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CONCEITOS E HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL DOS SURDOS

André Cunha
Elizangela Saldanha
Rauclécia Neves
Jeane Gomes
Victor de Sousa Santos
Orientadora: Francisca Jelma da Cruz Sousa1

Introdução
A educação oralizada realizada por profissionais especializados enfrentam
dificuldades intrínsecas a ela e quando a educação precisa ser transmitida de
profissionais oralizados para alunos mudos? Este resumo traz um breve recorte da
educação surda na história da humanidade mas com foco na educação especial dos
surdos no Brasil, principalmente após a publicação da Constituição Federal no ano de
1988.

Metodologia
A metodologia utilizada, norteou-se perante a utilização da pesquisa
bibliográfica que busca refletir sobre material já produzido sobre determinadas
temáticas. As pesquisas foram realizadas nos sites: https://bdtd.ibict.br/ e google
acadêmico. No site https://bdtd.ibict.br/ a busca foi realizada com o termo ‘educação
dos surdos’ e obteve 1,268 de documentos como resultado. No Google Acadêmico a
busca foi feita com o mesmo termo do outro site e nele obtivemos 15.800 como
resultado. Ambas as pesquisas foram feitas sem distinção de ano em um primeiro
momento, posteriormente utilizamos o filtro de ano, sendo eles de 2018 até 2023. A
seguir estão os documentos que utilizamos como base para esse resumo.

Artigo Autor Instituição

ATENDIMENTO ALEXANDRO CORREIA INSTITUTO FEDERAL


EDUCACIONAL ALMEIDA DE EDUCAÇÃO,
ESPECIALIZADO PARA CIÊNCIA E
SURDOS POR MEIO DE TECNOLOGIA DA
TECNOLOGIAS (2022) PARAÍBA

1 Professora orientadora
TECNOLOGIA QUELLA PAHIM DA CIET – CONGRESSO
ASSISTIVA COMO SILVA, NÚBIA FLÁVIA INTERNACIONAL DE
FATOR DE OLIVEIRA MENDES, EDUCAÇÃO E
ACESSIBILIDADE NO SYLVANA KARLA DA TECNOLOGIAS
PROCESSO DE ENSINO SILVA DE LEMOS EnPED – ENCONTRO
APRENDIZAGEM DE SANTOS DE PESQUISADORES
SURDOS (2020) EM EDUCAÇÃO A
DISTÂNCIA

APLICATIVOS DE YGOR CORRÊA, UNIVERSIDADE


TRADUÇÃO PARA MARISTELA FEDERAL DO RIO
LIBRAS E A BUSCA COMPAGNNONI GRANDE DO SUL
PELA VALIDADE VIEIRA, LUCILA (UFRGS)
SOCIAL DA MARIA COSTI
TECNOLOGIA SANTAROSA,
ASSISTIVA MARIA CRISTINA
VILLANOVA BIASUZ

EDUCAÇÃO ANNA AUGUSTA REVISTA BRASILEIRA


INCLUSIVA E SAMPAIO DE DE EDUCAÇÃO
MUNICIPALIZAÇÃO: A OLIVEIRA, ROSIMAR ESPECIAL 8 (02), 233-
EXPERIÊNCIA EM BORTOLINI POKER 244, 200
EDUCAÇÃO ESPECIAL
DE PARAGUAÇU
PAULISTA

A INCLUSÃO DO MEIRE APARECIDA UNESP - CAMPUS


SURDO NO ENSINO BARBOSA MARÍLIA
REGULAR: A
LEGISLAÇÃO (2007)

CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA
FEDERATIVA DO
BRASIL

Resultados
“[...] a história sempre nos faz refletir e entender os fatos atuais, que o
presente não está deslocado do passado, que a trajetória é importante
para ser vista como um processo”. (HONORA; FIZANCO, 2009,
p.15)

