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Eletroquímica e Eletroanalítica

• Notação de Pilha:

Ex: Pt|H2(g)|HCl(aq)|AgCl(s)|Ag(s)

• as interfaces são simbolizadas por barras: |

• a junção líquida é simbolizada por:

• ponte salina (eliminação do pot. de junção): ||

Ex: Zn(s)|ZnSO4(aq)||CuSO4(aq)|Cu(s)

Pt|H2(g)|HCl(aq,b1)||HCl(aq,b2)|H2(g)|Pt

molalidade

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• Notação de Pilha:

• a reação da pilha corresponde a sua representação simbólica.

Zn(s)|ZnSO4(aq)||CuSO4(aq)|Cu(s) Lembre-se de que uma


pilha galvânica provém de
Esquerda uma reação espontânea
Direita
Oxidação Redução

• as duas meias-reações redução:

à direita: Cu+2(aq) + 2e → Cu(s)


à esquerda: Zn+2(aq) + 2e → Zn(s)
-
Cu+2(aq) + Zn(s) → Cu(s) + Zn+2(aq)
Reação global
da pilha:
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• Potencial Eletroquímico:

• para qualquer sistema químico, a descrição do estado de equilíbrio de


cada componente pode ser feita através de uma grandeza denominada
potencial químico (µ µj).

 ∂G  - Onde: G é a energia de Gibbs


µj =   nj é a quantidade de matéria
 ∂n 
 j  n i≠ j , T , p

* Equação fundamental da termodinâmica para um sistema


fechado de composição variável em equilíbrio e que realiza
somente trabalho de expansão.
dG = −SdT + Vdp + ∑ µ i dn i
i

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• Potencial Eletroquímico:

• uma característica de um sistema em equilíbrio é:


• µj constante e igual em qualquer parte do sistema.

• assim para um componente j presente em duas fases distintas


que formam um sistema (ex: fase α e β).

• tem-se que para este sistema em equilíbrio: µjα = µjβ

• exemplo: o equilíbrio eletrodo/solução eletrolítica.

Interface
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• Potencial Eletroquímico:

• na interface eletrodo/solução eletrolítica, a descrição do equilíbrio deve


considerar a presença dos campos elétricos ali existentes. Deste modo, a
descrição do equilíbrio deve ser feita através do conceito mais completo
denominado potencial eletroquímico.

µ j = µ j + z j .F.ϕ

• onde: F é a constante de Faraday,


ϕ o potencial elétrico ao qual a espécie estará submetida,
Zj é a valência de j.

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•Potencial Eletroquímico:

• Assim sendo a condição de equilíbrio para a espécie j no sistema


eletrodo/solução eletrolítica na presença de um campo elétrico será dada
por:
α
µj = µj
β
Como: µ j = µ j + z j .F.ϕ
β α
µj −µj
Logo: µjα +zjFϕα = µjβ +zjFϕβ ⇒ ∆ϕ = ϕα − ϕβ =
z jF

Definição termodinâmica de potencial elétrico.


Isto é, ∆ϕ é a diferença de potencial elétrico entre as fases α e β.

• Em um sistema eletroquímico se a fase α é o eletrodo e β é a solução


eletrolítica, ∆ϕ representa a diferença de potencial elétrico (ou galvânico) da
interface eletrodo/solução eletrolítica.

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• Relação entre o potencial de eletrodo e a composição da solução


eletrolítica.

• temos que o potencial químico de uma espécie, em uma solução ideal, é da


por:
µj = µj° + RTlnxj

onde xj é a fração molar e µ° é o potencial químico no estado padrão, isto é, o


potencial químcio quando xj = 1 (j puro).

• para soluções não-ideais emprega-se uma escala termodinâmica de


concentração denominada de atividade, de forma que:

µj = µj* + RTlnaj

Onde aj é a atividade e µ* é o potencial químico no estado padrão, isto é, o


potencial químico quando aj = 1.

