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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CAMPUS FLORIANÓPOLIS
CENTRO DE CIÊNCIAS FÍSICAS E MATEMÁTICA
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA

Alvira Bossy, Beatriz Tábata Brandão Marcondes, Gabriela Roecker Schleicher, João
Gabriel Campos dos Santos, Laura Ribeiro Maria, Natália Inácio Faustino e Vilson Mateus de
Paula Santos

CONDUTIVIDADE DE SOLUÇÕES ELETROLÍTICAS

Florianópolis,
2022
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ……………………………………………………………..….…...01
1.1 Condutividade e Condutividade Molar …………………………..………………01
1.2 Lei de Kohlrausch ……………………………………………..……..…………. 03
1.3 Lei de Ostwald ………………………………………...…………………………03
2. OBJETIVOS …………………………………………………………..…………….06
3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ……………...…………………………....07
3.1 Materiais ……………………………………………….…………………………07
3.2 Preparo das soluções ……………………………..…………………….………...07
3.3 Medidas de condutividade ………………………………………………….……08
4. TRATAMENTO DOS RESÍDUOS QUÍMICOS ………………………………....09
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ……………………………………………………11
6. CONCLUSÃO………………………………………….……………………………10
7. QUESTIONÁRIO ……………………………………..……………………………13
8. DADOS DA LITERATURA (25°C) ………………….……………………………20
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ……………………………………….……21
1

1. INTRODUÇÃO

1.1 Condutividade e Condutividade Molar

A condutividade é uma característica dos materiais que discorre acerca da facilidade em que
eles são capazes de realizar o transporte de energia ou partículas, na forma de calor, carga
elétrica ou matéria. Nesse sentido, a água pura é um exemplo de um mau condutor, entretanto,
soluções aquosas podem ser boas ou más condutoras. Dito isso, pode-se diferenciar as
substâncias em duas grandes categorias, de acordo com o comportamento de suas soluções
aquosas frente à corrente elétrica.

1. Eletrólitos: são substâncias que dão origem a soluções aquosas condutoras de


eletricidade; a essa classe pertencem os ácidos, as bases e os sais (CONSTANTINO,
ano).
2. Não-eletrólitos: são substâncias cuja solução aquosa não conduz eletricidade, sendo
exemplos as substâncias orgânicas em geral, como álcool, glicerina, açúcar, etc
(CONSTANTINO, ano).

À vista disso, a condutometria é um método de análise que se fundamenta na medida da


condutividade elétrica de uma solução eletrolítica. Para tanto, é essencial o conhecimento de
determinados termos e relações, como será exposto a seguir.

Em um meio condutor uniforme com uma secção transversal, a resistência R é diretamente


proporcional ao comprimento e inversamente proporcional a secção transversal da área A do
condutor:

𝑙 𝑙 1
𝑅 = ρ. 𝐴
= κ.𝐴
= 𝐿
(1)

Sendo que a constante do meio ρ é a resistência específica; L a condutância do meio e, por


fim, κ é a condutância específica ou condutividade. Usualmente, é utilizado ρ para os
condutores metálicos e κ para eletrólitos em solução. A condutividade de uma solução de
eletrólitos é dada pela equação seguinte (2), em que κ possui dimensões de ohm-1cm-1 ou
Ω-1cm-1. Em relação a padronização do Sistema Internacional de Medidas (SI), o símbolo para
condutância é S (Siemens) e a unidade de condutividade é Siemens por metro (S m-1). No
qual: 1S = 1Ω-1. Em geral, nas medidas experimentais emprega-se S cm-1.
2

1 𝑙 𝑙 𝐴
κ = 𝑅 𝐴
= 𝐴
𝐿 𝑜𝑢 𝐿 = κ 𝑙
(2)

As dimensões de comprimento e área entre os eletrodos podem ser definidas ao mensurar a


condutividade de uma solução. No entanto, o eletrodo geralmente é calibrado com uma
solução de condutividade conhecida e a partir da razão entre a medida da condutividade a ser
tabulada e a medida da solução em que se tem conhecimento da condutividade, é possível
obter a razão do comprimento pela seção transversal do eletrodo, isto é, l/A, denominada de
constante do eletrodo. Isto posto, essa constante é determinada usando-se soluções de cloreto
de potássio (KCl) de condutividades conhecidas e normalmente pode ser encontrada no
próprio manual do equipamento.