Desde a Antiguidade e por quase toda a Idade Média, os surdos eram vistos como
pessoas que não podiam ser educadas, nem mesmo exercer direitos legais, como casar e
herdar bens. No início do século XVI, começou-se a admitir a educação para surdos
através de metodologia que permitisse desenvolver pensamento através do ensino da
fala e da compreensão da língua falada. Pensava-se que a habilidade de falar com a voz
estava intrinsecamente associada à inteligência.
Em vários países da Europa, médicos desenvolveram métodos para ensinar aos
surdos a língua de seu país. Entre eles, destacou-se na Itália Girolamo Cardano (1501-
1576), matemático, médico e astrólogo, que se dedicou ao estudo da fisiologia do
ouvido. Ainda segundo Soares (2005, p. 17) “foi a partir desses estudos que Cardono
teria afirmado que a escrita poderia representar os sons da fala ou representar ideias do
pensamento e, por isso, a mudez não se constituía em impedimento para que o surdo
adquirisse conhecimento.” Cardono avaliou o grau da capacidade de aprendizagem
entre diferentes tipos de surdos e constatou que a surdez não interferia na inteligência da
criança
Nos registros que obtivemos, a história da educação especial com ênfase no
sujeito surdo se inicia no período imperial no reinado de D. Pedro II, por meio de um
decreto nº839 com a fundação do Instituto do Surdo-Mudo (I.I.S.M.) No Rio de Janeiro.
As pesquisas sobre a história da educação dos surdos no Brasil se pautam nos
estudos realizados por alguns pesquisadores. Soares (1999), tendo como foco de sua
pesquisa o período de 1951 até 1961, estabeleceu a relação dicotômica entre o INES e
as políticas públicas educacionais brasileiras dos anos 1950, por meio da
democratização da escola e de seus procedimentos pedagógicos. Moura (2000) destacou
que a educação de surdos no INES ancora-se em cópias de modelos europeus e Rocha
(2008; 2009) deteve-se sobre o período espaço-temporal de 1856 até 1961, considerado
o trabalho mais bem documentado no âmbito de um debate linguístico entre os
defensores do ensino da língua oral para surdos (opressores ouvintes oralistas) versus o
ensino por meio dos sinais (oprimidos surdos gestualistas), fazendo uma análise crítica
nas narrativas dicotomizadas que vêm se solidificando no campo história educacional
dos surdos brasileiros.
Com a publicação da Constituição Federal da República Federativa do Brasil no
ano de 1988 em sua publicação original diz:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de
direito e tem como fundamentos:
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...]
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.
No Brasil a lei funciona de acordo com a leitura do jurista ou julgador, em que
determinadas situações, dependendo do resultado a partir dessa leitura, o cidadão não
goza de seus direitos garantidos pela Constituição Federal. Após sua publicação, várias
leis foram alteradas ou adicionadas. No que se refere a Educação Especial com ênfase
na pessoa surda temos as seguintes:
A Lei 8069 / 90 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) Foi a partir desta
Lei que o Estatuto da Criança e do Adolescente foi criado e dispõe sobre a proteção dos
mesmos, refere-se em seu IV Capítulo à educação, portanto, será feita uma análise
apenas do Artigo 54, que é pertinente a esta pesquisa. Art.54. É dever do Estado
assegurar à criança e ao adolescente: III- atendimento educacional especializado aos
portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; IV- atendimento
em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade.
A Lei n° 9394 da Lei de Diretrizes e Bases (1996) A Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, a LDB de 1996 do Capítulo V da Educação Especial, onde serão
analisados somente seus Art. 58°, 59° e 60° que estabelecem as diretrizes para a
Educação Especial. Art.58° Entende-se por educação especial, para os efeitos dessa Lei,
a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de
ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. §1° Haverá, quando
