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O Inicio

Em pleno século XI, numa pequena vila contendo cinco mil habitantes, onde
tudo se resumia a dinheiro e a injustiça, com casas em péssimo estado e abusadores
por toda parte, aliado a população adoecendo pela nova peste e mortes rápidas
acontecendo a todo o momento, morava a família de Stiven Collin, um menino
brincalhão que sempre saia com os amigos para brincar ao redor do poço de
SleepHollow, seus cabelos castanhos e macios voavam contra o vento em quanto
seus olhos, tão escuros, brilhavam em meio a risadas e muita correria. Era um menino
de origem simples, com 13 anos de idade, quase 14, como gostava de ressaltar;
apesar de ter apenas 1,60m de altura, e uma inocência que em breve seria tirada pelo
tempo, era um garoto muito valente, tão valente que poderia até beirar a burrice. Sua
mãe, Cateline Collin, com seus cabelos longos da cor do céu em meio à escuridão da
noite, e adoráveis olhos que podem ser comparados com o doce mel de que tanto
gostava, estava sempre ocupada com seus afazeres domésticos, esses que lhe foram
impostos, cuidava da casinha simples de madeira, madeira esta que está velha,
fazendo sons estranhos à noite, ameaçando desabar a qualquer momento. Seu pai,
Jack Collin, um homem religioso que pregava a palavra que dissera ser de Deus, alto,
com 1,78m de altura, cabelos castanhos claros e olhos intensos, possante de um olhar
que passava confiança e, ao mesmo tempo, medo. Jack dizia que seu objetivo era
espalhar a mensagem enviada por Deus, já que todos estavam em meio a essa
catástrofe causada graças a peste negra. Em uma noite escura, onde a luz do luar não
era aparente e as nuvens cobriam qualquer resquício de seu aparecimento, o silencio
era o rei naquele mísero lugar, apenas se ouvia os vagalumes e grilos, que se
aproximavam com sua cantoria irritante, todos na casa de Stiven foram descansar
para mais um dia, porém, na madrugada desta noite em particular, enquanto Stiven
sonhava, escutou uma voz misteriosa.

- Stiven... Stiven... - ficava cada vez mais alto, em um sonho que parecia não ter nada,
além da escuridão ao seu redor, escuridão essa que o corroía, engolia, consumia!
Então o garoto indagou - Quem está aí?

Ao fazer esta pergunta a voz aumentou veloz como um raio, de um sussurro em seu
ouvido para um grito que o deixou momentaneamente surdo. Após ter escutado isso
acordou e rapidamente se sentou, suado e confuso sobre o que acabara de acontecer,
mas Stiven resolveu não chamar a atenção dos seus pais aquela noite, já que ambos
tinham uma rotina dura, então o garoto voltou a dormi quando sentiu que seu coração
se tinha normalizado. Aquilo não se repetiu, pelo menos não naquela noite...
Ao amanhecer Cateline chamou a atenção de seu marido.

- Jack, quase não temos como pagar a comida que colocamos na mesa, e os impostos
estão aumentando de forma exorbitante. Você fica dizendo que Deus nos
recompensará e que isso é uma fase de provação, mas pense no nosso filho, pense
no Stiven, pense no nosso menininho, aquele que não pode mais...

Jack interrompeu Cateline com o tom de voz alterado

– NÃO FALE DELE CATELINE! Nosso menininho está protegido nas mãos do senhor,
pai de todos, o Deus que servirmos e adoramos. Devemos ser gratos a ele por ainda
termos o Stiven conosco, nunca mais toque no assunto.

- Eu pensei sobre a taça de prata que meu pai me deu, procure um mercador para
trocar por algumas moedas, será o suficiente para ficarmos nessa casa por mais
alguns dias, mas você precisa conseguir um meio de conseguir mais moedas, o
trabalho no campo não esta sendo o suficiente para nos manter - ela disse com uma
voz triste e suave.

Jack sai para pregar a palavra deixando que Cateline vá acordar Stiven. Ela sabe que
seu marido falou para não tocar no assunto do seu filho mais novo, que tenha sido
queimado em um incêndio na casa antiga da família, mas ela ainda não superou a
perda de seu pequeno, então sentou em uma cadeira velha de madeira e começou a
chorar lembrando-se dos poucos momentos que teve com ele. Após se recuperar vai
acordar Stiven para que vá colher algumas maças atrás de sua casa.

