O documento discute a abordagem sociocultural do processo de ensino-aprendizagem. Nesta abordagem, os alunos são sujeitos ativos de sua própria educação e o papel do professor é desafiá-los a refletir criticamente sobre a realidade. O objetivo é ajudar os alunos a desenvolverem uma consciência crítica para que possam transformar a sociedade.
Descrição original:
Título original
A Abordagem do processo de ensino e aprendizagem dialética
O documento discute a abordagem sociocultural do processo de ensino-aprendizagem. Nesta abordagem, os alunos são sujeitos ativos de sua própria educação e o papel do professor é desafiá-los a refletir criticamente sobre a realidade. O objetivo é ajudar os alunos a desenvolverem uma consciência crítica para que possam transformar a sociedade.
O documento discute a abordagem sociocultural do processo de ensino-aprendizagem. Nesta abordagem, os alunos são sujeitos ativos de sua própria educação e o papel do professor é desafiá-los a refletir criticamente sobre a realidade. O objetivo é ajudar os alunos a desenvolverem uma consciência crítica para que possam transformar a sociedade.
e aprendizagem dialética. Entender a abordagem do processo de ensino¿aprendizagem sociocultural e analisar como deve ser a ação docente nesta concepção de educação.
Nos tópicos anteriores, começamos o estudo sobre as abordagens do processo de
ensino–aprendizagem, ou seja, vimos um pouco das abordagens tradicional, comportamental e humanista. Vamos, agora, ver uma nova forma de conceber esse processo; uma nova maneira que podemos direcionar nossa prática pedagógica: a sociocultural. A abordagem sociocultural, indo ao caminho oposto das abordagens tradicionais e comportamental, parte do princípio de que o homem é sujeito da educação, que, enquanto tal, precisa exercer uma reflexão do que existe ao seu redor, levando para a escola e para a sala de aula as suas experiências, seu mundo vida. No compartilhar com seus colegas e com o educador, ocorre o processo educativo de forma crítica, possibilitando, ao educando, ser inserido no mundo. Paulo Freire, um dos defensores dessa abordagem, acreditava que o homem chegará a ser sujeito por meio da reflexão sobre a realidade. “[...] Quanto mais ele reflete sobre a realidade, sobre a sua própria situação concreta, mais se torna progressiva e gradualmente consciente, comprometido a intervir na realidade para muda-la”. (MIZUKAMI, 1986, p. 86) Portanto, na abordagem sociocultural, o homem é sujeito de sua própria educação, dessa forma, toda ação educativa deve promover o próprio indivíduo, e não “formatar” seu comportamento de acordo com os padrões e normas sociais contidos na ideologia dominante. O objetivo do processo educativo é colaborar para que o aluno crie uma consciência crítica e consiga se perceber sujeito de sua própria história. Deve-se entender que a educação sociocultural se propõe a ser uma educação desafiadora, pois acredita que o homem, ao ser desafiado, tem a possibilidade de utilizar todo seu potencial criativo para responder aos desafios e, dessa forma, produz um conhecimento crítico e reflexivo. O educador sociocultural deve ser aquele que não dá respostas, mas desafia seu educando a procurá-las; deve ser o sujeito que irá instigar o aluno a ser mais, a ser sujeito de sua educação. Nessa forma de se conceber a educação, o conhecimento “é elaborado e criado a partir do mútuo condicionamento, pensamento e prática. Como processo e resultado, consiste ele na superação da dicotomia sujeito-objeto.” (MIZUKAMI, 1986, p. 91) Educar, nessa abordagem toma um sentido amplo, pois é visto como transformação do homem e, portanto, é um fator de suma importância, afinal, transformando os indivíduos, podemos transformar a sociedade. O educador deve estar atento à diversidade existente em sua escola e deve buscar práticas educativas que possibilitem o seu educando a refletir sobre sua realidade e tenha condições de sentir-se inserido no mundo. Freire acreditava que a educação é construída a partir do diálogo entre educador e educando e afirmava que não pode haver educação sem a ação dialógica, sem o diálogo amoroso e instigante e desafiador. O professor deve ser engajado com a prática transformadora e procurar desmitificar junto, com seus alunos, a cultura dominante. Não se pode ser educador, dentro dessa abordagem, sem uma postura de humildade. Além disso, nessa abordagem, a relação professor–aluno é horizontal, nunca é imposta. Educador e educando caminham lado a lado no processo de construção e reconstrução do conhecimento. O educador sociocultural é aquele que procurará criar as condições que, ao lado de seu aluno, faça a transição da consciência ingênua para a consciência crítica e, juntos, possam perceber as contradições presentes na sociedade e no grupo em que estão inseridos. Nessa forma de se conceber o processo educativo, nunca a preocupação será com o produto da aprendizagem, e sim com o processo que se construir para que a educação efetivamente se realizasse. A escola é vista, na abordagem sociocultural, como um espaço coletivo de relações sociais; um lugar que, por meio do processo de socialização, o homem constrói e reconstrói cultura; um espaço de interação social que colabora para o processo de humanização dos indivíduos. O processo educativo ocorre nos diferentes espaços da escola: no pátio, na cantina, no portão, em todos os ambientes onde o diálogo se faz presente e se torna um instrumento de crescimento humano. Portanto, a escola é um espaço de múltipla possiblidade de interação e aprendizagem, difusão de ideias, sentimento, de mentes inquietas e investigativas. Um lugar de gente. Podemos dizer que o método de Freire se divide em diferentes momentos: 1. · Investigação temática - inicia-se com a pesquisa sociológica, na qual o educador busca investigar a realidade social do aluno. Neste momento, o educador deve realizar um verdadeiro mergulho na vida do educando, com o intuito compreender a forma que este último se percebe no mundo e, dessa forma, poderá ter uma ação que ajude o aluno a educar-se. 2.· Tematização - ao adentrar na realidade do aluno, o educador deverá escolher temas e palavras geradoras que tenham significado social para seu educando. A partir disso, é possível avançar para além do limite de conhecimento que os educandos têm de sua própria realidade, podendo, assim, melhor compreendê-la, a fim de poder nela intervir criticamente. Do tema gerador geral, deverão sair às palavras geradoras; cada uma deverá ter a sua ilustração que, por sua vez, deverá suscitar novos debates. 3. Problematização - o educador busca desafiar e inspirar o aluno a adotar um postura consciente do mundo, com o intuito de superar uma possível visão mágica e acrítica que ele possa ter.
ATENÇÃO! Critérios para seleção das palavras geradoras:· Elas devem estar inseridas no contexto social dos educandos.· Elas devem ter um teor pragmático, ou melhor, devem abrigar uma pluralidade de engajamento numa dada realidade social, política, cultural, econômica, etc.· Elas devem ser selecionadas de maneira que sua sequência englobe todos os fonemas da língua, para que com seu estudo sejam trabalhadas todas as dificuldades fonéticas.