necessário, serviços especializados, na escola regular, para as peculiaridades da clientela
da educação especial. §2° O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou
serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos,
não for possível a sua integração nas classes comuns do ensino regular.
Art.59°. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades
especiais: I-currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específica,
para atender às suas necessidades; II- terminalidade específica para aqueles que não
puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de
suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para
os superdotados; III- professores com especialização adequada em nível médio ou
superior, para o atendimento especializado, bem como professores do ensino regular
capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; IV- educação
especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade,
inclusive, condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no
trabalho competitivo, mediante articulação superior com os órgãos oficiais afins, bem
como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artísticas,
intelectual ou psicomotora; V- acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais
suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.
Art.60° Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de
caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com
atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e financeiro pelo
Poder Público. Parágrafo Único: O poder Público adotará, como alternativa
preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com necessidades especiais na
própria rede pública regular de ensino, independentemente, do apoio às instituições
previstas neste artigo.
Art.7° O atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais deve
ser realizado em classes comuns do ensino regular, em qualquer etapa ou modalidade da
Educação Básica. (BRASIL, 2001).
Art.8°. As escolas da rede regular de ensino devem prever e prover na
organização de suas classes comuns: IV- serviços de apoio pedagógico especializado,
realizado nas classes comuns, mediante: b) atuação de professores-intérpretes das
linguagens e códigos aplicáveis; c) atuação de professores e outros profissionais
itinerantes intra e interinstitucionalmente. (BRASIL, 2001)
Art.9°. As escolas podem criar, extraordinariamente, classes especiais, cuja
organização fundamente-se no Capítulo II da LDBN, nas diretrizes curriculares
nacionais para a Educação Básica, bem como nos referenciais e parâmetros curriculares
nacionais, para atendimento, em caráter transitório, a alunos que apresentem
dificuldades acentuadas de aprendizagem ou condições de comunicação e sinalização
diferenciadas dos demais alunos e demandem ajudas e apoios intensos e contínuos
(grifo meu). 57 § 1° Nas classes especiais, o professor deve desenvolver o currículo,
mediante as adaptações, e, quando necessário, atividades da vida autônoma e social no
turno inverso. (BRASIL, 2001)
Art.12° Os sistemas de ensino, nos termos da Lei 10.098/2000 e da Lei
10.172/2001, devem assegurar a acessibilidade aos alunos que apresentem necessidades
educacionais especiais, mediante a eliminação de barreiras arquitetônicas urbanísticas,
na edificação – incluindo instalações, equipamentos e mobiliário – e nos transportes
escolares, bem como de barreiras nas comunicações, provendo as escolas dos recursos e
materiais necessários.(grifo meu). §2° Deve ser assegurada, no processo educativo de
alunos que apresentem dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos
demais educandos, a acessibilidade aos conteúdos curriculares, mediante a utilização de
linguagens e códigos aplicáveis, como o sistema Braille e a língua de sinais, sem
prejuízo do aprendizado da língua portuguesa, facultando-lhes e às suas famílias a
opção pela abordagem pedagógica que julgarem adequada, ouvidos os profissionais
especializados em cada caso. (BRASIL, 2001)