A fim de demonstrar a dependência da concentração com a condutividade para um eletrólito


forte (KCl) e para um eletrólito fraco (ácido acético, CH3COOH), as figuras 1a e 1b
evidenciam essa relação por meio de gráficos. Ainda que os comportamentos se apresentem
de maneira distinta, a condutividade aumenta com a concentração das soluções nos dois casos.

Figura 1 - (a) Condutividade da solução de KCl versus concentração. (b) Condutividade da solução de
CH3COOH versus concentração.

Com o intuito de melhor comparar a capacidade de conduzir corrente entre eletrólitos


distintos, é utilizada a condutividade por mol, isto é, a condutividade molar Λm. Sua
determinação se dá a partir da condutividade (κ) e da concentração (C) da substância na
solução eletrolítica em questão, conforme apresenta a Equação 3. No caso de soluções muito
diluídas, a condutividade molar aproxima-se de um valor limite, conhecido como
condutividade à diluição infinita Λ∞.
3

Λm =
1000κ
𝐶
= Λm =
( 3 −1
10 κ(𝑆𝑐𝑚 )
−3
𝐶(𝑚𝑜𝑙𝑐𝑚 ) ) 2
= 𝑆𝑐𝑚 𝑚𝑜𝑙
−1 −1
= Ω 𝑐𝑚 𝑚𝑜𝑙
2 −1
(3)

O valor de 103 multiplicando κ transforma a unidade mol L-1 para mol cm-3.

1.2 Lei de Kohlrausch

A dependência da concentração com a condutividade molar em eletrólitos fortes foi definida


pela lei de Kohlrausch:

Λ𝑚 = Λ∞ − 𝑐𝑡𝑒 𝑐 (4)

Deste modo, dado que a Equação 4 está na forma linear do tipo 𝑦 = 𝑎𝑥 + 𝑏, podemos
descrever o gráfico da Figura 2 a partir de valores experimentais de x e y, em que 𝑦 = Λ𝑚 e

𝑥 = 𝑐. Além disso, quando x = 0, o valor do coeficiente angular (b) será Λ∞. Vale ressaltar

que essa lei é válida para baixas diluições e também é conhecida como Lei da Condutividade
Independente dos Íons ou da Migração Independente dos Íons, pois em diluição infinita, a
condutividade molar dos eletrólitos se apresenta como uma propriedade aditiva, visto que é
dada pelas contribuições fixas e características dos íons, intituladas como condutividades
molares limites do ânion e do cátion.

Figura 2 - Condutividade molar do KCl vs a raiz quadrada da concentração

1.3 Lei de Ostwald

A lei de Ostwald é empregada para os eletrólitos fracos, em virtude deles não se dissociarem
completamente e possuírem condutividade menor se comparado aos eletrólitos fortes, como
por exemplo, o ácido acético. Por essa perspectiva, com o aumento da concentração de íons o
4

equilíbrio de dissociação é deslocado na direção das moléculas não dissociadas (Lei da


diluição de Ostwald). Deste modo, a constante de equilíbrio da dissociação é dado por:

+ − 2
𝐾 = [ [𝐻𝐴
𝐻 ][𝐴 ] 𝐶α
]
= 1−α
(5)

Sendo assim, é possível simplificar a Equação 5 ao considerar que o fator (1 - α) é próximo de


1, porque α é um valor pequeno. Ao efetuar essa simplificação, a equação pode ser reescrita
desta forma:

Λ𝑚
α = Λ∞
(6)

Estabelecendo-se Λm para um eletrólito fraco de concentração C conhecida, Equação 3 e Λ∞ a


partir da Equação 8, pode-se alcançar o grau de ionização do eletrólito fraco numa certa
concentração. A relação entre α e Λ∞ possibilita o cálculo da constante de dissociação K
conforme a Equação 7:

2
2
𝐶α Λ 𝑚.𝐶
𝐾 = 1−α
= (Λ∞ − Λ𝑚)Λ∞
(7)

O valor limite da condutividade molar de eletrólitos fracos Λ∞ pode ser obtido pela
linearização da Equação 7 tornando-a do tipo: y = ax + b (Equação 8).

