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CAMPUS FLORIANÓPOLIS
CENTRO DE CIÊNCIAS FÍSICAS E MATEMÁTICA
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA
Alvira Bossy, Beatriz Tábata Brandão Marcondes, Gabriela Roecker Schleicher, João
Gabriel Campos dos Santos, Laura Ribeiro Maria, Natália Inácio Faustino e Vilson Mateus de
Paula Santos
Florianópolis,
2022
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ……………………………………………………………..….…...01
1.1 Condutividade e Condutividade Molar …………………………..………………01
1.2 Lei de Kohlrausch ……………………………………………..……..…………. 03
1.3 Lei de Ostwald ………………………………………...…………………………03
2. OBJETIVOS …………………………………………………………..…………….06
3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ……………...…………………………....07
3.1 Materiais ……………………………………………….…………………………07
3.2 Preparo das soluções ……………………………..…………………….………...07
3.3 Medidas de condutividade ………………………………………………….……08
4. TRATAMENTO DOS RESÍDUOS QUÍMICOS ………………………………....09
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ……………………………………………………11
6. CONCLUSÃO………………………………………….……………………………10
7. QUESTIONÁRIO ……………………………………..……………………………13
8. DADOS DA LITERATURA (25°C) ………………….……………………………20
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ……………………………………….……21
1
1. INTRODUÇÃO
A condutividade é uma característica dos materiais que discorre acerca da facilidade em que
eles são capazes de realizar o transporte de energia ou partículas, na forma de calor, carga
elétrica ou matéria. Nesse sentido, a água pura é um exemplo de um mau condutor, entretanto,
soluções aquosas podem ser boas ou más condutoras. Dito isso, pode-se diferenciar as
substâncias em duas grandes categorias, de acordo com o comportamento de suas soluções
aquosas frente à corrente elétrica.
𝑙 𝑙 1
𝑅 = ρ. 𝐴
= κ.𝐴
= 𝐿
(1)
1 𝑙 𝑙 𝐴
κ = 𝑅 𝐴
= 𝐴
𝐿 𝑜𝑢 𝐿 = κ 𝑙
(2)
Figura 1 - (a) Condutividade da solução de KCl versus concentração. (b) Condutividade da solução de
CH3COOH versus concentração.
Λm =
1000κ
𝐶
= Λm =
( 3 −1
10 κ(𝑆𝑐𝑚 )
−3
𝐶(𝑚𝑜𝑙𝑐𝑚 ) ) 2
= 𝑆𝑐𝑚 𝑚𝑜𝑙
−1 −1
= Ω 𝑐𝑚 𝑚𝑜𝑙
2 −1
(3)
O valor de 103 multiplicando κ transforma a unidade mol L-1 para mol cm-3.
Λ𝑚 = Λ∞ − 𝑐𝑡𝑒 𝑐 (4)
Deste modo, dado que a Equação 4 está na forma linear do tipo 𝑦 = 𝑎𝑥 + 𝑏, podemos
descrever o gráfico da Figura 2 a partir de valores experimentais de x e y, em que 𝑦 = Λ𝑚 e
𝑥 = 𝑐. Além disso, quando x = 0, o valor do coeficiente angular (b) será Λ∞. Vale ressaltar
que essa lei é válida para baixas diluições e também é conhecida como Lei da Condutividade
Independente dos Íons ou da Migração Independente dos Íons, pois em diluição infinita, a
condutividade molar dos eletrólitos se apresenta como uma propriedade aditiva, visto que é
dada pelas contribuições fixas e características dos íons, intituladas como condutividades
molares limites do ânion e do cátion.
A lei de Ostwald é empregada para os eletrólitos fracos, em virtude deles não se dissociarem
completamente e possuírem condutividade menor se comparado aos eletrólitos fortes, como
por exemplo, o ácido acético. Por essa perspectiva, com o aumento da concentração de íons o
4
+ − 2
𝐾 = [ [𝐻𝐴
𝐻 ][𝐴 ] 𝐶α
]
= 1−α
(5)
Λ𝑚
α = Λ∞
(6)
2
2
𝐶α Λ 𝑚.𝐶
𝐾 = 1−α
= (Λ∞ − Λ𝑚)Λ∞
(7)
O valor limite da condutividade molar de eletrólitos fracos Λ∞ pode ser obtido pela
linearização da Equação 7 tornando-a do tipo: y = ax + b (Equação 8).
