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Geometria Analítica

Prof.ª Josiane Elias Nicolodi


Prof. Roberto Nicolodi

2013
Copyright © UNIASSELVI 2013

Elaboração:
Prof.ª Josiane Elias Nicolodi
Prof. Roberto Nicolodi

Revisão, Diagramação e Produção:


Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri


UNIASSELVI – Indaial.

516.3
N651g Nicolodi, Josiane Elias
Geometria Analítica / Josiane Elias Nicolodi, Roberto Nicolodi.
Indaial : Uniasselvi, 2013.

215 p. : il

ISBN 978-85-7830-850-6

1. Geometria Analítica. I. Centro Universitário Leonardo da


Vinci.
Apresentação
As mudanças pelas quais o ensino da matemática passou ao longo
dos tempos acabaram por refletir fortemente no ensino e aprendizagem dos
conteúdos de matemática. Se analisarmos a situação da prática educativa
dos anos 80 até a atualidade identificaremos problemas como: a grande
ênfase dada à memorização e pouca preocupação com o desenvolvimento do
pensamento matemático para a reflexão crítica e autocrítica do conhecimento,
o que consecutivamente, ocasionou em altos índices de reprovação.

Por isso, o principal objetivo dessa disciplina é contribuir para a


formação do raciocínio lógico dos conteúdos de geometria, abordando
paralelamente a representação algébrica com a representação geométrica.

 A Geometria Analítica é uma parte da Matemática, que através de


relações matemáticas, estabelece as relações existentes entre a Álgebra e a
Geometria. Desse modo, uma reta, uma circunferência ou uma figura podem
ter suas propriedades estudadas através de métodos algébricos.

Os estudos iniciais da Geometria Analítica se deram no século XVII


e devem-se ao filósofo e matemático francês René Descartes (1596-1650),
inventor das coordenadas cartesianas (assim chamadas em sua homenagem),
que permitiram a representação numérica de propriedades geométricas. No
seu livro Discurso sobre o Método, escrito em 1637, aparece a célebre frase em
latim Cogito ergo sum, ou seja: “Penso, logo existo”.

Para tanto contamos com a sua dedicação, com o tempo para a leitura,
realização das autoatividades sugeridas. Com o seu comprometimento de
realmente utilizar a representação geométrica para comprovar a representação
algébrica.

Vamos lá, chegou a hora de estudar!

Profa. Josiane Elias Nicolodi


Prof. Roberto Nicolodi

III
UNI

Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades
em nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o


material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato
mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação
no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.

Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente,


apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto
em questão.

Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.

Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de


Desempenho de Estudantes – ENADE.
 
Bons estudos!

IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO .............................................. 1

TÓPICO 1 – SISTEMA CARTESIANO ORTOGONAL .................................................................. 3


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 O SISTEMA CARTESIANO ORTOGONAL .................................................................................. 3
3 PARES ORDENADOS ......................................................................................................................... 5
4 OS QUADRANTES .............................................................................................................................. 7
5 BISSETRIZ DOS QUADRANTES .................................................................................................... 9
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 11
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 12

TÓPICO 2 – ESTUDO DOS PONTOS ................................................................................................ 15


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 15
2 DISTÂNCIA ENTRE DOIS PONTOS .............................................................................................. 15
3 PONTO MÉDIO DE UM SEGMENTO ............................................................................................ 20
4 CONDIÇÃO DE ALINHAMENTO DE TRÊS PONTOS .............................................................. 24
5 A UTILIZAÇÃO DO SOFTWARE WIN PLOT ................................................................................ 30
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 36
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 37

TÓPICO 3 – A RETA ................................................................................................................................ 39


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 39
2 EQUAÇÕES DA RETA ........................................................................................................................ 39
3 ÂNGULOS ENTRE DUAS RETAS ................................................................................................... 46
4 DISTÂNCIA ENTRE PONTO E RETA ............................................................................................ 51
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 55
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 56

TÓPICO 4 – POSIÇÕES RELATIVAS DE DUAS RETAS ............................................................... 59


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 59
3 RETAS CONCORRENTES ................................................................................................................. 64
4 PERPENDICULARIDADE DE DUAS RETAS ................................................................................ 65
5 INTERSEÇÃO DE DUAS RETAS ..................................................................................................... 68
6 O SOFTWARE WIN PLOT NA PROJEÇÃO DE RETAS ............................................................... 70
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 74
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 77
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 78

UNIDADE 2 – O ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA ....................................................................... 79

TÓPICO 1 – EQUAÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA ........................................................................... 81


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 81
2 EQUAÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA ............................................................................................... 81
3 POSIÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA NO PLANO CARTESIANO ............................................. 89

VII
4 EQUAÇÃO GERAL DA CIRCUNFERÊNCIA ................................................................................ 91
6 O SOFTWARE WINPLOT NA REPRESENTAÇÃO DE CIRCUNFERÊNCIAS ....................... 99
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 103
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 104

TÓPICO 2 – POSIÇÕES RELATIVAS ................................................................................................. 107


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 107
2 POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE PONTO E CIRCUNFERÊNCIA ............................................. 107
3 POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE RETA E CIRCUNFERÊNCIA ................................................. 112
4 POSIÇÕES RELATIVAS DE DUAS CIRCUNFERÊNCIAS ......................................................... 117
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 126
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 128

TÓPICO 3 – CURIOSIDADES SOBRE A CIRCUNFERÊNCIA ..................................................... 129


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 129
2 POLÍGONOS REGULARES INSCRITOS NA CIRCUNFERÊNCIA ......................................... 129
3 MEDIDA DO COMPRIMENTO DE UMA CIRCUNFERÊNCIA ............................................... 132
4 ÁREA DO CÍRCULO ........................................................................................................................... 133
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 136
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 139
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 140

UNIDADE 3 – O ESTUDO DAS CÔNICAS ...................................................................................... 143

TÓPICO 1 – PARÁBOLA ........................................................................................................................ 145


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 145
2 A PARÁBOLA ........................................................................................................................................ 146
3 EQUAÇÕES DA PARÁBOLA ............................................................................................................ 147
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 159
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 160

TÓPICO 2 – ELIPSE ................................................................................................................................. 161


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 161
2 A ELIPSE ................................................................................................................................................. 161
3 EQUAÇÕES DA ELIPSE ..................................................................................................................... 163
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 175
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 177

TÓPICO 3 – HIPÉRBOLE ....................................................................................................................... 179


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 179
2 A HIPÉRBOLE ....................................................................................................................................... 180
2.1 MEDIDA DO EIXO REAL .............................................................................................................. 181
2.2 MEDIDA DO EIXO IMAGINÁRIO .............................................................................................. 182
3 EQUAÇÕES DA HIPÉRBOLE ............................................................................................................ 182
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 192
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 193

TÓPICO 4 – APLICAÇÕES DA GEOMETRIA ANALÍTICA ......................................................... 195


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 195
2 A HISTÓRIA DA GEOMETRIA ANALÍTICA ............................................................................... 195
3 APLICAÇÕES DA GEOMETRIA ANALÍTICA ............................................................................. 197
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 201
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 206

VIII
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 207
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 211

IX
X
UNIDADE 1

ESTUDO DA RETA NO SISTEMA


CARTESIANO

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Caro(a) acadêmico(a)! Com esta unidade, você será capaz de:

• conhecer as definições do Sistema Cartesiano Ortogonal;

• reconhecer as coordenadas do ponto;

• desenvolver o pensamento algébrico e a representação geométrica;

• identificar e aplicar o estudo dos pontos;

• verificar e aplicar as propriedades das equações da reta;

• adquirir noções sobre as posições relativas de duas retas.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No final de cada um deles, você
encontrará atividades que favorecerão a fixação dos assuntos apresentados.
Bons estudos!

TÓPICO 1 – SISTEMA CARTESIANO ORTOGONAL

TÓPICO 2 – ESTUDO DOS PONTOS

TÓPICO 3 – A RETA

TÓPICO 4 – POSIÇÕES RELATIVAS DE DUAS RETAS

1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1

SISTEMA CARTESIANO ORTOGONAL

1 INTRODUÇÃO
A geometria é um dos ramos mais antigos da matemática, seus princípios
baseiam-se nos estudos do ponto, da reta e do plano, que estão fundamentados em
axiomas, postulados, definições e teoremas, compilados pelo filósofo e matemático
grego Euclides, por volta do ano 300 a.C.

Nesta disciplina, nosso foco de estudos será uma área ainda mais específica
da geometria, a geometria analítica. Área esta, também chamada  geometria de
coordenadas e de geometria cartesiana, em que o estudo da geometria é realizado
por meio de um sistema de coordenadas e dos princípios da álgebra.

Desta forma, iniciaremos nossos estudos revendo os conceitos envolvidos


no estudo do sistema cartesiano ortogonal.

2 O SISTEMA CARTESIANO ORTOGONAL


O Sistema de Coordenadas Cartesianas, Sistema Cartesiano Ortogonal,
também conhecido como Plano Cartesiano, foi criado por René Descartes (1596-
1650), filósofo matemático francês e principal idealizador da Geometria Analítica.
Em sua homenagem originou-se o nome cartesiano, pois Descartes em latim era
Cartesius.

NOTA

Como René Descartes associava a geometria à álgebra, o sistema cartesiano


ortogonal foi a forma que ele inventou para representar expressões algébricas graficamente.

3
UNIDADE 1 | ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO

Quando temos um sistema de eixos associado a um plano, que faz


corresponder a cada ponto do plano um par ordenado e vice-versa, sendo esses
eixos perpendiculares entre si em um ponto O, denominado origem, o denotamos
como sistema cartesiano ortogonal.

Sendo assim, o sistema cartesiano ortogonal é formado por dois eixos


perpendiculares (duas retas que formam ângulo de 90º entre si): um horizontal e
outro vertical que se cruzam na origem das coordenadas (0,0). A reta horizontal é
chamada de eixo x ou eixo das abscissas (x) e a reta vertical de eixo y ou de eixo das
ordenadas (y). Esses eixos são enumerados com uma unidade de medida única e
os números compreendem o conjunto dos números reais, como podemos observar
na figura 1 do plano cartesiano. Nesta disciplina, você pode utilizar 1 cm como
unidade de medida para a resolução das autoatividades.

FIGURA 1 – PLANO CARTESIANO

FONTE: Os autores

UNI

Atenção! Podemos observar na Figura 1 que a orientação positiva das retas é


representada por uma seta.

A utilização mais simples do Plano Cartesiano é para representarmos


graficamente a localização de pontos em um determinado plano, ou seja, pares
ordenados conforme apresentado na próxima seção.
4
TÓPICO 1 | SISTEMA CARTESIANO ORTOGONAL

UNI

Você sabia?
Que podemos associar o Plano Cartesiano com a latitude e a longitude? Esses temas
relacionados aos estudos geográficos e à criação do atual sistema de posicionamento, o GPS.
O Sistema de Posicionamento Global permite que saibamos nossa localização exata na terra,
desde que tenhamos em mãos um receptor de sinais GPS, informando a latitude, a longitude e
a altitude com o auxílio de satélites em órbita da Terra. Os aviões são um exemplo da utilização
do GPS, pois para não se colidirem são monitorados e informados em qual rota devem seguir
sua viagem.

FONTE: Adaptado de: <http://www.mundoeducacao.com/matematica/plano-cartesiano.


htm>. Acesso em: 6 dez. 2013.

3 PARES ORDENADOS
A representação dos pontos no plano é feita através de pares ordenados,
indicados entre parênteses, a abscissa (x) e a ordenada (y) respectivamente, e esse
par ordenado (x, y) representa as coordenadas de um ponto, o qual é representado
por uma letra maiúscula do alfabeto P(x, y).

FIGURA 2 – CLASSIFICAÇÃO DOS EIXOS

Eixo das ordenadas

P(x,y)
Eixo das abscissas

FONTE: Os autores

5
UNIDADE 1 | ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO

E
IMPORTANT

O valor da abscissa (o primeiro número do par ordenado) é a medida do


deslocamento a partir da origem para a direita (se positivo), ou para a esquerda (se negativo)
do eixo horizontal (eixo x). E o valor da ordenada (o segundo número do par ordenado) é a
medida do deslocamento a partir da origem para cima (se positivo) ou para baixo (se negativo)
no eixo vertical (eixo y).

Vamos observar alguns exemplos de pares ordenados:

• o ponto A(4, 3) tem abscissa 4, ou seja, x = 4 e ordenada 3, ou seja, y = 3,  no qual


o símbolo (4, 3) representa um par ordenado;

• o ponto B(1, 2) tem abscissa 1 (x = 1) e ordenada 2 (y = 2);

• o ponto C(-2, 4) tem abscissa -2 (x = -2) e ordenada 4 (y = 4);

• o ponto D(-3, -4) tem abscissa -3 (x = -3) e ordenada -4 (y = -4);

• o ponto E (3, -3) tem abscissa 3 (x = 3) e ordenada -3 (y = -3).

ATENCAO

É importante destacarmos que os pontos M(2, 5) e N(5, 2) são pontos distintos,


pois em um par ordenado a ordem dos números é relevante.

Para representarmos esses pontos no sistema cartesiano ortogonal, traçamos


retas suportes paralelas aos eixos x e y (representadas na Figura 3, por linhas
tracejadas), e onde essas retas se encontram, marca-se o ponto (par ordenado).

Vamos analisar o ponto A, observe na Figura 3, que traçamos inicialmente


uma reta paralela ao eixo y sobre o valor da abscissa do ponto, nesse caso 4 e
depois traçamos a outra paralela, agora em relação ao eixo x, sobre o valor da
ordenada, ou seja, 3. Onde essas duas retas paralelas (devem ser representadas
sempre com linhas tracejadas no sistema cartesiano ortogonal) se encontram é a
região do plano em que está o ponto A (4, 3).

6
TÓPICO 1 | SISTEMA CARTESIANO ORTOGONAL

O mesmo acontece com os demais pontos do exemplo e com qualquer


outro par ordenado em que os pontos não estão marcados sobre o eixo. Quando
isso acontece os pontos estão localizados nos quadrantes e não é necessário traçar
retas paralelas.

FIGURA 3 – EXEMPLOS DE PARES ORDENADOS

Fonte: Adaptado de: <http://www.mundoeducacao.com.br/matematica/plano-cartesiano.htm>.


Acesso em: 9 maio 2013.

NOTA

Utilizamos o plano cartesiano na representação de gráficos de funções, onde os


valores relacionados a x determinam o domínio e os valores de y, a imagem da função. A criação
do Sistema de Coordenadas Cartesianas é considerada uma ferramenta muito importante na
Matemática, que facilita a observação do comportamento das funções em alguns pontos
considerados críticos e contribuiu para vários conceitos de cálculo, como limites, derivadas,
integrais e outros.

4 OS QUADRANTES
É a denotação utilizada para as quatro regiões do plano resultante da
divisão do eixo x e do eixo y, conforme observamos na Figura 4.

7
UNIDADE 1 | ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO

NOTA

Os quadrantes são dispostos em sentido anti-horário.

FIGURA 4 – QUADRANTES

Fonte: Disponível em: <http://www.mundoeducacao.com.br/matematica/plano-


cartesiano.htm>. Acesso em: 9 maio 2013.

  No sistema cartesiano ortogonal, o canto superior direito é a região


do primeiro quadrante, à sua esquerda do outro lado do eixo das ordenadas (eixo
y),  é a região do segundo quadrante. Abaixo desse, temos a região do  terceiro
quadrante e à direita e, abaixo do primeiro, temos a região do quarto quadrante.

Para os pontos (pares ordenados) localizados no primeiro quadrante, os


valores da abscissa e da ordenada serão sempre maiores do que zero (x > 0 e y > 0),
no segundo quadrante o valor da abscissa é menor do que zero e o da ordenada
maior do que zero (x < 0 e y > 0), no terceiro quadrante os valores da abscissa e da
ordenada serão menores do que zero (x < 0 e y < 0) e no quarto quadrante o valor
da abscissa é maior do que zero e o da ordenada menor do que zero (x > 0 e y < 0).

Assim:

• no primeiro quadrante, todos os pontos possuem abscissa e ordenada positivas


(x, y). Exemplo:  A(4, 2);

8
TÓPICO 1 | SISTEMA CARTESIANO ORTOGONAL

• no segundo quadrante, todos os pontos possuem abscissa negativa e ordenada


positiva (- x, y). Exemplo: B (-4, 2);

• no terceiro quadrante todos os pontos possuem abscissa e ordenada negativas


(- x, - y). Exemplo: C(-4, -2), e

• no quarto quadrante todos os pontos possuem abscissa positiva e ordenada


negativa (x, -y). Exemplo: D(4, -2).

E
IMPORTANT

Quando um ponto (par ordenado) está localizado sobre o eixo das abscissas (eixo
x), o eixo das ordenadas (eixo y), ou sobre a origem do sistema, não se encontra em nenhum
quadrante.

5 BISSETRIZ DOS QUADRANTES

A bissetriz dos quadrantes é determinada por uma reta que intercepta o


ponto (0,0) traçando a bissetriz dos quadrantes ímpares no 1º e 3º quadrante ou a
bissetriz dos quadrantes pares no 2º e 4º quadrante, conforme a Figura 5. 

FIGURA 5 – BISSETRIZ DOS QUADRANTES

FONTE: Disponível em: <http://www.brasilescola.com/matematica/as-bissetrizes-dos-


quadrantes-1.htm>. Acesso em: 9 maio 2013.

9
UNIDADE 1 | ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO

E
IMPORTANT

Todos os pontos pertencentes à bissetriz dos quadrantes ímpares possuem


abscissas iguais às ordenadas e vice-versa, B(b, b).
Todos os pontos pertencentes à bissetriz dos quadrantes pares possuem abscissas e ordenadas
opostas e vice-versa, B(b, -b).

Exemplo: Determinar o valor de a, para que o ponto A (2a-1, – a+2) pertença


à bissetriz dos quadrantes ímpares.

Resolução: Sabemos que, se o ponto pertence à bissetriz dos quadrantes


ímpares, então, possuem coordenadas (x, y) iguais. Desta forma,

2a – 1 = -a + 2 Isolando a no primeiro membro


2a + a = 2 + 1 Juntando os termos semelhantes
3a = 3 Dividindo ambos os membros por 3
3a/3 = 3/3 Efetuando a divisão
a=1

Substituindo o valor de a nas coordenadas do ponto, temos:


A (2.1 – 1, - 1 + 2) → A (1, 1)
Portanto, as coordenadas do ponto serão A(1, 1).

10
RESUMO DO TÓPICO 1
Nesse tópico, você estudou o Sistema Cartesiano Ortogonal. Em seguida,
a localização dos pontos e a posição dos mesmos de acordo com os quadrantes.

• O sistema cartesiano ortogonal é formado por dois eixos perpendiculares, o


horizontal é chamado de eixo x ou eixo das abscissas (x) e o vertical de eixo y ou
de eixo das ordenadas (y) que são enumerados compreendendo o conjunto dos
números reais.

• A representação dos pontos no plano é feita através de pares ordenados (x, y), a
abscissa (x) e a ordenada (y) respectivamente que representa as coordenadas de
um ponto.

• Para representarmos esses pontos no sistema cartesiano ortogonal, traçamos


retas paralelas aos eixos x e y (linhas tracejadas), e onde essas retas se encontram,
marca-se o ponto (par ordenado).

• Os pontos (pares ordenados), localizados no primeiro quadrante, têm os valores


da abscissa e da ordenada maiores do que zero (x > 0 e y > 0), no segundo
quadrante, o valor da abscissa é menor do que zero e o da ordenada maior
do que zero (x < 0 e y > 0), no terceiro quadrante os valores da abscissa e da
ordenada serão menores do que zero (x < 0 e y < 0), e no quarto quadrante o
valor da abscissa é maior do que zero e o da ordenada menor do que zero (x > 0
e y < 0).

11
AUTOATIVIDADE

Agora chegou a sua vez de colocar em prática o que foi estudo no


Tópico 1. Lembre-se das orientações referentes à localização dos pontos no
plano cartesiano.

1 Construa um plano cartesiano e localize os seguintes pontos (pares


ordenados):

a) A(-4, 3) f) F(-1, -1) j) J(3, 3/5)


b) B(-1, 1) g) G(3, 2) k) K(1/2, -4)
c) B(2, 1) h) H(-1, 3) l) L(-2,5, -3,3)
d) D(-1, 2) i) Um ponto I na m) M(2, 0)
e) E(3, -2) origem do sistema n) N(0, -3)

2 No exercício anterior:
a) Quais são os pontos que pertencem ao 1º quadrante? ______________________
b) Quais são os pontos que pertencem ao 2º quadrante? ______________________
c) Quais são os pontos que pertencem ao 3º quadrante? ______________________
d) Quais são os pontos que pertencem ao 4º quadrante? ______________________

3 Verifique se os pontos estão localizados nos quadrantes e identifique em


qual quadrante?

a) A(2, 0)_____________________________________________________________

b) B(-1, -1)____________________________________________________________

c) C(0, 3)_____________________________________________________________

d) D(2, -3)____________________________________________________________

e) E(0, 0)_____________________________________________________________

f) F(-1, 0)_____________________________________________________________

g) G(0, -2)____________________________________________________________

4 No exercício anterior:
a) Quais pontos estão localizados sobre o eixo das abscissas? 
b) Quais pontos estão localizados sobre o eixo das ordenadas? 

12
5 Complete utilizando os símbolos = (igual) ou ≠ (diferente):

a) A(2,0)......... M(0,2) 
b) B(3, -1)......... N(3,-1) 
c) C(2,5)................ P(6/3,10/2) 
d) C(-2,1)............... Q(1,-2) 
e) E(-3,-2).......... R(-2,-3) 

6 Determine x e y nos pares ordenados, para que cada uma das igualdades
sejam verdadeiras:

a) (x, y) = (1,-2) _______________________________________________________


b) (3, y) = (x, 1) _______________________________________________________
c) (x , -7) = (-1 , y) _____________________________________________________
d) (2x, -2) = ( 10, y) ____________________________________________________
e) (x, y +2) = (1, 7) _____________________________________________________
f) (3x, 2y) = (-15, -8) ___________________________________________________
g) (x, y - 5) = (0, 10) ____________________________________________________
h) (x + 1, y -1) = (2, 4) __________________________________________________

7 Determine as coordenadas de cada ponto do plano cartesiano a seguir:

13
8   Para que o ponto P(-3m +5, 2m+10) pertença à bissetriz dos quadrantes
ímpares, m deverá ser:

a) - 1       
b) 5/3      
c) - 5         
d) 1         

9 Observe o sistema cartesiano a seguir onde as bissetrizes de cada quadrante


estão representadas.

a) O que caracteriza um ponto “A” situado sobre a bissetriz dos quadrantes


ímpares?
b) Se o ponto C(x, y) é um ponto situado sobre a bissetriz dos quadrantes pares,
podemos afirmar que x + y = 0 sempre? Por quê?
c) Calcule o valor de m, sabendo que o ponto B (2m² + 5, 7m) pertence à bissetriz
dos quadrantes pares.

14
UNIDADE 1
TÓPICO 2

ESTUDO DOS PONTOS

1 INTRODUÇÃO
No tópico anterior, vimos a representação de um ponto no sistema
cartesiano. Neste tópico vamos analisar as relações que podemos estabelecer entre
dois ou mais pontos, como a distância entre dois pontos, o ponto médio de um
segmento, a condição de alinhamento de três pontos e como utilizar o software
Winplot para representar geometricamente essas relações.

No estudo dos pontos, temos o conceito de distância que perpassa vários


conceitos da geometria analítica, pois nessa área da matemática temos a relação
de elementos geométricos com os algébricos, sendo que o elemento básico da
geometria é o ponto.

Sabemos que na geometria a menor distância entre dois pontos é dada por
uma reta, já na geometria analítica esses pontos são representados por coordenadas
no sistema cartesiano ortogonal, e por meio dessas coordenadas podemos encontrar
o valor da distância entre os dois pontos.

Através dos estudos de Geometria Analítica, é possível estabelecer a


relação entre a Álgebra e a Geometria, em situações que são envolvidos ponto,
reta e figuras espaciais, pois quando representamos graficamente uma função,
utilizamos de pontos, podemos ter retas ou até mesmo figuras em três dimensões.

2 DISTÂNCIA ENTRE DOIS PONTOS


Na disciplina de geometria, você estudou que a distância é a medida da
separação de dois pontos e que por dois pontos passa apenas uma reta, vamos
calcular a distância entre os pontos A e B no sistema cartesiano ortogonal.

15
UNIDADE 1 | ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO

FIGURA 6 – DISTÂNCIA ENTRE DOIS PONTOS

y
B
yB
dAB

A C
yA

xA xB x
FONTE: Adaptado de: <https://www.google.com.br/
search?q=com+a+dist%c3%a2ncia+entre+dois+pontos>. Acesso em: 10
maio 2013.

Para calcular a distância entre dois pontos recorremos ao teorema de


Pitágoras.

UNI

Temos os pontos: A(xA, yA), com abscissa (xA) e ordenada (yA); e o ponto B(xB,
yB), com abscissa (xB) e coordenada (yB), ligando esses dois pontos com uma
reta, podemos formar o triângulo ABC retângulo em C, em que temos o lado BC
(cateto), o lado AC (cateto) e o lado AB (hipotenusa).

FIGURA 7 – COMO CALCULAR A DISTÂNCIA ENTRE DOIS PONTOS

y
B
yB

A C
yA

xA xB x
FONTE: Adaptado de: <http://www.mundoeducacao.com.br/matematica/
distancia-entre-dois-pontos.htm>. Acesso em: 10 maio 2013.

16
TÓPICO 2 | ESTUDO DOS PONTOS

Para calcular a distância entre os pontos A e B, vamos aplicar o teorema de


Pitágoras no triângulo ABC (Figura 8), para descobrir o valor da hipotenusa do
triângulo, ou seja, D que é a distância entre os pontos A e B.

FIGURA 8 – TRIÂNGULO ABC

FONTE: Os autores

Pelo Teorema de Pitágoras, temos que o quadrado da hipotenusa (D) é


igual à soma dos quadrados dos catetos. Como o cateto BC é igual a distância de
yB - yA, e o cateto AC é igual a distância de xB - xA , temos:

D² = (XB – XA)² + (YB – YA)²

√D² = √(XB – XA)² + (YB – YA)² aplicando a raiz quadrada em ambos os


lados da igualdade:

D = √(XB – XA)² + (YB – YA)²

ATENCAO

D = √(XB – XA)² + (YB – YA)² essa é a fórmula para o cálculo da


distância entre dois pontos no sistema cartesiano ortogonal.

Utilizando essa fórmula, é possível determinar a distância entre dois pontos


no Sistema Cartesiano Ortogonal, desde que seja conhecida as suas coordenadas.

Exemplo 1: Dados os pontos A (1, -2) e B (4, 2), determine a distância entre
eles e represente geometricamente.

Solução: Temos xA = 1 e yA = -2, e xB = 4 e yB = 2.

Fórmula da distância entre dois pontos:

17
UNIDADE 1 | ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO

D = √(XB – XA)² + (YB – YA)²

Substituindo esses valores na fórmula da distância entre dois pontos temos:

D = √(4 – 1)² + [2 – (–2)]²


Resolvendo as operações entre os parênteses:
D = √(3)² + (4)²
Elevando os termos ao quadrado:
D = √9 + 16
Somando os termos dentro da raiz quadrada:
D = √25
Resolvendo a raiz quadrada:
D=5
Logo a distância entre o ponto A e o ponto B é igual a 5 unidades de medida.

Representação geométrica:

FIGURA 9 – SOLUÇÃO DO EXEMPLO 1: DISTÂNCIA ENTRE PONTOS

FONTE: Os autores

Exemplo 2: Calcule a distância entre os pontos P(-1, 4) e Q (1, -4).

Solução: Temos xA = -1 e yA = 4, e xB = 1 e yB = - 4.

Substituindo na fórmula teremos:


18
TÓPICO 2 | ESTUDO DOS PONTOS

D = √(XB – XA)² + (YB – YA)²


D = √[1 – (–1)]² + (–4 – 4)²
Resolvendo as operações entre os parênteses:
D = √(–2)² + (–8)²
Elevando os termos ao quadrado:
D = √4 + 64
Somando os termos dentro da raiz quadrada:

D = √68

Resolvendo a raiz quadrada, não temos um valor exato, portanto vamos


fatorar em números primos o número 68;

68 2
34 2
17 17
1 2².17

Logo, √4 √17 = 2√17


D = 2√17 unidades de medida, esse valor é a distância entre o ponto A
e o ponto B.

Representação geométrica

FIGURA 10 – SOLUÇÃO DO EXEMPLO 2: DISTÂNCIA ENTRE PONTOS

FONTE: Os autores

19
UNIDADE 1 | ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO

3 PONTO MÉDIO DE UM SEGMENTO


É o ponto que divide o segmento de reta exatamente ao meio, originando
dois novos segmentos de reta, conforme podemos observar na Figura 11.

FIGURA 11 – PONTO MÉDIO DE UM SEGMENTO

FONTE: Adaptado de: <https://www.google.com.br/


search?q=divide+o+segmento+de+reta+exatamente+ao+meio&>. Acesso
em: 10 maio 2013.

Seja M o ponto médio do segmento com extremidades A (xA,yA) e B (xB,yB),


observamos na Figura 12, dois triângulos, AMN e ABP que são semelhantes, pois
possuem os três ângulos respectivamente congruentes (iguais) (REIS, 2008).

FIGURA 12 – CÁLCULO DO PONTO MÉDIO DE UM SEGMENTO

FONTE: Disponível em: <http://www.feg.unesp.br/extensao/teia/aulas/


AulasModulo02-pdf/ApostilaVeraCarlos.PDF>. Acesso em: 10 maio 2013.