1 1 Λ𝑚.𝐶
Λ𝑚
= Λ∞
+ 2 (8)
𝐾.(Λ∞)

Desta maneira, o gráfico de 1/Λm vs. C.Λm, soluciona a Equação 8 e possibilita a determinação
de 1/Λ∞, e K utilizando a equação da reta y = ax + b (Figura 3), no qual b = 1/Λ∞ quando x = 0,
e a = 1/K(Λ∞)2, obtido do coeficiente angular da reta (Figura 3).
5

Figura 3 - Determinação da condutividade molar limite (Λ∞) para eletrólitos fracos


6

2. OBJETIVOS

Utilização adequada do aparelho condutivímetro. Além da medição da condutividade de


eletrólitos fortes e fracos, bem como o cálculo do grau de dissociação e a constante de
dissociação destes eletrólitos fracos.
7

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

3.1 Materiais

Soluções: KCl 1 mol L-1; ácido acético 1 mol L-1; solução padrão de KCl (0,7452 g kg-1 =
0,01 mol kg-1) para calibrar o condutivímetro.

Vidrarias: 18 balões volumétricos de 100 mL (9 para cada subgrupo); 2 pipetas volumétricas


de 10 mL; 2 pipetas volumétricas de 5 mL; 2 pipetas graduadas de 10 mL; 2 pipetas
graduadas de 5 mL; 2 frascos de fundo chato para medidas de condutividade.

Outros: Frasco lavador com água destilada; papel absorvente; pHmetro ou indicador
ácido/base (fenolftaleína) para medir e neutralizar o pH da solução de ácido acético antes do
descarte na pia.

Equipamentos: Dois condutivímetros.

3.2. Preparo das soluções

O grupo se organizou em dois subgrupos: um preparou as soluções de KCl e o outro, as


soluções de ácido acético. Cada subgrupo utilizou uma bancada e enumerou 9 balões
volumétricos do 1 ao 9. As soluções de KCl e ácido acético foram preparadas conforme as
concentrações indicadas na tabela 1 abaixo. Para os balões 01 ao 03 foram utilizadas as
soluções estoque de 1M, para os balões 04 a 06 a solução estoque 0,1M e para balões 7 ao 9
solução estoque 0,01M.
Tabela 1 - Preparo das soluções

Solução 1 2 3 4 5 6 7 8 9

M2 (mol
L-1) 0,10 0,050 0,010 0,0075 0,0050 0,0025 0,0010 0,00075 0,00050

Volume,
mL 10 5 1 7,5 5 2,5 10 7,5 5
8

3.3 Medidas da condutividade

Após a preparação das 18 soluções, iniciamos o processo de medição de suas respectivas


condutividades com o auxílio do condutivímetro. Porém, anteriormente a essa etapa,
calibramos o equipamento com a solução padrão de KCl e verificamos em que unidade este
estava operando, sendo em μS/cm. Ademais, realizamos a limpeza do eletrodo e, a partir da
solução mais diluída para mais concentrada (a fim de evitar contaminações), começamos a
efetuar as medidas tanto da condutividade κ quanto da temperatura (oC), registrando-as nas
tabelas anexadas no tópico “Resultados e Discussões''. O procedimento da medição consistiu
na imersão do eletrodo na solução, utilizando um frasco apropriado para esta ação, até este
alcançar a marca azul.
9

4. TRATAMENTO DOS RESÍDUOS QUÍMICOS

A partir das soluções geradas de ácido acético e de KCl, na qual ambas são consideradas
diluídas, pode-se descartar diretamente na pia. Entretanto, anteriormente ao descarte, é
fundamental averiguar, por meio do pHmetro, se o pH dos efluentes está variando entre 5 e 9
e, caso for necessário, é recomendado adicionar algumas gotas de base, com o intuito de
adequá-lo entre a variável de pH permitida para o descarte do efluente.
10

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Conforme a medição de condutividade realizada no procedimento experimental, alcançamos


os seguintes resultados para as soluções de diferentes concentrações de KCl e CH3COOH,
1000κ
utilizando a equação Λm = 𝐶
para os cálculos referentes à condutividade molar.

