Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A I A Á I A Í A
CONTROLO DE VELOCIDADE COM CADEIA SUBORDINADA DE CORRENTE
2013
2014.07.17
Página 2
ÍNDICE
1. Introdução .....................................................................................................................................................................6
9. Conclusões .................................................................................................................................................................37
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Quadrantes de operação de um conversor – Binário / Velocidade angular .................................................... 7
Figura 2 – Quadrantes de operação de um conversor – Corrente / Tensão .................................................................... 8
Figura 3 – Associação de rectificador AC/DC, filtragem e conversor DC/DC – Esquema de blocos .............................. 8
Figura 4 – Rectificador AC/DC, filtragem e conversor DC/DC ......................................................................................... 8
Figura 5 – Circuito de Potência – Conversor DC/DC........................................................................................................ 9
Figura 6 – Esquema de blocos do circuito de comando (Gamboa, 2008, página 6)...................................................... 10
Figura 7 – Esquema de blocos do circuito de comando (Gamboa, 2008, página 6)...................................................... 10
Figura 8 – Onda triangular, tensão de comando e sinais de comando para os dispositivos semicondutores (Adaptado
de Gamboa, 2008, p. 7) .................................................................................................................................................. 11
Figura 9 – Onda triangular e tensão de comando .......................................................................................................... 11
Figura 10 – Esquema equivalente da máquina DC de excitação independente ............................................................ 13
Figura 11 – Diagrama de blocos máquina DC ................................................................................................................ 14
Figura 12 – Forma canónica dos sistemas com realimentação negativa ....................................................................... 14
Figura 13 – Representação dos pólos da função transferência da Máquina DC – MATLAB® ....................................... 16
Figura 14 – Diagrama de blocos geral do controlo de velocidade com cadeia subordinada de corrente ...................... 17
Figura 15 – Diagrama de blocos do controlo implementado – utilizando a simplificação Comando + Conversor DC/DC
........................................................................................................................................................................................ 17
Figura 16 – Exemplo de leitura da grandeza velocidade – � ......................................................................................... 18
Figura 17 – Diagrama de blocos geral – cadeia de comando ........................................................................................ 18
Figura 18 – Diagrama de blocos – Anel subordinado de corrente ................................................................................. 19
Figura 19 – Mapa de pólos-zeros – Anel subordinado de corrente ................................................................................ 19
Figura 20 – Diagrama de blocos após cancelamento de pólo dominante – Anel subordinado de corrente .................. 19
Figura 21 – Diagrama de blocos – Controlo de velocidade ............................................................................................ 20
Figura 22 – Diagrama de blocos após simplificação 1ª ordem – Controlo de velocidade .............................................. 21
Figura 23 – Mapa de pólos-zeros – Controlo de Velocidade .......................................................................................... 21
Figura 24 – Diagrama de blocos após cancelamento de pólo dominante – Controlo de Velocidade ............................ 21
Figura 25 – Representação de controlador PI e de um limitador (Palma, 2008, página 243) ....................................... 22
Figura 26 – Resposta no tempo sem suspensão da acção integral (A) e com suspensão da acção integral (B) (Palma,
2008, página 243) ........................................................................................................................................................... 23
Figura 27 – Modelo Final Implementado - MATLAB® / SIMULINK ................................................................................. 24
Figura 28 – Controlador PI da cadeia subordinada de corrente (suspensão da acção integral) - MATLAB® / SIMULINK
........................................................................................................................................................................................ 24
Figura 29 – Controlador PI da cadeia de velocidade (suspensão da acção integral) - MATLAB® / SIMULINK ............. 24
Figura 30 – Modelo do conversor (Controlo + Potência) - MATLAB® / SIMULINK ........................................................ 25
Figura 31 – Modelo do Motor DC – MATLAB® / SIMULINK ........................................................................................... 25
Figura 32 – Simulação de velocidade e velocidade de referência Motor DC – MATLAB® / SIMULINK ........................ 26
Figura 33 – Simulação da corrente obtida e corrente de referência Motor DC – MATLAB® / SIMULINK ...................... 26
Figura 34 – Simulação da corrente obtida e corrente de referência Motor DC – MATLAB® / SIMULINK ...................... 27
Figura 35 – Simulação da corrente obtida e corrente de referência Motor DC – MATLAB® / SIMULINK ...................... 27
Figura 36 – Simulação do binário electromagnético Motor DC – MATLAB® / SIMULINK .............................................. 28
ÍNDICE DE TABELAS
Os conversores DC-DC servem essencialmente para fornecer a uma carga tensão unidireccional contínua
variável (valor médio variável), a partir de uma tensão contínua da fonte. Esta tensão pode ser obtida através de
rectificadores, ou seja, conversores AC-DC.
