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PSICOLOGIA E

EDUCAÇÃO ESPECIAL
DOCENTE: JOSCILANE BRITO
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Relembrando..
 UNIDADE DE ENSINO 1: CONTEXTO HISTÓRICO, SOCIAL E
NORMATIVO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

• SEÇÃO 1: Contexto histórico e social da deficiência.

• SEÇÃO 2: Políticas públicas em educação especial na perspectiva da


educação inclusiva.

• SEÇÃO 3: Desafios da inclusão escolar nos dias atuais.


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Relembrando..
 SEÇÃO 1: Contexto histórico e social da deficiência:

 Contexto histórico, social e normativo da Educação


Especial.

 Mapeamento da construção do conceito de deficiência


ao longo do percurso histórico, desde a Pré-história,
Antiguidade, Idade Media, Moderna e Contemporânea.
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Fonte: Fonte: Benitez, P. Psicologia e educação especial. Londrina : Editora e Distribuidora


Educacional S.A. 2017.
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SEÇÃO 2: Políticas públicas em educação
especial na perspectiva da educação inclusiva.
 Paradigmas da exclusão, o paradigma da integração e da
inclusão.

Fonte: Benitez, P. Psicologia e educação especial. Londrina : Editora e Distribuidora Educacional


S.A. 2017.
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 Politica Nacional de Educação Especial na perspectiva da


Educação Inclusiva (BRASIL, 2008).
 Lei Brasileira de Inclusão – LBI (BRASIL, 2016).
 Desafios da inclusão na eliminação das barreiras
urbanísticas, arquitetônicas, nos transportes,
comunicacionais e tecnológicas e atitudinais.
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SEÇÃO 3: Desafios da inclusão escolar nos dias
atuais.
 Atitudes sociais: atitudes sociais, discutimos sobre um
instrumento avaliativo que afere questões relacionadas
as condutas favoráveis e desfavoráveis a inclusão
 Escala de Atitudes Sociais em Relação a Inclusão – ELASI.
 Inclusão como um processo que envolve os diferentes
segmentos da sociedade e a relevância do trabalho
conjunto entre tais agentes.
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MOMENTO PARA
DÚVIDAS, REFLEXÃO...
Unidade 2 | Educação infantil, ensino fundamental9
e os serviços oferecidos pela Educação Especial na
perspectiva da Educação Inclusiva
 Seção 2.1 - Diretrizes normativas da Educação Especial
na perspectiva da Educação Inclusiva
 Seção 2.2 - Serviços oferecidos pela Educação Especial na
perspectiva da Educação Inclusiva
 Seção 2.3 - Inclusão escolar na educação infantil e no
ensino fundamental
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Seção 2.1 - Diretrizes normativas da Educação
Especial na perspectiva da Educação Inclusiva

 Caracterização do contexto político brasileiro e o impacto


na educação especial
 Identificação e caracterização dos serviços educacionais
garantidos pelas políticas públicas nacionais
 LBI - Capítulo IV : direito à educação
 LBI - Capítulo VI : direito ao trabalho
Diretrizes normativas da
Educação Especial na
perspectiva da
Educação Inclusiva
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 Primeira Republica:
 Movimento higienista:
 século XIX: ramo da medicina com muita visibilidade na
sociedade europeia influenciando o Brasil.
 Brasil foi um período de instabilidade institucional.
 Medidas médicas direcionadas ao “aprimoramento do
povo brasileiro”.
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 Influência do higienismo na formação de um projeto educacional


brasileiro.
 Objetivo: não apenas a escolarização, mas também a orientação de
outras práticas e costumes da vida social.
 Foucault: um modelo que não se pauta exclusivamente na exclusão.
 "observação próxima e meticulosa (...) e implica uma espécie de
aproximação cada vez mais sutil do poder aos indivíduos" (Foucault,
2002, p. 58).
 “Cuidado” através do poder.
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 A higiene aplicada às doenças físicas


e doença mental, à
ordem social, à educação moral, ao patriotismo e à
degeneração da raça.
 Normatização e a criação de critérios pautados em binômios
saúde-doença, normal-anormal, ordem-desordem, louco-não
louco e por fim, raças superiores-inferiores.
 Biologização da vida e seu efeitos na educação e na escola.
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 A educação influenciada por ideais higienista, médico