Tabela 2 - Cloreto de potássio (KCl)

Solução 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Conc.
M2 0,01
0,10 0,050 0,0075 0,0050 0,0025 0,0010 0,00075 0,00050
(mol 0
L-1)

Cond. κ 160
16000 8550 1119 564 463 207 130,2 91,2
(μS/cm) 8

Cond.
Molar 160,
160 171 149,2 112,8 185,2 207 173,6 182,4
(Scm2/ 8
mol-1)

𝐶 0,3162 0,2236 0,1 0,0866 0,0707 0,05 0,0316 0,0274 0,0224

Temper
atura 21,6 21,5 21,6 21,7 21,4 21,5 21,7 21,7 21,8
(oC)

Tabela 3 - Ácido Acético (CH 3COOH)

Solução 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Conc.
0,0007 0,0005
M2 (mol 0,10 0,050 0,010 0,0075 0,0050 0,0025 0,0010
5 0
L-1)

Cond. κ
573,0 413,3 185,7 154,5 124,4 87,9 55,8 47,7 36,4
(μS/cm)

Cond.
Molar
5,73 8,266 18,57 20,6 24,88 35,16 55,8 63,6 72,8
(Scm2/
mol-1)

1/Λ𝑚 0,121 0,053


0,1745 0,0485 0,0402 0,0284 0,0179 0,0157 0,0137
0 9
11

𝐶. Λ𝑚 0,413 0,185
0,573 0,1545 0,1244 0,0879 0,0558 0,0477 0,0364
3 7

Temper
atura 21,6 21,5 21,8 21,4 21,9 21,3 21,9 21,1 21,5
(oC)

À vista disso, a partir dos valores de condutividade e concentração, desenvolvemos dois


gráficos a fim de compreender o comportamento de ambos os eletrólitos em relação ao
aumento de concentração. Desta forma, alcançamos os respectivos resultados para o cloreto
de potássio e o ácido acético:
Gráfico 1 - Condutividade vs. concentração (KCl)

Gráfico 2 - Condutividade vs. concentração (CH3COOH)


12

Com base nos gráficos, é possível observar um comportamento distinto entre as duas
espécies. No caso do cloreto de sódio (KCl), houve um aumento proporcional no que
concerne à condutividade κ (μS/cm) quando aumentava-se a concentração do soluto, enquanto
com o ácido acético (CH₃COOH), a curva foi como a do gráfico de uma função raiz, subindo
exponencialmente nas soluções menos concentradas, para então continuar crescendo, mas em
uma intensidade muito menor, nas concentrações mais altas..

Em outro ponto, temos a condutividade molar (Scm2/mol-1), que apresentou resultados


diferentes entre os solutos também. Com o KCl, ela variou conforme a concentração do soluto
aumentava, não estando proporcional, mas obteve uma média crescente, enquanto com o
ácido acético, houve um aumento estável e sem grandes variações conforme a concentração
subia. Sendo assim, através dos gráficos da questão 7.3 (disponível no tópico do
“Questionário”), pode-se calcular a condutividade molar na diluição infinita Λ∞ tanto para o
KCl quanto para o ácido acético, obtendo os respectivos resultados: 173 S.cm2.mol-1 578,03
S.cm2.mol-1.

Foi notável a diferença entre as temperaturas visto que, na teoria, a temperatura ideal é 25oC.
No entanto, neste experimento, ela variou entre 21,1 e 21,9oC. Em vista disso, os valores
apresentaram, respectivamente, erros experimentais de 15,45% e 40,02% em relação à
literatura.

Ademais, o pKa também foi analisado. A partir de dois pontos aleatórios no gráfico da
questão 7.4, alcançamos o valor de 4,99 em comparação ao de 4,74 da literatura. Deste modo,
o erro experimental foi de 5,27%.