Neste caso concreto de estudo vai ser modelizado, simulado e efectuado ensaios laboratoriais a um chopper
de quatro quadrantes para fornecer tensão variável para o controlo de velocidade de um motor DC de magnetos
permanentes.
Os dispositivos semicondutores utilizados são comutados a uma frequência bastante elevada (na ordem dos
kHz) devendo ser dimensionados e escolhidos os circuitos de ajuda à comutação respectivos de acordo com os
utilizados na aplicação. Neste trabalho prático não vai existir uma preocupação no sentido de analisar o seu
funcionamento, admitindo que este são interruptores ideais na análise efectuada.
A técnica de comando utilizada é designada por Pulse Width Modulation – PWM – que consiste na variação
do valor médio do sinal de saída, variando o tempo em que os dispositivos semicondutores estão à condução
mantendo constante a frequência de comutação (sinal de saída de razão cíclica variável – duty cycle).
A modulação de sinais recorrendo a PWM é utilizada, e está presente no nosso dia-a-dia desde carregadores
de baterias, sistemas de comunicação, servomotores, entre outros equipamentos e aplicações.
O accionamento electromecânico a estudar é constituído pelos seguintes subsistemas: Conversor estático de
potência, máquina de corrente contínua de magnetos permanentes e circuito de comando e controlo e é na
abordagem a cada um destes quer experimentalmente quer por simulação que este trabalho prático se vai basear.
Para a elaboração deste trabalho prático, e de acordo com o enunciado, vai-se considerar o seguinte:
Conversor funciona em regime contínuo (não lacunar);
Nas ligações eléctricas entre os diversos elementos não se considera a eventual existência de coeficientes
de auto-indução e indução mútua bem como capacidades parasitas;
Admite-se a inexistência de perturbações electromagnéticas;
Os dispositivos semicondutores utilizados são de comutação forçada, isto é, a ordem de entrada à condução
e ao corte é imposta pelo circuito de comando, e não dependem da evolução da corrente ou tensão existente no
circuito de carga;
Os dispositivos semicondutores de potência habitualmente utilizados são: Transístores de Junção Bipolar –
TJB, Transístor de Efeito de Campo de Porta Isolada – MOSFET (Metal Oxide Semiconductor Fiel Effect
Transistor) e Tirístor de Corte Comandado pela Porta – GTO (Gate Turn-off Thyristor). Os principais factores que
determinam a sua escolha são: a frequência de comutação e os níveis de tensão e corrente que têm de suportar
quando estão à condução e ao corte;
Nos dispositivos semicondutores de potência consideram-se também desprezáveis as quedas de tensão e
todos os fenómenos transitórios associados à sua comutação;
Admite-se que nos dispositivos semicondutores, a comutação, ou seja a passagem do estado condutor ao
corte e vice-versa é instantânea;
Os dispositivos utilizados são unidireccionais em tensão e corrente, para obter bidireccionalidade em corrente
é necessário a existência de um díodo colocado em paralelo (designado normalmente por díodo em roda livre).
Gerador Motor
2º Quadrante 1º Quadrante
3º Quadrante 4º Quadrante
Motor Gerador
I
Gerador Motor
U<0 U>0
I>0 I>0
2º Quadrante 1º Quadrante
U
3º Quadrante 4º Quadrante
U<0 U>0
I<0 I<0
Motor Gerador
Na Figura 3 está representado o esquema de blocos geral da associação de um rectificador AC/DC, filtragem
e conversor DC/DC. A filtragem é normalmente assegurada por um condensador como é possível verificar na figura
4, onde é dado um exemplo de implementação do rectificador AC/DC e filtragem utilizando o esquema eléctrico do
chopper utilizado neste trabalho prático.