A Lei n° 10.436 da Língua Brasileira de Sinais (2002)


A Lei n° 10.436 estabelece em seus artigos: Art.1° É reconhecida como meio
legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS e outros
recursos de expressão a ela associados. Parágrafo único. Entende-se como Língua
Brasileira de Sinais - LIBRAS a forma de expressão, em que o sistema lingüístico de
natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem fatos, oriundos de
comunidades de pessoas surdas do Brasil. (BRASIL, 2002).
Art.2° Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas
concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e
difusão da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS como meio de comunicação objetiva e
de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil. (BRASIL, 2002).
Art.3°As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de
assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento aos portadores de
deficiência auditiva, de acordo com as normas legais em vigor. (BRASIL, 2002).
Art.4° O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais,
municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de
Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e
superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais – Libras, como parte integrante dos
Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs, conforme a legislação vigente. Parágrafo
único. A Língua Brasileira de Sinais – Libras não poderá substituir a modalidade escrita
da Língua Portuguesa. (BRASIL, 2002).
Decreto n° 5.626 da Lei de LIBRAS (2005) Será feita uma análise deste
documento, mas somente dos capítulos IV (Art.14), V (Art.21) e VI (Art.22 e 23) que se
referem à educação do aluno com surdez.
Art.14° As instituições federais de ensino devem garantir, obrigatoriamente, às
pessoas surdas acesso à comunicação, à informação e à educação nos processos
seletivos, nas atividades e nos conteúdos curriculares desenvolvidos em todos os níveis,
etapas e modalidade de educação, desde a educação infantil até à superior. §1° Para
garantir o atendimento educacional especializado e o acesso previsto no caput, as
instituições federais de ensino devem: I- promover cursos de formação de professores
para: a) o uso e o ensino da LIBRAS; b) o ensino da LIBRAS; c) o ensino da Língua
Portuguesa, como segunda língua para as pessoas surdas; II- prover as escolas com: a)
professor de LIBRAS ou instrutor de LIBRAS; b) tradutor e intérprete de LIBRAS –
Língua Portuguesa; c) professor para o ensino de Língua Portuguesa como a segunda
língua para as pessoas surdas; e d) professor regente de classe com conhecimento acerca
da singularidade lingüística manifestada pelos alunos surdos. (BRASIL, 2005, p.2).
Art.22° As instituições federais de ensino responsáveis pela educação básica
devem garantir a inclusão de alunos surdos ou com deficiência auditiva, por meio da
organização de: I- escolas e classes de educação bilíngüe, abertas a alunos surdos e
ouvintes, com professores bilíngües, na educação infantil e nos anos iniciais do ensino
fundamental; II- escolas bilíngües ou escolas comuns da rede regular de ensino, abertas
a alunos surdos e ouvintes, para os anos finais do ensino fundamental, ensino médio ou
educação profissional, como docentes das diferentes áreas do conhecimento, cientes da
singularidade lingüística dos alunos surdos, bem como com a presença de tradutores e
intérpretes de Libras – Língua Portuguesa. § 1° São denominadas escolas ou classes de
educação bilíngüe aquelas em que a LIBRAS e a modalidade escrita da Língua
Portuguesa sejam línguas de instrução utilizadas no desenvolvimento de todo processo
educativo. §2° Os alunos têm o direito à escolarização em turno diferenciado ao
atendimento educacional especializado para o desenvolvimento de complementação
curricular, com a utilização de equipamentos e tecnologias de informação. (BRASIL,
2005).
Art.23° As instituições federais de ensino, de educação básica e superior, devem
proporcionar serviços de tradutor de e intérprete de LIBRAS – Língua Portuguesa em
sala de aula e em outros espaços educacionais, bem como equipamentos e tecnologias
que viabilizem o acesso à literatura e informações sobre a especificidade lingüística do
aluno surdo. §1° Deve ser proporcionado aos professores acesso à literatura e
informações sobre a especificidade lingüística do aluno surdo. §2° As instituições
privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal, estadual, municipal e do Distrito
Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar
aos alunos surdos ou com deficiência auditiva o acesso à comunicação, à informação e à
educação. (BRASIL, 2005).