Portanto, pelo Teorema de Tales, o segmento AM é proporcional ao


segmento AB e o segmento AN é proporcional ao segmento AP, logo:

20
TÓPICO 2 | ESTUDO DOS PONTOS

AM AN
=
AB AP
Sendo AB = 2(AM) pois M é o ponto Médio de AB
AM AN
Vamos subtituir AB = 2(AM) na expressão =
AB AP
AM AN
=
2AM AP
Simplificando e multiplicando meios e extremos teremos:

1 AN
=
2 AP
Logo, AP = 2(AN)

UNI

Nota! Como foi visto na figura 12, o segmento AP é a distância do ponto A ao


ponto P, e as coordenadas do ponto A são xA e yA e do ponto P xP = x B e yP =
yA , e o segmento AN é a distância do ponto A ao ponto N, e as coordenadas do ponto N são
xn = xM e yn= yA.

Temos: AP = 2( AN )

x P − x A = 2( x N − x A ) portanto se x p = x B e x N = x M logo:

x B − x A = 2( x M − x A ) , aplicando a propriedade distributiva:

x B − x A = 2 x M − 2 x A , isolando os termos correspondentes:

x B − 2 x M = x A − 2 x A , resolvendo os termos correspondentes:

x B − 2 x M = − x A , isolando o xM :

− 2 x M = − x A − x B , multiplicando ambos os lados da igualdade por (-1):


2 x M = x A + x B Isolando o xM :

21
UNIDADE 1 | ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO

x A + xB
xM =
2 essa é a fórmula para o cálculo da abscissa (x) do ponto
médio (M), de forma análoga define-se a fórmula do cálculo da ordenada (y) do
ponto médio (M):

y A + yB
yM =
2

x A + xB y A + y B
Portanto M ( , )
2 2

ATENCAO

Para encontrar as coordenadas do Ponto Médio utilizam-se as fórmulas:


x A + xB y A + yB
xM = yM =
2 e 2

Exemplo 1: Determine o ponto médio dos pontos A(4, -1) e B(-2, 5) e


represente geometricamente:
Solução: Temos xA = 4 e yA = -1, e xB = -2 e yB = 5.

Substituindo nas fórmulas, teremos:

x A + xB y A + yB
xM = yM =
2 2

4 + (−2) 2 (−1) + 5 4
xM = = =1 yM = = =2
2 2 2 2

Portanto, o ponto médio é: M (1,2).

Representação Geométrica:

22
TÓPICO 2 | ESTUDO DOS PONTOS

FIGURA 13 – MARCANDO O PONTO MÉDIO NO SISTEMA CARTESIANO DO EXEMPLO 1

FONTE: Os autores

Exemplo 2: O ponto A(-2, 3) é um dos extremos de um segmento cujo ponto


médio é M(-1, -3). Quais são as coordenadas do outro extremo desse segmento B(x,
y)? Represente geometricamente.

Solução: Acadêmico(a)! Note que agora temos o ponto médio e queremos


determinar a extremidade deste segmento. Desta forma, temos: xA = -2 e yA = 3, e
xM = -1 e yM = -3.

Substituindo nas fórmulas, teremos:

x A + xB y A + yB
xM = yM =
2 2
(−2) + x B 3 + yB
−1 = −3=
2 2

2 . (-1) = (-2) + x B 2 . (-3) = 3 + y B


-2 = (-2) + x B - 6 = 3 + yB
-2 + 2 = x B - 6 – 3 = yB
0 = xB - 9 = yB

Portanto, as coordenadas do outro extremo, ponto B são x = 0 e y = -9, B (0, -9).

23
UNIDADE 1 | ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO

FIGURA 14 – MARCANDO O PONTO MÉDIO NO SISTEMA CARTESIANO DO EXEMPLO 2

FONTE: Os autores

4 CONDIÇÃO DE ALINHAMENTO DE TRÊS PONTOS


Quando três pontos estão em linha reta, dizemos que eles são colineares,
conforme podemos observar na Figura 15.

FIGURA 15 – PONTOS COLINEARES E NÃO COLINEARES

FONTE: Disponível em: <http://www.infoescola.com/matematica/ponto-reta-e-plano/>. Acesso


em: 10 maio 2013.

24
TÓPICO 2 | ESTUDO DOS PONTOS

Observemos a Figura 16, onde temos os pontos A (xA, yA), B (xB, yB) e C (xC,
yC), três pontos distintos em linha reta, ou seja, colineares (alinhados). Temos que
os triângulos ABD e BCE são retângulos em D e E, respectivamente, bem como
apresentam lados proporcionais, logo são semelhantes.

UNI

Acadêmico(a)! Você estudou a semelhança de triângulos na disciplina de


Geometria, caso precise relembrar, busque seu Caderno de Estudos impresso ou vá até a Trilha
de Aprendizagem da disciplina de Geometria e visualize na versão virtual.

FIGURA 16 – ALINHAMENTO DE TRÊS PONTOS

C
YC

B
YB E
A
YA D

XA XB XC
FONTE: Disponível em: <http://www.alunosonline.com.br/matematica/condicao-
de-alinhamento-de-tres-pontos.html>. Acesso em: 10 maio 2013.

Com ABD~ BCE podemos escrever a relação:


xb -xa yb -ya
=
xc -xb yc -yb

Multiplicando meios e extremos, temos:


(xb - xa). (yc - yb) = (xc - xb). (yb - ya)
Equação este que podemos expressar na forma:
(xb – xa). (yc – yb) – (xc – xb). (yb – ya) = 0
Resolvendo os produtos, utilizando a propriedade distributiva da
multiplicação, temos:
xb yc – xb yb – xa yc ₊ xa yb – (xc yb – xc ya – xb yb ₊ xb ya ) = 0

25
UNIDADE 1 | ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO

Fazendo a regra de sinais:

xbyc – xbyb – xayc ₊ xayb – xcyb ₊ xcya ₊ xbyb – xbya = 0

Juntando os termos semelhantes:


xb yc -xa yc +xa yb -xc yb +xc ya -xb ya =0

Agrupando xa e ya temos:
(xa yb -xa yc )+(xc ya -xb ya )+(xb yc -xc yb )=0

Colocando os termos comuns em evidência:


xa ( yb -yc) +ya (xc -xb )+(xb yc -xc yb )=0

Que podemos escrever em forma de matriz:

xa ya 1
xb yb 1 = 0
xc yc 1

Desta forma, concluímos que:

Três pontos A (xA, yA), B (xB, yB) e C (xC, yC), estão alinhados ou colineares,

xa ya 1
se e somente se, o determinante xb yb 1 = 0 . Quando o determinante não for
xc yc 1
igual à zero, é porque os pontos A (xA, yA), B (xB, yB) e C (xC, yC), são vértices de
triângulo.
xa ya 1
xb yb 1=0
Substituindo as coordenadas dos pontos na matriz e
xc yc 1
aplicando a Regra de Sarrus, já vista no ensino médio, podemos verificar se o
determinante dessa matriz é igual a zero, se for, os pontos são colineares, se não
for igual a zero é porque os pontos não são colineares (formam um triângulo).

26
TÓPICO 2 | ESTUDO DOS PONTOS

UNI

LEMBRAR: Cálculo do determinante pela REGRA DE SARRUS:

xa ya 1
xb yb 1=0
xc yc 1

Repetem-se as duas primeiras colunas:

xa ya 1 xa ya
xb yb 1 xb yb =0
xc yc 1 xc yc

Pela Regra de Sarrus, temos:

( xa ·yb ·1+ya ·1·xc +1·xb ·yc ) - ( xc ·yb ·1+yc ·1·xa +1·xb ·ya ) =0

Veja mais em: <http://www.alunosonline.com.br/matematica/regra-de-sarrus.html>.

Exemplo 1: Vamos verificar geometricamente e algebricamente (através do


cálculo) se os pontos A (2, 5), B (3, 7) e C (5, 11), estão alinhados (são colineares):

Solução Geométrica: Vamos observar a localização dos pontos no sistema


ortogonal cartesiano na Figura 17.
FIGURA 17 – SOLUÇÃO GEOMÉTRICA DO EXEMPLO 1: PONTOS ALINHADOS

FONTE: Os autores

27
UNIDADE 1 | ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO

Observamos no Sistema Cartesiano Ortogonal (Figura 16) que os pontos A,


B e C estão alinhados e são colineares.

Solução Algébrica: Temos xa = 2 e ya = 5, xb = 3 e yb = 7, e xc = 5


e yc = 11.
xa ya 1
Substituindo na condição de alinhamento de três pontos x yb 1=0
b

temos: 2 5 1 xc yc 1
3 7 1=0
5 11 1

calculando o determinante da matriz pela regra de Sarrus, teremos:

1º Passo: Repetimos as duas primeiras colunas da matriz original.

2 5 12 5
3 7 13 7 =0
5 11 1 5 11

2º Passo: Calculamos o valor da diagonal principal da matriz, multiplicando


os elementos:

2 5 1 2 5
3 7 1 3 7 = 0 teremos Dp = (2.7.1) + (5.1.5) + (1.3.11)
Dp = 14 + 25+ 33 = 72
5 11 1 5 11

3º Passo: Calculamos o valor da diagonal secundária da matriz,


multiplicando os elementos:

2 5 1 2 5
3 7 1 3 7 = 0 teremos Ds = (1.7.5) + (2.1.11) + (5.3.1)
Ds = 35 + 22+ 15 = 72
5 11 1 5 11

4º Passo: Subtraímos o valor da diagonal secundária do valor diagonal


principal, para encontrar o valor do determinante da matriz, se ele for igual a zero
os pontos estão alinhados:

D = Dp - Ds = 72 -72 = 0

Portanto, os pontos A, B e C estão alinhados, ou seja, são colineares.

28
TÓPICO 2 | ESTUDO DOS PONTOS

Exemplo 2: Considerando os pontos A(2, 2), B(–2, –1) e C(–3, 1), verifique
se eles estão alinhados e represente geometricamente.

Solução: Temos xa = 2 e ya = 2, xb = - 2 e yb = -1, e xc = -3 e yc = 1.


xa ya 1
Substituindo na condição de alinhamento de três pontos, xb yb 1=0
temos: xc yc 1
2 2 1
− 2 − 1 1 = 0 calculando o determinante da matriz pela regra de Sarrus,
−3 1 1
teremos:

1º Passo: Repetimos as duas primeiras colunas da matriz original

2 2 1 2 2
− 2 −1 1 − 2 −1 = 0
−3 1 1 −3 1

2º Passo: Calculamos o valor da diagonal principal da matriz, multiplicando


os elementos:

2 2 1 2 2
teremos Dp = [2.(-1).1] + [2.1.(-3)] + [1.(-
− 2 −1 1 − 2 − 1 = 0 2).1]
−3 1 1 −3 1 Dp = -2 + (-6)+ (-2) = -10

3º Passo: Calculamos o valor da diagonal secundária da matriz,


multiplicando os elementos:

2 2 1 2 2
− 2 −1 1 − 2 −1 = 0 teremos Ds = [1.(-1).(-3)] + (2.1.1) + [2.(-2).1]
Ds = 3 + 2+ (-4) = 1
−3 1 1 −3 1

4º Passo: Subtraímos o valor da diagonal secundária do valor diagonal


principal, para encontrar o valor do determinante da matriz, se ele for igual a zero
os pontos estão alinhados:

29
UNIDADE 1 | ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO

D = Dp - Ds = -10 -1 = -11
Portanto, os pontos A, B e C não estão alinhados, ou seja, não são colineares.

Representação geométrica:

FIGURA 18 – SOLUÇÃO DO EXEMPLO 2: PONTOS NÃO ALINHADOS

FONTE: Os autores

Observamos no Sistema Cartesiano Ortogonal (Figura 18) que os pontos A,


B e C não estão alinhados, logo não são colineares.

5 A UTILIZAÇÃO DO SOFTWARE WIN PLOT


O programa Winplot é uma excelente ferramenta computacional para
fazer gráficos em duas dimensões (2D) e três dimensões (3D), de forma simples e
clara, foi desenvolvido pelo Professor Richard Parris "Rick", por volta de 1985 e é
totalmente gratuito.

30
TÓPICO 2 | ESTUDO DOS PONTOS

DICAS

Você pode baixar o programa Winplot gratuitamente, acessando a página: <http://


www.baixaki.com.br/download/winplot.htm>.

Vamos utilizar o programa Winplot para traçar gráficos em duas dimensões


(2D), ou seja, no sistema cartesiano ortogonal, selecionamos a opção 2 – dim, no
menu janela.

FIGURA 19 – MENU WINPLOT

FONTE: Disponível em: <http://www.mat.ufpb.br/sergio/winplot/


winplot.html>. Acesso em: 15 maio 2013.

Em seguida, o programa mostrará uma nova tela, como na Figura 20.


FIGURA 20 – TELA WINPLOT

FONTE: Os autores

31
UNIDADE 1 | ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO

Na opção equação (menu superior do programa) vamos selecionar a opção


ponto e em seguida (x, y), como na Figura 21.

FIGURA 21 – SELECIONAR PONTO NO WINPLOT

FONTE: Os autores

Depois para traçarmos pontos no Sistema Cartesiano Ortogonal com o


programa Winplot, é somente digitar as informações das coordenadas, abscissa (x)
e ordenada (y) do ponto na tela que abrirá no programa na sequência, e selecionar
a opção OK.
FIGURA 22 – INSERINDO PONTOS NO WINPLOT

FONTE: Os autores

32
TÓPICO 2 | ESTUDO DOS PONTOS

O programa vai projetando os pontos no Sistema Cartesiano Ortogonal,


conforme a Figura 23, e na tela “inventário” ficarão registradas as coordenadas dos
pontos projetados.

FIGURA 23 – PONTOS NO SISTEMA CARTESIANO ORTOGONAL NO WINPLOT

FONTE: Os autores

Da mesma forma, é possível traçar segmentos de reta, inserindo as


coordenadas dos pontos que são os extremos do segmento, selecionando no menu
Equação a opção Segmento e (x,y), conforme a Figura 24.

FIGURA 24 – SEGMENTO DE RETA NO WINPLOT

FONTE: Os autores

33
UNIDADE 1 | ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO

Inserindo as coordenadas dos pontos na tela (Figura 25), aberta na sequência


no programa, tem-se o segmento de reta (Figura 26).
FIGURA 25 – INSERINDO SEGMENTO DE RETA NO WINPLOT

FONTE: Os autores

FIGURA 26 – SEGMENTO DE RETA NO SISTEMA CARTESIANO ORTOGONAL NO


WINPLOT

FONTE: Os autores

34
TÓPICO 2 | ESTUDO DOS PONTOS

Observe na Figura 27, que projetando os pontos no Winplot, no menu dois,


selecionando a opção distância, o programa calcula a distância entre os pontos.

FIGURA 27 – DISTÂNCIA ENTRE OS PONTOS NO WINPLOT

FONTE: Os autores

A utilização desse programa é fácil, existe a opção ajuda em todas as partes


do programa e as funções matemáticas podem ser inseridas de modo natural.

NOTA

Com o programa Winplot, você pode conferir, com a representação geométrica,


se a solução do exercício está correta.

35
RESUMO DO TÓPICO 2
Nesse tópico, você verificou a distância entre os pontos, o ponto médio e a
condição de alinhamento de pontos.

Fórmula para o cálculo da distância entre dois pontos no sistema cartesiano


ortogonal:

D = ( x B − x A )² + ( y B − y A )²

Fórmula para o cálculo da abscissa (x) do ponto médio (M):

x A + xB
xM =
2
Fórmula do cálculo da ordenada (y) do ponto médio (M):

y A + yB
yM =
2

Coordenadas do Ponto Médio:

x A + xB y A + yB 
M  
 2 ,
2 

Para que três pontos estejam alinhados (colineares) o determinante da


matriz 3x3 tem que ser igual a zero: x A yA 1
xB yB 1 = 0
x y 1

36
AUTOATIVIDADE

Você deverá colocar em prática o que foi estudo no Tópico 2. Lembre-se


das orientações referentes a distância dos pontos, ponto médio e alinhamento
dos pontos.

1 Calcule a distância entre os pontos:

a) A (2,3) e B (2, 5)_____________________________________________________


b) C (6,3) e D (2,7)_____________________________________________________
c) E (2,1) e F (-2,4) _____________________________________________________

2 Determine o ponto médio do segmento de extremidades:

a) A (2, 3) e B (8, 5)__________________ b) C (3, -2) e D (-1, -6)_________________      


c) E (-2, -4) e F (5, 2) _________________ d) H (0, 7) e I (6, 0) ___________________         
e) J (3, 2) e K (5, 4) __________________ f) P (-3, -4) e Q (-7, 0) _________________

3 Dados os pontos A (5, -2), B (3, 0), C (1 , -5) e D (-8, -1), determine as
coordenadas dos pontos médios dos segmentos:

a) AB_______________________       b) AD___________________________
c) BD_______________________       d) AC __________________________       
e) CD ______________________

4 Represente, no Sistema Cartesiano Ortogonal, os triângulos ABC e PQR.


Determine as coordenadas dos pontos médios de cada lado dos triângulos e
calcule o comprimento (distância) dos lados AC e PQ.

a) Δ ABC : A (3, 5), B (5, 9) e C (3, 7)


b) Δ PQR: P(2, 8), Q(2, 2) e R(6, 2)

5 Calcule os pontos médios dos lados dos triângulos com vértices:

a) Δ ABC: A (4, 0), B (0, 6) e C(8, 2)        


b) Δ EFG: E (2, -6), F(-4, 2) e G(0, 4)    
c) Δ JKL: J(-3, 6), K(1, -2) e L(5, 2)

6 Determine as coordenadas do ponto B sabendo que M (-1, -1) é o ponto médio


de AB com A (-1, 1).

7 O ponto A (-4, 3) é um dos extremos de um segmento cujo ponto médio é M


(-1, -3). Quais são as coordenadas do outro extremo desse segmento B (x, y).

37
8 Sabendo que os pontos A (x, y), B (-3, 2) e M (3, 5) são colineares, e M é o
ponto médio de AB, determine as coordenadas do ponto A.

9 (UNIRIO) Uma universidade organizou uma expedição ao sítio arqueológico


de Itaboraí, um dos mais importantes do Rio de Janeiro. Para facilitar a
localização dos locais de escavação, foi adotado um sistema cartesiano de
coordenadas. O objetivo da expedição é realizar escavações nos pontos A
(0, 0),B (6, 18) e C (18, 6). Se o chefe da expedição pretende acampar em
um ponto equidistante (situado a igual distância) dos locais de escavação
determine as coordenadas do local do acampamento.

10 Um campo de futebol tem 60m de comprimento por 40m de largura. Construa


um sistema de coordenadas e determine as coordenadas dos seguintes
pontos: (REIS, 2008, p. 17)
a) dos quatro cantos do campo;
b) do centro do campo.

38
UNIDADE 1
TÓPICO 3

A RETA

1 INTRODUÇÃO
Caro(a) acadêmico(a)! Você estudou nos tópicos anteriores as definições
em relação ao ponto. Agora chegou a hora de conhecer as definições em relação
à reta. No postulado básico da Geometria, temos que pôr dois ou mais pontos
alinhados para poder passar uma reta, logo se faz necessário conhecer a equação
da reta, compreender como os seus coeficientes são importantes para analisar o
seu posicionamento no Sistema Cartesiano Ortogonal, possibilitando verificar sua
inclinação e os pontos onde a reta intercepta (corta) os eixos do Sistema Cartesiano
Ortogonal (eixo x e eixo y).

A seguir, vamos estudar as seguintes equações: equação geral da reta,


equação reduzida e equação segmentária e também vamos verificar o ângulo
formado entre as retas e a distância entre um ponto e uma reta.

2 EQUAÇÕES DA RETA
Conseguimos determinar a equação da reta do sistema cartesiano ortogonal
quando são conhecidos: um ponto e o coeficiente angular da reta ou dois pontos
da reta.

NOTA

Coeficiente angular é número que mede a inclinação (ou declividade) de uma


reta em relação ao eixo das abscissas. Logo, na equação reduzida da reta segundo a lei de
formação: “y = mx + n”, dizemos que “m” é o coeficiente angular dessa reta. Ou então, dada a
equação (geral) de uma reta: “ax + by + c = 0”, dizemos que “-a/b” é o coeficiente angular dessa
reta.

39
UNIDADE 1 | ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO

Essa equação pode receber as seguintes denotações: equação geral da reta,


equação reduzida da reta e equação segmentária da reta. Cada denotação tem suas
regularidades, como veremos.

• Equação geral da reta

a) Equação geral da reta quando é conhecido um ponto e o seu coeficiente angular.

ATENCAO

Uma das formas de representar uma reta r do Sistema Cartesiano Ortogonal por
meio de uma equação é conhecendo um ponto dessa reta e a sua inclinação (coeficiente
angular).

Temos a reta r (não vertical) que passa pelo ponto A (xA, yA) e tem coeficiente
angular (m), para obter a equação dessa reta, é preciso o ponto P(x, y) tal que o
ponto P seja diferente do ponto A (P ≠ A).

FIGURA 28 – EQUAÇÃO GERAL DA RETA

FONTE: Disponível em: <http://www.infoescola.com/geometria-


analitica/equacoes-da-reta/>. Acesso em: 15 maio 2013.

Como podemos observar na Figura 28 o coeficiente angular (m) é obtido


através das propriedades trigonométricas do triângulo retângulo, dado pela
fórmula:

m = tg α

cateto oposto
tg =
Sendo que cateto adjacente logo podemos escrever:

40
TÓPICO 3 | A RETA

y − yA
m= multiplicando meios e extremos:
x − xA
y − y A = m( x − x A ) essa é a fórmula da equação geral da reta.

Exemplo1: Determine a equação geral da reta r que passa pelo ponto A (2,
1), e tem coeficiente angular igual a 2 (m = 2).

Solução1: Temos xA = 2, yA = 1 e m = 2.

Substituindo em y − y A = m( x − x A ) teremos:

y − 1 = 2( x − 2) , aplicando a propriedade distributiva temos:

y − 1 = 2 x − 4 , igualando a zero, teremos:

y − 1 − 2 x + 4 = 0 , resolvendo os termos semelhantes:

y − 2 x + 3 = 0 , essa é a equação geral da reta que passa pelo A, com


coeficiente angular igual a 2.

b) Equação geral da reta quando são conhecidos dois de seus pontos.

ATENCAO

Sabemos pelos estudos da geometria que por dois pontos distintos passa uma
única reta. Assim também podemos determinar a equação da reta quando são conhecidos
dois de seus pontos.

x y 1
xA yA 1 = 0
xB yB 1

xyA + xBy + xAyB – xByA – xyB – xAy = 0


x (yA – yB) + y(xB - xA) + (xAyB – xByA) = 0

41
UNIDADE 1 | ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO

Como xA, x B, yA e yB são valores reais, podemos fazer:

yA – yB = a
xB - xA= b
xAyB – xByA = c

ATENCAO

Assim, teremos a fórmula da equação geral da reta: ax + by + c = 0.

Exemplo 2: Determine a equação da reta que passa pelos pontos A (2, 5) e


B (3, 7), e represente geometricamente:

Solução: Temos xA = 2, yA = 5 e xB = 3, yB = 7.
1º Passo: Substituir as coordenados dos pontos na fórmula e resolver:

x y 1 x y 1 x y 1 x y
xA yA 1=0 2 5 1=0 2 5 1 2 5 =0
xB yB 1 3 7 1 3 7 1 3 7

temos na diagonal secundária:

DP= (1. 5. 3) + (x . 1 . 7) + (y . 2 .1)


DP = 15 + 7x + 2y

E na diagonal principal Ds= (x. 5. 1) + (y . 1 . 3) + (1 . 2 .7)


Ds = 5x + 3y + 14

Como temos DP - Ds = 0:

5x + 3y + 14 – (15 + 7x + 2y) = 0, resolvendo:

-2x + y - 1= 0, essa é a equação geral da reta que passa pelos pontos A


(2, 5) e B (3, 7).

42
TÓPICO 3 | A RETA

FIGURA 29 – REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA DO EXEMPLO 2: EQUAÇÃO DA


RETA

FONTE: Os autores

E
IMPORTANT

Todas as retas no sistema ortogonal cartesiano apresentam uma equação na


forma ax + by + c = 0, onde a, b e c são constantes, e a e b não são simultaneamente nulos.

• Equação reduzida da reta

Para determinarmos a equação reduzida da reta, isolamos y, na equação


geral da reta (ax + by + c = 0).

Na equação ax + by + c = 0, em que a, b e c são números reais, ao isolarmos


y temos:

a c
by = - ax - c y=− x−
b b

Em que a é o coeficiente angular da reta (m) e c é o coeficiente linear


− −
(n) da reta. b b

Sendo assim, y = mx + n é a forma reduzida da equação da reta.

43
UNIDADE 1 | ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO

NOTA

Quando já temos a equação geral da reta, basta isolarmos y para termos a equação
reduzida da reta.

Exemplo: Vamos determinar a equação reduzida da reta, que passa pelos


pontos A (2, 5) e B (3, 7):

Solução: Temos xA = 2, yA = 5 e xB = 3, yB = 7.
Já resolvemos esse exemplo anteriormente onde encontramos a equação
geral dessa reta pela condição de alinhamento dos pontos. Agora vamos primeiro
y − yA
determinar o coeficiente angular usando a fórmula: m = em x e y, nesse
x − xA
caso são xB e yB, logo:

7−5 2
m= = =2
3−2 1 considerando o ponto A (2, 5) e substituindo na fórmula

y − y A = m( x − x A ) , temos:

y − 5 = 2( x − 2) resolvendo:

y − 5 = 2 x − 4 isolando y:

y = 2x – 4 + 5, resolvendo:

y = 2x + 1, essa é a equação reduzida da reta que passa pelos pontos A (2, 5) e B (3,
7), e tem coeficiente angular 2 e coeficiente linear 1.

E
IMPORTANT

O coeficiente linear (n) é a ordenada do ponto onde a reta intercepta (corta) o


eixo das ordenadas (eixo y).

Equação segmentária da reta

Com essa forma de representação da equação da reta é possível verificar

44
TÓPICO 3 | A RETA

claramente onde a reta intercepta o eixo da abscissa (eixo x) e o eixo da ordenada


(eixo y), ou seja, sua visualização gráfica.

Vamos denotar os pontos onde a reta intercepta os eixos coordenados,


como: A (0, q) e B (p, 0).

FIGURA 30 – EQUAÇÃO SEGMENTÁRIA DA RETA

A (0, q)

B (p, 0)
x

r
FONTE: Os autores

Com a condição de alinhamento dos pontos temos:

x y 1
0 q 1=0 x y
+ =1
p 0 1 resolvendo encontramos a equação p q , onde p e q

são os valores onde a reta intercepta os respectivos eixos, da abscissa (x) e eixo da
ordenada (y).

Exemplo: Determine a equação segmentária da reta de equação geral 2x +


3y - 12 = 0 e faça sua representação geométrica.

Solução: Sendo a equação 2x + 3y - 12 = 0, vamos passar a equação geral da


reta para sua forma segmentária, isolando x e y.

2x + 3y = 12, depois dividimos tudo por 12:

2 x 3 y 12
+ = , efetuando as simplificações temos:
12 12 12

x y
+ =1
6 4 , essa é a equação segmentária da reta, onde os pontos que
interceptam os eixo y e x são: A (0, 4) e B (6,0).

45
UNIDADE 1 | ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO

Representação geométrica:

FIGURA 31– SOLUÇÃO DO EXEMPLO: EQUAÇÃO SEGMENTÁRIA

FONTE: Os autores

ATENCAO

Sempre que não for indicado no texto, é porque a equação da reta está na sua
forma geral, quando for equação reduzida ou equação segmentária estará especificado no
texto.

3 ÂNGULOS ENTRE DUAS RETAS


Vamos considerar duas retas distintas (r  e  s) e concorrentes do plano,
não perpendiculares entre si e oblíquas aos eixos coordenados. Como podemos
observar na Figura 32, temos um ângulo formado entre essas retas, denominado
por α .

UNI

Duas retas são concorrentes se elas têm um ponto em comum.


Retas oblíquas são retas que estão inclinadas.

46
TÓPICO 3 | A RETA

FIGURA 32 – ÂNGULO ENTRE DUAS RETAS

FONTE: Disponível em: <http://www.mundoeducacao.com.br/matematica/


angulo-formado-entre-duas-retas.htm>. Acesso em: 15 mai. 2013.

Para determinar o ângulo formado entre as retas ( α ), vamos utilizar a


fórmula da tangente e o coeficiente angular das retas, no triângulo ABC, podemos
observar:

FIGURA 33 – ÂNGULO FORMADO ENTRE RETAS

FONTE: Disponível em: <http://www.mundoeducacao.com.br/matematica/


angulo-formado-entre-duas-retas.htm>. Acesso em: 15 out. 2013.

Temos α r = β + α s ⇒ β = α r −αs tg β = tg ( α r −αs ) utilizando a


igualdade trigonométrica, temos:

tgα r − tgα s m − ms
tg β = ⇒ tgβ = r
1 + tgα r .tgα s 1 + mr .m s

47
UNIDADE 1 | ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO

Como β é um ângulo agudo, tg β > 0 e β pode ser calculado pela


expressão:

ms − mr
tgβ =
1 + m s .m r

Quando uma reta for vertical e a outra oblíqua, ou seja, uma das retas é
perpendicular ao eixo x, não temos coeficiente angular de uma das retas, pois a tg
90º não existe.

FIGURA 34 – ÂNGULOS COMPLEMENTARES

FONTE: Disponível em: <http://www.mundoeducacao.com.br/


matematica/angulo-formado-entre-duas-retas.htm>. Acesso em: 15
out. 2013.

Caro acadêmico! Como você pode observar na figura 34, β e α são ângulos
r

1
complementares, assim podemos escrever que tg β = , consequentemente,
1 tgα r
β=
mr .

E
IMPORTANT

Ângulos complementares são dois ângulos que somados totalizam 90º, isto é,
um é complemento do outro.

