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  MEDICINA  LEGAL  
  Prof. Luciana Gazzola -­‐ @lu.gazzola
 
  Polícia Civil de Minas Gerais – Escrivão e Investigador
 

 
  AULA 2
 
  Bloco 5  
  IDENTIDADE E IDENTIFICAÇÃO HUMANA
(Identificação datiloscópica)

Conceitos
 
Identidade  

Identificação

Reconhecimento

 
Fundamentos dos métodos de identificação

Quatro requisitos fundamentais:

1. Unicidade:

2. Imutabilidade:

3. Praticabilidade:

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4. Classificabilidade:

Obs.: perenidade

 
Classificação das impressões digitais pelo Sistema de Vucetich

Ø Baseado na disposição das cristas dermopapilares


Ø Sistemas ou regiões basilar (basal), marginal e nuclear
Ø Ponto de confluência dos 3 sistemas: delta

Tipos:

Ø Delta à Esquerda do observador: presilha Externa


Ø Delta à dIreita do observador: presilha Interna
Ø Dois deltas: verticilo
Ø Sem delta (Adéltico): Arco

 
Fórmula dactiloscópica

a) Numerador (série):

-­‐ dedos da mão DIREITA


-­‐ começando pelo polegar (fundamental) à
-­‐ demais dedos/divisão (indicador, médio, anular e mínimo) à

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b) Denominador (secção):

-­‐ os dedos da mão ESQUERDA


-­‐ na mesma sequência da mão direita (subclassificação + subdivisão)

TIPO FUNDAMENTAL POLEGAR DEMAIS DEDOS


VERTICILO
PRESILHA EXTERNA
PRESILHA INTERNA
ARCO
 
DEDOS DEFEITUOSOS
AMPUTAÇÕES

 
Pontos característicos

Ø São os elementos individualizadores da impressão digital


Ø Quantos pontos característicos idênticos permitem estabelecer a identidade de
uma pessoa???
Regra de Locard:

Exemplos: forquilha, encerro, ponto, cortada, bifurcação, ilhota

 
Outras formas de identificação e métodos de auxílio

ü Rugopalatoscopia
ü Queiloscopia
ü Oftalmoscopia
ü Fotografia sinalética
ü Sistema antropométrico de Bertillon

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ü Identificação por superposição de imagens e radiografias
ü Arcadas dentárias
ü Tatuagens, sinais individuais
ü DNA

 
Identificação pela análise do DNA

ü Cada indivíduo representa uma combinação do DNA de seus pais;


ü Todas as células de um indivíduo contêm a mesma informação genética, exceto
hemácias e gametas;
ü Praticamente qualquer material biológico contém DNA (células epiteliais, sangue,
sêmen, órgãos, ossos, dentes, saliva, urina, fezes, pelos, etc);
ü Polimorfismos (cerca de 0,3%)
ü Legislação

Obs.: DNA nuclear e DNA mitocondrial

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Bloco 6
Identidade e Identificação humana
Antropologia Forense

Determinação da espécie

ü Ossos: morfologia geral, clavícula, microscopia dos canais de Havers.

ü Clavícula: osso com características exclusivas da espécie humana; 1º osso a iniciar


processo de ossificação (5ª a 6ª semana de vida intrauterina).

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ü Sangue:

Luminol (prova de orientação)

Cristais de Teichmann (prova de certeza) morfologia das hemácias

Albuminorreação ou método de Uhlenhuth (prova de certeza)

 
Determinação do sexo

ü Ossos mais importantes: pelve, crânio, mandíbula, tórax e ossos longos.

ü A pelve apresenta os ossos com os dados mais abundantes e fidedignos.

ü Determinação em adultos: alto índice de imprecisão em crianças e adolescentes.

 
Pelve e ângulo infrapúbico:

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Determinação do sexo pela análise do crânio:

Pontos mais importantes:

1-­‐ Fronte:

 
2-­‐ Rebordo supraorbitário:

3-­‐ Processo mastoide:

4-­‐ Ângulo da mandíbula:

5-­‐ Protuberância mentoniana:

 
 
Estimativa da idade

ü Principais dados:
-­‐ crescimento dos ossos longos
-­‐ fechamento das suturas cranianas
-­‐ erupção dos dentes (crianças) e desgaste dentário
-­‐ densidade óssea
-­‐ centros de ossificação (Rx de punhos)

Obs (imagens): suturas cranianas e densidade óssea

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Obs: arco senil

 
Estimativa da etnia

Obs: 5 tipos étnicos fundamentais (segundo Ottolenghi):

-­‐ Caucásico: pele branca, cabelos louros ou castanhos, íris azuis ou castanhas
-­‐ Mongólico: pele amarela, face achatada de diante para trás, maxilares salientes
-­‐ Negroide: pele negra, cabelos crespos, crânio pequeno
-­‐ Indiano: não é tipo racial definido; alta estatura, pele amarelo-­‐trigueira, cabelos
pretos e lisos
-­‐ Australoide: estatura alta, pele trigueira, dentes fortes, arcadas superciliares
salientes

 
Estimativa da etnia:

à Índices:
Índices cranianos:
Índice cefálico
Índice facial superior
Índice nasal
Índice de prognatismo (ângulo facial)

Índice cefálico: relação entre a largura e o comprimento do crânio para estimar a etnia.
Há uma fórmula para calculá-­‐lo denominada Fórmula de Retzius:
Largura do crânio x 100 / comprimento do crânio.