Considerações Finais

O artigo Educação inclusiva e municipalização: a experiência em educação


especial de Paraguaçu Paulista apresenta o projeto de inclusão de deficientes auditivos e
mentais em classes comuns de ensino desenvolvido junto ao Departamento de Educação
do município de Paraguaçu Paulista. São resgatados os princípios e leis que
fundamentam a proposta de educação inclusiva e se demonstra como a educação
especial foi interpretada nesse projeto, para favorecer e possibilitar a operacionalização
da inclusão, no referido município. O artigo enfatiza, ainda, a necessidade de ações no
âmbito político-pedagógico, e principalmente político-administrativo, para se viabilizar
a transformação efetiva da escola e de seus professores a caminho da concretização de
uma Educação para Todos, com qualidade, ou seja, verdadeiramente inclusiva.
O artigo "Atendimento Educacional Especializado Para Surdos Por Meio de
Tecnologias Assistivas” de Alexandro C. Almeida, apresenta uma proposta de
intervenção didática que utiliza ferramentas tecnológicas voltadas ao trabalho no
atendimento educacional especializado-AEE para alunos com surdez. O texto aborda de
forma pertinente e dá ênfase ao desenvolvimento cognitivo das pessoas surdas levando
em consideração a necessidade de mecanismo de acessibilidade por meio de
ferramentas tecnológicas que possam auxiliar as pessoas com surdez a evoluírem
melhor na aquisição em sua língua natural -Libras como L1 e na aprendizagem da
segunda, língua escrita – língua portuguesa como L2, vislumbrando a possibilidade que
posteriormente o aluno surdo possa se desenvolver, profissionalizar-se, garantindo
assim uma inclusão consolidada com vista a expandir o ensino também profissional e
tecnológico.
O artigo Tecnologias Assistivas Como Fator de Acessibilidade no Processo
Ensino Aprendizagem de Surtos, de Queila P. Da Silva, Núbia F. O. Mendes e Sylvana
Karla Santos, foi trabalhado de forma abrangente e leva em considerações contextos
históricos e apresenta a importância da utilização de tecnologias assistivas mediando a
regulagem de estudantes surdos, apresenta a importância desse recurso para
acessibilidade do processo de ensino e aprendizagem desses estudantes, considerando
ferramentas importantes do processo e também aspectos visual da língua brasileira de
sinais- Libras. Entretanto, o texto não consegue abordar de forma clara as principais
barreiras que dificultam o processo de integração de recursos tecnológicos de
acessibilidade. Na atualidade as escolas públicas, principalmente, enfrentam uma
barreira muito grande como fator de limitação de recursos tecnológicos oferecidos pelo
governo, por essa razão dificilmente se consegue empregar tecnologias assistivas para
esferas da sociedade onde há uma grande dependência do poder público.
O artigo Aplicativo de Tradução Para Libras e a Busca Pela Validade Social da
Tecnologia Assistiva, Ygor Corrêa, Maristela C. Vieira, Lucila Maria C. Santarosa,
Maria Cristina V. Biasuz, o texto é pertinente por muitos aspectos, dentre eles por
esmiuçar os aplicativos hand talk e ProDeaf Apps e suas contribuições para contextos
necessários como os voltados à formalidade. O texto também coloca o contexto social
como fator determinante para limitação e exclusão de surdos. Talvez esse seja o
principal ponto que o texto aborda de forma a problematizar a questão. Para Quadros
(2003) o contexto social que favorece a pessoa surda é aquele em que ela se realiza
plenamente em suas interações linguísticas. Nesse sentido, inserir a pessoa surda via
tecnologia assistiva pode ser uma das formas de promover sua socialização,
potencializando o processo de interação, comunicação e subjetivação.
Sobre as leis brasileiras deixo aqui o trecho do TCC A INCLUSÃO DO SURDO
NO ENSINO REGULAR: A LEGISLAÇÃO da Meire Aparecida Barbosa, que apesar
de ser de 2007 continua atual.
“Apesar, de toda essa valorização da LIBRAS e da inclusão do aluno surdo,
apontados nos documentos, a inclusão, não é passível de credibilidade. Essas leis,
decretos, diretrizes entre outros documentos foram divulgados, mas não implementados
na sociedade como um todo [...]
[...] É dever então, da comunidade escolar e dos pais desses alunos lutar pelos
direitos dos surdos, por melhores condições de vida e de ensino nas escolas regulares.
Cabe às escolas: 1) acatar efetivamente esses documentos, a fim de cumprí-los em seu
cotidiano e aceitar os alunos surdos sem maiores conflitos, 2) adaptar seu currículo, de
acordo, com suas necessidades educacionais especiais 3) permitir o acompanhamento
desse aluno por um intérprete ou instrutor de LIBRAS na sala de aula regular, ou seja,
garantir o que aponta os documentos analisados.
É fundamental na atual conjuntura educacional, pensar na organização e
funcionamento da escola com base nos documentos legais. É o momento de
aproximarmos o legal do real e assim, construirmos uma política educacional, que de
fato, garanta uma escola de qualidade para os alunos com surdez.

Palavras-chave: Surdo, Tecnologia, Leis, Educação Especial

Referências:

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL - Publicação


original. Disponível em:
<https://www2.camara.leg.br/legin/fed/consti/1988/constituicao-1988-5-outubro-1988-
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Oliveira, Ricardo Pereira de. Fev/2023, Hermenêutica Jurídica: critérios para se


interpretar leis. Disponível em:
<https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/hermeneutica-juridica/>

BARBOSA, MEIRE APARECIDA. A INCLUSÃO DO SURDO NO ENSINO


REGULAR: A LEGISLAÇÃO. Marília - São Paulo. 2007 Disponível em:
<http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/artigos_edespecial/
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Data do acesso em: 05 de dezembro de 2023
ALMEIDA, ALEXANDRO CORREIA. ATENDIMENTO EDUCACIONAL
ESPECIALIZADO PARA SURDOS POR MEIO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS
Disponível em:
<https://bdtd.ibict.br/vufind/Record/IFPB_7ff6fc1a6e44423d9242d714494af266 >
Data do acesso em: 15 de dezembro de 2023

PAHIM DA SILVA, Queila; FLÁVIA OLIVEIRA MENDES, Núbia; KARLA DA


SILVA DE LEMOS SANTOS, Sylvana. TECNOLOGIA ASSISTIVA COMO FATOR
DE ACESSIBILIDADE NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM DE
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OLIVEIRA, Anna Augusta Sampaio de e POKER, Rosimar Bortolini. Educação


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