Logo, podemos determinar o ângulo ( α ) com o coeficiente angular da reta


r, usando a fórmula: tgβ = 1
mr

48
TÓPICO 3 | A RETA

Exemplo 1: Determine o ângulo formado entre as retas r: x + y = 0 e s: 2x+


4y – 12 =0.
Solução: Para determinar o ângulo formado entre essas retas, precisamos
do coeficiente angular, então vamos passar as equações da forma geral para reduzir
e verificar o valor de m (coeficiente angular).

Temos a equação da geral da reta r: x + y = 0, logo a equação reduzida é y =


-x, e o coeficiente angular dessa reta é -1 (mr = -1).

E a equação geral da reta s: 2x+ 4y – 12 =0, logo a equação reduzida será:


12 2 x x
y= − y = 3−
4 y = 12 − 2 x 4 4 2 , portanto o coeficiente

angular da reta s é − 1 mg=( − 1 2 )


2
Agora que já conhecemos os valores dos coeficientes angulares, vamos

ms − mr
substituir na fórmula do ângulo entre duas retas:  tgβ =
1 + m s .m r
− 1 − (−1)
tgβ = 2 , resolvendo os sinais e a multiplicação, teremos:
1 + − 1 .(−1)
2

−1 +1
tgβ = 2 , resolvendo as frações, (lembre os denominadores diferentes)
1+ 1
2 −1 2 1
−1 +1 + =
precisamos resolvê-las por fração equivalente: 2 = 2 2 2

1
tgβ = 2 , efetuando a divisão entra as frações (mantemos a fração do
3
2
numerador e invertemos a fração do denominador, efetuando uma multiplicação
entre elas):
1 2 2 1 1
tgβ = . = = =
2 3 6 3 3
Para determinarmos o ângulo α , fazemos arc tg 1 , ou seja,
3
aproximadamente 18º.

49
UNIDADE 1 | ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO

UNI

Na calculadora científica, você deve primeiro fazer 1 dividido por 3, depois


selecionar a tecla da segunda função (2ndf ou Shift) e apertar no botão da tangente (tan).

Representação geométrica:
FIGURA 35– SOLUÇÃO DO EXEMPLO 1: ÂNGULO ENTRE DUAS RETAS

FONTE: Os autores

Para determinar o ângulo através do Winplot, selecione intersecções no


menu dois e marque a caixa referente ao ângulo de intersecção em graus, conforme
na figura 30.

Exemplo 2: Determine o ângulo formado entre as retas r: y = 3x + 4 e s: y


= - x + 4 e represente geometricamente.

Solução: Temos o coeficiente angular da reta r igual a 3 (mr = 3) e da reta


s igual a -1 (ms = - 1), substituindo na fórmula do ângulo entre as retas, teremos:
ms − mr
tgα =
1 + m s .m r
3 − (−1)
tgα = resolvendo os sinais e a multiplicação, teremos:
1 + 3.(−1)
4
tgα =
− 2 resolvendo a divisão:

tgα = − 2 = 2 como temos a representação de módulo na fórmula,


desconsideramos o sinal negativo.
50
TÓPICO 3 | A RETA

Para encontramos o ângulo α , fazemos arc tg 2, ou seja, aproximadamente


63º.

UNI

A função arco tangente (arc tg) é a função trigonométrica inversa da tangente.

FIGURA 36 – SOLUÇÃO DO EXEMPLO 2: ÂNGULO ENTRE DUAS RETAS

FONTE: Os autores

4 DISTÂNCIA ENTRE PONTO E RETA


Para calcularmos a distância (dPr) entre um ponto P(xp, yp) e uma reta r:
ax + by + c = 0, precisamos da equação da reta e das coordenadas do ponto, pois
unindo o ponto à reta, através de um segmento que forma com a reta um ângulo
reto (90º), é possível determinar a distância entre eles, como podemos visualizar
na Figura 37, pois a distância entre ponto e reta é definida pela menor distância
entre ambos, sendo que a menor distância é definida traçando um segmento entre
o ponto e a reta, formando com esta, um ângulo reto.
51
UNIDADE 1 | ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO

FIGURA 37 – DISTÂNCIA ENTRE PONTO E RETA

FONTE: Adaptado de: <http://alfaconnection.net/pag_avsm/gan0201.htm>.


Acesso em: 15 out. 2013.

No triângulo PAB, temos sua área determinada por base vezes altura,
divididos por 2.
b·h
A=
2
Substituindo pelas coordenadas da Figura 37, temos:

dAB ·d
A=
2
D
dAB ·d=D d= 1
Definindo e isolando d, obtemos: dAB .

• Cálculo da distância dAB

A distância dAB , obtemos aplicando o teorema de Pitágoras no triângulo


retângulo formado.

a2 =b2 +c2
dAB 2 =(xA -xB )2 +(yA -yB )2
dAB = √ (xA -xB )2 +(yA -yB )2

Definindo yA -yB =a e xA -xB =b, substituindo:

dAB =a√ 2 +b2 2

• Cálculo de D

52
TÓPICO 3 | A RETA

ATENCAO

Conforme você já estudou na disciplina de geometria, a área de um triângulo é


obtida multiplicando ½ pelo módulo do determinante das coordenadas dos vértices.

As coordenadas dos vértices do triângulo PAB, são: (xP ,yP) , (xA ,xA) e (xB ,yB )
respectivamente.

Calculando o determinante, temos:

xP yP 1 xP yP
xA yA 1 xA yA
xB yB 1 xB yB

D = ( xP ·yA ·1+yP ·1·xB +1·xA ·yB) – ( xB ·yA ·1+yB ·1·xP +1·xA ·yP )

Efetuando as multiplicações e aplicando a propriedade distributiva:


D=xP yA +xB yP +xA yB -xB yA -xP yB -xA yP

Agrupando os termos semelhantes:


D=xP yA -xP yB +xB yP -xA yP +xA yB -xB yA

Colocando xP e yP em evidência:
D=xP (yA -yB )+yP (xB -xA )+(xA yB -xB yA )

Definindo yA -yB =a, xB -xA =b e xA yB -xB yA =c substituindo:


D=axP +byP +c 3

Substituindo as equações 2 e 3 na primeira equação, temos:

Substituindo os valores da equação da reta e das coordenadas do ponto na

fórmula determinamos a distância entre o ponto e a reta.

53
UNIDADE 1 | ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO

Exemplo 1: Vamos calcular a distância do ponto P(1,2) à reta r: x + 2y + 1 = 0.

Solução: Temos as coordenadas do ponto P, x1 = 1 e y1 = 2, e coeficientes


da reta r, a = 1, b = 2  e c = 1. Substituindo na fórmula da distância entre o ponto e

ax1 + by1 + c
a reta d = , teremos:
Pr
a ² + b²

1.1 + 2.1 + 1
d pr = , resolvendo as multiplicações e as potências:
1² + 2²

1+ 2 +1
d pr = , efetuando os cálculos de adição:
1+ 4

4
d pr =
5 , racionalizando (multiplicando o numerador e o denominador pela raiz
quadrada):

4 5 4 5
d pr = . =
5 5 5

Representação geométrica:

FIGURA 38 – SOLUÇÃO DO EXEMPLO 1: DISTÂNCIA ENTRE PONTO E RETA

FONTE: Os autores

54
RESUMO DO TÓPICO 3
Nesse tópico, você conheceu as equações da reta, o ângulo formado entre
as retas e a distância entre o ponto e uma reta.

• Equação geral da reta (ax + by + c = 0) quando é conhecido um ponto e o seu


coeficiente angular é dada pela fórmula y − y A = m( x − x A ) , onde m é o
y − yA
coeficiente angular, dado pela fórmula: m = .
x − xA
• Equação geral da reta (ax + by + c = 0) quando são conhecidos dois de seus
x y 1
pontos é determinada pela condição de alinhamento de pontos, x A yA 1=0
.
xB yB 1

• Equação reduzida da reta (y = mx + n), onde m é o coeficiente angular da reta e


n é o coeficiente linear da reta.

x y 
• Equação segmentária da reta  + = 1 , onde p e q são os valores que a reta
p q 
intercepta os respectivos eixos, da abscissa (x) e eixo da ordenada (y).

• O ângulo formado entre as retas ( α ) é encontrado usando a fórmula da tangente


ms − mr
tgβ = , m é o coeficiente angular das retas.
1 + m s .m r

ax1 + by1 + c
• A distância entre o ponto e a reta é dada pela fórmula d Pr = .
a ² + b²

55
AUTOATIVIDADE

Agora, você deverá colocar em prática o que foi estudo no Tópico 3,


relembrando também algumas definições dos tópicos 1 e 2.

1 Encontre a equação geral da reta que passa pelos pontos (2,3) e (1,5) e faça a
representação geométrica.

2 Dada a equação da reta r: - x + y – 1 = 0 e as afirmações:

I – o ponto (1,1) pertence a r


II – a reta passa na origem do sistema cartesiano
III – o coeficiente angular de r é –1
IV – r intercepta a reta s: x + y – 2 = 0 no ponto P(1,2)

a) Apenas I é verdadeira.
b) Apenas III é verdadeira.
c) Nenhuma é falsa.
d) Apenas I é falsa.
e) Nenhuma das alternativas.
 
3 Verifique a equação reduzida da reta que passa pelos pontos A(-3, 2) e B(5,
-4), e confirme com a representação geométrica.

4 Quais são os coeficientes angular e linear da reta 2y - x + 8 = 0?

5 Determine a equação segmentária da reta, representada pelo gráfico:

56
6 Verifique a equação geral e reduzida da reta representada no gráfico:

7 Ache a equação segmentária da reta de equação -x + y – 9 = 0.

8 Calcule a distância do ponto P(1, 3) à reta 3x – 4y – 2 = 0.

9 Determine a distância do ponto P(1,3) à reta que passa pelos pontos (-1,1) e
(3, 1).

10 Quais são os coeficientes angular e linear da reta y +3x – 6 = 0?

11 Determine a distância entre a reta(s): - 4x + y – 1 = 0 e o ponto P(1,-2):

12 Determine o ângulo formado entre as retas r e s:

a) (r) 2x – 2y + 6 = 0 e (s) – 4x + 4y – 1 = 0
b) (r) – 4x + 2y - 1 = 0 e (s) 2x – 5y - 4= 0

57
58
UNIDADE 1
TÓPICO 4

POSIÇÕES RELATIVAS DE DUAS RETAS

1 INTRODUÇÃO
As posições relativas correspondem a posições entre duas ou mais retas do
plano. Duas retas podem ser paralelas, concorrentes, coincidentes ou concorrentes
perpendiculares, como veremos nesse tópico.

Em algumas dessas situações, as retas possuem um ponto em comum, ou


seja, um ponto de intersecção. Veremos também como determinar as coordenadas
desse ponto.

2 RETAS PARALELAS

ATENCAO

Sabemos que duas retas são paralelas quando não possuem nenhum ponto em
comum, ou seja, são equidistantes durante toda sua extensão.

Retas paralelas apresentam a mesma inclinação, ou seja, coeficientes


angulares iguais, como podemos observar na Figura 39 as retas, r e s, no sistema
cartesiano ortogonal.

59
UNIDADE 1 | ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO

FIGURA 39 – RETAS PARALELAS

FONTE: Os autores

Na linguagem matemática, quando duas retas são paralelas, temos que a


reta r é paralela a s, se e somente se, o ângulo teta for igual ao ângulo alfa (r // s
⇔ θ = α ). Portanto, uma das formas de determinar se duas retas são paralelas,
é verificando os coeficientes angulares, quando são iguais, as retas são paralelas.

Exemplo 1: Verifique se as retas r: 2x + 3y – 7 = 0 e s: – 2x – 3y + 9 = 0 são


paralelas, e faça sua representação geométrica.

Solução: Para isso, vamos determinar o coeficiente angular de cada uma


das retas.

• Coeficiente angular da reta r (mr):

2x + 3y – 7 = 0, vamos isolar y na equação da reta:

− 2x 7 −2
y= + , logo mr = .
3 3 3

• Coeficiente angular da reta s (ms):

– 2x – 3y + 9 = 0, isolando y na equação da reta:


− 3y = 2x − 9
2x − 9
y= + , resolvendo:
−3 −3

2x −2
y=− + 3 , logo ms = .
3 3
Concluímos que os coeficientes angulares são iguais (mr = ms), portanto, as
retas r: 2x + 3y – 7 = 0 e s: – 2x – 3y + 9 = 0 são paralelas.

60
TÓPICO 4 | POSIÇÕES RELATIVAS DE DUAS RETAS

Representação geométrica:
FIGURA 40 – REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA DO EXEMPLO 1: RETAS PARALELAS

FONTE: Os autores

Exemplo 2: Determine a equação geral da reta t que passa pelo ponto P(2,
2) e é paralela à reta r de equação x – y + 2 = 0. Faça a representação geométrica.

Solução: Para encontrarmos a equação da reta t, vamos usar a definição de retas


paralelas, como a reta t é paralela à reta s, as duas têm o mesmo coeficiente angular,
vamos determinar o coeficiente da reta r:

• Coeficiente angular da reta r (mr):

x – y + 2 = 0, vamos isolar y na equação da reta:


– y = – x – 2 , multiplicando ambos os lados da igualdade por (- 1):
y = + x + 2, portanto mr = 1.

61
UNIDADE 1 | ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO

• Equação da reta t:

Como as retas são paralelas, mt = mr, conhecendo o coeficiente angular da reta


t (mt = 1) e um ponto, P(2, 2) da reta t, substituindo na fórmula y − y A = m( x − x A )
temos a equação da reta t:

y − 2 = 1( x − 2) , efetuando a propriedade distributiva:


y − 2 = x − 2 , igualando a zero:
y − 2 − x + 2 = 0 , resolvendo:
y − x = 0 , essa é a equação geral da reta t.

Representação geométrica:

FIGURA 41 – REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA DO EXEMPLO 2: RETAS PARALELAS

FONTE: Os autores

Exemplo 3: Verifique se as retas r: x + y – 1 = 0 e s: – 2x – y + 2 = 0 são


paralelas e faça sua representação geométrica.

Solução: Vamos determinar o coeficiente angular de cada uma das retas.

• Coeficiente angular da reta r (mr):

62
TÓPICO 4 | POSIÇÕES RELATIVAS DE DUAS RETAS

x + y – 1 = 0, vamos isolar y na equação da reta:


y = − x + 1 , logo mr = -1.

• Coeficiente angular da reta s (ms):

– 2x – y + 2 = 0, isolando y na equação da reta:


− y = 2 x − 2 , multiplicando ambos os lados da igualdade por -1:
y = −2 x + 2 , logo ms = -2
Concluímos que os coeficientes angulares são diferentes (mr ≠ ms), portanto,
as retas r: x + y – 1 = 0 e s: – 2x – y + 2 = 0 não são paralelas.

Representação geométrica:

FIGURA 42 – REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA DO EXEMPLO 3: RETAS CONCORRENTES OU


NÃO PARALELAS

FONTE: Os autores

63
UNIDADE 1 | ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO

3 RETAS CONCORRENTES
Duas retas são concorrentes no sistema cartesiano ortogonal quando
possuem um ponto P(x0, y0) em comum e coeficientes angulares diferentes, ou
seja, se duas retas distintas e coplanares tiverem um único ponto em comum são
denominadas concorrentes e seus gráficos concorrem neste ponto.
FIGURA 43 – RETAS CONCORRENTES

FONTE: Disponível em: <http://www.google.com.br/


imgres?imgurl=http://www.mundoeducacao.com.br>. Acesso em: 15
maio 2013.

Dessa forma, como representado na Figura 43, a reta t é concorrente à reta r,


se e somente se, o coeficiente angular da reta t for diferente do coeficiente angular
da reta r (mT ≠ mr).

ATENCAO

Duas retas são concorrentes quando seus coeficientes angulares são diferentes.

Exemplo 1: Verifique se as retas  r: 2x – y + 6 = 0  e  s: 2x + 3y – 6 = 0  são


concorrentes e represente geometricamente. 

Solução 1: Vamos determinar o coeficiente angular da reta r e da reta s.

• Coeficiente angular da reta r (mr):

2x - y + 6 = 0, vamos isolar y na equação da reta:


− y = −2 x − 6 , multiplicando ambos os lados da igualdade por -1.
y = 2 x + 6 , logo mr = 2.

64
TÓPICO 4 | POSIÇÕES RELATIVAS DE DUAS RETAS

• Coeficiente angular da reta s (ms):

2x + 3y - 6 = 0, isolando y na equação da reta:


3 y = −2 x + 6 , dividindo por 3.

2x 6 2
y=− + , logo ms = − .
3 3 3
Concluímos que os coeficientes angulares são diferentes (mr ≠ ms), portanto,
as retas r: 2x – y + 6 = 0 e s: 2x + 3y – 6 = 0 são concorrentes.

Representação geométrica:

FIGURA 44 – REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA DO EXEMPLO 1: RETAS CONCORRENTES

2x – y + 6 = 0

2x + 3y – 6 = 0

FONTE: Os autores

4 PERPENDICULARIDADE DE DUAS RETAS


Duas retas concorrentes são perpendiculares quando formam ângulo reto
(90º), vamos considerar duas retas perpendiculares r e s, como na Figura 45.

65
UNIDADE 1 | ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO

FIGURA 45 – PERPENDICULARIDADE DE DUAS RETAS

FONTE: Disponível em: <http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://


www.brasilescola.com>. Acesso em: 15 maio 2013.

Consideremos as retas r e s, perpendiculares no ponto C, representadas em


um plano cartesiano, conforme a Figura 46. Consideremos, também, o ângulo de
inclinação da reta s como sendo β, então o ângulo de inclinação da reta r será 90° +
β, pois é o ângulo externo ao triângulo formado pelo ponto de interseção das duas
retas com o eixo Ox.
FIGURA 46 – PERPENDICULARIDADE DE DUAS RETAS

FONTE: Os autores

Dessa forma teremos: 


Coeficiente angular da reta s: ms = tg β 
Coeficiente angular da reta r: mr = tg (90° - β) 
Aplicando as fórmulas de adição de arcos é possível comparar o coeficiente
angular das duas retas:

66
TÓPICO 4 | POSIÇÕES RELATIVAS DE DUAS RETAS

Como ms = tg β e mr = - 1 / tg β, podemos dizer que:


ms = -1 / mr ou ms . mr = -1 

Na linguagem matemática, duas retas são perpendiculares quando o


ângulo formado entre elas é de 90º, representamos que a reta r é perpendicular à
reta s pela simbologia: r ⊥ s, e o produto dos seus coeficientes angulares for igual
a um negativo (mr . ms = -1).

ATENCAO

Duas retas são perpendiculares quando o produto dos seus coeficientes angulares
for igual a um negativo (mr . ms = -1).

Exemplo 1: Determine se as r: x + 2y + 3 = 0 e s: - 16x + 8y + 10 = 0 são


perpendiculares e confirme com a representação geométrica.

Solução 1: Vamos determinar o coeficiente angular da reta r e da reta s.

• Coeficiente angular da reta r (mr):

x + 2y + 3 = 0, vamos isolar y na equação da reta:


2 y = − x − 3 , dividindo por 2:

x 3 −1
y=− − , logo mr =
2 2 2

• Coeficiente angular da reta s (ms):

- 16x + 8y + 10 = 0, isolando y na equação da reta:


8 y = 16 x − 10 , dividindo por 8:

16 x 10
y= − , simplificando:
8 8
5
y = 2 x − , logo ms = 2.
4
67
UNIDADE 1 | ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO

Portanto, vamos verificar se mr . ms = -1, condição de perpendicularismo:

1 −2
− .2 = = −1
2 2
Logo, as retas r: x + 2y + 3 = 0 e s: - 16x + 8y + 10 = 0 são perpendiculares.

Representação geométrica:

FIGURA 47 – REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA DO EXEMPLO 1: RETAS


PERPENDICULARES

FONTE: Os autores

5 INTERSEÇÃO DE DUAS RETAS


Encontramos o ponto de interseção, ou seja, o ponto em comum entre duas
retas, resolvendo o sistema linear formado pelas equações das retas.

68
TÓPICO 4 | POSIÇÕES RELATIVAS DE DUAS RETAS

Exemplo 1: Encontre o ponto de interseção entre as retas r: x + y – 1 = 0 e


s: – 2x – y + 2 = 0 e confirme o resultado com a representação geométrica.

Solução: Temos as equações da reta r: x + y – 1 = 0 e da reta s: – 2x – y + 2 =

0, vamos estabelecer o sistema de equações: 


x + y - 1= 0

 - 2x - y + 2 = 0
E
IMPORTANT

Vamos utilizar o método da substituição para resolver o sistema linear, mas você
pode utilizar outro método que preferir para resolução de sistemas lineares.

1º Passo: Isolar y em uma das equações, de preferência na equação mais simplificada.

x+y–1=0
y=1–x

2º Passo: Substituir o valor isolado na outra equação.

– 2x – y + 2 = 0
- 2x – (1 – x) + 2 = 0
- 2x - 1 + x + 2 = 0
-2x + x -1 + 2 = 0
-x + 1 = 0
- x = -1
x=1
3º Passo: Substituir o valor de x em na equação isolada que é o resultado do 1º
passo.

y=1–x
y=1–1=0

Portanto o ponto de interseção da reta r: x + y – 1 = 0 e s: – 2x – y + 2 = 0 é


P(1, 0).

69
UNIDADE 1 | ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO

Representação geométrica:

FIGURA 48 – REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA DO EXEMPLO DE INTERSEÇÃO DE RETAS

FONTE: Os autores

6 O SOFTWARE WIN PLOT NA PROJEÇÃO DE RETAS


Como já vimos anteriormente, para traçar gráficos em duas dimensões (2D)
com o Winplot, escolhemos a opção 2-dim no menu principal, e depois selecionamos
a opção reta, conforme a Figura 49.

70
TÓPICO 4 | POSIÇÕES RELATIVAS DE DUAS RETAS

FIGURA 49 – OPÇÃO RETA NO WINPLOT

FONTE: Os autores

Quando a opção reta for selecionada, o programa abrirá uma nova tela
para você inserir as informações dos coeficientes (a, b e c) da equação da reta, veja
na Figura 50.
FIGURA 50 – INFORMAÇÕES DA EQUAÇÃO DA RETA NO WINPLOT

FONTE: Os autores

71
UNIDADE 1 | ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO

Quando você clicar em Ok, a reta será projeta, e uma nova tela, inventário
apresentará as informações da reta.
FIGURA 51 – PROJEÇÃO DA RETA NO WINPLOT

FONTE: Os autores

Você pode inserir uma ou mais retas no mesmo sistema cartesiano


ortogonal.
FIGURA 52 – RETAS PARALELAS NO WINPLOT

FONTE: Os autores

72
TÓPICO 4 | POSIÇÕES RELATIVAS DE DUAS RETAS

FIGURA 53 – RETAS CONCORRENTES NO WINPLOT

FONTE: Os autores

FIGURA 54 – RETAS PERPENDICULARES NO WINPLOT

FONTE: Os autores

73
UNIDADE 1 | ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO

Observe na Figura 55, que selecionando a opção interseção no menu Dois,


o programa apresenta as coordenadas do ponto de intersecção (x, y) e também é
possível saber o ângulo formado entre as retas, como você pode verificar no tópico
anterior.

FIGURA 55 – PONTO DE INTERSECÇÃO DE RETAS NO WINPLOT

FONTE: Os autores

Agora é com você, descubra no programa Winplot o que é possível fazer


para inserir informações adicionais na projeção ou até mesmo, mudar a cor da reta.

E
IMPORTANT

Aproveite essa ferramenta (Winplot) para conferir seus cálculos com a confirmação
na representação geométrica.

LEITURA COMPLEMENTAR

SURGIMENTO DA GEOMETRIA ANALÍTICA

Hygino H. Domingues

  
A Geometria, como ciência dedutiva, foi criada pelos gregos. Mas, apesar
do seu brilhantismo faltava operacionalidade à geometria grega. E isto só iria ser
conseguido mediante a Álgebra como princípio unificador. Os gregos, porém, não

74
TÓPICO 4 | POSIÇÕES RELATIVAS DE DUAS RETAS

eram muito bons em álgebra. Mais do que isso, somente no século XVII a álgebra
estaria razoavelmente aparelhada para uma fusão criativa com a geometria.

Ocorre que o fato de haver condições para uma descoberta não exclui o
toque de genialidade de alguém. E no caso da geometria analítica, fruto dessa
fusão, o mérito não foi de uma só pessoa. Dois franceses, Pierre de Fermat (1601-
1665) e René Descartes (1596-1650), curiosamente ambos graduados em Direito,
nenhum deles matemático profissional, são os responsáveis por esse grande avanço
científico: o primeiro movido basicamente por seu grande amor, a matemática e o
segundo por razões filosóficas. E, diga-se de passagem, não trabalharam juntos: a
geometria analítica é um dos muitos casos, em ciência, de descobertas simultâneas
e independentes.

Se o bem sucedido Pierre de Fermat, zeloso e competente conselheiro junto


ao Parlamento de Toulouse, dedicava muitas de suas melhores horas de lazer à
matemática, certamente não era porque faltasse, alguém em sua posição, outras
maneiras de preencher o tempo disponível. Na verdade Fermat simplesmente não
conseguia fugia à sua verdadeira vocação e, apesar de praticar matemática como
hobby, nenhum de seus contemporâneos contribuiu tanto para o avanço desta
ciência quanto ele. Além da geometria analítica, Fermat teve papel fundamental na
criação do Cálculo Diferencial, do Cálculo de Probabilidades e, especialmente, da
teoria dos números, ramo da matemática que estuda as propriedades dos números
inteiros.

A contribuição de Fermat à geometria analítica encontra-se num pequeno


texto intitulado Introdução aos Lugares Planos e Sólidos e data no máximo, de
1636 mais que só foi publicado em 1679, postumamente, junto com sua obra
completa. É que Fermat, bastante modesto, era avesso a publicar seus trabalhos.
Disso resulta, em parte, o fato de Descartes comumente ser mais lembrado como
criador da Geometria Analítica.

O interesse de Descartes pela matemática surgiu cedo, no “College de


la Fleche”, escola do mais alto padrão, dirigida por jesuítas, na qual ingressará
aos oito anos de idade. Mas por uma razão muito especial e que já revelava
seus pendores filosóficos: a certeza que as demonstrações ou justificativas
matemáticas proporcionam. Aos vinte e um anos de idade, depois de frequentar
rodas matemáticas em Paris (além de outras) já graduado em Direito, ingressa
voluntariamente na carreira das armas, uma das poucas opções “dignas” que se
ofereciam a um jovem como ele, oriundo da nobreza menor da França. Durante os
quase nove anos que serviu em vários exércitos, não se sabe de nenhuma proeza
militar realizada por Descartes. É que as batalhas que ocupavam seus pensamentos
e seus sonhos travavam-se no campo da ciência e da filosofia.

A Geometria Analítica de Descartes apareceu em 1637 no pequeno texto


chamado A Geometria como um dos três apêndices do Discurso do método, obra
considerada o marco inicial da filosofia moderna. Nela, em resumo, Descartes
defende o método matemático como modelo para a aquisição de conhecimentos
em todos os campos.
75
UNIDADE 1 | ESTUDO DA RETA NO SISTEMA CARTESIANO

A Geometria Analítica, como é hoje, pouco se assemelha às contribuições


deixadas por Fermat e Descartes. Inclusive sua marca mais característica, um par
de eixos ortogonais, não usada por nenhum deles. Mais, cada um a seu modo,
sabiam que a ideia central era associar equações a curvas e superfícies. Neste
particular, Fermat foi mais feliz. Descartes superou Fermat na notação algébrica.

FONTE: Disponível em: <http://www.somatematica.com.br/historia/analitica.php>. Acesso em: 20


maio 2013.

76
RESUMO DO TÓPICO 4
Nesse tópico, você conheceu as posições relativas de duas retas, como
determinar o ponto de interseção de duas retas e como projetar retas no programa
Winplot.

• Para determinar se duas retas paralelas (//), verificamos se os coeficientes


angulares das retas são iguais.

• Duas retas são concorrentes quando possuem um ponto P(x0, y0) em comum e
coeficientes angulares diferentes.

• Duas retas são perpendiculares ( ⊥ ) quando o produto dos seus coeficientes


angulares for igual a um negativo (mr . ms = -1).

• Encontramos o ponto de interseção entre duas retas, resolvendo o sistema linear


formado pelas equações das retas.

77
AUTOATIVIDADE

Agora é sua vez de verificar se compreendeu o que foi estudado no


Tópico 4, relembrando também algumas definições do Tópico 1, 2 e 3.

1 Verifique se as retas r: 4x - 2y – 3 = 0 e s: -10x + 5y + 9 = 0 são concorrentes ou


paralelas.

2 Determine a equação da reta que passa pelo ponto P (-1,-3) e é perpendicular


a reta s: -2x + 5y + 6 = 0 e faça a representação geométrica.

3 Determine o ponto de interseção entre as retas 3x + 2y + 3 = 0 e – x – y - 1=0.

4 Encontre a equação da reduzida da reta r, que passa pelo ponto P(2, -2) e é
paralela à retas: 2x – 3y -6 = 0.

5 Determine a equação segmentária da reta que passa pelo ponto A(2, 1) e é


paralela à reta 4x – y + 1 = 0.

6 Escreva a equação geral da reta que passa pelo ponto P(1, 5) e é perpendicular
à reta de equação x + 3y - 12 = 0, e confirme o resultado com a representação
geométrica.

7 Determine a equação da reta que passa pelo ponto (-2,5) e é paralela à reta s: y = 4x
+ 3 e utilize o programa Winplot para confirmar o resultado com a representação
geométrica.

8 Determine o valor de “m” para que as retas 2x + 3y - 1 = 0 e mx + 6y – 3 = 0


sejam paralelas.

9 Encontre as coordenadas dos pontos de intersecção das retas r: - 2x + y - 6 =


0 e s: -2x - 3y + 6 = 0 e faça a representação geométrica utilizando o programa
Winplot. 

10 (OSEC-SP) Qual é a posição relativa das retas r : x + 2y + 3 = 0 e s: 4x + 8y +


10 = 0?