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Bloco 7
TANATOLOGIA FORENSE (parte geral)

 
NECROPSIAS

Conceito:

Perinecroscopia:

Finalidade à clínica (patologistas)

forense (médicos legistas)

Causa médica x causa jurídica da morte

Necropsia clínica

Exemplos: morte sem uma devida explicação durante uma cirurgia; enfermidades raras;
pacientes que se submeteram a protocolos de pesquisas clínicas; mortes perinatais e
infantis precoces; sem diagnóstico clínico confiável.

Há obrigatoriedade normativa?

Necropsia forense ou médico-­‐legal

Ø IML ou postos médico-­‐legais


Ø Obrigatoriedade legal

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Ø Principais propósitos:

 
Quando é necessária uma necropsia médico-­‐legal (forense)?

Duas indicações básicas:

ü Morte por causas externas

ü Morte suspeita

Obs.: 1. E a morte por antecedentes patológicos?

2. E a morte por omissão de socorro?

Morte suspeita

ü Pela subtaneidade (obs.: Hygino);

ü Por violência oculta;

ü Por violência indefinida;

ü Por infortúnio do trabalho.

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Morte suspeita

Obs.: Genival Veloso de França:

à morte em cirurgias eletivas

à morte sob custódia

 
Necropsias

à Virtopsia

 
Exumação

CPP. Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade providenciará
para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará
auto circunstanciado.
Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou particular indicará o lugar da
sepultura, sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem indique a
sepultura, ou de encontrar-­‐se o cadáver em lugar não destinado a inumações, a
autoridade procederá às pesquisas necessárias, o que tudo constará do auto.

à Auto de exumação e reconhecimento

à Procedimentos:
Cientificar a administração do cemitério quanto a hora e data;
Fazer convidar autoridade policial, familiares do morto e testemunhas presentes no
sepultamento (para identificação da cova);

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Abertura da urna;
Documentação fotográfica (arts. 164 e 165 do CPP);
Exame cadavérico completo com descrição minuciosa que inclui a fase de putrefação;
Coleta de terra e fragmentos de tecidos.

Bloco 8
TANATOLOGIA FORENSE
Emissão da Declaração de Óbito em mortes natural,
violenta e suspeita

Responsabilidade de atestar o óbito

à RESOLUÇÃO CFM 1779/2005

Art. 1º. O preenchimento dos dados constantes na Declaração de Óbito é da


responsabilidade do médico que atestou a morte.
Art. 2º. Os médicos, quando do preenchimento da Declaração de Óbito, obedecerão as
seguintes normas:

 
 

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1) Morte natural:

I. Morte “natural” sem assistência médica:

a) Nas localidades com Serviço de Verificação de Óbitos (SVO):

A Declaração de Óbito deverá ser fornecida pelos médicos do SVO;

Obs: encaminhar ao IML:

b) Nas localidades sem SVO :

A Declaração de Óbito deverá ser fornecida pelos médicos do serviço público de saúde
mais próximo do local onde ocorreu o evento; na sua ausência, por qualquer médico da
localidade.
Deverá constar que a morte ocorreu sem assistência médica.

II. Morte “natural” com assistência médica:

a) A Declaração de Óbito deverá ser fornecida, sempre que possível, pelo médico que
vinha prestando assistência ao paciente.

b) A Declaração de Óbito do paciente internado sob regime hospitalar deverá ser


fornecida pelo médico assistente e, na sua falta, por médico substituto pertencente à
instituição.

c) A declaração de óbito do paciente em tratamento sob regime ambulatorial deverá ser


fornecida por médico designado pela instituição que prestava assistência, ou pelo SVO;

d) A Declaração de Óbito do paciente em tratamento sob regime domiciliar (Programa


Saúde da Família, internação domiciliar e outros) deverá ser fornecida pelo médico
pertencente ao programa ao qual o paciente estava cadastrado, ou pelo SVO, caso o
médico não consiga correlacionar o óbito com o quadro clínico concernente ao
acompanhamento do paciente.

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2) Morte fetal (paciente natimorto – morte “natural”)

Em caso de morte fetal, os médicos que prestaram assistência à mãe ficam obrigados a
fornecer a Declaração de Óbito quando a gestação tiver duração igual ou superior a 20
semanas ou o feto tiver peso corporal igual ou superior a 500 (quinhentos) gramas e/ou
estatura igual ou superior a 25 cm.

3) Mortes violentas ou não naturais (ou suspeitas):

A Declaração de Óbito deverá, obrigatoriamente, ser fornecida pelos serviços médico-­‐


legais.

Parágrafo único. Nas localidades onde existir apenas 1 (um) médico, este é o responsável
pelo fornecimento da Declaração de Óbito.

 
Perguntas:

à Óbito em ambulância sem médico?

à Óbito em ambulância com médico, após um acidente?

à Pode o juiz, em localidade sem IML ou posto médico-­‐legal, solicitar ao médico que
emita a DO para vítima de acidente?

à De quem é a competência para atestar a morte decorrente de ingestão exagerada


de etanol, do patologista do SVO ou do médico legista?

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à De quem é a responsabilidade de atestar a morte em caso de complicação
(pneumonia, embolia gordurosa) decorrente de cirurgia corretiva de fratura após
queda? O acidente deve ser considerado como causa básica da morte? Trata-­‐se de
morte por causa externa ou natural?

à O óbito decorrente de picada de animal peçonhento corresponde a que tipo de


morte? Quem deve atestar esse óbito?

à O óbito decorrente de “engasgo” de uma criança com um chiclete corresponde a


que tipo de morte? Quem deve atestá-­‐lo?

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