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Metodologia de ensino do futsal na


Educação Física escolar: uma
proposta baseada nos jogos táticos
por compreensão

EDILSON MEDEIROS DE OLIVEIRA

NATAL
2020
2

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA EM REDE
NACIONAL

EDILSON MEDEIROS DE OLIVEIRA

METODOLOGIA DE ENSINO DO FUTSAL NA EDUCAÇÃO FÍSICA


ESCOLAR: UMA PROPOSTA BASEADA NOS JOGOS TÁTICOS POR
COMPREENSÃO

NATAL
2020
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EDILSON MEDEIROS DE OLIVEIRA

METODOLOGIA DE ENSINO DO FUTSAL NA EDUCAÇÃO FÍSICA


ESCOLAR: UMA PROPOSTA BASEADA NOS JOGOS TÁTICOS POR
COMPREENSÃO

Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-graduação em
Educação Física em Rede Nacional,
no polo da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, como requisito
parcial para obtenção do grau de
Mestre em Educação Física.

Orientador: Prof. Dr. Márcio Romeu


Ribas de Oliveira

NATAL
2020
4

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN


Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS

Oliveira, Edilson Medeiros de.


Metodologia de ensino do futsal na Educação Física escolar:
uma proposta baseada nos jogos táticos por compreensão / Edilson
Medeiros de Oliveira. - 2020.
156f.: il.

Dissertação (Mestrado em Educação Física em Rede Nacional) -


Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências
da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Educação Física. Natal, RN,
2020.
Orientador: Márcio Romeu Ribas de Oliveira.

1. Futebol de salão - Dissertação. 2. Futsal - Dissertação. 3.


Educação Física - Dissertação. 4. Jogos táticos - Dissertação. I.
Oliveira, Márcio Romeu Ribas de. II. Título.

RN/UF/BS-CCS CDU 796.332

Elaborado por ANA CRISTINA DA SILVA LOPES - CRB-15/263


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EDILSON MEDEIROS DE OLIVEIRA

METODOLOGIA DE ENSINO DO FUTSAL NA EDUCAÇÃO FÍSICA


ESCOLAR: UMA PROPOSTA BASEADA NOS JOGOS TÁTICOS POR
COMPREENSÃO

Dissertação apresentada ao curso


de Pós-graduação em Educação
Física em Rede Nacional, no polo da
Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, como requisito parcial para
obtenção do grau de Mestre em
Educação Física.

Aprovada em: ______/______/______

BANCA EXAMINADORA

______________________________________
Prof. Dr. Márcio Romeu Ribas de Oliveira
Orientador
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

______________________________________
Prof. Dr. Aguinaldo Cesar Surdi
Membro interno
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

______________________________________
Prof. Dr. Eduardo Vinícius Mota e Silva
Membro externo
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
6

Com amor, aos meus pais.


7

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pelo dom da vida e por me guiar e proteger


em todos os projetos que me proponho a realizar.

Aos meus pais Lucilene e “Zé Dilson”, que por acreditarem no poder da
educação abdicaram de muitas coisas para me proporcionar a oportunidade de
estudar, sempre acreditando no meu potencial. Espero um dia realizar o sonho
de minha mãe, ter um filho “doutor”.

Aos amigos de mestrado, em especial a Eugênia Gregório, Marcos Leiva, Alex


Pinto e Marcelo Paiva pelo companheirismo nesses dois anos de estudos,
congressos e viagens, sempre compartilhando pensamentos, angústias e
principalmente, conhecimento.

Ao amigo Otávio Balzano por me ajudar na criação desta pesquisa, sempre


disponível para ler, discutir e compartilhar seu grande conhecimento sobre
futsal.

Aos amigos que Assis Filho, Sara Oliveira, Karine e Karoline Oliveira pela ajuda
na construção do texto.

Aos professores Márcio, Pádua, Pereira, Cida, Alysson, Beth e Aguinaldo pela
dedicação em fazer o mestrado funcionar e pelos conhecimentos
compartilhados.

Ao professor orientador Márcio Romeu Ribas de Oliveira, muito obrigado pela


compreensão e paciência nesta orientação.

Agradeço aos professores de minha banca examinadora, Prof. Eduardo Mota e


Silva e Prof. Aguinaldo Surdi pelo conhecimento passado com tanta atenção e
zelo.

Aos grandes treinadores (José Mourinho, Jorge Jesus e Pep Guardiola) por
servirem como referência no meu modo de atuar profissionalmente.

Agradeço a escola e alunos que aceitaram participar da pesquisa com tanta


dedicação.
8

A Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

Ao Grupo de Pesquisa Corpo e Cultura de Movimento (GEPEC) pelas


discussões e conhecimentos passados.

A Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP).


9

Não é fácil passar da teoria à pratica, sobretudo com


jogadores... que não aceitam o que lhes é dito apenas
pela autoridade de quem o diz. É preciso provar-lhes que
estamos certos. Comigo, o trabalho tático não é apenas
um trabalho onde de um lado está o emissor e do outro o
receptor.

José Mourinho
10

RESUMO

O futsal se caracteriza por ser um dos esportes mais praticados e ensinados


nas escolas. Essa grande adesão se deve a grande popularidade que possui
na sociedade brasileira. Muitas são as metodologias utilizadas pelos docentes
para o ensino deste esporte. Os jogos táticos por compreensão são um destes
possíveis métodos de ensino deste conteúdo. O presente trabalho possui como
objetivo analisar a aplicação de uma proposta de ensino do futsal baseada na
metodologia dos jogos táticos por compreensão com estudantes do segundo
ano do ensino médio. Este estudo é caracterizado como um relato reflexivo de
caráter quali-quantitativo e de natureza descritiva. Os instrumentos utilizados
na pesquisa foram: a) proposta de avaliação do nível de conhecimento tático
no futsal: uma referência para os esportes coletivos de autoria de Souza (1999)
e b) diário de campo do professor. Foram ministradas doze aulas de futsal sob
o método dos jogos táticos por compreensão em duas turmas de segundo ano
do ensino médio, de uma escola pertencente a Rede Estadual de ensino do
Ceará. A amostra foi composta por 26 alunos regularmente matriculados no
referido ano. Com relação a aplicação da proposta de ensino, constatou-se que
esta requer do docente um elevado nível de organização, conhecimento e
adaptação para desenvolver o conhecimento tático declarativo e de tomada de
decisão dos alunos, pois a intervenção do professor foi extremamente
necessária. No que se refere ao nível de conhecimento tático declarativo e de
tomada de decisões, verificou-se que os estudantes apresentaram um baixo
nível de conhecimento inicial que foi elevado de maneira significativa após a
intervenção proposta, pois a Turma A elevou 23% do conhecimento e a Turma
B 22%. Em referência a participação dos alunos, estes demonstraram
satisfação, entusiasmo e grande comprometimento na resolução dos jogos
táticos, demonstrando insatisfação quando as aulas acabaram. Conclui-se que
a proposta de ensino foi muito bem aceita pelos estudantes e elevou de
maneira significativa o nível de conhecimento tático declarativo e de tomada de
decisões no futsal dos alunos investigados.

Palavras-chave: Futsal. Educação Física. Jogos táticos.


11

ABSTRACT

O Futsal is characterized by being one of the most practiced and taught sports
in schools. This great adhesion is due to the great popularity it has in Brazilian
society. There are many methodologies used by teachers to teach this sport.
Tactical games by understanding are one of these possible methods of teaching
this content. The present work aims to analyze the application of a proposal for
teaching futsal based on the methodology of tactical games by understanding
with students of the second year of high school. This study is characterized as a
reflective report of quali-quantitative character and descriptive nature. The
instruments used in the research were: a) proposal to evaluate the level of
tactical knowledge in futsal: a reference for collective sports authored by Souza
(1999) and b) teacher's field diary. Twelve futsal classes were taught under the
method of tactical games by understanding in two second-year high school
classes, from a school belonging to the State School Network of Ceará. The
sample consisted of 26 students regularly enrolled in that year. Regarding the
application of the teaching proposal, it was found that it requires a high level of
organization, knowledge and adaptation from the teacher to develop the
students' declarative and decision-making tactical knowledge, because the
teacher's intervention was extremely necessary. With regard to the level of
declarative tactical knowledge and decision-making, it was found that the
students presented a low level of initial knowledge that was significantly
elevated after the proposed intervention, as Class A increased 23% of the
knowledge and Class B 22%.In reference to the participation of the students,
they demonstrated satisfaction, enthusiasm and great commitment in the
resolution of tactical games, showing dissatisfaction when the classes ended. It
is concluded that the teaching proposal was very well accepted by the students
and significantly increased the level of declarative tactical knowledge and
decision-making in the futsal of the investigated students.

Keywords: Futsal. Physical Education. Tactical games.


12

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Exercícios técnicos para chute do método analítico-sintético .......... 42

Figura 2 - Modelo de atividade do método global-funcional ............................. 44

Figura 3 - Apresentação da pesquisa de mestrado para o(a)s estudantes ...... 61

Figura 4 - Apresentação de conceitos táticos para o(a)s estudantes ............... 67

Figura 5 - Roda de conversa inicial .................................................................. 74

Figura 6 - Prancheta tática de futebol de campo adaptada ao futsal ............... 74

Figura 7 - Jogo tático dos quatros retângulos .................................................. 78

Figura 8 - Aplicação de exercícios técnicos de forma pontual ......................... 79

Figura 9 - Prática de bobinho por alunas ......................................................... 84

Figura 10 - Meninos e meninas jogando juntos ............................................... 90

Figura 11 - Jogos de 2x1 + coringa em espaço reduzido ................................. 92

Figura 12 - Aprendizagens táticas presentes no jogo 2x1 + coringa ................ 93

Figura 13 - Jogo da trave no meio.................................................................... 99

Figura 14 - Professor jogando o jogo do coringa no meio com o(a)s aluno(a)s


....................................................................................................................... 102

Figura 15 - Jogo tático da marcação na quadra defensiva ............................. 107

Figura 16 - Encerramento das intervenções práticas ..................................... 111

Figura 17 - Percentual de evolução de acertos dos alunos da Turma A ........ 113

Figura 18 - Percentual de evolução de acertos dos alunos da Turma B ........ 114


13

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Características do método dos jogos táticos por compreensão ..... 46

Quadro 2 - Objetivos e descrição do jogo tático dos dois pivôs no apoio ........ 47
14

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Primeira intervenção: jogo tático dos quatro retângulos.................. 75

Tabela 2 - Segunda intervenção: jogo tático dois dois setores na horizontal ... 81

Tabela 3 - Terceira intervenção: jogo tático dos dois setores na vertical ......... 86

Tabela 4 - Quarta intervenção: jogo tático das quatro traves ........................... 91

Tabela 5 - Quinta intervenção: jogo tático da trave extra no meio da quadra .. 96

Tabela 6 - Sexta intervenção: jogo tático com coringa no meio ..................... 101

Tabela 7 - Sétima intervenção: jogo tático que só pode marcar na quadra


defensiva ........................................................................................................ 105

Tabela 8 - Oitava intervenção: jogo tático das quatro bolas na mão .............. 108
15

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Pontuação da avaliação diagnóstica – Turma A ............................. 68

Gráfico 2 - Pontuação da avaliação diagnóstica - Turma B ............................. 68

Gráfico 3 – Percentual de acertos dos discentes na avaliação diagnóstica -


Turma A............................................................................................................ 69

Gráfico 4 - Percentual de acertos dos discentes avaliação diagnóstica - Turma


B ....................................................................................................................... 69

Gráfico 5 - Avaliação final Turma A ................................................................ 112

Gráfico 6 - Avaliação final Turma B ................................................................ 112


16

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 18

1.1 Objetivo .................................................................................................. 23

1.2 Objetivos específicos ........................................................................... 23

2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................ 24

2.1 Educação Física escolar no Brasil ...................................................... 24

2.2 Educação Física no Ensino Médio e seus dilemas ............................ 27

2.3 Esporte na Educação Física escolar ................................................... 31

2.4 Futsal na escola .................................................................................... 37

2.5 Métodos de ensino do futsal ................................................................ 40

2.6 Jogos táticos por compreensão .......................................................... 45

3 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA ................................................................. 50

3.1 Tipo de Pesquisa................................................................................... 50

3.2 Universo da Pesquisa ........................................................................... 52

3.3 Participantes.......................................................................................... 53

3.4 Intervenção ............................................................................................ 54

3.5 Instrumentos de coleta de dados ........................................................ 56

3.6 Procedimentos para a Análise de Dados ............................................ 57

3.7 Aspectos éticos..................................................................................... 58

4. DESCRIÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................. 59

4.1 Conhecendo a realidade ....................................................................... 59

4.1.1 1ª Intervenção: apresentação da proposta ....................................... 59


4.1.2 2ª Intervenção: aula teórica sobre futsal ........................................... 61
4.1.3 3ª intervenção: avaliação diagnóstica ............................................... 67
4.2 Jogar e pensar. É possível? ................................................................. 72

4.2.1 1ª aula prática: jogo tático dos quatros retângulos ........................... 75


4.2.2 2ª aula prática: jogo tático dos dois setores na horizontal ................ 81
17

4.2.3 3ª aula prática: jogo tático dos dois setores na vertical .................... 86
4.2.4 4ª aula prática: jogo tático das quatro traves .................................... 91
4.2.5 5ª aula prática: jogo tático da trave extra no meio ............................ 96
4.2.6 6ª aula prática: jogo tático com coringa no meio............................. 100
4.2.7 7ª aula prática: jogo tático que só pode marcar na quadra defensiva
................................................................................................................. 105
4.2.8 8ª aula prática: jogo tático das quatro bolas na mão ...................... 108
4.3 Sim, pensar e jogar é possível!.......................................................... 111

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 117

REFERÊNCIAS.............................................................................................. 120

APÊNDICES .................................................................................................. 130

ANEXOS ........................................................................................................ 148


18

1. INTRODUÇÃO

Pensar que o atual modelo de escola possui como principais funções a


transmissão, a criação, a reflexão e a ressignificação dos conhecimentos que
foram produzidos ao longo da história da humanidade e que são considerados
como essenciais para a inserção dos educandos no mundo faz com que o
papel dos professores na sociedade seja de suma importância, pois é este, por
seu caráter formador, o responsável por mediar esse processo, devendo adotar
um entendimento de ensino holístico (histórico, social, cultural e filosófico) da
disciplina que leciona, almejando formar cidadãos críticos e autônomos.

Uma dessas disciplinas é a Educação Física, que, além de ser


considerada um direito de todo cidadão que passa pela escola, caracterizou-se,
historicamente, por problematizar e ensinar os saberes relacionados às
práticas corporais. Unidades temáticas como jogos, ginástica, dança, lutas e
esportes sempre fizeram parte dos conteúdos a serem transmitidos.

Diante de tais constatações, percebo que a função do professor de


Educação Física é de grande relevância, pois esse irá trabalhar com saberes
que possuem elevada importância, haja visto o número de práticas sociais e
culturais presentes nas unidades temáticas da disciplina.

Nessa perspectiva, é essencial que os professores estejam sempre se


atualizando e buscando mais conhecimentos sobre a disciplina que lecionam,
seja em cursos, congressos e/ou em pós-graduações específicas da área. A
formação contínua irá propiciar uma maior aquisição de saberes e atualizações
constantes, o que poderá incidir em uma atuação mais ajustada e relevante
nas escolas brasileiras, uma vez que, quase sempre, a formação inicial
(graduação) não consegue formar de maneira integral os futuros profissionais e
que a rotina escolar pode levar ao comodismo dos professores.

No que se refere à formação continuada, constato que cursar o


Mestrado Profissional em Rede Nacional (PROEF) se transformou em um
momento ímpar de minha trajetória docente, pois me proporcionou
conhecimentos e entendimentos acerca da função da escola e da Educação
Física mais atuais e acertados à sociedade em que atuo e vivo.
19

Enfatizo a grande relevância das disciplinas cursadas durante este


período, sendo elas: Problemáticas da Educação Física; Seminários de
Pesquisa Científica em Educação Física; Escola, Educação Física e
Planejamento; Metodologia do ensino da Educação Física; Educação Física no
Ensino Médio e Seminários de Trabalho Final. Essas foram cursadas de forma
presencial na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e à
distância, através do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) da Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP).

Com relação à disciplina “Problemáticas da Educação Física”, destaco


os textos: “Educação Física Escolar: entre o “rola bola” e a renovação
pedagógica”, de González (2018), e “Inquietações no tratamento do esporte na
Educação Física escolar”, de Barroso (2018).

O texto de González (2018) aborda os três grandes tipos de atuações


docentes: práticas tradicionais; abandono do trabalho docente e práticas
inovadoras. Nesse sentido, averiguei que, durante toda minha escolarização
básica, vivenciei práticas tradicionais, nas quais as aulas eram no contraturno
escolar e separadas por sexo, cabendo às meninas praticarem vôlei, carimba e
ginástica e, aos meninos, praticarem basicamente futsal. Esses conteúdos
eram ensinados de maneira tecnicista e global. No que se refere à graduação,
realizada entre os anos de 2010 e 2013, na Universidade Federal do Ceará
(UFC), pude vivenciar práticas ditas inovadoras, pois os docentes, em especial
o Professor Otávio Balzano, trabalhavam com metodologias mais atuais. Esse
período me fez conhecer, treinar, estudar e ensinar o método dos jogos táticos
por compreensão no futsal, o que mudou totalmente meu entendimento sobre o
jogo de tal esporte, tanto em aspectos culturais, sociais e, principalmente, de
conhecimento e atuação no jogo, fatos que me incentivam a utilizar esse
método em minha atuação docente, pois busco que meus alunos
compreendam os conteúdos de maneira holística.

Com relação ao texto de Barroso (2018), o autor comenta sobre a


importância do esporte para a Educação Física e para a sociedade,
destacando que esse conteúdo, durante muito tempo, foi ensinado sob os
preceitos do esporte de rendimento, no qual se excluíam os estudantes que
não possuíam grandes habilidades físicas, em que se priorizava o rendimento
20

máximo. O autor defende que o esporte deve ser ensinado, mas que esse
ensino deverá ser mais ajustado ao ambiente escolar.

Aliando a leitura desses dois textos aos conteúdos da disciplina


intitulada “Educação Física no Ensino Médio”, comecei a questionar sobre os
motivos de os alunos de Ensino Médio da instituição em que trabalho gostarem
tanto de esporte e, de maneira mais especifica, de futsal. Constatei que essa
modalidade faz parte da vida pessoal, social e escolar dos estudantes. Do
ponto de vista pessoal e social, o futsal é praticado nas ruas, em praças e em
quadras presentes nos bairros em que os alunos moram. Partindo da
perspectiva escolar, observo que os discentes praticam o futsal antes, no
intervalo e após as aulas, ao longo dos cinco dias letivos da semana. Ademais,
passo o ano letivo inteiro sendo indagado quando se dará o início do evento
escolar mais esperado, que é o Campeonato Interclasses, e escutando a frase
mais comum em minhas aulas: “Professor, hoje vai ter futsal?”.

No entanto, percebo que, mesmo com essa grande oportunidade de


prática do futsal, o que acarreta uma elevada aprendizagem dos movimentos
técnicos da modalidade para muitos alunos, grande parte destes não consegue
entender ou verbalizar os motivos das tomadas de decisões feitas em quadra.
Nessa perspectiva, compreendo que esse conteúdo vem sendo ensinado de
diferentes formas e sob a influência de várias metodologias, nas quais uma
grande parte não apresenta as características adequadas para o ensino
escolar e para desenvolver autonomia e criticidade no aluno perante o jogo de
futsal.

No que se refere às metodologias de ensino do futsal na escola, Balzano


(2012) cita que há o método analítico-sintético, que se caracteriza por
desenvolver os movimentos técnicos, no qual os estudantes passam a maior
parte do tempo praticando os fundamentos de forma isolada, sem tomar
decisões táticas. Existe também o método global-funcional, o qual parte da
totalidade do movimento, em que o discente aprende jogando de forma livre.
Por fim, o autor cita a metodologia dos jogos táticos por compreensão, que
busca desenvolver nos alunos inteligência tática, autonomia, poder de decisão,
percepção, capacidade de resolução de problemas, criatividade e
compreensão holística da modalidade.
21

Dessa forma, este estudo pretende responder a seguinte problemática:


em qual medida uma proposta de ensino do futsal baseada na metodologia dos
jogos táticos por compreensão ajudará o aluno a elevar seu nível de
conhecimento tático declarativo e de tomada de decisão dentro da unidade
temática futsal?

A opção pelo desenvolvimento desta pesquisa nasce da minha


proximidade com o futsal, pois esse esporte faz parte da minha vida
profissional e pessoal. Outra motivação se relaciona com a busca de subsídios
teóricos e práticos que me auxiliem na carreira como professor de Educação
Física e, por fim, refere-se a minha inquietação quanto a prática de futsal nas
aulas de Educação Física que leciono, pois verifico que os alunos apresentam
grandes deficiências no modo de entender e tomar decisões táticas dentro do
jogo, agindo quase sempre de modo a desenvolver o esporte de maneira
pouco eficaz e anárquica.

A relevância acadêmica desta pesquisa encontra-se em analisar a


aplicação de uma metodologia de ensino do futsal para o Ensino Médio que
busque aumentar o conhecimento tático declarativo e de tomada de decisão
dos discentes dentro da unidade temática futsal. Almeja-se que essa pesquisa
possa servir como referência teórica para os demais docentes com relação ao
desenvolvimento do futsal em âmbito escolar, pois, apesar de ser uma
modalidade bastante praticada, ainda são poucos os estudos que relacionam
métodos de ensino do futsal nas aulas de Educação Física no Ensino Médio e
o desenvolvimento do conhecimento tático, fato verificado em revisão
sistemática realizada nas revistas eletrônicas especializadas da área ( Revista
Movimento, Revista Brasileira de Futsal e Futebol, Revista Motriz e Revista
Brasileira de Ciências do Esporte), com as palavras-chave: conhecimento
tático, futsal e escola, na qual verificou-se que, entre os anos de 2016 e 2020,
somente quatro estudos foram publicados com essa temática.

A importância social desta pesquisa dá-se por desenvolver, nos alunos,


uma maior aprendizagem sobre a unidade temática futsal e uma maior
capacidade de compreender e tomar decisões dentro da prática desse jogo,
pois, além da grande relevância desse esporte na cultura escolar local, a
22

prática do futsal pelos alunados se desenvolve de maneira lúdica, recreativa ou


competitiva em outros contextos sociais.

Uma das hipóteses que pode ser levada em consideração é que uma
metodologia de ensino do futsal baseada nos jogos táticos por compreensão
ajudará os alunos a elevarem seu nível de conhecimento tático declarativo e de
tomada de decisão dentro da unidade temática futsal. A segunda hipótese é
que os discentes considerarão a metodologia de ensino mais prazerosa e
efetiva para a aprendizagem da unidade temática futsal.
23

1.1 Objetivo

Analisar a aplicação de uma proposta de ensino do futsal baseada na


metodologia dos jogos táticos por compreensão com estudantes do segundo
ano do ensino médio.

1.2 Objetivos específicos

Avaliar o nível de conhecimento tático declarativo e de tomadas de decisões


dentro da unidade temática futsal antes e depois da intervenção da proposta
dos jogos táticos por compreensão;

Comparar o nível de conhecimento tático declarativo e de tomadas de decisões


dentro da unidade temática futsal após a intervenção da proposta dos jogos
táticos por compreensão;

Descrever a participação de estudantes na unidade temática futsal sob a


metodologia dos jogos táticos por compreensão.
24

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Educação Física escolar no Brasil

A disciplina Educação Física se apresenta como um componente


curricular obrigatório da Educação Básica no Brasil, sendo naturalmente
entendida como um direito de todos os alunos que frequentam as escolas
brasileiras (IMPOLCETTO e DARIDO, 2018; DARIDO et al., 2011).

Nesse sentido, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Nº


10793/2003) regulamenta que a Educação Física é um componente curricular
obrigatório que necessita ser integrado à proposta pedagógica da escola,
devendo ser ensinada em todos os níveis de escolarização, com exceção do
Ensino Superior.

Compreende-se que a função da Educação Física na escola seja a de


introduzir os alunos na cultura corporal de movimento, com o intuito de
proporcionar a construção de um amplo acervo cultural, visando formar
cidadãos críticos e capazes de reproduzir, preservar, transformar e difundir os
conteúdos dessa cultura (IMPOLCETTO; BARROSO, 2017; CASTRO, 2017).

Com uma perspectiva muito semelhante, Galvão, Rodrigues e Sanches


Neto (2011) comentam que o principal objetivo da Educação Física Escolar é
introduzir e integrar os alunos na cultura corporal de movimento, desde a
Educação Infantil até o Ensino Médio, formando sujeitos que possam praticar,
utilizar e transformar as manifestações que compõem essa área, como o jogo,
o esporte, a dança, a ginástica, a luta e as práticas alternativas.

Em consonância com esses autores, Betti (2009, p. 64) conceitua a


Educação Física na escola como:

[...] uma disciplina que tem por objetivo oportunizar aos


aluno(a)s a apropriação crítica da cultura corporal de
movimento, visando a formar o cidadão que irá usufruir,
compartilhar, produzir, reproduzir e transformar as formas
culturais do exercício da motricidade humana: jogo, esporte,
ginásticas e práticas de aptidão física, dança e atividades
rítmicas/expressivas, lutas/artes marciais, práticas alternativas.
25

Nessa perspectiva, entende-se que a cultura corporal de movimento são


todos os jogos, esportes, danças, ginásticas e lutas que foram criadas pelo
homem ao longo da história, devendo ser papel da Educação Física escolar
disponibilizar, ensinar e problematizar junto às novas gerações todo esse rico
patrimônio cultural da humanidade (DARIDO; FERREIRA, 2015).

De acordo com os autores, esses conhecimentos são indispensáveis


para que os alunos tenham uma compreensão da realidade em que estão
inseridos, possibilitando uma ação consciente e crítica em seu cotidiano,
promovendo uma ampliação de seu universo cultural. Nessa lógica, a BNCC
(BRASIL, 2017, p. 213) cita que “as práticas corporais devem ser abordadas
como fenômeno cultural dinâmico, diversificado, pluridimensional, singular e
contraditório”, orientando que essas precisam ser tematizadas em suas
variadas formas de codificação e significação social, necessitando ser
entendidas como manifestações das possibilidades de expressão dos sujeitos,
produzidas por distintos grupos sociais ao longo da história. Segundo esse
documento, o movimento humano está sempre atrelado ao âmbito da cultura,
não se restringindo ao simples deslocamento corporal em um determinado
espaço-temporal.
Segundo Daólio (2006), a Educação Física escolar deve sempre partir
do acervo cultural dos alunos, porque as práticas corporais que esses trazem
consigo extrapolam a influência da escola, sendo culturais e possuindo
significados na vida cotidiana dos discentes.
Nesse sentido, Darido e Souza Junior (2007, p. 14) comentam que:

Educação Física é uma área que ultrapassa a ideia de estar


voltada apenas para o ensino do gesto motor correto. Muito
mais que isso, cabe ao professor de EF problematizar,
interpretar, relacionar, analisar com seus alunos as amplas
manifestações da cultura corporal, de tal forma que estes
compreendam os sentidos e significados impregnados nas
práticas corporais.

Ao se apropriar do ensino desses temas, a disciplina Educação Física


assume um caráter diferenciado na escola, pois trabalha as unidades temáticas
que envolvem diretamente os conhecimentos culturais corporais dos alunos,
que podem ser aprendidos em contextos não escolares, como nas brincadeiras
de rua com os amigos ou no próprio ambiente familiar. Exemplificando essa
26

afirmação, é muito comum, na sociedade brasileira, os alunos chegarem à


escola com conhecimentos prévios sobre futebol, futsal e jogos populares, pois
são práticas que fazem parte da cultura e do cotidiano do povo brasileiro, nos
quais os discentes vivenciam, praticam, discutem e treinam estes esportes fora
do âmbito escolar, sendo o seio familiar, as mídias sociais e o jornalismo
esportivo grandes difusores de conhecimentos sobre essas práticas.