11 Determine o ponto de intersecção da reta que passa pelo ponto P (-1,-3) e é


perpendicular a reta s: -2x + 5y + 6 = 0 e faça a representação geométrica.

12 Verifique se as retas r: 4x - 2y – 3 = 0 e s: 4x + 5y + 9 = 0 são concorrentes ou


paralelas.

78
UNIDADE 2

O ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

Caro(a) acadêmico(a)! Com esta unidade, você será capaz de:

• adquirir noções sobre as circunferências;

• reconhecer as equações das circunferências;

• identificar as posições relativas das circunferências;

• estudar os conceitos e propriedades da circunferência no sistema cartesiano


ortogonal;

• conhecer e analisar as curiosidades sobre as circunferências.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles, você
encontrará atividades que favorecerão a fixação dos assuntos apresentados.
Bons estudos!

TÓPICO 1 – EQUAÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA

TÓPICO 2 – POSIÇÕES RELATIVAS

TÓPICO 3 – CURIOSIDADES SOBRE A CIRCUNFERÊNCIA

79
80
UNIDADE 2
TÓPICO 1

EQUAÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA

1 INTRODUÇÃO

Nessa unidade, você aprofundará seus conhecimentos sobre a circunferência,


sua definição, suas propriedades, bem como as posições relativas a ponto, a reta e
a outra circunferência.

Toda circunferência tem uma equação que a representa. Nesse tópico


vamos conhecer os elementos da circunferência, sua posição no plano cartesiano,
suas equações (reduzida e geral), bem como representá-la geometricamente com a
utilização do software Winplot.

2 EQUAÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA

A circunferência é o conjunto de todos os pontos de um plano equidistantes


(a mesma distância) de um ponto fixo, desse mesmo plano, denominado centro
da circunferência (C). Sendo que denomina-se raio (R) a medida da distância de
qualquer ponto da circunferência ao centro (C) e essa distância (raio) é sempre
constante.

E
IMPORTANT

A circunferência pode ser considerada uma linha curva fechada, onde a distância
entre a extremidade e qualquer ponto possui medida igual, denominada diâmetro. Enquanto
que o círculo é a figura plana delimitada pela circunferência, conforme podemos verificar na
Figura 56.

81
UNIDADE 2 | O ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA

FIGURA 56 – CÍRCULO E CIRCUNFERÊNCIA


D
corda

diametro E
C A
O
raio

FONTE: Disponível em: <http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/


geometria/geom-circ/geom-circ.htm>. Acesso em: 30 maio 2013.

Para estabelecer a fórmula da equação da circunferência, tomemos uma


circunferência de centro com coordenadas C(a, b) e um ponto qualquer com
coordenadas P(x, y) pertencente à circunferência, conforme a figura 57.

FIGURA 57 – CIRCUNFERÊNCIA

P(x,y)

FONTE: Disponível em: <https://www.google.com.br/


search?q=circunfer%c3%8ancia&source>. Acesso em: 30 maio 2013.

Utilizando a fórmula da distância de dois pontos (vista na unidade anterior),


o centro (C) da circunferência e o ponto P, ou seja, o raio da circunferência, podemos
escrever:

DC , P = ( x − a )² + ( y − b)² ; (elevando ambos os lados da equação ao quadrado);

( DC , P )² = ( ( x − a )² + ( y − b)² )² (resolvendo a raiz elevada ao quadrado).


Teremos:

82
TÓPICO 1 | EQUAÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA

D ² C , P = ( x − a )² + ( y − b)²

Como a distância entre o centro (C) e o ponto P é a medida do raio da


circunferência, vamos substituir D ² C , P por R², logo teremos R ² = ( x − a )² + ( y − b)² .

ATENCAO

Essa é a fórmula para equação reduzida da circunferência, ou seja, a expressão


(x – a)² + (y – b)² = R². Para determinar a equação de uma circunferência, precisamos saber o
seu centro C(a, b) e o seu raio (R).

Exemplo 1: Determine a equação reduzida da circunferência com centro C


(1, 2) e raio 2, e faça a representação geométrica.

Solução: Temos o centro da circunferência com as coordenadas, a = 1 e b =


2 e a medida do raio da circunferência, R = 2, logo:

(x – a)² + (y – b)² = R² (fórmula da equação da circunferência).


(x – 1)² + (y – 2)² = 2² (substituindo os valores das coordenadas e do raio).
(x – 1)² + (y – 2)² = 4 (resolvendo a potência, 2²).

A equação da circunferência com centro C (1, 2) e raio 2, é: (x – 1)² + (y – 2)²


= 4.

Representação geométrica
FIGURA 58 – CIRCUNFERÊNCIA DO EXEMPLO 1

FONTE: Os autores

83
UNIDADE 2 | O ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA

Exemplo 2: Determine a equação da circunferência com centro no ponto


C(2, 3) e que passa pelo ponto A(1, 1), e faça a representação geométrica.

Solução: Temos as coordenadas do centro da circunferência C(2, 3), a =


2 e b = 3, e as coordenadas do ponto A(1, 1), x = 1 e y = 1, primeiramente vamos
determinar a medida do raio da circunferência.

DC , P = ( x − a )² + ( y − b)² (fórmula da distância entre dois pontos).

DC , P = (1 − 2)² + (1 − 3)² (substituindo os valores das coordenadas do


centro e do ponto).

DC , P = (−1)² + (−2)² (resolvendo as subtrações).


DC , P = 1 + 4 = 5 (resolvendo as potências e a raiz).

A distância entre o centro C e o ponto A é a medida do raio da circunferência,


logo R = 5 . Vamos determinar a equação reduzida dessa circunferência.

(x – a)² + (y – b)² = R² (fórmula da equação da circunferência).


(x – 2)² + (y – 3)² = ( 5 )² (substituindo os valores das coordenadas e do
raio).
(x – 2)² + (y – 3)² = 5 (resolvendo a potência, ( 5 )² = 5).

Portanto, a equação da circunferência com centro no ponto C(2, 3), que


passa pelo ponto A(1, 1), e tem raio igual a 5 é: (x – 2)² + (y – 3)² = 5.

Representação geométrica:

FIGURA 59 – CIRCUNFERÊNCIA DO EXEMPLO 2

FONTE: Os autores

84
TÓPICO 1 | EQUAÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA

Exemplo 3: Qual é a equação da circunferência com centro C(-1, -2) e raio


3? Faça a representação geométrica.

Solução: Temos o centro da circunferência com as coordenadas, a = -1 e b =


-2 e a medida do raio da circunferência, R = 3, logo:

(x – a)² + (y – b)² = R² (fórmula da equação da circunferência).

[x – (-1)]² + [y – (-2)]² = 3² (substituindo os valores das coordenadas e do


raio).
(x + 1)² + (y + 2)² = 9 (resolvendo os sinais e a potência, 3²).

A equação da circunferência com centro C (-1, -2) e raio 3, é: (x + 1)² + (y +


2)² = 9 .

Representação geométrica
FIGURA 60 – CIRCUNFERÊNCIA DO EXEMPLO 3

FONTE: Os autores

Exemplo 4: Determine a equação da circunferência com centro no ponto


C(2, -3) e que passa pelo ponto A(1, -2). Confirme os resultados com a representação
geométrica.

Solução: Temos as coordenadas do centro da circunferência C(2, -3), a = 2


e b = -3, e as coordenadas do ponto A(1, -2), x = 1 e y = -2, primeiramente vamos
determinar a medida do raio da circunferência
DC , P = ( x − a )² + ( y − b)² (fórmula da distância entre dois pontos);
DC , P = (1 − 2)² + [−2 − (−3)]² (substituindo os valores das coordenadas
do centro e do ponto);

85
UNIDADE 2 | O ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA

DC , P = (−1)² + (+1)² (resolvendo as potências e adições);

DC , P = 2

A distância entre o centro C e o ponto A é a medida do raio da circunferência,


logo R = 2 vamos determinar a equação reduzida dessa circunferência.

(x – a)² + (y – b)² = R² (fórmula da equação da circunferência);


(x – 2)² + [y – (-3)]² = ( 2 )² (substituindo os valores das coordenadas e do
raio);
(x – 2)² + (y + 3)² = 2 (resolvendo os sinais e a potência).

Portanto, a equação da circunferência com centro no ponto C(2, -3), que


passa pelo ponto A (1, -2), e tem raio igual a 2 é: (x – 2)² + (y + 3)² = 2.

Representação geométrica:

FIGURA 61 – CIRCUNFERÊNCIA DO EXEMPLO 4

FONTE: Os autores

Exemplo 5: Determine o centro e o raio da circunferência de equação (x - 4)²


+ (y - 5)² = 9 e represente geometricamente.    

86
TÓPICO 1 | EQUAÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA

Solução: Comparando com a fórmula da equação da circunferência, (x – a)²


+ (y – b)² = R², temos que as coordenadas do centro da circunferência são a = 4 e b =
5, C(4, 5) e a medida do raio da circunferência será: R² = 9, R = 9 =3
Representação geométrica:

FIGURA 62 – CIRCUNFERÊNCIA DO EXEMPLO 5

FONTE: Os autores

Exemplo 6: Qual o centro e o raio da circunferência de equação (x + 2)² + (y


+ 1)² = 4 e represente geometricamente.    

Solução: Temos a fórmula da equação da circunferência igual a (x – a)² + (y


– b)² = R², logo as coordenadas do centro da circunferência são a = -2 e b = -1, C(-2,
-1) e a medida do raio da circunferência será: R² = 4, R = 4 = 2.

Representação geométrica:

87
UNIDADE 2 | O ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA

FIGURA 63 – CIRCUNFERÊNCIA DO EXEMPLO 6

FONTE: Os autores

Exemplo 7: Qual é a equação da circunferência de centro C(-2, 3) que é


tangente ao eixo dos y?

Solução: A circunferência está afastada da origem de três unidades no


sentido positivo de y. O raio, portanto, vale 3.

FIGURA 64 – EXEMPLO 7

FONTE: Os autores

Equação reduzida é (x + 2)² + (y – 3)² = 3², temos (x + 2)² + (y – 3)² = 9.

Exemplo 8: Qual é a equação da circunferência de centro C(-3, 4) e que


passa pela origem do plano cartesiano?
88
TÓPICO 1 | EQUAÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA

Solução: Se a circunferência passa pela origem do sistema cartesiano, logo


o ponto P(0, 0) pertence à circunferência, desta forma podemos determinar o raio.

FIGURA 65 – EXEMPLO 8

(x,y) = (-3,4)

FONTE: Os autores

(x – a)² + (y – b)² = R² (fórmula da equação da circunferência);


[0 – (-3)]² + (0 – 4)² = R² (substituindo os valores das coordenadas do ponto
e do centro);
(3)² + (-4)² = R² (resolvendo os sinais e a potência).
9 + 16 = R²
25 = R²
R = 5.

Portanto, a equação reduzida da circunferência com centro no ponto C (- 3,


4), que passa pela origem do plano cartesiano é: (x +3)² + (y – 4)² = 5², temos (x + 3)²
+ (y – 4)² = 25.

3 POSIÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA NO PLANO CARTESIANO

No sistema cartesiano ortogonal, a circunferência pode assumir posições


diferentes, determinando assim equações particulares.

• O centro da circunferência na origem: neste caso, a = b = 0, a equação da


circunferência será x² + y² = R² e C(0,0).

89
UNIDADE 2 | O ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA

FIGURA 66 – CIRCUNFERÊNCIA COM CENTRO NA ORIGEM

FONTE: Os autores

• O centro da circunferência no eixo Ox: neste caso, y = 0, então não teremos o


valor de b e a equação da circunferência será (x - a)² + y² = R² e centro C(a, 0).

FIGURA 67 – CIRCUNFERÊNCIA COM CENTRO NO EIXO OX

FONTE: Os autores

• O centro da circunferência no eixo Oy: neste caso, x = 0, então não teremos o


valor de a e a equação da circunferência será x² + (y - b)² = R² e centro C(0,b).

90
TÓPICO 1 | EQUAÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA

FIGURA 68 – CIRCUNFERÊNCIA COM CENTRO NO EIXO OY

FONTE: Os autores

4 EQUAÇÃO GERAL DA CIRCUNFERÊNCIA

E
IMPORTANT

Para encontrarmos a equação geral da circunferência é preciso resolver os


produtos notáveis (quadrados) da equação da circunferência.

A equaçã (x – a)² + (y – b)² = R² é conhecida como equação reduzida da


circunferência, desenvolvendo os quadrados, teremos:

NOTA

Vamos resolver os produtos notáveis, como já vistos na disciplina de Introdução


ao Cálculo: (a - b)2 = a2 - 2ab + b2.

(x – a)² + (y – b)² = R²
(x² - 2ax + a²) + (y² - 2by +b²) = R²
x 2 − 2ax + a 2 + y 2 − 2by + b 2 = R 2
x 2 + y 2 − 2ax − 2by + a 2 + b 2 − R 2 = 0

91
UNIDADE 2 | O ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA

Com o objetivo de simplificar a equação, consideramos: α = −2a


2 2 2
, β = −2b e γ = a + b − R , teremos a equação geral da circunferência:
x 2 + y 2 + αx + β y + γ = 0

Exemplo 1: Determine a equação geral da circunferência de centro C(3,2) e


raio R = 6, represente geometricamente.

Solução: Temos o centro da circunferência com as coordenadas, a = 3 e b =


2 e a medida do raio da circunferência, R = 6, substituindo na equação reduzida da
circunferência teremos:

(resolvendo as potências);

x 2 − 6 x + 9 + y 2 − 4 y + 4 − 36 = 0 (reduzindo os temos semelhantes);

x 2 + y 2 − 6 x − 4 y − 23 = 0 , essa é a equação geral da circunferência de


centro C(3,2) e raio R = 6.

Representação geométrica

FIGURA 69 – EQUAÇÃO GERAL DA CIRCUNFERÊNCIA DO EXEMPLO 1

FONTE: Os autores

Exemplo 2: Qual a equação geral da circunferência de centro C (-3,4) e raio


R = 3, e faça a verificação com a representação geometricamente.

92
TÓPICO 1 | EQUAÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA

Solução: Temos o centro da circunferência com as coordenadas, a = -3 e b =


4 e a medida do raio da circunferência, R = 3, substituindo na equação reduzida da
circunferência teremos:

(resolvendo os sinais);

(resolvendo as potências);

x 2 + 6 x + 9 + y 2 − 8 y + 16 − 9 = 0 (reduzindo os termos semelhantes);

x 2 + y 2 + 6 x − 8 y + 16 = 0 , essa é a equação geral da circunferência de


centro C(-3,4) e raio R = 3.

Representação geométrica

FIGURA 70 – EQUAÇÃO GERAL DA CIRCUNFERÊNCIA DO EXEMPLO 2

FONTE: Os autores

Exemplo 3: Encontre o centro e o raio da circunferência de equação x² + y²


= 2 e faça a representação geométrica.
Solução: Pela equação dada no exemplo, percebemos que é uma
circunferência com C em (0, 0). Não havendo necessidade de trabalhar com a
fórmula geral. Neste caso, temos: x² + y² = R2, comparando as equações, temos
R2 = 2. Logo, a medida do raio é R = 2.

93
UNIDADE 2 | O ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA

Representação geométrica

FIGURA 71 – EQUAÇÃO GERAL DA CIRCUNFERÊNCIA DO EXEMPLO 3

FONTE: Os autores

Exemplo 4: Determine o centro e o raio da circunferência de equação x² +


y² - 6x - 4y - 36 = 0 e representação geométrica.

Solução: Temos a fórmula x 2 + y 2 − 2ax − 2by + a 2 + b 2 − R 2 = 0 ,


comparando com a equação da circunferência temos:

x²+y² - 2ax – 2by + a ² + b ² - R ² = 0

x ² + y ² - 6x - 4y - 36 = 0

Logo, -2a = - 6, portanto, a = 3 e -2b = - 4, logo b = 2, então o centro da


circunferência é C(3, 2) e a medida do raio (R) será:
+ a² + b² - R² = -36
+ 3² + 2² - R² = -36
+ 9 + 4 - R² = -36
- R² = -36 -13
- R² = - 49
R² = 49

R= 49 = 7

94
TÓPICO 1 | EQUAÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA

Representação geométrica

FIGURA 72 – EQUAÇÃO GERAL DA CIRCUNFERÊNCIA DO EXEMPLO 4

FONTE: Os autores

5 RECONHECENDO UMA EQUAÇÃO DE CIRCUNFERÊNCIA

ATENCAO

Qualquer circunferência pode ser representada por uma equação da forma


2 2
x + y + αx + β y + γ = 0 Mas não é toda equação dessa forma que representa uma
circunferência.

Temos as seguintes restrições para R2 = a2 + b2 − γ :

• Será uma circunferência se:

95
UNIDADE 2 | O ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA

Será um ponto se:


  α β
R = 0 ou a 2 + b 2 − γ = 0, é o próprio centro C − ,− 
  2 2

Será um conjunto vazio se: R < 0 {


ou a 2 + b 2 − γ < 0 a equação não
será satisfeita por nenhum ponto do plano.

Exemplo 1: Verificar se a equação x²  + y²  - 6x - 8y + 49 = 0, representa o


gráfico de uma circunferência.

Solução: como a fórmula da equação geral da circunferência é


2 2
x + y + αx + βy + γ = 0 , vamos verificar se a equação x² + y² - 6x - 8y + 49 = 0,
atende as restrições:

Caso não atenda a uma das restrições é porque não é a equação de uma
circunferência.

2 2 2
1º Passo: Vamos verificar a primeira restrição: R > 0 ou a + b − γ >0
para isso precisamos encontrar o valor das coordenadas do centro, de a e b.

x 2 + y 2 + αx + β y + γ = 0
α β
x ² + y ² - 6x - 8y + 49 = 0, logo α = −6 e β = −8 como a = - eb=-
2 2
(−6) (−8)
a=- eb = -
2 2

a = 3e b = 4

Substituindo em a 2 + b 2 − γ > 0 , saberemos se R > 0, logo:
3 2 + 4 2 − 49 > 0
9 + 16 − 49 > 0
− 24 > 0

Como R² é negativo, a equação fornecida não representa uma circunferência


e não tem representação geométrica.

96
TÓPICO 1 | EQUAÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA

Exemplo 2: Verifique se a equação x²  + 2y²  - 6x + 4y - 9 = 0, pode ser


considerada uma equação da circunferência.

Solução: É preciso verificar todas as condições, mas nesse caso pela segunda
restrição (os coeficientes de x² e y² forem iguais) já identificamos que não é uma
equação de circunferência, pois os coeficientes são diferentes de x² = 1 e de y² = 2.

Representação geométrica

FIGURA 73 – REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA DO EXEMPLO 2

FONTE: Os autores

Exemplo 3: Análise se a equação x² + 6x + 4y - 1 = 0 pode ser considerada


uma equação da circunferência.

Solução: Novamente pela segunda restrição (os coeficientes de x² e y²


devem ser iguais). Percebemos que não é uma equação de circunferência, pois os
coeficientes são diferentes, de x² = 1 e de y² = 0, conforme podemos observar na
Figura 69.

A equação acima é a representação de uma parábola, já estuda por você,


acadêmico, no ensino básico e na disciplina de Introdução ao Cálculo, que em
breve, analisaremos com mais rigor.
97
UNIDADE 2 | O ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA

FIGURA 74 – REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA DO EXEMPLO 3

FONTE: Os autores

Exemplo 4: Determine se a equação - x² - y² + 8x + - 7 = 0 pode ser considerada


uma equação da circunferência.

Solução: Vamos verificar se a equação - x² - y² + 8x - 7 = 0 atende as restrições:

1º Passo: Vamos verificar a primeira restrição: R 2 > 0 ou a 2 + b2 − γ > 0


, para isso precisamos encontrar o valor das coordenadas do centro, de a e b.

x 2 + y 2 + αx + β y + γ = 0

α β
x² + y² - 8x - 7 = 0, logo α = −8 , β = 0 e γ = −7 como a = - e b = - :
2 2
(−8) 0
a=- eb = -
2 2
a = 4 e b = 0

Substituindo em a 2 + b 2 − γ > 0 , saberemos se R> 0, logo:


2 2
4 + 0 − 7 > 0
16 − 7 > 0
9 > 0
2º Passo: como R² = 9 = 3, ou seja, R é positivo a equação fornecida representa
uma circunferência.

98
TÓPICO 1 | EQUAÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA

3º Passo: vamos verificar a segunda restrição, que se refere ao coeficiente


de x² e y² serem iguais, e nessa equação - x² - y² + 8x + - 7 = 0, são iguais, ou seja, x²
= y² = -1. Portanto, por essa restrição também a equação fornecida representa uma
circunferência.

4º Passo: vamos verificar a terceira restrição se o centro é C(a, b), com


α β
a=- eb =-
2 2 , para provar a primeira restrição já verificamos a terceira, em
que C(4,0). Portanto, por essa restrição também a equação fornecida representa
uma circunferência.

Logo, concluímos que a equação - x² - y² + 8x + - 7 = 0, é de uma circunferência.


Vamos confirmar com a representação geométrica.

Representação geométrica

FIGURA 75 – REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA DO EXEMPLO 4

FONTE: OS AUTORES

6 O SOFTWARE WINPLOT NA REPRESENTAÇÃO DE


CIRCUNFERÊNCIAS
O software Winplot também faz a representação de circunferências no
sistema cartesiano, para isso você precisa clicar no menu janela e escolher a opção
2 – dim.

99
UNIDADE 2 | O ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA

FIGURA 76 – MENU WINPLOT

FONTE: Disponível em: <http://www.mat.ufpb.br/sergio/winplot/


winplot.html>. Acesso em: 15 maio 2013.

Como já vimos na Unidade 1, em seguida o programa mostrará uma nova


tela, como na Figura 77.

FIGURA 77 – TELA WINPLOT

FONTE: Os autores

Na opção equação (menu superior do programa) vamos selecionar a opção


implícita como na Figura 78.

100
TÓPICO 1 | EQUAÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA

FIGURA 78 – SELECIONAR EQUAÇÃO NO WINPLOT

FONTE: Os autores

Depois para traçarmos a circunferência no sistema cartesiano ortogonal


com o programa Winplot, é somente digitar as informações da equação na janela
denominada como curva implícita pelo software.

FIGURA 79 – DIGITANDO A EQUAÇÃO NO WINPLOT

FONTE: Os autores

101
UNIDADE 2 | O ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA

ATENCAO

Você pode digitar a equação reduzida ou geral da circunferência que o programa


traça a circunferência.

Para representar a potência você deve digitar o acento circunflexo (^), como
na Figura 79. É possível também nessa janela mudar a cor e a espessura da linha
da circunferência.

Para marcar o centro e o raio da circunferência você deve usar as informações


de ponto e reta, ou segmento de reta.

102
RESUMO DO TÓPICO 1
Nesse tópico, você observou a equação da circunferência. Em seguida, o
reconhecimento de uma equação e a representação da circunferência no sistema
cartesiano ortogonal com a utilização do software Winplot.

• A fórmula da equação da circunferência com centro em C(0, 0) é: x² + y² = R².

• A fórmula da equação reduzida da circunferência com centro em C(a, b) é: (x –


a)² + (y – b)² = R².

• A equação geral da circunferência é x 2 + y 2 + αx + β y + γ = 0 .


• Para comprovar se a equação é de uma circunferência precisa atender as
seguintes restrições para R 2 = a 2 + b 2 − γ

• Será uma circunferência se:

  α β
• Será um ponto se: R = 0 ou a 2 + b 2 − γ = 0, é o próprio centro C − ,− 
  2 2

{
• Será um conjunto vazio se: R < 0 ou a 2 + b2 − γ < 0 a equação não será
satisfeita por nenhum ponto do plano.

103
AUTOATIVIDADE

Agora chegou a sua vez de colocar em prática o que foi estudo no


Tópico 1. Lembre-se das orientações referente às restrições da equação de uma
circunferência.

1 Determine a equação reduzida da circunferência que tem:

a) C(-2,5) e r = 3.
b) C(1, -4) e r = 2.
c) C(1,2) e r = 4.
d) C( -1, - 4) e r = 5.

2 Determine a equação reduzida da circunferência cujo centro coincide com a


origem do sistema cartesiano e o raio mede 3 unidades.

3 Determine as coordenadas de centro e raio da circunferência de equação


2x²+ 2y² - 8x -16y + 38 = 0.

4 Determine a equação geral da circunferência:

a) com centro C(0, -2) e raio r = 4;


b) com centro C(-1, -4) e raio r = 7
c) com centro C(0, 0) e raio r = 1;
d) com centro C(-3, 6) e diâmetro 8;

5 Encontre o centro e o raio de cada equação e confirme com a representação


geométrica:

a) x²+ y² + 4x -8y = 0
b) 4x²+ 4y² - 8x + 8y - 28 = 0
c) x²+ y² - 10x - 4y + 25 = 0

6 Determine a equação geral das circunferências e faça a representação


geométrica:

a) ( x + 1)² + (y – 1)² = 3
b) ( x - 4)² + y² = 6

7 Qual das equações representa uma circunferência?

a) x² - y² + 4x -8y = 0
b) x² + y² - 10x - 4y = 0
c) x² + y² + x + 4y + 10= 0

104
8 Verifique se a equação – x² - y² - 8x + 7 = 0 pode ser considerada uma equação
da circunferência.

9 Determinar a equação da circunferência cujas extremidades de um diâmetro


são os pontos A(0, -8) e B(6,0).

10 Achar a equação da circunferência que passa pelos pontos A(0, 1) e B(1, 4) e


tem centro sobre a reta de equação x = 2.

11 Encontre a equação da circunferência de centro (3,2) que é tangente ao eixo


X.

12 Qual é a equação reduzida da circunferência que tem raio 3, tangecia o eixo


das abscissas no ponto A(4,0) e está contida no 4º quadrante?

13 Por redução da equação dada à forma padrão, determine se representa ou


não uma circunferência. Se for, encontre seu centro e raio.

a) x2 +y2 -8x+6y+29=0
b) 2x2 +2y2 -6x+10y+7=0
c) 4x2 +4y2 +28x-8y+53=0
d) 16x2 +16y2 -64x+8y+177=0
e)9x2 +9y2 +72x-12y+103=0

105
106
UNIDADE 2 TÓPICO 2
POSIÇÕES RELATIVAS

1 INTRODUÇÃO
Caro(a) acadêmico(a)! No tópico anterior estudamos como representar
uma circunferência na forma analítica e na geométrica. Agora veremos as posições
relativas ao sistema cartesiano ortogonal entre circunferências e pontos, entre duas
circunferências e circunferências e retas.

Para compreendermos as posições relativas de um ponto, uma reta ou


uma circunferência em relação a uma circunferência, vamos utilizar os cálculos de
distância entre o ponto e o centro da circunferência e entre o centro da circunferência
e a reta.

2 POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE PONTO E CIRCUNFERÊNCIA


Um ponto pode assumir três posições diferentes em relação a uma
circunferência: interno, pertencente à circunferência e externo. Para verificar a
posição de um ponto no plano cartesiano em relação a uma circunferência vamos
calcular a distância do ponto até o centro da circunferência ou então substituir as
coordenadas do ponto na equação da circunferência e analisar o resultado obtido.

• O ponto é interno à circunferência

Quando a distância do ponto ao centro da circunferência for menor que


a medida do raio da circunferência ( D < R ), dizemos que o ponto é interno à
PC
circunferência.

107
UNIDADE 2 | O ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA

FIGURA 80 – PONTO É INTERNO À CIRCUNFERÊNCIA

C
R
A

FONTE: Os autores

• O ponto pertence à circunferência

Quando a distância do ponto ao centro da circunferência for igual à medida


do raio da circunferência ( D = R ), o ponto pertence à circunferência.
PC

FIGURA 81 – PONTO PERTENCE À CIRCUNFERÊNCIA

R
A
C

FONTE: Os autores

• O ponto é externo à circunferência.

Quando a distância do ponto ao centro da circunferência for maior que a


medida do raio da circunferência ( D > R ), o ponto é externo à circunferência.
PC

FIGURA 82 – PONTO É EXTERNO À CIRCUNFERÊNCIA

R
A
C

FONTE: Os autores

108
TÓPICO 2 | POSIÇÕES RELATIVAS

Para verificar a posição relativa de um ponto em relação a uma


circunferência, podemos calcular a distância entre o centro da circunferência e o
ponto, ou então substituir as coordenadas do ponto na equação da circunferência
e verificar a condição de igualdade da equação.

Exemplo 1: Verifique as posições relativas dos pontos A(2,3), B(3,3), C(2,1)


e D(-1,-1) em relação a circunferência de equação: (x + 2)² + (y – 1)² = 16, e comprove
com a representação geométrica.

Solução: Vamos substituir as coordenadas dos pontos na equação da


circunferência para verificar a posição do ponto.

• Ponto A (2,3)
(x + 2)² + (y – 1)² = 16
(2 + 2)² + (3 – 1)² = 16
4² + 2² = 16
16 + 4 = 16
20> 16, logo o ponto A é externo a circunferência.

• Ponto B (3,3)
(x + 2)² + (y – 1)² = 16
(3 + 2)² + (3 – 1)² = 16
5² + 2² = 16
25 + 4 = 16
29 >16, logo o ponto B também é externo a circunferência.

• Ponto C (2,1)
(x + 2)² + (y – 1)² = 16
(2 + 2)² + (1 – 1)² = 16
4² + 0² = 16
16 + 0 = 16
16 = 16, logo o ponto C pertence à circunferência.

• Ponto D (-1,-1)
(x + 2)² + (y – 1)² = 16
(-1 + 2)² + (-1 – 1)² = 16
1² + (-2)² = 16
1 + 4 = 16
5< 16, logo o ponto C é interno à circunferência.

109
UNIDADE 2 | O ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA

Representação geométrica

FIGURA 83 – POSIÇÃO DOS PONTOS À CIRCUNFERÊNCIA DO EXEMPLO 1

FONTE: Os autores

Exemplo 2: Verifique a posição relativa dos pontos A(2,1), B(0,0), C(-3,1) e


D(-4,0) em relação a circunferência de equação x² + y² + 4x - 8y = 0.

