa assim que os gestores se mantenham vigilantes e atentos às
mudanças de mercado, às suas variações mais discretas, aos pontos onde podem ganhar espaço no
mercado, ampliando a sua rede de consumidores, trazendo mais informações para o ambiente da
empresa e produzindo um feedback mais produtivo e com avaliações mais precisas dos produtos e
do mercado.
Neste modelo, não existe um departamento ou direcção com maior peso ou importância. Existe uma
preocupação com a globalidade da organização e com a interacção colaborativa entre os vários
departamentos, tendo todos o mesmo nível de importância para o sucesso da organização: o mercado
é constantemente analisado, há espaço para analisar clientes, fornecedores, concorrentes, as novas
empresas e a concorrência.
Cada um dos pontos analisados e inseridos neste modelo influenciam directamente o desempenho
da organização no mercado, pois estão interligados e complementam−se uns aos outros, mesmo que
pareçam completamente distantes ou sem nenhuma relação aparente. Vejamos com mais pormenor
cada um dos cinco elementos constituintes do modelo:
• Concorrentes: são analisados todos os concorrentes, as suas forças, fraquezas, os produtos disponíveis
no mercado, os seus diferenciais e todo o conjunto de acções elaboradas para se manterem no
mercado e conquistar mais clientes;
• Clientes: os clientes ou consumidores são desejados por todas as organizações, mas a forma de os
atingir e trazer para "dentro" da organização consome tempo e estudos muito aprofundados; cada
factor é importante, desde a faixa etária até mesmo aos factores psicológicos que influenciam o
seu comportamento e decisão de compra;
• Fornecedores: cada vez mais é necessário tornar os fornecedores como parceiros da organização,
qualificando a sua estrutura, tornando−os importantes dentro de toda a cadeia, permitindo que em
conjunto cresçam;
• Novos concorrentes: estas organizações podem causar problemas para quem já está no mercado,
• Produtos substitutos: todos os produtos podem e serão trocados mais cedo ou mais tarde: não há
como imortalizar um produto, os avanços tecnológicos facilitam a troca de um bem por outro, as
características são diferentes, mas exercem função similar e podem tomar o mercado de outras
empresas que já possuem um histórico e uma longa vida no mercado.
Por cada um desses factores é assim necessário estar permanentemente atento e efectuar estudos
de análise e avaliação sistemáticos, produzindo assim dados importantes para a definição da estratégia
a seguir em cada fase do ciclo de vida da organização.
De que forma se articulam as cinco forças competitivas, é o que importa agora averiguar.
Frequentemente as empresas ficam dependentes dos seus fornecedores, sendo esta situação muito
desvantajosa em ambientes altamente competitivos. O poder de negociação dos fornecedores
manifesta−se na capacidade de elevarem os preços ou reduzirem a qualidade dos produtos e dos
serviços fornecidos. O poder dos fornecedores é considerável quando os compradores tiverem
dificuldade em trocar ou utilizar mais do que um fornecedor. É definido por factores como a dimensão
do fornecedor, a importância do seu consumo e as vantagens que ele oferece para a empresa cliente.
O poder de negociação dos clientes é tanto maior quanto maior for a importância das suas compras
para o fornecedor, quando compram em grandes volumes, por exemplo, ou quando o preço dos
produtos representa um custo elevado para os compradores, quando os custos de mudança são baixos
ou ainda quando o produto comprado não é muito importantepara os negócios do comprador. Quando
o poder de negociação é forte, afecta a organização forçando à redução dos preços e ao aumento da
qualidade dos serviços e produtos. O poder de negociação depende largamente da barreira de
mudança que um cliente tem de ultrapassar para poder mudar de fornecedor.
Todas as organizações concorrem com produtos substitutos, produtos estes que podem desempenhar
a mesma função. Quanto melhor a relação desempenho/preço dos produtos substitutos, tanto maior
será a pressão.
Os novos concorrentes representam uma ameaça porque geralmente estão bem preparados e com
uma forte intenção de conquistar uma quota do mercado. O potencial de entrada de novos
concorrentes é determinado pela quantidade e intensidade das barreiras à entrada existentes no
mercado, assim como pela reacção dos concorrentes existentes A entrada de um novo concorrente
no mercado implica geralmente uma queda dos preços e uma inflação dos custos, diminuindo
a rentabilidade do negócio. As três melhores formas de uma organização se proteger da ameaça da
concorrência são, por um lado, impedir a sua entrada no mercado, ou induzir−lhe uma expectativa de
retaliação, ou ainda estabelecer um preço dissuasor.
