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PROTEÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS.

O que é proteção do sistema elétrico?


São um conjunto de equipamentos que detectam situações anormais nas redes
elétricas, e atuam como objetivo de proteger o sistema.
Com o rápido desenvolvimento tecnológico e a necessidade básica de se ter
energia elétrica na atualidade nos lares, houve também o crescimento de
números de residências com acesso à eletricidade e o seu consumo. Porém,
consequentemente teve um aumento na procura de profissionais para fazer as
instalações elétricas, mas a quantidade de pessoas qualificadas para esse
serviço não conseguia abranger toda a demanda e isso ocasionou em muita
mão de obra desqualificada. As irregularidades encontradas atualmente podem
trazer sérios riscos de acidentes com choques elétricos e/ou danos materiais
por má instalação dos circuitos, consequências da falta de qualificação,
fazendo assim, com que tenham vários relatos e notícias em que o corpo de
bombeiros e a perícia afirmem como causa do acidente algum foco de uma
instalação elétrica mal feita. A NBR 5410 (Instalações Elétricas de Baixa
Tensão), é uma norma brasileira que tem como seu objetivo manter a
segurança de pessoas e animais, a preservação dos bens materiais e o
funcionamento correto das instalações elétricas, aplicando-se em todos os
tipos de edificações que possuem instalações em baixa tensão.
No item 1.1 da NBR 5410 onde trata dos objetivos diz “Esta Norma
estabelece as condições a que devem satisfazer as instalações elétricas de
baixa tensão, a fim de garantir a segurança de pessoas e animais, o
funcionamento adequado da instalação e a conservação dos bens”.
Na alínea “a” do item 1.2 da referente norma onde trata sobre a
aplicabilidade, diz que essa norma se aplica aos circuitos elétricos alimentados
sob tensão nominal igual ou inferior a 1 000 V em corrente alternada, com
frequências inferiores a 400 Hz, ou a 1 500 V em corrente contínua;
Muitos acidentes elétricos evoluem para incêndios. Isso ocorre devido a
problemas na instalação elétrica, como redes obsoletas, falta de manutenção,
sobrecargas e a não atuação da proteção elétrica por não ter sido
dimensionada adequadamente.
Acidentes com eletricidade hoje no Brasil leva à óbito praticamente a
mesma quantidade de pessoas que morrem pelo vírus da dengue. Segundo
levantamento realizado pela Abracopel, no ano de 2016 foram mais de 600
vítimas fatais em decorrência de acidentes com eletricidade. Enquanto isso, no
mesmo ano, o vírus da dengue vitimou 629 pessoas, segundo o Ministério da
Saúde.
De acordo com os dados do Corpo de Bombeiros do Estado de São
Paulo, a 2ª maior causa de incêndios no Estado de São Paulo são instalações
elétricas inadequadas. Entre 1999 – 2009, 43,9% dos boletins de ocorrência
relativos a incêndios foram de origem acidental, sendo que 12,7% foram
originados de problemas com as instalações elétricas.
Anteriormente, em 2002, um levantamento feito pelo Procobre em 628
residências da cidade de São Paulo, apresentou resultados preocupantes. Na
época, 90% das residências verificadas não possuíam o condutor de proteção,
ou seja, não tinham o fio terra instalado. A falta de instalação do fio-terra
significa risco de choque-elétrico, ou seja, risco de perda humana. Por outro
lado, os dados também apontaram que 54% dessas residências tinham
superaquecimento nos fios e cabos da instalação elétrica, o que apontava para
um elevado risco de perda de patrimônio ocasionado por um incêndio.
Uma pesquisa realizada em 2010 pelo Procobre, apontou que 53% das
construções residenciais, com idade média de 2 anos, não possuíam projeto
elétrico.
A norma NBR 5410, no item 4.1, relaciona os princípios fundamentais
que orientam os objetivos e as prescrições da mesma detalhadas 15 princípios
dos quais estaremos enfatizando os que tem relação com a proteção do
sistema elétrico;
 4.1.2 – Proteção contra efeitos térmicos.
 4.1.3 – Proteção contra sobre correntes.
 4.1.4 – Circulação de correntes de falta.
 4.1.5 – Proteção contra sobretensões.
 4.1.7 – Desligamento de emergência.
 4.1.8 – Seccionamento
 4.1.9 – Independência da instalação elétrica.

