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O PAPEL DAS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NA EDUCAÇÃO DOS SURDOS

Albertina
Aurenir
Auricélia
Michele
Orientadora: Francisca Jelma da Cruz Sousa1

Introdução
As concepções sobre práticas educativas vêm se modificando de acordo com a
evolução histórica da humanidade através da relação do homem com o trabalho por
meio de instrumentos que transformam a realidade humana. O resumo aborda as
principais ideias e algumas reflexões para aprofundamento sobre as concepções sobre
prática educativa e sua relação com a práxis. Além disso, vem apresentar como a
educação medeia a existência histórica do homem e como a pedagogia se constituiu
como ciência da educação. Com as contribuições de Franco, 2008 e Severino, 2012,
pretende-se apontar reflexões sobre as essas práticas compreendendo suas contribuições
para o aprofundamento do conceito de prática educativa e de práxis.
No aprofundamento sobre as concepções de prática educativa, recorre-se as
ideias de Freire, 1967; 1987 que apresenta a ideia de transformação a partir da
conscientização, dialogicidade e da experiência vivida por meio da práxis
transformadora que conduz o homem a realidade crítica através de sua consciência nas
relações sociais e culturais.

Metodologia
A metodologia utilizada, baseou-se na abordagem qualitativa com ênfase da
subjetividade e utilização da pesquisa bibliográfica que busca refletir sobre material já
produzido sobre determinadas temáticas.

Resultados
Diante das concepções sobre prática educativa e sua relação com a práxis, a
reflexão a seguir vem apresentar como a educação medeia a existência histórica do
homem e como a pedagogia se constituiu como ciência da educação. Com as
contribuições de Franco, 2008 e Severino, 2012, pretende-se apontar reflexões sobre as
essas práticas compreendendo suas contribuições para o aprofundamento do conceito de
prática educativa e de práxis.

1
Professora orientadora
Os estudos tradicionais consideram que a educação era comparada com algo
espiritual de cunho religioso. De acordo com as ideias de Severino, 2012, esta tradição
está ligada ao imaginário popular da cultura ocidental. Nos dias atuais essa concepção
foi superada, pois o que é levado em consideração em educação é a condição prática e
não a profissional. Em uma percepção histórica o processo educacional assume um
caráter social e antropológico ligados a existência do homem.
No discurso sobre a existência em uma concepção prática, Severino aponta que o
sujeito age e desenvolve seu lado social mediante a prática articulando as dimensões
teóricas, política, técnica e da prática humana efetivando-se pela esfera do trabalho e da
cultura mediados por uma práxis pensada na condição humana da sua capacidade
simbolizadora. No que concerne às práticas educacionais, o autor destaca o caráter
cultural e a diversidade intelectual que era considerada à parte. A produção dos bens
mediados pelos instrumentos simbólicos do trabalho e da ação caracteriza esse
fenômeno ligado à educação e suas funções como forma de práxis.
O autor destaca a articulação com a prática técnica e afirma que “o processo
educacional é substancialmente prática técnica (trabalho) e também prática política
(sociabilidade)” (SEVERINO, 2012, p. 70). Na intenção de colocar a prática
educacional como caráter de trabalho e social. Nessa perspectiva a educação é pensada
na condição de trabalho e a prática educativa deve conceber seu papel na preparação do
educando para o mercado de trabalho com o aprendizado voltado para a sobrevivência
tornando essa aprendizagem significativa.
Na articulação com a prática política a relação entre educação e sociedade é
mediada pela organização das práticas educacionais adquirindo uma nova significação
no contexto histórico e social para transformar a relação das novas gerações. Severino
destaca as formas de educação (escolarizadas ou não) como prática social e política com
um caráter subjetivo cultual. Mesmo na reprodução dos conteúdos ideológicos a
educação de compromete para o aprimoramento do indivíduo para as práticas
reprodutivas.
Ao fazer referência à transformação, Severino, 2012, aponta que o processo
educacional reproduz os discursos ideológicos nas relações sociais compreendendo que
é através da educação deve existir uma superação desses conceitos ideológicos como
frente de resistência conduzindo a uma prática transformadora.
Ao apresentar o conceito de prática educativa com as ideias de Paulo Freire,
primeiramente deve-se compreender o que o autor revela nos seus escritos e entendida
como “uma prática educativa que só pode alcançar efetividade e eficácia na medida da
participação livre e crítica dos educandos”. (FREIRE, 1967, p. 04). No entanto, ao fazer
referência a liberdade dos educandos é leva-los a compreensão de que a educação é o
meio para a consciência crítica, através de práticas que assumem a condição de
emancipatórias.
Através das reflexões de Paulo Freire, criou-se “uma verdadeira Pedagogia
Democrática”. (FREIRE, 1967), e com isso foi possível, iniciar um movimento de
educação popular, com uma prática educativa voltada, de um modo autêntico, para a
libertação das classes populares. (FREIRE, 1967, p. 26). No cerne das discussões, o
ponto é que toda prática educativa é a situação concreta, que evidencia a realidade com
base nas experiências. Logo, a experiência vivida torna-se a referência para que o
educando possa refletir e transformar as relações exigidas no meio social e através das
exigências, posicionar-se criticamente. Na concepção de prática educativa, Freire
compreende que é por meio da reflexão e da ação dos homens sobre o mundo para
transformá-lo. Nessa relação de ação e reflexão é que causa a mudança da consciência
humana e pode gerar uma transformação crítica com condições de práticas
emancipatórias humanizadoras. Freire conclui que “é como seres transformadores e
criadores que os homens, em suas permanentes relações com a realidade, produzem, não
somente os bens materiais, as coisas sensíveis, os objetos, mas também, as instituições
sociais, suas ideias, suas concepções”. (FREIRE, 1987, p. 52).
Além disse, Freire compreende o conceito de práxis mediante a ideia que,
Por tudo isso é que defendemos o processo revolucionário como
ação cultural dialógica que se prolongue em revolução cultural
com a chegada ao poder. E, em ambas, o esforço sério e
profundo da conscientização, como que os homens, através de
uma práxis verdadeira, superam o estado de objetos, como
dominados, e assumem o de sujeito da história. (FREIRE, 1987,
p. 91).

