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Manutenção e Análise de Falhas em Motores Elétricos

1. Ensaios e Falhas:

1.1. Avaliação do Estator:

1.2. Avaliação do Rotor:


1.3. Confiabilidade do Rotor e Estator:

2. Motores alimentados por Inversores de Freqüência:

2.1. Ensaio de ruído:


As máquinas elétricas girantes têm, basicamente, três fontes de ruído:
1) O sistema de ventilação;
2) Os rolamentos;
3) Origem magnética.

Para motores com alimentação senoidal (rede) a principal fonte de ruído é o sistema de
ventilação, particularmente para motores 2 e 4 pólos. Em motores de 6 ou mais pólos,
geralmente a principal fonte de ruído é o circuito eletromagnético. Em acionamentos de
velocidade variável, devido ao conteúdo harmônico da tensão, o ruído magnético pode
ser a maior fonte de ruído para motores de quaisquer polaridades. A norma Nema parte
30 mostra que para inversores do tipo PWM, o acréscimo no ruído, situa-se entre 5
dB(A) e 15 dB(A). Em termos de vibração e ruído, quanto maior a freqüência de
chaveamento, melhor para o motor.

2.2. Ensaio de rendimento:


O rendimento do motor de indução alimentado por inversor de freqüência diminui
devido ao aumento nas perdas causado pelas harmônicas. As correntes harmônicas
são introduzidas porque a tensão de alimentação (PWM) do inversor possui
componentes que não correspondem apenas à freqüência fundamental.
O aumento da freqüência de chaveamento diminui o rendimento do inversor e aumenta
o rendimento do motor. O conjunto, no entanto, mostra-se com um rendimento melhor
na freqüência de chaveamento maior.
2.3. Ensaio de tensão no eixo (corrente pelos mancais):
A componente de alta freqüência da tensão de modo comum dos inversores
de freqüência (PWM) com transistores IGBT’s causam um acoplamento capacitivo
do motor para terra que tem como um dos caminhos de passagem para as
correntes capacitivas, os mancais. As aplicações de motores de indução com
inversores de freqüência aumentam o ruído, a vibração, as correntes pelos mancais e
diminuem o rendimento. O aumento da freqüência de chaveamento
do inversor melhora o ruído, a vibração e o rendimento, mas prejudica os mancais, pois
as correntes capacitivas aumentam.

3. Análise de causas e defeitos de falhas em motores elétricos:


DEFEITO POSSÍVEIS CAUSAS
> Excessivo esforço axial ou radial da correia
> Eixo torto
> Conexão errada
MOTOR NÃO CONSEGUE > Numeração dos cabos trocada
PARTIR > Carga excessiva
> Platinado aberto
> Capacitor danificado
> Bobina auxiliar interrompida

> Ligação interna errada


> Rotor falhado ou descentralizado
BAIXO TORQUE DE > Tensão abaixo da nominal
PARTIDA > Freqüência abaixo ou acima da nominal
> Capacitância abaixo da especificada
> Capacitores ligados em série ao invés de paralelo

> Rotor falhado ou descentralizado


CONJUGADO MÁXIMO > Rotor com inclinação de barras acima do
BAIXO especificado > Tensão abaixo da nominal
> Capacitor permanentemente abaixo do especificado

> Entreferro acima do especificado


> Tensão acima do especificado
> Freqüência abaixo do especificado
> Ligação interna errada
CORRENTE ALTA A > Rotor descentralizado ou arrastando
VAZIO > Rolamentos com defeito
> Tampas com muita pressão ou mal
> Chapas magnéticas sem tratamento
> Capacitor permanente fora do especificado
> Platinado/centrífugo não abrem
DEFEITO POSSÍVEIS CAUSAS
> Tensão fora da nominal
> Sobrecarga
CORRENTE ALTA EM
> Freqüência fora da nominal
CARGA
> Correias muito esticadas
> Rotor arrastando no estator
> Isolantes de ranhura danificados
> Cabinhos cortados
RESISTÊNCIA DE
> Cabeça de bobina encostando-se à carcaça
ISOLAMENTO BAIXA
> Presença de umidade ou agentes químicos
> Presença de pó sobre o bobinado

> Excessivo esforço axial ou radial da correia


> Eixo torto
AQUECIMENTO DOS
> Tampas frouxas ou descentralizadas
MANCAIS
> Falta ou excesso de graxa
> Matéria estranha na graxa

> Ventilação obstruída.