Stiven se levanta e vai até lá o mais rápido possível. Chegando ao local encontra seus
dois amigos, João e Maria, e lhes conta de seu sonho mais recente. João e Maria
ficaram curiosos e perguntaram o que Stiven acha que aconteceu, o garoto respondeu
com um tom despreocupado enquanto dava de ombros:

- O vento deve ter soprado forte, minha casa é velha e barulhenta, devo ter imaginado
a voz de alguém falando meu nome. Seja o que for, foi só o sonho.

- Você não tem medo que seja um sinal ruim? – Maria pergunta com uma
preocupação crescente.

- Não, meu pai fala que Deus é nosso refúgio, não devo temer algo e sim me apegar a
Deus que ele sempre irá me proteger. Além do mais não foi um sinal ruim Maria.
Então Stiven segue conversando com os dois irmãos e pegando as maças, depois
disso voltou e as levou para sua mãe, partindo com João e Maria para o poço jogar um
jogo que inventaram.

Enquanto isso Jack, após passar por algumas casa é chamado a atenção por uma
multidão de pessoas, que falavam que suas pregações, assim como a palavra que ele
espalhava eram mentiras, obras do próprio satã. Depois de um tempo que confusão
tinha acontecido o xerife da cidade decide levar Jack e sua família ao que seria
semelhante a um tribunal na manhã seguinte, então Jack volta para sua casa e fala a
sua esposa que eles seriam julgados. Ao cair da noite Stiven volta para sua casa e
seu pai fala o que iria acontecer no dia seguinte, mas pede para que não se preocupe,
eles iriam dar um jeito de superar isso. Cateline ao ver o seu marido dizer aquelas
palavras ao seu filho ficou cheia de ira, mandou o menino para o seu canto dormi e
disse a Jack

- Como pode dizer algo assim para ele Jack, olhe nos meus olhos! – seu olhar
expressava terror ao ouvir a continuação

- se formos acusados não temos para onde ir nem como pagar nada Jack, vamos ser
condenados se isso acontecer.

Cateline então, quase chorando, suspirou três vezes, e Jack, em silêncio, a observa.

- Vamos dormi, teremos um dia cheio amanhã – diz se levantando e ignorando o que
ela disse, seja por medo de encarar a realidade, ou pelo fio de esperança que brilhava
em sue interior, sabia que Deus estaria lá por ele. Ele vai dormir deixando Cateline
ajoelhada em meio a suas orações

– Deus... Eu sei que minha fé no senhor ficou fraca, mas ajude-nos a passar por isso,
minha família e o senhor é única coisa que me resta, por favor, nos ajude...

Então, ali mesmo em meio às lágrimas, Cateline dormiu. Na mesma noite, enquanto
João e Maria voltavam para casa, encontraram uma trilha de migalhas de pão, Maria
então olhou para João e disse:

– João eu estou com muita fome, vamos levar algumas dessas migalhas para casa –
disse Maria olhando esperançosa para seu irmão.

– Maria esta trilha vai em direção a floresta, nossos pais nos proibiram de ir lá! – fala
tremendo, seja de frio, seja de medo, não vem ao caso agora, o que importa é que a
fome nos dois falou mais alto, João caiu na tentação de pegar as migalhas, pois
pensou que sua mãe se esqueceria de terem quebrado a regra dela de ir à floresta se
levassem as migalhas para casa. Depois desse dia eles nunca mais foram vistos...
Quem pode julga-los afinal?

<^_^>

A inocência infantil pode ser considerada linda ou idiota, depende dos olhos quem vê,
nesse caso a inocência pode ser considerada sinônimo de inconsequência, só se sabe
que na manhã seguinte a noticia de que João e Maria desapareceram repercutiu pela
vila. Cateline ao saber disso acordou Stiven para lhe passar a noticia, o garoto fez
uma cara de espanto e logo em seguida chorou desesperadamente, sentiu os braços
de sua mão ao redor durante seu surto, escutando seus sussurros de que tudo ficaria
bem, mesmo que o garoto soubesse que essas palavras não passavam de mentiras
desesperada.

Chegada a hora do julgamento o xerife falou que os Collins estavam sendo acusados
de pregar a palavra do próprio satanás, então todos começaram a acusar os Collin de
bruxaria, ao ouvir isso Jack se levanta exaltado.

