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Tema 3
Tema 3
PROPÓSITO
Analisar o quadro histórico do sistema político brasileiro e sua democracia
representativa, considerando
a complexa relação entre esfera pública e privada, bem como
teorias, processos, avanços e projetos de
inclusão social.
PREPARAÇÃO
Levando-se em conta a riqueza e as múltiplas possibilidades de análise deste Tema, seria
importante ter
em mãos um bom Dicionário de Teoria Política ou de Ciências Sociais.
Sugerimos o Dicionário de
Política, de Norberto
Bobbio, e o Dicionário de Sociologia, da UFSC/Repositório, ambos disponíveis em
formato virtual.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
INTRODUÇÃO
Ao falarmos de “Democracia e Mercado”, entramos em um assunto cuja leitura sobre o
sistema político
no Brasil está associado não apenas a grupos que são representados, mas
também àqueles que não se
encontram substancialmente
representados na esfera política. Portanto, nesta disciplina, buscaremos
responder: como
a história nacional e o seu desenvolvimento democrático ajudam a perceber os
alinhamentos e os desalinhamentos da representação política?
MÓDULO 1
O termo democracia pode ser definido de maneira bem objetiva: trata-se de um governo em
que o povo
é soberano; de um sistema de governo em que o povo elege seus representantes
por meio de eleições
periódicas.
(1998, p. 326)
Nesse momento, os militares estiveram à frente do governo brasileiro.
O Marechal Deodoro da Fonseca assumiu a Presidência da República em 1891,
renunciando em
novembro do mesmo ano e sendo sucedido por seu vice, Floriano
Peixoto.
Nomeado de Primeira República (ou República Velha), o período entre os anos de 1889 a
1930 foi
marcado por forte apoio popular contra os monarquistas. As oligarquias agrárias
dos estados de São
Paulo e Minas Gerais possuíam
uma forte influência e, por isso, alternavam-se constantemente no
poder. Essa
alternância de presidentes civis ficou conhecida como “política do café com leite”
Fonte: EnsineMe.
O fim da Primeira República ocorreu com a Revolução de 1930, quando Júlio Prestes havia
vencido as
eleições. Dentre os anos de 1930 a 1934, Getúlio Vargas assumiu
provisoriamente o Estado, abrindo as
portas para a chamada Era
Vargas.
Essa Revolução – ou seja, a tomada do poder pelas armas – aconteceu porque forças
políticas
nacionais, especialmente no sul e nordeste, não se viam representadas no
governo do país, já que as
Oligarquias de São Paulo e Minas
Gerais alternavam-se na Presidência. Essas forças viram em Getúlio
Vargas a chance de
chegarem à liderança Nacional.
Fonte: Wikipédia
Fonte: Wikipédia
Fonte: Wikipédia
"DE ESQUERDA"
Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul (1961), criou um manifesto para que
Jango, seu
cunhado, fosse devidamente empossado. Tais ações e reações gestaram uma crise
política que teve
seu desdobramento com a emenda
constitucional que aprovou o regime parlamentarista no Brasil.
Todavia, no ano de 1963,
o presidencialismo foi votado por plebiscito realizado por Jango.
Durante os anos 1969-1974, o governo do general Emílio Garrastazu Médici foi reconhecido
por muitos
como responsável pelo desenvolvimento econômico, chamado de “milagre
brasileiro” ou “milagre
econômico”. Sua política buscou
o arrocho salarial, resultando em altas
taxas de lucro e concentração
de renda, até a crise do petróleo em 1973.
O contexto político-social fora marcado pelo êxodo rural
somado ao crescimento
industrial vertiginoso, por isso falava-se em “milagre econômico”. Todavia, após
anos de
recessão, o desenvolvimentismo assumia a feição conservadora,
antidemocrática e antipopular;
chegara-se ao ápice da produção industrial que, mais
tarde, na década de 1990, o neoliberalismo viria
para solapar.
ARROCHO SALARIAL
Já os trabalhadores do “colarinho branco”,
gestores e burocratas tiveram uma fatia do bolo mais
expressiva.
Contudo, os maiores beneficiados foram as multinacionais, os grandes
monopólios
produtores de mercadorias
e serviços, e o recém-criado mercado financeiro e de capitais.
DA REDEMOCRATIZAÇÃO BRASILEIRA
Em 1985, Tancredo Neves havia sido eleito através do voto indireto em 1985, mas faleceu
na véspera
de sua posse.
Fonte:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
Os partidos políticos são importantes em uma democracia, pois são responsáveis por
garantir
representação diversa e posicionamentos contrários (agonísticos). A política
(MOUFFE, 2015) deve ser
caracterizada pelo agonismo,
e não pelo antagonismo, uma vez que este se refere aos grupos “nós” /
“eles”. Sendo que:
AGONISMO
No agonismo, “eles” são adversários políticos a serem vencidos com
as regras do jogo democrático.