> Ventilador menor
> Tensão ou freqüência fora do especificado
> Rotor arrastando ou falhado
> Estator sem impregnação
SOBREAQUECIMENTO
> Sobrecarga
DO MOTOR
> Rolamento com defeito
> Partidas consecutivas
> Entreferro abaixo do especificado
> Capacitor permanente inadequado
> Ligações erradas

> Desbalanceamento
> Eixo torto
> Alinhamento incorreto
> Rotor fora de centro
ALTO NÍVEL DE RUÍDO > Ligações erradas
> Corpos estranhos no entreferro
> Objetos presos entre o ventilador e a tampa defletora
> Rolamentos gastos/danificados
> Aerodinâmica inadequada

> Rotor fora de centro, falhado, arrastando ou


desbalanceado
> Desbalanceamento na tensão da rede
> Rolamentos desalinhados, gastos ou sem graxa
VIBRAÇÃO EXCESSIVA > Ligações erradas
> Mancais com folga
> Eixo torto
> Folga nas chapas do estator
> Problemas com a base do motor
3.1. Falhas menos comuns em Motores elétricos:

ANORMALIDADE POSSÍVEIS CAUSAS CORREÇÃO:


> Motor parte a vazio, > Verificar e consertar o
mas falha ao se aplicar > Rotor com barras falhadas enrolamento do
carga. Parte muito ou rotor (gaiola), testar
lentamente e não atinge interrompidas. dispositivo de
rotação nominal. curto-circuito (anéis).

> Flutuação da Rotação


e da corrente elétrica do
Motor (Em virtude da > Barras interrompidas no > Consertar enrolamento do
flutuação de fluxo Rotor. rotor ou substituí-lo.
magnético - flutuação da
freqüência do rotor).

>Curto-circuito entre espiras.


> Aquecimentos
> Interrupção de fios paralelos
localizados no > Rebobinar.
ou fases do enrolamento do
enrolamento do estator.
estator.

> Aquecimentos > Interrupções no enrolamento > Consertar enrolamento do


localizados no rotor. do rotor. rotor ou substituí-lo.

3.2. Falhas nos Enrolamentos do Estator:


FALHA CAUSA
> Picos de tensão (Descarga atmosférica,
> Curto-circuito com
Chaveamento por comutação de circuitos de força,
desprendimento de material
Descarga de Capacitores etc.).

> Rede Desbalanceada (Falta de Fase, Conexões


> Bobinas carbonizadas em deficientes, Ligações Erradas, Tensões
diversos pontos do bobinado desequilibradas) - Obs.: Falta de Fase: Estrela (2/3 do
(Motor Trifásico) bobinado avariado) e Triângulo (1/3 do bobinado
avariado).

> Motor Monofásico (Queima > Falha do Capacitor ou Centrífugo


das Bobinas mais internas do > Sobrecarga na Partida
Enrolamento). > Subtensão ou Ligação Errada

> Motor Monofásico (Queima > Falha do Capacitor ou Centrífugo


das Bobinas mais externas do > Sobrecarga
Enrolamento). > Ligação Errada
FALHA CAUSA

> Subvelocidade (Centrífugo não abre - Capacitor


avariado)
> Motor Monofásico (Queima
> Sobrecarga
de todo o Enrolamento).
> Subtensão
> Ligação Errada

> Contaminação da Isolação


> Carbonização em Ponto
> Falha de Isolamento
Isolado (entre Espiras ou com
> Oscilação de Tensão
a Carcaça)
> Penetração de corpo estranho

> Carbonização em diversos


Pontos Isolados (entre Espiras > Contaminação da Isolação
com caminhos carbonizados)

> Isolação avariada com área


coberta com pó branco > Efeito Corona
acinzentado

> Sobrecarga Mecânica


> Bobinado totalmente
> Partidas ou Reversões Excessivas
carbonizado
> ligações erradas

FALHA CONSEQUÊNCIA
> Vibrações (Zumbido magnético)
> Aquecimento excessivo
> Espiras em curto-circuito
> Sobrecorrente ou Correntes desbalanceadas
> Redução de Potência

> Motor CC (Bobinas abertas - Em


> Motor não Parte
curto - Escovas muito gastas)

> Baixas Velocidades


> Redução de Potência (Rebaixar a Mica e Limpar
> Motor CC (Mica alta - Comutador o Porta Escovas - as partículas condutoras
sujo ou Escovas sujas, gastas ou desprendidas das escovas curto-circuitam a
sem pressão) armadura)
> Corrente Excessiva
> Faiscamento Severo ou Vibração excessiva

> Rotor atritando com a carcaça


> Aquecimento excessivo
> Aletas Sujas / Ventilador quebrado

> Rotor Bloqueado


> Em bobinados com espiras em Paralelo pode
> Espira de Bobina Aberta
ocasionar: Correntes Desbalanceadas - Perda de
Potência - Aquecimento Excessivo
3.3. Falhas nas Barras condutoras do Rotor:
FALHA POSSÍVEIS CAUSAS CONSEQUÊNCIA
> Sobrecargas Excessivas > Correntes Rotóricas
(Rotor azulado) desuniformes causando
> Interrupção nas Barras
> Subtensões Sobrecargas e Correntes
Condutoras
> Número ou Tempo de Estatóricas Desbalanceadas
partidas Excessivas > Ruídos excessivos