- Seus idiotas, não estou aqui apara por em pratica algo que não seja do meu pai, meu
senhor Deus, vim para esta vilazinha para recomeçar uma vida, uma vida justa e que
agrada os olhos de Deus, minha esposa e meu filho são a prova de que não fizemos e
nem vamos realizar nenhum ato profano.

Os pais de João e Maria se levantam em uma motivação fantasiosa criada pelos


sentimentos das suas perdas

- Os Collins são os verdadeiros bruxos, meus filhos se envolveram com sua família e
sumiram, eles os ofereceram de sacrifício para o demônio, derramaram o sangue dos
meus queridos filhos. - falaram eles enquanto gritavam e choravam

A multidão começou a apoiar a família que teve o último pronunciamento, dessa forma
o xerife decidiu que os Collins seriam banidos daquele lugar e não poderiam voltar.

Chegando em casa Jack e sua família arrumaram as coisas e saíram daquele lugar,
rumando floresta a dentro a procura de um lugar para ficar, Cateline pergunta a Jack
enquanto vão embora em um tipo de carruagem puxada por um burro - Para onde
vamos Jack? O que vamos fazer? Deus abandonou nossa família e não temos para
onde ir. Ele pensa um pouco ante de lançar: - vamos para o único lugar que temos no
momento, para a casa do meu irmão Adan em Scarlletville, é uma viagem de oito dias
até lá, vamos arranjar um lugar para pararmos ao anoitecer e vamos comer e beber
pouco para que os suprimentos se mantenham até lá. - Assim os três saem em uma
viagem para uma cidade que ficaria a 500 km a noroeste daquele lugar, mal sabendo
eles o que ainda estaria por vim.

O Caminho Maldito
Depois de 3 horas da saída de SleepHollow, em um caminho cercado por
árvores com folhas escuras, com galhos que poderiam ser confundidos por braços,
sem nenhum animal para caçar, apenas se escutava o barulho dos mosquitos voando
em direção a carruagem, sedentos por sangue, Jack então avistou um local que
estava limpo de árvores ao redor, onde poderiam passar a noite, então amarraram o
cavalo em uma árvore, cuja aparência parecia mais forte comparada as outras, que
tinham uma aparência desgastada, após isso Jack foi até a carruagem e fez uma
oração para que Deus os protegesse pelo longo caminho que teriam que percorrer, e
um tempo depois, enquanto partilhavam a comida, Stiven perguntou ao pai com uma
voz rouca:

- Pai, como é essa vila pra qual estamos indo?

- É uma vila pequena, eu nasci lá com seu tio, conheci sua mãe e depois que meus
pais faleceram e saímos de lá – disse terminando de mastigar – agora se ajeite e vá
dormir está com uma cara péssima.

E de fato Stiven estava com uma cara péssima, assim como seu interior após passar
boa parte do dia de luto pelos amigos, todos se deitaram e dormiram menos o Stiven,
que ficou a pensar no que aconteceu com seus amigos, e aquilo estava o torturando,
tanto pela falta que os amigos faziam, quanto pelas perguntas sobre o que aconteceu
com eles, perguntas sem respostas. O que tinha na floresta que fez o João e a Maria
desaparecer? O que aconteceu? Porque eles? Stiven passou vários minutos
pensando, mas sem conseguir solucionar seus questionamentos. Então, ainda
naquela noite, que para Stiven parecia tão vazia, enquanto olhava as estrelas pela
janela da carruagem pensando que seus amigos poderiam ter virado uma delas, foi
tirado abruptamente de seus devaneios ao ouvir uma voz novamente, porém dessa
vez ele sabia que não estava sonhando.

Olhou para as árvores através da janela e ouviu a voz entoar do fundo da floresta, ele
não conseguiu entender o que dizia, parecia um misto de palavras que não conhecia,
e foi nesse momento que percebeu: não foi como a primeira vez. Stiven sentiu um
pressentimento ruim e estranho, um medo crescente nasceu dentro dele enquanto a
voz sussurrava na floresta parecendo se aproximar, e a cada vez que se aproximava
Stiven ficava mais desesperado, ofegante e arrepiado, então ele balançou o braço do
seu pai na tentativa rápida de acorda-lo, mas sua tentativa foi falha, do mesmo modo
que seu medo aumentava e quando a voz pareceu perto Stiven finalmente entendeu o
que a voz expressava.
- Morte... – Era a palavra que se repetia e se repetia, como um ciclo infinito, um
sussurro baixo e assustador.