Solução: Vamos substituir as coordenadas dos pontos na equação da


circunferência para verificar a posição do ponto.

• Ponto A (2,1)
x² + y² + 4x - 8y = 0.
2² + 1² + 4. 2 – 8. 1 = 0
4 + 1+ 8 – 8 = 0
5 > 0, portanto o ponto A é externo à circunferência.

• Ponto B (0,0)
x² + y ² + 4x - 8y = 0.
0² + 0² + 4. 0 – 8. 0 = 0
0 + 0+ 0 – 0 = 0
0 = 0, o ponto B pertence à circunferência.

• Ponto C (-3,1)
x² + y² + 4x - 8y = 0.
(-3)² + 1² + 4. (-3) – 8. 1 = 0
9 + 1+ (-12) – 8 = 0
-10 < 0, o ponto C interno à circunferência.

110
TÓPICO 2 | POSIÇÕES RELATIVAS

• Ponto D (-4,0)
x² + y² + 4x - 8y = 0.
(-4)² + 0² + 4. (-4) – 8. 0 = 0
16 + 0 + (-16) – 0 = 0
0 = 0, o ponto D pertence à circunferência.

Representação geométrica

FIGURA 84 – POSIÇÃO DOS PONTOS À CIRCUNFERÊNCIA DO EXEMPLO 2

FONTE: Os autores

Exemplo 3: Verifique a posição relativa do ponto A(1,1) em relação à


circunferência de equação: (x - 2)² + (y – 2)² = 4, e confirme com a representação
geométrica.

Solução: Vamos resolver esse exemplo utilizando a fórmula da distância de


dois pontos, sendo assim vamos determinar o centro e o raio da circunferência de
equação: (x - 2)² + (y – 2)² = 4. O centro tem coordenadas x = 2 e y = 2, C(2, 2) e raio
será R² = 4, R = 4 = 2

Vamos calcular a distância do centro C(2, 2) da circunferência ao ponto A


(1, 1), para verificar a posição do ponto.

D = ( x B − x A )² + ( y B − y A )²
DCA = ( x A − xC )² + ( y A − y C )²
DCA = (1 − 2)² + (1 − 2)²

111
UNIDADE 2 | O ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA

DCA = (−1)² + (−1)² = 2 ≅ 1,42

Como a distância do centro ao ponto A, é menor que a medida do raio da


circunferência ao ponto, o ponto A é interno a circunferência.

Representação geométrica

FIGURA 85 – POSIÇÃO DO PONTO À CIRCUNFERÊNCIA DO EXEMPLO 3

FONTE: Os autores

3 POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE RETA E CIRCUNFERÊNCIA


  Existem três posições possíveis entre  uma  circunferência  e uma  reta  no
sistema cartesiano ortogonal: a reta pode ser secante à circunferência, tangente à
circunferência, ou externa à circunferência.

Para determinar a posição da reta em relação à circunferência vamos


calcular a distância entre a reta e o centro da circunferência utilizando a fórmula
da distância da reta a um ponto. Quando a distância da reta ao centro for inferior à
medida do raio da circunferência a reta é secante, quando a medida for igual à reta
é tangente e quando a distância for maior que a medida do raio a reta é externa a
circunferência.

• A reta é secante à circunferência

Conforme podemos observar na Figura 86, a reta será secante à circunferência

112
TÓPICO 2 | POSIÇÕES RELATIVAS

quando possuir dois pontos em comum. Para verificar se a reta r é secante a


circunferência, é preciso calcular a distância entre o centro da circunferência e a
reta. Se a distância for menor que a medida do raio da circunferência a reta será
secante.

FIGURA 86 – RETA É SECANTE À CIRCUNFERÊNCIA

FONTE: Os autores

• A reta é tangente à circunferência

A reta é dita tangente à circunferência quando possui um ponto em comum.


Para verificar se a reta r é tangente à circunferência, é preciso calcular a distância
entre o centro da circunferência e a reta, se a distância for igual à medida do raio
da circunferência, a reta será tangente.

FIGURA 87 – RETA É TANGENTE À CIRCUNFERÊNCIA

FONTE: Os autores

• A reta  é externa à circunferência

A reta é dita externa à circunferência quando não possuírem pontos em


comum. Para verificar se a reta r é externa a circunferência, é preciso calcular a
distância entre o centro da circunferência e a reta, se a distância for maior do que
a medida do raio da circunferência a reta será externa.

113
UNIDADE 2 | O ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA

FIGURA 88 – RETA É EXTERNA À CIRCUNFERÊNCIA

FONTE: Os autores

Exemplo 1: Verifique qual a posição relativa da reta de equação x + y – 6 =


0 e a circunferência (x + 1)² + y² = 25 e confirme com a representação geométrica.

Solução: Vamos verificar a posição da reta à circunferência, calculando a


distância entre o centro (-1, 0) da circunferência e a reta, através da fórmula da
distância entre um ponto e uma reta.

Temos o C(-1, 0), com coordenadas x1 = -1 e y1 = 0 e os coeficientes da


equação da reta, a = 1, b = 1 e c = - 6, vamos substituir na fórmula da distância já
estudada na unidade anterior:

ax1 + by1 + c
D pr =
a ² + b²

Na equação da circunferência temos a medida do raio, R = 25, R = 25 = 5 , logo


como a distância entre o centro da circunferência é igual à medida do raio, temos que
essa reta é tangente à circunferência.

114
TÓPICO 2 | POSIÇÕES RELATIVAS

FIGURA 89 – RETA É TANGENTE À CIRCUNFERÊNCIA

FONTE: Os autores

Exemplo 2: Determine a posição relativa da reta de equação 2x – y + 1 = 0 e


a circunferência x² + y² – 2x = 0, e confirme com a representação geométrica.

Solução: Vamos verificar o centro da circunferência: x² + y² – 2x = 0 e o raio


Temos: -2ax = -2x, -2by = 0 R2 = a2 + b2 − γ
-2a= -2 b=0 R 2 = 12 + 0 2 − 0 = 1
a=1
C(1, 0)

Agora vamos calcular a distância do centro da circunferência à reta: 2x – y


+ 1 = 0, a = 2, b = -1 e c = 1.

ax1 + by1 + c
D pr =
a ² + b²

2.(1) + (−1).0 + 1 3 = 3 = 3 5 ≅ 1,34


DCpr = =
2² + (−1)² 5 5 5

Como a distância (d = 1,34) entre o centro da circunferência e a reta é maior


que a medida do raio da circunferência (R = 1), a reta é externa à circunferência (d
< R).

115
UNIDADE 2 | O ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA

Representação geométrica

FIGURA 90 – RETA É EXTERNA À CIRCUNFERÊNCIA

FONTE: Os autores

Exemplo 3: Qual é a posição da reta 2x + y - 1 = 0 em relação à circunferência


de equação x² + y² = 9.

Solução: temos o centro da circunferência C(0, 0) e o raio, R = 9 = 3.

Agora vamos calcular a distância do centro da circunferência à reta:

ax1 + by1 + c
D pr =
a ² + b²

Como a distância (D = 0,45) entre o centro da circunferência e a reta é menor


que a medida do raio da circunferência (R = 3), a reta é interna à circunferência (d
> R).

116
TÓPICO 2 | POSIÇÕES RELATIVAS

FIGURA 91 – A RETA É INTERNA À CIRCUNFERÊNCIA

FONTE: Os autores

4 POSIÇÕES RELATIVAS DE DUAS CIRCUNFERÊNCIAS

Veremos que duas circunferências podem ser tangentes, secantes, interna,


externa ou concêntricas, para isso vamos precisar calcular a distância ente os
centros das circunferências, ou seja, a distância entre dois pontos.

• Circunferências tangentes externas 

DICAS

Acesse <http://www.geogebratube.org/student/m12204> e verifique a animação


feita em relação à posição de circunferências com o software Geogebra.

Duas circunferências são ditas tangentes externas quando possuem somente


um ponto em comum e uma é exterior à outra. Para isso acontecer a distância
entre os centros das duas circunferências deve ser equivalente (igual) à soma das
medidas de seus raios (DOC = R1 + R2), conforme observamos na Figura 92.

117
UNIDADE 2 | O ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA

FIGURA 92 – CIRCUNFERÊNCIAS TANGENTES EXTERNAS 

R1 R2
O c

FONTE: Os autores

Exemplo: Verifique se a posição relativa das circunferências de equações: (x


- 2)² + (y - 1)² = 4 e (x + 2)² + (y - 1)² = 4, no plano cartesiano é considerada tangentes
externas.

Solução: primeiramente vamos determinar o centro e o raio de cada


circunferência, depois vamos calcular a distância entre os centros e verificar a
posição das circunferências.

(x - 2)² + (y - 1)² = 4 (x + 2)² + (y - 1)² = 4


O(2, 1) R1 = 4=2 C(-2, 1) R2 = 4=2

Calculando a distância entre os centros das circunferências, temos:

DOC = ( xC − xO )² + ( y C − y O )²

DOC = [(−2) − 2)]² + (1 − 1)² = (−4)² + 0² = 16 = 4

Agora, vamos verificar se as circunferências são tangentes externas:


DOC = R1 + R2 = 2 + 2 = 4

Como a distância entre os centros das circunferências é igual à soma da


medida dos raios das circunferências, elas são tangentes externas.

118
TÓPICO 2 | POSIÇÕES RELATIVAS

Representação geométrica

FIGURA 93 – EXEMPLO DE CIRCUNFERÊNCIAS TANGENTES EXTERNAS 

FONTE: Os autores

Como você pode observar na Figura 93, as circunferências são tangentes


externas, ou seja, possuem um único ponto em comum e uma é externa à outra.

• Circunferências tangentes internas 

Isso ocorre quando duas circunferências possuem apenas um ponto em


comum e uma está no interior da outra. Para que isso ocorra, a distância entre os
centros das circunferências é igual à diferença (subtração) dos dois raios (DOC  =
R1 - R2).
FIGURA 94 – CIRCUNFERÊNCIAS TANGENTES INTERNAS 

FONTE: Os autores

Exemplo: Determine a posição relativa das circunferências de equações:

(x - 2)² + (y - 1)² = 4 e  13  + (y - 1)² = 2, no plano cartesiano e comprove com a


 x − ²
 5
119
UNIDADE 2 | O ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA

representação geométrica.

Solução: Primeiramente vamos determinar o centro e o raio de cada


circunferência, depois vamos calcular a distância entre os centros e verificar a
posição das circunferências.

 13 
(x - 2)² + (y - 1)² = 4  x − ² + (y - 1)² = 2
 5
 13 
O(2, 1) R1 = 4=2 C(  ,1 = C(2.6; 1) e R2 = 2 ≅ 1,43
5 
Calculando a distância entre os centros das circunferências, temos:

DOC = ( xC − xO )² + ( y C − y O )²
DOC = [(2,6) − 2)]² + (1 − 1)² = (0,6)² + 0² = 0,36 = 0,6

Agora, vamos verificar a posição relativa das circunferências:


DOC = R1 + R2 = 2 + 1,43 = 3,43, a medida da distância entre os centros das
circunferências e diferente da soma da medida dos raios das circunferências, então
elas não são tangentes externas.
DOC  = R1  - R2 = 2 - 1,43 = 0,6 a medida da distância entre os centros das
circunferências é igual à diferença da medida dos raios das circunferências, então
elas são tangentes internas.

Representação geométrica

FIGURA 95 – EXEMPLO DE CIRCUNFERÊNCIAS TANGENTES INTERNAS

FONTE: Os autores

Observando a Figura 95, é possível notar que as circunferências possuem


apenas um ponto em comum e uma está no interior da outra, por isso são tangentes
internas.
120
TÓPICO 2 | POSIÇÕES RELATIVAS

• Circunferências externas

Quando duas circunferências não possuem pontos em comum são


consideradas externas, para isso acontecer, a distância entre os centros das
circunferências deve ser maior que a soma das medidas de seus raios (DOC > R1 +
R2).

FIGURA 96 – CIRCUNFERÊNCIAS EXTERNAS

FONTE: Os autores

Exemplo: Determine a posição relativa das circunferências de equações:


(x - 2)² + (y - 1)² = 4 e (x + 2)² + (y - 1)² = 2, sabendo que a distância entre os centros
das circunferências é igual a 4, comprove com a representação geométrica.

Solução: vamos determinar o raio de cada circunferência para verificar a


posição das circunferências.
(x - 2)² + (y - 1)² = 4 (x +2)² + (y - 1)² = 2
O(2, 1) e R1 = 2 C(-2, 1) e R2 = 1,43

Como a distância entre os centros das circunferências é igual a 4.


DOC = 4

A posição relativa das circunferências será:


DOC = R1 + R2 = 2 + 1,43 = 3,43, a medida da distância entre os centros das
circunferências e diferente da soma da medida dos raios das circunferências, a
medida da distância é maior que a soma da medida dos raios, logo as circunferências
são externas (DOC > R1 + R2).

121
UNIDADE 2 | O ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA

Representação geométrica

FIGURA 97 – EXEMPLO DE CIRCUNFERÊNCIAS EXTERNAS

FONTE: Os autores

• Circunferências secantes

Duas circunferências são secantes quando possuem dois pontos em comum.


Para isso, a distância entre os centros das circunferências deve ser menor que a
soma das medidas de seus raios (DOC < R1 + R2).

FIGURA 98 – CIRCUNFERÊNCIAS SECANTES

FONTE: Os autores

Exemplo: A circunferência (x - 2)² + (y - 1)² = 4 é secante à circunferência x²


+ (y - 1)² = 2?
Solução: vamos determinar o centro e o raio de cada circunferência:
(x - 2)² + (y - 1)² = 4 x² + (y - 1)² = 2

O(2, 1) R1 = 4=2 C(0, 1) e R2 = 2 ≅ 1,43


Calculando a distância entre os centros das circunferências, temos:

122
TÓPICO 2 | POSIÇÕES RELATIVAS

DOC = ( xC − xO )² + ( y C − y O )²
DOC = [(0) − 2)]² + (1 − 1)² = (−2)² + 0² = 4 = 2
Agora, vamos verificar se as circunferências são secantes:
DOC < R1 + R2
2 < 2 + 1,43
2 < 3,43, logo as circunferências são secantes.

Representação geométrica

FIGURA 99 – EXEMPLO DE CIRCUNFERÊNCIAS SECANTES

FONTE: Os autores

• Circunferências internas
 
Quando duas circunferências não possuem pontos em comum e uma está
localizada no interior da outra são consideradas internas. Para que isso ocorra
a distância entre os centros das circunferências deve ser equivalente (igual) à
diferença entre as medidas de seus raios (DOC = R1 - R2).

FIGURA 100 – CIRCUNFERÊNCIAS INTERNAS

FONTE: Os autores

123
UNIDADE 2 | O ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA

Exemplo: Verifique a posição das circunferências (x - 2)² + (y - 1)² = 9 e (x -1)²


+ (y - 1)² = 1 e faça representação geométrica.

Solução: vamos determinar o raio de cada circunferência para verificar a


posição das circunferências.

(x - 2)² + (y - 1)² = 9 (x -1)² + (y - 1)² = 1


O(2, 1) e R1 = 3 C(1, 1) e R2 = 1

Calculando a distância entre os centros das circunferências, temos:

DOC = ( xC − xO )² + ( y C − y O )²


DOC = (1 − 2)² + (1 − 1)² = (−1)² + 0² = 1 = 1

A posição relativa das circunferências será:


DOC = R1 + R2
1=3+1
1 < 4 portanto, as circunferências são internas.

Representação geométrica

FIGURA 101 – EXEMPLO DE CIRCUNFERÊNCIAS INTERNAS

FONTE: Os autores

• Circunferências concêntricas 

Duas circunferências são consideradas concêntricas quando possuem o


centro em comum. Nesse caso, a distância entre os centro é igual a zero (DOC = 0).

124
TÓPICO 2 | POSIÇÕES RELATIVAS

FIGURA 102 – CIRCUNFERÊNCIAS CONCÊNTRICAS

FONTE: Os autores

Exemplo: Qual deve ser o centro da circunferência concêntrica a


circunferência de equação (x - 2)² + (y - 1)² = 4 (faça representação geométrica)?

Solução: para as circunferências serem concêntricas a distância entre


os centros tem que ser nula, ou seja, as circunferências precisam ter as mesmas
coordenadas para o centro.

Vamos verifica o centro da circunferência (x - 2)² + (y - 1)² = 4:


C(2, 1) e R = 2

Portanto, para circunferência ser concêntrica a essa tem que ter o centro em
C(2, 1).

Representação geométrica

FIGURA 103 – EXEMPLO DE CIRCUNFERÊNCIAS CONCÊNTRICAS 

FONTE: Os autores

125
RESUMO DO TÓPICO 2

Nesse tópico verificamos a posição relativa de um ponto, reta ou


circunferência em relação a uma circunferência.

• O ponto é interno à circunferência quando a distância do ponto ao centro da


circunferência for menor que a medida do raio da circunferência ( D PC < R )

• O ponto pertence à circunferência quando a distância do ponto ao centro da


circunferência for igual à medida do raio da circunferência ( D PC = R )

• O ponto é externo à circunferência quando a distância do ponto ao centro da


circunferência for maior que a medida do raio da circunferência ( D PC > R )

• A reta é secante a circunferência quando ambas possuírem dois pontos em


comum e a distância entre o centro da circunferência e a reta for menor que a
medida do raio da circunferência ( DrC < R )

• A reta  é  tangente  à circunferência quando ambas possuírem um ponto em


comum e a distância entre o centro da circunferência e a reta for igual à medida
do raio da circunferência à reta ( DrC = R )

• A reta  é  externa  à circunferência quando ambas não possuírem pontos em


comum e a distância entre o centro da circunferência e a reta for maior do que a
medida do raio da circunferência à reta ( DrC > R )

• As circunferências são tangentes externas quando as duas circunferências


possuem somente um ponto em comum e uma é exterior à outra (DOC = R1 + R2).

• As circunferências são tangentes internas, quando duas circunferências possuem


apenas um ponto em comum e uma está no interior da outra (DOC = R1 - R2).

• As circunferências são externas, quando duas circunferências não possuem


pontos em comum (DOC > R1 + R2).

• As circunferências são secantes quando possuem dois pontos em comum (DOC <


R1 + R2).

• As circunferências são internas quando não possuem pontos em comum e uma


está localizada no interior da outra são consideradas internas (DOC = R1 - R2).

126
• As circunferências são concêntricas quando possuem o centro em comum. (DOC =
0).

127
AUTOATIVIDADE

Agora chegou a sua vez de colocar em prática o que foi estudo no Tópico
2, lembre-se das orientações referente à posição do ponto, reta e circunferência
em relação à circunferência.

1 Mostre que o ponto P(7, 0) é exterior à circunferência x2 + y2 - 6x + 4y + 9 = 0.

2 Mostre que o ponto P(-2, 1) é interior à circunferência x2 + y2 + 8x + 4y – 16 = 0.

3 Verifique às posições relativas dos pontos A(-2,2), B(-4,1), D(1,1), E(- 4, -1) em
relação à circunferência de equação (x + 1)² + (y + 1)² = 9 e faça a representação
geométrica.

4 Qual é a posição de cada um dos pontos a seguir em relação à circunferência


x² + y² – 3x + 4y – 9 = 0?

a) (1, -4)     
b) (4, 5)     
c) (1, 1) 

5 Qual é a posição de cada uma das retas a seguir em relação à circunferência


x² + y²+ 6x - 2y + 6 = 0?

a) 3x + y + 2 = 0    
b) 4x + 3x + 5 = 0    
c) 4x – y – 8 = 0

6 Dê a posição relativa dos pares de circunferências e comprove com a


representação geométrica.

a) x ² + y ² – 3x + 4y – 9 = 0  e x ² + y ² – 6x + 2y – 6 = 0


b) x ² + y ² – 6x + 2y – 6 = 0 e x ² + y ² – 6x + 2y – 10 = 0
c) (x – 3)² + (y – 2) ² = 9  e (x – 7) ² + (y – 5) ² = 4
d) x ² + y ² – 6x - 6y – 7 = 0  e x ² + y ² – 10x - 6y + 12 = 0
e) x ² + y ² – 3x + 4y – 9 = 0  e x ² + y ² – 8x + 6y + 21 = 0

7 Dadas as circunferências λ e σ, de equações: λ: x ² + y ² = 9 e σ: (x – 7)² + y² =


16, verifique a posição relativa entre elas.

128
UNIDADE 2
TÓPICO 3

CURIOSIDADES SOBRE A CIRCUNFERÊNCIA

1 INTRODUÇÃO
Você verificou nos tópicos anteriores as equações das circunferências e suas
posições relativas. Neste tópico vamos verificar algumas curiosidades relacionadas
às circunferências, como: traçar polígonos regulares, medir o comprimento de uma
circunferência e a área do círculo e o que é o número PI.

2 POLÍGONOS REGULARES INSCRITOS NA


CIRCUNFERÊNCIA

Partindo de qualquer circunferência é possível traçar polígonos regulares,


pois todo polígono regular está inscrito em uma circunferência. Não sabemos ao
certo o motivo pelo qual se estabeleceu que a circunferência seria dividida em
360 graus. Existem pelo menos duas possibilidades: a primeira delas é a de que
o número teria sido estabelecido por uma civilização que acreditava que a terra
era o centro do universo e cujo calendário teria 360 dias. De acordo com a suposta
civilização, o Sol caminharia, então, um grau por dia, totalizando os 360 graus da
circunferência. A outra possibilidade é a de que os babilônios usavam 60 como base
para seus cálculos. Por esse motivo, os gregos teriam dividido o raio do círculo em
60 partes.

ATENCAO

Polígono regular é todo polígono convexo que apresenta duas características:


todos os seus lados têm a mesma medida (são congruentes) e todos os seus ângulos internos
têm a mesma medida, este conceito você já viu na disciplina de geometria, caso haja dúvidas,
volte ao caderno e releia este assunto.

129
UNIDADE 2 | O ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA

Um  polígono  está  inscrito  em uma circunferência quando todos seus


vértices são pontos da circunferência e todos os seus lados estão dento do círculo
definido pela circunferência. Qualquer polígono regular pode ser inscrito numa
circunferência, podemos dizer que o polígono está inscrito na circunferência ou
que a circunferência circunscreve o polígono.

O centro de um polígono regular inscrito na circunferência é igual ao centro


da circunferência, por isso para traçar um polígono regular você deve inicialmente
traçar uma circunferência com o compasso, com o raio qualquer.

FIGURA 104 – CIRCUNFERÊNCIA

FONTE: Os autores

Em seguida, definir quantos lados deve ter o polígono que você quer
desenhar inscrito na circunferência. Por exemplo, vamos traçar um polígono com
5 lados iguais. Para isso, vamos dividir 360º (pois a circunferência representa 360º)
por 5 (número de lados do polígono regular que desejamos traçar), temos então
que 360º dividido por 5 será é igual a 72º.

Com auxílio de um transferidor vamos identificar quantas vezes essa


medida (72º) cabe na circunferência, ou seja, vamos dividir a circunferência por 72º
e marcar com pontos (C, G, J, I e H) essas divisões efetuadas sobre a circunferência.
Depois é somente ligar os pontos (C, G, J, I e H) originados pela divisão e teremos
um polígono regular de 5 lados.
FIGURA 105 – POLÍGONO DE 5 LADOS

FONTE: Disponível em: <http://www.artesnaescola.


net/downloads/espaco/geometria/05-ficha%20
circunferencia-12.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2014.

130
TÓPICO 3 | CURIOSIDADES SOBRE A CIRCUNFERÊNCIA

Trace as diagonais desse polígono e verifique o que formou!


FIGURA 106 – DIAGONAIS DO POLÍGONO DE 5 LADOS

FONTE: Disponível em: <http://www.artesnaescola.net/downloads/


espaco/geometria/05-ficha%20circunferencia-12.pdf>. Acesso em: 10
mar. 2014.

Dessa mesma forma, você pode traçar qualquer polígono regular como, por
exemplo, de 17 lados e fazer isso em uma madeira colocando pregos nos vértices
do polígono e traçar as diagonais com linha, como na Figura 107.
FIGURA 107 – DIAGONAIS DO POLÍGONO TRAÇADAS COM LINHA

FONTE: Disponível em: <https://www.google.com.br/


search?q=diagonais+do+polígono+com+linhas&hl>. Acesso em: 10
mar. 2014.

DICAS

Leia mais em JOGOS E MATERIAIS MANIPULATIVOS NO ENSINO DA MATEMÁTICA


PARA O ENSINO FUNDAMENTAL, disponível em <http://www.pucrs.br/edipucrs/erematsul/
minicursos/jogosemateriaismanipulativos.pdf>.

131
UNIDADE 2 | O ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA

3 MEDIDA DO COMPRIMENTO DE UMA CIRCUNFERÊNCIA


Para determinarmos o perímetro de uma região, somamos as medidas dos
lados, mas como vamos determinar o perímetro se for uma região circular?

No caso das regiões circulares, para determinar a medida do comprimento


utilizamos a medida do raio, mas somente isso não é suficiente. Precisamos da
relação comprimento/diâmetro das regiões circulares, um valor constante de
aproximadamente 3,14, o número “pi”, que é representado pelo símbolo π, essa
notação surgiu no início do sec. 1700 e foi adotada e popularizada pelo importante
livro Análise Infinitesimal, escrito por Euler c. 1750.

DICAS

Como sugestão para a futura prática pedagógica, conheça mais sobre o número pi,
leia mais em: <https://www.unimep.br/phpg/bibdig/pdfs/2006/RYXMQMJTVEXB.pdf>.

O número “pi” representa o valor da razão entre a circunferência de


qualquer círculo e seu diâmetro. É a mais antiga constante matemática que se
conhece. É um número irracional, com infinitas casas decimais e não periódico.

E
IMPORTANT

Para qualquer que seja a região circular, quando dividimos o comprimento pela
medida do diâmetro, encontraremos o valor correspondente a 3,14 aproximadamente, o
número pi. Faça o teste!

Devido a essa descoberta, o comprimento ou perímetro, de uma região


limitada por uma circunferência, pela descoberta do número PI, temos que o
comprimento da circunferência dividido pelo diâmetro será igual a PI:
C

d
C = d. π, com d é o diâmetro da circunferência é 2 vezes a medida do raio
da circunferência (2R)

C = 2R π = C = 2 π R
Portanto, o comprimento da circunferência é calculado através da
expressão matemática C = 2. π.R, em que C é o comprimento da região circular, π
aproximadamente igual a 3,14 e R a medida do raio da região circular. 

132
TÓPICO 3 | CURIOSIDADES SOBRE A CIRCUNFERÊNCIA

Exemplo 1: O comitê olímpico brasileiro dispõe de uma pista circular


utilizada para competições de ciclismo e patinação. Qual é o comprimento dessa
pista, sabendo que o raio da circunferência da pista tem 1570 metros (utilize π =
3,14).

Solução: temos a medida do raio da circunferência e de π, vamos determinar


o comprimento da circunferência.

C = 2. π.R
C = 2.3,14.1570
C = 250m

Portanto, a pista de competições de ciclismo e patinação tem 250 metros de


comprimento.

Exemplo 2: O diâmetro de uma bola de futebol oficial é de aproximadamente


22 cm, qual o comprimento aproximado da circunferência dessas bolas (utilize π
= 3,14).

Solução: temos a medida do diâmetro da circunferência que é duas vezes a


medida do raio e de π, vamos determinar o comprimento da circunferência.

Cálculo do valor do raio da circunferência

D
R=
2
R = 22/2 = 11 cm

Cálculo do comprimento da circunferência


C = 2 π R.
C = 2.3,14.11
C = 69, 08 cm

Portanto, o comprimento de uma bola oficial é de aproximadamente 69, 08 cm.

4 ÁREA DO CÍRCULO

E
IMPORTANT

Em matemática, a área de uma superfície é o número de unidades de área que


ela contém.

133
UNIDADE 2 | O ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA

FIGURA 108 – ÁREA DE UMA SUPERFÍCIE

FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rea>.


Acesso em: 10 mar. 2014.

Existem várias  formas e  demonstrações  para chegarmos a  fórmula  do


cálculo da área de um círculo. O círculo pode ser determinado de acordo com o
aumento do número de lados de um polígono regular inscrito na circunferência,
como vimos anteriormente. Quanto mais lados o polígono apresentar, mais
próximo de um círculo está.

NOTA

Círculo é a região da circunferência com sua região interna.

FIGURA 109 – CÍRCULO E CIRCUNFERÊNCIA

Circunferência

Circulo

FONTE: Disponível em: <http://www.brasilescola.com/matematica/circulo-


ou-circunferencia.htm>. Acesso em: 10 mar. 2014.

A área do círculo é diretamente proporcional ao raio, para calcularmos a


área do círculo utilizamos a expressão matemática A = π.R², em que A representa
a área, π é aproximadamente igual a 3,14  e R a média do raio da circunferência.

Exemplo 1: Calcule o valor aproximado da área de uma praça circular com


8 metros de raio (utilize π =3,14).

134
TÓPICO 3 | CURIOSIDADES SOBRE A CIRCUNFERÊNCIA

FIGURA 110 – PRAÇA CIRCULAR

Fonte: Disponível em: <https://static.wixstatic.com/


media/80abb9_85139723f3234ace8cae01ab89d087c7~mv2_d_2048_1360_s_2.
jpg_srz_600_322_85_22_0.50_1.20_0.00_jpg_srz>. Acesso em: 10 mar. 2014.

Solução: como a praça tem 8 metros de raio à área será:


A = π.R²
A = 3,14.8²
A = 3,14.64
A = 200, 96 metros quadrados (m²)

Exemplo 2: Na Figura 46, o segmento  OA mede 10 cm e o segmento OB


mede 4 cm, calcule a área da coroa circular (região limitada externamente) (utilize
π = 3,14).