> Correntes Estatóricas


> Curto Circuito das > Rotor Bloqueado
Desuniformes
Barras Condutoras com > Falta de Fase com parada do
> Ruídos excessivos
a massa rotor por tempo prolongado
> Perda de Potência

4. Detecção de Falhas em Motores Elétricos através da


Análise de Corrente.
Quando uma máquina desenvolve uma falha ela apresenta indícios de defeitos
de várias formas: mudanças nos sinais de vibrações, variação na temperatura, ruídos e
alterações no campo eletromagnético. Apresenta-se a detecção de falhas em motores
elétricos (barras quebradas, desbalanceamento de tensão, subtensão e sobretensão),
através da análise de corrente e análise de fluxo magnético.
Qualquer pequeno desbalanceamento no fluxo magnético ou no circuito elétrico
é refletido no fluxo transmitido axialmente. As principais causas da mudança de
características da simetria são: barras quebradas do rotor, desequilíbrio de fases e
anomalias nos enrolamentos do estator: curto entre espiras e curto entre fases.

Tabela 1 - Severidade e recomendações para análise de corrente


4.1. Barras Quebradas
Em um motor de indução trifásico com rotor de gaiola, barras quebradas ou
trincadas perturbam o fluxo magnético fazendo flutuar a freqüência do rotor e,
conseqüentemente, a rotação e a corrente do motor.

4.2. Detecção de Barras Quebradas através da Análise de Corrente

Figura 1 - Espectro de corrente sem defeito.

Figura 2 - Espectro de corrente com 7 barras quebradas.


Para a situação sem defeito (SD), as diferenças estão em torno de 70 e 47 dB. Para 7
barras quebradas (BQ), essa diferença diminui para 63 e 27 dB.

4.2.1. Análise dos Resultados


À medida que aumenta o número de barras quebradas, a diferença em dB da
banda lateral de 1 x f s e 2 x fs em torno da fl (análises de corrente e fluxo) diminui.
Quanto menor for esta diferença, maior será o número de barras quebradas ou
trincadas. Isto ocorre devido a alteração da uniformidade do campo magnético.

5. Resistência de Isolamento
Antes de fazer a medição da resistência de isolamento, a máquina deve estar
desligada e parada. O enrolamento em teste deve ser conectado a carcaça e a terra
por um período até remover a carga eletrostática residual. Aterre os capacitores (se
fornecidos) antes de desconectar e separar os terminais e medir com o Megôhmetro.
A não observação destes procedimentos pode resultar em danos pessoais.
A resistência do isolamento deve ser medida utilizando um MEGOHMETRO. A
tensão do teste para os enrolamentos dos motores deve ser conforme tabela abaixo de
acordo com a norma IEEE43.
Tabela 2. Tensões de Ensaios:

Tabela 3. Limites de Valores de Resistência:

5.1. Índice de Polarização


O índice de polarização (I.P.) é tradicionalmente definido pela relação entre a
resistência de isolamento medida em 10 min e a resistência de isolamento medida em 1
min medida com temperatura relativamente constante. Através do índice de polarização
podem-se avaliar as condições do isolamento do motor conforme tabela abaixo:

Tabela 4. Limites de Valores de Resistência:


6. Limites de Temperatura para os Enrolamentos
A temperatura do ponto mais quente do enrolamento deve ser mantida abaixo do
limite da classe térmica. A temperatura total vale a soma da temperatura ambiente com
a elevação de temperatura (T) mais a diferença que existe entre a temperatura média
do enrolamento e a ponto mais quente.
A temperatura ambiente é no máximo 40°C, por norma, e acima disso as
condições de trabalho são consideradas especiais. Os valores numéricos e a
composição da temperatura admissível do ponto mais quente são indicados na tabela
abaixo.
Tabela 5. Limites de Valores de Temperatura:

6.1. Ajuste de protetores térmicos:


Classe B:
Alarme: 105ºC.
Desligamento: 130ºC.
Classe F:
Alarme: 130ºC.
Desligamento: 155ºC.
Classe H:
Alarme: 155ºC.
Desligamento: 180ºC.

As temperaturas de alarme e desligamento para mancais de rolamento podem


ser ajustadas respectivamente para 110ºC e 125ºC.

7. Resistência Ôhmica do grupo de Bobinas do Enrolamento:


7.1. Fechamento Y:
A resistência Ôhmica do Grupo de Bobina vale a metade do valor encontrado
entre duas das três pontas (terminais) do Motor:
R1 = Rab / 2.
7.1. Fechamento :
A resistência Ôhmica do Grupo de Bobina vale a 2/3 do valor encontrado entre
duas das três pontas (terminais) do Motor.
R1 = Rab x 1,5.

- Grupo de Bobinas Iguais devem possuir mesma Impedância.

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