Tensão
da Rede DC
fconst AC/DC FILTRAGEM DC/DC DC
uo
uconst
Figura 3 – Associação de rectificador AC/DC, filtragem e conversor DC/DC – Esquema de blocos
O rectificador AC/DC vai fornecer uma tensão contínua - UDC – ao conversor DC/DC constituído por dois
braços com dois semicondutores de potência cada um (quatro no total) – Q1,Q2,Q3 e Q4.
Q1 Q2
Tensão
Alternada M
Q3 Q4
Em cada braço do conversor apenas um semicondutor poderá estar a conduzir, senão ocorrerá um curto-circuito
na fonte UDC. Para evitar recorre-se à inclusão de um tempo morto (deadband) no processo de comutação,
impossibilitando a condução em simultâneo dos semicondutores de potência.
Nuno Pessanha Santos (nuno.pessanha.santos@marinha.pt / nuno.pessanha.santos@gmail.com )
2014.07.17
Página 9
A tensão u01 vai assumir o valor UDC quando Q1 está a conduzir e o Q2 se encontra ao corte, ou 0 quando Q 1 está
ao corte e o Q2 se encontra a conduzir. A tensão u02 vai assumir o valor UDC quando Q3 está a conduzir e o Q4 se
encontra ao corte, ou 0 quando Q3 está ao corte e o Q4 se encontra a conduzir.
A tensão de saída uo vai então corresponder ao seguinte:
= − (2.1)
Vai-se admitir que para cada braço do conversor existem duas funções de comando – f1 e f2 (ilustradas na figura
5), podendo assumir estas funções dois estados lógicos, “0” ou “1”.
Tendo em conta que � { , }, obtemos a seguinte relação:
=" " , "ON" e , " " = = . (2.2)
=" " , "OFF" e , " " = = . (2.3)
O modelo do conversor DC/DC pode ser obtido, substituindo em (2.1) as conclusões obtidas em (2.2) e (2.3)
ficando com:
= − (2.4)
f1 f2
Q1 Q3
uo
Carga
UDC 1 2
u01 Q2 u02 Q4
O tipo de comando utilizado foi o comando unipolar, estando a sua saída relacionada com a comparação
entre uma tensão de comando ( e um sinal auxiliar que neste caso de estudo é uma onda triangular ( � . O sinal
triangular deve ter amplitude (A) e frequência (f) também constante, e a tensão de controlo deve-se encontrar no
intervalo de −� < < � sendo esta limitação lógica pois se for superior nunca vai existir uma igualdade entre as
duas.
Existem duas soluções para a implementação do comando unipolar, que vão ser descritas seguidamente:
1. Solução I – Inversão da tensão de comando
Neste caso concreto existe a comparação da portadora (Amplitude – A – e frequência – f) com um sinal de
comando (−� < < �) para originar os estados lógicos das funções de comando para um braço do conversor (Q1 e
Q2), ao inverter a tensão de comando e comparando-a com a portadora obtemos os sinais de comando para o outro
braço (Q3 e Q4). É necessário ter em atenção que Q1, Q2 e Q3,Q4 estão no mesmo braço o que significa que para
evitar curto-circuitos nunca podem estar os dois a conduzir simultaneamente, para isso o sinal Q2 e Q4 é negado a
partir dos estados lógicos de Q1 e Q3 respectivamente.
Esta não foi a técnica de comando utilizada na elaboração deste trabalho prático, sendo a técnica utilizada a
inversão da portadora que se vai abordar e explorar mais aprofundadamente de seguida.
Princípio de funcionamento muito semelhante ao descrito anteriormente, com a diferença que neste caso o
sinal invertido é a portadora (onda triangular).