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• Relação entre o potencial de eletrodo e a composição da solução


eletrolítica.

• A correlação entre as escalas termodinâmica e convencionais de concentrações


é dado pelo coeficiente de atividade (γ).

• ai = γi.xi (para substâncias que são miscíveis em qualquer proporção ou para


o solvente, para os casos que não se tem mistura homogênea em qualquer
proporção).

• aj = γj.(bj/b°) (para os solutos nos casos em que não se tem mistura


homogênea em qualquer proporção).
• bj é a molalidade da espécie j e b° é a molilidade padrão (1mol.kg-1)

• lembrar que γ é função da composição do meio, da temperatura e da pressão.

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• Relação entre o potencial de eletrodo e a composição da solução


eletrolítica.

• No caso de soluções eletrolítica diluída (concentrações da ordem de ou


menores que 0,001mol.kg-1) o coeficiente de atividade média (γ±) pode ser
obtido com base a teoria de Debye-Huckel.

logγ± = -|z+.z-|.A.I 1/2

• onde A = 509 para solução aquosa à 25,0°C e I é a força iônica adimensional


da solução.

1 2bj 
I= ∑ z j
2 j  b 
o

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• Relação entre o potencial de eletrodo e a composição da solução


eletrolítica.

• Considerando que na interface eletrodo/solução eletrolítica o seguinte


equilíbrio pode ser estabelecido:

MZ+(metal) MZ+(solução)

β α
µj − µj
• Através das eq. ∆ϕ = ϕα − ϕβ = e µj = µj* + RTlnaj
z jF

• assim substituído uma equação na outra teremos que:


Ativ. de Mz+ na solução
µ o+,M − µ o+,s RT  a M z+  Eq. de Nernst
∆ϕ = − ln  = ∆ϕo − RT ln a z+
z+F z + F  a M
M z+

 z + F M

Potencial de equilíbrio do eletrodo = 1 (Ativ. de M z+ no metal)

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• Diferença de potencial (E) em uma célula eletroquímica.

• Considerando a seguinte pilha galvânica: Zn|Zn+2(aq)||Cu+2(aq)|Cu

tem-se que: E = ∆ϕR(direita) -∆ϕR(esquerda) (IUPAC)

o que é equivalente a: E = ∆ϕR(Cu) + ∆ϕO(Zn)

mas: ∆ϕO(Zn) = - ∆ϕR(Zn)

logo: E = ∆ϕR(Cu) - ∆ϕR(Zn)

• Assim sendo, para uma célula eletroquímica que se encontra em equilíbrio a


equação Nernst, que relaciona o potencial de eletrodo com a atividade da
espécie eletroativa no meio eletrolítico, pode ser aplicada para obter uma
relação do potencial da célula (E) com a composição do meio eletrolítico.

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• Diferença de potencial (E) em uma célula eletroquímica.

• Então como: E = ∆ϕR(Cu) - ∆ϕR(Zn) e lembrado da equação de Nernst


RT
∆ϕ M = ∆ϕoM + ln a M z +
z+
RT  a Cu 2+ 
• Assim: [
E = ∆ϕ − ∆ϕ o
Cu
o
Zn ] + ln
2 F  a Zn2+



RT  a Cu2 + 
 RT  a Zn2 + 
E=E + o
ln E=E − o
ln 
2 F  a Zn2 + 
 2 F  a Cu 2 + 

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• Diferença de potencial (E) em uma célula eletroquímica.

• Generalizando a expressão anterior temos que:

RT  νi 
E = E° − ln ∏ a i 
nF  i 
Quociente reacional
Q

onde: - n é o número de elétrons transferido na reação global da célula


eletroquímica;
- υi é o coeficiente estequiométrico (lembre-se que υi é + para
os produtos e – para os reagentes).

