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ASSOCIAÇÃO DE ENSINO E CULTURA PIO DÉCIMO

FACULDADE PIO DÉCIMO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

ELISNAN ALVES DOS SANTOS


MARIANA PIRES MARIA

CÁLCULO TARIFÁRIO

ARACAJU – SERGIPE
2019
ELISNAN ALVES DOS SANTOS
MARIANA PIRES MARIA

CÁLCULO TARIFÁRIO

O presente trabalho apresentado a


Educadora Luciana Silva Melo da Cruz,
refere-se à nota parcial da disciplina
Transporte Urbano.

ARACAJU – SERGIPE

2019

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SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO...................................................................................................................4

2- DESENVOLVIMENTO......................................................................................................4

3- CONCLUSÃO..................................................................................................................15

4- REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA...................................................................................15

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1- INTRODUÇÃO
O preço pago pelos usuários ou a contrapartida financeira dos usuários
pela utilização dos serviços de transporte público é denominado tarifa.

Entende-se por cálculo tarifário as tarifas máximas para o transporte


rodoviário interestadual e internacional rodoviário e semiurbano de
passageiros, composto pelas despesas e custos de transporte e também da
remuneração do serviço do transportador.

Neste trabalho poderemos vê como se é calculado os custos variáveis,


custos variáveis com a produção, do custo do combustível, custo de óleos e
lubrificantes, custo de rodagem, custos variáveis com a frota, custo de peças e
acessórios, custo de pessoal: operação, manutenção e administração e
vendas, custo de despesas gerais e administrativas, custo de remuneração do
capital investido na frota, custo por quilômetro e entre outros relacionados.

2- DESENVOLVIMENTO
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) define essa tarifa
máxima e busca assegurar ao passageiro um serviço de transporte níveis de
preço adequados, oferecendo qualidade, segurança, conforto e pontualidade,
pensando também em proporcionar aos empresários do ramo um incentivo que
mantenha seu interesse para investir em renovação de frota e melhorias
tecnológicas, de serviço e atendimento.

No cálculo das tarifas não se inclui pedágios, taxas de embarque e o


Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação
de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação-
ICMS.

Segundo a ANTT, o cálculo tarifário é dividido em três etapas. A primeira


é o cálculo dos custos agrupados em custos variáveis (com a produção de
transporte e com a frota) e custos de capital, em que são calculados os custos
por quilômetro e o coeficiente tarifário. A segunda etapa é o cálculo dos
coeficientes básicos, em que são definidos os indicadores de consumo
(combustível, lubrificante e rodagem), de utilização de pessoal, de despesas
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administrativas e de manutenção da frota (peças e acessórios), e ainda de
depreciação e remuneração do capital investido. A terceira é o levantamento de
informações, em que são coletados os preços dos insumos, os salários do
pessoal de operação, manutenção, administração e vendas, e as despesas
administrativas e de manutenção da frota.

Os cálculos dos custos são divididos em variáveis e de capital, sendo o


primeiro proporcionais ao nível da oferta de transporte prestada ao usuário e o
segundo compreendendo a depreciação e a remuneração do capital investido
na empresa operadora do serviço.

Para o cálculo dos custos variáveis, utiliza-se a expressão:

CV = CVP + CVF

Onde:
CV = Custos variáveis (R$/km);
CVP = Custos variáveis com a produção (R$/km);
CVF = Custos variáveis com a frota (R$/km).

Os custos variáveis com a produção variam diretamente com a produção


do transporte, que é a quilometragem percorrida. São calculados da seguinte
maneira:

CVP = CC + COL + CR

Onde:

CVP = Custos variáveis com a produção (R$/km);

CC = Custo de combustível (R$/km);

COL = Custo de óleos e lubrificantes (R$/km);

CR = Custo de rodagem (R$/km).

Para o cálculo do custo do combustível, que neste caso é o óleo diesel,


a expressão utilizada é a seguinte:

CC = CBCC × PLC

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Onde:

CC = Custo de combustível (R$/km);

CBCC = Coeficiente básico de consumo de combustível (litros/km);

PLC = Preço médio do litro de óleo diesel (R$/litro).