Tabela 4 - Grau de dissociação do CH3COOH conforme a concentração da solução

Solução 1 2 3 4 5 6 7 8 9

M (mol 0,0007 0,0005


0,10 0,050 0,010 0,0075 0,0050 0,0025 0,0010
L-1) 5 0

0,009 0,0149 0,0321 0,0356 0,0430 0,0608 0,0965


α 0,1100 0,1259
913 0 3 4 4 2 3
13

6. CONCLUSÃO

O objetivo deste relatório foi observar a diferença na capacidade de transportar energia


de cada uma das soluções eletrolíticas analisadas, através do uso do condutivímetro neste
experimento.
Diante dos resultados obtidos, pode-se concluir que o KCl é um eletrólito forte, devido
a característica dele se dissociar completamente em solução aquosa, o que faz com que haja
mais íons disponíveis para o transporte de corrente elétrica. Por outro lado, o CH3COOH é um
eletrólito fraco, dado que ele tende a se dissociar parcialmente em solução aquosa, mantendo
uma parcela de moléculas não ionizadas. Com o aumento da concentração, o equilíbrio de
dissociação é deslocado para as moléculas não dissociadas. Tal característica faz com haja
menos íons disponíveis para conduzir a corrente elétrica quando comparado a um eletrólito
forte. Entretanto, apesar deste comportamento distinto entre os dois, em ambos os casos a
condutividade tende a aumentar com a concentração das soluções, porém, de maneiras
diferentes: uma linear e outra não linearmente.
Por meio de cálculos, notam-se erros experimentais de 15,45% e 40,02% em relação à
literatura. A discrepância se deve, possivelmente, a algumas falhas no decorrer do
procedimento, como a contaminação das soluções, alterações na temperatura, erros na
medição etc. No entanto, na análise do pKa, o erro experimental foi de apenas 5,27%.
Calculando o grau de dissociação do ácido acético para todas as soluções de concentrações
distintas, confirmou-se a Lei de Ostwald em que, conforme a concentração aumenta, o grau de
dissociação diminui.
14

7. QUESTIONÁRIO

7.1 Prepare a tabela de dados para os cálculos (Ver Tabela 2 e Tabela 3).
Em anexo (Tabela 2 e Tabela 3 no tópico “Procedimento Experimental”.

7.2 Faça dois gráficos em papel milimetrado, de condutividade (y) vs. concentração (x),
um para o KCl e outro para o CH3COOH, veja os exemplos Fig. 1a e Fig. 1b. Discuta as
diferenças de comportamento dos dados.
Para o KCl:

Para o CH3COOH:
15

Quanto aos resultados, foi observada uma diferença na reação de cada eletrólito ao aumento
da concentração, quando analisando a condutividade κ (μS/cm). No caso do cloreto de sódio
(KCl), o aumento na concentração aumentou a condutividade proporcionalmente, como em
uma função de 1° grau (f(x) = ax + b), isto é, de forma linear conforme a Lei de Kohlrausch
para eletrólitos fortes. De maneira diferente, o ácido acético (CH₃COOH) mostrou um
aumento exponencial entre as menores concentrações, mas diminuiu em intensidade quando a
concentração aumentou o suficiente, mantendo o sentido de aumento da condutividade κ, ou
seja, o crescimento não é proporcional à concentração. Podemos dizer que ele assumiu a
forma de uma função não linear (curva crescente em que a concavidade é voltada para baixo),
de acordo com a sua resposta ao aumento da concentração do soluto ácido, caracterizando-se
como um eletrólito fraco.