Stiven que estava de costa para a janela graças ao medo, se voltou para ela
novamente, reunindo toda a coragem de sue âmago, vendo em seguida alguém de
capuz. Não foi possível ver seu rosto devido à escuridão, mesmo assim foi como se
ele estivesse olhando em seus profundos olhos, podendo enxergar toda a crueldade
que inalava daquele ser, cujo Stiven começará a julgar não possuir humanidade, então
completamente desesperado Stiven gritou:

- Mãe, Pai!!!!!

Cateline e Jack acordaram assustados e viram Stiven chorando.

- O que foi filho? O que aconteceu? – Pergunto Jack esfregando seus olhos.

- Tem alguém lá fora, estava parado aqui na janela - falou Stiven completamente
paralisado. Jack rapidamente pegou um machado e saiu à procura de quem quer que
estivesse ali.

Enquanto isso, na carruagem, Cateline acende o cinzeiro e pergunta o que aconteceu


exatamente, mas Stiven estava tremendo de medo, sem conseguir ao menos falar,
sua mãe desesperada o abraçou e pediu pra tentar se acalmar, nisso Jack, depois de
ter vasculhado aos arredores retornou e falou que não encontrou nada e que deve ter
sido apenas um sonho, então colocaram Stiven no meio deles e tentaram dormi
novamente, mas Stiven não conseguia dormir, pois sabia que não tinha sido um
sonho, e a resposta da sua pergunta sobre o que aconteceu com João e Maria
começava a ficar clara. Ao amanhecer a família continuou seu destino e Stiven passou
o dia sem falar quase nada, ficou no canto da carruagem pensando nos últimos
acontecimentos. Na hora do almoço, Jack parou a carruagem na estrada e Cateline
pediu para ele se afastar um pouco da carruagem para que pudessem conversar.

- Jack, estava revisando nosso alimento e não conseguiremos chegar lá com a comida
que temos aqui, morreremos de fome antes do destino – disse a mulher parecendo
receosa.

- Vamos continuar na estrada até perto do limite da comida, depois disso pegarei um
atalho.

Eles então continuaram a viagem por mais seis dias, e quando a comida estava
finalmente no fim Jack pegou um caminho que parecia ser mais curto, mas chegando
a frente perceberam ser um cenário ainda mais bizarro do que o que estavam antes,
com árvores cinza e secas, aliadas a uma neblina branca, que cobria a floresta, tal
essa que possuía uma temperatura que só parecia descer à medida que anoitecia.
Stiven viajou todo o caminho olhando para fora da janela, mas em um determinado
momento ele viu algo na neblina, mas Stiven preferiu não comentar isso com seus
pais, pois na última vez que explicará o que aconteceu seu pai lhe bateu para deixar
de falar bobagens, então guardou qualquer coisa estranha que viu ou sentimentos de
que algo ruim aconteceria para si. Após a janta naquela noite Jack percebeu que eles
conseguiriam manter suprimentos por mais um dia no máximo. Na madrugada Stiven
teve um pesadelo que não o deixou dormi mais, acabando por permanecer acordado
esperando que o sono o pegasse novamente, mas Stiven se sentiu incapaz de dormir
ao sentir uma presença, como se alguém o estivesse observando, e aquele mal
pressentimento permaneceu com ele. De manhã enquanto continuavam no caminho,
acharam o que seria a salvação deles, uma cabana no meio da floresta.

- Deus ainda esta conosco querida, vai dar tudo certo, vou olhar se consigo algum
alimento lá dentro – Disse Jack parando a carruagem.

Cateline deu um pequeno sorriso e então disse ao Stiven para se alegrar um pouco,
pois teriam como viajar para casa do tio dele, porém Stiven não estava bem, ele sabia
que tinha algo de errado naquela casa. Quando Jack entrou não achou nenhum
alimento que poderia vir a comer, mas sentiu algo ruim ao seu redor, mas continuou a
procura, e vasculhando um pouco achou um quarto, o qual não hesitou em adentrar,
vendo em seguida uma bela moça, sua pele, tão clara quanto a neblina que cobria a
floresta, se destacava pelo seu vestido vermelho, o fogo que iluminava o ambiente
dava ao castanho de seus cabelos um leve avermelhado, e seus olhos, tão profundos
e azuis tal como o mar ao alvorecer se dirigiram para ele cheios de curiosidade.