Os lubrificantes que fazem parte do cálculo dos custos são os óleos do


motor, da caixa de mudança e do diferencial, o fluido de freio e as graxas para
rolamentos e chassis. Seu cálculo é feito da seguinte maneira:

COL = CBCOL × PLOL

Onde:

COL = Custo de óleos e lubrificantes (R$/km);

CBCOL = Coeficiente básico de consumo de óleos e lubrificantes (litros/km);

PLOL = Preço médio do litro de óleo/lubrificante (R$/litro).

A determinação do custo operacional devido à rodagem baseia-se na


duração do pneu, que é a sua vida útil, expressa em km. Além dos pneus, é
considerada a quantidade de câmaras de ar, de recapagens e de protetores
montados ao longo desse período. A expressão utilizada para a determinação
do custo de rodagem é a seguinte:

CR = CBCR × Pp

Onde:

CR = Custo de rodagem (R$/km);

CBCR = Coeficiente básico de consumo de rodagem (pneus/km);

Pp = Preço médio do pneu (R$/pneu).

Os custos variáveis com a frota se modificam diretamente com a


quantidade de veículos necessários para a operação de transporte, envolvendo
as peças e acessórios, o pessoal e as despesas gerais e administrativas. A
expressão utilizada é a seguinte:

CVF = CPA + CP + CDGA

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Onde:

CVF = Custos variáveis com a frota (R$/km);

CPA = Custo de peças e acessórios (R$/km);

CP = Custos de pessoal: operação, manutenção e administração e vendas


(R$/km);

CDGA = Custo de despesas gerais e administrativas (R$/km).

A expressão utilizada para a determinação do custo de peças e


acessórios é a seguinte:

Onde:

CPA = Custo de peças e acessórios (R$/km);

CBCPA = Coeficiente básico de consumo de peças e acessórios (% do veículo


completo/veículo.ano);

PVCR = Preço médio do veículo-tipo completo (R$);

PMA = Percurso médio anual (km/veículo.ano).

Os conjuntos considerados para o cálculo compreendem o pessoal de


operação, o pessoal de manutenção e o pessoal de administração e vendas. É
calculado pela expressão:

CP = CPO + CPM + CPAV

Onde:

CP = Custo de pessoal: operação, manutenção e administração e vendas


(R$/km);

CPO = Custo de pessoal de operação (R$/km);

COM = Custo de pessoal de manutenção (R$/km);

CPAV = Custo de pessoal de administração e vendas (R$/km).

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O cálculo das respectivas despesas mensais é referenciado ao salário
médio de motorista, ou seja:

Onde:

CPO = Custo de pessoal de operação (R$/km);

CBPO = Coeficiente básico de utilização do pessoal de operação


(homens/veículo.ano);

SMM = Salário médio mensal de motorista (R$/homem);

PMA = Percurso médio anual (km/veículo.ano).

O custo de pessoal de manutenção é dado por:

Onde:

COM = Custo de pessoal de manutenção (R$/km);

CBPM = Coeficiente básico de utilização do pessoal de manutenção


(homens/veículo.ano);

SMMt = Salário médio mensal do pessoal de manutenção (R$/homem);

PMA = Percurso médio anual (km/veículo.ano).

O custo de pessoal de administração e vendas é dado por:

Onde:

CPAV = Custo de pessoal de administração e vendas (R$/km);

CBPAV = Coeficiente básico de utilização do pessoal de administração e


vendas (homens/veículo.ano);
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SMAV = Salário médio mensal do pessoal de administração e vendas
(R$/homem);

PMA = Percurso médio anual (km/veículo.ano).

As despesas gerais e administrativas englobam gastos com água,


energia elétrica, comunicações, impostos (IPVA e DPVAT), seguros, gastos
terceirizados de manutenção, entre outros. O custo referente a essas despesas
é dado por:

Onde:

CDGA = Custo de despesas gerais e administrativas (R$/km);

CBDGA = Coeficiente básico de despesas gerais e administrativas (% do


veículo completo/veículo.ano);

PVCR = Preço médio do veículo-tipo completo (R$);

PMA = Percurso médio anual (km/veículo.ano).