PROTEÇÃO CONTRA EFEITOS TÉRMICOS

O item 4.1.2 da respectiva norma diz “A instalação elétrica deve ser


concebida e construída de maneira a excluir qualquer risco de incêndio
de materiais inflamáveis, devido a temperaturas elevadas ou arcos
elétricos. Além disso, em serviço normal, não deve haver riscos de
queimaduras para as pessoas e os animais”.
As instalações elétricas são formadas por componentes composto por
materiais específicos em seu processo de fabricação, com objetivo de
atendimento das normas vigentes em nosso país. Devido ao alto custo desses
materiais, a maioria das vezes o proprietário de uma determinada obra opta em
comprar componentes clandestinos e falsificados que não tem o selo de
aprovação do INMETRO, nem certificação de ensaio que comprova que
determinado equipamento irá atender as normas de segurança necessárias,
trazendo assim um mal funcionamento do sistema elétrico, riscos de acidentes
ao usuário e com certeza prejuízo num médio a longo prazo.
Os componentes mais comuns e suscetíveis a falsificação são os
condutores e eletrodutos.
Os cabos elétricos em uma instalação residencial/comercial possuem
algumas características de fabricação que são desconhecidas ou, talvez, que
não sejam levadas em consideração na hora da especificação nos projetos.
Vamos mostrar agora os tipos de cabos mais comuns nesses tipos de
instalações e suas respectivas características, além dos diferentes tipos de
aplicações.
Material de Isolação
Nos diversos materiais isolantes existentes para cabos elétricos,
encontramos três mais comuns:
 Isolação em PVC: composto à base de Policloreto de Vinila.
 Isolação em EPR: composto à base de Etileno Propileno.
 Isolação em XLPE: composto à base de Polietileno Reticulado.
Primeira coisa que devemos atentar para estes tipos de isolações são as
diferentes temperaturas que são adequadas a cada tipo de situação. Essas
temperaturas são:
 Temperatura máxima em regime permanente: é a temperatura de
operação normal do condutor, ou seja, temperatura máxima que pode
ser aplicada durante toda vida útil.
 Temperatura máxima em regime de sobrecarga: os cabos que uma
vez submetidos ao regime de sobrecarga possuem vida útil reduzida,
geralmente, a 100 horas de uso contínuo ou 500 horas durante a vida do
cabo.
 Temperatura máxima em regime de curto-circuito: é a temperatura
máxima que o cabo suporta em uma situação de curto-circuito.
Geralmente o mesmo suporta esta temperatura por no máximo 5
segundos.

Abaixo temos a tabela 35 da NBR 5410 que mostra os limites de


temperatura mencionados acima para cada isolação:
Provavelmente você já deve ter visto uma descrição de cabos deste
tipo: EPR/XLPE. Isto acontece por que as características de cabos com estas
isolações são as mesmas, como podemos observar na tabela acima.
A temperatura também está aliada a uma característica muito importante a
se considerar em um projeto elétrico: a capacidade de de condução de
corrente elétrica. Cabos com temperatura em 90ºC conduzem mais corrente
do que cabos com temperatura de 70ºC.
Comprova-se esta informação nas tabelas 36 e 37 da NBR 5410:2004.
Exemplo:
 Cabo 2,5mm² - Temp.: 70ºC - Circuito monofásico - Conduz 24
amperes - Método B1;
 Cabo 2,5mm² - Temp.: 90ºC - Circuito monofásico - Conduz 31
amperes - Método B1;
A NBR 5410 também estabelece os métodos de referência que são os
métodos de instalação, indicados na IEC 60364-5-52, para os quais a
capacidade de condução de corrente foi determinada por ensaio ou por cálculo,
situados no item 6.2.5.1.2. , é Nada mais que considerar o ambiente em que os
condutores percorreram, pois cada ambiente tem uma temperatura
característica, que poderá influenciar diretamente na capacidade de condução
corrente dos condutores.

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