FIGURA 111 – CÁLCULO DE ÁREA DO CÍRCULO

FONTE: Disponível em: <http://exercicios.brasilescola.com/matematica/


exercicios-sobre-comprimento-area-circunferencia.htm#resposta-3897>.
Acesso em: 10 mar. 2014.

Solução:
Calculamos a área de um círculo com raio ROA

A1 = π. (ROA)2
A1 = 3,14 . 102
A1 = 314 cm2

Agora calculamos a área do círculo com raio ROB


135
UNIDADE 2 | O ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA

A2 = π. (ROB)2
A2 = π. 42
A2 = 3,14 . 16
A = 50, 24 cm2

A área da coroa é dada por:

A = A1 - A2
A = 314 - 50, 24
A = 263, 76 cm2

DICAS

Leia mais sobre área e perímetro de um círculo, em: <http://www.sbm.org.br/docs/


coloquios/SE-1.02.pdf>, acesse e verifique também como os conceitos de área e perímetro do
círculo, são abordados nos livros didáticos.

LEITURA COMPLEMENTAR

A ÁREA DO CÍRCULO PELOS EGÍPCIOS

Uma característica interessante, entre muitas outras, que podemos


destacar ao estudar História da Matemática é a diversidade na abordagem de um
determinado conceito. Ou seja, como alguns povos e/ou matemáticos atacaram um
determinado problema. Um exemplo é a determinação do valor numérico de pi.
Eves (1995, p. 141 – 148), por exemplo, apresenta uma cronologia, que se estende
do Papiro Rhind (cerca de 1650 a.C.) até 1996, quando D. H. Bailey, da NASA,
determinou o valor de pi  com 29 360 000 dígitos! Outra obra que demonstra a
diversidade deste tópico é o livro Pi: a source book, que reúne setenta artigos sobre
este número, compilados em cerca de oitocentas páginas. Associado a esta tópico,
temos o problema do cálculo da área do círculo. Neste post apresentaremos o
cálculo aproximado feito pelos egípcios, registrado no Papiro Rhind.

Uma das principais fontes para analisar o desenvolvimento da matemática


dos egípcios é o papiro Rhind, datado aproximadamente em 1650 a.C. Este
documento apresenta 85 problemas, redigidos em escrita hierática pelo escriba
Ahmes, segundo Eves (1995).

136
TÓPICO 3 | CURIOSIDADES SOBRE A CIRCUNFERÊNCIA

O papiro Rhind é uma fonte primária rica sobre a matemática egípcia antiga;
descreve os métodos de multiplicação e divisão dos egípcios, o uso que faziam
das frações unitárias, seu emprego da regra da falsa posição, sua solução para o
problema da determinação da área do círculo e muitas aplicações da matemática a
problemas práticos (p. 70).

A determinação da área do círculo, como citado acima, encontra-se no


problema 50, da seguinte maneira:

Problema 50: Um campo circular tem 9 khet de diâmetro. Qual é a sua área?
Tira 1/9 do diâmetro do seu diâmetro, isto é 1 Khet. O resto é 8 Khet. Multiplica 8
por 8; o que faz 64. Por isso, contém 64 setat de terra.

Observa-se que a solução apresentada é uma receita e não mostra o processo


utilizado. Mas o problema 48, deste mesmo papiro, nos dá uma pista, como mostra
Gillings (1982, p. 139-143):

Problema 48:  Compara a área do círculo e do quadrado circunscrito.  O


círculo de diâmetro 9: 64 setat, o quadrado de lado 9: 81 setat.

Além disso, o desenho feito no papiro, no problema 48, aproxima-se de um


octógono. Assim, a determinação da área do círculo pelos egípcios pode ter origem
nessa correspondência. A seguir vamos analisar o problema 50 e esta associação
feita com o problema 48.

Partes do papiro Rhind

Considere um quadrado com lado medindo 9 unidades e um círculo


inscrito. Triseccione cada um dos lados e forme um octógono. Note que a área
determinada pelo octógono aproxima-se da área delimitada pelo círculo. Este fato
também pode ser observado, considerando as faltas e os excessos, a partir de um
dos cantos.

137
UNIDADE 2 | O ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA

A área do octógono (A) pode ser calculada a partir da área do quadrado,


retirando os quatro triângulos retângulos isósceles, dos cantos. Portanto,  A = 81 –
18 = 63.

Voltando ao problema 50, temos que a área de um campo circular de


diâmetro 9 seria igual a 64. Mas, 64 é próximo do resultado obtido acima para a
área do octógono, ou seja, 63, e 64 pode ser obtido facilmente em função do valor
9. Dessa forma, a solução apresentada pode ter sido dada a partir deste processo. 

Podemos verificar a potencialidade deste método por uma aproximação de


$\pi$, considerando que a área do círculo como 63 e depois como 64.

Portanto, para 63, obtemos pi. = 3,111...


para 64, obtemos pi. = 3,1604...

Essas aproximações demonstram que quão potencial foi método utilizado


pelos egípcios.

Referências

BERGGREN, L.; BORWEIN, J.; BORWEIN, P. Pi: a source book. 3 ed. New York:
Springer, 2004.

EVES, H.  Introdução à história da matemática. Campinas, SP: Editora da


UNICAMP, 1995.

GILLINGS, R. J. Mathematics in the time of the pharaohs. New York: Dover, 1982.

FONTE: Disponível em: <http://matematica100limite.blogspot.com.br/2011/09/area-do-circulo-


pelos-egipcios.html>. Acesso em: 27 jun. 2013.

138
RESUMO DO TÓPICO 3
Nesse tópico, você observou algumas curiosidades sobre a circunferência
e o círculo.

• Um polígono está inscrito em uma circunferência quando todos seus vértices são


pontos da circunferência e todos os seus lados estão dentro do círculo definido
pela circunferência.

• O comprimento ou perímetro, de uma região limitada por uma circunferência é


calculado através da expressão matemática C = 2. π.R, em que C é o comprimento
da região circular, π aproximadamente igual a 3,14 e R a medida do raio da
região circular. 

• A área do círculo é calculada usando a expressão matemática A = π.R², em que


A representa a área, π é aproximadamente igual a 3,14  e R a média do raio da
circunferência.

139
AUTOATIVIDADE

Vamos finalizar mais um tópico, com algumas atividades sobre


comprimento de circunferências e área de regiões circulares.

1 Qual é o comprimento de uma circunferência que tem raio igual a 10,4 cm?
(Utilize π = 3,14).

2 Calcule a área do círculo que tem diâmetro igual a 8 cm (Utilize π = 3,14).

3 Calcule a área de uma coroa circular onde o raio menor mede 4 cm e o raio
maior é o triplo do raio menor (Utilize π = 3,14).

4 Calcule o perímetro e a área de um círculo de raio 12 cm (Utilize π = 3,14).

5 Determine a área de um círculo sabendo que a circunferência desse círculo


tem comprimento igual a 15 π cm.

6 Calcule a área da região limitada por duas circunferências concêntricas,


uma com raio 10 cm e a outra com raio 6 cm.

FIGURA 112 – CIRCUNFERÊNCIAS CONCÊNTRICAS

10
6

FONTE: Disponível em: <http://www.uel.br/projetos/


matessencial/geometria/areas/circ-a.htm>. Acesso em: 10
mar. 2014.

7 Um jardim de formato circular com 6 metros de raio tem a metade de sua


área removida para reduzir as despesas. Para isto foi cortada uma borda de
largura uniforme em toda a sua volta. Qual é a largura desta borda?

8 No sistema cartesiano ortogonal, uma circunferência tem centro no ponto


(2,1) e passa pelo ponto (5,-3). Qual é o comprimento da circunferência?

140
FIGURA 113 – COMPRIMENTO DA CIRCUNFERÊNCIAS

(2,1)

x
(5, -3)

FONTE: Disponível em: <http://www.uel.br/projetos/matessencial/


geometria/areas/circ-a.ht>. Acesso em: 10 mar. 2014.

141
142
UNIDADE 3

O ESTUDO DAS CÔNICAS

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

A partir desta unidade você será capaz de:

• reconhecer as secções cônicas;

• identificar as equações e representações geométricas das cônicas;

• estudar os conceitos e propriedades das secções cônicas;

• perceber a presença de formas geométricas nos objetos do cotidiano;

• conhecer as aplicações da geometria analítica

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles, você
encontrará atividades que favorecerão a fixação dos assuntos apresentados.
Bons estudos!

TÓPICO 1 – PARÁBOLA

TÓPICO 2 – ELIPSE

TÓPICO 3 – HIPÉRBOLE

TÓPICO 4 – APLICAÇÕES DA GEOMETRIA ANALÍTICA

143
144
UNIDADE 3
TÓPICO 1

PARÁBOLA

1 INTRODUÇÃO

Na Unidade 2, você estudou a equação da circunferência, as posições


relativas e algumas curiosidades em relação às circunferências. Nesta unidade
daremos continuidade ao estudo das cônicas, buscando a compreensão geométrica
e analítica das parábolas, elipses e hipérboles, bem como suas aplicações.

Inicialmente vamos conhecer um pouco da história dessas curvas cônicas.


Você já ouviu falar em Apolônio? Apolônio nasceu na cidade de Perga, região da
Panfília (atualmente Turquia) em 262 a.C., viveu aproximadamente até 190 a.C. e,
foi ele quem iniciou essa importante descoberta.

Apolônio foi contemporâneo de Arquimedes que viveu, aproximadamente,


entre 287 e 212 a.C. e, juntamente com Euclides (aprox. 325 a 265 a.C.) formando
a tríade considerada como a dos maiores matemáticos gregos da antiguidade.
Estudou com os discípulos de Euclides em Alexandria e foi astrônomo notável.
Sua obra-prima, Secções Cônicas, foi composta por 8 volumes (aproximadamente
400 proposições).

Neste tópico vamos estudar uma dessas curvas: a parábola. As parábolas


fazem parte do nosso cotidiano, embora, muitas vezes, não as percebemos. Você
já viu este conteúdo quando fez o estudo das funções quadráticas. Porém, agora,
veremos alguns elementos até então desconhecidos.

As antenas parabólicas, por exemplo, que há um tempo era um objeto muito


comum nas residências, utilizam uma superfície denominada paraboloide, que se
origina ao girar a parábola em torno do seu eixo de simetria. Este paraboloide
serve para refletir as ondas eletromagnéticas emitidas por satélites, para o foco da
parábola, onde se encontra o aparelho receptor, que as converterá em um sinal que
a TV transformará em ondas.

É possível observar também a aplicação da propriedade das parábolas


nos faróis dos carros, nos holofotes, fornos solares, em lanternas e muitos outros
objetos do nosso dia a dia.

145
UNIDADE 3 | O ESTUDO DAS CÔNICAS

2 A PARÁBOLA
Na Grécia Antiga, as cônicas eram obtidas secionando um cone por um
plano, como visto na Figura 114, que é a curvatura formada entre os pontos E, A e
F descreve uma parábola.

FIGURA 114 – CONE INTERCPTADO POR UMA PLANO

FONTE: Disponível em: <http://cmup.fc.up.pt/cmup/activities/


paldiv/conicas.html>. Acesso em: 27 mar. 2013.

A parábola é o conjunto dos pontos do plano equidistantes de um ponto


fixo P(x,y) e de uma reta, que não contém o ponto. Vamos entender melhor este
assunto conhecendo os elementos de uma parábola, conforme você observa na
Figura 115.
FIGURA 115 – PARÁBOLA

FONTE: Os autores

146
TÓPICO 1 | PARÁBOLA

Elementos da Parábola

Vértice: é o ponto V. Note que V é o ponto médio da distância FH.


Foco: é o ponto F.
Diretriz: é a reta d.
Eixo: é a reta e, perpendicular à reta d e que passa pelo vértice da parábola.
Parâmetro: é a distância p, do foco à diretriz.

NOTA

A reta perpendicular à diretriz que contém o vértice e o foco da parábola é o eixo


de simetria da parábola e a distância VF é denominada distância focal, que é a distância do
foco ao vértice, ou do vértice à diretriz ( VF = p/2), em p é o parâmetro da parábola, a distância
do foco a reta diretriz.

3 EQUAÇÕES DA PARÁBOLA
As particularidades das equações da parábola estão intrinsicamente
relacionadas à sua representação no sistema cartesiano ortogonal.

Caro acadêmico! Como você já estudou anteriormente, a parábola pode


apresentar a concavidade voltada para cima, para baixo. Agora, verá que ela
também pode apresentar a concavidade virada para esquerda e para direita, o que
reflete diretamente na sua equação. Veremos estas e outras abordagens a seguir.

PRIMEIRO CASO – VÉRTICE NA ORIGEM

• Equação reduzida da parábola de eixo horizontal e vértice na origem

Para que a parábola tenha eixo horizontal e vértice na origem, a ordenada


do foco da parábola deve ser nula F(c, 0), considerando um ponto qualquer da
parábola P(x, y), teremos que a distância desse ponto até o foco será igual à
distância do ponto até sua projeção na diretriz ( PF = PP ' ), conforme Figura 116.

147
UNIDADE 3 | O ESTUDO DAS CÔNICAS

FIGURA 116 – EQUAÇÃO DA PARÁBOLA COM VÉRTICE NA


ORIGEM DO SISTEMA CARTESIANO ORTOGONAL

d y

P1
P(x,y)

V F x

FONTE: Os autores

Utilizando a fórmula da distância entre dois pontos no sistema cartesiano


ortogonal teremos a equação reduzida da parábola de eixo horizontal e vértice na
origem, em que c é a distância focal.

O foco da parábola tem coordenadas F(c, 0), a equação da reta diretriz x =


-c, assim sendo, chama-se equação reduzida da parábola à equação em que P(x,y),
um ponto qualquer da parábola é equidistante de F e d. Isto é: d(P,F) = d(P,d),
nesse caso temos:
d PF = d Pd
( x p − x F )² + ( y P − y F )² = ( x p − x d )² + ( y P − y d )²
( x − c)² + ( y − 0)² = ( x p + c)² + ( y − y )²
( x − c)² + y ² = ( x + c)²
x ² − 2cx + c ² + y ² = x ² + 2cx + c ²
Eliminando os termos semelhantes, chegamos à equação y² = 4cx.

ATENCAO

A fórmula da equação reduzida da parábola de eixo horizontal e vértice na origem


é y² = 4cx.

148
TÓPICO 1 | PARÁBOLA

Temos duas situações diferentes em relação às principais características da


parábola  quando o eixo de simetria é o eixo das ordenadas (eixo y), a parábola
pode ter a concavidade voltada para direita ou para esquerda, como você pode
observar no Quadro 1:

QUADRO 1 – CARACTERÍSTICAS DA PARÁBOLA QUANDO O EIXO DE SIMETRIA É O EIXO DAS


ABSCISSAS

FONTE: Os autores

E
IMPORTANT

Nas cônicas temos excentricidade que é um parâmetro associado a


qualquer cônica, que mede o seu desvio em relação a uma circunferência, nas parábolas a
excentricidade (e) que indica a razão das distâncias de qualquer um dos seus pontos ao foco e
à diretriz é sempre igual a 1 (e = 1).

Exemplo: Determine a equação reduzida da parábola de foco no ponto


F(3,0) e vértice na origem, comprovando com a representação geométrica.

Solução: Como o foco tem coordenadas x = 3 e y = 0, a distância focal (c)


será igual a 3 devido ao vértice da parábola ter coordenadas igual a zero, pois está
na origem do sistema cartesiano ortogonal.
Teremos: y² = 4cx.
y² = 4 x
y² = 12x

149
UNIDADE 3 | O ESTUDO DAS CÔNICAS

Representação geométrica

FIGURA 117– RESOLUÇÃO DO EXEMPLO 1 DA PARÁBOLA COM VÉRTICE NA ORIGEM DO


SISTEMA CARTESIANO ORTOGONAL

FONTE: Os autores

• Equação da parábola de eixo vertical e vértice na origem

Como a parábola tem vértice na origem, as coordenadas do vértice são nula


V(0,0) e com eixo vertical, portanto, a equação ficará em função de x, logo sua
equação reduzida é x² = 4cy. Nessa situação, a parábola pode ter concavidade volta
para cima ou para baixo, conforme o quadro 2.

QUADRO 2 – CARACTERÍSTICAS DA PARÁBOLA QUANDO O EIXO DE SIMETRIA É O


EIXO DAS ORDENADAS

FONTE: Os autores

150
TÓPICO 1 | PARÁBOLA

Exemplo: Qual é a equação da parábola de foco no ponto F(0,4) e vértice na


origem? (Faça a representação Geométrica).

Solução: Temos x² = 4cy, como c é a distância do foco ao vértice, c = 4.


x² = 4 4 y
x² = 16y

Representação geométrica

FIGURA 118 – RESOLUÇÃO DO EXEMPLO DA PARÁBOLA DE EIXO VERTICAL E VÉRTICE NA


ORIGEM

FONTE: Os autores

• Equação da parábola de eixo horizontal e vértice no ponto (h, k)

Pode acontecer do vértice da parábola não estar na origem do sistema


cartesiano ortogonal conforme a Figura 119, mas num ponto qualquer (h, k),
teremos a equação de uma cônica com translação, ou seja de uma parábola com
translação, nesse caso com concavidade voltada para a direita será: (y - k)2 = 4c(x -
h) e da reta diretriz x = h – c, eixo y = k e Foco (h + c, k).

151
UNIDADE 3 | O ESTUDO DAS CÔNICAS

FIGURA 119 – EQUAÇÃO DA PARÁBOLA DE EIXO HORIZONTAL E


VÉRTICE NO PONTO (H, K)

FONTE: Disponível em: <http://www.passei.com.br/topico.


php?file=matematica/parabola.html>. Acesso em: 27 fev. 2014.

Ou se a concavidade estiver voltada para a esquerda do sistema cartesiano


ortogonal a equação da parábola será: (y - k)2  = - 4c(x - h), e a equação da reta
diretriz x = h + c, eixo y = k e Foco (h - c, k).

Exemplo 1: Determine a equação da parábola de vértice no ponto V(2,0) e


foco no ponto F(4, 0), confirme o resultado com a representação geométrica.

Solução: A distância focal é VF = 4 - 2 = 2, e o parâmetro da parábola


nesse caso será VF = p/2, logo:

VF = p/2
2 = p/2
2.2 = p
p=4

P = 4, é o parâmetro da parábola, a medida da distância do foco a reta


diretriz. Como vimos, a distância focal é c = 2.

Para encontrar a equação da parábola vamos substituir as coordenadas do


vértice (2,0) e o valor da distância focal na fórmula: (y – k)2 = 4c(x - h)
(y - 0)2 = 4●2(x - 2)
y2 = 8 (x - 2)

E para encontrar a equação da reta diretriz vamos substituir os valores na


equação x = y - c. logo x = 2 - 2 = 0, ou seja, x = 0.

152
TÓPICO 1 | PARÁBOLA

Representação geométrica

FIGURA 120 – RESOLUÇÃO DO EXEMPLO 1 DA PARÁBOLA DE EIXO HORIZONTAL E VÉRTICE


NO PONTO (H, K)

FONTE: Os autores

Como podemos observar na representação geométrica a reta diretriz


coincide com o eixo y.

Exemplo 2: Determine o vértice, o parâmetro, o foco e a equação da diretriz


da parábola de equação y² = -4(x – 3), demonstre geometricamente.

Solução: Vamos iniciar determinado o vértice, comparando a equação y²


= - 4(x – 3) com a fórmula (y - k)2 = 4c(x - h), observamos que o valor da ordenada
do vértice é nula, portanto temos V(3, 0), parábola de eixo horizontal.

Para determinar o parâmetro (p) temos: 4c = -4, o sinal de menos, indica


que a concavidade está voltada para a esquerda, portanto, temos c = 1 (distância
focal), logo o parâmetro será VF = p/2, 1 = p/2, p = 2.

153
UNIDADE 3 | O ESTUDO DAS CÔNICAS

A equação da reta diretriz x = h + c, logo x = 3 + 1, x = 4.


O eixo é y = 0 e Foco (h - c, k), portanto F(3-1, 0), F(2, 0).

Representação geométrica

FIGURA 121 – RESOLUÇÃO DO EXEMPLO 2 DA PARÁBOLA DE EIXO HORIZONTAL E VÉRTICE NO


PONTO (H, K)

FONTE: Os autores

Exemplo 3: Determine a equação da parábola de vértice (2, 4) e diretriz x


= - 4, e comprove os resultados com a representação geométrica.

Solução: A diretriz é uma reta vertical e está à esquerda do vértice, pois a


abscissa x desse vértice é 2. Isto implica uma concavidade voltada para a direita. A
distância focal é igual a distância entre o vértice e a diretriz, portanto, c = | - 4 – 2|
= 6. 

Substituindo esses valores na fórmula da parábola de eixo horizontal e


vértice no ponto (x0, y0), temos: (y - k)² = 4c(x - h)
(y - 4)² = 4.6(x - 2)
(y - 4)² = 24(x - 2)

154
TÓPICO 1 | PARÁBOLA

Representação geométrica

FIGURA 122 – RESOLUÇÃO DO EXEMPLO 3 DA PARÁBOLA DE EIXO VERTICAL E VÉRTICE NO


PONTO (H,K)

FONTE: Os autores

• Equação da parábola de eixo vertical e vértice no ponto (h, k)

Analogamente, quando o vértice da parábola não está na origem, mas no ponto


(h, k), a equação da parábola de eixo vertical, diretriz horizontal e concavidade voltada
para baixo, será: (x - h)² = - 4c(y - k), a equação da reta diretriz y = k + c, o eixo x = h e o
Foco (h, k - c).

E quando a concavidade estiver voltada para cima do sistema cartesiano


ortogonal a equação da parábola será: (x - h)2 = 4c(y - k), e a equação da reta diretriz
y = k - c, eixo x = h e Foco (h, k + c).

155
UNIDADE 3 | O ESTUDO DAS CÔNICAS

Exemplo 1: Qual a equação da parábola de foco no ponto F(0, -4) e vértice


no ponto V(0,1)(faça a representação geométrica)?

Solução: Como o foco tem coordenadas x = 0 e y = - 4, a concavidade da


parábola está voltada para baixo. Vamos determinar a distância focal, VF = - 4 - 1
= 5, portanto c = 5 e o parâmetro da parábola, VF = p/2, 5 = p/2, p = 10 é a distância
do foco a reta diretriz.

A equação da reta diretriz (y = h + c) será y = 1 + 5 = 6, logo a equação da reta


diretriz será y = 6.

Agora substituindo na fórmula teremos: (x - h)² = -4c(y - k)


(x - 0)² = - 4. 5(y – (1))
x² = - 20 (y - 1)

Representação geométrica
FIGURA 123 – RESOLUÇÃO DO EXEMPLO 1 DA PARÁBOLA DE EIXO VERTICAL E VÉRTICE NO
PONTO

FONTE: Os autores

Exemplo 2: Determine a equação da parábola que apresentam foco F(3, 2);


e diretriz y - 4 = 0.
Solução: Como a diretriz tem equação y - 4 = 0, ou seja y = 4, a concavidade
da parábola está voltada para baixo do sistema cartesiano ortogonal e o parâmetro
distância do foco a reta diretriz será igual a 2.

Portanto, o c (VP), será VP = p/2, VP = 2/2 = 1, substituindo na expressão do


Foco (h, k + c), vamos determinar a ordenada do vértice da parábola:
F(3, 2) = F(h, k + c)
V(3, 2 +1)
V(3, 3)

156
TÓPICO 1 | PARÁBOLA

A equação da parábola: (x - h)2 = - 4c(y - k)


(x - 3)2 = - 4.1(y - 3)
(x - 3)2 = - 4(y – 3)
O eixo da parábola: x = h, x = 3.

Representação geométrica
FIGURA 124 – RESOLUÇÃO DO EXEMPLO 2 DA PARÁBOLA DE EIXO VERTICAL E VÉRTICE NO
PONTO (H,K)

FONTE: Os autores

• Equação Geral da Parábola

Desenvolvendo o produto notável que aparece na equação reduzida e


igualando a equação à zero, determinamos a equação geral da parábola. Veja os
exemplos a seguir:

Exemplo 1: Escreva a equação a seguir em sua forma geral.


(x - 3)2 = - 4y + 12

Solução: (x - 3)2 = - 4y + 12. Desenvolvendo a potência, através dos produtos


notáveis
x2 – 6x + 9 = - 4y + 12 Igualando a equação a zero
x2 – 6x + 9 + 4y – 12 = 0 Juntando os termos semelhantes
x2 – 6x + 4y – 3 = 0 Equação Geral da Parábola

Exemplo 2: Escreva a equação a seguir em sua forma geral.


(y - 4)² = 24(x - 2)

157
UNIDADE 3 | O ESTUDO DAS CÔNICAS

Solução: (y - 4)² = 24(x - 2) Desenvolvendo a potência, através dos produtos


notáveis e propriedade distributiva
y – 8y + 16 = 24x – 48
2
Igualando a equação a zero
y2 – 8y + 16 - 24x + 48 = 0 Juntando os termos semelhantes
y2 – 8y - 24x + 64 = 0 Equação Geral da Parábola

Atenção! É fundamental que você compreenda bem o processo de


transformar a equação na forma reduzida para a forma geral e vice-versa, para
isto, você precisará muito dos produtos notáveis e da fatoração do trinômio
quadrado perfeito.

Você deve ter observado que para descobrir as coordenadas de vértice e


foco e para definirmos a distância focal, precisamos ter a equação da parábola
em sua forma reduzida. Desta forma, quando tivermos a equação da parábola em
sua forma geral, precisaremos escrevê-la em sua forma reduzida. Aprenda como
realizar este processo a seguir.

Exemplo 3: Escreva a seguinte equação de parábola em sua forma reduzida:


x2 – 6x + 5y – 11 = 0

Solução: x2 – 6x + 5y – 11 = 0

1º passo: O termo que está elevado ao quadrado é o x, desta forma os


monômios que tiverem a incógnita x deixaremos no primeiro membro da igualdade
e, os demais elementos, no segundo membro.
x2 – 6x = - 5y + 11

2º passo: Completar o trinômio quadrado perfeito do primeiro membro.


Lembre que: (a - b)2 = a2 - 2ab + b2. Neste caso, para descobrir o termo b, basta dividir
6 por 2, logo, b = 3. Para completar o trinômio precisamos acrescentar b2 (que é
o termo faltante) no primeiro membro da equação e, para manter a igualdade,
acrescentamos b2 no outro membro.
x2 – 6x + 9 = - 5y + 11 + 9
Observe que x2 – 6x + 9 = (x – 3)2. Reescrevendo,
(x – 3)2 = - 5y + 11 + 9

3º passo: Junte os termos semelhantes


(x – 3)2 = - 5y + 20

4º passo: Colocar o coeficiente de y em evidência. Neste caso, - 5.

(x – 3)2 = - 5(y + 4) Equação reduzida da parábola

Com a equação reduzida você pode determinar os elementos desta


parábola, como vértice, foco e equação diretriz.

158
RESUMO DO TÓPICO 1

Nesse tópico, você conheceu as equações da parábola de acordo com sua


representação no sistema cartesiano ortogonal.

• A parábola de eixo horizontal e vértice na origem pode ter concavidade voltada


para a direita, sua equação será y² = 4cx, o foco F(c, 0) e a reta diretriz x = - c, em
que c é a distância focal. Ou para esquerda com equação a y² = - 4cx, o foco F(-c,
0) e a reta diretriz x = c e o vértice de ambas situações tem coordenadas igual a
zero V(0,0).

• Equação da parábola de eixo horizontal e vértice no ponto (h, k) pode apresentar


concavidade voltada para a direita será: (y - k)² = 4c(x - h), com reta diretriz x
= h – c, eixo y = k e Foco (h + c, k) ou concavidade voltada para a esquerda do
sistema cartesiano ortogonal, a equação da parábola será: (y - k)² = - 4c(x - h),
com reta diretriz x = h + c, eixo y = k e Foco (h - c, k).

• A parábola de eixo vertical e vértice na origem pode ter concavidade voltada


para cima, sua equação será x² = 4cy, o foco F(0, c) e a reta diretriz y = - c, em que
c é a distância focal. Ou para baixo com equação a x ² = - 4cy, o foco F(0, - c) e a
reta diretriz y = c e o vértice de ambas situações tem coordenadas igual a zero
V(0,0).

• Equação da parábola de eixo vertical e vértice no ponto (h, k) pode apresentar


concavidade voltada para baixo será: (x - h)² = -4c(y - k), com reta diretriz y =
k + c, eixo x = h e Foco (h, k - c) ou concavidade voltada para cima no sistema
cartesiano ortogonal, a equação da parábola será: (x - h)² = 4c(y - k), com reta
diretriz y = k - c, eixo x = h e Foco (h, k + c).

159
AUTOATIVIDADE

Agora chegou a sua vez de colocar em prática o que foi estudo no


Tópico 1, lembre-se das orientações referentes à equação da parábola no
sistema cartesiano ortogonal.

1 Determine o eixo principal e a concavidade da parábola, cuja equação é:


a) x² – 4y = 0
b) 8x² – 16x + 24y – 32 = 0 
c) 4y² – 12y + 3x – 16 = 0

2 Determine o vértice, o parâmetro, o foco e a equação da diretriz da parábola


cuja equação é:
a) (x - 2)² = - 16(y + 2)
b) (y - 1)² = - 4x
c) (x - 2)² = - 8y
d) (x - 1)² = 12(y - 1)

3 Determine a equação das parábolas que apresentam os seguintes focos e diretrizes:


a) F(-3,-2); y + 4 = 0
b) F(0,-3); y – 3 = 0
c) F(5,0); x – 2 = 0
d) F(-1,0); x – 1 = 0

4 Obtenha a equação da parábola de vértice V(2,-1), com eixo de simetria


paralelo ao eixo y, passando pelo ponto P(-2,-3).

5 Das equações a seguir, verifique qual se refere à equação de uma parábola


de eixo coincidente com a reta y = 0:
a) y = x² + 1
b) x = y² + 1
c) y – x² = 0
d) x² - y² = 1
e) xy = 1 + 3y

6 Determine as coordenadas do vértice, a distância focal, as coordenadas do


foco e a equação reduzida da parábola, cuja equação é 2x² – 4x + y – 8 = 0.