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∆rG).
• Relação entre E e a energia de Gibbs da reação (∆

•quando a reação da pilha avança de dξ a T e p dG = ∑ µ idn i = ∑ νiµ idξ


constantes temos que: i i

 ∂G 
• mas ∆ r G =   = ∑ νiµi então: dG = ∆rG.dξ
 ∂ξ T ,p i

• no caso da pilha a T e p constantes: ∆G = We,máx. (trabalho elétrico máximo)

• para medir o trabalho elétrico máximo a pilha deve estar operando de


forma reversível.
• esta condição é possível quando o potencial da pilha é equilibrado
pelo potencial oposto de uma fonte externa.
• assim tem-se a ddp (E) a corrente nula a qual é denominada de
força eletromotriz (fem).
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∆rG).
• Relação entre E e a energia de Gibbs da reação (∆

• no caso da pilha a T e p constantes: ∆G = We,máx ou dG = dWe,máx.

• e lembrando que: dG = ∆rGdξ

• teremos que: dWe,máx. = ∆rGdξ

ξ elétrons passa pelo circuito


• para uma reação que avança de dξ, então n.dξ
externo.

• a carga total transferida entre os dois eletrodos é: -n.e.NA.dξ = -n. F.dξ

• note que: n.dξ é a quantidade de elétrons e


e.NA = F é a carga por mol de elétrons (a constante de Faraday).

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∆rG).
• Relação entre E e a energia de Gibbs da reação (∆

• Assim o trabalho efetuado quando uma carga infinitesimal –n.F.dξ passa do


ânodo para o cátodo é:

dWe, = -n.F.E.dξ

Lembre-se que o trabalho elétrico é definido por: dWe = φ.dq

carga
Potencial elétrico

• Como: dWe = ∆rG.dξ

∆rG = -n.F.E

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∆rG).
• Relação entre E e a energia de Gibbs da reação (∆

• A equação de Nernst:

• da termodinâmica temos a seguinte relação entre a energia de Gibbs da


reação (∆rG) e a composição do sistema (Q).

∆rG = ∆rG° + R.T.lnQ


∆ r G ∆ r G° RT
• se dividirmos ambos os lado da equação por –n.F: = − ln Q
− nF − nF nF
E E°

RT
E = E° − ln Q Eq. De Nernst Potencial padrão
da pilha
nF
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• Obtendo informações de sistemas eletroquímicos (célula


eletroquímica) na condição de corrente zero (I = 0).

• Pilha de concentração:

por exemplo: M|M+(aq, b1)||M+(aq, b2)|M

a reação desta pilha será: M+(aq, b2) → M+(aq, b1)

o potencial padrão da pilha é nulo (E° = 0), pois os dois compartimento são
idênticos. O que faz: ∆rG° = 0.
RT a1 RT b1
assim a equação de Nernst é: E=− ln ≈ − ln
F a2 F b2
se b2 > b1 ⇒ E > 0

• exemplo prático é a célula biológica, onde a conc. de K no interior é de 20 a


30 vezes maior que no exterior.
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• Obtendo informações de sistemas eletroquímicos (célula


eletroquímica) na condição de corrente zero (I = 0).

• quando uma pilha atinge o equilíbrio, isto é, a reação da pilha se encontra em


equilíbrio esta não pode efetuar trabalho (a pilha está descarregada).

• lembrando que para uma reação em equilíbrio: ∆rG = 0, logo Q = K

• e consequentemente: E = 0
nFE°
• assim a partir da equação de Nernst temos que: ln K =
RT

• consequentemente temos que é possível calcular K a partir do E° da pilha.

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• Potenciais Padrões.

• uma pilha galvânica é uma combinação de dois eletrodos, cada qual


contribuindo, de maneira característica, para o potencial da pilha (fem).

• não é possível medir o potencial de um eletrodo somente.

• mas podemos atribuir a um certo eletrodo o potencial nulo e medir os


potenciais dos outros em relação a esta base convencional.

