Você está na página 1de 6

Sonhos de uma Noite de Verão

(Um figurante deve exibir uma placa ou anunciar a cena : “SONHOS DE


UMA NOITE DE VERÃO”)

SHAKESPEARE 5 — Numa noite de verão, num bosque, quatro jovens


enamorados encontram-se e desencontram-se: Lisandro ama Hérmia que ama
Lisandro e é amada por Demétrio, que é amado por Helena; depois, Demétrio
ama Helena, que ama Demétrio e é amada por Lisandro, que é amado por
Hérmia. Na manhã seguinte, tudo se resolve, e há um casamento triplo, pois
casam-se também o Duque de Atenas e a Rainha das amazonas.

OBERON (entrando): Gostaria de saber se Titânia já despertou e se já se


apaixonou por algum monstro. Ah, aí vem Puck. Então, como saiu a sua
estranha brincadeira?

PUCK: A rainha se apaixonou por um monstro. Bem no lugar onde ela dormia,
encontrei um bando de casca-grossas, ensaiando uma peça para o casamento
do duque. Transformei o mais imbecil deles num monstro com cabeça de burro
e afugentei os outros. A rainha está apaixonada pelo infeliz.

OBERON: Ótimo, ótimo. Eu não teria feito melhor. E o ateniense? Você o


encontrou?

PUCK: Também já resolvi este problema. Aí vem gente. Epa! Ela é a mesma,
mas ele não é ele. (entram Demétrio e Hérmia)

DEMÉTRIO: Por que você está me perseguindo?

HÉRMIA: Sei bem que você matou Lisandro. Quero que me mate também.
Monstro! Víbora! O seu olhar cruel indica traição.

DEMÉTRIO: Você está enganada, Hérmia. Eu não vi Lisandro, não sei dele.
(sai Hérmia) Vou esperar que ela fique calma. (dorme)

OBERON: Você trocou o namorado. Este é o verdadeiro. O outro é o falso.

PUCK: Quê que eu posso fazer? Pra cada um namorado verdadeiro, há mil
falsos.

OBERON: Procure já Helena e faça com que ela venha pra cá. (sai Puck)
Preciso espremer a flor nos olhos deste jovem. (espreme a flor nos olhos de
Demétrio; volta Puck)
PUCK: Capitão, aí vem ela. Mas veja como são loucos estes mortais! (entram
Helena e Lisandro)

LISANDRO: Helena, não é fingimento. Eu te amo de verdade.

HELENA: Você acabou de dizer estas verdades a Hérmia.

LISANDRO: Eu estava fora de mim.

HELENA: Fora de si foi deixá-la.

DEMÉTRIO: (acordando, vê Helena) Oh, Helena, maravilhosa ninfa. Que coisa


há de mais encantadora do que a aurora deste seu olhar? Estou apaixonado
por você, princesa iluminada.

HELENA: Ah, ja entendi. Vocês dois se juntaram pra zombar de mim. Quanta
ofensa, pra quem está indefesa como eu.

LISANDRO: Demétrio, sei que você ama Hérmia. Portanto, acho que poderá
ficar com ela e me deixar Helena.

DEMÉTRIO: Hérmia! Quero eu saber daquilo? Eu só amo a bela Helena.

LISANDRO: Não acredite, Helena. (entra Hérmia)

HÉRMIA: Noite escura que termina em luz, ao encontrar meu namorado. Pra
onde você foi, Lisandro?

LISANDRO: Encontrar Helena, minha rainha.

HÉRMIA: Mas isto é impossível!

HELENA: Quer dizer que Hérmia também esta ao lado deles! Que ingratidão!

HÉRMIA: Não seja injusta, Helena. Eu é que sou alvo de zombaria.

HELENA: Continuem a fingir, continuem.

LISANDRO: Não vá, Helena linda.

HELENA: Que bonito.

HÉRMIA: Lisandro, não zombe dela.

DEMÉTRIO: Isto mesmo. Ou eu usarei a força.

LISANDRO: Não tenho medo de você!

HÉRMIA: Lisandro, não brigue!

LISANDRO: Cai fora, macaca.


HÉRMIA: Mas... querido...

LISANDRO: Eu, querido! Sua cascorenta!

HÉRMIA: Você está brincando!

HELENA: E você também.

HÉRMIA: A culpa é sua, sua trapaceira. Ladra de namorados!

HELENA: Continue fingindo, sua bonequinha.

HÉRMIA: Bonequinha! Então ela acha que pode roubar meu namorado porque
é mais alta que eu?

HELENA: Vamos, vamos, continuem a fingir. Mas senhores, por favor, eu tenho
medo dela. É baixinha mas está raivosa.

HÉRMIA: Baixinha, baixinha!

LISANDRO: Não tenha medo, Helena.

HELENA: Essa tampinha é perigosa.

HÉRMIA: Tampinha, baixinha! Lisandro, saia da frente que eu agarro esta


sujeita!

LISANDRO: Pra trás, anãzinha! Dedo mindinho, sementinha!

DEMÉTRIO: Chega! Você vai pagar caro!

LISANDRO: Vamos medir nossas forças ali naquela clareira. (saem Demétrio e
Lisandro)

HELENA: A culpa é sua, viu? (saem Helena e Hérmia)

OBERON: Puck, acho que você andou errando de propósito!

PUCK: Algum dia já se viu confusão maior?