Nuno Pessanha Santos (nuno.pessanha.santos@marinha.pt / nuno.pessanha.santos@gmail.com )
2014.07.17
Página 11
As equações de cada braço são as seguintes:
=� (3.1)
=� (3.2)
Em que se pode verificar que a tensão em cada braço vai depender das razões cíclicas � e � . A tensão de
saída vai ser a diferença das tensões anteriores pela seguinte relação:
= − =� −� ⇒ = � −� (3.3)
O próximo passo é o cálculo da relação (admitindo regime contínuo) do valor médio da tensão de saída do
conversor em função da tensão de comando, que no fundo é o que nos interessa. Na figura seguinte são
apresentados dois períodos da onda triangular, a tensão de comando ( ) e as funções de comando para os dois
braços.
U (V)
A
UC
T t
-A
0 d 1T T t
0 d 2T T t
Figura 8 – Onda triangular, tensão de comando e sinais de comando para os dispositivos semicondutores
(Adaptado de Gamboa, 2008, p. 7)
U(V)
U(V) T/2
T/2
T/4
T/4
AA
UUCC
θθ
tt
tton
on
�− �−
tan � = ⇒ tan � = �
(3.5)
� = − �
(3.6)
Substituindo (3.6) em (3.1) obtemos a relação entre o valor médio da tensão de saída (para o primeiro braço)
e a tensão de comando:
�
=� = − (3.7)
�
Pode-se fazer um raciocínio análogo para a obtenção da relação entre o valor médio da tensão de saída e a
tensão de comando, ou em alternativa sabe-se que a soma das duas razões cíclicas é unitária podendo assim
simplificar o processo.
� +� = ⇔� = + (3.8)
�
Substituindo (3.8) em (3.2) obtemos:
�
=� = + (3.9)
�
Substituindo (3.7) e (3.9) em (3.3) permite obter as relação pretendida que é entre o valor médio da tensão de
saída e a tensão de comando :
= − =� −� =[ − �
− + �
] (3.10)
Conseguindo assim através da variação da tensão de comando variar a razão cíclica, e por consequente no
valor médio da tensão da carga permitindo o funcionamento nos quatro quadrantes.
A modelização da máquina de corrente contínua vai ter por base a máquina DC de excitação independente,
cujo esquema equivalente é o seguinte:
ia
Ra Le
La
Ua ω Re
Τe ie
M Τc
Kd J Ue
A partir do esquema equivalente anterior podemos retirar as seguintes equações eléctricas e mecânica:
1. Equação do Indutor – Estator:
�
= � + (4.1)
=− = �� �� (4.3)
3. Equação mecânica:
= +� �+ (4.4)
4. Potência Electromagnética:
= × �� = �� ���� (4.5)
�
= �↔ = (4.6)
Considerando uma máquina DC de excitação independente de fluxo constante podemos verificar que o � –
fluxo - vai ser constante e �� é uma constante que vai contabilizar o número de espiras no motor. Sendo fácil verificar
então que o binário electromagnético vai ser proporcional à corrente �� , através da constante �� �.
Passando para o domínio de Laplace, e considerando condições iniciais nulas, é possível obter o seguinte:
� = � � + � � + (4.8)
= + (4.9)
= Ω +� Ω + (4.10)
�− ��
=
+ ��
(4.11)
�
�
= (4.12)
Ω + �
�� = � (4.14)
-
Ua(s) + Ia(s)
- +
E(s)
Estamos perante um sistema MISO – Multiple Input Single Output – em que temos como entradas
do sistema � e e como saída Ω .