A rivalidade entre concorrentes ocorre pela disputa de uma posição no mercado. Os principais factores
envolvidos na alta rivalidade entre os concorrentes são a existência de concorrentes numerosos ou
bem equilibrados, o que permite igualdade de forças e a capacidade de retaliação. For outro lado, caso
ocorra um crescimento lento da organização, a concorrência transforma−se numa espécie de jogo de
quotas de mercado para as empresas que procuram expansão. Também a ausência de diferenciação
ou custos de mudança, pode gerar um aumento da concorrência na disputa por preços ou serviços.
Finalmente, podemos também considerar a possibilidade de, devido a grandes interesses
estratégicos, algumas empresas sacrificarem parte dos seus lucros a fim de alcançar uma determinada
posição no mercado.
Conforme atrás afirmámos, uma estratégia sem medidas é simplesmente um desejo. For outro lado,
medidas não alinhadas com a estratégia são uma perda pura de tempo.
Estes sistemas deverão incidir sobre as varáveis de gestão relacionadas com os factores críticos de
sucesso do negócio, de modo a garantir que a actuação da empresa está de facto a contribuir para o
reforço da sua adequação estratégica.
O controlo de gestão não deve pois ser entendido apenas como a fase final do ciclo de gestão da
empresa. O seu maior valor reside precisamente na indução do novo ciclo de planeamento e gestão
da empresa. Para as empresas em aprendizagem contínua, o controlo de gestão é simultaneamente
um ponto de chegada e um ponto de partida.
• Visam medir a performance das pessoas, áreas funcionais ou empresas em múltiplas vertentes;
• Seleccionam indicadores diversificados, de natureza financeira e não financeira, estruturados com
vista a conduzir à monitorização do desempenho e ao alcançar dos objectivos;
• Seleccionam os indicadores que melhor permitem acompanhar a implementação da estratégia da
empresa;
• Orientam−se para a quantificação dos objectivos, meios e factores críticos quer internos quer
externos;
• Esforçam−se por obter uma informação de síntese, proporcionando a cada gestor indicadores
sintéticos fundamentais, mas com possibilidade de desagregação;
• Procuram a personalização, ou seja, a adequação dos indicadores às responsabilidades e poder de
decisão efectivamente exercido por cada gestor;
• Promovem a comunicação e motivam o diálogo interno;
• Visam constituir as bases para a comparação com as metas inicialmente fixadas;
• Devem servir de base à avaliação dos desempenhos, constituindo a referência para a determinação do
montante de prémios e incentivos, se aplicável.
O processo de selecção dos indicadores que fazem parte do sistema de monitorização da performance
é extremamente importante visto que:
O Balanced Scorecard (BSC) é uma metodologia de monitorização e avaliação desenvolvida por dois
professores da Harvard Business School, Robert Kaplan e David Norton, em 1992.
Os requisitos para definição desses indicadores tratam dos processos de um modelo da administração
de serviços e busca da maximização dos resultados baseados em quatroperspectivas que reflectem
a visão e estratégia empresarial:
• Financeira;
• Clientes;
• Aprendizagem e crescimento;
• Processos internos.
O BSC (Balanced Scorecard) é uma sigla que pode ser traduzida para Indicadores Balanceados de
Desempenho. Este termo “Indicadores Balanceados“ resulta da escolha dos indicadores duma
organização, não se restringindo unicamente ao foco económico
−financeiro, mas a outros aspectos como: o desempenho de mercado junto aos clientes, o
desempenho dos processos internos e pessoas, a inovação e a tecnologia. Isto porque, a soma destes
factores, aumentam o desempenho desejado pelas organizações, consequentemente criando valor
futuro.
Desde que foi criado, o BSC tem vindo a ser utilizado por centenas de organizações dos sectores
privado, público e até mesmo social do mundo inteiro, e foi escolhido pela revista Harvard Business
Review como uma das práticas de gestão mais importantes e revolucionárias dos últimos 75 anos.
Tal como afirmámos atrás, a metodologia do Balanced Scorecard assume que a visão e a
estratégia da empresa devem ser analisadas de acordo com quatro perspectivas:
• Financeira;
• Clientes;
• Processos internos;
• Aprendizagem e desenvolvimento.