7.3 Determine a condutividade molar na diluição infinita Λ∞ para o KCl, (veja equação 4
gráfico 2). (gráficos em papel milimetrado). Compare os valores com os da literatura
(dados abaixo) e calcule o erro experimental.

y =Λ𝑚 (Scm2/mol) e x = 𝑐 (mol.L-1)

Λ∞KCl (gráfico) = 173 S.cm2.mol-1


Λ∞KCl (literatura) = 149,86 S.cm2.mol-1
16

Cálculo do erro experimental:


|𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 − 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜|
% = 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜
. 100
|173 − 149,86|
% = 149,86
. 100
23,14
% = 149,86
. 100

% = 15, 45%

7.4 Determine a condutividade molar na diluição infinita Λ∞ para o ácido acético, (veja
equação 8 e figura 3).(gráficos em papel milimetrado). Compare os valores com os da
literatura (abaixo) e calcule o erro experimental.

1
y= Λ𝑚
e x = Λ𝑚𝐶

Dado que: b = 1/Λ∞HAc e b = 1,73.10-3, pode-se concluir que 1/Λ∞HAc = 1,73.10-3. Logo: Λ∞HAc =
578,03.

Λ∞HAc (gráfico) = 578,03 S.cm2.mol-1


Λ∞HAc (literatura) = 390,5 S.cm2.mol-1

Cálculo do erro experimental:

|𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 − 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜|


% = 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜
. 100
17

|578,03 − 390,5|
% = 390,5
. 100
187,53
% = 390,5
. 100

% = 40, 02%

7.5 Determine a constante de dissociação (Ka) do ácido acético pelo gráfico feito na
questão anterior 7.4 (ver Figura 3, Equação 8). Calcule o erro experimental comparando
com o pKa da literatura e discuta o resultado.

Constante de dissociação do ácido acético (literatura):

Ka = 1,9 x 10-5

pKa = 4,74

Cálculo do Ka (gráfico):

∆𝑦
𝑎 = ∆𝑥

(0,1210 − 0,0539)
𝑎 = (0,4133 − 0,1857)

0,0671
𝑎 = 0,2276

𝑎 = 0, 2948

Sendo que: 𝑎 = 1/K(Λ∞)2. Então:

1
0, 2948 = 2
𝐾(578,03)

−5
𝐾 = 1, 01525. 10 . Logo:

𝑝𝐾𝑎 = − 𝑙𝑜𝑔𝐾𝑎

−5
𝑝𝐾𝑎 = − 𝑙𝑜𝑔(1, 01525. 10 )

𝑝𝐾𝑎 = 4,99

Cálculo do erro experimental:

|𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 − 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜|


% = 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜
. 100
18

|4,99 − 4,74|
% = 4.74
. 100
0,25
% = 4,74
. 100

% = 5, 27%

7.6 Usando os valores experimentais determine o grau de dissociação (α) do ácido acético
para as várias concentrações. Use a equação 5.1 ou equação 6. Observe a tendência dos
valores de α com relação à concentração e compare com o gráfico da questão 7.2, para o
ácido acético. Explique.

Λ𝑚
Utilizado a Equação 6: α = Λ∞

5,73
α1= 578,03
= 0, 009913

8,26
α2 = 578,03
= 0, 01490

18,57
α3 = 578,03
= 0, 03213

20,69
α4 = 578,03
= 0, 03564

24,88
α5 = 578,03
= 0, 04304

35,16
α6= 578,03
= 0, 06082

55,8
α7 = 578,03
= 0, 09653

63,6
α8 = 578,03
= 0, 1100

72,8
α9 = 578,03
= 0, 1259
19

Nota-se pelos cálculos realizados que o grau de dissociação (α) do ácido acético aumenta até
uma dada concentração, na qual essa diferença de aumento diminui.
Relacionando o grau de dissociação calculados e o gráfico da questão 7.2, que demonstra a
relação condutividade vs. concentração, há uma relação inversa entre o grau de dissociação e
a condutividade. Ou seja, para o ácido acético, por ser um eletrólito fraco, quanto menor sua
concentração, maior é a dissociação desse ácido.