CADEIA DE ACÇÃO
CADEIA DE RETROACÇÃO
H(S)
. .= (4.13)
+
Como estamos perante um sistema MISO, em que temos duas entradas vamos obter duas funções
transferência para conseguir obter a saída em função das duas entradas. Neste caso de estudo vamos simplificar
admitindo que o binário de carga é nulo, sendo a saída em função da entrada dada por:
Correspondendo (4.14) à função transferência da máquina DC, podendo agora determinar os pólos da função
transferência obtida. Os pólos podem ser obtidos recorrendo à fórmula resolvente, da seguinte forma:
− ±√ −
s , = (4.15)
Ra kd + k ϕ
c= (4.18)
Ra kd τa τm
Com o valor destas variáveis dada no enunciado do trabalho prático, sendo os seguintes:
Parâmetro: Valor:
Binário nominal - �� 0,93 Nm
Velocidade Nominal - �� 3500 rpm
Corrente Nominal - �� 7A
Constante de Binário - ��� 0,13 Nm/A
Momento de Inércia - � 0,6×10−3 kgm2
Coeficiente de atrito viscoso 0,0025 Nms
Resistência da armadura - �� 3Ω
Coeficiente de auto-indução - �� 20 mH
Tabela 1 – Parâmetros da máquina DC - Enunciado
−b ± √b − ac − , ±√ , − × × − , ± ,
s , = = =
a ×
s =− ,
{
s =−
O diagrama de blocos geral do controlo de velocidade numa máquina DC com cadeia subordinada de
corrente é o seguinte:
CONVERSOR ESTÁTICO
f1
+ + EI(s) MÁQUINA
Uc(s) CONVERSOR Uo(s)
- COMANDO DC
- DC/DC
FLUXO CONSTANTE
f2
Ia(s)
Figura 14 – Diagrama de blocos geral do controlo de velocidade com cadeia subordinada de corrente
O sistema constituído pelo comando + conversor DC/DC pode ser aproximado a um sistema de 1ª
ordem, da seguinte forma:
= . −� (5.1)
Passando para o domínio de Laplace, obtemos o seguinte:
−�
= . (5.2)
Recorrendo à série de maclaurin, obtemos o seguinte:
−�
= +� +⋯ (5.3)
Obtendo a seguinte função de transferência aproximada:
≅ + �
(5.4)
+ + EI(S)
Uc(S) Uo(S) MÁQUINA
- - DC
FLUXO CONSTANTE
Ia(S)
Figura 15 – Diagrama de blocos do controlo implementado – utilizando a simplificação Comando + Conversor DC/DC
Nuno Pessanha Santos (nuno.pessanha.santos@marinha.pt / nuno.pessanha.santos@gmail.com )
2014.07.17
Página 18
Para obter um sinal de erro, necessário para efectuar o controlo em cadeia fechada, é necessário medir a
grandeza que se pretende controlar recorrendo para esse fim a transdutores apropriados. Estes transdutores,
dependendo da grandeza que se pretende controlar, geram um sinal eléctrico que possibilita a comparação com um
sinal de referência. Um exemplo de medição de velocidade é o seguinte:
ia
Uo MDC
Sensor
Velocidade
Substituindo o bloco da máquina DC, pelo seu modelo equivalente, obtemos o seguinte diagrama de blocos
(admitindo binário de carga nulo):
E(s)
( S )
* ( s )
FILTRO Compensador Compensador Comando + Potência
I * (s) Uc(s) Uo(s) Ia(s)
1 e .s
Ke
F(s)
F(s) CCvv(s)
(s) CCII(s)
(s)
( S ) Ia(s)
1Durante o presente trabalho prático a notação controlador e compensador são muitas vezes utilizadas para
designar a mesma coisa.
Nuno Pessanha Santos (nuno.pessanha.santos@marinha.pt / nuno.pessanha.santos@gmail.com )
2014.07.17
Página 19
Sendo que nos próximos subcapítulos vão ser dimensionados os parâmetros do compensador, de modo a
obter a melhor resposta do sistema quer no anel subordinado de corrente quer no controlo de velocidade efectuado.
E(s)
KC 1 s. c
Compensador PI Comando + Potência
*
I (s) Uc(s) Uo(s) Ia(s)
1 e .s
Ke
s
Ia(s)
Im
Zero do
Compensador Pólo do
Compensador
Re
Vai-se começar por cancelar o pólo dominante (mais próximo da origem) com o zero do compensador para
tal, tem de se garantir o seguinte:
× −
�
+ � = + �� ⇒ � = �� = = ≅ , � (5.1.1.1)
�
Ia(s)
Figura 20 – Diagrama de blocos após cancelamento de pólo dominante – Anel subordinado de corrente
De acordo com o critério ITAE para entrada escalão em sistemas de 2ª ordem temos (Palma, 2008, página
214).