1 1 Λ𝑚.𝐶
Λ𝑚
= Λ∞
+ 2 (8)
𝐾.(Λ∞)
Desta maneira, o gráfico de 1/Λm vs. C.Λm, soluciona a Equação 8 e possibilita a determinação
de 1/Λ∞, e K utilizando a equação da reta y = ax + b (Figura 3), no qual b = 1/Λ∞ quando x = 0,
e a = 1/K(Λ∞)2, obtido do coeficiente angular da reta (Figura 3).
5
2. OBJETIVOS
3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
3.1 Materiais
Soluções: KCl 1 mol L-1; ácido acético 1 mol L-1; solução padrão de KCl (0,7452 g kg-1 =
0,01 mol kg-1) para calibrar o condutivímetro.
Outros: Frasco lavador com água destilada; papel absorvente; pHmetro ou indicador
ácido/base (fenolftaleína) para medir e neutralizar o pH da solução de ácido acético antes do
descarte na pia.
Solução 1 2 3 4 5 6 7 8 9
M2 (mol
L-1) 0,10 0,050 0,010 0,0075 0,0050 0,0025 0,0010 0,00075 0,00050
Volume,
mL 10 5 1 7,5 5 2,5 10 7,5 5
8
A partir das soluções geradas de ácido acético e de KCl, na qual ambas são consideradas
diluídas, pode-se descartar diretamente na pia. Entretanto, anteriormente ao descarte, é
fundamental averiguar, por meio do pHmetro, se o pH dos efluentes está variando entre 5 e 9
e, caso for necessário, é recomendado adicionar algumas gotas de base, com o intuito de
adequá-lo entre a variável de pH permitida para o descarte do efluente.
10
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Solução 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Conc.
M2 0,01
0,10 0,050 0,0075 0,0050 0,0025 0,0010 0,00075 0,00050
(mol 0
L-1)
Cond. κ 160
16000 8550 1119 564 463 207 130,2 91,2
(μS/cm) 8
Cond.
Molar 160,
160 171 149,2 112,8 185,2 207 173,6 182,4
(Scm2/ 8
mol-1)
Temper
atura 21,6 21,5 21,6 21,7 21,4 21,5 21,7 21,7 21,8
(oC)
Solução 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Conc.
0,0007 0,0005
M2 (mol 0,10 0,050 0,010 0,0075 0,0050 0,0025 0,0010
5 0
L-1)
Cond. κ
573,0 413,3 185,7 154,5 124,4 87,9 55,8 47,7 36,4
(μS/cm)
Cond.
Molar
5,73 8,266 18,57 20,6 24,88 35,16 55,8 63,6 72,8
(Scm2/
mol-1)
𝐶. Λ𝑚 0,413 0,185
0,573 0,1545 0,1244 0,0879 0,0558 0,0477 0,0364
3 7
Temper
atura 21,6 21,5 21,8 21,4 21,9 21,3 21,9 21,1 21,5
(oC)
Com base nos gráficos, é possível observar um comportamento distinto entre as duas
espécies. No caso do cloreto de sódio (KCl), houve um aumento proporcional no que
concerne à condutividade κ (μS/cm) quando aumentava-se a concentração do soluto, enquanto
com o ácido acético (CH₃COOH), a curva foi como a do gráfico de uma função raiz, subindo
exponencialmente nas soluções menos concentradas, para então continuar crescendo, mas em
uma intensidade muito menor, nas concentrações mais altas..
Foi notável a diferença entre as temperaturas visto que, na teoria, a temperatura ideal é 25oC.
No entanto, neste experimento, ela variou entre 21,1 e 21,9oC. Em vista disso, os valores
apresentaram, respectivamente, erros experimentais de 15,45% e 40,02% em relação à
literatura.
Ademais, o pKa também foi analisado. A partir de dois pontos aleatórios no gráfico da
questão 7.4, alcançamos o valor de 4,99 em comparação ao de 4,74 da literatura. Deste modo,
o erro experimental foi de 5,27%.
Solução 1 2 3 4 5 6 7 8 9
6. CONCLUSÃO
7. QUESTIONÁRIO
7.1 Prepare a tabela de dados para os cálculos (Ver Tabela 2 e Tabela 3).
Em anexo (Tabela 2 e Tabela 3 no tópico “Procedimento Experimental”.
7.2 Faça dois gráficos em papel milimetrado, de condutividade (y) vs. concentração (x),
um para o KCl e outro para o CH3COOH, veja os exemplos Fig. 1a e Fig. 1b. Discuta as
diferenças de comportamento dos dados.
