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Diário de Leitura

Tocantinópolis, 21 de abril de 2022.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17ª. ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra,
1987. p. 33-43

A leitura do capítulo 2 do livro de Paulo Freire que tem como título: “Pedagogia
do oprimido” nos mostra a visão de Freire sobre a educação “bancária” e
“problematizadora” que o mesmo vai abordar ao longo do capítulo. Seu destaque maior
no texto é sobre a necessidade de abandonar a educação bancária, que serve de
manipulação e retrocesso no processo de libertação da consciência humana, oprimindo
os mesmos, fazendo-os acreditar que devem se acostumar com o mundo ao qual vivem,
aceitando tudo que lhes é ensinado, transformando os mesmos em depósitos de
informações, ou seja, o objetivo da concepção bancária é “[...] controlar o pensar e a
ação, levando os homens ao ajustamento ao mundo. Inibindo o poder de criar, de atuar.”
(FREIRE, 1987, p. 37).
Em virtude disso, o mesmo vai nos mostrar uma educação diferenciada, que vai
mudar a forma de pensar tanto dos educadores quanto dos educandos, que é a educação
problematizadora, que irá libertar os oprimidos, concedendo para os mesmos a chance
de uma nova visão de mundo através da conscientização crítica. Essa nova concepção,
tem o papel de transformar, de revolucionar a forma de educar; mudando a maneira de
agir dos educadores com os educandos; de acordo com Freire “o educador já não é o
que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando
que, ao ser educado, também educa.” (FREIRE, 1987, p. 39). Pode-se perceber que na
concepção bancária essa atitude do educador de se aproximar do educando através do
diálogo era banalizado, pois não se podia ter tais aproximações e nem diálogo com os
educandos, pois o papel do educador era domesticar os educandos, oprimindo-os e
desumanizando os mesmos.
Com isso, a educação libertadora vai realizar a superação da concepção bancária,
indo contramão dos conceitos bancários. Na educação libertadora os educadores de
acordo com o texto “refaz, constantemente, seu ato cognoscente, na cognoscibilidade
dos educandos. Estes, em lugar de serem recipientes dóceis de depósitos, são agora
investigadores críticos, em diálogo com o educador, investigador crítico, também.”
(FREIRE, 1987, p. 40). Ou seja, o educador passa a estimular os educandos a
desenvolver sua consciência crítica, mudando sua forma de olhar o mundo, desprendo
os mesmos da alienação sofrida através da concepção bancária; dessa forma, o texto vai
dizer que

Na prática problematizadora, vão os educandos desenvolvendo o seu poder


de captação e de compreensão do mundo que lhes aparece, em suas relações
com ele, não mais como uma realidade estática, mas como uma realidade em
transformação, em processo.” (FREIRE, 1987, p. 41)

Através dessa libertação, o educando passa a ser protagonista de sua história,


percebendo que são seres que estão em constante transformação, que são seres
inacabados; sua trajetória deve ser transformadora, sempre enxergando o mundo com
olhos críticos, se relacionando de forma harmoniosa com os outros, buscando um futuro
melhor.

Assinado Cleynara Feitosa de Macedo Morais

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