ANTAGONISMO
No antagonismo, “eles” são interpretados como inimigos a serem
derrotados a qualquer custo.
Fonte: Wikipédia
Antes de responder a essas questões, é preciso reconhecer que “povo” não é uma categoria
econômica,
mas política. São pessoas submetidas a um governo. Desse modo,
“povo se opõe exatamente a
governo: povo e
governo são antípodas na relação de dominação política própria das mais
diversas
sociedades humanas” (MIGUEL, 2014, p. 20). O que conecta o povo à democracia
representativa são as
eleições (MANIN et al, 2006), ausentes
na ditadura civil-militar, pois a característica primordial de
qualquer ditadura é a
supressão de direitos.
Os programas de governo.
Todavia, não se pode afirmar que o indivíduo eleito cumprirá o papel estabelecido pelo
partido nem as
promessas feitas aos seus eleitores.
EXEMPLO
A votação da Reforma da Previdência ocorreu em julho de
2019 na Câmara dos Deputados. O PDT
havia orientado todos os seus membros a
votarem contra a Reforma. Porém, Tabata Amaral e outros 7
deputados contrariaram
o
partido. O PDT abriu um processo disciplinar contra eles, prevendo, inclusive,
expulsão. Em casos como esse, deveria haver (PRZEWORSKI, 1994), no mínimo, uma
obrigatoriedade
a fim de que o eleitor tenha certeza
de que sua escolha será respeitada.
Mas essa maneira não é de toda eficaz, uma vez que os eleitores não possuem informações
completas
na prestação de contas. Daí, um outro aspecto ajuda a compreender essa forma
de representação: o
uso do voto – ou “pedras de
papel” (PRZEWORSKI, 1998, p. 49) – não apenas para a simples eleição,
mas também para
que o cidadão demonstre, por meio das informações que colheu sobre as atividades
passadas dos candidatos, uma maneira de punir ou
premiar os representantes. Nesse aspecto, a
racionalidade do “não voto”
como forma punitiva provocaria nos políticos uma atenção maior para
manterem-se
virtuosos.
VOTO E DEMOCRACIA
O vídeo apresenta os dois conceitos, exemplificando a
importância do voto e diferenciando os sistemas
de eleição indireta ou direta.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) O povo elege seus representantes para que, consequentemente, uma nova assembleia emposse
deputados, senadores e presidência da república.
D) A CF estabelece a soberania popular através do voto direto exercido exclusivamente por homens.
E) A CF estabelece a soberania popular por meio do sufrágio universal e pelo voto indireto e secreto,
com valor igual para todos.
A) A teoria ajuda a compreender como cidadãos são guiados e se mobilizam de acordo com seus
próprios interesses.
B) A teoria ajuda a compreender como políticos são guiados e se mobilizam de acordo com seus
próprios interesses.
C) A teoria ajuda a compreender como cidadãos são devidamente representados na política brasileira.
D) A teoria ajuda a compreender como grupos identitários nacionais formam comunidades específicas
para serem devidamente representados.
E) A teoria ajuda a compreender como cidadãos são desfavorecidos com os partidos políticos.
GABARITO
1. A democracia é um sistema de governo exercido no Brasil. A Constituição Federal (CF) de 1988
garante, por exemplo, um dos elementos mais importantes quanto à participação popular, que é o
voto direto e secreto. De acordo com o artigo 14 da CF, marque a alternativa correta:
O Art. 14 da Constituição Federal “estabelece que a soberania popular será exercida pelo sufrágio
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos”.
Seguindo a categoria da representação, a teoria pluralista de Robert Dahl (1997, p. 132) ajuda a
compreender como cidadãos são guiados e se mobilizam por um “entendimento esclarecido de seus
interesses”.
MÓDULO 2
Mas a cidade é muito mais do que a reunião de pessoas e recortes geográficos, ela
expressa uma
dimensão relacional, competitiva, de grandes embates emancipatórios.
ESFERA PÚBLICA
A esfera pública é um espaço em que indivíduos públicos e privados
discutem os assuntos públicos.
ESFERA PRIVADA
A esfera privada é dimensão em que o sujeito possui certa
autonomia/autoridade sem a intervenção do
Estado, como no ambiente familiar, a
religião etc.
JÜRGEN HABERMAS
Fonte: ebiografia.com
EXEMPLO
Como poucos sabiam ler, a imprensa produzia para a esfera pública composta pelo leitor
burguês.