A- A Perspectiva Financeira
Existem argumentos que defendem que a melhoria das medidas não financeiras resulta numa
posterior melhoria das medidas financeiras. De acordo com estes argumentos, osucesso financeiro
é a consequência lógica de se obter uma boa performance nas restantes perspectivas.
Para cada um dos objectivos atrás referidos, é possível associar medidas de avaliação da performance.
Para avaliar o objectivo de criação de valor para o accionista, podem ser utilizadas as medidas:
Para avaliar o objectivo de crescimento do volume de negócios, podem ser utilizadas as medidas:
• Quota de mercado;
• Taxa de crescimento do volume de negócios.
• Rentabilidade do Investimento;
• Rentabilidade dos Capitais Próprios;
• Rentabilidade das Vendas.
A perspectiva dos clientes centra−se na importância da relação com os clientes para a realização dos
objectivos financeiros da organização.
Nesta perspectiva, os gestores devem identificar os clientes e segmentos de mercado sobre os quais a
empresa exerce competição. Devem ser identificados o clientes e segmentos de mercado existentes e
potenciais.
Os gestores devem definir medidas de avaliação da performance que permitam medir a satisfação e
lealdade dos clientes nos segmentos−alvo. Para além da importância da satisfação e fidelização dos
clientes, importa realçar que a empresa deve procurar clientes rentáveis, o que nos leva à noção de
rentabilidade de cliente ou segmento de mercado.
Também relativamente à perspectiva dos clientes, é possível definir os objectivos estratégicos, como
por exemplo:
• Satisfação;
• Fidelização;
• Rentabilidade.
De igual forma, para cada um dos objectivos atrás referidos, é possível associar medidas de avaliação
da performance. Para avaliar o objectivo de satisfação, podem ser utilizadas as medidas:
A empresa pode obter excelentes medidas de avaliação da performance relacionadas com a satisfação
e lealdade dos clientes se utilizar excessivos recursos para satisfazer as necessidades dos clientes. Ao
adoptar esta postura, é possível obter um impacto negativo nas medidas relacionadas com a
perspectiva financeira.
Criar clientes satisfeitos e leais apenas permite atingir os objectivos da perspectiva financeira se os
principais processos internos forem realizados de forma eficaz e eficiente.
Na perspectiva dos processos internos, os gestores devem identificar os processos internos críticos
sobre os quais a empresa deve assentar na implementação da sua estratégia e definir medidas de
avaliação da performance que se centrem na contribuição desses processos críticos para a satisfação
dos clientes e para a realização dos objectivos financeiros.
Relativamente à perspectiva dos processos internos, é possível definir alguns objectivos estratégicos,
como:
• Racionalização;
• Qualidade;
• Eficiência e eficácia.
De modo a garantir que a empresa continue a ter clientes satisfeitos e leais no futuro e continue a
utilizar os seus recursos de forma eficiente e eficaz, é necessário que a empresa e os seus
trabalhadores continuem a aprender e a apostar no seu desenvolvimento.
Para além de investir em activos, a empresa tem que investir continuamente na investigação e
desenvolvimento de novos produtos, na formação dos trabalhadores, na exploração dos sistemas e na
melhoria dos processos, de modo a garantir o sucesso das outras três perspectivas.
Para cada um dos objectivos atrás referidos, é possível associar medidas de avaliação da performance.
Para avaliar o objectivo de motivação dos trabalhadores, pode ser utilizadas as medidas:
Para avaliar o objectivo de formação dos trabalhadores, podem ser utilizadas as medidas:
Um planeamento é, na sua forma mais rudimentar, uma lista das tarefas a fazer, com pormenores
sobre a importância das mesmas ou a altura em que vão ser executadas. Um bom planeamento ajuda a
manter uma ideia dos objectivos e das tarefas que ainda têm que se executar para atingir esses
mesmos objectivos.
Um plano de acção bem preparado mostra bem delineada a meta a ser atingida e os objectivos a
cumprir; actividades relacionadas a empreender; detalhes de avaliação. Os três principais pilares de um
plano de acção são: qualidade, custo e tempo. É importante não considerar um plano de acção como
sendo uma imagem fixa ou um evento único. Deve ser modificado e ajustado conforme necessário,
como parte de um processo contínuo (introduzindo alterações sempre que surgem informações
novas).