assistencialista: orientar o comportamento humano e
formar dispositivos para o controle da vida.
 A educação higienista com a tendência de refinar os
saberes e a sociedade colonial (hierarquização social e
intelectual).
 Os higienistas apostavam no controle do corpo a partir
da infância afim de formar um “adulto perfeito”.
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 Final da República:
 Marcada pelo escolanovismo e seus discidentes:
 Manifesto dos pioneiros – Anísio Teixeira.
 Crítica ao processo de segregação da educação às demais
articulações sociais.
 Perspectiva de mudanças na educação e a reorganização
do sistema educacional.
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 Mesmo diante dos movimentos que buscavam romper


com as ideias autoritárias na condução e regulação d
avida em sociedade, o sistema educacional, como um
todo, ainda se debatia com as consequências do
movimento higienista desenhadas, sobretudo, na
massificação e banalização dos diagnósticos e
transtornos sustentados e legitimados pelo saber médico
científico e psicológicos.
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OUTRA FORMA DE
COMPREENDER
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O lugar e a
história da
psicologia nisso
tudo...
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 Nascimento da psicologia: século XIX.


 Rompimento e diferenciação com a filosofia;
 Surgimento da psicologia e o apreensão do homem enquanto
objeto de investigação;
 Possível a partir da formação de uma sociedade denominada
disciplinar;
 Preocupação cada vez maior com o remodelamento moral
dos comportamentos individuais.
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 A desorganização social e desordens urbanas e o


aproveitamento da mão de obra e seu gerenciamento.
 Psicologia convocada para solucionar estes problemas.
 Processo de industrialização e automação.
 Adaptação do homem à máquina;
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 Regulamentada no Brasil em 1963;


 Surge ancorada no modelo médico higienista.
 Pautando-se na perspectiva psicométrica, clínica e
médica
 Modelo curativista.
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Indícios de mudança no paradigma da
perspectiva clínica da Psicologia.
 Década de 1970: crítica ao modelo preponderante na
psicologia e a legitimação dos processos de exclusão.
 Avaliações diagnosticas que encaminhavam os
estudantes com deficiência/ transtorno a uma Educação
Especial, com condições de ensino pontuais, sem
continuidade, enfatizando os estigmas e preconceitos
entre a própria comunidade escolar (ANTUNES, 2008).
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 Posição indefinida dentro do sistema educacional.


 Preceitos clínicos e a realização de práticas
individualizantes dentro de espaços educacionais.
 Questões educacionais centram-se em problemas dos
alunos ou, no máximo, de suas famílias.
 O enlaçamento dessas ideias com as ideias inicias da
Educação Especial.
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A Educação Especial se organizou tradicionalmente como


atendimento educacional especializado substitutivo ao
ensino comum, evidenciando diferentes compreensões,
terminologias e modalidades que levaram à criação de
instituições especializadas, escolas especiais e classes
especiais. Essa organização, fundamentada no conceito
de normalidade/anormalidade, determina formas de
atendimento clínico-terapêuticos fortemente ancorados nos
testes psicométricos que, por meio de diagnósticos, definem
as práticas escolares para os alunos com deficiência (BRASIL,
2008, p. 2).
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Você acha que as condições excludentes a partir da


psicopatologização e banalização dos diagnósticos
ainda existe hoje?

Qual a participação da psicologia e da psicometria?


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MARCOS
NORMATIVOS
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 1988 - Constituição da República Federativa do Brasil


 1990 - Declaração Mundial da Educação para Todos
 1994 – Declaração de Salamanca
 1996 – Lei Brasileira de Diretrizes e Bases
 2008 - Política nacional de inclusão escolar na
perspectiva da educação inclusiva.
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 Mais especificamente hoje...