(5.1.1.3)
+ , +
�
� = ⇔ = (5.1.1.5)
�� �
Com o cálculo do ganho estático já temos todos os dados necessários para o cálculo de , sendo este dado
por:
�
= = −6 × = (5.1.1.7)
� × ×
Como foi descrito na subsecção anterior, na equação (5.1.2), podemos obter e da seguinte forma:
= = (5.1.1.8)
−
� = ⇔ =� = , × × ≅ , (5.1.1.9)
�
(s)
- s
Vai-se também utilizar neste caso um controlador PI, à semelhança do efectuado para o anel subordinado de
corrente. Para tal vai-se aproximar o sistema de 2ª ordem a um de 1ª ordem, mas para esta aproximação ser válida o
coeficiente de amortecimento (ξ) tem de ser superior a 0,6 (Palma, 2008). Como foi utilizado o critério ITAE na
determinação dos parâmetros do controlador, o sistema apresenta um ξ ≅ , logo a aproximação é válida podendo
representar o diagrama de blocos da seguinte forma:
(s)
- s
Im
Zero do
Compensador Pólo do
Compensador
Re
Vai-se começar por cancelar (à semelhança do efectuado no anel subordinado de corrente) o pólo dominante
(mais próximo da origem) com o zero do compensador para tal, tem de se garantir o seguinte:
, × −
+ �� = + �� ⇒ � = �� = = = , (5.1.2.1)
,
(s)
- s
De acordo com o critério ITAE para entrada escalão em sistemas de 2ª ordem (à semelhança do efectuado
para o anel subordinado de corrente) temos (Palma, 2008, página 214):
(5.1.2.3)
+ , +
� ��
� = ⇔ � = (5.1.2.5)
� � ��
Como foi descrito na subsecção 5.1, na equação (5.1.2), podemos obter e da seguinte forma:
� = ≅ , (5.1.2.7)
�� = ⇔ =� = , × , ≅ , (5.1.2.8)
�
, + , × −
� = + = (5.1.3.1)
, , + ,
� = , + = (5.1.3.2)
Nas simulações efectuadas foram utilizados os valores obtidos em MATLAB®, minimizando o erro de
aproximação que, apesar de muitas vezes poder ser desprezado, encontra-se presente.
Outro factor importante que importa ser referido na implementação dos limitadores utilizados, é a restrição da
acção integral (figura 26 B) necessária para que quando existe a limitação da saída, o erro não vá sendo acumulado
(acção integral), com prejuízo da resposta quando a limitação deixar de ter efeito (figura 26 A) (Palma, 2008, página
242).
A B
Figura 26 – Resposta no tempo sem suspensão da acção integral (A) e com suspensão da acção integral (B)
(Palma, 2008, página 243)
Figura 28 – Controlador PI da cadeia subordinada de corrente (suspensão da acção integral) - MATLAB® / SIMULINK
N(rpm)
Tempo (s)
Figura 32 – Simulação de velocidade e velocidade de referência Motor DC – MATLAB® / SIMULINK
A figura representada em cima apresenta a evolução da velocidade apresentada pelo motor DC, juntamente
com a referência que pretende ser seguida. Foi para isso implementada uma entrada escalão a partir dos 0 segundos
tendo o motor atingido a velocidade pretendida ao fim de aproximadamente 0,4 segundos.
I(A)
Tempo (s)
Figura 33 – Simulação da corrente obtida e corrente de referência Motor DC – MATLAB® / SIMULINK
I(A)
Tempo (s)
Figura 34 – Simulação da corrente obtida e corrente de referência Motor DC – MATLAB® / SIMULINK
Na figura acima representada é possível ver com mais detalhe a limitação de corrente efectuada em torno de
2,5 A, caso esta limitação não fosse imposta a referência era mais rapidamente seguida mas no entanto p.ex. para
protecção do equipamento foi limitada a corrente máxima permitida.