7 Escreva a equação da parábola de vértice (2, 5) e diretriz x = - 8. 


 
8 Descubra as coordenadas do vértice, a distância focal, as coordenadas do
foco e a equação reduzida da parábola da equação y² + 4x + 2y + 9 = 0.
160
UNIDADE 3
TÓPICO 2

ELIPSE

1 INTRODUÇÃO

Nesse tópico, você conhecerá outra importante curva cônica, a elipse. Assim
como a parábola, a elipse pode estar representada no sistema cartesiano ortogonal
com centro na origem ou não, para isso será necessário conhecer a definição da
elipse, as regularidades das suas equações e representações geométricas.

A elipse possui uma importante aplicação na Astronomia, pois os planetas


descrevem movimentos elípticos em órbita do sol, estando localizados nos focos
da elipse. Essa teoria foi descoberta e comprovada por Johannes Kepler (1571 –
1630), grande astrônomo alemão. No tópico 4, veremos um pouco mais sobre a
história e aplicação da elipse.

2 A ELIPSE
É o lugar geométrico de um plano onde a soma da distância de sua
extremidade a dois pontos fixos, chamados de focos, F1 e F2, resulta em uma
constante 2a, onde 2a > 2c, como você pode observar na Figura 125.

Elementos da elipse:

• F1 e F2 → são os focos


• C → Centro da elipse
• 2c → distância focal
• 2a → medida do eixo maior
• 2b → medida do eixo menor
• c/a → excentricidade
• Há uma relação entre os valores a, b e c→ a² = b² + c²

161
UNIDADE 3 | O ESTUDO DAS CÔNICAS

FIGURA 125 – ELEMENTOS DA ELIPSE

FONTE: Disponível em: <http://www.brasilescola.com/matematica/elipse.htm>.


Acesso em: 7 fev. 2014.

Chamamos de excentricidade (a razão entre a distância do foco da elipse a


origem pela medida do eixo maior) o número real e, tal que: e = c/a. Pela definição
de elipse, 2c < 2a, então c < a e, consequentemente, 0 < e < 1. Quando os focos
são muito próximos, ou seja, c é muito pequeno, a elipse se aproxima de uma
circunferência.

Vamos voltar à Figura 125 e observar uma relação importante no estudo da


elipse, pelo teorema de Pitágoras, no triângulo B2CF2, temos: a² = b² + c².

E
IMPORTANT

Observe que a, b e c representam, respectivamente, as medidas da metade do


eixo maior, metade do eixo menos e metade da distância focal.

Quando a elipse tem o centro na origem do sistema cartesiano ortogonal,


podemos observar algumas características apresentadas no Quadro 3:

162
TÓPICO 2 | ELIPSE

QUADRO 3 – CARACTERÍSTICAS DA ELIPSE COM CENTRO NA ORIGEM

FONTE: Disponível em: <http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm99/icm26/elipse.htm>. Acesso em: 7


fev. 2014.

3 EQUAÇÕES DA ELIPSE
A equação da elipse está relacionada à sua representação geométrica no
sistema cartesiano ortogonal, quando o centro está ou não na origem e os focos
estão sobre o eixo da abscissa (eixo x) ou quando estão sobre o eixo da ordenada
(eixo y), veremos a seguir a denotação dessas equações.

163
UNIDADE 3 | O ESTUDO DAS CÔNICAS

• Elipse com centro na origem, eixo maior horizontal e focos sobre o eixo x.

A equação da elipse pode ser encontrada, explorando a propriedade de


simetria dos diversos pontos, os quais mantêm a soma das duas distâncias para
os focos sempre será igual para todos os pontos da curva. Sejam P(x,y) um ponto
qualquer: F1(- c, 0) e F2(c, 0), os focos da elipse, conforme observamos no Quadro
3, temos dois lados simétricos onde a distância ao foco de cada lado é c, a altura
é b, e uma distância entre o foco e o ponto b que é a, o que nos leva a dizer que
=2a, é 2a é uma constante, temos:
=2a

Sendo a elipse centrada nos eixos, temos os pontos: F1(- c, 0) e F2(c, 0) e


P(x,y).

O que nos leva a:

elevando os dois termos da equação ao quadrado:

juntando os termos semelhantes:

, dividindo tudo por 4:

, elevando os dois termos da equação ao


quadrado:
, aplicando a propriedade
distributiva:

, colocando os termos em
evidência:

, como:

B1

b a

C c F2

164
TÓPICO 4 | APLICAÇÕES DA GEOMETRIA ANALÍTICA

Temos a² = b² + c², b² = a² - c², substituindo temos:


(a² - c²)x² + a²y² = a² (a² – c²)
b²x² + a²y² = a²b²
Logo: b²x²+a²y²= a²b², portanto, vamos dividir por a²b²:
b²x² a²y²
+ = 1, efetuando as simplificações:
a²b² a²b²

x² y ²
+ = 1 → Equação reduzida da Elipse com C(0, 0) e eixo maior sobre o eixo x.
a ² b²

A medida do eixo maior ‘a’ está dividindo x² o que indica que a elipse tem
o foco no eixo x.

Exemplo 1: Determine a equação reduzida da elipse com focos sobre o eixo


x, com eixo maior medindo 6 e eixo menor 4 e faça a representação geométrica.

Solução: temos que 2a = 6 → a =3 e 2b = 4 → b = 2


x² y ²
A equação reduzida da elipse (fórmula genérica) será:   + =1
a ² b²

x² y ²
+ =1
3² 2²

x² y ²
+ =1
9 4
Representação geométrica

FIGURA 126 – EXEMPLO 1 DA ELIPSE COM FOCOS SOBRE O EIXO X

FONTE: Os autores

165
UNIDADE 3 | O ESTUDO DAS CÔNICAS

Exemplo 2: Determine as coordenadas dos focos da elipse de equação 9x² +


25y² = 225 e demonstre geometricamente.

Solução: Vamos dividir ambos os membros da equação por 225, para que
tenhamos a equação igual 1, como na fórmula da equação da elipse (fórmula
x² y ²
genérica) + = 1 teremos:
a ² b²
9x ² + 25y ² = 225

9 x ² 25 y ² 225
+ =
225 225 225

x² y ²
+ =1
25 9

Sendo assim, temos que a² = 25 e b² = 9, portanto a = 5 e b = 3, e utilizando o


teorema de Pitágoras encontramos o valor de c.
a² = b² + c²
5² = 3² + c²
25 – 9 = c²
16 = c²
c=4
Portanto, as coordenadas dos focos são: F1(4,0) e F2(-4,0).

Representação geométrica

FIGURA 127 – EXEMPLO 2 DA ELIPSE COM FOCOS SOBRE O EIXO X

FONTE: Os autores

166
TÓPICO 2 | ELIPSE

Exemplo 3: Determine a excentricidade da elipse de equação 16x ² + 25y


² – 400 = 0 e fazer a representação geométrica da elipse.

Solução: Vamos primeiramente colocar a equação da elipse na sua forma


reduzida.
16x ² + 25y ² – 400 = 0
16x ²  + 25y ²  = 400 (comparando com a fórmula genérica, vamos dividir
tudo por 400)

16 x ² 25 y ² 400
+ =
400 400 400

x² y ²
+ =1
25 16

Portanto, a² = 25 e b² = 16, logo a = 5 e b = 4, substituindo em a² = b² + c²:


5² = 4² + c²
25 = 16 + c²
25 – 16 = c²
9 = c²
c =3
Como a excentricidade é: e = c/a
e= 3/5 = 0,60

Representação geométrica

FIGURA 128 – EXEMPLO 3 DA ELIPSE COM FOCOS SOBRE O EIXO X

FONTE: Os autores

167
UNIDADE 3 | O ESTUDO DAS CÔNICAS

• Elipse com centro na origem, eixo maior vertical e com focos sobre o eixo y

Agora as coordenadas dos focos da elipse assumem valor somente para


ordenada, F1(0, -c) e F2(0, c). Assim, a equação reduzida da elipse com centro na
origem do sistema cartesiano ortogonal e com focos sobre o eixo y será:

y ² x²
+ =1
a ² b²

FIGURA 129 – ELIPSE COM FOCOS SOBRE O EIXO Y


y
a
c

-b b x

-c

-a

FONTE: Disponível em: <http://www.brasilescola.com/matematica/


elipse.htm>. Acesso em: 7 fev. 2014.

A medida do eixo maior ‘a’ nesse caso está dividindo y², o que indica que
a elipse tem o foco no eixo y.

Exemplo 1: Determine a equação reduzida da elipse sabendo que um dos


focos é F1(0, 2) e que o eixo menor mede 4 e faça a verificação com a representação
geométrica.

Solução: temos as coordenadas do foco F1(0, -2), com isso encontramos o


valor de c, ou seja, c = 2 e o foco está sobre o eixo y.

A outra informação é referente ao eixo menor da elipse, portanto 2b = 4, b


= 2.

Usando a relação do teorema de Pitágoras, pois como coce pode observar


na figura 130, temos um triângulo podemos determinar o valor do eixo maior (a):
a² = b²+c²
a² = 2² + 2²

a² = 8, a = 8 = = 2, 83
Assim, a equação reduzida da elipse será:

168
TÓPICO 2 | ELIPSE

Assim, a equação reduzida da elipse será:

y ² x²
+ =1
a ² b²

y² x²
+ =1
8² 2²

y ² x²
+ =1
8 4

Representação geométrica

FIGURA 130 – EXEMPLO 1 DA ELIPSE COM FOCOS SOBRE O EIXO Y

FONTE: Os autores

Exemplo 2: Encontre a equação da elipse representada na figura.

169
UNIDADE 3 | O ESTUDO DAS CÔNICAS

FIGURA 131 – ELIPSE


y

12
x
5

FONTE: Os autores

Solução: Temos na figura a medida do eixo menor, b = 5 e a medida da


distância focal, c = 12, substituindo no Teorema de Pitágoras podemos determinar
a medida de a.

a² = b² + c²
a² = 5² + 12²
a² = 25 + 144
a² = 169
a = 13

Agora, substituindo na fórmula da equação da elipse encontramos a


equação dessa elipse da figura: 

y ² x²
+ =1
a ² b²

y² x²
+ =1
13² 5²

y² x²
+ =1
169 25

• Elipse com centro fora da origem e eixo maior paralelo ao eixo x

As elipse também podem sofrer uma translação do seu centro no sistema


cartesiano ortogonal como as parábolas, e sua equação de centro em (h, k) e eixo
maior paralelo ao eixo x será:
( x − h)² ( y − k )²
+ =1
a² b²

170
TÓPICO 2 | ELIPSE

FIGURA 132 – ELIPSE CENTRO FORA DA ORIGEM E EIXO MAIOR PARALELO


AO EIXO X

FONTE: Os autores

Como a elipse sofreu uma translação do centro, teremos o centro


coordenadas C (h,k), os focos da elipse serão: (±c,0)+(h,k).

Exemplo 1: Determine o centro, o eixo maior, o eixo menor, a distância


( x + 1) 2 ( y + 2) 2
focal, as coordenadas dos focos e a excentricidade da elipse + =1
confirme os resultados com a representação geométrica. 16 9

Solução: Vamos retirar as informações que temos na equação


( x + 1) ( y + 2) 2
2
( x − h)² ( y − k )²
+ = 1 , com parando-a com a fórmula + =1
16 9 a² b²

• Centro C(h, K) = C (-1, -2);


• a² = 16, a = 4, o eixo maior é 2a, portanto o eixo maior mede 8;
• b² = 9, b = 3, o eixo menor é 2b, logo o eixo menor mede 6;
• A distância focal é 2c, vamos usar o teorema de Pitágoras para determinar c:

a² = b² + c²
4² = 3² + c²
16 – 9 = c²
7 = c²
c = 7 , portanto, a distância focal é 2 7 .
• Como a elipse tem o eixo maior paralelo ao eixo as coordenadas dos focos (±c,
0)+(h, k)
F1(- 7 +(-1), 0 + (-2)) e F2( 7 + (-1),0+ (-2))
F1(-3,64, -2) e F2(1,64,-2)
A excentricidade da elipse é; e = c/a, e = 7 /4 = 0,66.
171
UNIDADE 3 | O ESTUDO DAS CÔNICAS

Representação geométrica:

FIGURA 133– ELIPSE CENTRO FORA DA ORIGEM E EIXO MAIOR PARALELO AO EIXO X

FONTE: Os autores

• Elipse com centro fora da origem e eixo maior paralelo ao eixo y

A Equação da elipse de centro em (h, k) e eixo maior paralelo ao eixo y é:

(´x − h)² ( y − k )²
+ =1
b² a²
FIGURA 134 – ELIPSE COM CENTRO FORA DA ORIGEM E EIXO MAIOR
PARALELO AO EIXO Y

y
A1

F1
k C

F2

A2
x
h
C= (h,k)
FONTE: Os autores

172
TÓPICO 2 | ELIPSE

Como a elipse sofreu uma translação do centro, teremos o centro


coordenadas C (h,k), os focos da elipse serão: (0, ±c)+(h,k).

Exemplo 1: Determine a equação da elipse que possui as seguintes


características, e faça a representação geométrica:

I) eixo maior paralelo ao eixo y;


II) C = (4, -2);
III) e = ½ ;
IV) eixo menor igual a 6.

Solução: Vamos iniciar com a IV característica, que o eixo menor é igual a


6, logo 2b =6, b =3.
Com a III características, podemos encontrar o valor de a e c, pois refere-se
a excentricidade da elipse, e = ½ , como e = c/a, temos:
e = c/a
½ = c/a
a = 2c
Usando o Teorema de Pitágoras, podemos determinar o valor a e c:
a² = b² + c²
(2c)² = 3² + c²
4c² = 9 + c²
4c² - c² = 9
3c² = 9
c²= 9/3
c² = 3

c= 3 , como a = 2c, a = 2 3

Com a I característica verificamos que a elipse tem o eixo maior paralelo


ao eixo y, portanto a fórmula da equação da elipse é: ( x − h)² ( y − k )²
+ =1
substituindo o valores do centro (característica II) b² a²
e de a e b, temos:

( x − h)² ( y − k )²
+ =1
b² a²

( x − 4)² ( y − (−2))²
+ =1
3² (2 3) ²

( x − 4)² ( y + 2)²
+ =1
9 12
Se desenvolvermos os quadrados, vamos encontrar a equação geral da
elipse

173
UNIDADE 3 | O ESTUDO DAS CÔNICAS

1 1
( x ² − 8 x + 16) + ( y ² + 4 y + 4) − 1 = 0
9 12
x ² 8 x 16 y ² y 1
− + + + + − 1 = 0 , resolvendo os termos semelhantes:
9 9 9 12 3 3
x² 8x y ² y
− + + + 3 = 0 , resolvendo o mínio múltiplo comum,
9 9 12 3
4x² -32x +3y² + 12y + 108 = 0, essa é a equação geral da elipse.

Representação geométrica
FIGURA 135 – EXEMPLO DE ELIPSE COM CENTRO FORA DA ORIGEM E EIXO MAIOR PARALELO
AO EIXO Y

FONTE: Os autores

174
RESUMO DO TÓPICO 2

Nesse tópico, você conheceu as equações da elipse de acordo com sua


representação no sistema cartesiano ortogonal.

• Elementos da elipse:
• F1 e F2 → são os focos
• C → Centro da elipse
• 2c → distância focal
• 2a → medida do eixo maior
• 2b → medida do eixo menor
• c/a → excentricidade
• Há uma relação entre os valores a, b e c→ a² = b² + c²

• A equação da elipse de eixo maior  horizontal e focos sobre o eixo x é


x² y ²
+ = 1 ,com focos: F1(- c, 0) e F2(c , 0).
a ² b²

• A equação da elipse com eixo maior  vertical e com focos sobre o eixo y é:
y ² x²
+ = 1 , com focos: F1(0, -c) e F2(0 , c).
a ² b²

• A equação da elipse de centro em (h, k) e eixo maior paralelo ao eixo y é:

( x − h)² ( y − k )²
+ = 1.
b² a²

• A equação da elipse de centro em (h, k) e eixo maior paralelo ao eixo x é:

( x − h)² ( y − k )²
+ = 1.
a² b²

• Características da elipse com centro fora da origem:

175
QUADRO 4 – ELIPSE COM CENTRO FORA DA ORIGEM

FONTE: Disponível em: <HTTP://WWW.EDUC.FC.UL.PT/ICM/ICM99/ICM26/ELIPSE.HTM>. Acesso


em: 7 mar. 2014.

176
AUTOATIVIDADE

Agora chegou a sua vez de colocar em prática o que foi estudo no


Tópico 2, lembre-se das orientações referentes à equação da elipse no sistema
cartesiano ortogonal.

1 Determine a distância focal da elipse 9x ² +25y ² – 225 = 0.

2 Calcular a distância focal e a excentricidade da elipse 25x ² + 169y ² = 4225.

3 Os vértices de uma elipse são os pontos (4, 0) e (-4, 0) e seus focos são os
pontos (3, 0) e (-3, 0), determine a equação dessa elipse.

4 Determine o centro, o eixo maior, o eixo menor, a distância focal, as


coordenadas dos focos e a excentricidade das elipses.

x2 y2
a) + =1
25 9

b)

c)

5 A equação 9x² + 4y² - 18x – 16y – 11 = 0 é de uma elipse. Os semieixos maior


e menor medem:

a) 4 e 3 b) 4 e 2 c) 4 e 1 d) 3 e 2 e) 3 e 1
2 2
6 Na figura, tem-se a elipse de equação x + y = 1 inscrita no retângulo
ABCD. O perímetro do retângulo é: 12 3

177
a) 24 b) 18 c) 12 3 d) 6 3 e) 3 3

7 Determine a equação reduzida da elipse de cada equação a seguir:

a) 3x² + 4y² - 8y – 8 = 0
b) x² + 4y² - 6x – 8y – 3 = 0
c) x² + 4y² + 2x – 12y + 6 = 0

178
UNIDADE 3
TÓPICO 3

HIPÉRBOLE

1 INTRODUÇÃO
Aplicações das hipérboles não são tão fáceis de serem encontradas no
nosso cotidiano, assim com a parábola. No entanto, alguns cometas podem ter
órbitas hiperbólicas em vez de elípticas.

Os cometas em órbita elípticas em torno da Terra podem ser vistos várias


vezes, pois sempre retornam a um ponto da órbita, como o cometa Halley, só que
os cometas em órbitas hiperbólicas aparece uma única vez e jamais retornam.

FIGURA 136 – COMETAS EM ÓRBITAS HIPERBÓLICAS

FONTE: Disponível em: <https://www.google.com.br/


search?q=os+cometas+em+órbita+elípticas+em+torno+da+terra>. Acesso em: 7 fev.
2014.

179
UNIDADE 3 | O ESTUDO DAS CÔNICAS

Nesse tópico vamos conhecer a definição da hipérbole, seus elementos,


suas equações e sua representação geométrica.

2 A HIPÉRBOLE
É o conjunto dos pontos tais que o módulo das distâncias (2a) a dois pontos
fixos (F1 e F2) seja menor que a distância (2c) entre os pontos (0 < 2a < 2c). A esses
pontos fixos chamamos de focos e a constante (2c) é o comprimento do eixo real
(transverso), o eixo que contém os focos.

FIGURA 137 – HIPERBOLE

FONTE: Disponível em: <http://www.brasilescola.com/matematica/


hiperbole.htm>. Acesso em: 7 fev. 2014.

A excentricidade da hipérbole é determinada da mesma forma da


excentricidade da elipse, o quociente entre a semidistância focal (c) e o semieixo
transverso (a). Ou seja, a razão entre a distância c do centro de simetria da cônica
ao foco, e a distância a do centro ao vértice Este quociente é sempre superior a 1
dado que 0< a< c. 

E
IMPORTANT

A excentricidade não se altera com a translação do centro da hipérbole.

180
TÓPICO 3 | HIPÉRBOLE

Elementos da hipérbole

• Focos: F1 e F2 → são os focos da hipérbole


• Centro: O → é o centro da hipérbole
• Distância Focal: 2c 
• Eixo real: 2a → medida do eixo real ou transverso
• Eixo imaginário: 2b → medida do eixo imaginário ou conjugado
• Excentricidade: c/a 

E
IMPORTANT

Existe uma relação entre a, b e c → c² = a² + b²

FIGURA 138 – ELEMENTOS DA HIPÉRBOLE

FONTE: Disponível em: <http://www.brasilescola.com/matematica/


hiperbole.htm>. Acesso em: 7 fev. 2014.

2.1 MEDIDA DO EIXO REAL


O eixo real é a reta que passa pelos focos e intercepta a hipérbole nos pontos
A1 e A2, o segmento de reta A1A2 denotamos como eixo real ou eixo transverso da
hipérbole, a distância de A1 a A2, (A1A2 = 2a), logo o semieixo real que é a distância
de A1 ao centro (O), ou a distância de A2 ao centro (O) é igual a “a”, conforme
verificamos na Figura 139.

181
UNIDADE 3 | O ESTUDO DAS CÔNICAS

FIGURA 139 – MEDIDA DO EIXO REAL

FONTE: Os autores

2.2 MEDIDA DO EIXO IMAGINÁRIO


O eixo imaginário ou conjugado é o segmento de reta real B1B2, cuja a
medida é 2b, e o semieixo imaginário é b.

FIGURA 140 – MEDIDA DO EIXO IMAGINÁRIO

FONTE: Os autores

3 EQUAÇÕES DA HIPÉRBOLE
A hipérbole pode ter os focos sobre o eixo x ou sobre o eixo y, e sua equação
varia em cada um dos casos, vamos verificar a equação para cada representação
geométrica. 

182
TÓPICO 3 | HIPÉRBOLE

• Hipérbole com focos sobre o eixo x

A hipérbole com centro na origem do sistema cartesiano ortogonal e focos


sobre o eixo x, as coordenadas dos focos serão: F1(-c, 0) e F2(c, 0), como na figura
140, definimos como hipérbole o conjunto dos pontos do plano, tais que o módulo
da diferença das distâncias desses pontos a F1 e F2 seja sempre igual a 2a, portanto
sua equação reduzida será:

Sendo a elipse centrada nos eixos, temos os pontos: F1(- c, 0) e F2(c, 0) e


P(x,y).

O que nos leva a:

elevando os dois
termos da equação ao quadrado:

, dividindo tudo por 4:

, elevando os dois termos da equação ao


quadrado:

, aplicando a propriedade
distributiva:

, colocando os termos
em evidência:

como:
Como c²= a²+ b², então b² = c²- a², substituindo temos:

Dividindo por - a2 b2 , obtemos:


x² y ²
− =1
a ² b²

183
UNIDADE 3 | O ESTUDO DAS CÔNICAS

QUADRO 5 – CARACTERÍSTICAS DA HIPÉRBOLE COM FOCOS SOBRE O EIXO X

Equação reduzida x² y ²
− =1
a ² b²
Focos (-c, 0); (c, 0)
Vértices (-a, 0); (a, 0)
Eixo real 2a
Eixo imaginário 2b

Diretrizes

Excentricidade

Assíntotas

FONTE: Disponível em: <http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm99/icm26/hiperbole.htm>. Acesso


em: 7 mar. 2014.
FONTE: Os autores

Exemplo: Determine a equação reduzida da hipérbole com eixo real 8,


focos F1(-5 , 0) e F2(5, 0), e faça a confirmação com a representação geométrica.

Solução: Temos a medida do eixo real e podemos determinar a medida de


a, logo 2a = 8, a = 4.
Com as coordenadas dos focos podemos encontrar o valor de c, F1 (-c, 0)
= F1(-5 , 0), c= 5. Usando a relação determinamos o valor de b para estabelecer a
equação:
c² = a² + b²
5² = 4² + b²

184
TÓPICO 3 | HIPÉRBOLE

25 = 16 + b²
25 – 16 = b²
b² = 9, b = 3
x² y ²
Assim a equação reduzida será: − =1
a ² b²

x² y ²
− =1
4² 3²

x² y ²
− =1
16 9

FIGURA 141 – EXEMPLO DE HIPÉRBOLE COM FOCOS SOBRE O EIXO X

FONTE: Os autores

• Hipérbole com focos sobre o eixo y

O eixo real da hipérbole coincide com o eixo y, os focos estão sobre o eixo
y e terão coordenadas F1(0, -c) e F2(0, c), quando a hipérbole estiver com centro na
origem do sistema cartesiano ortogonal, sua equação reduzida será:

y ² x²
− =1
b² a ²

185
UNIDADE 3 | O ESTUDO DAS CÔNICAS

FIGURA 142 – HIPÉRBOLE COM FOCOS SOBRE O EIXO Y

FONTE: Disponível em: <http://www.brasilescola.com/


matematica/hiperbole.htm>. Acesso em: 7 mar. 2014.

QUADRO 6 – CARACTERÍSTICAS DA HIPÉRBOLE COM FOCOS SOBRE O EIXO Y

Equação reduzida

Focos (0, -c); (0, c)


Vértices (0, -b); (0, b)
Eixo real 2b
Eixo imaginário 2ª

Diretrizes

Excentricidade

Assíntotas

FONTE: Disponível em: <http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm99/icm26/hiperbole.htm>. Acesso


em: 7 mar. 2014.

FONTE: Os autores

186
TÓPICO 3 | HIPÉRBOLE

Exemplo: Encontre a equação reduzida da hipérbole que possui focos com


coordenadas: F1(0, -10) F2(0, 10) e eixo imaginário medindo 10, comprove com a
representação geométrica.

Solução: Temos que o valor de c, F1 (0, -c) = F1 (0, -10), c = 10 e o valor do


eixo imaginário, 2a=10, a=5.

Utilizando a relação determinamos o valor de b, e encontramos a equação:

c² = a² + b²
10² = 5² + b²
100 = 25 + b2
100 - 25 = b²

b² = 75, b = 75
Assim, a equação reduzida da hipérbole será dada por:
y ² x²
− =1
ab² ba ²
y² x²
− =1
5² ( 75 )²
y ² x²
− =1
25 75

Representação geométrica

FIGURA 143 – EXEMPLO DE HIPÉRBOLE COM FOCOS SOBRE O EIXO Y

FONTE: Os autores

187
UNIDADE 3 | O ESTUDO DAS CÔNICAS

• Equação da hipérbole de centro em (h, K) e eixo real paralelo ao eixo x

 Para cada situação abordada anteriormente, a hipérbole pode sofrer uma


translação, e seu centro C(h, K) não está mais na origem do sistema cartesiano
ortogonal, então sua equação será:

( x − h)² ( y − k )²
− =1
a² b²
E
IMPORTANT

Quando os focos da hipérbole estiverem numa paralela ao eixo x, as coordenadas


serão (±c,0)+ (h, K), e as dos vértices (±a,0)+ (h, K).

FIGURA 144 – EQUAÇÃO DA HIPÉRBOLE DE CENTRO EM (H, K) E EIXO REAL


PARALELO AO EIXO X

FONTE: Os autores

Exemplo: Determine os vértices, os focos e a excentricidade da hipérbole


4x² - 8x – 9y² - 36y = 68, e faça a representação geométrica.

Solução: Vamos reescrever a equação dada para obter a sua equação na


forma reduzida:
4x² - 8x – 9y² - 36y= 68, isolando os polinômios em x e y:
(4x² - 8x) – (9y² + 36y) = 68, colocando 4 e 9 em evidência:
4(x² - 2x) – 9(y² + 4y) = 68, completando os quadrados dos polinômios:
68 = 4(x² - 2x + 1 - 1) – 9(y² + 4y + 4 - 4) = 68, reescrevendo:
4(x² - 2x+ 1) - 4 – 9(y² + 4y+ 4) + 36= 68, escrevendo os quadrados:
4(x - 1)² – 9(y + 2)² + 32= 68, resolvendo:
4(x - 1)² – 9(y + 2)² =68-32,

188
TÓPICO 3 | HIPÉRBOLE

4(x - 1)² – 9(y + 2)² = 36,


4(x - 1)² – 9(y + 2)² = 36, dividindo tudo por 36
4(x - 1)² 9(y + 2)² 36
− =
36 36 36

(x - 1)² (y + 2)²
− =1
9 4
A partir da equação da hipérbole podemos determinar as coordenadas do
centro, h e k.
C( h, k ) = C(1, -2), a ² = 9, a = 3 e b ² = 4, b = 2.

Conhecendo o valor de a podemos determinar os vértices: (±a, 0)+ ( h, k ) :


A1 (4, -2) e A2 (-2, -2)
Conhecendo a e b, podemos encontrar o valor de c:
c² = a² + b²
c² = 3² + 2²
c² = 9 + 4
c² = 13, c = 13 = 3,61

Conhecendo c podemos determinar os focos: (±c, 0)+ (h,k)


F1 = (-3,61 +1, -2) e F2 =(+3,61 +1, -2)
F1 = (-2,61, -2) e F2 =(4,61, -2)

Para determinar a excentricidade basta dividir c por a:

c 3,61
e= = = 1,20
a 3

Representação geométrica
FIGURA 145 – EXEMPLO DA EQUAÇÃO DA HIPÉRBOLE DE CENTRO EM (H,K) E EIXO
REAL PARALELO AO EIXO X

FONTE: Os autores

189
UNIDADE 3 | O ESTUDO DAS CÔNICAS

• Equação da hipérbole de centro em (h,k) e eixo real paralelo ao eixo y

Mas se os focos estiverem sobre uma paralela ao eixo y, as coordenadas do


foco serão (0,±c)+ (h, k) e as dos vértices (0,±b)+ (h, K), e a equação da hipérbole:

( y − k )² ( x − h)²
− =1
a² b²

FIGURA 146 – EQUAÇÃO DA HIPÉRBOLE DE CENTRO EM (H,K) E


EIXO REAL PARALELO AO EIXO Y

F1 (h, k+ c)

V1 (h, k+a)
(h, k) 0 V2 (h, k-a)

F2 (h, k - c)
x
FONTE: Os autores

Exemplo: Determine o centro, as medidas do eixo real e do eixo imaginário,


a excentricidade e os focos das hipérboles de equação , faça a
representação geométrica.