OBERON: Depressa, Puck. Escureça todo o bosque pra que se separem e não
briguem. (saem Oberon e Puck; escurece um pouco; entra Lisandro)

LISANDRO: Aquele verme aproveitou a escuridão e fugiu. Vou dormir um


pouco. (dorme; entra Demétrio)

DEMÉTRIO: Aquele covarde! Amanhã de dia vamos acertar nossas contas


(dorme; entra Helena)

HELENA: Não consigo encontrar ninguém nessas trevas. Vou esperar o


amanhecer. (dorme; entra Hérmia)
HÉRMIA: Não aguento dar nem mais um passo. Terei que dormir aqui mesmo
e esperar pela alvorada. (dorme; entra Puck)

PUCK: Preciso acertar esta confusão. Bem, este é daquela! Aquela é deste!
(derrama o filtro nos olhos de Lisandro) Agora, sim. Ao acordarem, tudo estará
resolvido. (sai)

(Lisandro, Demétrio, Helena e Hérmia dormem; entram Titânia, Bottom e


fadas/duendes)

TITÂNIA: Vem sentar aqui, meu amado, quero fazer um carinho.

BOTTOM: Flor de Ervilha!

FLOR DE ERVILHA: Presente!

BOTTOM: Coce minhas costas. Teia de Aranha!

TEIA DE ARANHA: Presente!

BOTTOM: Quero uma colher de mel. Semente de Mostarda!

SEMENTE DE MOSTARDA: Presente. Que quer?

BOTTOM: Nada, nada. A não ser que queira ajudar Flor de Ervilha a coçar
minhas costas.

TITÂNIA: Querido, não quer ouvir um pouco de música?

BOTTOM: Adoro música. Põe lá o tambor e a cuíca.

TITÂNIA: Ou quer comer? Alguma fina iguaria?

BOTTOM: Claro, claro. Um bom saco de capim. Mas acho que quero mesmo é
dormir.

TITÂNIA: Dorme, querido. Também vou dormir. (dormem Titânia e BOTTOM;


as Fadas saem; entram Oberon e Puck)

OBERON: Veja, Puck, a que estado chegou nossa rainha. Encontrei-a há


pouco, apaixonada por este bobalhão. Pedi-lhe o pajenzinho e ela me
devolveu. Puck, faz com que todos pensem que tudo isto não passou de um
sonho. Vou desencantar a rainha. (toca Titânia com uma flor)

TITÂNIA: Oberon! Que pesadelo horrível!

OBERON: Precisamos de música, pra encantar os sentidos de todos. Vamos,


querida, festejar nosso encontro com danças e canções. Olá músicos! Toquem
para todos!

(saem todos)
(GRUPO DE MÚSICA – GREENLEAVES – EM FLAUTA DOCE)

(Os jovens acordam)

DEMÉTRIO: Tudo que aconteceu parece pequenino e difuso.

HÉRMIA: E eu... parece que vejo tudo dobrado!

HELENA: O mesmo digo eu...

DEMÉTRIO: Será que não estamos sonhando?

LISANDRO: A mim, me parece que estamos saindo de um sonho. Vamos,


vamos... (saem)

BOTTOM: (acordando) Oh, Píramo... Oh, Píramo... É a minha deixa. Aí, eu


entro e falo... Trombone! Marmelo! Garrafão! Fugiram todos. E eu... parece que
eu dormi... Sonhei que tinha... mas não, é impossível... Vou pedir a Pedro
Marmelo que escreva uma balada: O sonho de Zé Bottom. Vou cantá-la na
festa do duque! (sai)

SHAKESPEARE 6 — Otelo é um dos personagens mais complexos que criei.


Nele, a emoção e a razão se expressam de forma alternada e muitas vezes
conflitantes. O habilidoso e vitorioso general é também um homem
emocionalmente frágil e impulsivo. Se trata de uma das minhas maiores
tragédias e no correr dos séculos gerou muitas interpretações. Bem que eu
poderia dar esta obra o seguinte subtítulo: “A tragédia do cíume”. Mas essa é
apenas uma das leituras possíveis da história. Vocês agora poderão também
ter a de vocês.

SHAKESPEARE 7 — “Romeu e Julieta” é a minha tragédia. Como evocar o


meu nome sem evocar essa obra, escrita entre 1591 e 1595, nos primórdios da
minha carreira literária? Dois adolescentes cuja morte acaba unindo suas
famílias, outrora em pé de guerra. A peça ficou entre as mais populares, ao
lado de Hamlet, é uma das minhas obras mais levadas aos palcos do mundo
inteiro. Hoje, o relacionamento dos dois jovens é considerado como o arquétipo
do amor juvenil. Bebamos do amor!

SHAKESPEARE 8: Após trocarem juras de amor, marcam o casamento para o


dia seguinte. Romeu vai à cela de Frei Lourenço e convence-o a realizar a
cerimônia secreta. Após a cerimônia, Romeu presencia um duelo entre seus
amigos e Teobaldo, um Capuleto, primo de Julieta. Mesmo desafiado Romeu
nega-se a lutar, mas Teobaldo mata Mercúcio e Romeu, tomado pela cólera,
mata Teobaldo. O Príncipe resolve bani-lo da cidade para sempre. Enquanto
isso, os pais de Julieta resolvem casá-la com o Conde Páris.
SHAKESPEARE 9: Desesperada Julieta pede ajuda ao Frei que aconselha um
elixir para simular sua morte e montam um plano: Julieta deveria tomar o
conteúdo do frasco, sua família acreditaria em sua morte, o casamento com o
Conde não se realizaria e o Frei, através de uma carta explicativa, mandaria
Romeu voltar para que ficassem juntos. Porém a carta se extravia e Romeu
recebe a notícia da morte da amada. Compra um veneno e desesperado
decide morrer também. Volta à cidade e defronta-se com o Páris no mausoléu
onde está Julieta. Travam duelo e Romeu assassina-o.

Você também pode gostar