I(A)
Tempo (s)
Figura 35 – Simulação da corrente obtida e corrente de referência Motor DC – MATLAB® / SIMULINK
Nuno Pessanha Santos (nuno.pessanha.santos@marinha.pt / nuno.pessanha.santos@gmail.com )
2014.07.17
Página 28
Na figura acima está representado o momento em que a máquina atinge a velocidade pretendida e a corrente
acaba por estabilizar aproximadamente nos 2 A (como referido anteriormente), por forma a “vencer” o binário de atrito
viscoso existente.
T(Nm)
Tempo (s)
Figura 36 – Simulação do binário electromagnético Motor DC – MATLAB® / SIMULINK
Como se pode verificar pela figura acima representada, o binário varia proporcionalmente à corrente segundo
a relação:
= � ×�× � (6.1.1)
Observando-se exactamente o mesmo comportamento, que o verificado para a corrente no induzido durante
a aceleração e em regime permanente.
T(Nm)
Tempo (s)
Figura 37 – Simulação do binário electromagnético Motor DC – MATLAB® / SIMULINK
Após atingir o regime permanente o binário electromagnético é de aproximadamente 0,26 Nm, podendo p.ex.
efectuar as contas para confirmar que dá o coeficiente de atrito viscoso definido. Em regime permanente temos o
seguinte:
,
= � = = ≅ , � (6.1.2)
× �
6
Foi utilizado o controlador digital dSPACE na elaboração deste trabalho prático, controlador este que permite
interoperabilidade com o MATLAB® SIMULINK utilizado na elaboração das simulações presentes neste relatório.
Possibilita assim a passagem da simulação à prática podendo desta forma verificar se os resultados obtidos estavam
de acordo com os esperados.
Após a configuração e compilação seguindo o tutorial dSPACE fornecido foi possível elaborar o seguinte
diagrama de blocos, utilizando o SIMULINK:
Na figura acima representada existem alguns blocos com a designação “Bad Link”, pois no computador onde
foi lido o ficheiro não se encontravam instalados os drivers necessários à operação do controlador dSPACE, não
acontecendo o mesmo no computador onde foram elaborados os testes experimentais.
Módulo de Potência
Osciloscópio
+
(Registo)
Motor
Entrada Analógica
Amostragem
de corrente
CONTROLADOR PC
Entrada Analógica DIGITAL dSPACE Control Desk
dSPACE
Amostragem
de
Velocidade
Como a tensão máxima de entrada do controlador digital dSPACE se situa nos ± 10 V, é utilizado um divisor
resistivo para que a relação seja a seguinte:
Figura 41 – Razão entre a rotação e a tensão de saída do sensor de velocidade utilizando um divisor resistivo
Fazendo p.ex. a que 1000 rpm correspondam a 2,5 V de entrada no conversor A/D presente no controlador
digital dSPACE. Como o valor lido no SIMULINK varia entre ± 1V o ganho necessário é de 10 possibilitando assim ler
correctamente a grandeza amostrada como mostra a seguinte figura:
CONVERSOR
Sensor de Velocidade Divisor Resistivo 10
A/D
Ganho
-1 +1
+ 15V
IP
IS RM
TRANSDUTOR
- 15V
Figura 43 – Esquema de blocos geral da amostragem de corrente efectuada
Em que devido ao dimensionamento efectuado faz com que quando � corresponde a 1 A, a tensão medida
em é de 0,5 V. O que faz com que seja necessário aplicar um ganho de 20, para que o valor lido varie entre ± 10
e possa ser correctamente utilizado no SIMULINK.
CONVERSOR
Sensor de Corrente 20
A/D
Ganho
- 0,5 + 0,5
Para a correcta configuração recorreu-se ao tutorial fornecido para o efeito, tendo sido o programa
implementado de forma bastante simples, não merecendo aqui uma abordagem neste relatório devido à sua extrema
simplicidade.