• Eletrodo escolhido com referência ⇒ Eletrodo Padrão de Hidrogênio (EPH).

Pt|H2(g, 1bar)|H+(aq, a = 1) ⇒ E° = 0 em todas as temperaturas

Como medir o potencial de outros eletrodos?

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• Potenciais Padrões.
Gás hidrogênio

Eletrodo Padrão de Hidrogênio (EPH)

Ponte salina com a


célula de medida

Ácido com atividade de H+


igual a 1 (1,19mol.L-1 HCl)

Placa de platina
platinizada

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• Potenciais Padrões.

• Como medir o potencial de outros eletrodos?

• importante lembrar: o potencial padrão da pilha e os potenciais padrões de


eletrodos não altera seus valores, quando a reação da pilha ou da meia
reação, for multiplicado por um fator numérico.

• resp. medir o potencial de uma pilha montada onde um dos eletrodo é o


eletrodo padrão de hidrogênio.

• Ex.: Pt|H2(g, 1bar)|H+(aq, a =1)||Ag+(aq, a = 1)|Ag


⇒ E° (Ag+/Ag) = +0,80V à 298K.

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• Potenciais Padrões.

• A determinação experimental de E°.

considerando o exemplo anterior: Pt|H2(g, 1bar)|H+(aq, a =1)||Ag+(aq, b)|Ag

a reação da pilha é: Ag+(aq) + ½H2(g) → ½H+(aq) + Ag(s)


RT 1
e o potencial da pilha é dado por: E = E Ag + / Ag = E o
Ag + / Ag
− ln
F a Ag +

a 25,0°C ⇒ E = E oAg + / Ag + (0,05916V ) log a Ag +

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• Potenciais Padrões.

• A determinação experimental de E°.

se a solução fosse uma solução diluída ideal, poderíamos substituir aAg+ por b+
= b, a molalidade do sal de prata.

de modo que a equação anterior fica: E = E°Ag+/Ag + (0,05916V)log(b/b°)

assim medindo E para vários valores de b e construindo a curva de E contra


log b, obtemos uma linha reta onde a interseção com o eixo vertical, para b =
1mol.kg-1, daria o valor de E°Ag+/Ag.

• Entretanto a coisa não tão simples assim.

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• Potenciais Padrões.

A determinação experimental de E°.

- Não podemos substituir aAg+ por b e conversar a esperança de obtermos


resultados precisos mediante nossa equação.

- Numa solução iônica, a atividade de um íon pode ser representada pela


atividade iônica média a± = γ±b±.

- no nosso caso, se a solução contém apenas nitrato de prata, então, b± = b o


que faz com que a equação anterior fique:

E = EAg+/Ag° + (0,05916V)log(b/b°) + (0,05916V)log γ±

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• Potenciais Padrões.

A determinação experimental de E°.

- Se as medidas forem realizadas em soluções suficientemente diluídas para que


a lei limite de Debye-Hückel seja válida ,

- então no caso em questão: log γ± = -(0,5092)(b/b°)

- que baseado na equação anterior teremos que:

E – (0,05916V)log(b/b°) = EAg+/Ag° -(0,03012V)(b/b°)1/2

- A partir das medidas de E e b, o primeiro membro dessa equação pode ser


calculado. Colocando-se o primeiro membro da equação em função de b1/2, a
extrapolação da curva para b1/2 = 0 fornece o valor de EAg+/Ag°.

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• Potenciais Padrões.

• As condições de medidas dos potenciais


padrões raramente são verificadas.

- atividades das espécies iônicas não são unitárias


- temperatura ambiente variável
- existem impurezas nos metais
- os metais podem ser portadores de um eletrodo
gasoso
- pode formar-se uma camada de óxido
- ...

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Eletroquímica e Eletroanalítica

• Potenciais Padrões.
• Veja como muda os potenciais de eletrodos quanto o meio eletrolítico

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