- Desculpe o incomodo, estou com minha família à procura de comida

Ela sorriu e nada respondeu, apenas se levantou e abraçou Jack, sussurrando algo
em seu ouvido:

- Laudate Deum in inferno sunt, et illa te occidere.

Ele só foi capaz de senti um vazio imenso, como se mergulhasse em um mar gelado e
escuro, com suas ondas o afogando a cada segundo, rumo as profundezas daquele
oceano até que não sentiu mais nada, naquele momento os olhos de Jack sangraram.
Ele pegou um facão que estava na parede e saiu do quarto que a mulher estava, e
com sua saída a moça mostrou sua verdadeira face, de uma velha cuja aparência era
horripilante. Enquanto isso, naquela carruagem minúscula Stiven observava seu pai
voltando, porém ele também ver outra coisa na janela do segundo andar da casa, uma
roupa que ao olhar bem percebeu que era a mesma que João estava usando antes de
sua morte, e isso o fez ligar aquele lugar com o desaparecimento dos gêmeos, o que o
deixou assustado.

- Mãe, temos que sair daqui agora – fala começando a se desesperar.

Seu pai se aproxima e Stiven nota o sangue que escorre de seus olhos e o facão
presente em sua mão. Completamente assustado ele vai para frente da carruagem e
puxa a corda que controlava o cavalo, porém seu pai corre e puxa sua Cateline para o
chão, Stiven saiu com a carruagem sabendo que nada se tinha a fazer e ao olhar para
trás ver Jack decapitando sua mãe, seguido de uma mulher que tirou o coração de seu
pai com as próprias mãos e o comeu.

- NÃOOOO!!! – Stiven grita com todo o seu ser enquanto lágrimas ardentes escorrem
pelo seu rosto.

Então inclinou seu corpo para trás, o que o fez cair na parte traseira da carruagem
desmaiando ali mesmo. Tempos depois ele acordou confuso, se levantou e olhou ao
redor, não sabia onde estava, já que o cavalo tinha seguido sozinho, o levando para
um lugar desconhecido, pelo menos as árvores tinham aparência mais jovem e o céu
estava limpo, com raios de sol leves e uma brisa doce. Stiven saiu da carruagem e
sentou em uma pedra ao lado, recordando as coisas que aconteceram, e ficou ali,
chorando por uma hora. Stiven então vê que não há alternativa a não ser seguir o
caminho que estava indo até encontrar abrigo, e ao observar seu entorno se deparou
com uma macieira, pegou algumas maças e seguiu seu caminho solitário.

Ele viajou por mais dois dias, já não tinha comida, nem água, estava muito exausto por
não ter conseguido dormi nos últimos dias por causa da morte de seus pais, e estava
começando a achar que não tinha mais esperanças para si, iria se juntar aos pais e é
isso. Mas ele avistou, no topo de uma montanha, um castelo enorme e logo a baixo
uma pequena vila. Em uma tentativa de se salvar Stiven reúne o resto de suas forças
e acelera a carruagem para chegar mais rápido. Quando se aproxima e saí da
carruagem ele não aguenta e cai, fraco e faminto, chamando a atenção de duas
mulheres, que se aproximaram rapidamente para ajuda-lo.

- Quem é você? Você está bem? De onde você está vindo? – Perguntou uma delas.
- Adan... Collin... - Respondeu Stiven com uma voz baixa e falha e em seguida
desmaiou.

Ao acorda, se vê em uma cama com um homem ao lado, logo Stiven pergunta:

- Quem é você?

- Sou o homem por quem você chamou enquanto delirava, antes de desmaiar –
respondeu dirigindo seu olhar para ele.

Naquele momento Stiven percebeu que tinha conseguido chegar a Scarlletville e que
aquele homem era seu tio Adan, o que fez o garoto começar a chorar de alegria, pois
ao menos uma coisa boa havia acontecido Ele contou todo o caminho que percorreu;
sobre seus pais, sua antiga vila, seus amigos mortos, começando a viver com seu tio a
parti daquele momento.

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