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  MEDICINA  LEGAL  
  Prof. Luciana Gazzola -­‐ @lu.gazzola
 
  Polícia Civil de Minas Gerais – Escrivão e Investigador
 

 
  AULA 7
 
  Bloco 25  
  TOXICOLOGIA FORENSE  
EMBRIAGUEZ ALCOÓLICA

ü “Embriaguez  alcoólica  é  o  conjunto  de  manifestações  neuropsicossomáticas  


resultantes da intoxicação etílica aguda, de caráter episódico e passageiro”.
(França)
ü “É a intoxicação alcoólica, aguda, imediata e passageira.” (Croce)

ü Embriaguez x alcoolismo x alcoolemia

Modalidades de embriaguez alcoólica

1-­‐ Não acidental: voluntária ou culposa

2-­‐ Acidental, proveniente de: caso fortuito ou força maior

3-­‐ Patológica

4-­‐ Preordenada

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Voluntária, não-­‐acidental:

-­‐ Ocorre quando?

-­‐ De acordo com o artigo 28 do CP, essa modalidade de embriaguez não exclui a
imputabilidade penal, a não ser que a prática do delito era imprevisível e o agente não
queria ou não assumiu nenhum risco de produzi-­‐lo.

 
Culposa, não-­‐acidental:

-­‐ Ocorre quando?

-­‐ Neste caso, o agente assumiu o risco de produzir o resultado. Ou seja, se ele tinha
consciência de que o resultado poderia ser a ação criminosa, ele é, de acordo com o artigo
28 do CP, imputável.

Acidental à caso fortuito ou força maior:

-­‐ Ocorre quando?

-­‐ Ocorrendo embriaguez completa de forma acidental, exclui-­‐se a imputabilidade se


comprovado que o agente não tinha nenhuma capacidade de entendimento ou de
autodeterminação no momento de cometer o crime. Se incompleta, atenua a pena.
 
 
Patológica:

-­‐ Ocorre quando?

-­‐ Aplica-­‐se o artigo 26 do CP, podendo o agente ser considerado inimputável (embriaguez
completa) ou ter sua pena reduzida (embriaguez incompleta), dependendo de sua
capacidade de entender o caráter ilícito da conduta, no momento em que foi cometida.

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Preordenada:

-­‐ Ocorre quando?

-­‐ De acordo com o artigo 61 do CP, essa modalidade de embriaguez caracteriza uma
circunstância agravante.

Fases da embriaguez alcoólica

-­‐ Fase da excitação ou da euforia (macaco)

 
-­‐ Fase da confusão: “fase médico-­‐legal” (leão)

 
-­‐ Fase comatosa ou da depressão (porco)

Aspectos jurídicos – Código de Trânsito Brasileiro (Lei n. 9.503/1997)

Art. 165 – Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa
que determine dependência:
Infração – gravíssima

Art. 276 – Qualquer concentração de álcool por litro de sangue ou de ar alveolar sujeita o
condutor às penalidades previstas no art. 165 deste Código.

Parágrafo único – O Contran disciplinará as margens de tolerância quando a infração for


apurada por meio de aparelho de medição, observada a legislação metrológica.

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Art. 306 -­‐ Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da
influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência:
Penas – detenção de 6 meses a 3 anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir.

§ 1º. As condutas previstas no caput serão constatadas por:


I -­‐ concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou
superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; OU
II -­‐ sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran,
alteração da capacidade psicomotora.

 
BLOCO 26
SEXOLOGIA FORENSE
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
 
Crimes contra a dignidade sexual

ü Segundo o Código Penal, são atos sexuais:

 
Atos libidinosos

ü Conjunção carnal
ü Atos libidinosos diversos da conjunção carnal

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Estupro
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal
ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso.
Pena – reclusão, de 6 a 10 anos
§1º -­‐ Se resulta lesão corporal grave ou se a vítima é menor de 18 e maior de 14 anos –
Pena: reclusão, de 8 a 12 anos
§2º -­‐ Se resulta morte.
Pena: reclusão, de 12 a 30 anos

 
Violação sexual mediante fraude

Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante
fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima:
Pena -­‐ reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos

 
Importunação sexual

Art. 215-­‐A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de
satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro:
Pena -­‐ reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave.

 
Estupro de vulnerável

Art. 217-­‐A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14
(catorze) anos:
Pena -­‐ reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
§ 1º. Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que,
por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática
do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.