Solução: Comparando a equação com a fórmula

, vamos determinar o centro e a medida de a e b:

C (h, K) = C(0, 5)

Temos a ² = 1, a = 1 e b ² = 3, b = 3 = 1,73.
Portanto, a medida do eixo real será 2.a = 2. 1 = 2, e do eixo imaginário 2.b

=2 3 =3,46.
Para determinar a excentricidade, precisamos encontrar o valor de c, e
vamos utilizar a relação fundamental: c ² = a ² + b ²:
c ² = 1² + ( 3 )²
c²=1+3=4
c=2
Assim, e = c/a, e = 2/1 = 2, como você pode observar na figura 25 a
excentricidade é a distância entre os vértices da hipérbole.

190
TÓPICO 3 | HIPÉRBOLE

Conhecendo o valor de c e as coordenadas do centro, podemos determinar


os focos da hipérbole: (0,±c)+ (h,k)
F1 = (0, 2) + (0, 5) e F2 = (0, -2) + (0, 5)
F1 (0, 7) e F2 (0, 3)

Representação geométrica

FIGURA 147 – EXEMPLO DA HIPÉRBOLE DE CENTRO EM (H,K)E EIXO REAL PARALELO


AO EIXO Y

FONTE: Os autores

191
RESUMO DO TÓPICO 3
Nesse tópico, você conheceu as equações da hipérbole de acordo com sua
representação no sistema cartesiano ortogonal.

• Características da hipérbole com centro na origem:

QUADRO 7 – CARACTERÍSTICAS DA HIPÉRBOLE COM CENTRO NA ORIGEM

FONTE: Disponível em: <http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm99/icm26/hiperbole.htm>.


Acesso em: 7 mar. 2014.

• Características da hipérbole de centro fora da origem:      


QUADRO 8 – CARACTERÍSTICAS DA HIPÉRBOLE DE CENTRO FORA DA ORIGEM

FONTE: Disponível em: <http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm99/icm26/hiperbole.htm>.


Acesso em: 7 mar. 2014.

192
AUTOATIVIDADE

Agora é com você, lembre-se das orientações referentes à equação da


hipérbole com centro na origem do sistema cartesiano ortogonal ou em um
ponto qualquer.

1 Determine o centro, as medidas do eixo real e do eixo imaginário, a


excentricidade e os focos das hipérboles.

a)

x2 y2
b) − =1
5 4

c)

x2 y2
d) − =1
9 9
2 Escreva a equação reduzida da hipérbole, dados:
a) os vértices (± 2; 0) e os focos (-3; 0);
b) as retas assíntotas y = -x e um ponto da hipérbole (5; 9):

3 Determine o centro, as medidas do eixo real e do eixo imaginário, a


excentricidade e a equação das hipérboles representadas a seguir:

193
FONTE DAS IMAGENS: Disponível em: <https://www.google.com.
br/#q=determine+o+centro%2c+as+medidas+do+eixo+real+e+do+eixo>. Acesso em: 7
mar. 2014.

4 Determine o centro, os vértices, os focos, os eixos de simetria e represente


geometricamente as hipérboles:
a) -5x² + 4y² + 30x + 16y = 9
b) -4x² + y² + 8x + 4y + 4 = 0
c) –x² + 9y² + 4x - 36y + 41 = 0
d) x² - 4y² + 6x + 24y - 31 = 0

5 A cônica representada pela equação 3x² - 4y² +8y – 16 = 0 é:


a) Parábola.
b) Hipérbole.
c) Elipse.
d) Circunferência.

6 Escreva a equação reduzida das curvas a seguir, identifique-as e represente-


as geometricamente.
a) 2y² + 5x + 8y - 7 = 0
b) x² + 4y² + 2x - 12y + 6 = 0.
c) x² - 20x + y + 100 = 0
d) x² - y² - 6x = 0
e) x² + 16y² - 6x - 7 = 0

194
UNIDADE 3
TÓPICO 4

APLICAÇÕES DA GEOMETRIA ANALÍTICA

1 INTRODUÇÃO
Para entender melhor a importância das cônicas para o ser humano, vamos
iniciar conhecendo um pouco da história da Geometria Analítica em relação
às cônicas, desde a sua descoberta, perpassando por todos matemáticos que
contribuíram para que hoje possamos ter essas definições e aplicações.

Depois vamos conhecer as importantes áreas do conhecimento em que as


cônicas estão presentes, a física, astronomia, química, engenharias, arquitetura e
outras. Buscando sempre destacar a importância da aplicação das cônicas para as
melhorias e benefícios da vida humana.

2 A HISTÓRIA DA GEOMETRIA ANALÍTICA


Escritos sobre as seções cônicas são conhecidos antes da época de
Euclides (± 325-265 a.C.). Apolônio que nasceu na cidade de Perga, região da Panfília
(atualmente Turquia) por volta de 262 a.C. e viveu, aproximadamente, até 190 a.C.,
foi contemporâneo e rival de Arquimedes que viveu, aproximadamente, entre 287
e 212 a.C.

Apolônio e Euclides formaram a tríade que foi considerada como sendo


a dos maiores matemáticos gregos da antiguidade. Apolônio estudou com os
discípulos de Euclides em Alexandria e foi astrônomo notável, talvez ele, e não
Euclides, mereceu dos antigos o adjetivo de "o grande Geômetra”.

A maioria das obras de Apolônio desapareceu, e o que hoje sabemos dessas


obras perdidas devemos a Pappus de Alexandria (séc. IV a.C.).

Sua obra prima é  Seções Cônicas  composta por 8 volumes


(aproximadamente 400 proposições!). Da obra original sobreviveram 7
volumes, sendo 4 escritos em grego e 3 traduzidos para o árabe por Thabit
Ibn Qurra (826 a 901) no séc. IX. Os três primeiros volumes são baseados
em trabalhos de Euclides e o oitavo volume foi, infelizmente, perdido.
Em 1.710, Edmund Halley traduziu os sete volumes sobreviventes
de Secções Cônicas para o latim e todas as demais traduções para as
línguas modernas foram feitas a partir da tradução de Halley. (SATO,
2013, p. 1).

195
UNIDADE 3 | O ESTUDO DAS CÔNICAS

Manaecmo, Aristeu e o próprio Euclides foram os precursores de Apolônio


no estudo das cônicas, no período em que as cônicas eram obtidas seccionando um
cone circular reto de uma folha com um plano perpendicular a uma geratriz do
cone, obtendo três tipos distintos de curvas, conforme a seção meridiana do cone
fosse um ângulo agudo, um ângulo reto ou um ângulo obtuso (SATO, 2013).

FIGURA 148 – ESTUDO DAS CÔNICAS

Elipse Parábola Hipérbole


FONTE: Disponível em: <http://www.sato.prof.ufu.br/conicas/>. Acesso em: 30 ago. 2013.

O matemático que mais estudou e desenvolveu as seções cônicas na


antiguidade foi Apolônio, conseguiu gerar todas as cônicas a partir de um único
cone de duas folhas, variando a inclinação do plano de interseção. Foi quem
classificou as cônicas com os nomes elipse e hipérbole, e estudou as retas tangentes
e normais as cônicas.
A importância do estudo de Apolônio sobre as cônicas dificilmente pode
ser questionada. Temos a inegável influência dele sobre os estudos de
Ptolomeu. Este foi astrônomo e geógrafo e fez observações em Alexandria
de 127-151 d.C. Suas obras mais famosas são o Almagesto (astronomia)
e a Geografia (8 volumes). Ptolomeu introduziu o sistema de latitude
e longitude tal como é usado hoje em cartografia e usou métodos de
projeção e transformações estereográficas (SATO, 2013, p. 2).

Esse sistema de latitude e longitude faz uso de um Teorema de Apolônio


referente há todo cone oblíquo que tem duas famílias de seções circulares. Foram
também as Cônicas de Apolônio que influenciaram nos estudos de Kepler, seu
interesse surgiu devido às suas aplicações à óptica e à construção de espelhos
parabólicos.

Em 1.609, Kepler edita a Astronomia Nova, e é dele a palavra foco que


provém da forma latinizada foccus cujo significado é fogo, lareira.

Galileu (1.632) descobriu outra aplicação prática das cônicas que


"desprezando a resistência do ar, a trajetória de um projétil é uma parábola" é dele
também a denotação de componente horizontal e componente vertical de uma
parábola.
196
TÓPICO 4 | APLICAÇÕES DA GEOMETRIA ANALÍTICA

Graças à matemática pura de Apolônio, que cerca de 1.800 anos mais


tarde, surgiram “os “Principia" de Isaac Newton. A lei da gravitação de Newton
matematizou as descobertas empíricas de Kepler e, a partir do século XVII,
possibilitou o estudo analítico das cônicas e das suas aplicações aos movimentos
no espaço, este, por sua vez, deu aos cientistas de hoje condições para que a viagem
de ida e volta à Lua fosse possível”. (SATO, 2013, p. 2).

A descoberta das equações cartesianas da reta e da circunferência, e as


equações mais simples da elipse, da parábola e da hipérbole foram de Pierre de
Fermat (1601-1665).

3 APLICAÇÕES DA GEOMETRIA ANALÍTICA


Faz algum tempo que o homem apresenta interesse pelo estudo das
cônicas, afinal essas curvas desempenham um papel importante em várias áreas
do conhecimento, como: na física, na astronomia, na economia, na engenharia e em
muitas outras situações.

Vejamos então algumas situações onde estas curvas aparecem.

Suponhamos que temos uma lanterna direcionada para uma parede,


então o feixe de luz emitido desenhará nessa parede uma curva cônica.
Este fato acontece porque o feixe de luz emitido pela lanterna forma um
cone, e também porque a parede funciona como um plano que corta o
cone formado. Dependendo da inclinação da lanterna relativamente à
parede, assim se obtém uma circunferência, uma elipse, uma parábola
ou uma hipérbole. (MARQUES, 2013, p. 1).

Quando paramos para observar uma luminária (abajur), esses que


colocamos sobre um móvel ao lado da cabeceira da cama, em sua maioria são
abertos segundo uma circunferência, desenham na parede uma hipérbole e no teto
uma elipse.

Outra aplicação interessante das cônicas é para saber a que distância os


aviões a jato supersônico encontram-se da terra, pois o som emitido pelo avião a
jato supersônico tem a forma de um cone, e o som ao chocar-se com a Terra, forma
uma curva cônica. E dependendo da inclinação do avião em relação à Terra, é
possível obter elipses, parábolas ou hipérboles. A audiometria usa este fato, entre
outros, para saber a que distância da Terra o avião pode ultrapassar a velocidade
do som (MARQUES, 2013). 

O conceito de lugar geométrico que define a hipérbole serve de base


para o sistema LORAN (LOng RAnge Navigation) de localização em navegação
(Navegação de Longa Distância), que permite ao navegante de um navio ou avião
achar sua posição sem confiar em marcos visíveis.

197
UNIDADE 3 | O ESTUDO DAS CÔNICAS

Outra aplicação das cônicas que podemos observar facilmente é a superfície


formada pela água dentro de um copo, que pode ser:

• circular apenas no caso em que o copo está apoiado em uma superfície horizontal;
• elíptica quando estiver apoiado em uma base inclinada;
• paraboloide, quando agitamos o copo com um movimento rotativo sobre si
próprio, a superfície do líquido nele inserido será a de um paraboloide.

Na astronomia, temos também a aplicação das cônicas, como podemos


observar na Figura 149.

FIGURA 149 – APLICAÇÃO DAS CÔNICAS NA ASTRONOMIA

FONTE: Disponível em: <http://www.coladaweb.com/matematica/


conicas>. Acesso em: 30 ago. 2013.

O astrônomo e matemático alemão Johannes Kepler precisou de muita


persistência e trabalho, e várias observações astronômicas, para concluir, em 1609,
que: "cada planeta move-se em torno do Sol com uma trajetória que é uma elipse,
da qual o Sol ocupa um dos focos" (1ª   Lei de Kepler).     

Kepler mostrou que os planetas do sistema solar descrevem órbitas


elípticas, as quais têm o sol num dos focos. Também os satélites artificiais
enviados para o espaço percorrem trajetórias elípticas. Mas nem todos
os objetos que circulam no espaço têm órbitas elípticas. Existem cometas
que percorrem trajetórias hiperbólicas, os quais ao passarem perto de
algum planeta com grande densidade, alteram a sua trajetória para
outra hipérbole com um foco situado nesse planeta. Como a parábola
é um caso de equilíbrio entre a elipse e a hipérbole (lembre-se que a
excentricidade da parábola é igual a um), a probabilidade de existir
algum satélite com órbita parabólica é quase nula. Mas isso não impede
a existência de satélites com esta trajetória. (MARQUES, 2013, p. 2).

198
TÓPICO 4 | APLICAÇÕES DA GEOMETRIA ANALÍTICA

As trajetórias dos projéteis no ambiente sob a ação da força de gravidade,


são parabólicas e no ambiente terrestre, onde existe a resistência do ar, essas
trajetórias são elípticas, mais propriamente, arcos de elipses.

Na maioria das vezes as diferenças entre as trajetórias elípticas e as


parabólicas são quase indiscerníveis, podemos facilmente perceber estes fatos
prestando atenção no jato de água de uma mangueira, cuja abertura está inclinada
para cima. A balística ciência que estuda a trajetória de projéteis faz uso deste fato
para determinar o local da queda de um projétil.

No estudo dos átomos, um campo da Física e da Química, as órbitas dos


elétrons em torno do núcleo são elípticas.  O hiperboloide de uma folha gerado
pela rotação de uma hipérbole em torno do seu eixo real é também gerado por uma
reta, e pode ser considerado como sendo formado por uma união de retas. Esse
formato é usado na construção de centrais de energia atômica, em que barras de aço
retilíneas que têm alta resistência, e cruzam-se para obter estruturas extremamente
fortes.

Arquimedes usou da propriedade refletora da parábola, para construir


espelhos parabólicos, os quais refletiam a luz solar para um único ponto, os barcos
romanos das invasões de Siracusa e incendiavam, pois a concentração de energia
gera calor.

As propriedades refletivas das parábolas e hipérboles foram utilizadas


para construção de telescópios refletores, que utilizam-se de jogos de espelhos,
para concentrar os raios luminosos vindos de longe para a posição do olho do
observador. Os telescópios refletores vieram a corrigir o problema das aberrações
cromáticas nos telescópios refratores, inventados por Galileu.

À propriedade refratora das cônicas tem contribuído para a construção


de telescópios, antenas, radares, faróis, ópticas dos carros, lanternas, os óculos
graduados, lupas, os microscópios e outros.

Os engenheiros civis construíram pontes de suspensão parabólica tendo


como base a propriedade refletora, quando imaginamos os cabos que prendem o
tabuleiro da ponte como raios de luz, facilmente verificamos que o cabo principal,
aquele que passa pelos pilares da ponte, tem forma de uma parábola quando e o
peso total é uniformemente distribuído segundo o eixo horizontal da ponte, que
tem a forma de uma parábola.

199
UNIDADE 3 | O ESTUDO DAS CÔNICAS

FIGURA 150 – APLICAÇÃO DAS CÔNICAS NA ENGENHARIA

FONTE: Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/40/


BSB_Ponte_JK_08_2005_58_8x6.JPG>. Acesso em: 30 ago. 2013.

As superfícies geradas por cônicas têm propriedades refletoras e são


utilizadas para criar condições de acústicas em auditórios, teatros, catedrais, como
acontece na Catedral de S. Paulo (Londres).

Devido às suas propriedades físicas e  estéticas, os arcos de cônicas são


utilizados com frequência na Engenharia e na Arquitetura, em pontes, pórticos,
cúpulas, torres e arcos.

Na Tecnologia atual as cônicas também têm aplicações, quando ligamos


a televisão vimos "ao vivo" provenientes dos mais remotos sítios do mundo, hoje
isto é natural, mas até 25 anos atrás era impossível.

Somente depois dos americanos terem lançado e colocado em órbita o


satélite de comunicações, chamado Telstar, as imagens de televisão transatlânticas
tornaram-se possíveis. Depois deste primeiro satélite muitos outros se seguiram,
permitindo que os técnicos de comunicação emitissem ou recebessem sinais de
televisão ou rádio.

UNI

Leia mais em: Cônicas e Aplicações, disponível em: <http://www.mat.ufmg.


br/~espec/monografiasPdf/monografia_eric.pdf>.

200
TÓPICO 4 | APLICAÇÕES DA GEOMETRIA ANALÍTICA

LEITURA COMPLEMENTAR

O NOSSO SISTEMA SOLAR

O nosso sistema solar tem 9 planetas identificados pelas observações


astronômicas clássicas como corpos luminosos que apresentam movimento em
relação às estrelas fixas e que se deslocam ‘em bloco’ no firmamento em função dos
movimentos de rotação e translação da Terra. Os diferentes planetas têm muitas
características que os distinguem e cada um deles é um mundo exótico que merece
ser observado em particular. A análise destas diferentes características permitirá
também melhorar a nossa compreensão da história do sistema solar.

Os planetas do nosso sistema solar são representados a seguir através de


imagens:

Mercúrio Vénus Terra Marte Júpiter

Saturno Urano Netuno Plutão

• Os graus de liberdade dos planetas

A interação gravitacional é responsável pelo movimento dos corpos


celestes. Segundo a lei de Newton da gravitação, a força gravitacional depende
da massa dos corpos: quanto maior for a massa de um corpo, maior será a força
de atração que exerce sobre outros corpos. No sistema solar, o Sol é de longe o
corpo mais massivo e por esta razão produz o principal campo gravitacional. Por a
sua influência ser tão predominante, a dinâmica de referência que observamos no
sistema solar é o movimento de planetas, asteroides e cometas a orbitar em torno
do Sol, o que corresponde ao problema de dois corpos em interação gravitacional.

A solução deste problema, conseguida por Isaac Newton, resultou na


dedução das leis de Kepler, que tinham sido obtidas empiricamente. Encontrou-se
assim o mecanismo dominante da dinâmica do sistema solar, que há milhares de
anos é visto como um relógio nos astros. Nesta abordagem idealizada do sistema
solar, despreza-se a interação gravitacional entre os vários planetas e considera-se
que cada planeta só interage com o Sol. No entanto a história não acaba aqui, como
veremos. A interação entre muitos corpos, mesmo sendo fraca, dá origem a uma
dinâmica complexa onde, não raramente, encontramos o caos.

201
UNIDADE 3 | O ESTUDO DAS CÔNICAS

A elipse, uma espécie de círculo alongado, é uma das secções cônicas e é a


solução de órbita fechada do problema de 2 corpos. Uma medida importante é a
sua excentricidade e que varia entre 0 e 1, cf. figura seguinte. Quando e = 0 a elipse
reduz-se a um círculo. Quando e = 1 a elipse é tão alongada que degenera numa
linha reta.

• A excentricidade de uma elipse.

Com exceção de Plutão e Mercúrio: os planetas com órbitas de maior


excentricidade, a maior parte dos planetas tem excentricidades muito baixas, sendo
as suas órbitas quase circulares. É por esta razão que muitas vezes pensamos no
Sol como estando no centro da órbita, embora na verdade esteja num dos focos.

Em consequência da  formação do sistema solar, todos os planetas, com


exceção de Plutão, orbitam aproximadamente no mesmo plano. As observações
baseadas na Terra definem um referencial privilegiado, em que um dos planos
coordenados é o plano da eclíptica: o plano da órbita da Terra em volta do Sol.

202
TÓPICO 4 | APLICAÇÕES DA GEOMETRIA ANALÍTICA

• Rotação e precessão

Tal como um pião, um planeta exibe um movimento de precessão do seu


eixo em torno de uma linha perpendicular ao plano definido pelo seu movimento
de translação. Desta maneira o ângulo que o eixo de rotação faz com este plano
não muda.

Além de um movimento de translação, os planetas rodam sobre si próprios


com um período característico para cada planeta e cada época. Na Terra, é este
movimento que é responsável pela duração do  dia: – O tempo que demora a
completar uma rotação completa. Este movimento dá-se em torno de um eixo
imaginário, chamado eixo de rotação, que define os dois polos do planeta e passa
pelo seu centro.

Uma das medidas importantes para caracterizar dinamicamente os planetas


é precisamente o ângulo, chamado obliquidade, que o eixo de rotação faz com o
plano da órbita à volta do Sol. Este eixo, no entanto, não está fixo uma vez que os
planetas, tal como um pião, podem exibir ainda um movimento de precessão do
eixo de rotação, cf. figura da direita, como pode ser visto no seguinte vídeo, cortesia
de E. Manousakis.

203
UNIDADE 3 | O ESTUDO DAS CÔNICAS

No caso da Terra, este movimento quase imperceptível à escala de tempo


da vida humana, é revelado pela 'variação' ao longo do tempo da estrela polar
que o eixo de rotação da Terra 'toca'. Este movimento, chamado  precessão dos
equinócios, corresponde a uma precessão do eixo de rotação em torno de um eixo
perpendicular ao plano da eclíptica com um período aproximado de 26 000 anos.
Na figura seguinte podemos ver as obliquidades dos vários planetas.

Inclinação relativa de cada um dos planetas em relação ao plano das suas


órbitas. Os casos mais curiosos são o de Vênus e Plutão, que rodam ao contrário, e
o de Urano, que roda deitado.

No tópico caos rápido no sistema solar veremos que este ângulo também


pode variar ao longo do tempo devido à influência gravitacional dos outros
planetas, movimento esse que se chama mutação.

• Translação e as estações do ano

Uma das consequências do movimento de translação dos planetas é o ciclo


das estações do ano. A Terra leva 365.256 dias a dar uma volta completa à volta do
Sol, numa órbita de excentricidade bastante baixa e = 0.017, quase circular, o que
significa que nunca varia muito a sua distância ao Sol. No entanto sabemos que
com o passar do ano a Terra sofre alterações climáticas, conforme a zona do globo,
que identificamos como as estações do ano.

Qual o mecanismo responsável pela mudança das estações?

As estações do ano ocorrem porque o eixo de rotação da Terra está inclinado


relativamente ao plano da sua órbita. Esta inclinação, como a figura seguinte
mostra, é constante ao longo do ano, pelo que a posição dos dois hemisférios
relativamente ao Sol muda à medida que o ano passa.
204
TÓPICO 4 | APLICAÇÕES DA GEOMETRIA ANALÍTICA

Na posição 1 estamos a 21 Dezembro, no solstício de Inverno, e nesta data


o hemisfério Norte tem o dia de menor exposição solar e o hemisfério Sul o seu
dia mais longo. Como mostra a figura, nesta altura do ano, o hemisfério Sul, no
seu Verão, recebe a luz do Sol mais diretamente do que o hemisfério Norte. Este
por outro lado, no seu Inverno, recebe os raios solares com uma maior inclinação
média relativamente à superfície da Terra.

À medida que avançamos no ano, passamos pela posição 2, o  equinócio


da Primavera, a 20 de Março. Nesse dia o dia e a noite têm exatamente a mesma
duração.

Na posição 3, estamos a 21 de Junho, no  solstício de Verão, e repare-se


como agora é o hemisfério Norte que recebe a radiação solar mais diretamente e
tem o dia mais longo do ano. Nesta posição é Inverno no hemisfério Sul e Verão no
hemisfério Norte.

Por último na posição 4 estamos a 22 de Setembro (ou 21, se o ano for


bissexto), no  equinócio do Outono, onde o dia e a noite tornam a ter a mesma
duração.

Desta maneira podemos compreender porque é que nas regiões do equador


não existem estações do ano.

Qualquer planeta cujo eixo tenha uma obliquidade diferente de 0 exibe


estações do ano. Estas podem produzir maiores ou menores contrastes no clima do
planeta ao longo do ano conforme o valor desta inclinação. Por exemplo, na Terra
as eras glaciares são provocadas pelo ligeiro aumento da sua obliquidade o que
nos diz da importância deste parâmetro nas condições que esperamos encontrar
em cada planeta que estudamos.

FONTE: Disponível em: <http://cftc.cii.fc.ul.pt/prisma/capitulos/capitulo1/modulo5/topico3.php>.


Acesso em: 20 maio 2013.

205
RESUMO DO TÓPICO 4
Nesse tópico, você conheceu um pouco da história da Geometria relacionada
às cônicas e suas aplicações.

• Apolônio, Euclides e Arquimedes formaram a tríade que foi considerada como a


dos maiores matemáticos gregos da antiguidade. Apolônio, não Euclides, talvez
mereceu dos antigos o adjetivo de “o grande Geômetra”.

• Foi há matemática pura de Apolônio, que possibilitou cerca de 1.800 anos mais
tarde, a lei da gravitação de Newton matematizar as descobertas empíricas de
Kepler e, a partir do século dezessete, possibilitou o estudo analítico das cônicas
e das suas aplicações aos movimentos no espaço.

• Pierre de Fermat (1601-1665) foi quem descobriu as equações cartesianas da


reta e da circunferência, e as equações mais simples da elipse, da parábola e da
hipérbole.

• As superfícies geradas por cônicas têm propriedades refletoras e são utilizadas


para criar condições de acústicas em auditórios, teatros, catedrais, e outras
propriedades em lanternas, refletores, antenas, sistemas de navegação.

• As cônicas são utilizadas também devidas suas propriedades físicas e estéticas,


os arcos de cônicas são utilizados com frequência na engenharia e na arquitetura,
em pontes, pórticos, cúpulas, torres e arcos.

206
AUTOATIVIDADE

Agora é com você, vamos verificar se consegue colocar em prática as


definições sobre as cônicas abordadas nessa unidade, através da resolução de
problemas (PROBLEMAS, 2013, p. 1).

1 A Terra move-se à volta do Sol com uma órbita elíptica e o Sol ocupa um
dos focos. O comprimento do eixo maior é 14957000 Km e a excentricidade é
0,0167.  Determine uma distância a que a Terra fica do Sol.
   
2 O teto de uma igreja tem 30 metros de largura e a forma de uma semielipse.
No centro da igreja a altura é de 16 metros e as paredes laterais têm de altura
10 metros. Determine a altura da igreja a 5 metros de uma das paredes
laterais.

FONTE: Disponível em: <http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm2000/icm27/


problemas.htm>. Acesso em: 20 maio 2013.

3 Em 1957, a União Soviética lançou o primeiro satélite. Depois de entrar em


órbita, a altura máxima relativamente à superfície da Terra que o Sputnik
alcançou foi de 383 milhas e a distância mínima foi de 132 milhas. Se o centro
da Terra coincidir com um foco da órbita elíptica do Sputnik e se o raio da
Terra for 4000 milhas, determine a excentricidade da elipse.

4 Um arco de uma ponte tem a forma de uma semielipse de 50 m de base e


18 m de altura. Pretende-se colocar duas colonas de 10 m de altura, como se
indica na figura, para limitar a zona de passagem dos barcos. A que distância
vão ficar as colunas uma da outra? 

207
FONTE: Disponível em: <http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm2000/
icm27/problemas.htm>. Acesso em: 20 maio 2013.

5 A figura representa o esquema de uma ponte que se apoia no solo em A e B.


AOB é um arco de parábola de eixo de simetria OD. Sabemos que d(A,B)=80m
e d(O, D)=120m. Tomando por unidade 1 metro e considerando o referencial
ortogonal e monométrico de origem O cujo semieixo positivo das abscissas é
OC, determine:

a) uma equação da parábola que contém o arco AOB;


b) as coordenadas dos pontos da parábola cuja distância ao solo é 90 m.

FONTE: Disponível em: <http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm2000/


icm27/problemas.htm>. Acesso em: 20 maio 2013.

208
6 Os cabos de suspensão da ponte (na figura) estão presos a duas torres que
distam 480m e têm 60m de altura. Os cabos tocam a ponte no centro. Determine
a equação da parábola que tem a forma dos cabos.

FONTE: Disponível em: <http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm2000/icm27/


problemas.htm>. Acesso em: 20 maio 2013.

7 Um coletor solar, para aquecimento de água, tem a forma parabólica, como


é indicado na figura. A água circula numa conduta que passa pelo foco da
parábola de vértice V e que contém A e B. Determine a distância do foco ao
vértice.

8 De acordo com os dados da figura, e considerando que o arco tem a forma


de uma parábola, escolha um referencial e determine: a equação da parábola
que contém o arco; a distância entre os dois pilares.

209
FONTE: Disponível em: <http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm2000/icm27/
problemas.htm>. Acesso em: 20 maio 2013.

210
REFERÊNCIAS
CONDE, Antônio. Geometria analítica. São Paulo: Atlas, 2004.

CORRÊA, Paulo Sérgio Quilelli. Álgebra linear e geometria analítica. Rio de


Janeiro: Interciência, 2006.

IEZZI, Gelson. Fundamentos de matemática elementar: geometria analítica. 5.ed.


São Paulo: Atual, 2005.

JULIANELLI, José Roberto. Cálculo vetorial e geometria analítica. Rio de


Janeiro: Ciência Moderna, 2008.

MARQUES, Paulo. Algumas aplicações das cônicas. Disponível em: <http://


www.coladaweb.com/matematica/conicas>. Acesso em: 30 ago. 2013.

MELLO, Dorival A. de; WATANEBE, Renata G. Vetores e uma iniciação a


geometria analítica. São Paulo, 2009.

PROBLEMAS. Disponível em: <http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm2000/icm27/


problemas.htm>. Acesso em: 30 ago. 2013.

REIS, Genésio Lima dos. Geometria analítica. 2. ed. Rio de Janeiro: 2008.

SANTOS, Fabiano José dos; FERREIRA, Silvimar Fabio. Geometria analítica.


Porto Alegre: Bookman, 2009.   

SATO, Jocelino. As cônicas e suas aplicações. Disponível em: <http://www.sato.


prof.ufu.br/Conicas/>. Acesso em: 30 ago. 2013.

WINTERLE, Paulo. Vetores e geometria analítica. São Paulo: Makron, 2011.

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ANOTAÇÕES

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