Vejamos então, de forma mais detalhada, cada um dos passos das várias fases do planeamento de
acção.
Analisar a situação
No início do desenvolvimento de um plano de acção, é útil começar por definir a situação actual a que
se reporta. Trata−se do planeamento de um novo projecto, ou mesmo o lançamento de um novo
produto no mercado! Poderá também tratar−se da resolução de um problema concreto como, por
Definir a meta
Depois da análise prévia da situação, importa agora estabelecer uma meta, que não é mais do que
uma declaração concisa que descreve o propósito do plano de acção (o que alcançará). As metas devem
ser realistas e não ambiciosas demais. Doutra forma, mesmo com muito empenhamento dos
envolvidos, a meta estará sempre longe demais. Um exemplo de meta poderia ser “Aumentar o nível
de satisfação dos clientes com os serviços de formação”.
Estabelecer os Objectivos
Os objectivos declaram, num nível mais detalhado que a meta, os resultados específicos que o plano
de acção espera realizar, respondendo à pergunta “O que necessita ser alcançado para estarmos onde
queremos estar, partindo de onde estamos agora?“ Alguns objectivos só podem ser alcançados no fim
do projecto; outros podem ser alcançados ao longo do projecto. O princípio de começar em passos
pequenos deve ser mantido em mente.
Specific/Específicos;
Measurable/Mensuráveis;
Attainable/Atingíveis;
Realistic/Realistas;
Time/Enquadrados no tempo.
Sempre que necessário, tanto objectivos como metas poderão sofrer ajustamentos, de acordo com
os constrangimentos e dificuldades sentidos durante a implementação da acção.
Vejamos alguns exemplos de objectivos para a meta “Aumentar o nível de satisfação dos
clientes com os serviços de formação”.
• Aumento da satisfação com as condições das salas de formação em 80%, a partir do próximo mês de
Janeiro;
• Equipar 2/3 das salas de formação com smartboard, até ao final do 3.º semestre do ano em curso;
• Equipar 2/3 das salas com 1 computador portátil para cada dois formandos, até ao final do corrente
ano.
Definir Indicadores
O sucesso do Plano de acção pode ser medido pelo grau de cumprimento dos objectivos. Definindo
indicadores de desempenho para cada objectivo, especifica como esta realização será medida e será
verificada. Imaginemos que vamos reestruturar as salas de formação, com vista à diminuição de
reclamações por parte dos formandos. Um dos indicadores para verificação do cumprimento de um
dos objectivos poderia ser o “Índice de satisfação com as condições da sala, a partir das acções a iniciar
em Janeiro“. Neste caso, o meio ou fonte de verificação seria o questionário de opinião específico ou
o questionário de avaliação da reacção aplicado aos formandos no final de cada acção de formação.
As actividades são o nível de acção mais alto na hierarquia do plano de acção e estabelecem o caminho
para os detalhes a serem desenvolvidos. Uma actividade pode ser definida como um elemento de
trabalho prestado durante um projecto. Uma actividade tem uma duração esperada, custo, e recursos
necessários para sua compleição. Um exemplo de actividade poderia ser “Colocação de vidros duplos
nas salas de formação“.
Partindo do princípio que as actividades são elementos tipicamente grandes, eles necessitarão ser
divididos em tarefas mais manejáveis. As actividades apenas devem ser divididas até um nível que
possibilite ao grupo de desenvolvimento do plano de acção calcular eficientemente o tempo e recursos
necessários, e forneça informação suficiente aos responsáveis pela actividade ou tarefa.
Dividir excessivamente actividades dificulta o processo de planear e de obter uma visão geral sobre o
projecto.A experiência mostra que é difícil de controlar mais de 10−20 tarefas por actividade. Vejamos
um exemplo de decomposição em tarefas, a partir da seguinte actividade:
2. Pedir orçamentos;
3. Analisar orçamentos;
4. Adjudicar serviço;
5. Acompanhar a obra.
Com uma lista de actividades e tarefas necessárias para completar o plano de acção, é importante
avaliar como estão relacionadas umas com as outras para determinar a sequência de implementação
necessária e identificar quaisquer dependências. For outras palavras, que actividades/tarefas podem
começar imediatamente? Que actividades/tarefas necessitam ser completadas antes de outras
poderem começar? Algumas actividades/tarefas necessitam de começar ao mesmo tempo?