Segundo Morais (2016), as aulas de Educação Física apresentam uma


situação não existente em outras disciplinas escolares: a possibilidade de os
alunos poderem sair das salas de aula formais e participarem de brincadeiras,
que, a priori, só poderiam ser praticadas fora da escola, nas ruas com os
amigos. Isso acaba propiciando um ambiente totalmente favorável para o
processo de ensino e aprendizagem. Diante disso, faria total sentido outras
matérias escolares buscarem essa maior integração entre os conteúdos
ensinados e a realidade não escolar dos discentes.

Devido ao trato com essas temáticas, as aulas de Educação Física se


tornam um dos momentos mais significantes e diferenciados no contexto
escolar, pois, ao saírem das aulas teóricas, nas quais os alunos passam muito
tempo sentados, estes se sentem mais motivados para participar efetivamente
das aulas, pois, podem vivenciar e experimentar os conteúdos de uma maneira
mais corporal e dinâmica.

Carvalho (2015) verificou, em estudo feito com jovens estudantes com


faixa etária de 11 a 15 anos, que os fatores que mais os motivavam a participar
das aulas de Educação Física eram: gostar da diversidade das atividades
(67,14%), serem incentivados pelos professores (62,86%), aprenderem os
esportes (61,43%) e sentirem prazer em realizar as atividades propostas
(54,28%).

Dessa forma, verifica-se que até o final do Ensino Fundamental a aula


de Educação Física se configura como uma das que mais atraem os alunos,
entretanto, percebe-se na literatura especializada que, quando se chega ao
Ensino Médio, muitos deixam de participar efetivamente da disciplina, seja por
fatores intrínsecos (não gostar das aulas, inabilidade ou falta de experiência em
algum esporte e grandes mudanças corporais) ou extrínsecos (falta de
27

estrutura e material para as aulas, ausência de avaliações sistematizadas,


aulas no turno contrário e repetição sistemática dos conteúdos), tornando esta
fase da escolarização básica um período de grande abandono e evasão das
aulas de Educação Física (NISTA-PICOLLO; MOREIRA, 2012; MOREIRA;
PEREIRA, 2009; NARDON; DARIDO, 2017; DARIDO, GONZALEZ e
GINCIENE, 2018).

2.2 Educação Física no Ensino Médio e seus dilemas

De acordo com Molina Neto (2017), historicamente, o Ensino Médio, no


Brasil, tem se estabelecido como um nível de escolaridade de difícil
enfrentamento, pois distintos problemas perpassam por suas estruturas,
concepções e funções no seio da escolarização.

Com relação à Educação Física no Ensino Médio, este é um ciclo de


ensino que apresenta grandes problemas relacionados à disciplina, seja por
falta de interesse e habilidade dos alunos, número elevado de pedidos de
dispensa, repetição dos conteúdos ou outros fatores (DARIDO et al., 2017).

Em referência ao jovem não participar das aulas por não gostar, ou por
apresentar inabilidade ou falta de experiência em algum esporte, Nardon e
Darido (2017) afirmam que essa situação acaba gerando uma situação peculiar
na Educação Física, pois o estudante, ao afastar-se das práticas escolares por
conta de sua inabilidade e falta de experiência, não consegue perceber que
esses aspectos talvez sejam gerados justamente por sua não participação nas
aulas. Essa situação acaba se tornando em um círculo vicioso que afasta o
jovem das aulas, culminando no fracasso da disciplina no Ensino Médio.
Entender as razões que levam o estudante a se engajar ou a se afastar das
aulas é uma questão que vai além do âmbito escolar, sendo necessário ao
professor buscar compreender como esse jovem estabelece relação com as
atividades físicas em sua vida particular.

Uma possibilidade de elevar a participação dos alunos é apresentar


aulas que não tenham como objetivo principal a execução do gesto motor de
forma perfeita, pois, em razão desse tipo de aula, muitos discentes, por não
28

apresentarem grandes destrezas, acabam abandonando a Educação Física


Escolar. Darido, González e Ginciene (2018) destacam que o professor não
deve medir esforços para que os estudantes se sintam incluídos e obtenham
sucesso na aprendizagem. Para Morais (2016), cabe ao docente ter domínio
sobre os alunos para que todos possam aprender efetivamente, e não apenas
realizar os desejos dos que possuem mais habilidades.

Nessa perspectiva, não se deve privilegiar os estudantes que já


apresentam grandes habilidades físicas e esportivas em determinadas
modalidades, pois, se o professor adotar tal postura, poderá desestimular quem
tem pouco conhecimento e domínio sobre os conteúdos. Depois de algum
tempo de prática docente, é fácil perceber essa situação, uma vez que os
discentes que gostam e sabem mais sobre alguma modalidade específica
acabam tentando induzir os professores a ensinarem somente o conteúdo que
mais lhes agrada. Exemplo bastante comum de tal situação é quando os
alunos querem transformar as aulas de Educação Física em momentos de
prática livre de futsal, pois este é um dos esportes mais praticados fora do
ambiente escolar, o que pode acarretar na exclusão dos alunos que não sabem
jogam ou dos alunos com alguma deficiência.

Nista-Picollo e Moreira (2012) relatam que, no Ensino Médio, existem


mais dois problemas que afastam os alunos das aulas de Educação Física: (i) a
falta de motivação dos adolescentes para a prática de exercícios físicos,
condição que pode ser agravada com os inúmeros recursos tecnológicos e
redes sociais existentes em nossa sociedade, e (ii) às expectativas que os pais
possuem da escola, exigindo que seus filhos se preparem exclusivamente para
os vestibulares, deixando em segundo plano toda atividade escolar que não
foque exclusivamente nesses exames.

Outro problema que leva à não participação nas aulas de Educação


Física são as mudanças corporais experimentadas na adolescência. A
adolescência é um período naturalmente marcado por mudanças e, muitas
vezes, os alunos acabam se afastando das aulas pela simples vergonha da
exposição corporal diante de seus colegas. Nesse sentido, cabe aos docentes
conscientizarem os alunos de que estas mudanças são normais e passageiras
(NARDON; DARIDO, 2017),
29

Outra situação recorrente é a falta de infraestrutura das escolas públicas


brasileiras, pois é muito comum encontrar ambientes em que não há o mínimo
de estrutura possível para as práticas corporais, ou seja, um número
considerável de instituições não possui quadras cobertas, campos e pátios
adequados para a Educação Física Escolar. A falta de material didático
também se torna um fator limitador para a diversificação das práticas corporais
nas aulas. É recorrente o professor ter como material didático de trabalho uma
única bola de futebol ou futsal. Dessa forma, os alunos podem passar vários
anos de suas vidas escolares estudando e vivenciando somente as limitadas
práticas corporais que são possíveis em suas escolas.

Ratificando esses dados, Novais e Avila (2015) encontraram, em estudo


realizado em 16 escolas públicas estaduais da cidade de Ilhéus, na Bahia, que
nenhuma delas possuía quadra coberta, nove apresentavam quadras
descobertas, duas tinham quadras de areia e apenas uma possuía um campo
de futebol. De acordo com os autores, essa falta de estrutura ocasiona alguns
transtornos no ambiente escolar, por exemplo, a limitação do trabalho docente
e restrição a determinadas práticas corporais e esportivas.

O modelo de avaliação da disciplina também pode contribuir para o


afastamento dos alunos das aulas. Nista-Picollo e Moreira (2012) citam a
ausência de avaliação como um dos fatores que dificultam o desenvolvimento
da disciplina. Outro ponto relevante para os autores é o fato de os conteúdos
da área não serem cobrados em muitos vestibulares do país, fazendo com que
alunos e pais deem pouca importância aos estudos da Educação Física. Nesse
sentido, a ausência de um modo de avaliação sistematizado por parte de
alguns professores e a não cobrança desses conteúdos em muitos vestibulares
podem acabar passando a falsa ideia de que a disciplina não possui
aprendizagens significativas.

Ainda sobre avaliação na Educação Física Escolar, Darido (2012)


comenta que, historicamente, esse aspecto da disciplina sempre esteve muito
atrelado às questões quantitativas (medição, desempenho das capacidades
físicas, habilidades motoras e uso de medidas antropométricas). A autora
defende que avaliação necessita ser considerada como um processo mais
amplo do que atribuir números e conceitos aos alunos, devendo auxiliar o
30

alunado a aprender, mais e melhor, e sempre respeitar as experiências prévias


e as características pessoais de cada um.

Com relação às aulas em turno contrário, essa prática ainda é muito


comum nas escolas brasileiras, fato que pode dificultar a ida do aluno à escola,
pois há adolescentes que aproveitam esse período para fazer cursos e
atividades extracurriculares fora do ambiente escolar, como também existem
aqueles que possuem como obrigação cuidar de seus irmãos mais novos, ou
ainda os que possuem uma ocupação formal remunerada para ajudar nos
gastos familiares. Uma forma de modificar esse panorama seria com a
realização das aulas no turno regular em que o aluno frequenta a escola,
diminuindo, assim, essa não aderência às aulas.

Corroborando essas afirmações, Darido et al. (2017) comentam que é


necessário que haja uma maior valorização da disciplina nas escolas, fazendo
com que essa seja ministrada no mesmo período que as demais do currículo.
Segundo a autora, essa proposta poderia inviabilizar as dispensas e tornar o
acesso aos conhecimentos da cultura corporal de movimento mais
democrático.

No que se refere à repetição sistemática dos conteúdos, Moreira e


Pereira (2009) descrevem que, em muitas escolas, as manifestações corporais
das séries finais do Ensino Fundamental se repetem no Ensino Médio,
ocasionando desmotivação nos discentes, os quais passam a questionar o
significado da Educação Física naquele nível de ensino. Esse fato pode ser
verificado quando são aplicadas as avaliações diagnósticas no início de cada
ano letivo, pois é muito comum os alunos citarem as modalidades esportivas
como os únicos conteúdos ensinados ao longo de suas vidas escolares.

Corroborando esses dados, Ferreira, Rufino e Darido (2017)


constataram, em estudo feito sobre o perfil dos estudantes de Ensino Médio de
escolas públicas estaduais de uma cidade do interior do Estado de São Paulo,
que, desde as primeiras aulas escolares até o momento da pesquisa, os
estudantes citaram o esporte como conteúdo hegemônico nas suas classes de
Educação Física, citando, de maneira mais específica, as modalidades voleibol
(94,6%), futebol (91,6%), basquetebol (89,6%) e handebol (45,3%).
31

Os autores Darido, González e Ginciene (2018) afirmam que, para se


diminuir o afastamento devido à repetição sistemática dos conteúdos, é
imprescindível a diversificação das práticas ensinadas na disciplina, assim
como, que essas propiciem uma aprendizagem efetiva aos alunos. Nesse
sentido, Nista-Picollo e Moreira (2012) comentam que um programa de
Educação Física Escolar voltada para o Ensino Médio deve ser elaborado em
parceria com os alunos, buscando saber suas expectativas e necessidades.

Assim sendo, incluir os estudantes na seleção dos conteúdos,


metodologias ou formas de avaliação pode ser uma das formas para diminuir a
evasão das aulas, pois requer deles empenho na construção da disciplina,
propiciando o envolvimento e o protagonismo juvenil.

Com os dados citados acima, constata-se que o esporte continua sendo


um dos conteúdos hegemônicos nas aulas de Educação Física no Brasil. No
entanto, verifica-se nos estudos da área (SOARES et al., 2009; GONZÁLEZ,
2018; BRACHT, 2009; GALVÃO; RODRIGUES; MOTA e SILVA, 2011) que, em
muitas escolas brasileiras, esse continua sendo ensinado sob os preceitos do
esporte de rendimento (performance máxima, seleção dos alunos mais
habilidosos, busca de recordes) ou sem nenhuma intervenção diretiva do
professor no processo de ensino e aprendizagem e de avaliação, deixando a
cargo dos alunos o desenvolvimento das aulas. Esses fatos acabam
influenciando na importância dada ao ensino dos esportes na escola, pois, em
muitos casos, a comunidade escolar passa a visualizar esse conteúdo como de
pouca importância para a vida estudantil dos discentes.

Dessa forma, torna-se importante conhecer as várias possibilidades de


ensino desse conteúdo, a fim de que se possa ampliar, para os alunos, as
possibilidades de aprendizagem efetiva nessa área do conhecimento, que
atualmente é tão praticada, assistida e estudada na sociedade.

2.3 Esporte na Educação Física escolar

O esporte é compreendido como uma das manifestações socioculturais


mais difundidas e valorizadas em todo o mundo, desenvolvendo-se em
32

diversos cenários e envolvendo diferentes personagens, seja para a prática


cotidiana das diversas comunidades e suas culturas, incluindo a escolar, ou
para o mundo do espetáculo (ANDERÁOS, 2009; GALATTI, 2006; GONZÁLEZ;
DARIDO; OLIVEIRA, 2014).

Hildebrandt-Stramann (2013) afirma que o esporte é um fenômeno


marcante na sociedade moderna, que adquire um significado crescente na
configuração na vida dos indivíduos. Segundo o autor, o esporte possui um alto
valor na vida das crianças e dos jovens, seja como uma possibilidade para a
formação e participação em grupos esportivos (formais e informais), ou como
consumidores e espectadores de espetáculos esportivos.

De acordo com Kunz (2009), o esporte se constitui, hoje, sem dúvida


nenhuma, em um dos mais importantes objetos de análise, não apenas das
ciências do esporte, mas de múltiplas abordagens literárias. Áreas do
conhecimento como filosofia, psicologia, sociologia e economia passaram a
estudar com grande profundidade temas relacionados aos esportes. Nesse
sentido, Tubino (2010) cita que esse assunto tem merecido, da intelectualidade
e da mídia internacional, uma atenção especial, permitindo um aprofundamento
nos estudos de seus aspectos políticos, sociais, culturais, científicos,
antropológicos e educacionais. De acordo com o autor, essas pesquisas vão
inserindo, de forma consolidada, os fatos esportivos na contemporaneidade,
fazendo com que esse tema se torne uma das prioridades das diversas
sociedades do mundo atual.

Diante dessa grande importância, a Organização das Nações Unidas


para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), através de sua Carta
Internacional da Educação Física, da Atividade Física e do Esporte (2018),
defende que todo ser humano possui o direito fundamental de acesso ao
esporte, sem qualquer tipo de discriminação. Já a Constituição da República
Federativa do Brasil (2016) cita que é obrigação do Estado fomentar práticas
desportivas formais e não formais, devendo destinar recursos públicos para a
promoção prioritária do desporto educacional.

Bento (2006), por sua vez, comenta que o esporte pode ser concebido
como um fenômeno polissêmico e de realidade polimórfica, múltipla e não
33

singular. Dessa forma, percebe-se que o esporte pode ser utilizado e praticado
das mais diversas formas e com diferentes objetivos.

Reforçando essas afirmações, Gaya (2009, p. 60) entende que: “as


práticas esportivas através de suas diferenciadas formas de expressão,
propiciam diversos sentidos ou significados que diferem a partir dos objetivos,
dos sentidos e das necessidades atribuídas por seus praticantes”. O autor
comenta que existem, pelo menos, quatro possibilidades para as práticas
esportivas, sendo elas: o esporte de excelência, o esporte de lazer, o esporte
de reabilitação e reeducação e o esporte escolar.

Nessa mesma perspectiva, Gallati (2006) afirma que devido a essa


pluralidade, identificam-se algumas manifestações do esporte, destacando-se:
o esporte profissional, o esporte como opção de lazer, o esporte infantil, o
paraesporte e o esporte escolar. Diante dessas várias possibilidades, a Lei nº
9.615/1998, popularmente conhecida como Lei Pelé, cita que o esporte
brasileiro abrange práticas formais e não formais, classificando os esportes em:
esporte de participação, esporte de rendimento e esporte educacional.

Com relação ao esporte educacional, este deveria praticado nos


sistemas de ensino e em formas assistemáticas de educação, devendo-se
evitar a seletividade e a hipercompetição, com a finalidade de alcançar o
desenvolvimento integral do indivíduo, sua formação para o exercício da
cidadania e a prática do lazer (BRASIL, 1998).

Ainda sobre o esporte no ambiente escolar, esse se apresenta como um


dos conteúdos da chamada Cultura Corporal de Movimento, necessitando
receber um tratamento pedagógico, objetivando-se que os alunos obtenham
um conhecimento holístico desse conteúdo, não devendo ser priorizado apenas
o ensino das técnicas esportivas (SOARES et al., 2009). Barroso (2018) cita
que o esporte apresenta-se como um importante conteúdo da Educação Física
Escolar, sendo frequentemente abordado pelos professores.

Segundo a BNCC para o Ensino Médio, o esporte é um dos conteúdos


que devem ser ensinados na escola, com o objetivo de formar sujeitos capazes
de usufruir, produzir e transformar a cultura corporal de movimento, tomando e
34

sustentando decisões éticas, conscientes e reflexivas sobre o papel das


práticas corporais em seu projeto de vida e na sociedade (BRASIL, 2017).

No entanto, o que se percebe nos estudos da área (BARROSO, 2018;


MOTA; MARTINS, 2015; BRACHT, 2009; ASSIS DE OLIVEIRA, 2010) é que,
historicamente, o ensino desse conteúdo nas escolas brasileiras se pautou em
normas e preceitos do esporte de alto rendimento (máxima performance
atlética, comparação de resultados, sobrepujar os adversários, ensino voltado
para os mais aptos fisicamente e para as competições esportivas), o que se
opõe drasticamente aos princípios do esporte educacional. Nesse sentido, essa
grande influência do esporte de alto rendimento nas escolas ainda é muito
atual, pois é bastante comum alunos confundirem a disciplina com o ensino
exclusivamente prático de uma única modalidade esportiva, ou, ainda, o
professor utilizar as aulas de Educação Física como espaço para o treino
regular de alguma modalidade esportiva, dando preferência aos alunos com
grandes habilidades esportivas, em detrimento do menos habilidosos.

Bello Junior e Alves (2008) descrevem que não se deve, de forma


alguma, utilizar o tempo das aulas escolares para se descobrir talentos, treinar
equipes ou formar atletas. Segundo os autores, quando isso ocorre, o
componente curricular perde sua especificidade educacional e,
consequentemente, diminui sua importância dentro do contexto de formação
holística dos indivíduos.

Almejando superar o ensino dos esportes na Educação Física sob as


normas do esporte de alto rendimento, Bracht (2009) comenta que essa
temática deve ser tratada e privilegiada nas instituições escolares, atribuindo
um significado menos central à performance máxima e à competição,
procurando permitir aos educandos a vivência de práticas esportivas que
privilegiem antes o rendimento possível e a cooperação nas aulas.

Nesse mesmo entendimento, Nista-Piccolo e Moreira (2012) acreditam


que, dentro do contexto escolar, deve-se conhecer e praticar os esportes,
possibilitando aos alunos reconhecerem seus princípios éticos, valores
educacionais e regras de convivência comuns a sua vertente educacional. Para
os autores, ao se trabalhar o esporte sob princípios educativos, temos a
35

oportunidade de desenvolver ações em que os alunos criem interdependência


entre si, trabalhem em equipe, socializem alegrias e tristezas, elementos que
devem ser presentes numa prática esportiva devidamente orientada. De acordo
com Soares et al. (2009), é preciso resgatar os valores que privilegiem o
coletivo sobre o individual, defendendo o compromisso com a solidariedade e
com o respeito humano, compreendendo que o jogo se faz juntamente com
companheiros e adversários.

Permanecendo nessa visão de esporte na Educação Física Escolar,


muitos docentes primam por um ensino que privilegia de maneira simplista o
desenvolvimento apenas dos aspectos técnicos, táticos e físicos. Esses
professores centram sua prática docente em metodologias que enfatizam: a
aprendizagem perfeita dos gestos motores das modalidades esportivas;
estratégias e táticas rígidas de jogo e desenvolvimento da aptidão e
condicionamento físico.

Com relação ao ensino centrado exclusivamente nas técnicas


esportivas, Nardon e Darido (2017) defendem que o esporte na escola
necessita superar a mera realização de fundamentos técnicos, devendo
extrapolar o entendimento de uma simples prática motora. Os autores citam
que esse conteúdo deve ser entendido como um fenômeno a ser desconstruído
e reconstruído com e pelos estudantes, sempre com uma visão pedagógica e
crítica.

Entretanto, não se defende aqui que as técnicas esportivas devam ser


retiradas das aulas de Educação Física. Essas necessitam ser ensinadas, pois
fazem parte do acervo cultural e motor inerentes às próprias práticas esportivas
(SOARES et al., 2009). Acredita-se que as técnicas são importantes para o
processo de ensino e aprendizagem, pois, se o aluno não aprende os gestos
motores corretos, está lhe sendo negado um dos principais aspectos dos
esportes.

Nessa visão, o ensino dos gestos motores se tornam importantes para


as atividades motoras cotidianas dos alunos, pois a prática desportiva
desenvolve um amplo repertório motor que contribui para a segurança,
36

habilidade e destrezas em situações não esportivas (HILDEBRANDT-


STRAMANN, 2013).

Em respeito ao ensino dos esportes, dentro das aulas de Educação


Física nas escolas brasileiras, as modalidades futebol, futsal, handebol,
basquetebol e voleibol se destacam como conteúdos quase que unânimes ao
longo da vida escolar dos discentes (BARROSO, 2018; BELLO JUNIOR;
ALVES, 2008). Esse quadro, possivelmente, pode ser esclarecido pelos
seguintes fatos: essas modalidades possuírem grande prestígio e serem
praticadas, consumidas e disseminadas por um número considerável de
pessoas em território nacional; pela realidade das estruturas físicas e materiais
pedagógicos, na qual a maioria das instituições públicas de ensino só possuem
bolas esportivas e uma quadra poliesportiva; e por muitos professores
apresentarem grande desinteresse na oferta de práticas diversificas ou só
ensinarem o esporte que mais gostam.

No que se refere ao futsal, a grande inserção dessa modalidade nas


escolas, possivelmente, justifica-se pelo fato de ser muito popular entre os
alunos e não requerer muitos materiais específicos para seu ensino, bastando,
em muitos casos, um local adequado (quadra de futsal) e uma bola da
modalidade. No entanto, para além da prática do jogo em si, o professor deve
buscar aprofundar os conhecimentos técnicos, táticos, estratégicos, cognitivos
e de entendimento do jogo, propiciando aos discentes a melhor prática
possível. Ainda sobre esse esporte, o aluno deve saber sobre a importância
deste fenômeno para os aspectos culturais, sociais e históricos para a
sociedade brasileira.

Diante desses fatos, torna-se necessário que os docentes aprofundem


os conhecimentos sobre essa modalidade (unidade temática), para que
possam proporcionar um processo de ensino e aprendizagem mais eficaz e
enriquecedor aos discentes.
37

2.4 Futsal na escola

O futsal é uma modalidade esportiva que, em sua invenção, tem uma


questão de disputa entre Brasil e Uruguai, pois, segundo os autores Silva
Junior, Vieira e Balbino (2016, p. 17):

O Uruguai reivindica o título de criador da modalidade


afirmando que o futebol de salão nasceu nos anos 30 e foi
criado na Associação Cristã de Moços (ACM) de Montevidéu,
Uruguai, pelo professor Juan Carlos Ceriani.

De acordo com os autores, essa modalidade foi criada devido à


necessidade de se praticar alguma atividade física em recinto fechado durante
o intenso inverno uruguaio. Outro fato que corrobora a tese uruguaia são as
várias conquistas de sua seleção de futebol na época, transformando essa
modalidade em a mais praticada naquele país, tanto por crianças como por
adultos, o que ocasionou uma escassez de espaços e campos para a prática,
sendo a única solução a improvisação em locais menores, como quadra de
basquete e salões de baile (VOSER, 2003; BARROS; CORTEZ, 2011).

Já o Brasil defende que o futsal começou a ser praticado em seu


território, em 1940, pela Associação Cristã de Moços (ACM) em São Paulo,
pois havia uma grande dificuldade em encontrar campos de futebol livres.
Desse modo, começaram a realizar “peladas” nas quadras de basquete e
hóquei (SILVA JUNIOR; VIEIRA; BALBINO, 2016; CBFS, 2015).

No que concerne à prática do futsal na contemporaneidade, essa


modalidade é considerada como uma das mais populares e praticadas no
Brasil (SANTI MARIA; ARRUDA; ALMEIDA, 2009; VOSER; GIUSTI, 2002).
Compreende-se que o futsal possui um número extremamente elevado de
atletas profissionais e amadores em território nacional, que se estendem a
vários âmbitos: recreativo, de lazer, escolinhas, competitivos e escolares
(SILVA JUNIOR; VIEIRA; BALBINO, 2016; BELLO JUNIOR; ALVES, 2008).

Em referência ao futsal em ambiente escolar, este é extremamente


utilizado como unidade temática de ensino, sendo considerado um dos
conteúdos preferidos dos alunos. Isso talvez se explique pelo fato de grande
38

parte dos discentes trazer, de suas vidas em sociedade, certo grau de


conhecimento da modalidade (BELLO JUNIOR; ALVES, 2008). Ainda sobre o
futsal escolar, Fonseca (2007) comenta que essa modalidade permite que a
maioria dos estudantes possam praticá-la com razoável nível de desempenho,
pois não exclui e nem delimita um tipo específico de biótipo, podendo ser
praticada por alunos altos ou baixos, magros ou gordos, com ou sem grandes
habilidades físicas ou motoras prévias.

Outro fator para a grande popularidade do futsal é a grande semelhança


de gestos motores com os do futebol de campo, que tem sua prática limitada
pela ausência de locais plenamente adequados. Assim sendo, o futsal passa a
ser uma opção, um modo de praticarem seu esporte preferido. Dando um trato
cultural à presença do futsal na escola, essa representa as marcas da cultura
da vida local, na qual a prática é valorizada e entendida como parte integrante
da identidade dos alunos em nossa sociedade, gerando um sentimento de
pertença no grupo de estudantes que frequentam às aulas e implicando a
construção de uma rede de relações sociais, fora e dentro da quadra e da
escola (ANDERÁOS, 2009).

Nesse sentido, é papel do professor considerar e utilizar de forma


pedagógica os conhecimentos prévios que os estudantes trazem do contexto
social em que vivem, utilizando esse saber anterior para se alcançar um ensino
que transcenda os aspectos simplesmente práticos da modalidade, almejando-
se uma educação de caráter mais holístico, contemplando os aspectos sociais,
culturais e científicos do futsal.

No que se refere ao futsal enquanto modalidade esportiva de forma


específica, esse se classifica como um esporte coletivo de invasão, jogado por
duas equipes, que são formadas por cinco jogadores (quatro de linha e um
goleiro), que interagem e se confrontam em uma quadra retangular (SANTI
MARIA; ARRUDA; ALMEIDA, 2009; GONZÁLEZ; BRACHT, 2012). Em
referência às posições dos jogadores em quadra (goleiro, fixo, pivô e ala),
compreende-se que, no contexto escolar, os alunos não devem se especializar
somente em uma posição, devendo o docente oferecer as mais diversas
vivências e possibilidades para a aprendizagem.
39

Voser (2003) descreve que no jogo de futsal é possível identificar duas


grandes fases, nas quais os alunos agem de forma completamente antagônica:
fase de ataque e fase de defesa. Para o autor, na fase de ataque deve-se
conservar a bola, progredir ao gol adversário, atacar e finalizar a meta
adversária. Já na fase de defesa, necessita-se recuperar a bola, retardar ou
impedir a progressão do adversário a sua meta e, por fim, proteger o espaço
defensivo da própria meta. Todas essas fases do jogo acontecem de forma
constante e aleatória, necessitando dos alunos uma grande capacidade de
adaptação e compreensão tática do jogo, para que consigam apresentar um
jogo de bom nível e acessível a todos.

Corroborando essas afirmações, Tavares, Greco e Garganta (2006)


apresentam que a identidade do jogo de futsal materializa-se na variabilidade
de ações de ataque e defesa, nas características da velocidade do jogo, na
imprevisibilidade do contexto ambiental e no amplo leque das variações táticas.
Os autores defendem que a qualidade tática dos atletas para escolher “o que
fazer” (tomar uma decisão tática), deve-se unir ao “como fazer” (habilidade
técnica).