Para o cálculo de custos de capital compreende-se a depreciação e a


remuneração do capital investido na empresa operadora do serviço, sendo:

CCap = CDC + CRC

Onde:

CCap = Custos de capital (R$/km);

CDC = Custos de depreciação do capital investido (R$/km);

CRC = Custos de remuneração do capital investido (R$/km).

As despesas de depreciação do capital são obtidas em separado para


veículos e para os outros ativos depreciáveis, ou seja:

CDC = CDF + CDOA

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Onde:

CDC = Custos de depreciação do capital investido (R$/km);

CDF = Custo de depreciação do capital investido na frota (R$/km);

CDOA = Custo de depreciação do capital investido em outros ativos (R$/km).

A expressão utilizada para a determinação do custo de depreciação da frota é


a seguinte:

Onde:

CDF = Custo de depreciação do capital investido na frota (R$/km);

CBDF = Coeficiente básico de depreciação da frota (% do veículo sem a


rodagem/veículo.ano);

PVSR = Preço médio do veículo-tipo sem a rodagem (R$);

PMA = Percurso médio anual (km/veículo.ano).

O custo de depreciação do capital investido em outros ativos, que


incluem máquinas, instalações, equipamentos e veículos de apoio, sendo

Onde:

CDOA = Custo de depreciação do capital investido em outros ativos (R$/km);

CBDOA = Coeficiente básico de depreciação de outros ativos (% do veículo


completo/veículo.ano);

PVCR = Preço médio do veículo-tipo completo (R$);

PMA = Percurso médio anual (km/veículo.ano).

A taxa de remuneração é estabelecida em doze por cento ao ano,


aplicada sobre o valor teórico médio do investimento, logo:

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CRC = CRF + CROA

Onde:

CRC = Custos de remuneração do capital investido (R$/km);

CRF = Custo de remuneração do capital investido na frota (R$/km);

CROA = Custo de remuneração do capital investido em outros ativos (R$/km).

A expressão utilizada para a determinação dos custos de remuneração


da frota é a seguinte:

Onde:

CRF = Custo de remuneração do capital investido na frota (R$/km);

CBRF = Coeficiente básico de remuneração da frota (% do veículo sem a


rodagem/veículo.ano);

PVSR = Preço médio do veículo-tipo sem a rodagem (R$);

PMA = Percurso médio anual (km/veículo.ano).

O custo de remuneração de máquinas, instalações e equipamentos,


veículos de apoio e almoxarifado é calculado por meio da seguinte relação:

Onde:

CROA = Custo de remuneração do capital investido em outros ativos (R$/km);

CBROA = Coeficiente básico de remuneração do capital investido em outros


ativos (% do veículo completo/veículo.ano);

PVCR = Preço médio do veículo-tipo completo (R$);

PMA = Percurso médio anual (km/veículo.ano).

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Cálculo Final dos Custos é a última etapa do cálculo tarifário e
corresponde à determinação dos valores do custo operacional, do custo por
quilômetro – Ckm (R$/km) e do coeficiente tarifário – CT (R$/passageiro.km).
Em contrapartida, ficam definidos o reajuste de alinhamento e a tarifa.

O Cálculo do Custo por Quilômetro corresponde ao montante de


recursos necessários para a operação das linhas semiurbanas ao longo de um
quilômetro, incluindo a remuneração do capital investido, calculado pela
seguinte expressão:

Ckm = CV + CCap

Onde:

Ckm = Custo por quilômetro (R$/km);

CV = Custos variáveis (R$/km);

CCap = Custos de capital (R$/km).

O coeficiente tarifário sem os tributos – CTST corresponde ao total de


recursos necessários para o transporte de um passageiro ao longo de um
quilômetro e é obtido a partir da seguinte relação:

Onde:

CTST = Coeficiente tarifário sem os tributos (R$/passageiro.km);

Ckm = Custo por quilômetro (R$/km);

LOT = Lotação do veículo-tipo (passageiros);

IAP = Índice de aproveitamento padrão (%).

Os tributos (impostos, contribuições e taxas) que incidem sobre a receita


operacional são os seguintes:

 PIS - Programa de Integração Social (Lei Complementar nº 79, de 7 de


setembro de 1970).