 2016 – Lei Brasileira de Inclusão
 Capítulo IV : direito à educação
 Capítulo VI : direito ao trabalho
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 1990 - Declaração Mundial da Educação para Todos


 Universalização da Educação
 Declaração de Salamanca (1994):
 Resolução que trata especificamente dos princípios, práticas e políticas
em Educação Especial;
 Estabelece como princípio que as escolas do ensino regular devem
educar todos os alunos, enfrentando a situação de exclusão escolar das
crianças com deficiência, das que vivem nas ruas ou que trabalham, das
superdotadas, em desvantagem social e das que apresentam diferenças
linguísticas, étnicas ou culturais.
 AMPLIAÇÃO DO CONCEITO DE INCLUSÃO.
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Política nacional de inclusão escolar na perspectiva
da educação inclusiva (BRASIL, 2008):
 versão na qual foi inserida pela primeira vez a Educação Especial.
 Capitulo exclusivo sobre esse tema: o capitulo V.
 . Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de
educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos
portadores de necessidades especiais.
 § 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para
atender as peculiaridades da clientela de educação especial.
 § 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados,
sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua
integração nas classes comuns de ensino regular.
 § 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa
etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.
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 Lei Brasileira de Inclusão (LBI)


- (BRASIL, 2016) OU
Estatuto da Pessoa com Deficiência - lei n° 13146/16.

“assegurar e promover, em condições de


igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades
fundamentais por pessoa com deficiência, visando
à sua inclusão social e cidadania.”
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 LBI/2016:

Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que


tem impedimento de longo prazo de natureza física,
mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com
uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação
plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições
com as demais pessoas.
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Educação
Especial Pessoas com deficiência;

Transtorno do Espectro
Público-alvo
Autista.

Altas
habilidades/superdotação.
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Aspectos Gerais da LBI
 Vai pensar sobre a inclusão
específicos das instituições
sociais.
A Lei tem como base a Convenção
Sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência que já estava
incorporado ao ordenamento
jurídico brasileiro.
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38
Capítulo IV : direito à educação
 Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiência,
assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e
aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o
máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades
físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas
características, interesses e necessidades de aprendizagem.

Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade


escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à
pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de
violência, negligência e discriminação.
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 Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar,


desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e
avaliar.

I – sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades, bem como o


aprendizado ao longo de toda a vida;

II – aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir condições de


acesso, permanência, participação e aprendizagem, por meio da oferta de serviços
e de recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras e promovam a inclusão
plena;
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 III – projeto pedagógico que institucionalize


o atendimento
educacional especializado, assim como os demais serviços e
adaptações razoáveis, para atender às características dos
estudantes com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao
currículo em condições de igualdade;
 IV – oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira
língua e na modalidade escrita da língua portuguesa como
segunda língua;
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 V – adoção de medidas individualizadas e coletivas em


ambientes que maximizem o desenvolvimento
acadêmico e social dos estudantes com deficiência;
 VI – pesquisas voltadas para o desenvolvimento de
novos métodos e técnicas pedagógicas, de materiais
didáticos, de equipamentos e de recursos de tecnologia
assistiva;
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 VII – planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano de