7.7 Defina condutividade específica e condutividade molar.


Condutividade específica é a capacidade de uma solução de conduzir a corrente elétrica, é o
valor numérico da capacidade de uma substância de conduzir carga elétrica através de íons. A
velocidade de condução depende do número de carga dos íons, da velocidade do íon e da
concentração dos mesmos (quanto mais íons, maior será a velocidade da transferência de
carga elétrica).
Condutividade molar é a condutividade dos eletrólitos que pode ser comparada através de
suas condutividades molares, ⋀ m. Esta é determinada a partir da condutividade específica κ e
da concentração C da substância na solução eletrolítica conforme a equação:

⋀ m = C 1000k → ⋀ m = ( C(molcm−3103 k ( Scm −1) → Scm2mol− 1 → Ω − 1cm2mol − 1

7.8 Assista ao vídeo https://www.youtube.com/watch?v=-4X4inuu9LU. Defina os tipos de


condutores e suas especificidades. Que tipo de condutor foi usado nesta experiência.
20

Existem dois tipos de condutores: os de primeira e segunda classe. Os condutores de primeira


classe ou também chamados de eletrônicos são os metais, as ligas metálicas ou os
semi-condutores. Nesse tipo a corrente elétrica é conduzida por meio dos elétrons, sem haver
transferência de matéria durante o processo de condução e também não é alterada as
propriedades químicas do condutor. Já nos condutores de segunda classe ou eletrolíticas
ocorre com soluções iônicas, nesse caso, o transporte acontece pelo movimento do íons em
solução havendo transporte de matéria. Posto isso, no experimento utilizou-se os condutores
de segunda classe e, por isso, é importante a definição de condutimetria.
A condutimetria baseia-se nas medições de condutância das soluções iônicas. A condução de
eletricidade de uma solução acontece pela migração de cátions e ânions através dessa solução
com a aplicação de um campo eletrostático. Essa condutância vai depender da quantidade de
íons e da sua mobilidade, da viscosidade e temperatura da solução e distância e área entre os
eletrodos. Sendo assim, quando for aplicado uma diferença de potencial entre os dois
eletrodos vai ocorrer a mobilidade dos íons da solução e será gerado uma corrente elétrica.

7.9 Que tipo de resíduo químico foi gerado neste experimento e como foi tratado?
Neste experimento foram gerados resíduos de ácido acético, que são similares ao vinagre
comercial, e solução salina de KCl – esta que quando está diluída não apresenta toxicidade.
Antes de descartar esses resíduos foi necessário verificar o pH, o qual deveria estar variando
na faixa entre 5 e 9 e, conforme a necessidade, o procedimento era adicionar algumas gotas de
base para alcançar os valores dentro dessa variação. Como as soluções encontravam-se nessa
faixa de pH, foi possível descartá-las na pia para serem encaminhadas para o esgoto sanitário.

8. DADOS DA LITERATURA (25°C)

Λ∞HAc = 390,5 S.cm2.mol-1


Λ∞KCl = 149,86 S.cm2.mol-1
Constante de dissociação do ácido acético, Ka = 1,9 x 10-5; pKa = -log Ka = 4,74.
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9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARBOZA, Jayne Carlos de Souza. SERRA, Antônio Aarão. Análise instrumental:


condutimetria. Universidade de São Paulo, 2014. Disponível em
https://sistemas.eel.usp.br/docentes/arquivos/5840768/LOQ4001/Final%203a%20Aula%20(P
acesso 17 set 2022

FILHO, Harley P. Martins. Condutividade das soluções eletrolíticas. Universidade Federal


do Paraná, Aula Físico Química, 2020. Disponível em
http://www.quimica.ufpr.br/hpmf/CQ319%20-%20F%C3%ADsico-Qu%C3%ADmica/Aula%
2001%20-%20Condutividade.pdf acesso 17 set 2022

PILLING, Sergio. Determinação da condutividade de eletrólitos fortes e fracos e da


constante de dissociação de ácidos fracos. Univap - Universidade do Vale do Paraíba.
Disponível em https://www1.univap.br/spilling/FQE2/FQE2_EXP7_Eletrolitos.pdf acesso 17
set 2022

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA. Métodos eletroanalíticos:


condutometria. NUPIS – Núcleo de Pesquisa em Instrumentação e Separações Analíticas.
Disponível em https://www2.ufjf.br/nupis//files/2011/07/Condutometria.pdf acesso 17 set
2022.

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