Após implementação do accionamento estudado, foi possível ver “in loco” o motor a ser controlador à medida
que se variava a sua referência e a respectiva resposta. No subcapítulo seguinte vai-se efectuar a comparação entre
os valores obtidos experimentalmente e a simulação, possibilitando assim a validação do modelo MATLAB ®
SIMULINK elaborado. Os testes foram efectuados para velocidades de 1000 e 2000 rotações por minuto (2,5 e 5V
respectivamente), com frequências de 0,2 Hz, 0,5Hz e 1Hz utilizando forma de onda rectangular e sinusoidal.
Neste trabalho prático foi estudado o comportamento de um accionamento electromecânico constituído pela
associação de um chopper de quatro quadrantes e uma máquina de corrente contínua de magnetos permanentes.
Este estudo incluiu a modelização do conversor DC/DC e respectiva descrição da técnica de comando, a
modelização da máquina de corrente contínua, o controlo de velocidade com anel subordinado de corrente
(dimensionando os controladores associados) e respectiva simulação e implementação prática.
A implementação prática é muito importante pois permite validar um modelo criado (neste caso em MATLAB ®
SIMULINK), tendo sido validado com sucesso com base na comparação entre os resultados experimentais e
simulados. Obtendo-se na comparação entre a simulação e os resultados experimentais formas de onda muito
aproximadas podendo validar o modelo desenvolvido em MATLAB® SIMULINK.
Ao dimensionar os controladores da cadeia de velocidade e anel subordinado de corrente foi considerado o
critério do mínimo ITAE para entrada em escalão, com vista a obter a melhor resposta do sistema (melhor relação
entre velocidade de resposta e sobreelevação).
O uso de limitadores na cadeia de comando restringe a velocidade de resposta, ou seja, a capacidade de
acompanhar a referência devendo os valores limites ser escolhidos conforme a aplicação em concreto que o
accionamento se destina.
O controlador dSPACE demonstrou ser uma ferramenta de fácil utilização (muito devido ao acompanhamento
efectuado por parte do docente e pelo tutorial fornecido), permitindo assim uma interacção simplificada com o
Software MATLAB® SIMULINK.
Este trabalho revelou ser de uma extrema importância para o desenvolvimento dos conhecimentos nesta
área, pois….
“O Saber não ocupa espaço de Memória”
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
% INICIALIZAÇÃO %
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
% DEFINIÇÃO DAS VARIÁVEIS E PARÂMETROS A UTILIZAR %
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
% VELOCIDADE PRETENDIDA %
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
NRef=250;
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
% TENSÃO DE COMANDO E ALIMENTAÇÃO %
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
% FORMA DE ONDA - DENTE DE SERRA %
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
%Amplitude - V
A=10;
%Frequência (Hz)
f=10000;
T=1/f; %Período
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
% CARGA DE TESTE %
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
%Resistência
R=10;
%Inductância
L=10e-3;
%E (V)
E=0;
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
% MÁQUINA DE C.C. %
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
%Resistencia no Induzido
Ra=3;
%Inductância no Induzido
La=20e-3;
%Binário de Carga
Nuno Pessanha Santos (nuno.pessanha.santos@marinha.pt / nuno.pessanha.santos@gmail.com )
2014.07.17
Página 40
Tc=0;
%Constante de atrito dinâmico / viscoso
%Kd=2.5e-3;
Kd=0.5e-3;
%Constante de Binário4
Kafi=0.13;
%Momento de Inércia
J=0.6e-3;
%Constante de tempo - Armadura
ta=La/Ra;
%Constante de tempo - Mecânica
tm=J/Kd;
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
% CONTROLADOR DE CADEIA SUBORDINADA DE CORRENTE %
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
%Ganho Estático
Ke=U/A;
%Atraso estatístico
te=1/(2*f);
%Ganho integral
KIi=Ra/(2*Ke*te);
%Ganho proporcional
KPi=KIi*(La/Ra);
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
% CONTROLADOR DE VELOCIDADE %
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
%Ganho integral
KIw=(Kd)/(2*Kafi*2*te);
%Ganho Proporcional
KPw=KIw*(J/Kd);