atendimento educacional especializado;
 VIII – participação dos estudantes com deficiência e de suas
famílias nas diversas instâncias de atuação da comunidade
escolar;
 XI – formação e disponibilização de professores para o
atendimento educacional especializado, de tradutores e
intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de profissionais de
apoio;
 XVII – oferta de profissionais de apoio escolar;
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Função do Psicólogo
 Perspectiva crítica: colaborar para espaços de diálogo que
visam a reflexão sobre as possibilidades de transformações e
o compromisso com a qualidade da educação;
 Atuação crítica é aquela que duvida do instituído, postura
questionadora diante do que ocorre na escola.
 assegurar a eliminação de quaisquer barreiras, de maneira a
garantir o direito ao trabalho e a educação;
 compromisso social e a competência e habilidade necessária
relacionada ao conhecimento das diretrizes normativas;
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 Formação continuada;
 Orientação psicoeducacional;
 visitas domiciliares e assistência psicológica.
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MOMENTO PARA
REFLEXÃO, DÚVIDAS...
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Capitulo VI – Direito ao trabalho
 direito ao trabalho de sua livre escolha e aceitação, em ambiente acessível e
inclusivo, em igualdade
 e oportunidades com as demais pessoas. § 1o As pessoas jurídicas de direito
público, privado ou de qualquer natureza são obrigadas a garantir ambientes
de trabalho acessíveis e inclusivos.
 § 2o A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de oportunidades
com as demais pessoas, a condições justas e favoráveis de trabalho,
incluindo igual remuneração por trabalho de igual valor.
 § 3o É vedada restrição ao trabalho da pessoa com deficiência e qualquer
discriminação em razão de sua condição, inclusive nas etapas
 de recrutamento, seleção, contratação, admissão, exames admissional e
periódico, permanência no emprego, ascensão profissional e reabilitação o
profissional, bem como exigência de aptidão plena.
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LBI - Capítulo VI : direito ao trabalho
 DO DIREITO À HABILITAÇÃO E À REABILITAÇÃO
 O processo de habilitação e de reabilitação é um direito da pessoa
com deficiência.
 Diferença entre habilitação e reabilitação.
 Objetivo: desenvolvimento de potencialidades, talentos, habilidades
e aptidões físicas, cognitivas, sensoriais, psicossociais, atitudinais,
profissionais e artísticas que contribuam para a conquista da
autonomia da pessoa com deficiência e de sua participação social
em igualdade de condições e oportunidades com as demais
pessoas.
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Capitulo VI – Direito ao trabalho
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Como você acha que


o psicólogo pode
atuar na habilitação e
de reabilitação?
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Função do psicólogo

Refletir
e atuar sobre os locais de trabalho
com fins de promover as necessárias
adaptações;

Capacitação...
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RESOLUÇÃO DE
QUESTÃO
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A LBI (BRASIL, 2016) descreve no Capítulo VI o direito da pessoa


com deficiência ao trabalho. Dessa maneira, leia atentamente a
afirmativa abaixo que diz respeito a tal temática.

A pessoa com deficiência tem o direito de __________ o


trabalho, em igual oportunidade com as demais pessoas, tanto
em relação à legislação ________ como previdenciária, visando
às regras de ________, tal qual o fornecimento de recursos que
envolvem _____________ e a adaptação necessária ao
ambiente de trabalho.
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 Assinale a alternativa correta que preencha as lacunas da


afirmativa acima:
a) Encontrar – judiciária – inclusão – eliminação das barreiras.
b) Buscar – econômica – integração – aspectos pedagógicos.
c) Escolher – trabalhista – acessibilidade – tecnologia assistiva.
d) Eleger – social – trabalho – plano de ensino individualizado.
e) Identificar – educacional – adaptação – aspectos sociais.
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MOMENTO PARA
DÚVIDAS, REFLEXÕES...
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CASO CLÍNICO
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Pedro e um estudante surdo matriculado no primeiro ano do ensino


fundamental, frequenta a sala de aula comum com os demais alunos e
ainda não aprendeu Libras. A comunicação com o seu professor de
sala ocorre por meio de esforços entre ambas as partes, a partir de
gestos caseiros que esclarecem as necessidades básicas de Pedro,
envolvendo as saídas ao banheiro, assim como para beber agua, etc.
Contudo, os pais de Pedro foram informados pela psicóloga sobre a
urgência do ensino de Libras, assim como de um tradutor/interprete
em sala de aula. Diante disso, quais orientações você forneceria aos
pais de Pedro, em relação ao processo de inclusão do estudante surdo
no ensino comum?
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 Capitulo IV da LBI (BRASIL, 2016):


 “oferta de educação bilíngue em Libras como primeira língua e na
modalidade escrita da Língua Portuguesa como segunda língua, em
escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas”, assim como o
inciso IX sobre a “adoção de medidas de apoio que favoreçam o
desenvolvimento dos aspectos linguísticos, culturais, vocacionais e
profissionais, levando-se em conta o talento, a criatividade, as
habilidades e os interesses do estudante com deficiência”; o inciso
XI, acerca da “formação e disponibilização de professores para o
atendimento educacional especializado, de tradutores e interpretes
da Libras, de guias interpretes e de profissionais de apoio”

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