Nas palavras do autor esse processo relacionando a cultura dialógica através de


uma revolução cultural é que torna a práxis na sua condição verdadeira, libertadora e
autêntica. A partir da ralação dialógica o homem torna-se criador da sua própria
história.
Ao fazer referência sobre a práxis como condição libertadora, Paulo Freire
aponta “que os homens são seres da práxis, são seres do quefazer, diferentes, por isto
mesmo, dos animais. [...]. Os homens pelo contrário, como seres do quefazer emergem
dele e, objetivando-o podem conhecê-lo e transformá-lo pelo trabalho”. O autor atribui
o termo quefazer exatamente a ação e a reflexão na condição de transformação e na
superação de práticas que o diferenciam dos outros animais.
A práxis na visão freiriana se caracteriza como possibilitadora de um processo
de transformação social, ligado às novas formas de pensar o fazer docente e as
alterações nos aspectos formativos considerados relevantes na construção de novos
saberes para os educadores. A reflexão crítica, no pensamento de Freire (1996) é
considerada como alicerce para o desenvolvimento do pensamento crítico e para a
transformação das práticas educativas.

Considerações Finais

Devido à complexidade que o fenômeno educativo se encontra discutir,


rediscutir e compreendê-lo dentro de uma realidade multiparadigmática é propor
alternativas que busque levantar e solucionar a real situação da educação e reconstruir
um novo papel para escola. Essa reconstrução deve possuir uma dinamicidade de
reflexões e discussões sobre a política educacional, os mecanismos de formação (para
professores), a própria gestão e principalmente a prática docente aliada ao processo de
conscientização individuais e coletivas.
As reflexões voltadas para a educação e as práticas educativas na
contemporaneidade pressupõem a formação do educando para o exercício pleno da
cidadania. Esse fato exige da educação e, especificamente da escola, um cuidado
especial com os aspectos curriculares, aliados à definição de uma política de formação
de professores voltada para construção do saber e para a formação crítica dos
professores.
No que concerne à práxis enquanto proposta de mudança interpretativa e sua
relação direta com o campo educacional é perceptível que as questões educacionais
passem por todo um processo de reflexão para se chegar a uma compreensão diante de
tantos problemas que são levantados nas mais diversas maneiras de educar e nos mais
diversos ambientes educativos. Nesse sentido, a educação deve assumir na
contemporaneidade um compromisso que possa permitir a sociedade uma
universalidade no atendimento com qualidade e eficácia.
Contudo, espera-se que as reflexões sobre práticas educativas possam ter
apresentado reflexões que se que este estudo contribua para uma reflexão permanente da
educação e do papel da escola deem lugar à assimilação dos discursos e dos significados
que as práticas educativas têm assumido no espaço escolar na contemporaneidade.
Dessa forma, certamente cada um poderá contribuir para a mudança da realidade
educacional da maioria das instituições de educação do nosso país.

Palavras-chave: Prática educativa. Práxis. Transformação. Consciência.

Referências
FRANCO, Maria Amélia Santoro. Pedagogia como ciência da educação. São Paulo:
Editora Cortez, 2008, p. 71-108.

SEVERINO, Antonio Joaquim. Educação, sujeito e história. São Paulo: editora Olho
d’agua, 2012, p. 67-81.

FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1887.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 39. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

SAVIANI, Demerval. Contribuições da Filosofia para educação. Em aberto,


Brasília, v.9, n. 45, p 3-9, jan./mar.1990. Disponível em:
http://www.publicacoes.inep.gov.br/arquivos/%7B3E49EEC4-40E1-4FB5-A0C4-
67F8CA160708%7D_ano_9_nº_C2%BA_45_jan-mar._1990.pdf. Data do acesso em:
31 dez. 2018.

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