Dentro dessa perspectiva, é comum, nas aulas de Educação Física, os


alunos não apresentarem um bom nível de jogo (entendimento tático), pois
muitos não conseguem compreender a lógica do esporte e acabam praticando
o que Balzano (2012) cita como jogo anárquico, no qual há aglutinação em
torno da bola, individualismo exacerbado de alguns alunos, ações como não
voltar para defender e estar sempre falando para pedir a bola ou criticando o
colega. Entende-se, então, que, para além dos aspectos técnicos, o professor
deve buscar alternativas que desenvolvam a capacidade de um bom jogo nas
aulas, que se notabiliza por: passar a bola para os companheiros, afastar-se do
colega que tem a bola, movimentar-se para receber a bola e agir sempre com o
objetivo de marcar o gol (BALZANO, 2012).

A partir dessa visão de jogo, é necessário que se almeje, nas aulas de


futsal, uma maior qualidade de jogo praticado e um respeito a progressão e
estágio de desenvolvimento da aprendizagem de cada discente. O docente
deve privilegiar e elogiar atitudes de solidariedade, cooperação e respeito aos
40

colegas, inibindo o individualismo e a competição exagerada, assim como


atitudes de desrespeito aos alunos com menor nível de aprendizagem.

Silva Junior, Vieira e Balbino (2016, p. 39) descrevem que:

Ao se caracterizar o futsal como uma modalidade esportiva


coletiva de oposição/cooperação, jogado em espaço comum
com a participação simultânea de ofensivos e defensivos em
relação à bola e de forte apelo à inteligência, verifica-se ser
imprescindível que os atletas empreguem atitudes
permanentes tático-estratégica (fortemente vinculada aos
processos cognitivos relacionados à percepção, análise e
tomada de decisão.

A respeito das capacidades de percepção e tomada de decisão, Balzano


(2014) descreve a percepção como a capacidade do jogador selecionar um
número de informações essenciais para poder orientar suas ações nas distintas
situações de jogo. No tocante à tomada de decisão, o autor define como a
capacidade de tomar decisões rápidas e taticamente exatas, constituindo uma
das mais importantes capacidades do jogador, pois, se ele não entender o que
está fazendo, dificilmente obterá um bom desempenho no jogo.

Devido a essa complexidade do ensino do futsal, Silva Junior, Vieira e


Balbino (2016) defendem que se torna fundamental o professor utilizar métodos
de ensino atualizados e que desenvolvam as inteligências, propiciando aos
alunos a oportunidade de pensar, refletir e criar condições para se tomar
decisões adequadas dentro do jogo.

Perante tais constatações, verifica-se que é importante os professores


conhecerem as distintas metodologias de ensino e suas potencialidades, para
que desenvolvam um trabalho mais adequado às características do futsal e que
potencialize as habilidades e a capacidade de compreensão do jogo por parte
dos estudantes.

2.5 Métodos de ensino do futsal

Segundo González e Bracht (2012), métodos de ensino podem ser


interpretados de duas maneiras. A primeira delas é que o método se refere a
uma técnica do fazer, um conjunto de regras ou princípios normativos que
41

norteará o ensino dos conteúdos na prática docente. A segunda, de uma forma


mais abrangente, sugere que método é uma atitude intelectual que busca
identificar, na variabilidade das aulas, formas de mediação que facilitem o
processo de ensino e aprendizagem, sabendo-se que não é possível conseguir
o artifício universal de ensinar a todos todas as coisas.

Método, então, seria um “caminho” utilizado pelos professores para se


alcançar determinados objetivos pedagógicos. Entretanto, deve-se levar em
conta que diferentes métodos levam a distintos caminhos, sendo que cada um
possui aspectos positivos e negativos, cabendo aos docentes elegerem qual é
o mais adequado para sua realidade. Nesse sentido, Moreira e Pereira (2009)
comentam que não basta organizar bem uma aula se o método não favorece o
aprendizado, pois tão importantes quanto “o que” e “como” ensinar são “por
que” e “para que” ensinar. Os autores citam que não adianta determinar
objetivos que não sejam compatíveis com as limitações e as potencialidades do
grupo.

Nesse contexto de seleção dos métodos para o processo de ensino e


aprendizagem, historicamente, os docentes de Educação Física elegeram os
métodos analítico-sintético e global-funcional para o ensino do futsal no
ambiente escolar.

O método analítico-sintético surgiu primeiramente nos esportes


individuais, com a principal característica de ensinar e aprender as habilidades
específicas das modalidades de forma isolada, para que possam ser
transferidas para situações reais de jogo (BALZANO, 2012; SILVA JUNIOR;
VIEIRA; BALBINO, 2016). Nesse modelo, os procedimentos pedagógicos
desenvolvem o ensino do futsal por partes, através da aprendizagem dos
fundamentos técnicos (passe, chute, cabeceio, condução, desarme, drible,
domínio) de maneira isolada, para, ao final do processo de ensino e
aprendizagem, agrupá-los no próprio jogo de futsal (COSTA, 2003; SILVA
JUNIOR; VIEIRA; BALBINO, 2016).
42

Figura 1 - Exercícios técnicos para chute do método analítico-sintético

Fonte: https://grassroots.fifa.com/pt/for-kids/exemplos-de-exercicios/futsal.html.
Acesso em: 28/09/2019.

No que se refere às vantagens desse método, Costa (2003) cita: o treino


motor correto e profundo de todos os elementos técnicos do jogo; a
possibilidade do professor aplicar correções imediatas aos erros; o
acompanhamento dos processos de aprendizagem e individualização do
ensino, respeitando o ritmo de cada aluno. Já como desvantagens, ele relata:
não possibilita o jogo imediato, por consequência, não motiva a sua prática;
não cria um ambiente favorável à criatividade e, por se trabalhar as habilidades
motoras, não consegue criar situações de exigências próprias ao jogo.

A consequência de um processo de ensino e aprendizagem pautado


nesse modelo é o fato de os discentes acabarem compreendendo pouco sobre
o jogo, reproduzindo apenas as situações predeterminadas pelo treinador
(BALZANO, 2018). Nesse sentido, Silva Junior, Vieira e Balbino (2003, p. 58)
descrevem que:

Os problemas do princípio são visíveis na hora do jogo, pois


geralmente durante os exercícios em formação dois a dois,
colunas ou fileiras, o aluno não se depara com situações reais
de jogo, como adversários, tempo limitado para tomar certas
43

decisões, espaço reduzido, regras, entre outras situações que


somente o jogo propriamente dito pode oferecer.

Mesmo diante de tais desvantagens, ainda é bastante comum os


docentes utilizarem, nas aulas, o ensino do futsal baseado na técnica, nas
quais os alunos passam muito tempo em filas, agindo de forma mecanizada e
estereotipada. Dessa forma, o método analítico-sintético não pode ser
entendido como um caminho que desenvolverá o conhecimento tático e de
tomada de decisão dentro do jogo de futsal, pois sua ênfase é na execução
correta das habilidades técnicas. No entanto, cabe ao professor se utilizar
desse método e de suas vantagens em momentos específicos das aulas, não
descartando seu uso por completo.

No que concerne ao método global-funcional, Balzano (2012) afirma que


essa parte da totalidade do movimento e caracteriza-se pelo aprender jogando,
partindo dos jogos pré-desportivos para o jogo formal. Garganta (1995) cita
algumas características desse modo de ensino: utilização exclusiva do jogo
formal; jogo não é condicionado e nem decomposto e jogo com inúmeras
lacunas táticas e descoordenação das ações coletivas. De acordo com Silva
Junior, Vieira e Balbino (2016), nesse modelo, além da execução da técnica, há
o estímulo para que os alunos tomem decisões e resolvam os problemas que o
jogo apresenta. No entanto, essa resolução de problema se dá de maneira
autônoma e empírica, sem a orientação do docente.

Em referência às vantagens desse método, Costa (2003) expõe que: o


aluno é exposto à vivência do jogo de maneira imediata; os aspectos técnicos e
táticos estão sempre juntos e aumenta a motivação da prática. Como
desvantagens o autor cita: o aluno demora a ver evolução técnica, o que pode
provocar desmotivação; não proporciona uma avaliação eficaz sobre o
desempenho dos discentes e não permite o atendimento das limitações
individuais.

Verifica-se, nas aulas de futsal, que esse método é o preferido daqueles


alunos que apresentam uma boa desenvoltura técnico-tática do jogo, pois
esses conseguem se destacar e estão sempre jogando. Outro ponto é que, por
mais que se aprenda a agir de forma tática e se tome decisões dentro do jogo,
esses aspectos se dão de forma aleatória, não havendo intervenções
44

consideráveis dos professores. Entende-se que esse modelo poderá ser usado
em aulas ou em momentos adequados, pois possui relevância, mas não pode
ser o método central de um processo de aprendizagem escolar.

Casarin et al. (2011) citam que uma das consequências da utilização


dessas duas metodologias no processo de ensino e aprendizagem é o fato de
os jogadores acabarem compreendendo pouco sobre o jogo, reproduzindo
apenas as situações predeterminadas pelo professor. Dessa forma, a
aprendizagem dos aspectos táticos e de tomada de decisão acabam ficando
em segundo plano.

Figura 2 - Modelo de atividade do método global-funcional

Fonte: https://pedagogiadofutsal.com.br/pedagogia-do-treino/a-relacao-com-o-espaco-
de-jogo/. Acesso em: 05/03/2020.

No entanto, Silva Junior, Vieira e Balbino (2016) comentam que,


atualmente, há uma transição dos modelos analíticos e globais para
metodologias mais sistêmicas, na qual os pressupostos táticos e cognitivos do
praticante passam a ser elementos centrais da aprendizagem. Para os autores,
torna-se fundamental a utilização de métodos que desenvolvam a inteligência
45

tática, dando aos discentes a oportunidade de pensar, refletir e criar, fazendo


com que consigam tomar as melhores decisões dentro do jogo de futsal.

Nesse contexto de surgimento de novas concepções de ensino, a


metodologia dos jogos táticos por compreensão aparece como uma possível
alternativa, pois busca ensinar o futsal através da tática, do entendimento
crítico e da constante resolução de problemas dentro do jogo de futsal
(BALZANO, 2018; CASARIN et al., 2011).

2.6 Jogos táticos por compreensão

Segundo Casarin et al. (2011), a metodologia dos jogos táticos por


compreensão sustenta seu ensino na tática e no entendimento crítico do jogo
pelo aluno, utilizando um modelo de aprendizagem que busca desenvolver um
acervo de habilidades (tático, técnica, física e social), atrelado às capacidades
de leitura e de tomada de decisão dentro do futsal.

Com relação a essa concepção de ensino, Balzano (2018, p.18)


comenta que:

É baseada no jogo e na resolução de seus problemas e possui


como objetivos principais: o pensamento crítico, comunicação e
habilidade para resolver os problemas da equipe em conjunto,
privilegiando a formação de jogadores autônomos capazes de
responder com um nível de eficácia diferenciado aos desafios
que lhe vão surgindo.

Por se basear no ensino da capacidade e compreensão tática, Balzano


(2012) afirma que essa metodologia busca desenvolver situações específicas
do futsal, criando alternativas nas quais a finalidade é repetir, por diversas
vezes, as ações criadas nas partidas. Nesse modelo, o aluno executa e
aprende os objetivos principais do jogo, mas também pratica o desporto e suas
relações, como: ataque, defesa, técnica, regras e funções.

Garganta (1995) e Balzano (2012) descrevem, no quadro abaixo, algumas


características e consequências desse modelo de ensino:
46

Quadro 1 - Características do método dos jogos táticos por compreensão

Metodologia dos jogos táticos por compreensão


Autor Garganta (1995) Balzano (2012)
Características - ensino dirigido através de - propõem o ensino através de
situações-problemas; situações reais de jogo;
- decomposição do jogo - são adaptados ao nível de
em unidades funcionais; conhecimento dos alunos;
- jogos de complexidade - estimulam a criatividade,
crescente e ajustadas ao imaginação e tomada de
nível dos praticantes; decisão;
- princípios táticos do jogo - ensino indireto.
de futsal (ataque e defesa)
regulam a aprendizagem
das técnicas.
Consequências - técnicas surgem em - desenvolve a capacidade de
função do ensino da tática observação e percepção das
de forma orientada e informações.
provocada; - desenvolve a capacidade de
- aumento da inteligência tomar decisões táticas
tática e da criatividade nas (individuais e coletivas);
ações de jogo; - favorece a maturação e o
- correta resolução de desenvolvimento psicológico,
problemas do jogo; social e afetivo do aluno.
Fonte: adaptado de Garganta (1995) e Balzano (2012).

No entanto, essa metodologia requer do professor uma atuação muito


proativa, pois este é o mediador entre a forma de jogar e aquilo que precisa ser
desenvolvido, devendo o docente propiciar situações-problemas em que os
alunos tenham a liberdade de tomar decisões e de analisar riscos e
consequências, tornando-os ativos no processo de ensino e aprendizagem,
passando de meros reprodutores a construtores do próprio conhecimento
(BALZANO, 2018; CASARIN et al., 2011).

Balzano (2012; 2018) expõe alguns princípios para a construção dos


jogos, sendo eles: adaptação de regras; modificação dos limites e espaços da
47

quadra; variação na utilização de materiais e técnicas na quadra; alteração da


duração das partidas; inclusão de alunos; inserção de problemas táticos nos
jogos e restrição temporal para a realização das ações. Casarin et al. (2011,
p.139) argumentam que “a ideia de modificar o jogo em diversas formas e a
progressão tática (aumento dos problemas táticos de acordo com o nível de
discernimento) constitui-se como princípios pedagógicos fulcrais”.

Balzano (2014, p. 95) descreve o exemplo de um jogo tático por


compreensão, no qual modificou o número de jogadores em quadra, limitou o
espaço de atuação e acrescentou uma tarefa tática, como pode ser visto
abaixo:

Quadro 2 - Objetivos e descrição do jogo tático dos dois pivôs no apoio

Jogo dos dois pivôs no apoio


Objetivos: - Desenvolver os saberes sobre: o sistema 3.1; conhecimento
das funções de alas, fixos e pivôs; treinar passes e
finalizações do sistema; maior número de opções de
ataque; aproximação do pivô; maior espaço para o
deslocamento dos alas; tomada de decisão do pivô; marcação
por zona com 3.
Descrição - Jogo de futsal, mas cada equipe terá dois pivôs de referência
no fundo da quadra de ataque. Para obter o gol, a equipe deve
passar a bola para um dos pivôs. Os adversários não podem
entrar na zona dos pivôs. Os pivôs devem jogar em dois
toques.

Fonte: adaptado de Balzano (2014, p. 95).


48

Dada a importância que o conhecimento tático recebe nessa


metodologia, cabe aos docentes o ensino desse conceito para os alunos.
Nesse sentido, a literatura especializada da área (GIACOMINI et al., 2011;
LEÃO, 2015; GRECO et al., 2014) descrevem que há dois tipos de
conhecimentos táticos: o processual e o declarativo.

O conhecimento tático processual se refere à seleção e execução de


uma ação motora correta, de forma automática e sem aparente controle
consciente, permitindo ao jogador saber “como fazer” e “quando fazer”, para
solucionar os problemas de ordem técnico-tática que o jogo impõe (PRAÇA,
GRECO; MOREIRA, 2017; GRECO; MATIAS; LIMA, 2012).

Nas aulas de futsal na Educação Física, esse conhecimento se torna


perceptível na execução e na tomada de decisão dentro do próprio jogo,
apresentando-se, em muitos casos, como uma maneira acertada,
principalmente para aqueles discentes que possuem mais experiência na
prática do jogo, e, de maneira menos eficiente, para os que não praticam tanto.
Nesse contexto, o docente deve tratar de forma pedagógica e se utilizar desse
conhecimento prévio do aluno para alcançar maiores níveis de desempenho
dentro do jogo, sempre respeitando a individualidade de cada um.

O conhecimento tático declarativo pode ser definido como o nível de


compreensão da lógica do jogo verbalmente declarado pelo jogador (GRECO
et al., 2014). Corroborando essa perspectiva, Giacomini et al. (2011, p. 44)
comentam que: “o conhecimento declarativo refere-se às estruturas de
conhecimento que podem ser representadas por meio de uma rede de
conceitos e suas relações, ou seja, é a capacidade de associação entre os
conceitos”. De acordo com os autores, no desporto, e de forma mais especifica
no futsal, esse conhecimento é entendido como a capacidade do atleta de
saber “o que fazer” em uma determinada situação de jogo.

No entanto, o professor deve se atentar para as distintas formas de


expressar esse tipo de conhecimento pelos alunos, pois estes, na maioria das
vezes, irão utilizar uma linguagem adquirida na prática do futsal fora do
contexto escolar, situações essas que não indicam desconhecimento, mas sim
49

uma ressignificação do conteúdo, realizada pelos discentes. Esse fato deve ser
muito valorizado, pois indica uma aprendizagem efetiva.

Compreende-se que, devido ao fato do futsal ser um jogo de caráter


tático, apresentando um alto grau de imprevisibilidade e variabilidade do jogo,
no qual as ações dos alunos são altamente condicionadas por companheiros e
adversários, um bom conhecimento declarativo se torna indispensável para o
desempenho e para a aprendizagem do conteúdo, além do que permite ao
aluno sentir seu progresso e se relacionar afetivamente com a modalidade
(MORALES; GRECO, 2007; BALZANO; OLIVEIRA, 2013).

Neste sentido, entende-se que, na Educação Física Escolar, é


importante o docente utilizar propostas de avaliações para verificar o nível de
conhecimento declarativo dos discentes, com o intuito de atestar ou de ajustar
sua prática, sempre almejando a maior aprendizagem possível do conteúdo.
50

3 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA

3.1 Tipo de Pesquisa

O presente estudo é enquadrado como um relato reflexivo de caráter


quali-quantitativo e de natureza descritiva.

Em relação ao relato reflexivo, Pacheco (2017) compreende que esse


pode ser entendido como um gênero discursivo que tem como função
desenvolver no professor uma autonomia e criticidade no seu campo de
atuação, através do relato de sua própria experiência profissional,
acrescentando ao texto um caráter autobiográfico. De acordo com Signorini
(2006, p. 54) apud Pacheco (2017, p. 25), tal tipo de estudo apresenta duas
características fundamentais: (i) permite dar voz ao professor enquanto
profissional e (ii) possibilita:

criar mecanismos e espaços de reflexão sobre teorias e


práticas que constituem os modos individuais e coletivos de
compreensão e de reprodução deste campo de trabalho, bem
como as identidades pessoais, profissionais e de grupo.

Nessa perspectiva, Dias (2009) afirma que o relato reflexivo é um


instrumento mediador capaz de promover a reflexão, intervenção e mudança
nas práticas e posicionamentos docentes, apresentando-se como uma
importante ferramenta para a formação docente, pois permite ao professor
(re)avaliar, intervir e (re)direcionar suas posturas e identidade profissional.
Zelmanovits (2010, p. 4) descreve que no relato reflexivo:

O professor escreve para outro leitor. Por isso, precisa ter em


mente, o tempo todo, as seguintes questões: o que dizer e
como dizer para outros que não sou eu e que não sabe o que
aconteceu? A ideia é que as descrições sejam acompanhadas
de análise e reflexão, de modo que o conteúdo do relato deixe
claras as transformações no trabalho realizado com os alunos.

Nesse sentido, este estudo se caracteriza como um relato reflexivo, pois


busca descrever a aplicação de uma metodologia de ensino do futsal ao longo
de um bimestre em duas turmas de segundo ano do Ensino Médio.
51

A investigação também se caracteriza por ser de caráter quali-


quantitativo. Com relação ao cunho qualitativo, Negrine (2017, p. 59) afirma
que esse tipo de estudo “se centra na descrição, análise, interpretação e
discussão das informações recolhidas no decorrer processo investigatório,
procurando entendê-las de forma contextualizada”. Para o autor, “a pesquisa
qualitativa tem como pressuposto científico manipular informações recolhidas,
descrevendo-as e analisando-as, para num segundo momento interpretar e
discutir à luz da teoria” (p. 60). Nesse sentido, Chizzoti (1998, p. 79) comenta
que:

A abordagem qualitativa parte do fundamento de que há uma


relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, uma
interdependência viva entre o sujeito e o objeto, um vínculo
indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do
sujeito. O conhecimento não se reduz a um rol de dados
isolados, conectados por uma teoria explicativa; o sujeito-
observador é parte integrante do processo de conhecimento e
interpreta os fenômenos, atribuindo-lhes um significado.

Esta pesquisa se enquadra como qualitativa, pois, através dos


instrumentos utilizados e principalmente nas rodas de conversa com os alunos,
foram obtidas informações importantes, sendo possível interpretá-las e discuti-
las de maneira qualitativa.

No que se refere ao caráter quantitativo, Moresi (2003) descreve que a


pesquisa quantitativa é apropriada para medir opiniões, atitudes e preferências
como comportamentos, devendo ser utilizada para determinar o perfil de um
grupo de pessoas, baseando-se em características que elas têm em comum
(como demográficas, por exemplo). Diehl e Tatim (2004, p. 51) afirmam que
esse tipo de investigação:

Caracteriza-se pelo uso da quantificação tanto na coleta quanto


no tratamento das informações por meio de técnicas
estatísticas, desde as mais simples, como percentual, média,
desvio padrão, às mais complexas, como coeficiente de
correlação, análise de regressão etc., com o objetivo de
garantir resultados e evitar distorções de análise e de
interpretação, possibilitando uma margem de segurança maior
quanto às inferências.
52

Nesse sentido, esta investigação se caracteriza como quantitativa, pois


utiliza um instrumento que quantifica através de números e gráficos os
resultados obtidos com os alunos.

Com relação a utilização desses dois métodos de pesquisa de maneira


conjunta, Goldenberg (2013) defende que os diferentes pontos de vista e as
distintas maneiras de coletar e analisar os dados (qualitativa e
quantitativamente) permitem ao pesquisador obter uma ideia mais ampla e
inteligível da complexidade do problema estudado, pois propicia a possibilidade
de se fazer um cruzamento de dados, de modo a se obter maior confiança de
que os resultados conseguidos não são produto de um procedimento
específico ou de alguma situação particular. A autora ainda afirma que “a
combinação de metodologias diversas no estudo do mesmo fenômeno,
conhecida como triangulação, tem por objetivo abranger a máxima amplitude
na descrição, explicação e compreensão do objeto de estudo” (p. 63).

No que concerne a natureza descritiva, Gil (2008, p. 28) comenta que


“as pesquisas deste tipo têm como objetivo primordial a descrição das
características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento
de relações entre variáveis”. Para o autor, esse tipo de investigação possui
como “objetivo estudar as características de um grupo: sua distribuição por
idade, sexo, procedência, nível de escolaridade, nível de renda, estado de
saúde física e mental”. Complementado tais informações, Richadson et al.
(1985) descrevem que os estudos descritivos representam um nível de análise
que permite identificar características dos fenômenos, de modo a possibilitar a
ordenação e classificação desses, podendo ser objeto de estudo uma situação
especifica, um grupo ou um indivíduo.

3.2 Universo da Pesquisa

A pesquisa foi desenvolvida em uma escola da Rede Estadual de Ensino


do Ceará, situada na cidade de Fortaleza, pertencente a Superintendência das
Escolas Estaduais de Fortaleza 3 (SEFOR 3), órgão que está vinculado à
Secretaria de Educação do Ceará (SEDUC). As atividades nessa escola são
distribuídas nos turnos: manhã, tarde e noite, de maneira presencial e com
53

regime anual em todas as turmas. O quadro funcional é formado por cinquenta


funcionários (PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA ESCOLA ESTADUAL
PARQUE PRESIDENTE VARGAS, 2016).

No que diz respeito à infraestrutura da escola, essa possui doze salas de


aula, laboratórios de Informática e Química, uma quadra poliesportiva coberta,
uma biblioteca, uma sala dos professores e um almoxarifado. A estrutura da
escola não apresenta boas condições para um funcionamento eficaz, tornando-
se, muitas vezes, em um ambiente insalubre. Um fato importante a se destacar
é que a unidade tem funcionado em um prédio alugado, já que o oficial está
em processo de reconstrução.

Na escola, há o número de 605 alunos matriculados, distribuídos da


seguinte maneira: 98 no Ensino Fundamental (9º ano) e 489 no Ensino Médio
(1º ao 3º ano), divididos nos turnos manhã, tarde e noite; além de 18 alunos
matriculados no turno noite em uma turma de Educação de Jovens e Adultos
(EJA).

Essa escola foi escolhida por ser a instituição de ensino na qual estou
lotado e desenvolvo meu trabalho docente desde julho de 2014, lecionando em
turmas de 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio, nos turnos manhã, tarde e noite.
Nesse sentido, como esse estudo faz parte de um Programa de Mestrado
Profissional, nada melhor do que investigar meu próprio campo de atuação.

3.3 Participantes

A amostra desta pesquisa foi integrada pelos estudantes regularmente


matriculados nas duas turmas do 2º ano do Ensino Médio do turno da tarde da
instituição pesquisada, localizada na cidade de Fortaleza e pertencente a
Secretaria de Educação do Ceará (SEDUC). A amostra foi composta por vinte
e seis alunos, de ambos os sexos, sendo dezessete estudantes do gênero
masculino e nove estudantes do gênero feminino, dos quais nenhum tinha
deficiência física ou intelectual atestada com laudo médico. A faixa etária dos
pesquisados ficava entre 15 e 18 anos. Salienta-se que o total de estudantes
que compunham as turmas eram de vinte e sete, no entanto, uma aluna não se
54

enquadrou nos critérios de inclusão do estudo, que eram: alunos que fossem
autorizados pelos pais a participar da pesquisa; alunos que aceitassem
participar da investigação; estudantes que não se evadissem e discentes com
frequência de no mínimo oito intervenções.

O contato com a escola foi feito com alguns dias de antecedência, nesse
momento foi pedida a permissão e detalharam-se para o diretor da instituição
todos os objetivos e etapas da investigação através de uma Carta de
Apresentação (ver APÊNDICE I). Em referência aos responsáveis legais pelos
alunos, o pesquisador agendou, com alguns dias de antecedência, uma
reunião, na qual foram expostos os objetivos da pesquisa e foi apresentado o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE – (ver APÊNDICE II),
com o intuito de conseguir permissão e expor os possíveis riscos, benefícios e
malefícios para os alunos.

A escolha dessas turmas se deveu a três fatos: o pesquisador nunca ter


lecionado para esses discentes em anos anteriores, o que poderia acarretar
uma possível não experiência escolar dos alunos na metodologia de ensino
empregada pelo professor/pesquisador; o pesquisador lecionar nesse nível de
ensino nessa escola e ser possível aplicar a investigação no turno em que os
alunos estudavam, o que facilitava a pesquisa, pois os alunados não
precisariam frequentar a escola no contraturno.

3.4 Intervenção

A intervenção desta pesquisa se dividiu em três etapas, que foram


subdivididas em doze encontros, quantidade que caracteriza o número de
aulas existentes em um bimestre escolar nessa instituição de ensino.

A primeira etapa foi dividida em três encontros, que aconteceram em


sala de aula. O primeiro momento teve como objetivo comunicar aos alunos
sobre a aplicação da investigação nas turmas das quais eles faziam parte.
Nessa primeira aula foram expostos os benefícios, malefícios e riscos inerentes
à participação na pesquisa. Foram apresentados e entregues aos discentes o
TALE (ver APÊNDICE III) e o Termo para o uso de imagem (ver APÊNDICE
55

IV). O professor/pesquisador realizou a leitura dos termos, com o intuito de


sanar possíveis dúvidas que pudessem surgir. Também foi explicitado aos
pesquisados sobre a não obrigatoriedade de participação e sobre a
possibilidade desistência a qualquer momento da pesquisa.

Todos os alunos que quiseram participar do estudo foram autorizados


por seus responsáveis por meio do TCLE e assinaram o TALE, consentindo a
sua participação na pesquisa. O TCLE e TALE foram entregues,
respectivamente, para os responsáveis legais e para os alunos antes do início
da investigação. Aos discentes que não foram autorizados ou não quiseram
participar da pesquisa foi pedido que esses assistissem as aulas e fizessem um
trabalho descritivo sobre as atividades realizadas, para ser entregue ao final do
bimestre.

O segundo momento dessa etapa da pesquisa objetivou explanar para


os alunos, através de uma aula expositiva, os conceitos de: sistema tático;
tática no futsal; métodos de ensino analítico-sintético, global-funcional e jogos
táticos por compreensão e conhecimento tático declarativo no futsal. Foram
preparados slides com esses conteúdos e também foram apresentado alguns
vídeos para os discentes, com o intuito de esclarecer os assuntos abordados.

No terceiro momento foi aplicado o questionário sobre conhecimento


tático de Souza (1999) (ver ANEXO I), com o intuito de avaliar o nível de
conhecimento tático declarativo e de tomadas de decisões dentro da unidade
temática futsal, antes da intervenção da proposta dos jogos táticos por
compreensão. O questionário foi respondido de forma individual pelos alunos,
com a presença do professor/pesquisador para sanar possíveis dúvidas.

A segunda etapa da intervenção foi dividida em nove aulas baseadas no


método dos jogos táticos por compreensão. Todos os nove momentos tiveram
duração de 50 minutos e ocorreram nos dias letivos de segunda e quarta-feira.
A Turma A foi investigada no terceiro tempo (14:50 – 15:40) e a Turma B no
quinto (16:50 – 17:40). Nessa etapa da pesquisa, o professor/pesquisador
registrou e descreveu os principais momentos das aulas, através do seu diário
de campo, filmagens dos jogos e fotografias, e atuou como um facilitador do
56

processo de ensino e aprendizagem, seja parando as atividades para tirar


dúvidas, esclarecer e exemplificar conceitos e objetivos dos jogos.

Na terceira etapa da investigação, foi reaplicado o questionário de Souza


(1999), com o intuito de verificar se houve aumento no nível de conhecimento
tático declarativo e de tomada de decisões nos alunos participantes da
pesquisa.

3.5 Instrumentos de coleta de dados

O primeiro instrumento utilizado para a coleta de dados nesta pesquisa foi


a Proposta de avaliação do nível de conhecimento tático no futsal: uma
referência para os esportes coletivos, do autor Souza (1999). O questionário é
composto por quinze perguntas abertas e fechadas, no qual os pesquisados
deveriam marcar o item que lhes parecesse correto e justificar a resposta. Todos
os alunos responderam de forma individual, antes e após o fim da aplicação da
metodologia de ensino de futsal baseada nos jogos táticos por compreensão
para a Educação Física escolar. O instrumento possui como objetivo avaliar o
nível de conhecimento e compreensão que os alunos possuem sobre o futsal e
suas tomadas de decisões.

O segundo instrumento empregado para a coleta de dados foi o diário de


campo (APÊNDICE VI). Nesse diário de campo, foi descrito o plano de aula
diário da turma, detalhando conteúdos, recursos/materiais,
procedimentos/metodologias e desenvolvimento das atividades. Teve um
espaço destinado para o registro do pesquisador sobre as observações
realizadas durante a aula, com o intuito de anotar todos os aspectos pertinentes
à pesquisa. Com relação ao diário de campo, Cruz Neto (1994) comenta que
esse é um instrumento ao qual podemos recorrer em qualquer momento da
rotina do trabalho que estamos realizando, podendo ser registrados
questionamentos, percepções, angústias, e informações que são obtidos pelo
pesquisador. Nessa perspectiva, o autor afirma que:

O diário de campo é pessoal e intransferível. Sobre ele o


pesquisador se debruça no intuito de construir detalhes que no
seu somatório vai congregar os diferentes momentos da
pesquisa. Demanda um uso sistemático que se estende desde o
57

primeiro momento da ida ao campo até a fase final da


investigação. Quanto mais rico for em anotações esse diário,
maior será o auxilio que oferecerá à descrição e à análise do
objeto estudado (p. 61-62).

Durante as intervenções foram feitos alguns vídeos e fotografias com o


objetivo de ilustrar as atividades realizadas. Esses registros visuais podem
ampliar o conhecimento do estudo, porque proporcionam documentar momentos
ou situações que ilustram o cotidiano vivenciado (CRUZ NETO, 1994).

3.6 Procedimentos para a Análise de Dados

As análises das informações foram realizadas a partir das respostas dos


questionários e observações registradas no diário de campo, com os vinte e seis
estudantes pesquisados, tendo como referência o marco teórico da pesquisa.
Com relação ao questionário, esse é composto por quinze situações-problemas
do jogo de futsal, nas quais os participantes devem escolher entre duas
alternativas e justificar a resposta dada. As respostas obtidas foram classificadas
e poderiam valer de 0 a 5 pontos, compreendendo-se que a pontuação máxima
possível na avaliação é de 75 pontos. Destaca-se que o padrão correto de
respostas utilizado foi obtido com um professor universitário de futsal. Dessa
forma, os resultados encontrados foram transformados em gráficos e tabelas
para uma melhor análise.
A identidade das turmas e dos alunos foi preservada através da
substituição de seus nomes por letras e números. As análises das informações
foram realizadas comparando as respostas obtidas na aplicação do protocolo
antes e após o fim da intervenção, e através das informações colhidas durante
as aulas com os jogos táticos por compreensão.

Como método de análise dos dados, utilizaremos a análise descritiva,


que, segundo Reis e Reis (2002, p. 5), distingue-se por “organizar, resumir e
descrever os aspectos importantes de um conjunto de características
observadas ou comparar tais características entre dois ou mais conjuntos”.
Para os autores, as ferramentas descritivas são os muitos tipos de gráficos,
tabelas e medidas de síntese, como porcentagens, índices e médias, que
possuem como principal vantagem proporcionar uma clareza na interpretação
dos dados obtidos.
58

3.7 Aspectos éticos

A pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética com seres humanos da


Universidade Federal do Rio Grande do Norte e está cadastrada na plataforma
Brasil nº 19368819.0.0000.5537, cujo parecer é de nº3.622.417, datado de 04
de outubro de 2019.
59

4. DESCRIÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste capítulo, objetivamos descrever, analisar e discutir todo o


processo de intervenção realizado nas duas turmas investigadas. A primeira
turma foi composta por catorze indivíduos e a segunda foi formada por doze
sujeitos que aceitaram participar do estudo.
Para isso, essa fase foi dividida em três etapas: a primeira procurou
obter a aceitação dos estudantes na pesquisa, conhecer o estado de
entendimento geral da modalidade futsal e diagnosticar o nível inicial de
conhecimento tático declarativo dos alunos; a segunda buscou descrever as
aulas práticas ministradas, almejando detalhar como todo o processo se
desenvolveu; e, por fim, a terceira etapa averiguou o nível de conhecimento
tático declarativo dos discentes após as aulas práticas.

As aulas e observações descritas possuem como objetivo promover uma


análise mais ampla e completa do processo de investigação promovido na
prática docente. As discussões buscam desenvolver uma relação entre a
realidade investigada e a literatura especializada na área.

4.1 Conhecendo a realidade

4.1.1 1ª Intervenção: apresentação da proposta

Essa intervenção foi realizada no dia 02 de outubro de 2019, no terceiro


tempo (14:50 – 15:40). Os estudantes foram levados ao laboratório de
informática, onde tiveram a oportunidade de ver slides sobre os caminhos da
investigação.

Como todo processo escolar pode variar muito durante os dias letivos, o
planejamento inicial apontava que esse momento fosse feito com cada turma
de forma separada, uma no terceiro tempo de aula e a outra no quinto.
Contudo, por falta de outros professores nesse dia, tive que juntar as duas
turmas e realizar esse primeiro momento de forma conjunta, o que, ao meu ver,
não trouxe nenhum prejuízo, pois, a princípio, os alunos ficaram muito curiosos
e entusiasmados para participar da investigação.
60

A aula foi dividida em três momentos. O primeiro deles na apresentação


dos objetivos da pesquisa de mestrado; o segundo na explicitação da avaliação
diagnóstica e, o último sobre a metodologia que seria utilizada nas aulas. Por
fim, realizei a leitura e entrega do TALE e TCLE para assinatura dos alunos e
de seus responsáveis legais.

Nesse primeiro momento pude perceber a curiosidade e disponibilidade


da maioria dos discentes em participar do estudo. Verificando que, por se tratar
de futsal, conteúdo muito conceituado nas turmas, a aceitação foi bastante
satisfatória. Vários alunos perguntaram como seriam os jogos e as atividades a
serem realizadas nas aulas.

Entende-se que essa grande aceitação se deve ao prestigio que o futsal


possui nessa unidade escolar, pois é muito comum a ocorrência dos seguintes
fatos: alunos passam todo o ano letivo indagando se a próxima aula será de
futsal, pedem a bola para jogar no intervalo e perguntam quando serão
iniciados o Campeonato Interclasses e os Jogos Escolares estaduais.

Nesse sentido, Voser e Giusti (2002) comentam que o futsal é uma


prática que desperta muito interesse e motivação nos alunos, pois, ao se
observar o dia a dia escolar, esse jogo acaba sendo praticado nos intervalos e
horários de entrada e saída da escola, em espaços e com materiais
alternativos (tampinhas, bolas de papel e latas). É muito comum os discentes,
nesses momentos, praticarem pequenos jogos de futsal, por exemplo: gol a
gol, 1x1, pituinha, rebatida, futmesa e bobinho (VOSER; GIUSTI, 2002;
FREIRE, 2006).

No entanto, para além da prática do jogo, o professor deve buscar o


desenvolvimento dos conhecimentos técnicos, táticos, estratégicos e de regras
para os discentes, pois esses fazem parte dos conteúdos inerentes a esse
tema (DARIDO; SOUZA JÚNIOR, 2007). Para tanto, o docente deve lançar
mão de estratégias inteligentes de ensino para desenvolver o futsal dentro da
escola, procurando procedimentos adequados de ensino e aprendizagem que
incluam e potencializem a aprendizagem de todos os alunos.

Nessa perspectiva, Freire (2006) comenta que não basta ensinar, é


necessário ensinar bem. Pois, temos que ensinar cada aluno, não importando o
61

nível de habilidade com que inicie, com as melhores metodologias e com o


maior zelo, para que possam, com o passar do tempo, expressar habilidades
para jogar futsal com boa qualidade. O autor descreve que:

A tarefa educacional supõe preparar sempre para algo mais


que a atividade específica da escola. Quem aprende [...] pode
desenvolver um acervo de habilidades bastante diversificado,
podendo aproveitar essas habilidades em muitos outros
esportes. Além disso, poderá estar aprendendo a conviver em
grupos, a construir regras, a discutir e até a discordar dessas
regras, a mudá-las, com rica contribuição para seu
desenvolvimento moral e social (FREIRE, 2006, p. 9).

Dessa forma, compreende-se que foram esclarecidos o percurso


investigativo, os direitos e deveres do pesquisador e pesquisados, os objetivos
da investigação e obteve-se uma grande aceitação dos estudantes.

Figura 3 - Apresentação da pesquisa de mestrado para o(a)s estudantes

Fonte: Próprio autor (2019).

4.1.2 2ª Intervenção: aula teórica sobre futsal

A segunda intervenção foi efetuada no dia 07 de outubro de 2019, sendo


que na Turma A se deu no terceiro tempo de aula (14:50 – 15:40) e, na turma
62

B, no quinto (16:50 – 17:40). Nesse momento tínhamos como objetivo


desenvolver, nos alunos, o conhecimento e o entendimento dos seguintes
aspectos ligados ao futsal: sistemas de jogo, tática, tomada de decisão,
conhecimento tático declarativo e métodos de ensino do futsal na escola. Para
isso, foi feita uma apresentação em slides para a explanação teórica dos
conteúdos, seguida de uma roda de conversa, a fim de avaliar a aprendizagem
e esclarecer possíveis questionamentos.
Destaca-se que, nessa etapa, foi realizada a coleta do TCLE e do TALE
para a participação dos discentes na pesquisa. Somente uma aluna da Turma
A e uma na Turma B não quiseram participar, para essas foi pedido que
fizessem relatórios das atividades realizadas durante as aulas para serem
entregues no final do bimestre, como forma de avaliação.

Na turma A, inicialmente, foram feitas duas indagações aos discentes. A


primeira se eles já haviam estudado futsal na escola e a segunda se eles já
haviam jogado futsal de forma sistemática nas aulas. Com relação à primeira
pergunta, somente três alunos do sexo masculino responderam de maneira
positiva. O Aluno A5 citou os aspectos históricos e regras como temas
abordados em séries anteriores, afirmando que essa modalidade foi criada na
China e que era jogada com bola feita de bexiga de boi. Entretanto, destaca-se
que tais características estão relacionadas ao futebol (CORTEZ, 2011). Já em
referência ao segundo questionamento, a maioria dos alunos afirmaram que já
haviam jogado, mas alguns fizeram uma ressalva, assegurando que
vivenciaram futsal em forma de “racha” nas aulas.

No que se refere aos conhecimentos de tática, os discentes


apresentaram conhecimento razoável, sempre respondendo, de forma
adequada, às perguntas sobre tomada de decisão e ações táticas no futsal. O
que se pode destacar é o uso de uma linguagem não cientifica para
responderem às perguntas. Por exemplo, o termo conhecido na literatura
especializada (VOSER; GIUSTI, 2002) como “paralela” foi substituído por
“aparecer para receber” e “tocar e passar”. Com relação ao conceito de sistema
tático, os alunos responderam de maneira muito satisfatória, pois utilizavam a
disposição dos jogadores na quadra de futsal nas figuras apresentadas para
citar o nome correto de cada sistema.
63

Em referência aos métodos de ensino do futsal, os alunos afirmaram que


conheciam os métodos analítico-sintético e global-funcional e desconheciam o
método dos jogos táticos por compreensão. No que concerne ao conhecimento
tático declarativo, nenhum discente soube responder corretamente sobre ao
que se referia esse termo.

Para finalizar, na roda de conversa final, conversamos sobre os distintos


conteúdos trabalhados e como esses deveriam ser ensinados ao longo da vida
escolar do alunado.

Nesse sentido, destaca-se que, na aula, os alunos interagiram de uma


maneira muito boa, respondendo aos questionamentos e fazendo comentários
pertinentes, embora, na maioria das vezes, eles não conhecessem os termos
acadêmicos dos conteúdos. Isso nos leva a acreditar que, por fazer parte da
cultura escolar e social, os alunos acabam adquirindo conhecimento de
maneira empírica. Para exemplificar, quando citei as funções no futsal (goleiro,
fixo, ala e pivô), os discentes fizeram, automaticamente, uma relação com as
posições no futebol (goleiro, zagueiro, volantes, meias e atacantes) e suas
semelhanças no modo de atuar.

Com relação à turma B, no início da aula, também foram feitos os


mesmos questionamentos sobre o estudo e sobre a prática sistemática de
futsal na escola. Verifiquei que os alunos não haviam estudado o tema ao
longo da vida escolar, pois somente duas afirmaram ter vivenciado o conteúdo.
Nesse sentido, os discentes não conseguiram precisar nem o número de
jogadores que ocupavam a quadra em um jogo de futsal. Em referência a jogar
a modalidade, somente as alunas B3 e B9 asseguraram que já haviam
praticado de forma sistemática nas aulas escolares.

Nessa turma, também foi possível verificar que os discentes não


conseguem dissociar o futsal do futebol de campo, pois a Aluna B12 afirmou
que futsal era “um futebol que não é jogado na grama” e o Aluno B10 citou que
o futsal surgiu na Inglaterra. Esses fatos ajudam a demonstrar a grande
influência do futebol em nossa cultura.

Outro fato constatado foi o de que os alunos afirmaram que, na maioria


das vezes, não entendiam e não sabiam qual decisão tomar dentro de quadra e
64

que, quando conseguiam entender, não conseguiam executar a ação motora


de forma correta. Nesse sentido, a Aluna B11 comentou que “esse é um
problema, porque falam que é fácil jogar, mas, quando tu pega a bola, tu se
pergunta: ‘e agora?’”. Com relação aos aspectos relacionados à tática e aos
sistemas táticos, os discentes não apresentaram bom entendimento sobre os
temas, confundindo tática com sistema de jogo.

Nessa lógica, Souza (1999, p. 304) comenta que “tática no futsal é um


conceito muito abrangente, representando possibilidades de tomadas de
decisão ou de escolhas de alternativas, baseadas em conhecimentos
previamente adquiridos”. Compreende-se que, quanto menor for a experiência
dos alunos na prática e no ensino da modalidade, mais dificuldades eles
apresentarão para resolverem os problemas de forma teórica ou prática.

Dessa forma, cabe aos docentes oferecerem aulas em que os


estudantes possam vivenciar, desenvolver e discutir sobre tática e tomada de
decisão no futsal, elementos necessários para uma aprendizagem tática do
jogo. Nessa perspectiva, a importância do desenvolvimento do conhecimento
sobre esses dois aspectos pode ser assim explicada:

A decisão sobre “o que fazer”, “quando fazer” e “por que fazer”,


constituem elementos importantes de compreensão do jogo,
possibilitando ao praticante comportar-se de maneira
inteligente. O conhecimento das táticas individuais (quando
passar, driblar ou chutar) e das táticas de grupo (tabela,
bloqueio e cruzamento) vão possibilitar uma conduta com
maiores possibilidades de êxito em qualquer situação, por mais
nova e diversificada que ela seja (SOUZA, 1999, p. 304).

Diante de tais fatos, Silva Junior, Vieira e Balbino (2016) defendem que
o docente deve utilizar um método pedagógico que consiga proporcionar ao
praticante o desenvolvimento da inteligência, enriquecendo as possibilidades
em resolver os problemas com as melhores tomadas de decisões.

No que concerne aos métodos de ensino, os discentes apresentaram


conhecimento satisfatório sobre os métodos analítico-sintético e global-
funcional, chegando a relacionar com as práticas vivenciadas em séries
anteriores com outros docentes. O método dos jogos táticos por compreensão
65

não era conhecido pelos alunos. Em relação ao conhecimento tático


declarativo, os pesquisados também não conheciam esse termo.

Na roda final de conversa, os discentes conseguiram responder às


perguntas feitas e tiraram algumas dúvidas, o que pode ter ocasionado uma
aprendizagem mínima sobre os temas trabalhados.

Dessa forma, verifica-se, nas duas turmas, alguns pontos em comum,


sendo eles: utilização de conceitos ligados ao futebol de campo para as
respostas; uso constante de linguagem ligada à prática informal de futsal para
responder sobre as questões táticas e pouca experiência de ensino orientado
de futsal na escola.

Com relação à utilização de conceitos do futebol de campo para


responder a questionamentos ligados ao futsal, acredita-se que isso se deve a
dois fatores: (i) o futebol possuir grande aceitação na sociedade brasileira,
sendo assistido e praticado por um grande número de crianças e adolescentes,
no meio da rua e em campos de várzea, e (ii) pelas modalidades apresentarem
bastantes pontos em comum em relação à forma de atuação dos jogadores.

Em referência ao futebol no Brasil, essa é uma modalidade que possui


vários significados e implicações nos âmbitos esportivos, sociais, econômicos,
educacionais e culturais da sociedade, sendo praticada, assistida e consumida
por um grande número de cidadãos (MARQUES, 2008; REIS; ESCHER, 2006).
Em alusão à semelhança na forma de atuação dos praticantes, Fonseca (2007)
defende que, ao se analisar historicamente o surgimento do futsal, esse não foi
inventado ou criado por alguém, mas sim gerado através de modificações e
adaptações feitas a partir do futebol. A autora comenta que a impossibilidade
de encontrar campos livres para a prática do futebol faz com que os alunos
migrem para o futsal, pois este requer um menor espaço de jogo. Fato
verificado na realidade dessa unidade escolar, pois está inserida em um bairro
que só possui a quadra da escola para praticar esportes.

No que concerne ao uso de linguagem informal pelos alunos, constatou-


se, através de respostas e comentários obtidos, que esses reconheciam os
aspectos táticos apresentados de uma maneira mais ligada a um ambiente
extraescolar (brincadeiras e jogos de bola na rua). Nesse sentido, Freire (2006)
66

argumenta que a escola não é o único lugar onde se pode aprender futsal,
pois, “na rua, todo mundo ensina todo mundo, é criança ensinando criança, é
mais velho ensinando mais novo” (p. 3). Entretanto, o próprio autor defende
que a escola não é a rua e que os professores são profissionais especialistas
em ensinar, devendo, então, orientarem-se por ideias, princípios e teorias que
ultrapassem o conhecimento do senso comum e que visem formar jovens
críticos e autônomos.

Ainda sobre o uso de linguagem e conceitos informais, compreende-se


que é importante o professor prestigiar e utilizar esse conhecimento prévio,
para transformar as aulas em momentos mais significativos e relevantes.
Nessa perspectiva, Soares et al. (2009, p. 33) defendem que:

O confronto do saber popular (senso comum) com o


conhecimento científico universal selecionado pela escola, o
saber escolar, é, do ponto de vista metodológico, fundamental
para a reflexão pedagógica. Isso porque instiga o aluno, ao
longo de sua escolarização, a ultrapassar o senso comum e
construir formas mais elaboradas de pensamento.

No que se refere à pouca experiência em um ensino dirigido de futsal, tal


fato pode acarretar o desconhecimento dos conceitos formais, históricos e
táticos relacionados a modalidade, causando prejuízos no ensino de uma
prática esportiva que é tão presente nas escolas brasileiras. Uma das
alternativas para acabar com essa realidade é o professor assumir um papel de
orientador no processo de ensino e aprendizagem, utilizando-se de
metodologias mais atualizadas que busquem desenvolver, ao máximo, as
capacidades de aprendizagem dos discentes.

Para isso, o docente deve apresentar os seguintes atributos:


permanente formação pedagógica, de preferência orientada por especialistas
com grande experiência na área; participar efetivamente das aulas, adotando
uma postura de orientador/formador, sempre incentivando a autonomia e
criatividade nos estudantes; utilizar uma clara metodologia de trabalho; possuir
objetivos de aprendizagem predeterminados e alcançáveis; e, para além do
ensino dos conteúdos históricos, técnicos e táticos, almejar sempre o
desenvolvimento integral dos jovens (BALZANO, 2012; FREIRE, 2006;
BETTEGA et al., 2017).
67

Figura 4 - Apresentação de conceitos táticos para o(a)s estudantes

Fonte: Próprio autor (2019).

4.1.3 3ª intervenção: avaliação diagnóstica

A terceira intervenção foi aplicada no dia 09 de outubro de 2019, no


terceiro tempo de aula (14:50 – 15:40) com a Turma A e no quinto (16:50 –
17:40) com a Turma B. Nessa etapa da pesquisa aplicamos a Proposta de
avaliação do nível de conhecimento tático declarativo no futsal: uma referência
para os esportes coletivos, do autor Souza (1999), com o objetivo de avaliar de
forma diagnóstica o nível de conhecimento tático declarativo e a capacidade de
tomada de decisão dos alunos dentro da modalidade futsal.
Com esse intuito, preparou-se a avaliação de duas formas: a primeira foi
a impressão e entrega do questionário, para que cada aluno respondesse de
forma individual, e a segunda foi a montagem da proposta em slides para a
explicação das perguntas aos discentes, com a finalidade de sanar qualquer
dúvida que viesse a surgir.

A seguir, observamos, nos gráficos 1 e 2, os resultados obtidos pelos


alunos pesquisados nas turmas A e B:
68

Gráfico 1 - Pontuação da avaliação diagnóstica – Turma A

Fonte: próprio autor (2020).

Gráfico 2 - Pontuação da avaliação diagnóstica - Turma B

Fonte: próprio autor (2020).


Em relação aos maiores e piores êxitos por turma, a Aluna A14 marcou
49 pontos e a Aluna A13 conseguiu 21 escores na Turma A, e na Turma B o
aluno B8 atingiu 42 escores e os alunos B5 e B12 marcaram 21 pontos.

Ao se considerar que a pontuação máxima no teste seria de 75 pontos,


verifica-se que nenhum aluno nas turmas pesquisadas conseguiram atingir
69

uma pontuação igual ou superior a 50 pontos, o que representaria um índice de


acerto de pelo menos dois terços do teste. Nesta lógica, os gráficos 3 e 4
mostram o percentual de acertos de cada discente na avaliação.

Gráfico 3 – Percentual de acertos dos discentes na avaliação diagnóstica -


Turma A

Fonte: próprio autor (2020).


Gráfico 4 - Percentual de acertos dos discentes na avaliação diagnóstica -
Turma B

Fonte: próprio autor (2020).


Constata-se na Turma A que somente seis alunos acertaram mais que
50% da avaliação e que na Turma B apenas três discentes alcançaram esse
indice de acertos. Estes resultados na avaliação diagnóstica mostram que
70

grande parcela dos alunos não apresentaram grande nível de conhecimento


tático declarativo no futsal.

Acredita-se que a compreensão tática do jogo de futsal desses alunos


pode estar comprometida, pois o conhecimento tático declarativo propicia um
melhor desenvolvimento da percepção, seleção e tomada de decisão perante
os diferentes momentos do jogo (SOUZA, 1999). Nesse sentido, Pinto (2005, p.
7) defende que “se o conhecimento da modalidade praticada for vasto, o
jogador sente uma correta percepção do que é realmente importante, o que vai
espelhar-se na correta tomada de decisão e, consequente, qualidade de ação”.

Com relação a tomada de decisão, Bianco (2011) a define como a


seleção do modo correto de agir, de acordo com as atuais circunstâncias, com
o atual contexto e com as experiências passadas, apresentando-se como uma
das mais importantes capacidades do aluno, influenciando no sucesso dentro
do jogo.

Compreende-se que os resultados encontrados possam ser explicados


por alguns fatos relatados pelos próprios alunos: pouco conhecimento sobre os
aspectos históricos e táticos; escassas vivências dirigidas na prática da
modalidade futsal nas séries anteriores e nenhuma experiência pedagógica de
ensino orientada sob a metodologia dos jogos táticos por compreensão, haja
visto nenhum discente ter afirmado conhecer tal modelo de ensino.

Resultados semelhantes foram encontrados por Morais (2016) em


estudo realizado com alunos de uma escola pública de Fortaleza. O autor,
utilizando-se da proposta de Souza (1999), comenta que, na avaliação
diagnóstica para determinar o nível de conhecimento tático declarativo dos
discentes, somente 30% dos pesquisados conseguiram fazer uma pontuação
superior a 50%. Segundo o autor, esses resultados podem estar atrelados a
duas hipóteses: (i) conteúdo futsal limitado a alguns bimestres nas aulas de
Educação Física e (ii) prática de futsal sem nenhuma orientação docente no
ambiente escolar.

Com relação à pouca experiência de prática na modalidade e ao baixo


nivel de conhecimento tático declarativo, Giacomini et al. (2011, p. 45) afirmam
que “no desporto, os anos de prática, a experiência em competições e a
71

qualidade da prática são fatores de influência no desempenho esportivo”.


Nessa perspectiva, Tavares (2013) comenta que a base de um conhecimento
tático declarativo é adquirida ao longo de um amplo período de prática
deliberada do desporto.

Corroborando essas afirmações, Pinto (2005) descreve, em pesquisa


realizada com jogadores amadores e profissionais de futsal, que quanto maior
foi o número de anos de vivência, mais elevado foi o nível de conhecimento
tático declarativo atigindo. Sob essa lógica, Tavares (2013) cita os atletas:
Pelé, Cristiano Ronaldo, Messi, Michael Jordan e Kobe Bryant, como exemplos
de que os vastos anos de treinamento influenciam na compreensão tática dos
jogos desportivos.

No entanto, Macedo (2015) defende que o tempo de prática não pode


ser considerado como um fator isolado para o aumento do conhecimento tático
declarativo, pois existe também uma grande influência dos métodos de ensino
aplicados pelos professores, que devem ter em consideração a formação tanto
motora quanto cognitiva, levando os alunos a ter um melhor conhecimento
tático.

As afirmações dos alunos de que conheciam e vivenciaram aulas sob os


métodos globa-funcional e analítico-sintético e ignoravam a metodologia dos
jogos táticos por compreensão podem ter influenciado no baixo nível de
conhecimento tático declarativo apresentado no teste. Nesse sentido, Silva
Junior, Vieira e Balbino (2016) afirmam que:

O fato de ainda serem usados nos procedimentos pedagógicos


métodos ultrapassados que visam um ensino tecnicista,
contribui dificultando na ação de se compreender ao jogo. Por
isso se torna fundamental métodos atualizados que
desenvolvam as inteligências, dando ao praticante deste jogo a
oportunidade de pensar, refletir e criar, fazendo com que
consiga tomar as melhores decisões.

Feu et al. (2017) argumentam que métodos de ensino mais atualizados


possuem como vantagens: melhoram a compreensão tática dos esportes;
potencializam a criatividade; elevam a capacidade de eleição e reflexão sobre
as ações tomadas e, por requererem um número mínimo de sessões para surtir
72

efeito, fazem com que os docentes planifiquem e atuem nas aulas de maneira
efetiva.

Para os autores Silva Junior, Vieira e Balbino (2016), é importante


utilizar uma metodologia pedagógica que consiga proporcionar ao praticante o
desenvolvimento das inteligências, enriquecendo as possibilidades em
solucionar os problemas com as melhores tomadas de decisões, perante a
imprevisibilidade do jogo de futsal.

Dessa forma, os resultados encontrados nessa etapa da pesquisa se


tornam importantes em dois aspectos: (i) justificam a escolha pelo método dos
jogos táticos por compreensão, haja visto que esse preconiza a aprendizagem
tática do futsal, e (ii) auxiliam na seleção e na aplicação de atividades e jogos
táticos por compreensão mais ajustados ao nível de conhecimento apresentado
pelos alunos pesquisados.

4.2 Jogar e pensar. É possível?

Essa etapa da pesquisa se consistiu na execução de oito aulas práticas


de futsal, com ênfase na metodologia dos jogos táticos por compreensão.
Houve dois encontros por semana e foram desenvolvidos no turno regular de
estudo das turmas pesquisadas, compreendendo os seguintes horários: Turma
A, no terceiro tempo (14:50 – 15:40), e Turma B, no quinto (16:50 – 17:40).

Com o intuito de facilitar o processo de ensino e aprendizagem, adotou-


se a seguinte estratégia de ensino:

 1º momento: Roda de conversa inicial: tinha como meta apresentar os


conteúdos, explicar as atividades e objetivos a serem desenvolvidos no
dia.

 2º momento: Parte principal: composta por atividades práticas para


aquecimento e por um jogo tático por compreensão.

 3º momento: Roda de conversa final: abordava todos os conceitos


trabalhados, com o objetivo de sanar e de esclarecer possíveis dúvidas,
73

assim como de averiguar a percepção dos alunos com relação às


atividades do dia.

No que se refere à estratégia de ensino, Mutti (2003) a define como


meios utilizados pelo professor a fim de facilitar a aprendizagem e de conduzir
os alunos aos objetivos propostos, incluindo materiais didáticos, divisão de
tempo, atividades a serem desenvolvidas e formas de avalição. O autor
comenta que as estratégias devem ser bem organizadas, para não causar
frustação nos discentes, em função de má divisão do tempo, exercícios e jogos
mal organizados, sem dinamismo ou não compatíveis com o nível de
conhecimento.

Com relação à roda de conversa, Freire (2006) defende que o professor


deve promovê-la no início e no final de cada aula e que, nesse momento, os
estudantes devem estar em círculo e, de preferência, sentados. A roda de
conversa inicial é muito importante para situar os alunos sobre o roteiro da aula
em questão e para amenizar as tensões, caracterizando-se por ser uma
conversa rápida, na qual o professor explicará sobre os objetivos do dia
(LOPES; SILVA, 2009).

Nessa fase da investigação, adotou-se, como recurso metodológico, a


utilização de uma prancheta tática de futebol de campo adaptada com as
marcações do futsal, para ilustração e demonstração das atividades e jogos
táticos, e duas canetas de cores distintas, com o intuito de facilitar a
aprendizagem por parte dos alunos, que ficavam sentados no chão da quadra
para uma melhor visualização.

Graça e Mesquita (2006) descrevem que a demonstração em parceria


com a explicação assumem, no âmbito das atividades desportivas, um papel
fundamental, pois permitem a visualização dos movimentos a serem realizados
pelos praticantes.

Por fim, Rodrigues et al. (2017) defendem que o professor deve usar
procedimentos pedagógicos que potencializem o desenvolvimento integral dos
alunos, utilizando momento de reflexão e diálogo, diversificando os estímulos e
estratégias de ensino e adotando recursos audiovisuais para qualificar a
aprendizagem.
74

Figura 5 - Roda de conversa inicial

Fonte: próprio autor (2019).

Figura 6 - Prancheta tática de futebol de campo adaptada ao futsal

Fonte: próprio autor (2019)


75

4.2.1 1ª aula prática: jogo tático dos quatros retângulos

A primeira aula prática foi executada no dia 14 de outubro de 2019. Esta


intervenção teve como objetivos aprimorar o conhecimento sobre o sistema de
jogo 2-2 e desenvolver a tomada de decisão dentro do futsal, através da
modificação da ocupação e espaço de jogo. A tabela abaixo detalha as
atividades desenvolvidas.

Tabela 1 - Primeira intervenção: jogo tático dos quatro retângulos

Aula prática 1
Objetivo Desenvolver a tomada de decisão dentro do jogo de futsal com
principal: modificação no espaço e ocupação de jogo.
1º momento: Roda de conversa inicial
2º momento: Parte principal:
- Aquecimento: pega-pega sobre as marcações da quadra e
brincadeira do “traço”.
- Jogo tático dos quatros retângulos: jogo de futsal, mas s
quadra é dividida em 4 quadrantes, onde teremos 2 fixos e 2
pivôs.
Variação 1: o aluno que realizar um passe para outro retângulo
poderá ocupar este espaço com o intuito de jogar com
superioridade numérica.
Obs.: Os alunos deverão passar por todos os setores.

3º momento: Roda de conversa final


Fonte: próprio autor (2020).

Na Turma A, todos os discentes se mostraram muito atenciosos desde o


início da roda de conversa inicial, momento em que foram explicadas as
76

atividades que seriam desenvolvidas, dando-se ênfase na importância de jogar


coletivamente.

Com relação à parte principal, iniciou-se o aquecimento com um “pega-


pega” sobre as linhas da quadra, com o intuito de que os alunos
reconhecessem as marcações e os limites da quadra de futsal. Nessa
brincadeira, um discente, portando uma bola na mão, deveria pegar outros
colegas, que tinham como objetivo não serem pegos. As variações utilizadas
foram: aumentar o número de pegadores e/ou a velocidade de deslocamento
(andando ou correndo).

A segunda atividade foi a brincadeira do “traço”, momento em que os


alunos ficavam em duplas, no qual quem estava com a bola tentava driblar seu
oponente e quem não a tinha tentava tomá-la.

Compreende-se que todas as atividades devem possuir um sentido


pedagógico e relacionarem-se com os outros momentos da aula. Nesse
sentido, proporcionar o conhecimento sobre os espaços da quadra e propiciar o
confronto de um contra um ajudará no jogo tático da intervenção.

Nessa perspectiva, defende-se que, em toda aula de futsal na Educação


Física, deve-se buscar desenvolver os objetivos propostos, utilizando-se de
atividades que consigam manter em sua essência a dinâmica imprevisível do
próprio jogo, estimulando, assim, o aprimoramento das inteligências (MUTTI,
2003; SILVA JUNIOR; VIEIRA; BALBINO, 2016).

No que se refere ao jogo tático por compreensão dos quatro retângulos,


esse foi escolhido por: (i) desenvolver o jogar no sistema tático 2-2, disposição
que proporciona uma ocupação racional da quadra, exige pouca movimentação
e facilita os processos pedagógicos de entendimento e de ocupação dos
espaços da quadra e dinâmica do jogo, e (ii) apresentar regras simples e ser de
fácil execução, pois, na maior parte do tempo, os alunos ficam restritos a um
pequeno espaço de jogo com a oposição de um único oponente (BALZANO,
2014; FONSECA, 2007).

Balzano (2012) defende que os jogos devem estar de acordo com o


nível de aprendizagem e experiência dos estudantes, devendo evitar-se a
77

aplicação de jogos com um grau de dificuldade e execução elevado, pois isso


poderá desestimular o educando.

Registrou-se nessa turma uma compreensão e qualidade de jogo muito


boa, pois os alunos compreenderam e respeitaram as regras na maior parte do
tempo. No entanto, notou-se que alguns discentes se sentiram limitados em
quadra, pelo fato de só poderem ocupar um dos quatro espaços de jogo.
Visando diminuir essa restrição e devido ao bom nível de jogo, aplicou-se uma
variação em que o jogador poderia ocupar um outro espaço de jogo para o qual
tivesse realizado um passe bem-sucedido, nesse momento percebeu-se um
maior tempo de bola rolando e situações de superioridade numérica,
proporcionada pela nova regra, embora o número de finalizações tenha sido
bem pequeno. Destaca-se que foi realizado um rodízio em que todos os
discentes ocuparam os diferentes quadrantes, realizando as funções de
goleiro, fixo, alas e pivô.

Verifica-se que os alunos conseguiram desenvolver um tipo de jogo que


Garganta (2006) enquadra como modelo intermediário, pois houve uma
ocupação racional do espaço de jogo, embora pouco eficaz, boa troca de
passes e pouca eficácia ofensiva.

A respeito do rodizio de posições nas aulas, defende-se que, no


processo de ensino e aprendizagem, os professores devem evitar a
especialização em uma única posição, estimulando a passagem por todas as
posições, sobretudo na de goleiro, pois é uma posição de suma importância e é
pouco valorizada nas escolas brasileiras (SANTANA, 2004; FONSECA, 2007;
BALZANO, 2012).

Em referência a roda de conversa final, foram comentados os assuntos


abordados e foi perguntado aos discentes quais as maiores dificuldades
encontradas na aula. Nesse momento, o Aluno A1 descreveu que “pensar e
jogar ao mesmo tempo é muito difícil”, raciocínio que pode ser explicado pela
necessidade de respeito às regras que o jogo determinava. Já o Aluno A8 citou
que a grande dificuldade dele foi não poder ocupar outras zonas da quadra.
Outros alunos comentaram que nessa atividade a tomada de decisão foi um
aspecto muito trabalhado, pois tinham que escolher entre passar ou chutar,
78

movimentar-se para receber um passe. Para finalizar, a Aluna A14 argumentou


que o rodízio de ocupação na quadra é muito benéfico, pois propicia vivenciar
situações ofensivas e defensivas.

No que diz respeito ao estimulo da tomada de decisão pelos estudantes,


Silva Junior, Vieira e Balbino (2016) descrevem que o ideal não é desenvolver
somente os aspectos técnicos, táticos e físicos, e sim aprimorar os
componentes cognitivos, ligados à criatividade e à compreensão tática,
componentes que irão estimular o entendimento de jogo.

Figura 7 - Jogo tático dos quatros retângulos

Fonte: próprio autor (2019).

Na Turma B, no momento da roda de conversa inicial, explicaram-se as


atividades e as aprendizagens táticas que poderiam ser desenvolvidas,
registrou-se um bom nível de entusiasmo, embora alguns alunos aparentassem
certo grau de dispersão, sendo necessária a interferência do docente.

Em relação a parte principal, o aquecimento com o pega-pega sobre as


linhas da quadra foi de grande importância, pois muitos discentes indagavam
sobre as marcações oficiais do futsal, dúvida que foi sanada pelo professor.
Nessa turma, a brincadeira do “traço” não apresentou um bom nível de
desenvolvimento inicial, pois verificou-se um baixo nível técnico nos
fundamentos (condução, drible e desarme) na maioria dos alunos. Diante
disso, o professor aplicou exercícios técnicos para aperfeiçoar essa execução
motora.
79

Em referência à execução de exercícios técnicos em momentos


específicos, Feu et al. (2017) relatam que o docente deve se utilizar dessas
tarefas por pequenos períodos de tempo, quando perceber que se tornam
necessárias para ajudar no desenvolvimento do jogo tático.

Figura 8 - Aplicação de exercícios técnicos de forma pontual

Fonte: próprio autor (2019).

No que diz respeito ao jogo tático por compreensão, houve um bom nível
de entendimento e respeito às regras do jogo. Contudo, a qualidade da
atividade foi influenciada negativamente por dois fatores: (i) pouco
desenvolvimento técnico apresentado pelos discentes, o que acarretou muito
tempo de bola parada, pois a todo momento a bola saía da quadra, e (ii)
ocupação não racional do espaço de jogo, ocasionando aglomeração em torno
da bola e poucas trocas de passe. Desse modo, não aplicamos a variação
proposta no plano inicial.

Devido a essas características, esse jogo enquadrou-se no que


Garganta (2002; 2006) cita como jogo rudimentar, pois os jogadores tiveram
dificuldades na relação com a bola (controle, proteção, condução), perseguiram
indiscriminadamente a bola, aglutinando-se em torno dela e houve uma
sucessão de ações isoladas e desorganizadas durante a atividades.

Por fim, na roda de conversa final, os alunos comentaram que nunca


havia vivenciado uma aula sob essa metodologia e que haviam achado muito
80

estimulante. Nesse sentido, a Aluna B2 comentou que “ajudava a jogar em


grupo, pois tem gente que quer jogar sozinho”.

Dessa forma, ratificamos a necessidade do docente adequar suas


atividades e jogos para cada turma de maneira específica, pois os alunos
apresentam vários níveis de entendimento e experiência nos conteúdos
propostos, cabendo ao professor tentar otimizar ao máximo possível a
aprendizagem de cada aluno. Sendo o futsal um componente da cultura
corporal dos estudantes, compreende-se que essa variação de níveis de
conhecimento acontece devido ao fato de muitos discentes conhecerem de
forma significativa o futsal, por já terem assistido ou jogado em escolinhas ou
na rua com amigos, assim como vários são os alunos que nunca tiveram a
possibilidade de jogar a modalidade em contexto escolar e não-escolar.

Nessa lógica, destaca-se que o confronto do conhecimento escolar com


o conhecimento prévio dos estudantes é muito favorável para o processo de
ensino-aprendizagem, pois poderá proporcionar um redimensionamento
benéfico dos saberes adquiridos no convívio em sociedade. No entanto, para
que isso ocorra, Soares et al. (2009, p. 33) relatam que para os docentes “há
de se ter, no momento da seleção, competência para adequar o conteúdo à
capacidade cognitiva e à prática social do aluno, ao seu próprio conhecimento
e às suas possibilidades enquanto sujeito histórico”, pois, segundo os autores:

Os princípios da seleção do conteúdo remetem à necessidade


de organizá-lo e sistematiza-lo fundamentado em alguns
princípios metodológicos, vinculados à forma como serão
tratados no currículo, bem como à lógica com que serão
apresentados aos alunos. Inicialmente se ressalta o princípio
do confronto e contraposição de saberes, ou seja, compartilhar
significados construídos no pensamento do aluno através de
diferentes referências: o conhecimento científico ou saber
escolar é o saber construído enquanto resposta às exigências
do seu meio cultural informado pelo senso comum (p. 33).

Por fim, Daólio (2006) defende que o objetivo da Educação Física


escolar não é o de ensinar somente os esportes, e de maneira mais específica
o futsal, mas utilizar as atividades valorizadas culturalmente num determinado
grupo para proporcionar um conhecimento que permita ao aluno, a partir da
81

prática, compreender, usufruir, criticar e transformar as distintas formas de se


jogar o futsal, elemento importante da chamada cultura corporal.

4.2.2 2ª aula prática: jogo tático dos dois setores na horizontal

A segunda aula prática foi desenvolvida no dia 17 de outubro de 2019.


Esta intervenção objetivou aprimorar o conhecimento sobre o sistema de jogo
2-2 e desenvolver a tomada de decisão dentro do futsal, através da
modificação da ocupação e espaço de jogo. A tabela a seguir descreve as
atividades efetuadas.
Tabela 2 - Segunda intervenção: jogo tático dos dois setores na horizontal

Aula prática 2
Objetivo Desenvolver a tomada de decisão dentro do jogo de futsal com
principal: modificação no espaço e ocupação do campo de jogo.
1º momento: Roda de conversa inicial
2º momento: Atividades práticas:
- Aquecimento: bobinho e jogo 2x1.
- Jogo tático dos dois setores na horizontal: jogo de futsal, mas
a quadra é dividida em dois setores na horizontal em defesa e
ataque, onde os jogadores realizarão as funções de fixo e pivô,
não podendo mudar de setor.
Variação 1: o aluno que realizar um passe para o outro lado
poderá ocupar este espaço com o intuito de jogar com
superioridade numérica.
Obs.: Os alunos deverão passar por todos os setores

3º momento: Roda de conversa final


Fonte: próprio autor (2020)
82

Com relação à turma A, os alunos deram bastante atenção ao momento


inicial, perguntando como seria o jogo tático do dia e suas variações.
Explicamos as possíveis aprendizagens táticas presentes nas atividades
desenvolvidas, por exemplo, saber agir com superioridade e inferioridade
numérica.

Feu et al. (2016) argumentam que o professor deve ser um orientador do


processo de ensino e aprendizagem, apresentando, no início de cada aula, um
problema tático, que deve ser resolvido pelos jogadores através de pistas e
feedback interrogativos, estimulando a tomada de decisão independente e
correta do aluno.

O segundo momento foi iniciado com o aquecimento, no qual se utilizou


a brincadeira do bobinho, atividade em que quatro alunos ficam dispostos em
círculo, tocando a bola entre si enquanto um outro discente tenta tomar a bola
dos colegas. Buscou-se formar grupos com níveis de aprendizagem
semelhantes, para facilitar o processo de ensino. Percebeu-se que, por se
tratar de uma brincadeira bastante praticada, a maioria dos alunos conheciam
sua dinâmica e regras. A segunda atividade de aquecimento foi a brincadeira
de dois jogadores contra um, na qual dois colegas tentavam manter a posse da
bola contra um outro, em um espaço determinado. Nesse momento notaram-se
alguns erros básicos, como não se movimentar e não tocar a bola para o
companheiro desmarcado, situações em que o docente parou a aula e explicou
os equívocos e possíveis soluções táticas da atividade. Importante citar que a
quadra foi dividida em vários quadrantes, para que se pudesse jogar o maior
tempo possível.

A atividade do bobinho é bastante praticada em forma de brincadeira por


crianças na rua, em escolinhas de futsal, nas aulas de Educação Física e até
mesmo a nível profissional, como forma de aquecimento, pois, além de
propiciar um aprendizado técnico relevante, requer do jogador uma constante
tomada de decisão (se passa ou dribla), sempre em função das
movimentações de colegas e adversários (PERARNAU, 2015; VOSER;
GIUSTI, 2002, SANTANA, 2004).
83

Em referência ao jogo tático dos dois setores na horizontal, verificou-se


uma boa qualidade de jogo e compreensão das regras, pois os discentes
ocuparam a quadra de forma muito organizada, jogando no sistema 2-2, sem a
necessidade de orientação constante do docente. Outro fato a se destacar
foram a verbalização e a instrução dos alunos, almejando auxiliar os colegas a
jogarem melhor. Optou-se por implementar a variação, na qual se poderia
avançar para um setor de quadra diferente após se realizar um passe bem-
sucedido, o que acabou resultando em um maior número de finalizações,
influenciadas pela superioridade numérica (3 contra 2).

Entende-se que os alunos continuam apresentando um modelo de jogo


intermediário (jogo estático, jogadores centrados sobre os passes e ocupação
racional do espaço de jogo) na fase do jogo sem variação. Entretanto,
verificam-se algumas características de um modelo avançado (jogo dinâmico e
jogadores centrados sobre a finalização) quando se implementa a variação
(GARGANTA, 2002). Dessa forma, cabe ao docente ir adaptando o grau de
dificuldade dos jogos, de acordo com a assimilação dos estudantes
(BALZANO, 2012).

Com relação aos momentos de inferioridade e superioridade numérica,


Lopes e Silva (2009, p. 185) comentam que “possibilita a evolução da
marcação, tanto quanto da objetividade do ataque, pois no jogo comum são
usuais as situações de contra-ataques com superioridade numérica no ataque”.
Nessa lógica, foi notado que os jogadores que estavam na quadra defensiva
buscavam passar a bola para os companheiros de ataque, para conseguirem
finalizar com mais eficácia.

Na roda de conversa final, perguntou-se quais as características mais


marcantes das atividades realizadas. Os alunos afirmaram que o jogo tático foi
bem mais proveitoso, por já estarem se familiarizando com o método adotado.
A Aluna A14 citou como positivo o limite da quadra maior do que na aula
anterior. Com relação à restrição de espaço, o Aluno A12 afirmou que “por
conta do espaço limitado, a gente tem que pensar e tocar mais rápido, sempre
pensando em quem vai tocar a bola”.
84

Compreende-se que, devido às restrições espaciais, os discentes


começam a perceber que não podem jogar de qualquer forma, pois precisam
da ajuda dos companheiros para marcarem gols, o que diminui a
individualidade exagerada, fazendo com que todos joguem de maneira
equilibrada. Nesse sentido, Casarin et al. (2011) comentam que os
constrangimentos impostos nos jogos estruturados favorecem aos alunos
estarem constantemente avaliando, criando, prevendo e tomando decisões em
relação à equipe, seja no processo de ensino e aprendizagem ou no jogo
formal.

Na Turma B, verificou-se, no momento da explicação das atividades e


seus objetivos, uma boa disponibilidade dos alunos para a aprendizagem, pois
alguns expuseram suas dúvidas e indagaram sobre o jogo tático.

Com relação ao aquecimento com o bobinho, a maioria dos alunos já


conhecia a atividade e praticaram de forma satisfatória. Entretanto, um grupo
não conseguiu apresentar um bom desenvolvimento, devido à baixa eficiência
dos fundamentos técnicos de alguns participantes, o que ocasionava
constantes erros de passe e recepção. Ao perceber tal fato, o docente refez os
grupos, tentando torná-los mais homogêneos. A atividade de 2 jogadores
contra 1 solicitou uma maior intervenção do professor, pois alguns discentes
apresentaram dificuldades de se locomover de forma coerente e não sabiam
como utilizar os fundamentos técnicos no momento mais adequado.

Figura 9 - Prática de bobinho por alunas

Fonte: próprio autor (2019).


85

Galatti et al. (2017) defendem que, ao se trabalhar com esporte, o


professor deve atentar-se para as necessidades e para as possibilidades de
aprendizagens, devendo apresentar as seguintes competências: orientar a
prática e promover a melhoria por meio das oportunidades de aprendizagem
adequadas aos discentes; observar atentamente o desempenho dos alunos e
intervir de maneira positiva para maximizar a aprendizagem.

O jogo tático foi desenvolvido de forma mais satisfatória do que na aula


anterior. Os discentes respeitaram mais as limitações espaciais impostas pelas
regras, havendo uma ocupação mais racional da quadra, diminuindo-se a
aglomeração dos jogadores em torno da bola. Um ponto que dificultou o bom
andamento da atividade foi o pouco condicionamento físico que os alunos
apresentavam, cansando muito rápido e desistindo facilmente das jogadas.
Com o desenrolar do jogo, foi imposta a variação que permitia a ocupação de
outro setor após um passe bem-sucedido, tal situação ocasionou uma melhor
circulação da bola, muito embora alguns alunos esquecessem de avançar para
o outro setor.

Dessa forma, percebe-se que a qualidade de jogo nessa turma


apresentou uma melhoria em relação à aula anterior, fato que pode ser
explicado por uma maior adaptação à metodologia de ensino. Destaca-se que
todo processo de ensino e aprendizagem pode variar em função das
características dos alunos, o que requer do professor um maior grau de
adaptação.

No momento final da aula, indagou-se sobre o que mais chamava a


atenção nos jogos. O Aluno B6 citou o fato de não poder correr livremente pela
quadra como algo que o incomodava. Entretanto, outros alunos citaram que as
regras eram algo positivo, porque o jogo ficava mais organizado e facilitava o
jogar. Também se perguntou sobre meninas e meninos jogando juntos, a Aluna
B11 afirmou que aprendiam mais dessa forma, pois as regras facilitavam a
organização e obrigavam os meninos a jogarem coletivamente.

Com relação às aulas mistas, Souza Junior (2018, p. 8) argumenta que:

O convívio de meninos e meninas nas aulas deve ser adotado


e incentivado pelos docentes, buscando constantemente
86

estabelecer um ambiente de respeito mútuo e solidariedade, no


qual as diferenças físicas não se constituem em diferenças de
acesso a uma participação efetiva nessas aulas.

4.2.3 3ª aula prática: jogo tático dos dois setores na vertical

A terceira aula prática foi executada no dia 21 de outubro de 2019. Esta


intervenção teve como objetivos ampliar o conhecimento sobre o sistema de
jogo 2-2 e aprimorar a tomada de decisão dentro do futsal, através da
modificação da ocupação e espaço de jogo. A tabela inferior expõe as
atividades desenvolvidas.
Tabela 3 - Terceira intervenção: jogo tático dos dois setores na vertical

Aula prática 3
Objetivo Desenvolver a tomada de decisão dentro do jogo de futsal com
principal: modificação na ocupação do campo de jogo.
1º momento: Roda de conversa inicial
2º momento: Atividades práticas:
- Aquecimento: pega-pega com bola de futsal e jogo 2x2.
- Jogo tático dos dois setores na vertical: jogo de futsal, mas a
quadra é dividida em dois setores na vertical em direita e
esquerda, onde os jogadores realizarão as funções de alas,
fixo e pivô, não podendo mudar de setor.
Variação 1: o aluno que realizar um passe para o outro lado
poderá ocupar este espaço com o intuito de jogar com
superioridade numérica.
Obs.: Os alunos deverão passar por todos os setores.

3º momento: Roda de conversa final


Fonte: próprio autor (2020).
87

No que se refere a Turma A, no momento inicial, foram explicadas as


atividades, dando ênfase nas tomadas de decisões que poderiam acontecer
em virtude do jogo. Observou-se que esse momento foi bastante rápido, pois
os alunos começaram a adotar a forma de explicação de uma maneira mais
espontânea, sem que fosse preciso pedir para sentar e prestar atenção. Esse
aspecto é muito benéfico para o desenvolvimento das aulas, facilitando o
processo de ensino e aprendizagem.

Com referência a parte principal, utilizou-se para aquecimento a


brincadeira intitulada pega-pega com bola, que consiste em um aluno tentar
encostar nos colegas conduzindo uma bola de futsal. Observou-se que, quanto
maior era a capacidade técnica de condução, mais rápido os discentes
conseguiam pegar os companheiros. Com o passar do tempo, foram
adicionados mais pegadores para aumentar a dinâmica da atividade. Outra
atividade aplicada foi o jogo 2 contra 2, no qual dois jogadores tentam manter a
posse da bola, em um espaço determinado, contra outros dois colegas.

No que concerne ao pega-pega, essa atividade faz parte da cultura dos


jogos e brincadeiras de rua. Costa, Ribeiro e Cunha (2015) descrevem que
essas atividades fazem parte da cultura corporal desde os primórdios da
humanidade, sendo transmitidas de geração em geração, podendo contribuir
para que os estudantes não desenvolvam apenas os aspectos motores, mas se
apropriem dos conhecimentos produzidos ao longo da história pelo homem.
Nesse sentido, Santana (2004) defende que o professor deve aproveitar
dessas práticas já conhecidas e dominadas pelos discentes para ensinar os
fundamentos do futsal de uma forma mais atraente.

Conforme Costa, Ribeiro e Cunha (2015), no Ensino Médio os jogos e as


brincadeiras precisam contribuir com as outras manifestações da cultura
corporal durante as aulas, e que essa aprendizagem conduza à reflexão do ser
que analisa, realiza, experimenta, comunica-se, modifica e interage com a sua
realidade e a do mundo. Outra justificativa para a utilização dessa atividade se
deve por essa ser de caráter lúdico, podendo despertar prazer, sentimentos de
liberdade e espontaneidade (LOPES; SILVA, 2009; SILVA JUNIOR; VIEIRA;
BALBINO, 2016).
88

Em alusão ao jogo tático por compreensão, verificou-se os seguintes


avanços relacionados à tomada de decisão no futsal: jogo fluido, com um ótimo
tempo de bola rolando, pois essa era passada para os companheiros melhor
posicionados; alunos se organizaram no sistema 2-2 sem precisar da
interferência do docente; discentes começaram a se movimentar em quadra
buscando oportunizar opções de jogo para os colegas; maior quantidade de
finalizações no alvo; todos participaram efetivamente, não havendo
centralização da ações com bola dos mais habilidosos e cumpriram as regras
de forma exemplar.

Verifica-se que os estudantes dessa turma começaram a apresentar


características de um modelo de jogo avançado, pois, constatou-se: eficácia
ofensiva, ações organizadas; fazer a bola correr; afastar-se do colega que tem
a bola e dirigir-se para espaços vazios no sentido de receber a bola
(GARGANTA, 1995; 2002).

Compreende-se que esses avanços se deveram à boa aceitação e à


motivação que os alunos apresentaram nas atividades propostas, haja visto
que todos os alunos participaram. Nesse sentido, no Ensino Médio, deve-se
utilizar práticas que estimulem a participação de todos, combinando diferentes
procedimentos pedagógicos para promover uma aprendizagem significativa
(JÚNIOR; TEIXEIRA; GUIMARÃES, 2017; NISTA-PICCOLO; MOREIRA,
2012).

Na roda de conversa final, após uma discussão rápida sobre os


conteúdos trabalhados, foi averiguado com os discentes que o maior espaço de
jogo proporcionado facilitou o desenvolvimento da atividade. Outro ponto a se
destacar foi o discurso de alguns sobre a constante tomada de decisão que
precisam realizar nesse método. Nesse aspecto, o Aluno A11 comentou da
importância de pensar e agir de forma correta ao mesmo tempo. Diante disso,
o docente ratificou a importância da correta tomada de decisão durante o jogo
e que essa se desenvolveria cada vez mais com o decorrer dos próximos
encontros.

Feu et al. (2017) comentam que uma das vantagens dessa metodologia
é elevar a capacidade de compreensão e tomada decisão no jogo, entretanto,
89

para que isso aconteça, recomenda-se que a unidade didática dure pelo menos
um bimestre.

Com respeito a Turma B, no momento inicial de aula, foram explicados


os objetivos de aprendizagem, no entanto, por mais que os alunos prestassem
atenção, alguns alegavam que não queriam participar das atividades.

O aquecimento foi iniciado com o pega-pega com bola, percebeu-se que


determinados alunos demoravam bastante a pegar outros colegas por não
saberem conduzir bem, situação que foi diminuída com o acréscimo de mais
pegadores, ocasionando grande intensidade, empenho e satisfação. Foi
destinada uma maior atenção ao jogo de 2 contra 2, por esse propiciar um
constante contato com a bola e deslocamento no espaço, com o objetivo de
desenvolver os aspectos técnicos e táticos de forma conjunta.

O jogo tático por compreensão apresentou uma qualidade bem maior do


que nas aulas anteriores, pois os discentes começaram a ocupar o espaço de
forma equilibrada, conseguiram manter a bola em quadra por mais tempo e
começaram a se movimentar para oferecer condições de jogo para o colega
que portava a bola, ocasionando, assim, situações de superioridade numérica.

Constata-se que o jogo nessa turma começa a atingir um nível


intermediário: ocupação racional do espaço de jogo, troca de bola entre os
jogadores e uma “leitura de jogo” mais avançada (GARGANTA, 2002; 2006).
Essa evolução talvez esteja atrelada aos aspectos motivacionais apresentados
pelos alunos durante as aulas, sempre demonstrando gana e alegria por jogar.
Citamos como exemplo o descontentamento que alguns deles manifestaram
quando foram tirados da atividade para descansar ou dar vez a outros colegas.

Na roda de conversa final, o docente indagou aos pesquisados por qual


motivo eles aumentavam o entusiasmo com a aula após começarem a jogar,
obteve-se como resposta da Aluna B9 o seguinte comentário “desse jeito é
mais divertido, pois devemos respeitar as regras e aumenta a competividade”.
Um aspecto positivo citado foi a não separação de meninos e meninas nas
atividades, para eles isso se era muito importante. O aluno B6 citou que “é
melhor porque vai melhorar o desempenho delas, por jogarem junto com os
meninos” e a Aluna B9 afirmou “querendo ou não, o homem joga mais que as
90

mulheres, e a gente jogando com os meninos eles acabam ensinando”.


Acredita-se que tais constatações se devem a dois fatos: experiência em aulas
que ainda separam meninos e meninas e baixo número de meninas que jogam
futsal nessa unidade escolar.

Com relação à questão de meninos e meninas juntos, Souza Júnior


(2018) comenta que historicamente a Educação Física cometeu o equívoco de
separar os sexos nas aulas, pois acredita-se que há um grande desnível
técnico e biológico entre homens e mulheres. No entanto, o autor argumenta
que, por mais que existam essas diferenças, as aulas mistas devem ser
adotadas pelos docentes, buscando estabelecer um ambiente de respeito
mútuo e favorável à aprendizagem. Com relação a afirmação de que os
meninos são melhores no futsal, entende-se que:

Se um menino – por ser menino –, desde os três ou quatro


anos de idade, é incentivado a correr, brincar com bola, saltar
subir em árvore, lutar etc., tem grandes chances de exibir
melhor performance do que uma menina que – apenas por ser
menina – foi privada dessas atividades em prol de brincadeiras
mais passivas como brincar com utensílios domésticos,
brincadeiras cantadas, brincar com bonecas etc. (SOUZA
JÚNIOR, 2018, p. 8).

Dessa forma, deve-se buscar aulas em que meninos e meninas a


aprendam e se desenvolvam juntos, de forma a respeitar as diferenças.

Figura 10 - Meninos e meninas jogando juntos

Fonte: próprio autor (2019).


91

No que se refere ao prazer constatado nos estudantes por participarem


da aula, uma das principais vantagens dessa metodologia é provocar
satisfação, pois os jogadores vivenciam atividades competitivas e desafiadoras
(FEU et al., 2017; BALZANO, 2012).

4.2.4 4ª aula prática: jogo tático das quatro traves

A quarta aula prática foi realizada no dia 28 de outubro de 2019. Esta


intervenção apresentou como objetivos aprimorar o conhecimento sobre o
sistema de jogo 2-2 e desenvolver a tomada de decisão dentro do futsal,
através da alteração no número e tamanho dos alvos. A tabela abaixo detalha
as atividades aplicadas.

Tabela 4 - Quarta intervenção: jogo tático das quatro traves

Aula prática 4
Objetivo Desenvolver a tomada de decisão dentro do jogo de futsal com
principal: modificação no número e tamanho dos alvos.
1º momento: Roda de conversa inicial
2º momento: Atividades práticas:
- Aquecimento: jogo 1x1 + coringa com “travinhas”.
- Jogo tático das quatros traves: jogo de futsal, mas cada time
terá que atacar e defender a trave fixa no meio da quadra e
duas travinhas que se localizarão nas linhas de fundo.

3º momento: Roda de conversa final


Fonte: próprio autor (2020).
92

Na Turma A, a roda de conversa inicial conteve a explicação das


atividades, dando-se muita ênfase ao jogo tático por compreensão, pois, a
partir dessa aula, os alunos ficaram mais livres com relação à ocupação e à
movimentação dentro da quadra, ocasionando tomadas de decisões próximas
ao jogo formal.

A parte principal foi iniciada com o aquecimento, utilizando-se o jogo de


1x1 + coringa com “travinha”, com o intuito de propiciar finalização em traves
de tamanho menor. Os discentes jogaram com colegas de nível semelhante de
aprendizagem, para tornar a atividade mais parelha. Verificou-se um grande
número de dribles e finalizações, devido à superioridade numérica criada pelo
coringa, muito embora a maioria destas não resultassem em gols. Isso talvez
seja justificado pelo pequeno tamanho das metas. Por se tratar de um
confronto de dois contra um, o que requer uma constante tomada de decisão
individual, instruiu-se como deveriam ser feitas as movimentações para quem
possuía a posse da bola (oferecer linha de passe e momento certo para
passar) e para quem não tinha a posse (flutuar e levar o atacante para um
espaço de difícil finalização). A quadra foi dividida em vários espaços, para que
fosse possível jogar durante o maior tempo possível.

Figura 11 - Jogos de 2x1 + coringa em espaço reduzido

Fonte: próprio autor (2019).

Em referência ao jogo de aquecimento, Greco (2013, p. 499) sugere


algumas variações (2x2, 3x2, 3x3), descrevendo que “são jogos com poucos
93

jogadores nos qual o participante consegue agir, provar, experimentar, variar


soluções em diversas situações táticas de jogo (igualdade, superioridade,
inferioridade numérica e com curingas)”. A figura abaixo detalha algumas das
aprendizagens que a atividade 1x1 + coringa pôde proporcionar:

Figura 12 - Aprendizagens táticas presentes no jogo 2x1 + coringa

Fonte: Greco (2013).

O jogo tático por compreensão aplicado permitiu uma ampla


movimentação dos jogadores pelo espaço de jogo. Percebeu-se que os alunos
mantiveram a organização, qualidade de jogo e tomada de decisão das aulas
anteriores, pois continuaram a ocupar a quadra de forma correta, sempre
procurando passar a bola para os companheiros melhor posicionados, e
buscavam finalizar sempre que possível. Um ponto a se destacar foi a demora
para finalizar nas “travinhas”, fato explicado pelo Aluno A1, que citou: “no início,
é ruim de se adaptar, pois geralmente só olhamos para o gol grande e
esquecemos os gols nas laterais, mas, com o tempo, a gente foi se adaptando
e viu que, em muitos casos, a lateral ficava desmarcada e poderia fazer um gol
fácil”.

Nesse contexto, acredita-se que o docente deve oferecer um tempo de


adaptação para os alunos assimilarem todas as regras dos jogos, só
94

paralisando para fazer correções. Entende-se que o professor deverá


selecionar atividades que sejam compatíveis com o nível de aprendizagem dos
estudantes e que ofereçam resistência suficiente nas situações, levando o
aluno a resgatar seus conhecimentos já adquiridos (BALZANO, 2012; SILVA
JÚNIOR; VIEIRA; BALBINO, 2016).

Na roda de conversa final, os alunos afirmaram que, no início, foi difícil


perceber que tinha que atacar as traves pequenas, mas que, com o tempo,
eles foram entendendo o objetivo do jogo. Outro aspecto relevante citado foi o
fato de jogarem no sistema 2-2 de forma intuitiva, por terem que defender dois
alvos nas laterais. A Aluna A3 comentou que estava conseguindo corrigir os
erros e que estava aplicando, fora do ambiente escolar, os conhecimentos
adquiridos nas aulas. Por fim, notou-se que, após finalizar a intervenção, os
discentes continuaram na quadra, jogando futsal com as regras do jogo tático,
o que pode demonstrar a aceitação que o método teve.

No que concerne à utilização das aprendizagens conseguidas em


contexto não-escolar, Nista-Piccolo e Moreira (2012) defendem que a
Educação Física deve mostrar a íntima relação dos conhecimentos que essa
disciplina tem com a realidade mais ampla da vida do aluno, visando a dotá-lo
de uma autonomia para a vida toda.

Com relação à Turma B, na roda de conversa inicial, foi constatada uma


melhor adaptação dos alunos, que já se organizavam automaticamente para
receber os ensinamentos e tirarem as dúvidas sobre os conteúdos do dia.

No que se refere à atividade de aquecimento com o jogo 1x1 + coringa


com “travinha”, também dividiram-se os discentes de acordo com o nível de
aprendizagem, decisão que se mostrou bastante acertada, devido à grande
diferença nas habilidades motoras encontradas na turma. Percebeu-se uma
maior desenvoltura e empenho com o objetivo de fazer o gol, mesmo não
havendo tantas finalizações corretas ao alvo. Com o passar do tempo, algumas
duplas foram trocadas para favorecer maiores vivências e trocas de
conhecimento.

Em respeito a ajustar as atividades colocando-se jogadores de nível


semelhante para facilitar a aprendizagem, Graça e Mesquita (2006) descrevem
95

que, para se ensinar esporte na escola, o docente deve levar em conta dois
princípios: (i) a exercitação deve ser ajustada a cada um dos alunos, na qual se
defende que o professor deve aplicar atividades condizentes ao nível de
aprendizagem dos alunos; e (ii) aprende mais quem obtém uma taxa elevada
de sucesso na realização das tarefas, pois entende-se que “tarefas
demasiadamente difíceis são desajustadas porque o insucesso repetido e
sistemático gera frustração, é desmotivador e perigoso para os sentimentos de
confiança e competência” (p. 209).

Em referência ao jogo tático por compreensão, verificou-se, no início da


aula, um jogo com as seguintes características: boa mobilidade dentro de
quadra, acarretando um jogo coletivo de nível razoável, embora, em alguns
momentos, os alunos se aglomerassem em torno da bola; ocupação irregular
do espaço e poucas finalizações à meta adversária. Com o intuito de diminuir
os fatores negativos, o docente parou a aula, explicou, mais uma vez, o jogo e
jogou com os discentes, para exemplificar algumas movimentações e tomada
de decisões.

Acredita-se que esses fatos ocorreram pela pouca experiência relatada


pelos alunos na prática de futsal e por, nessa atividade, não haver nenhuma
regra sobre ocupação de espaço, o que deixou livre a circulação pela quadra.

Com base nas intervenções realizadas pelo professor, Graça e Mesquita


(2006) afirmam que a demonstração, em parceria com a explicação, assume,
no âmbito de ensino na escola, um papel primordial, pois possibilita a
visualização por parte do estudante do movimento a efetuar. Nesse sentido,
Freire (2006, p. 10) comenta que:

O professor deve participar ativamente das aulas, ou jogando


junto com os alunos, ou apitando os jogos, ou apenas
observando, porém, dentro de campo. Com frequência, o
professor deve interromper o jogo para corrigir falhas. Estas
interrupções devem constituir momentos privilegiados a serem
utilizados pelo professor para ensinar aquilo que percebe que
os alunos ainda não aprenderam.

Na roda de conversa final, os alunos citaram que não finalizaram ao gol


com tanta frequência por não estarem acostumados a jogar com “travinhas”
nas laterais, pois praticavam futsal de forma livre. Alguns discentes mostraram
96

descontentamento com relação à desorganização do jogo. A Aluna B12 citou a


falta de regras sobre o espaço como um fator determinante para essa situação.
Nesse sentido, percebeu-se que os pesquisados começaram a desenvolver o
hábito de jogar com regras, o que para eles torna o jogar mais organizado e
atrativo.

4.2.5 5ª aula prática: jogo tático da trave extra no meio

A quinta aula prática foi efetuada no dia 30 de outubro de 2019. Este


encontro possuiu como objetivos aprimorar o conhecimento sobre o sistema de
jogo 2-2 e desenvolver a tomada de decisão dentro do futsal, através da
modificação no número e tamanho dos alvos. A tabela adiante descreve as
atividades implementadas.
Tabela 5 - Quinta intervenção: jogo tático da trave extra no meio da quadra

Aula prática 5
Objetivo Desenvolver a tomada de decisão dentro do jogo de futsal com
principal: modificação no número e tamanho dos alvos.
1º momento: Roda de conversa inicial
2º momento: Atividades práticas:
- Aquecimento: jogo 2x2 com “travinhas”.
- Jogo tático da trave extra no meio da quadra: jogo de futsal,
mas no meio da quadra haverá uma trave feita de cones, na
qual os times poderão fazer gols no sentido do seu ataque e
defender no sentido da sua defesa.

3º momento: Roda de conversa final


Fonte: próprio autor (2020).
97

No que concerne a Turma A, o momento inicial mais uma vez foi


bastante elucidativo, pois, conforme se apresentaram as atividades a serem
desenvolvidas, os discentes já começavam a vislumbrar as possíveis tomadas
de decisões para contornar os problemas impostos pelo jogo. Compreende-se
que buscar alternativas táticas para os jogos nas aulas de Educação Física é
primordial para a aprendizagem.

Corroborando essas observações Feu et al. (2017, p. 111-112)


descrevem que nesse tipo de metodologia:

O aprendiz faz parte do processo de maneira ativa, praticando


deliberadamente, oferecendo soluções motoras para o
problema colocado e verbalizando, respondendo às perguntas
do professor, as ações que ele tomou e suas motivações, bem
como as ações futuras a serem realizadas.

Para o aquecimento, utilizou-se o jogo 2x2 com “travinhas”, o que


representa uma progressão com relação ao jogo 1x1 + coringa da aula anterior.
Notou-se pouca movimentação e sucesso nas tomadas de decisões (passar a
bola para o companheiro desmarcado, oferecer linha de passe para o portador
da bola) no início da atividade, situação que foi contornada após uma pequena
intervenção do docente.

Com relação ao jogo tático, a princípio os alunos não entenderam muito


bem as regras que permitiam fazer gol em duas traves, pois só finalizavam nos
alvos tradicionais. Para orientar de uma forma mais clara, o docente jogou
alguns minutos com os discentes, o que ocasionou um maior número de
finalizações certas nas duas traves disponíveis. Feito isso, verificou-se uma
maior qualidade nas tomadas de decisões, pois os jogadores com a bola
começaram a buscar os companheiros melhor posicionados para passar e
finalizar, e quem não tinha a bola buscava ocupar o espaço de forma racional,
tentado defender com sucesso as duas traves. Por fim, destaca-se a
disposição exposta pelos pesquisados para resolverem os problemas que o
jogo apresentava, tentando ajudar os colegas a todo instante.

Balzano (2012) relata que o ensino para a compreensão por meio de


situações-problemas estimula a criatividade, imaginação e integra os alunos,
pois o ensino é indireto, levando os praticantes a pensar, a comprovar, a
98

trabalhar, a experimentar e a criar soluções para os desafios que os jogos vão


apresentando de forma individual e coletiva.

Entende-se que a integração e ajuda mútua entre os educandos permite


a troca de conhecimentos, o que eleva a aprendizagem de todos. No entanto,
cabe ao professor mediar essa relação, pois há alunos que passam a aula toda
reclamando com os colegas que sabem menos, situação que pode interferir de
maneira negativa no processo de ensino e aprendizagem.

Na roda de conversa final, os alunos comentaram que a principal


dificuldade encontrada era conseguir defender e atacar as duas traves ao
mesmo tempo. Nesse sentido, o Aluno A1 relatou que para tomar decisões
corretas era necessário “observar o jogo de forma geral, pois quando a gente
estava atacando a trave de lá, ficava alguém totalmente desmarcado na outra
trave”. Com relação a prática do futsal após o fim das intervenções, fato
constatado na aula anterior, os discentes citaram que a organização propiciada
pelo método facilita todos jogarem.

É fundamental para os estudantes entender o futsal de forma geral e


como algo complexo, pois, permite vislumbrar que toda ação realizada interfere
na dinâmica do jogo. Nesse sentido, Pivetti (2012) comenta que esta
modalidade tem como característica principal a imprevisibilidade dos fatos pelo
elevado grau de complexidade e pelas possibilidades de interações entre os
jogadores.

Em respeito ao jogar futsal com as regras adaptadas no momento pós-


aula, Feu et al. (2017) afirmam que os escolares que aprendem sob um modelo
alternativo disfrutam mais do que os que praticam sob os modelos tradicionais,
pois são mais motivantes e atraentes. Nesse aspecto, percebeu-se ao longo
das aulas um grande entusiasmo dos alunos na participação dos jogos.

Em referência a Turma B, no momento inicial, os alunos demonstraram


bastante vontade de aprender, pois perguntaram como seria o jogo, como
deveriam se movimentar e quais as melhores possibilidades de tomada de
decisão. Isso evidencia uma maior adaptação com o método utilizado.
99

O jogo 2 x 2 com “travinhas” utilizado para o aquecimento foi praticado


de forma satisfatória, embora alguns alunos tomassem decisões erradas, por
exemplo: passar para o colega sob forte marcação; passar ao invés de driblar
ou chutar e ficar parado constantemente. O docente buscou ensinar as
movimentações necessárias e como utilizá-las nos momentos mais adequadas.

Bianco (2011) comenta que os alunos devem desenvolver a capacidade


de interpretar as situações do jogo, pois o problema central do futsal é de
ordem tática, ou seja, mais importante do que o “como” fazer (técnica) é
“quando” e “o que” fazer (tática). Dessa forma, não adianta o professor visar
perfeição técnica e rendimento atlético nas aulas, devendo almejar que os
discentes entendam o que estão fazendo e se apropriem dessas
aprendizagens.

No jogo tático, os alunos apresentaram uma melhora com relação as


outras aulas, havendo uma maior organização no espaço de jogo e tomada de
decisões mais acertadas. Entretanto, quase não finalizaram na trave no meio,
buscando solucionar tal situação, o professor novamente jogou com os
discentes para demonstrar como seriam as movimentações e atitudes mais
corretas para marcarem um maior número de gols.

Figura 13 - Jogo da trave no meio

Fonte: próprio autor (2019).


100

Para finalizar a aula, os alunos relataram que jogar com um número


maior de metas requeria muita atenção, no sentido de que precisavam
defender e atacar as duas traves, exigindo estratégias para encontrar os
companheiros melhor posicionados e impedir os adversários de jogar. Uma
dificuldade comentada pelas discentes é a forma brusca que alguns meninos
jogavam.

Nesse sentido, torna-se importante o professor buscar alternativas que


diminuam o risco de acidentes devido às grandes diferenças físicas dos
jogadores e problematize as questões de gênero na escola, pois, entende-se
que:

As aulas mistas de Educação Física podem dar oportunidade


para que meninos e meninas convivam, observem-se,
descubram-66 se e possam aprender a ser tolerantes, a
não discriminar e a compreender as diferenças, de forma a não
reproduzir, de forma estereotipada, relações sociais autoritárias
(BRASIL, 1998, p. 42).

Por fim, a busca de estratégias para conseguir defender e atacar as


traves pode indicar que os discentes começam a entender os princípios táticos
operacionais do jogo de futsal. Nessa visão, quando se está no ataque (posse
de bola) deve-se: conservar a bola; construir ações ofensivas, progredir com a
bola para meta adversária, criar situações de finalização e atacar a trave do
oponente para fazer o gol. E quando se está na defesa (sem a posse de bola)
objetiva-se: anular as situações de finalização, recuperar a bola; impedir a
progressão do adversário, reduzir o espaço de jogo adversário e proteger a
própria trave (BALZANO, 2018; GARGANTA, 1995; TEOLDO; GUILHERME;
GARGANTA, 2015).

4.2.6 6ª aula prática: jogo tático com coringa no meio

A sexta aula prática foi executada no dia 05 de novembro de 2019. Esta


intervenção objetivou aperfeiçoar o conhecimento sobre o sistema de jogo 2-2
e desenvolver a tomada de decisão dentro do futsal com modificação no
espaço de jogo e no número de jogadores. A tabela abaixo delineia as
atividades efetuadas.
101

Tabela 6 - Sexta intervenção: jogo tático com coringa no meio

Aula prática 6
Objetivo Desenvolver a tomada de decisão dentro do jogo de futsal com
principal: modificação no espaço de jogo e no número de jogadores.
1º momento: Roda de conversa inicial
2º momento: Atividades práticas:
- Aquecimento: jogo 2x2 com coringa.
- Jogo tático com coringa no meio: jogo de futsal, mas no meio
da quadra existe uma marcação em forma de retângulo (8
metros de comprimento / 6 metros de largura), neste espaço
ficará um aluno servindo como apoio para a equipe que possui
a posse de bola. Sendo obrigatório o uso desse coringa para
fazer o gol. Os jogadores não podem transitar, apenas a bola.
Com esta zona limitando a ação dos jogadores, existe a
tendência das equipes se posicionarem no sistema 2.2.

3º momento: Roda de conversa final


Fonte: próprio autor (2020).
Na Turma A, a roda de conversa inicial almejou esclarecer os aspectos
táticos e as movimentações que poderiam ser feitas com um jogador livre no
meio da quadra.

Utilizou-se o jogo de 2x2 com coringa para aquecimento, com o objetivo


de propiciar um jogo com superioridade numérica, situação que seria
vivenciada no jogo tático. Para facilitar o processo de ensino e aprendizagem, a
quadra foi dividida em vários espaços e houve troca entre as duplas, para
diversificar e aumentar a troca de conhecimento.
102

Em referência ao jogo tático com coringa no meio, o docente iniciou a


atividade exercendo a função do jogador livre, para exemplificar as possíveis
movimentações. A princípio, percebeu-se uma dificuldade dos discentes em
conseguir passar a bola para o coringa, devido à perspicácia do time defensor,
que bloqueava os passes, situação que foi contornada com o passar do tempo
e com a constante instrução do professor para quem estivesse em quadra.
Averiguou-se que os jogadores ficaram organizados no sistema 2-2, por ser
proibido adentrar na área demarcada.

Figura 14 - Professor jogando o jogo do coringa no meio com o(a)s aluno(a)s

Fonte: próprio autor (2019).

Nas duas atividades acima relatadas, averiguou-se o desenvolvimento


dos seguintes aspectos táticos ligados à tomada de decisão: passar a bola
para o companheiro desmarcado; movimentar-se para receber a bola; atacar
com segurança; voltar a bola se não houvesse progressão ao ataque e
dificultar o passe para o jogador livre no meio.

Os alunos citaram que, nesse método, aprende-se a desenvolver a


capacidade de perceber os colegas em volta, a aprimorar a capacidade de
tomar as decisões corretas, seja passando para os companheiros ou
finalizando ao gol com mais frequência.
103

Corroborando tais afirmações, Silva Junior, Vieira e Balbino (2016)


comentam que o ensino do futsal para a compreensão tática consegue oferecer
aos praticantes a possibilidade de, através dos desafios propostos,
desenvolverem o conhecimento sobre o jogo, agindo de maneira autônoma
perante a imprevisibilidade inerente à modalidade. Balzano (2012) cita como
benefícios dos jogos táticos: desenvolvimento da capacidade de observação e
percepção das informações e aperfeiçoamento da compreensão e do uso dos
princípios de ataque e defesa.

Na roda de conversa final, foi relatado, pelos alunos, que a principal


dificuldade foi encontrar estratégias para conseguir passar a bola para o
jogador do meio. Nesse sentido, o Aluno A11 comentou que era necessário
manter a posse de bola e encontrar espaços para tocar para o jogador livre.
Com relação à função do coringa, o Aluno A12 citou que o grande problema
era achar um companheiro desmarcado para passar.

Referente à Turma B, a roda de conversa inicial se destacou pela


facilidade com que os discentes entenderam as atividades e as tomadas de
decisões a serem trabalhadas no dia.

No aquecimento com o jogo de 2x2 com coringa, houve uma evolução


na qualidade das ações motoras e tomada de decisão, pois quem possuía a
posse de bola conseguia trocar muitos passes e finalizar a gol com facilidade.
Nesse momento, o docente não realizou o rodízio, pois verificou uma grande
diferença de aprendizagem nos confrontos das duplas.

Com relação ao jogo tático, o professor também jogou por um pequeno


período de tempo, para demonstrar as regras do jogo. Após esse momento de
adaptação, os alunos passaram a fazer essa função por meio de rodízio.
Verificaram-se os seguintes aspectos positivos: jogadores organizados em
quadra, sem haver aglomeração em torno da bola; grande percentual de acerto
no passe para o pivô; alunos trocando informações e instruindo os colegas a
respeito das regras.

Verificou-se uma melhoria das capacidades técnicas aliada ao


aprimoramento das movimentações e decisões tomadas em quadra, o que
eleva qualitativamente a qualidade de jogo apresentada. Nessa perspectiva,
104

Balzano (2014) entende que um bom plano de aprendizagem deve levar em


conta três fatores: ensino do comportamento tático; desenvolvimento da técnica
motora e domínio do espaço de jogo.

No que concerne ao rodízio na função de pivô, acredita-se que isso é


muito benéfico para se vivenciar as diversas possibilidades dentro do jogo de
futsal, aumentado, assim, o entendimento do aluno sobre a modalidade
praticada. Nessa mesma lógica, Freire (2006) e Santana (2004) defendem que
o professor deve promover e estimular, entre os alunos, rodízios de
posicionamento, para que todos vivenciem as múltiplas funções no jogo.

Verificou-se que essa turma conseguiu evoluir na qualidade de jogo


apresentada. Alunos que, no início da intervenção, não sabiam as regras do
futsal e se movimentavam de forma desorganizada começaram a agir de forma
conjunta com os companheiros, para solucionar os problemas. Outro ponto
positivo verificado foi a motivação encontrada nos discentes, o que torna o
processo de ensino e aprendizagem mais dinâmico e criativo.

Balzano (2012, p. 35-36) argumenta que, para se utilizar a metodologia


para compreensão, o docente deve refletir sobre as seguintes indagações:

(a) Os jogos são motivantes?

(b) Permitem uma melhora qualitativa nas ações motoras?

(c) Permitem uma quantidade de trabalho suficiente?

(d) Existe um máximo de participação pelos alunos?

(e) Adequam-se aos objetivos perseguidos?

No momento de conversa final, os discentes afirmaram que o jogo foi o


mais fácil para eles, pois a superioridade numérica facilitava todo o trabalho de
troca de passes e finalização. Em referência ao jogar como coringa, o Aluno B4
citou que ser obrigado a passar a bola o fazia ficar pensando em quais
decisões tomar durante a atividade.
105

4.2.7 7ª aula prática: jogo tático que só pode marcar na quadra defensiva

A sétima aula prática foi desenvolvida em 07 de novembro de 2019.


Nesta intervenção objetivou-se aperfeiçoar o conhecimento sobre o sistema de
jogo 2-2 e aprimorar a tomada de decisão dentro do futsal, através da
modificação da ocupação e espaço de jogo. A tabela abaixo detalhada as
atividades efetuadas.

Tabela 7 - Sétima intervenção: jogo tático que só pode marcar na quadra


defensiva

Aula prática 7
Objetivo Desenvolver a tomada de decisão dentro do jogo de futsal com
principal: modificação no espaço e ocupação do campo de jogo.
1º momento: Roda de conversa inicial
2º momento: Atividades práticas:
- Aquecimento: jogo 3x3 com gol dentro da área.
- Jogo tático que só pode marcar na quadra defensiva: jogo de
futsal, a equipe só pode roubar a bola na quadra de defesa.
Volta a calma: roda de conversa e discussão sobre os
aspectos positivos e negativos da aula.

3º momento: Roda de conversa final


Fonte: próprio autor (2020).
No que concerne à Turma A, o momento inicial serviu para esclarecer os
aspectos técnicos e táticos que poderiam ser desenvolvidos nas atividades e
jogos do dia, por exemplo: marcação individual e contra-ataque.

Para aquecimento, aplicou-se o jogo de 3x3 com gol dentro da área.


Essa atividade é bastante praticada pelos alunos nessa unidade escolar nos
106

momentos de intervalo e antes das aulas começarem. Como era esperado, por
fazer parte da cultura escolar, esse jogo popular foi realizado pelos discentes
com grande entusiasmo e qualidade.

Daólio (2006, p. 85) argumenta que o docente deveria

partir do conhecimento corporal popular e de suas variadas


formas de expressão cultural, almejando que o aluno adquira
um conhecimento organizado, crítico e autônomo a respeito da
chamada cultura corporal de movimento.

Nesse entendimento, Darido e Souza Júnior (2007) descrevem que o


resgate e a valorização dos jogos da cultura popular e escolar, por meio das
aulas de Educação Física, podem auxiliar na transmissão dessas práticas às
futuras gerações, sendo importante o uso das brincadeiras de gol a gol,
rebatida e gol dentro da área.

O jogo tático por compreensão tinha como regra principal só poder


roubar a bola na quadra de defesa, percebeu-se que alguns jogadores tiveram
dificuldades para cumprir a restrição imposta, pois queriam tomar a bola dos
adversários em toda extensão da quadra. Como pontos positivos destacam-se:
discentes começaram a marcar os companheiros de forma individual sem a
instrução do professor, o que pode demonstrar o desenvolvimento da
autonomia nas aulas; movimentação constante pelo terreno de jogo; meninos e
meninas participam de forma conjunta e equitativa; e grande entusiasmo para
vencer.

Na roda de conversa final, os alunos expuseram que nesse jogo a


principal dificuldade era só poder tomar a bola na quadra meia defensiva. O
docente perguntou por qual motivo os discentes jogavam com tanta motivação,
nesse sentido, a Aluna A13 comentou que a metodologia dos jogos era muito
boa.

Na Turma B, na roda de conversa inicial, o docente explicou as


atividades do dia, assim como buscou elucidar as movimentações possíveis
dentro do jogo tático.

O aquecimento com o jogo de 3x3 com gol dentro da área foi praticado
com grande disposição e autonomia pelos discentes, não sendo necessária a
107

intervenção do docente com relação as questões relacionadas às


movimentações e à tomada de decisão dentro da atividade.

Com relação ao jogo tático por compreensão, verificou-se que a


dificuldade de respeitar a regra principal do jogo foi muito presente no início da
atividade, fato que foi melhorando com o passar do tempo. Como aspectos
relevantes destacam-se: movimentações que foram realizadas pelos alunos,
ocasionando várias possibilidades de finalização ao gol; trocas de passes feitas
com qualidade; todos participando efetivamente e com muita gana.

Entende-se que os alunos dessa turma começam a apresentar algumas


características do modelo de jogo avançado: jogadores organizados em
quadra; portador da bola consegue distribuir passes com facilidade e ações
organizadas (GARGANTA, 2006).

Figura 15 - Jogo tático da marcação na quadra defensiva

Fonte: próprio autor (2019).

No momento final da aula, o docente comentou as impressões sobre o


desenvolvimento das atividades e buscou parabenizar pelo empenho e
evolução na aprendizagem dos conteúdos. Em relação a qualidade de jogo
verificada, a Aluna B2 citou que “neste jogo tivemos mais tempo para pensar, o
que acaba influenciando no jogo em si”.

No que se refere a grande motivação encontrada nas duas turmas


pesquisadas, acredita-se que essa se deve a: o jogo estar muito próximo da
prática oficial e os discentes estarem acostumados a metodologia de ensino
108

aplicada. Nesse sentido, Balzano (2012) cita que os jogos táticos devem estar
o mais próximo possível da realidade do desporto, para estimular os alunos.

4.2.8 8ª aula prática: jogo tático das quatro bolas na mão

A última aula prática foi efetuada no dia 12 de novembro de 2019.


Possuiu como objetivo aprimorar o conhecimento sobre o sistema de jogo 2-2 e
desenvolver a tomada de decisão dentro do futsal, através da modificação da
ocupação e espaço de jogo. A tabela abaixo detalhada as atividades efetuadas.
Tabela 8 - Oitava intervenção: jogo tático das quatro bolas na mão

Aula prática 8
Objetivo Desenvolver a tomada de decisão dentro do jogo de futsal com
principal: modificação no número de bolas no jogo.
1º momento: Roda de conversa inicial
2º momento: Atividades práticas:
- Aquecimento: jogo 3x3 com coringa.
- Jogo tático das 4 bolas na mão: jogo de futsal, mas cada
jogador de uma equipe jogará com uma bola na mão, este
jogador ao receber a bola de jogo terá a escolha de continuar
jogando com a bola de jogo ou com a que está na sua mão.

3º momento: Roda de conversa final


Fonte: próprio autor (2020).
Na turma A, o momento inicial serviu para explicar as atividades e jogos
a serem realizados, nesse sentido, foi necessário o docente ilustrar a dinâmica
mais de uma vez, pois os alunos estavam com dificuldades para entender os
conteúdos do dia. Um aspecto relevante foi a insatisfação demonstrada pelos
discentes em relação ao término das aulas de futsal, fato que pode ser
109

demonstrado pela fala do Aluno A7: “o professor vai acabar com a melhor
aula”.

Entende-se que esse descontentamento se deve ao prazer que os


discentes apresentaram em aprender futsal sob metodologia dos jogos táticos
por compreensão, pois várias foram as ocasiões em que se foi perguntado se
teria mais tempo de jogo ou se poderiam ficar jogando após o término da aula.

A atividade utilizada para aquecimento foi o jogo de 3x3 com coringa


com gol dentro da área, uma variação da aula anterior. Verificou-se uma
grande dominância do time que possuía a posse de bola, em função da
superioridade numérica. Alguns pontos positivos desse momento foram:
jogador coringa dava opção de jogo para os colegas; equipe que não possuía a
posse de bola voltava a marcação para proteger o alvo (área do goleiro),
movimentação feita de forma natural no jogo da aula anterior e time que
atacava tentava encontrar soluções para fazer o gol (levantar a bola na área ou
entrar tabelando).

No que se refere ao jogo tático por compreensão, constatou-se, no início


da atividade, que alguns discentes não haviam compreendido as regras da
atividade, sendo necessário o docente paralisar a aula com o intuito de instruir
para uma melhor organização do jogo. Com o passar do tempo, o jogo foi
melhorando qualitativamente, pois os alunos começaram a: utilizar a bola da
mão em situações que criariam vantagem numérica, ocasiões iminentes de gol
ou para manter a posse de bola. Circunstâncias que podem evidenciar um
melhor entendimento da dinâmica de um jogo de futsal e uma melhora
acentuada das tomadas de decisões.

Na roda de conversa final, o professor buscou sanar as dúvidas que


surgiram, nessa perspectiva, a Aluna A3 perguntou como jogar com uma bola
na mão iria ajudá-la na prática de futsal fora da escola, o professor respondeu
que, por ter que analisar o jogo antes de agir, iria propiciar uma melhor
percepção e tomada de decisão. Nesse momento, o docente também
agradeceu a disponibilidade dos pesquisados em participarem das atividades e
reafirmou a aprendizagem verificada. Para finalizar, indagou-se sobre o que
eles haviam achado da metodologia dos jogos táticos por compreensão, o
110

Aluno A1 comentou que “a metodologia ensina a tomar decisões mais rápidas


e corretas e deixa o jogo mais dinâmico”, já a Aluna A14 citou que “devido a
esse tipo de aula, conseguimos melhorar a capacidade de jogar coletivamente”.

Esses discursos corroboram a literatura especializada (BALZANO, 2012;


2014; SILVA JUNIOR; VIEIRA; BALBINO, 2016) de que os jogos táticos por
compreensão desenvolvem a tomada de decisão no esporte. Bianco (2011)
relata que o desenvolvimento das capacidades cognitivas é primordial, pois
deve-se formar alunos inteligente e criativos, que tomem decisões com
iniciativa própria e que não sejam meros repetidores de jogadas.

Em referência a Turma B, na roda de conversa inicial, almejou-se


explicar as atividades a serem trabalhadas, sendo necessário demonstrar com
a prancheta tática e com movimentações dos alunos na quadra de jogo.

No aquecimento com o jogo de 3x3 com coringa com gol dentro da área,
os pesquisados apresentaram um bom entendimento da dinâmica da atividade,
sobretudo o Aluno B8, que fez o papel de coringa com grande qualidade,
dando constantemente opções de jogo para o time que detinha a posse de
bola. Outros aspectos positivos verificados foram: boa ocupação do espaço de
jogo; equipes conseguiam trocar passes de forma constante e alunos buscando
instruir os colegas que sabiam menos sobre a atividade.

O jogo tático por compreensão foi praticado de forma satisfatória,


embora alguns erros, quanto a utilização da bola na mão tenham surgido,
equívocos que foram sendo diminuídos com a ajuda do professor. Constatou-
se que essa atividade trabalhou bastante a percepção e tomada de decisão no
futsal. Pois, foi comum os alunos conversarem sobre qual o melhor momento
para se usar a bola da mão. Visto isso, o docente deu um tempo para que cada
equipe montasse alguma estratégia de jogo, atitude que elevou ainda mais a
qualidade de jogo.

Corroborando a estratégia adotada, Freire (2006) defende que, durante


os jogos, deve-se permitir pedidos de tempos técnicos para que os estudantes
conversem entre si e montem estratégias para as atividades de maneira
coletiva.
111

No momento de conversa final, buscou-se ratificar os conteúdos


aprendidos no dia. O docente agradeceu e parabenizou a turma por ter
participado com tanto afinco, ressaltando a importância da participação na
pesquisa. Verificou-se a percepção dos discentes com relação a metodologia
utilizada, a Aluna A9 descreveu que “nessa metodologia, a gente pensa mais,
pois tem as regras para respeitar”. A aluna A2 comentou que o mais importante
foi a inclusão das meninas nos jogos. Por fim, o Aluno A5 agradeceu relatando
que “aprendi e me desenvolvi muito nas suas aulas”.

Figura 16 - Encerramento das intervenções práticas

Fonte: próprio autor (2019).

4.3 Sim, pensar e jogar é possível!

A terceira fase da intervenção foi realizada no dia 14 de novembro de


2019, no terceiro tempo de aula (14:50 – 15:40), com a Turma A, e no quinto,
(16:50 – 17:40) com a Turma B. Essa etapa da pesquisa possuiu como objetivo
reavaliar o nível de conhecimento tático declarativo e de tomada de decisão
dentro da modalidade futsal dos alunos, após a intervenção com os jogos
táticos por compreensão.

Para isso, utilizou-se, novamente, a Proposta de avaliação do nível de


conhecimento tático declarativo no futsal: uma referência para os esportes
coletivos, do autor Souza (1999), sob as mesmas circunstâncias de pontuação,
organização e aplicação da etapa de avaliação diagnóstica.
112

Os gráficos 5 e 6 comparam os resultados conseguidos pelos discentes


das turmas A e B nas duas avaliações:

Gráfico 5 - Avaliação final Turma A

Fonte: próprio autor (2020).

Gráfico 6 - Avaliação final Turma B

Fonte: próprio autor (2020).


113

Verifica-se, nos gráficos 5 e 6, que 25 dos 26 alunos pesquisados


conseguiram elevar o índice de acertos no teste de conhecimento tático
declarativo. O Aluno A12 foi o único que obteve uma nota inferior à da
avaliação diagnóstica. Levando-se em consideração a pontuação máxima
possível de 75 pontos, três alunos conseguiram atingir um valor superior a 50
pontos (2 terços do teste).

Em relação às maiores pontuações, a Aluna A14 (Turma A) marcou 59


escores, o que significa um acerto de 78,7% do teste. Já na Turma B, o Aluno
B8 alcançou 55 pontos, representando 73,3% da avaliação. No que se refere
aos piores índices de escores, os alunos A6 e B12 conseguiram 31 pontos.

As figuras 13 e 14 detalham a média de pontos obtidos e o percentual de


evolução de cada aluno e turma:

Figura 17 - Percentual de evolução de acertos dos alunos da Turma A

Avaliação Avaliação
TURMA A PERCENTUAL
Diagnóstica Final
A01 38 47 19%
A02 37 38 3%
A03 42 53 21%
A04 22 41 46%
A05 44 49 10%
A06 22 31 29%
A07 27 43 37%
A08 42 49 14%
A09 22 36 39%
A10 28 43 35%
A11 28 41 32%
A12 39 36 -8%
A13 21 33 36%
A14 49 59 17%
MÉDIA 32,93 42,79 23%
Fonte: próprio autor (2020).
114

Figura 18 - Percentual de evolução de acertos dos alunos da Turma B

Avaliação Avaliação
TURMA B PERCENTUAL
Diagnóstica Final
B01 34 49 31%
B02 39 39 0%
B03 24 30 20%
B04 22 39 44%
B05 21 32 34%
B06 38 44 14%
B07 27 42 36%
B08 42 55 24%
B09 36 36 0%
B10 34 37 8%
B11 29 34 15%
B12 21 31 32%
MÉDIA 30,58 39,00 22%
Fonte: próprio autor (2020).

Constata-se que a Turma A alcançou média de pontos de 42,79, uma


melhoria de 23% em relação à primeira avaliação. A Turma B marcou uma
média de 39 escores, o que representa uma evolução de 22%. Outro ponto
verificado foi que, na Turma A, 71,4% dos pesquisados e, na Turma B, 50%
conseguiram acertar mais da metade do teste. Por fim, pode-se inferir que os
estudantes que haviam marcado menos de 25 pontos na primeira avaliação
foram os que mais evoluiram o nível de conhecimento tático declarativo no
futsal.

Os resultados encontrados na avaliação final mostram que a ampla


maioria dos estudantes pesquisados conseguiram melhorar o nível de
conhecimento tático declarativo e de tomada de decisão dentro do futsal, o que
pode representar um avanço na compreensão tática do jogo, propiciando um
melhor desempenho na modalidade esportiva futsal dentro do contexto escolar
(SILVA et al., 2018). Nesse sentido, Guijarro-Romero, Mayorga-Veja e Viciana
(2018) descrevem que é importante os estudantes adquirirem uma boa
115

aprendizagem tática que possa permitir, em situações reais de jogo, tomar as


decisões corretas em função da imprevisibilidade do futsal.

Outros resultados constatados na reavalição dos estudantes foram: (i)


uma maior experiência prática propiciou uma melhoria do conhecimento tático
declarativo; (ii) a metodologia de ensino voltada para a compreensão tática do
jogo elevou o conhecimento tático declarativo, principalmente com alunos de
menor nível inicial de aprendizagem e (iii) as experiências de ensino dirigidas
melhoraram a capacidade de compreensão tática e de tomada de decisão no
futsal.

Com relação à experiência prática elevar o entendimento tático, observa-


se, na literatura especializada, que o tempo de dedicação à prática deliberada
influencia de maneira positiva na elevação do nível de conhecimento tático
declarativo (GIACOMINI; GRECO, 2008; GIACOMINI, et al., 2011; DOS
SANTOS; MACHADO, 2017). Nesse sentido, Giacomini, Silva e Greco (2011)
citam que, quanto maior o tempo de prática (número e duração das aulas),
mais elevado será o conhecimento tático declarativo.

Corroborando essas afirmações, Morais (2016) descreve que, em estudo


feito com discentes de uma escola de Fortaleza, 90% dos pesquisados
conseguiram aumentar o nível de conhecimento tático declarativo após um
período de ensino do futsal. Para o autor, isso se deve ao aumento de tempo
dedicado à prática e à aprendizagem do esporte de forma orientada por um
profissional.

Com relação à influência da metodologia dos jogos para compreensão


elevar o nível de conhecimento tático declarativo, principalmente daqueles
alunos com menor nível inicial de aprendizagem, Pizarro et al. (2016)
comentam que um programa de ensino baseado na compreensão tática
melhora a tomada de decisão, sobretudo, daqueles estudantes com baixa
experiência. Para os autores, essas metodologias devem ser utilizadas para o
ensino de futsal na escola, sempre adaptando às características dos discentes.

Nessa mesma lógica, Pinho et al. (2010) afirmam que, em estudo


realizado em uma escola publica do Rio Grande do Sul, com o objetivo de
comparar um método tático e os métodos analítico-sitético e global-funcional,
116

verificaram que o método tático se mostrou muito mais eficaz para elevar o
conhecimento tático dos pesquisados. Morales e Greco (2007) relatam que as
metodologias para compreensão aumentam a inteligência tática dos alunos.

No que se refere às experiências de ensino dirigidas melhorarem a


compreensão tática e tomada de decisão dos estudantes, Tavares (2013)
comenta que o grau de aprendizagem no esporte está atrelado à presença de
docentes estimuladores, na quantidade e qualidade das intervenções propostas
por esses.

Compreende-se, por fim, que os profissionais que estudam sobre o


esporte e suas distintas metodologias de ensino acabam se tornando mais
aptos para desenvolverem um trabalho mais adequado e efetivo nas escolas
(MORAIS, 2016; FREIRE, 2006).
117

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesse momento, pretendo mostrar os impactos ocasionados pela


pesquisa sobre a minha prática docente, esclarecendo os pontos mais
relevantes constatados no estudo. Também almejo verificar se os objetivos
foram atingidos, elucidar a problemática e averiguar se as hipóteses da
investigação se confirmaram.
Com relação à importância da pesquisa para minha prática docente,
compreendo que a investigação da realidade escolar em que estou inserido,
assim como dos alunos para os quais leciono, transformou meu modo de
conceber o processo educativo, pois pude perceber que, ao se realizar um
trabalho organizado e com objetivos bem definidos e alcançáveis, podemos
propiciar um ensino de qualidade, seja em que realidade e unidade temática
for. Este estudo também me ajudou a ratificar a ideia de que todo aluno possui
o direito e é capaz de aprender o futsal de uma forma holística, desenvolvendo
aprendizagens táticas, técnicas, físicas e cognitivas de maneira integral e sem
precisar passar por metodologias que visem rendimento esportivo máximo.

Em referência ao objetivo principal da pesquisa, compreendo que a


aplicação de uma proposta de ensino baseada na metodologia dos jogos
táticos por compreensão com os estudantes pesquisados demandou um
elevado nível de organização, comprometimento, conhecimento e adaptação
para se alcançar um ensino de qualidade. Pois, verifiquei que foi necessário a
aplicação de uma avaliação diagnóstica para averiguar o nível de
conhecimento inicial dos alunos, assim como para selecionar e aplicar as
atividades e os jogos táticos por compreensão adequados ao nível de
aprendizagem dos estudantes.

Com relação a aplicação dos jogos táticos, destaco que o professor deve
possuir um elevado grau de conhecimento para adaptar as atividades aos
alunos, com o objetivo de maximizar a aprendizagem de todos, pois as
diferenças de conhecimento apresentadas interferiram diretamente no
desenvolvimento dos jogos. Averiguei que a intervenção dirigida e pontual do
professor nesse tipo de metodologia é necessária e benéfica, pois, além de
ajudar a elevar a capacidade de compreensão tática e de tomada de decisão
118

no futsal, houve momentos em que os estudantes só conseguiram entender os


objetivos da aula com a explicação e/ou demonstração do docente.

No que se refere ao nível de conhecimento tático declarativo e de


tomada de decisões dentro da unidade temática antes e após o fim da
intervenção, verifiquei que a maioria dos alunos possuíam um baixo nível de
conhecimento na avaliação diagnóstica, haja visto que poucos foram os
estudantes que conseguiram acertar mais que 50% do teste. Já com relação ao
nível de conhecimento após o fim da intervenção, constatei que a maioria dos
alunos acertaram mais que 50% da avaliação.

Nesse sentido, ao se comparar o nível de conhecimento tático


declarativo e de tomada de decisões dentro da unidade temática futsal após o
fim da intervenção, verifiquei que na Turma A houve uma evolução de acerto
de 23% e na Turma B de 22%, o que representa uma elevação significativa do
grau de conhecimento tático dos estudantes. Nesse sentido, entendo que a
primeira hipótese do estudo foi confirmada, pois a proposta de ensino do futsal
baseada na metodologia dos jogos táticos por compreensão elevou o nível de
conhecimento tático declarativo e de tomada de decisão dos estudantes.

No que diz respeito a participação dos estudantes na unidade temática


futsal sob a metodologia dos jogos táticos por compreensão, constatei alguns
aspectos que marcaram bastante o percurso investigativo: (i) alunos
participaram efetivamente das aulas, sempre demonstrando respeito, apreço e
entusiasmo nos jogos propostos, chegando até mesmo a expressar
insatisfação quando as aulas acabaram; (ii) estudantes relataram que
conseguiam usar os saberes adquiridos em contexto não-escolar, fato que
acredito ser de extrema relevância; e (iii) discentes continuarem utilizando dos
jogos aplicados em horários livres, o que não havia sido verificado
anteriormente nessa unidade escolar. Dessa forma, compreendo que a
hipótese de que os discentes considerariam a metodologia de ensino mais
prazerosa e efetiva para a aprendizagem da unidade temática futsal foi
confirmada.

Com relação a problemática dessa investigação, que é saber em qual


medida uma proposta de ensino do futsal baseada na metodologia dos jogos
119

táticos por compreensão ajudaria o aluno a elevar seu nível de conhecimento


tático de tomada de decisão dentro da unidade temática futsal, verifiquei que a
maioria dos estudantes investigados conseguiram aumentar de forma
significativa o nível de conhecimento tático declarativo e de tomada de decisão
no futsal com a metodologia implementada, haja visto o percentual de
aprendizagem verificado após o fim da intervenção.

Compreendo que este estudo conseguiu alcançar todos os objetivos,


confirmar as hipóteses e resolver a problemática verificada na minha realidade
escolar. Com relação a importância pessoal, destaco a satisfação encontrada
na pesquisa, pois foram muitos os conhecimentos adquiridos. No que se refere
a relevância acadêmica, acredito que esta investigação pode servir como
modelo para que professores de Educação Física utilizem essa metodologia
em sua atuação docente, sempre adaptando à realidade escolar em que estão
inseridos.

No entanto, reconheço as limitações da investigação, pois: foi executada


em uma instituição que não apresenta boas condições de materiais e de
infraestrutura; foi executada durante um bimestre escolar, período
relativamente curto; e foi utilizada para o ensino de somente uma unidade
temática.

Existem algumas possibilidades de continuidade dessa investigação, por


exemplo: analisar o ensino do futsal baseado na metodologia dos jogos táticos
por compreensão com estudantes de todas as séries estudantis do Ensino
Médio; e analisar o ensino de outras modalidades esportivas de invasão na
escola, baseado na metodologia dos jogos táticos por compreensão.
120

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Acesso em: 06 mar. 2015.
130

APÊNDICES

APÊNDICE I

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA EM REDE
Campus Universitário BR-101 - Lagoa Nova - Natal/RN - CEP 59078-900 CNPJ:
24.365.710/0001-83

Carta de apresentação e consentimento enviada ao diretor escolar.


Fortaleza (CE), 10 de março de 2016
Sr (a).
______________________________________________________________
Diretor da escola: ______________________________________________
Senhor (a) Diretor (a),

Estamos realizando uma pesquisa intitulada “Metodologia de ensino de futsal


na Educação Física escolar: uma proposta baseada nos jogos táticos por
compreensão” como trabalho de conclusão do curso de Pós-graduação em
Educação Física em Rede Nacional pela Universidade Federal do Rio Grande
do Norte.

Esta investigação tem por objetivo analisar a aplicação de uma proposta de


ensino do futsal baseada na metodologia dos jogos táticos por compreensão
com estudantes do segundo ano do ensino médio.
Informamos que a permanência do investigador nas dependências desta
escola não afetará o desenvolvimento pleno das atividades. Além disso, será
mantido sigilo das informações obtidas bem como o anonimato do(a)s
estudantes
Certo de contarmos com a sua colaboração para a concretização desta
investigação, agradecemos antecipadamente a atenção dispensada e
colocamo-nos à sua disposição para quaisquer esclarecimentos (e-mail:
edilsonmedeirosfla@hotmail.com ou fone: 085 985199940).
Agradecemos antecipadamente.
Atenciosamente,
Edilson Medeiros de Oliveira
Pesquisador
Prof. Márcio Romeu Ribas de Oliveira
Orientador da pesquisa
131

APÊNDICE II

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA EM REDE
Campus Universitário BR-101 - Lagoa Nova - Natal/RN - CEP 59078-900 CNPJ:
24.365.710/0001-83
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE
Esclarecimentos
Estamos solicitando a você a autorização para que o menor pelo qual você é responsável participe da
pesquisa intitulada METODOLOGIA DE ENSINO DO FUTSAL NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: uma
proposta baseada nos jogos táticos por compreensão, que tem como pesquisador responsável o professor
Edilson Medeiros de Oliveira.
Esta pesquisa pretende desenvolver uma proposta de aulas de Educação Física (unidade temática)
baseada nos jogos táticos por compreensão que dialogue com o Futsal nas turmas do 2º ano do ensino médio
da EEFM Parque Presidente Vargas, localizado no município de Fortaleza-CE.
O motivo que nos leva a fazer este estudo decorre da histórica dificuldade da disciplina Educação
Física em desenvolver boas práticas na unidade temática futsal, sobretudo no que diz respeito a abordar os
aspectos de conhecimento tático declarativo e de tomada de decisão no futsal. Entende-se que estes aspectos
devem ser aprendidos pelos alunos, haja vista que esta modalidade compõem a cultura corporal de movimento
de nossa sociedade.
Caso você decida autorizar a participação do(a) aluno(a) na pesquisa, ele deverá ser submetido a um
instrumento de coleta de dados durante o 4º bimestre do corrente ano letivo: responder um Questionário de
Pesquisa que tem por objetivo principal verificar o conhecimento tático declarativo e de tomadas de decisões
dentro da unidade temática futsal. Outro aspecto importante é que os participantes no desenvolvimento das
aulas poderão ter suas imagens registradas, armazenadas e exibidas por meio de fotos com o fim específico de
inseri-las nas informações que serão geradas na pesquisa.
Durante a realização da pesquisa os alunos deveram participarem das aulas de educação física
durante o horário escolar estabelecido para tal, sem trazer ônus aos mesmos em qualquer outra atividade
escolar. A previsão de riscos é mínima, ou seja, o risco que ele(a) corre é semelhante àquele sentido nas aulas
de Educação Física Escolar, minimizado pela observância constante da integridade física do ambiente no qual
as aulas serão ministradas, assim como, das condições de uso dos materiais didáticos utilizados. Já em relação
aos riscos psicológicos, constrangimento, vergonha, stress, entre outros, serão minimizados a partir da inclusão
do alunado no processo de ensino-aprendizagem como coparticipantes, respeitando seus limites físicos e
cognitivos, seu tempo de aprendizado, suas vontades e interesses.
Ele(a) terá como benefício a vivência prática de distintos jogos táticos por compreensão no futsal; a
oportunidade de problematizar os diferentes jogos de futsal e as manifestações culturais deste esporte na
sociedade, como também, problematizar e ajudar na formulação de uma proposta metodológica para as aulas
de Educação Física com ênfase no futsal que consiga ter o envolvimento e participação dos alunos.
Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para Edilson Medeiros de
Oliveira, que reside na Joaquim Alfredo, 132; edilsonmedeirosfla@hotmail.com e (85) 9 85199940.
Você tem o direito de recusar sua autorização, em qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo
para você e para ele(a).
Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em congressos ou
publicações científicas, sempre de forma anônima, não havendo divulgação de nenhum dado que possa lhe
132

identificar. Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local seguro e
por um período de 5 anos.
Se você ou o seu acompanhante tiverem alguns gastos pela sua participação nessa pesquisa, eles
serão assumidos pelo pesquisador e reembolsado para vocês. Se você sofrer qualquer dano decorrente desta
pesquisa, sendo ele imediato ou tardio, previsto ou não, você será indenizado.
Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética em Pesquisa –
instituição que avalia a ética das pesquisas antes que elas comecem e fornece proteção aos participantes das
mesmas – da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, nos telefones (84) 3215-3135 / (84) 9.9193.6266,
através do e-mail cepufrn@reitoria.ufrn.br ou pelo formulário de contato do site <www.cep.propesq.ufrn.br> .
Você ainda pode ir pessoalmente à sede do CEP, de segunda a sexta, das 08:00h às 12:00h e das 14:00h às
18:00h, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Campus Central. Lagoa Nova. Natal/RN.CEP 59078-
970.
Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o pesquisador
responsável Edilson Medeiros de Oliveira.
Consentimento Livre e Esclarecido
Eu, _______________________________________________________________________,
representante legal do menor _________________________________________________________, autorizo
sua participação na pesquisa METODOLOGIA DE ENSINO DO FUTSAL NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR:
uma proposta baseada nos jogos táticos por compreensão.
Esta autorização foi concedida após os esclarecimentos que recebi sobre os objetivos, importância e o
modo como os dados serão coletados, por ter entendido os riscos, desconfortos e benefícios que essa pesquisa
pode trazer para ele(a) e também por ter compreendido todos os direitos que ele(a) terá como participante e eu
como seu representante legal.
Autorizo, ainda, a publicação das informações fornecidas por ele(a) em congressos e/ou publicações
científicas, desde que os dados apresentados não possam identificá-lo(a).
Natal, _______/_______________/2019.
_________________________________________________________
Assinatura do representante legal

Declaração do pesquisador responsável Impressão


Como pesquisador responsável pelo estudo METODOLOGIA DE ENSINO DO FUTSAL NA datiloscópica do
participante
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: uma proposta baseada nos jogos táticos por compreensão, declaro que
assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e direitos que
foram esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade
sobre a identidade do mesmo.
Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei infringindo as
normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta
as pesquisas envolvendo o ser humano.
Natal, _______/_______________/2019.
_________________________________________________________
Edilson Medeiros de Oliveira
133

APÊNDICE III

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


PRÓ REITORIA DE PÓS GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA EM REDE
CNPJ: 24.365.710/0001-83
Campus Universitário BR-101 - Lagoa Nova - Natal/RN - CEP 59078-900

TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TALE)

Para crianças e adolescentes (maiores que 6 anos e menores de 18 anos) e para legalmente incapaz.

Você está sendo convidado a participar da pesquisa METODOLOGIA DE ENSINO DO FUTSAL NA


EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: uma proposta baseada nos jogos táticos por compreensão, coordenada
pelo professor Edilson Medeiros de Oliveira, contato (85) 985199940. Seus pais permitiram que você participe.
Queremos aplicar uma metodologia de ensino da unidade temática futsal baseada na metodologia dos
jogos táticos por compreensão que visa desenvolver o conhecimento tático declarativo e de tomada de decisão
sobre a modalidade futsal.
Você só precisa participar da pesquisa se quiser, é um direito seu e não terá nenhum problema se
desistir. Os adolescentes que irão participar desta pesquisa têm de 15 a 17 anos de idade.
A pesquisa será feita na EEFM Parque Presidente Vargas, onde os alunos serão observados nos
momentos de avaliação dos conteúdos desenvolvidos na Educação Física Escolar. As aulas ocorrerão
normalmente e utilizará os materiais do cotidiano (bolas, bambolês, cones, apito, coletes), eles são
considerados seguros, mas é possível ocorrer (RISCOS) principalmente relativos a acidentes comuns em aulas
práticas. Caso aconteça algo errado, você pode nos procurar pelos telefones que tem no começo do texto.
Outro aspecto importante é que os participantes no desenvolvimento das aulas poderão ter suas imagens
registradas, armazenadas e exibidas por meio de fotos com o fim específico de inseri-las nas informações que
serão geradas na pesquisa, aqui citada e em outras publicações dela decorrentes, quais sejam: revistas
científicas, congressos e jornais.
Como benefícios, os alunos serão avaliados sobre a aprendizagem dos conhecimentos tático
declarativo e de tomada de decisão na modalidade futsal.
Ninguém saberá que você está participando da pesquisa; não falaremos a outras pessoas, nem
daremos a estranhos as informações que você nos der. Os resultados da pesquisa vão ser publicados na
dissertação de Mestrado do professor/pesquisador e em outras publicações dela decorrentes, quais sejam:
revistas científicas, congressos e jornais, mas sem identificar os adolescentes que participaram.
===============================================================
CONSENTIMENTO PÓS INFORMADO

Eu ___________________________________ aceito participar da pesquisa METODOLOGIA DE


ENSINO DO FUTSAL NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: uma proposta baseada nos jogos táticos por
compreensão.
Entendi as coisas ruins e as coisas boas que podem acontecer.
Entendi que posso dizer “sim” e participar, mas que, a qualquer momento, posso dizer “não” e desistir
e que ninguém vai ficar com raiva de mim.
O pesquisador tirou minhas dúvidas e conversou com os meus responsáveis.
Recebi uma via deste termo de assentimento. A outra via ficará com o pesquisador responsável
Edilson Medeiros de Oliveira. Li o documento e concordo em participar da pesquisa.

Natal, ____de _________de __________.

______________________________________ ______________________________________
Assinatura do menor Assinatura do pesquisador
134

APÊNDICE IV

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA EM REDE
Campus Universitário BR-101 - Lagoa Nova - Natal/RN - CEP 59078-900
CNPJ: 24.365.710/0001-83

TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA USO DE IMAGENS (FOTOS E VÍDEOS)


Eu, (nome do participante), AUTORIZO o Professor Edilson Medeiros de Oliveira, coordenador
da pesquisa intitulada: METODOLOGIA DE ENSINO DO FUTSAL NA EDUCAÇÃO FÍSICA
ESCOLAR: uma proposta baseada nos jogos táticos por compreensão a fixar, armazenar
e exibir a minha imagem por meio de foto e/ou vídeo com o fim específico de inseri-la nas
informações que serão geradas na pesquisa, aqui citada, e em outras publicações dela
decorrentes, quais sejam: revistas científicas, congressos e jornais.
A presente autorização abrange, exclusivamente, o uso de minha imagem para os fins
aqui estabelecidos e deverá sempre preservar o meu anonimato. Qualquer outra forma de
utilização e/ou reprodução deverá ser por mim autorizada.
O pesquisador responsável Edilson Medeiros de Oliveira, assegurou-me que os dados
serão armazenados em foto e/ou vídeo, sob sua responsabilidade, por 5 anos, e após esse
período, serão destruídas.
Assegurou-me, também, que serei livre para interromper minha participação na
pesquisa a qualquer momento e/ou solicitar a posse de minhas imagens.

Natal/RN, 01 de julho de 2019.


__________________________________
Assinatura do participante da pesquisa

__________________________________
Assinatura e carimbo do pesquisado responsável

ESTE DOCUMENTO DEVERÁ SER ELABORADO EM DUAS VIAS; UMA FICARÁ COM O
PARTICIPANTE E OUTRA COM O PESQUISADOR RESPONSÁVEL.
135

APÊNDICE V

DIÁRIO DE CAMPO

EEFM PARQUE PRESIDENTE VARGAS

Componente curricular: Educação Física

Professor: Edilson Medeiros de Oliveira

Turma: Aula: Data:

Total de aluno(a)s presentes: Recursos/materiais:

Unidade temática: Esportes coletivos Conteúdo: Futsal

Objetivos:

Atividades:

Metodologias:

Momento avaliativo:

Observações (Aspectos positivos e negativos)


136

APÊNDICE VI

PLANOS DE AULA

EEFM PARQUE PRESIDENTE VARGAS

Componente curricular: Educação Física

Professor: Edilson Medeiros de Oliveira

Turma: 2ºano Aula: 1 Data: Local: Sala de aula

Total de aluno(a)s presentes: Recursos/materiais: Notebook; Data-


show; TCLE eTALE.

Unidade temática: Esportes coletivos Conteúdo: Futsal

Objetivos: Entender a proposta e os objetivos da pesquisa; Compreender a


participação em uma pesquisa de mestrado e suas funções; Conhecer os direitos e
atribuições para participar da pesquisa.

Atividades: Diálogo sobre o que a proposta e objetivos da pesquisa; leitura do TALE


e TCLE para esclarecimento acerca da participação na investigação.

Metodologias: Aula expositiva em PowerPoint e leitura do material da pesquisa.

Momento avaliativo: Roda de conversa ao final da aula.

Observações (Aspectos positivos e negativos):


137

EEFM PARQUE PRESIDENTE VARGAS

Componente curricular: Educação Física

Professor: Edilson Medeiros de Oliveira

Turma: 2º ano Aula: 2 Data: Local: Sala de vídeo

Total de aluno(a)s presentes: Recursos/materiais: Notebook e Data-


show.

Unidade temática: Esportes coletivos Conteúdo: Futsal

Objetivos: Conhecer e entender o conceito de conhecimento tático declarativo no


futsal; Compreender os conceitos de tática e tomada de decisão dentro do futsal;
Identificar os principais sistemas de jogo no futsal; Conhecer os diferentes métodos
de ensino do futsal.

Atividades:
Explanação teórica sobre os temas: conhecimento tático declarativo, tática, tomada
de decisão, sistemas de jogo e métodos de ensino no futsal;
Reflexão sobre os diferentes tipos de ensino do futsal na escola;

Apresentação de um jogo de futsal com o intuito de identificar e esclarecer os


conceitos apresentados.

Metodologias: Aula expositiva em PowerPoint ; apresentação de vídeo.

Momento avaliativo: Roda de conversa ao final da aula.

Observações (Aspectos positivos e negativos):


138

EEFM PARQUE PRESIDENTE VARGAS

Componente curricular: Educação Física

Professor: Edilson Medeiros de Oliveira

Turma: 2ºano Aula: 3 Data: Local: Sala de aula

Total de aluno(a)s presentes: Recursos/materiais: Proposta de


avaliação do nível de conhecimento tático
no futsal: uma referência para os esportes
coletivos de autoria de Souza (1999).

Unidade temática: Esportes coletivos Conteúdo: Futsal

Objetivos: Diagnosticar o nível inicial de conhecimento tático declarativo e de


tomada de decisões dentro do futsal dos alunos.

Atividades:

Aplicação da proposta de avaliação do nível de conhecimento tático no futsal: uma


referência para os esportes coletivos de autoria de Souza (1999).

Metodologias: Leitura e aplicação da proposta de avaliação do nível de


conhecimento tático no futsal: uma referência para os esportes coletivos de autoria
de Souza (1999).

Momento avaliativo: Avaliação diagnóstica a partir da proposta de avaliação do


nível de conhecimento tático no futsal: uma referência para os esportes coletivos de
autoria de Souza (1999), tendo como referência as respostas de um professor
universitário de futsal.

Observações (Aspectos positivos e negativos):


139

EEFM PARQUE PRESIDENTE VARGAS

Componente curricular: Educação Física


Professor: Edilson Medeiros de Oliveira

Turma: 2ºano Aula: 4 Data: Local: Quadra

Total de aluno(a)s presentes: Recursos/materiais: quadra de futsal;


quadro tático; bola; cones e coletes.

Unidade temática: Esportes coletivos Conteúdo: Futsal

Objetivos: Conhecer o sistema de jogo 2-2 no futsal; desenvolver os fundamentos


técnicos (passar, chutar, driblar e fintar) e desenvolver a tomada de decisão dentro
do jogo de futsal com modificação no espaço e ocupação do campo de jogo.

Atividades:
Aquecimento: pega-pega sobre as marcações da quadra e brincadeira do “traço”.
Jogo 1: Jogo dos quatros retângulos:

Descrição: jogo de futsal, mas a quadra é dividida em 4 quadrantes, onde teremos 2


fixos e 2 pivôs.
Variação 1: o aluno que realizar um passe para outro retângulo poderá ocupar este
espaço com o intuito de jogar com superioridade numérica.
Obs.: Os alunos deverão passar por todos os setores.
Volta a calma: roda de conversa e discussão sobre os aspectos positivos e negativos
da aula.
Metodologias: Aula prática sobre futsal com ênfase nos jogos táticos por
compreensão.

Momento avaliativo: Roda de conversa ao final da aula.

Observações (Aspectos positivos e negativos):


140

EEFM PARQUE PRESIDENTE VARGAS


Componente curricular: Educação Física
Professor: Edilson Medeiros de Oliveira

Turma: 2ºano Aula: 5 Data: Local: Quadra

Total de aluno(a)s presentes: Recursos/materiais: quadra de futsal;


quadro tático; bola; cones e coletes.

Unidade temática: Esportes coletivos Conteúdo: Futsal

Objetivos: Aprimorar o conhecimento sobre o sistema de jogo 2-2 no futsal;


desenvolver os fundamentos técnicos (passar, chutar, driblar e fintar) e desenvolver
a tomada de decisão dentro do jogo de futsal com modificação no espaço e
ocupação do campo de jogo.
Atividades:
Aquecimento: bobinho e jogo 2x1.
Jogo 1: Dois setores na horizontal:

Descrição: jogo de futsal, mas a quadra é dividida em dois setores na horizontal em


defesa e ataque, onde os jogadores realizarão as funções de fixo e pivô, não
podendo mudar de setor.
Variação 1: o aluno que realizar um passe para o outro lado poderá ocupar este
espaço com o intuito de jogar com superioridade numérica.
Obs.: Os alunos deverão passar por todos os lados.
Volta a calma: roda de conversa e discussão sobre os aspectos positivos e negativos
da aula.
Metodologias: Aula prática sobre futsal com ênfase nos jogos táticos por
compreensão.

Momento avaliativo: Roda de conversa ao final da aula.

Observações (Aspectos positivos e negativos):


141

EEFM PARQUE PRESIDENTE VARGAS


Componente curricular: Educação Física
Professor: Edilson Medeiros de Oliveira

Turma: 2ºano Aula: 6 Data: Local: Quadra

Total de aluno(a)s presentes: Recursos/materiais: quadra de futsal;


quadro tático; bola; cones e coletes.

Unidade temática: Esportes coletivos Conteúdo: Futsal

Objetivos: Aprimorar o conhecimento sobre o sistema de jogo 2-2 no futsal;


desenvolver os fundamentos técnicos (passar, chutar, driblar e fintar) e desenvolver
a tomada de decisão dentro do jogo de futsal com modificação na ocupação do
campo de jogo.
Atividades:
Aquecimento: pega-pega com bola de futsal e jogo 2x2.
Jogo 1: Jogo dos dois setores na vertical:

Descrição: jogo de futsal, mas a quadra é dividida em dois setores na vertical em


direita e esquerda, onde os jogadores realizarão as funções de alas, fixo e pivô, não
podendo mudar de setor.
Variação 1: o aluno que realizar um passe para o outro lado poderá ocupar este
espaço com o intuito de jogar com superioridade numérica.
Obs.: Os alunos deverão passar por todos os setores.
Volta a calma: roda de conversa e discussão sobre os aspectos positivos e negativos
da aula.

Metodologias: Aula prática sobre futsal com ênfase nos jogos táticos por
compreensão.

Momento avaliativo: Roda de conversa ao final da aula.

Observações (Aspectos positivos e negativos):


142

EEFM PARQUE PRESIDENTE VARGAS


Componente curricular: Educação Física
Professor: Edilson Medeiros de Oliveira

Turma: 2ºano Aula: 7 Data: Local: Quadra

Total de aluno(a)s presentes: Recursos/materiais: quadra de futsal;


quadro tático; bola; cones e coletes.

Unidade temática: Esportes coletivos Conteúdo: Futsal

Objetivos: Aprimorar o conhecimento sobre o sistema de jogo 2-2 no futsal;


desenvolver os fundamentos técnicos (passar, chutar, driblar e fintar) e desenvolver
a tomada de decisão dentro do jogo de futsal com modificação no número e tamanho
dos alvos.
Atividades:
Aquecimento: jogo 1x1 + coringa com travinhas.
Jogo 1: Jogo das quatros traves

Descrição: jogo de futsal, mas cada time terá que atacar e defender a trave fixa no
meio da quadra e duas travinhas que se localizarão nas linhas de fundo.
Volta a calma: roda de conversa e discussão sobre os aspectos positivos e negativos
da aula.

Metodologias: Aula prática sobre futsal com ênfase nos jogos táticos por
compreensão.

Momento avaliativo: Roda de conversa ao final da aula.

Observações (Aspectos positivos e negativos):


143

EEFM PARQUE PRESIDENTE VARGAS


Componente curricular: Educação Física
Professor: Edilson Medeiros de Oliveira

Turma: 2ºano Aula: 8 Data: Local: Quadra

Total de aluno(a)s presentes: Recursos/materiais: quadra de futsal;


quadro tático; bola; cones e coletes.

Unidade temática: Esportes coletivos Conteúdo: Futsal

Objetivos: Aprimorar o conhecimento sobre o sistema de jogo 2-2 no futsal;


desenvolver os fundamentos técnicos (passar, chutar, driblar e fintar) e desenvolver
a tomada de decisão dentro do jogo de futsal com modificação no número e tamanho
dos alvos.
Atividades:
Aquecimento: jogo 2x2 com travinhas.
Jogo 1: Jogo da trave extra no meio da quadra

Descrição: jogo de futsal, mas no meio da quadra haverá uma trave feita de cones,
na qual os times poderão fazer gols no sentido do seu ataque e defender no sentido
de sua defesa..
Volta a calma: roda de conversa e discussão sobre os aspectos positivos e negativos
da aula.

Metodologias: Aula prática sobre futsal com ênfase nos jogos táticos por
compreensão.

Momento avaliativo: Roda de conversa ao final da aula.

Observações (Aspectos positivos e negativos):


144

EEFM PARQUE PRESIDENTE VARGAS


Componente curricular: Educação Física
Professor: Edilson Medeiros de Oliveira

Turma: 2ºano Aula: 9 Data: Local: Quadra

Total de aluno(a)s presentes: Recursos/materiais: quadra de futsal;


quadro tático; bola; cones e coletes.

Unidade temática: Esportes coletivos Conteúdo: Futsal

Objetivos: Aprimorar o conhecimento sobre o sistema de jogo 2-2 no futsal;


desenvolver os fundamentos técnicos (passar, chutar, driblar e fintar) e desenvolver
a tomada de decisão dentro do jogo de futsal com modificação no espaço de jogo e
no número de jogadores.
Atividades:
Aquecimento: jogo 2x2 com coringa.
Jogo 1: Jogo do meio com coringa.

Descrição: jogo de futsal, mas no meio da quadra existe uma marcação em forma de
retângulo (8 metros de comprimento / 6 metros de largura), neste espaço ficará
um(a) aluno(a) servindo como apoio para a equipe que possui a posse de bola.
Sendo obrigatório o uso desse coringa para fazer o gol. Os jogadores não podem
transitar, apenas a bola. Com esta zona limitando a ação dos jogadores, existe a
tendência das equipes se posicionarem no sistema 2.2.
Volta a calma: roda de conversa e discussão sobre os aspectos positivos e negativos
da aula.
Metodologias: Aula prática sobre futsal com ênfase nos jogos táticos por
compreensão.
Momento avaliativo: Roda de conversa ao final da aula.

Observações (Aspectos positivos e negativos):


145

EEFM PARQUE PRESIDENTE VARGAS


Componente curricular: Educação Física
Professor: Edilson Medeiros de Oliveira

Turma: 2ºano Aula: 10 Data: Local: Quadra

Total de aluno(a)s presentes: Recursos/materiais: quadra de futsal;


quadro tático; bola; cones e coletes.

Unidade temática: Esportes coletivos Conteúdo: Futsal

Objetivos: Conhecer o sistema de jogo 2-2 no futsal; Desenvolver os fundamentos


técnicos (passar, chutar, driblar e fintar); Desenvolver a tomada de decisão dentro do
jogo de futsal com modificação no espaço e ocupação do campo de jogo.
Atividades:
Aquecimento: jogo 3x3 com gol dentro da área.
Jogo 1: Jogo que só pode marcar na quadra defensiva.

Descrição: jogo de futsal, a equipe só pode roubar a bola na quadra de defesa.


Volta a calma: roda de conversa e discussão sobre os aspectos positivos e negativos
da aula.

Metodologias: Aula prática sobre futsal com ênfase nos jogos táticos por
compreensão.
Momento avaliativo: Roda de conversa ao final da aula.

Observações (Aspectos positivos e negativos):


146

EEFM PARQUE PRESIDENTE VARGAS


Componente curricular: Educação Física
Professor: Edilson Medeiros de Oliveira

Turma: 2ºano Aula: 11 Data: Local: Quadra

Total de aluno(a)s presentes: Recursos/materiais: quadra de futsal;


quadro tático; bola; cones e coletes.

Unidade temática: Esportes coletivos Conteúdo: Futsal

Objetivos: Desenvolver os fundamentos técnicos (passar, chutar, driblar e fintar);


desenvolver a compreensão de marcação individual no futsal e desenvolver a
tomada de decisão dentro do jogo de futsal com modificação no número de bola do
jogo.
Atividades:
Aquecimento: jogo 3x3 com coringa.
Jogo 1: Jogo das 4 bolas na mãos.

Descrição: jogo de futsal, mas cada jogador de uma equipe jogará com uma bola na
mão, este jogador ao receber a bola de jogo terá a escolha de continuar jogando
com a bola de jogo ou com a que está na sua mão.
Volta a calma: roda de conversa e discussão sobre os aspectos positivos e negativos
da aula.
Metodologias: Aula prática sobre futsal com ênfase nos jogos táticos por
compreensão.

Momento avaliativo: Roda de conversa ao final da aula.

Observações (Aspectos positivos e negativos):


147

EEFM PARQUE PRESIDENTE VARGAS


Componente curricular: Educação Física
Professor: Edilson Medeiros de Oliveira

Turma: 2ºano Aula: 12 Data: Local: Quadra

Total de aluno(a)s presentes: Recursos/materiais: Proposta de


avaliação do nível de conhecimento tático
no futsal: uma referência para os esportes
coletivos de autoria de Souza (1999).
Unidade temática: Esportes coletivos Conteúdo: Futsal

Objetivos: Diagnosticar o nível de conhecimento tático declarativo e de tomada de


decisões dentro do futsal dos alunos após a intervenção da unidade temática futsal,
sob a metodologia dos jogos táticos por compreensão.

Atividades:
Aplicação da proposta de avaliação do nível de conhecimento tático no futsal: uma
referência para os esportes coletivos de autoria de Souza (1999).

Metodologias: Leitura e aplicação da proposta de avaliação do nível de


conhecimento tático no futsal: uma referência para os esportes coletivos de autoria
de Souza (1999).

Momento avaliativo: Avaliação diagnóstica a partir da proposta de avaliação do


nível de conhecimento tático no futsal: uma referência para os esportes coletivos de
autoria de Souza (1999), tendo como referência as respostas de um professor
universitário de futsal.
Observações (Aspectos positivos e negativos):
148

ANEXOS
ANEXO I
Teste de conhecimento tático declarativo de Souza (1999).
Nome:_________________________________________________________

Data de nasc.:___/___/____ Escolaridade:___________________

Turma:___________________ Turno:___________________________

A proposta de avaliação do nível de conhecimento tático no futsal: uma


referência para os esportes coletivos de autoria de Souza (1999) possui como
objetivo avaliar a capacidade do(a) aluno(a) de tomada de decisão dentro do
futsal. O teste é composto por 15 questões, no qual nove se referem a tática
individual (quando driblar, passar, chutar), cinco são referentes a tática de
grupo (tabela, cruzamento, bloqueio) e uma a elaboração de jogadas.

Os discentes serão apresentados a situação-problema específica de um


jogo de futsal, por meio de imagens, no qual terão que responder entre duas
alternativas e justificar sua resposta. Será permitido também o(a) aluno(a)
deixar as questões em branco ou responder que “não sabe”.

As respostas serão classificadas conforme ao julgamento e quanto à


justificativa, tendo como referência o critério de avaliação de Greco (1995):
1. 0 (zero) ponto – se tanto a decisão, assim como a justificativa
estiverem erradas, ou se a resposta for do tipo “não sei” ou em
“branco”;
2. 1 (um) ponto – se a justificativa estivesse errada, mas a decisão
correta;

3. 2 (dois) pontos – se a justificativa estiver mais ou menos correta e a


decisão errada ou em branco;

4. 3 (três) pontos – se a justificativa estiver mais ou menos correta e a


decisão correta;

5. 4 (quatro) pontos – se a justificativa estiver correta e a decisão errada


ou em branco;

6. 5 (cinco) pontos – se a justificativa e a decisão estiverem corretas.


149

Souza (1999)

1. Driblar nesta situação é uma atitude certa ou errada? Por quê?


( ) Certa ( ) Errada Pontuação:__________
Justificativa:
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

2. Passar ou driblar? Por quê?


( ) Passar ( ) Driblar Pontuação:__________
Justificativa:
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
150

3. Chutar ou driblar? Por quê?


( ) Chutar ( ) Driblar Pontuação:__________
Justificativa:
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________

4. Passar ou chutar? Por quê?


( ) Passar ( ) Chutar Pontuação:__________
Justificativa:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
151

5. Passar ou chutar? Por que? Por quê?


( ) Passar ( ) Chutar Pontuação:__________
Justificativa:
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________

6. Driblar ou passar? Por quê?


( ) Driblar ( ) Passar Pontuação:__________
Justificativa:
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
152

7. Driblar ou passar? Por quê?


( ) Driblar ( ) Passar Pontuação:__________
Justificativa:
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________

8. Chutar ou driblar? Por quê?


( ) Chutar ( ) Driblar Pontuação:__________
Justificativa:
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
153

9. Driblar (para onde) ou passar? Por quê?


( ) Driblar para o setor__________________( ) Passar
Pontuação:__________
Justificativa:
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________

10. Driblar ou tabelar? Por quê?


( ) Driblar ( ) Tabelar Pontuação:__________
Justificativa:
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
154

11. O jogador passou a bola e deslocou para receber a devolução. Esta


ação, nesta situação, pode ser considerada como certa ou errada? Por
quê?
( ) Certa ( ) Errada Pontuação:__________
Justificativa:
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________

12. Tabelar ou driblar (para onde)? Por quê?


( ) Tabelar ( ) Driblar para o setor ______________________
Pontuação:__________
Justificativa:
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
155

13. Nesta cobrança de lateral, para qual setor se deslocar? Por quê?
( ) Setor 1 ( ) Setor 2 Pontuação:__________
Justificativa:
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________

14. Cruzar (por trás do colega) ou deslocar para o setor 2? Por quê?
( ) Cruzar ( ) Deslocar para o setor 2 Pontuação:__________
Justificativa:
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
156

15. Passar ou continuar conduzindo? Por quê?


( ) Passar ( ) Continuar conduzindo Pontuação:__________
Justificativa:

______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________

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