Estimar quanto tempo cada actividade/tarefa provavelmente necessitará para ser concluída é
essencial para o desenvolvimento de um plano de acção eficaz. Embora a duração de cada
actividade/tarefa, nesta etapa, só possa ser estimada (será necessário ajustar o plano de acção durante
a sua implementação), deve prever−se cuidadosamente as durações de modo a assegurar que o plano
de acção seja tão exacto quanto possível. Rever projectos anteriores pode ajudar, e a experiência
mostra que este é o modo mais eficiente de aprender a planear realisticamente. Quando as actividades
ou tarefas são de uma natureza técnica, pode ser necessário consultar aqueles que têm o
conhecimento técnico respectivo. Contudo, por mais cuidadoso que seja o planeamento, é sempre
bom incorporar tempo extra para eventuais imprevistos.
Uma gama de recursos é habitualmente exigida para implementar um plano de acção. Estes podem
incluir, entre outros: recursos humanos, materiais, instalações, equipamentos, etc. Entre os custos
associados, não esquecer de incluir, por exemplo, viagens, formação necessária. Para determinar com
exactidão os recursos necessários para completar cada actividade e tarefas relacionadas, poderá
questionar−se:
Este passo ajuda a determinar, de uma forma preliminar, quem será responsável para completar cada
actividade e tarefa. Isto demonstra que, em princípio, o acordo de compromisso foi obtido por parte
dos participantes do plano de acção. Nesta fase (como os recursos humanos e financeiros podem não
estar adequadamente assegurados), é melhor considerar−se sempre que, na realidade, as
responsabilidades podem necessitar de ser ajustadas. Perguntas chave incluem:
Monitorizar e Avaliar
Monitorizar a fase de implementação ajuda a assegurar que o plano de acção está a correr como
previsto. Dado que vários factores podem afectar a qualidade, o tempo, e os custos relacionados com
a realização do projecto, importa ter previsto um sistema de monitorização de pré−aviso para desvios
e constrangimentos possíveis, como garantia do sucesso.
Comunicar os Resultados
Chegando à fase final da realização, importa agora fazer um balanço final não só relativamente ao
alcance da meta, como dos objectivos parcelares definidos e ainda dos desvios ocorridos como, por
exemplo, em termos de derrapagens de custos, tempos previstos, etc. Estes resultados poderão ser
postos por escrito num relatório ou simplesmente comunicados oralmente aos intervenientes no
processo, em reunião para o efeito.
PHILIP KOTLER
Existem diversas definições para o termo qualidade, o que torna difícil apresentar apenas uma que
corresponda a todas as ideias e percepções. O certo é que a Qualidade veio par ficar, seja no trabalho,
em casa, na produção de bens ou na prestação de serviços. Em qualquer actividade, a qualidade
tornou−se consensual.
Sistema de Gestão da Qualidade é um sistema de gestão para dirigir e controlar uma organização no
que respeita à qualidade .
Como podemos ver, o termo é geralmente empregue para significar "excelência" de um produto ou
serviço, apresentando sempre duas perspectivas: a do produtor e a do cliente. Do ponto de vista do
produtor, a qualidade associa−se à concepção e produção de um produto que vá ao encontro das
necessidades do cliente. Do ponto de vista do cliente, a qualidade está associada ao valor e à utilidade
reconhecidos ao produto, estando em alguns casos ligada ao preço.
Nos últimos anos, deram−se alterações significativas na envolvente das empresas e no modo de gerir
a qualidade. A partir dos anos 80, os mercados expandiram−se muitíssimo, obrigando a uma alteração
das estratégias até então seguidas. A qualidade tornava−se no factor mais importante da
competitividade. A sobrevivência das organizações, a política económica dos países industrializados
e a procura do equilíbrio das suas balanças comerciais conduziram a uma estratégia qualitativa.
Assim, duma estratégia quantitativa passou−se para uma estratégia qualitativa, assente na
diferenciação do produto/serviço pela qualidade. Todo este percurso responde a uma necessidade
expressa pelo mercado e foi acompanhado por alterações substanciais ao nível da gestão da qualidade.
A qualidade não pode ser assegurada pelos mesmos métodos do passado .
Para dirigir e controlar com sucesso uma organização, é necessário que ela seja gerida de forma
sistemática e transparente. O sucesso pode ser consequência da implementação e manutenção de um
Podemos assim identificar um conjunto de oito princípios que devem ser adoptados pelas
organizações, de modo a que as mesmas obtenham os melhores resultados:
Focalização no cliente
Liderança
As pessoas, em todos os níveis, são a essência de uma organização e o seu pleno envolvimento permite
que as suas aptidões sejam utilizadas em benefício da organização.
Identificar, compreender e gerir processos inter−relacionados como um sistema contribui para que a
organização atinja os seus objectivos com eficácia e eficiência.
Melhoria continua
Convém que a melhoria contínua do desempenho global de uma organização seja um objectivo
permanente dessa organização.
Uma organização e os seus fornecedores são interdependentes e uma relação de benefício mútuo
potencia a aptidão de ambas as partes para criar valor.
Estes oito princípios de gestão da qualidade constituem a base das normas de sistemas de gestão
da qualidade da família ISO 9000.
Conforme atrás afirmámos, actualmente a gestão da qualidade é uma das maiores preocupações das
organizações, seja ela aplicada à qualidade dos produtos ou dos serviços. A consciencialização para a
qualidade e o reconhecimento de sua importância, tornou a certificação de sistemas de gestão da
qualidade indispensável para todas as organizações de qualquer dimensão e área de negócios.
Uma organização que queira implementar um Sistema de Gestão da Qualidade tem que possuir/
desenvolver:
Vejamos então os elementos constituintes de um Sistema de Gestão da Qualidade (de acordo com a
norma NF 9001:2001):
São estes os principais responsáveis pela criação, motivação, liderança e dinamização da política de
qualidade e concretização dos objectivos definidos. A gestão de topo é responsável por proporcionar
evidências do seu comprometimento no desenvolvimento, implementação e melhoria contínua da
eficácia do SGQ. Eis os principais aspectos a ter em conta, da responsabilidade da gestão:
Comprometimento da Gestão
Focalização no cliente
Política da Qualidade
• A Gestão de topo deve definir políticas de actuação que garantam a gestão, a concretização e o
controlo planeado de todas as fases de concretização do Sistema de Gestão da Qualidade.
Objectivos da Qualidade
• Os órgãos de gestão devem assegurar que os objectivos da Qualidade sejam estabelecidos para as
funções mais relevantes dentro da organização. Os objectivos da Qualidade devem ser mensuráveise
consistentes com a Política da Qualidade.
• Os objectivos devem ser definidos de forma concreta e em consonância com a Política da Qualidade
da organização, sendo definidos conjuntamente pela Gestão e restantes direcções. Os objectivos da
Qualidade devem ser mensuráveis e revistos periodicamente, conforme o estabelecido.
Provisão de recursos
Recursos humanos
Infra-estruturas
Documentos
• Finalmente, importa ainda referir que estão sempre associados ao processo de Gestão da Qualidade
um conjunto de impressos.
Há já várias décadas que foram criados mecanismos de certificação de qualidade, funcionando por um
lado como um instrumento normalizador de procedimento e, por outro, como forma de reconhecer e
divulgar essas boas práticas.
A certificação da qualidade além de aumentar a satisfação e a confiança dos clientes, reduzir custos
internos, aumentar a produtividade, melhorar a imagem e os processos continuamente, possibilita
ainda fácil acesso a novos mercados. Esta certificação permite avaliar as conformidades determinadas
pela organização através de processos internos, garantindo desta forma aos clientes que um produto
ou serviço foi concebido de acordo com padrões, procedimentos e normas de qualidade.
Normas da Qualidade
A sigla ISO deriva das iniciais de International Organization for Standardization que é uma organização
internacional que aglomera os grémios de padronização/normalização em 148 países. A International
Organization for Standardization aprova normas internacionais em todos os campos técnicos, excepto
na electricidade e electrónica. Embora as normas ISO 9000 sejam as mais conhecidas e divulgadas,
existem inúmeras outras. Vejamos apenas alguns exemplos:
De acordo com o tipo de certificação que se pretende obter: qualidade da empresa, qualidade de um
serviço; qualidade de um produto; qualidade ambiental; qualidade da segurança e higiene no trabalho;
segurança alimentar, etc.), existem entidades especializadas.