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 COFINS - Contribuição Social sobre o Faturamento (Lei Complementar
nº 70, de 30 de dezembro de 1991).

Assim, tem-se que:

Onde:

TBtos = Valor dos tributos incidentes (R$/passageiro.km)

CTST = Coeficiente tarifário sem os tributos (R$/passageiro.km);

PIS = Programa de Integração Social;

COFINS = Contribuição Social sobre o Faturamento.

O CT corresponde ao custo total do serviço prestado para o transporte


de um passageiro ao longo de um quilômetro, incluindo os tributos (impostos,
contribuições e taxas), e é obtido a partir da seguinte relação:

CT = CTST + TBtos

Onde:

CT = Coeficiente tarifário (R$/passageiro.km);

CTST = Coeficiente tarifário sem os tributos (R$/passageiro.km);

TBtos = Valor dos tributos incidentes (R$/passageiro.km).

O valor da tarifa de uma linha é obtida pelo produto do coeficiente


tarifário calculado pela extensão total da linha. A expressão utilizada para o seu
cálculo é dada a seguir:

Ti = CT × Exti × (1 + α)

Onde:

Ti = Tarifa da linha i (R$/passageiro);

CT = Coeficiente tarifário (R$/passageiro.km);

EXTi = Extensão da linha i (km);


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α = Coeficiente de quilometragem improdutiva.

Para o cálculo do coeficiente tarifário é necessário levantar informações


sobre os preços atualizados dos insumos e também informações sobre à
operação de transporte, como o combustível, que no sistema é utilizado o óleo
diesel, cujo preço médio por litro deve ser estabelecido levantando dados a
partir de duas fontes: notas fiscais de aquisição do produto, obtidas junto às
operadoras e base de dados da Agência Nacional do Petróleo – ANP. Os
lubrificantes que compreendem os óleos de motor (cárter), de caixa, de
diferencial e de freio, e ainda as graxas, também devem ser estabelecidos
mediante levantamento. A rodagem que compreende os pneus, as câmaras, os
protetores e as recapagens, devem ser levantados os preços para todos os
modelos e marcas utilizados pelas operadoras, a partir das notas fiscais de
aquisição.

O levantamento do preço do veículo-tipo é de extrema importância no


cálculo dos custos relacionados com a frota e dos custos de capital
(depreciação e remuneração do capital investido). O preço médio do veículo ou
preço do veículo-tipo é determinado a partir do levantamento das notas fiscais
de aquisição, junto às operadoras, e de declarações de preços praticados
emitidas pelos principais fornecedores. Os salários dos trabalhadores do setor
devem ser levantados a partir dos contracheques ou da folha de pagamento.

Para o cálculo dos custos de transporte, por quilômetro e por


passageiro, é necessário o conhecimento de informações decorrentes da
utilização do serviço (demanda) e da produção desse serviço (oferta de
quilometragem). Para o conhecimento do perfil da frota do sistema, devem ser
levantadas, para cada veículo, as seguintes informações:

 Lotação – corresponde à quantidade de assentos ofertados por veículo;

 Condição operacional – caracteriza o veículo como operante, quando é


utilizado para realizar as viagens programadas em regime de eficiência;
reserva, quando é utilizado apenas para substituir algum veículo
operante, em casos de quebra ou de manutenção de rotina; apoio, tais
como guincho, caminhão-tanque e veículos administrativos;

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 Fabricante do chassi;

 Modelo do chassi;

 Ano de fabricação do chassi;

 Fabricante da carroceria;

 Modelo da carroceria;

 Ano de fabricação da carroceria.

3- CONCLUSÃO
Diante de tudo que se foi exposto no decorrer desse trabalho, pode-se
concluir quer para realizar o cálculo tarifário, faz necessário levar em
consideração vários fatores os quais influenciam no custo final.

4- REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Agência Nacional de Transportes Terrestres (Brasil) Sistema semi-urbano
interestadual de passageiros: manual de cálculo tarifário / Agência Nacional de
Transportes Terrestres. – Brasília: ANTT, 2007

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