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Desta definição se conclue que uma ciência como a Astrologia não poderá
perseguir os métodos que adotam as ciências físicas de nossa época. As ciências
físicas adotam. métodos diametralmente opostos à ciência que acabamos de
definir. Nossa missão é mostrar, em bases a observações feitas através de
pesquisas, o Edificio Doutrinário da Astrologia, em cujo ponto central está o
homem, o Ser Humano.
Para a Astrologia, sendo o Ser Humano uma espécie de imagem projetada (como
mônada) do Cosmos, seu objetivo é o de chegar muito além, mais além do que
possa captar sua consciência, de forma imediata, com Auto-Observação e
Análise, até as profundezas do Universo. Sucede que a imagem projetada, tal
como se toma visível sobre a Terra, se assemelharia à sombra que projetaria um
objeto colocado no curso dos raios de luz sobre a superfície. Assim como um
objeto colocado no curso dos raios do "Todo Universal", é que deve ser
considerada a verdadeira natureza do Ser Humano.
Como sombra deve ser considerada sua forma fenomênica projetada sobre a
Terra, tal como se manifesta, não somente a si próprio, como também aos seus
semelhantes e tudo o que possui vida.
O caráter do homem se edifica, por sua vez, de acordo com isto, nestes três
elementos fundamentais, dos quais um está fundamentado no Zodíaco, outro na
função planetária e um terceiro na função terráquea. E é só neste plano que a
evolução se afirma no mundo denso, inclusive nas próprias hierarquias criadoras.
Por isso, o resultado a que se pode chegar com a análise astrológica do Ser
Humano é o seguinte: O núcleo do homem, seu núcleo divino (a mônada), está
além do Horóscopo e é inacessível ao homem, pelo menos nesta fase evolutiva
sua manifestação (como embrião de Deus) e sua fase evolutiva (caráter do
homem) apresenta três características conhecidas, que podem comparar-se a
uma árvore cujas raízes estão no zodíaco, cujo tronco forma o mundo planetário e
cuja copa toca e se mistura com a Terra.
Lembremos que "a alma humana é como a água, do céu vem e ao céu torna, e
novamente volta a terra, num ir e vir eterno" e, ainda, que "quando um homem se
ilumina na terra, apaga-se uma estrela no céu".
O céu estrelado e a lei moral, uma coisa só.
Para o pensamento exotérico a lei natural e a ética não têm nada a ver entre si.
Representam duas formas de legitimidades separadas, não unidas por nenhuma
ponte e, entre ambas as formas, como um elemento estranho (absurdo), se tem o
calvário da evolução do Ser Humano, sem ponto de partida e sem nenhuma meta.
Em sua obra "Crítica da razão pura", Kant dizia: "O céu estrelado sobre mim é a
Lei Moral dentro de mim. Ali estão as estrelas e as vejo e as conecto
imediatamente com a consciência de minha existência". Kant compreendeu o
sentido desta dualidade. O abismo que separa o mundo exterior do mundo interior
deve ser aproximado pelo conhecimento esotérico. Só ao abrir-se as fontes do
conhecimento esotérico, das quais também Kant deve ter bebido, de forma sábia,
se abre o caminho da Astrologia; não de uma Astrologia meramente mercantil,
para satisfazer profanos e supersticiosos, mas uma Cosmovisao em que o céu
estrelado e a Lei Moral se unem ao Todo.
"A lei moral, dentro de mim, guia o meu olhar ao céu e me permite intuir uma
relação que se plasma em saber, enquanto se reconhece, a duas coisas: O céu
estrelado dentro de mim é a Lei Moral sobre mim, sendo ambas uma só coisa".
Assim dizia Kant.