Para o KCl:
Para o CH3COOH:
15
Quanto aos resultados, foi observada uma diferença na reação de cada eletrólito ao aumento
da concentração, quando analisando a condutividade κ (μS/cm). No caso do cloreto de sódio
(KCl), o aumento na concentração aumentou a condutividade proporcionalmente, como em
uma função de 1° grau (f(x) = ax + b), isto é, de forma linear conforme a Lei de Kohlrausch
para eletrólitos fortes. De maneira diferente, o ácido acético (CH₃COOH) mostrou um
aumento exponencial entre as menores concentrações, mas diminuiu em intensidade quando a
concentração aumentou o suficiente, mantendo o sentido de aumento da condutividade κ, ou
seja, o crescimento não é proporcional à concentração. Podemos dizer que ele assumiu a
forma de uma função não linear (curva crescente em que a concavidade é voltada para baixo),
de acordo com a sua resposta ao aumento da concentração do soluto ácido, caracterizando-se
como um eletrólito fraco.
7.3 Determine a condutividade molar na diluição infinita Λ∞ para o KCl, (veja equação 4
gráfico 2). (gráficos em papel milimetrado). Compare os valores com os da literatura
(dados abaixo) e calcule o erro experimental.
% = 15, 45%
7.4 Determine a condutividade molar na diluição infinita Λ∞ para o ácido acético, (veja
equação 8 e figura 3).(gráficos em papel milimetrado). Compare os valores com os da
literatura (abaixo) e calcule o erro experimental.
1
y= Λ𝑚
e x = Λ𝑚𝐶
Dado que: b = 1/Λ∞HAc e b = 1,73.10-3, pode-se concluir que 1/Λ∞HAc = 1,73.10-3. Logo: Λ∞HAc =
578,03.
|578,03 − 390,5|
% = 390,5
. 100
187,53
% = 390,5
. 100
% = 40, 02%
7.5 Determine a constante de dissociação (Ka) do ácido acético pelo gráfico feito na
questão anterior 7.4 (ver Figura 3, Equação 8). Calcule o erro experimental comparando
com o pKa da literatura e discuta o resultado.
Ka = 1,9 x 10-5
pKa = 4,74
Cálculo do Ka (gráfico):
∆𝑦
𝑎 = ∆𝑥
(0,1210 − 0,0539)
𝑎 = (0,4133 − 0,1857)
0,0671
𝑎 = 0,2276
𝑎 = 0, 2948
1
0, 2948 = 2
𝐾(578,03)
−5
𝐾 = 1, 01525. 10 . Logo:
𝑝𝐾𝑎 = − 𝑙𝑜𝑔𝐾𝑎
−5
𝑝𝐾𝑎 = − 𝑙𝑜𝑔(1, 01525. 10 )
𝑝𝐾𝑎 = 4,99
|4,99 − 4,74|
% = 4.74
. 100
0,25
% = 4,74
. 100
% = 5, 27%
7.6 Usando os valores experimentais determine o grau de dissociação (α) do ácido acético
para as várias concentrações. Use a equação 5.1 ou equação 6. Observe a tendência dos
valores de α com relação à concentração e compare com o gráfico da questão 7.2, para o
ácido acético. Explique.
Λ𝑚
Utilizado a Equação 6: α = Λ∞
5,73
α1= 578,03
= 0, 009913
8,26
α2 = 578,03
= 0, 01490
18,57
α3 = 578,03
= 0, 03213
20,69
α4 = 578,03
= 0, 03564
24,88
α5 = 578,03
= 0, 04304
35,16
α6= 578,03
= 0, 06082
55,8
α7 = 578,03
= 0, 09653
63,6
α8 = 578,03
= 0, 1100
72,8
α9 = 578,03
= 0, 1259
19
Nota-se pelos cálculos realizados que o grau de dissociação (α) do ácido acético aumenta até
uma dada concentração, na qual essa diferença de aumento diminui.
Relacionando o grau de dissociação calculados e o gráfico da questão 7.2, que demonstra a
relação condutividade vs. concentração, há uma relação inversa entre o grau de dissociação e
a condutividade. Ou seja, para o ácido acético, por ser um eletrólito fraco, quanto menor sua
concentração, maior é a dissociação desse ácido.
7.9 Que tipo de resíduo químico foi gerado neste experimento e como foi tratado?
Neste experimento foram gerados resíduos de ácido acético, que são similares ao vinagre
comercial, e solução salina de KCl – esta que quando está diluída não apresenta toxicidade.
Antes de descartar esses resíduos foi necessário verificar o pH, o qual deveria estar variando
na faixa entre 5 e 9 e, conforme a necessidade, o procedimento era adicionar algumas gotas de
base para alcançar os valores dentro dessa variação. Como as soluções encontravam-se nessa
faixa de pH, foi possível descartá-las na pia para serem encaminhadas para o esgoto sanitário.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS