29/09/22, 10:58 1ª Lição

1ª Lição
 

Aprender a fazer escalas e treinar o movimento de vaivém do dedo indicador da mão

direita

O desenho mostra uma tablatura para Guitarra Portuguesa de Lisboa e a respectiva pauta ou pentagrama.

Mesmo que saiba teoria musical é importante saber ler uma tablatura. Ela vai-lhe indicar a posição das notas musicais ao longo do
braço da Guitarra. Na tablatura existem 6 linhas que correspondem às 6 ordens da Guitarra. Não esquecer que a Guitarra tem 12
cordas emparelhadas. A 6ª linha correspondente às cordas (ordens) nº 6. São as cordas mais grossas (2 Bordões) que afinam em
Ré -(D) desfasadas uma oitava.

As setas indicam o movimento do dedo indicador da mão direita (como é lógico se não for esquerdino).

Vamos observar a primeira seta (azul - indica movimento para baixo), que tem o número 3 escrito na 5ª linha, 5ª corda (ordem).
As cordas na Guitarra pisam-se aos pares. Por isso quando digo pisar uma corda refiro-me sempre ao par. Com o dedo indicador
da mão esquerda (que não deve ter unhas compridas) pise a 5 corda no espaço 3. A escala da sua Guitarra está dividida por
barrinhas de metal (Trastes). Os espaços (números que aparecem na tablatura) numeram-se do Leque (que serve para afinar as
cordas) para o Cavalete. Depois da corda estar pisada com o dedo indicador da mão direita bata na respectiva corda. Não se
esqueça que tem de bater em duas cordas ao mesmo tempo
(a técnica de dar uma nota na Guitarra não é igual a nenhum outro
instrumento de corda). Se o som não for cristalino mas sim abafado é porque está a pisar mal a corda. Não se preocupe. Acontece
com todos que ainda não têm calos na ponta dos dedos da mão esquerda. Esta é a nota de Dó (C).

Na escala de Dó (C) todas as cordas são pisadas. Mas se aparecer o número ZERO (0) quer dizer que a corda não é pisada e por
isso a corda é
batida solta. Quando utilizo a palavra "BATIDA", quero dizer tocada. Mas a Guitarra só toca quando as cordas são

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batidas pela unha. Percutidas, tangidas ou se encontrar uma palavra mais correcta, diga. O que é importante é que, quem está a ler
entenda.

Quando utilizo a expressão

"BATER", tenho como intenção realçar que o movimento de ataque da corda é muito mais rápido do
que em qualquer outro instrumento de corda. Imagine que está a pregar, ao mesmo tempo, dois pregos diametralmente opostos.
Mas está a pregar os dois pregos ao mesmos tempo. O dobrar das cordas da Guitarra representa esse movimento. Depois temos o
Dobrar Invertido. A força de ataque da corda não é igual no movimento ascendente e descendente.

Como curiosidade, nos anos 30, muitos foram os tocadores de BANJOLA (conhecida por Bandola, o que está errado porque os
seus executantes tocavam um instrumento da família dos "Banjos") que trocaram este instrumento pela Guitarra Portuguesa. Estes
tocadores eram conhecidos por "Guitarristas Abandolinados" porque não sabiam dobrar as cordas da Guitarra, utilizavam a
técnica do trémulo da escola de Bandolins.

Depois de praticar este exercício e ter compreendido bem com se lê uma tablatura passe para o próximo exercício.

Não tenha pressa. Uma Guitarra e uma "Fadia", não se fizeram num dia. Acho que a palavra "FADIA" não existe, mas é só
para rimar. Para mim "Fadia" é quando o Fado acontece. É a mistura de Fado com ia. Saber por onde vai o Fado. Será que o Fado
vai por bons caminhos? Dizem alguns que o Fado também tem de evoluir. E o Cozido à Portuguesa também vai ser servido com
natas, gelado e molho de café. Tal como o Cozido, eu gosto do Fado com sabor de Fado. Mas gostos não se discutem...

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Se encontrar erros, diga da sua justiça para

jose-lucio@netcabo.pt
Não desista e pratique todos os dias.
José Lúcio Ribeiro de Almeida

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