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Súmula 593, Superior Tribunal de Justiça, DJE 06/11/2017:
O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção carnal ou prática de ato
libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual consentimento da vítima
para a prática do ato, sua experiência sexual anterior ou existência de relacionamento
amoroso com o agente.

 
Causas de aumento de pena

CP. Arts. 226 e 234-­‐A. A pena é aumentada:


-­‐ em 1/4, se o crime é cometido com o concurso de duas ou mais pessoas.
-­‐ de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge,
companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro
título tiver autoridade sobre ela.
-­‐ de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado:
a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes;
b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima.
-­‐ de metade a 2/3, se do crime resultar gravidez.
-­‐ de 1/3 a 2/3, se o agente transmite à vitima doença sexualmente transmissível de que
sabe ou deveria saber ser portador, ou se a vítima é idosa ou pessoa com deficiência.

 
Causas de aumento de pena

1)

2)

3)

4)

5)

 
Lei Maria da Penha -­‐ Lei n. 11.340/2006
Violência contra a mulher
- Violência doméstica e familiar contra a mulher:
- “qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:”

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1)

2)

3)

- Tipos de violência:

 
BLOCO 27
SEXOLOGIA FORENSE
PERÍCIA DE CONJUNÇÃO CARNAL – PROVAS PERICIAIS

 
Perícia de conjunção carnal

ü Objetivos da perícia:

1-­‐ Demonstrar a conjunção carnal ou cópula vaginal:

2-­‐ Ausência de consentimento: sinais de violência (física ou moral)

3-­‐ Se possível, obter provas biológicas que permitam identificar o agressor

ü Situações: mulher virgem:

mulher com vida sexual pregressa:

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Exame do hímen

Ao exame pericial, o hímen pode estar:

-­‐ íntegro
-­‐ com rotura completa
-­‐ com rotura incompleta
-­‐ com agenesia:
-­‐ complacente:
-­‐ reduzido a carúnculas mirtiformes

Fonte: Manual de Medicina Legal. Delton Croce e Delton Croce


Júnior, 5a ed.

 
 

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Exame do hímen

Cicatrização da ruptura himenal:

Dados da literatura extremamente variáveis!


Rotura recente (França) à
-­‐ muito recente:

-­‐ recente:

Rotura “antiga” ou cicatrizada à

 
 
Conjunção carnal

à Exames complementares: prova de ejaculação

1-­‐ Fosfatase ácida


2-­‐ Glicoproteína P30 (PSA)
3-­‐ Presença de espermatozoides

Fosfatase ácida prostática (FAP)

Ø Enzima normalmente presente em alguns órgãos, tecidos e secreções em teor


normal
Ø Utilização forense: sua atividade no sêmen é cerca de 500 a 1000 vezes maior que
em outros fluidos corpóreos
Ø Achado de altos teores de fosfatase ácida na vagina à

 
PSA – Proteína P30

Ø Independe da presença de espermatozoides à

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Ø Teste confirmatório?

Ø Obs:

BLOCO 28
SEXOLOGIA FORENSE
GRAVIDEZ, PARTO E PUERPÉRIO

Gravidez, parto e puerpério


 
A gravidez

O conceito e o marco inicial da gravidez à controvérsias

Para a Medicina Legal à

Para o Direito Penal à

ü A nidação

ü O diagnóstico da gravidez:

Exame direto à materialidade


-­‐ suposição

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-­‐ simulação

-­‐ dissimulação

-­‐ metassimulação

 
Sinais de gravidez ao exame

ü Sinais de presunção:
-­‐ hiperemese gravídica
-­‐ cloasma
-­‐ tonturas, sonolência
-­‐ “linea nigra”

ü Sinais de probabilidade:
-­‐ amenorreia
-­‐ cianose vulvo-­‐vaginal
-­‐ rede venosa mamária
-­‐ aumento do volume uterino

ü Sinais de certeza:
-­‐ movimentos fetais: ativos e passivos
-­‐ BCF
-­‐ sopro dos vasos uterinos
-­‐ exames complementares

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Gravidez à à Parto à à Puerpério

 
Diagnóstico

Por que é importante se fazer o diagnóstico preciso da existência de um parto pregresso


na mulher, sobretudo parto recente?

ü Sinais de parto na mulher VIVA:

PARTO RECENTE:

PARTO ANTIGO:

 
Diagnóstico

ü Sinais de parto na mulher MORTA:

PARTO RECENTE:

PARTO ANTIGO:

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