Somente a comercialização da comunicação de massas transformou o que era foro
privilegiado de
debate em outro campo de consumo
cultural. A esfera pública se converteu em um mundo fictício
controlado pela chamada
indústria cultural (ADORNO; HORKHEIMER, 1985).
Ao lucro
Esse segundo elemento traz uma questão complexa no que se refere à produção por
demanda, pois a
produção também pode ser inovadora para se construir uma nova
forma de dominação.
O princípio crítico de
publicidade é afirmado e colocado em prática.
O século XVIII foi palco de um processo de polarização onde o poder feudal, representado
pela Igreja,
foi esfacelado, resultando na distinção entre público e privado. Habermas
aponta que, nesse ambiente,
surgiu a esfera pública
burguesa, na qual a movimentação de mercadorias e de informações constituiria
o próprio
comércio capitalista oitocentista. Como podemos perceber, a concepção histórica da
esfera
pública burguesa possui alguns níveis, e um deles é o nível da história socioeconômica, o que acentua o
caráter de classe (SILVA,
2002).
Habermas (2003) explica ainda que a interpenetração entre Estado e sociedade resulta da
seguinte
dialética:
Por outro lado, está a estatização da sociedade
quando o Estado se estende aos setores privados –
onde a esfera
pública burguesa desenvolveu-se.
Ele entende que o sistema capitalista explica a centralização do poder estatal e sua
intervenção na
sociedade influenciada sobretudo pela classe burguesa. Todavia, a
repolitização da esfera pública
formada
por indivíduos privados fez com que a família patriarcal burguesa perdesse determinadas
funções. Como consequência, a família se ocupou cada vez mais do privado, enquanto a
esfera social
do trabalho inclinou-se mais ao
público.
Isso ocorre quando a esfera pública da sociedade civil assume características feudais,
por exemplo a
linguagem na mídia. O poder seria garantido pela
linguagem, em que a leitura de livros, revistas e
outros
ocorreria por meio de consumo acrítico pelas famílias. Aqui, retomamos a questão da
indústria
cultural. Sociologicamente, o declínio da esfera pública literária resulta em
dois grupos:
A política é um alvo em potencial quando falamos desse tipo de produção. No Brasil, por
exemplo,
políticos contratam profissionais em marketing a fim de venderem uma
imagem ideal para os eleitores;
os seus
discursos são montados para “agradar à freguesia”. As categorias políticas, econômicas e
sociais são utilizadas por elites para desviarem a atenção dos reais problemas do país.
Uma dessas
categorias é o patrimonialismo,
utilizado para explicar a fonte da corrupção nacional.
INDUSTRIA CULTURAL E O PÚBLICO/ PRIVADO
Assista ao vídeo a seguir para aprender mais a respeito do
conceito de Indústria Cultural e sua
interferência na percepção do
público/privado nas sociedades contemporâneas.
DO COMBATE À CORRUPÇÃO
Nesse ambiente, até o combate à corrupção pode tornar-se mercadoria. Há autores que
consideram a
existência de consumidores ávidos pelo tema porque foram formatados para
absorverem quaisquer
notícias (CASARA, 2017). A publicidade
é uma face curiosa nesse processo: por um lado, o rendimento
de proprietários dos meios
de comunicação de massa; por outro, seu uso político para a construção de
“verdades” por
conveniência, ou seja, as fake news.
Não discutimos a sua existência, pois sabemos que ela existe em pequenas e grandes
escalas. Porém,
precisamos refletir, com base em autores nacionais, sobre como o combate
à corrupção passa por, pelo
menos, duas vias: a primeira
é a corrupção real tornada um produto (mercado), que pode ser atestada
pela exposição
teórica da seção anterior; a segunda, a discussão sobre o motor (os responsáveis) da
corrupção nacional. Saiba mais a seguir:
DIVIDE OS
ADVERSÁRIOS EM BINÁRIOS MANIQUEÍSTAS
QUE FACILMENTE
PASSAM DE UMA PAUTA
MACROSSOCIAL PARA O FOCO NA MORAL OU
ÉTICA DE
UM GRUPO OU INDIVÍDUO.
INTELECTUAIS
Lançando mão de uma das principais obras do pensamento social brasileiro, a saber,
Raízes do
Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, Souza (2017, p. 8) aponta que o
sucesso desta obra
clássica ocorreu por conter ali
uma “narrativa totalizadora” e uma legitimação “para uma
dominação oligárquica e
antipopular com a aparência de estar fazendo crítica social”. O conceito
de
patrimonialismo utilizado para definir a política
nacional por Sérgio Buarque (seguido por
Raymundo Faoro, com definições históricas, e
Fernando Henrique Cardoso, que o transforma em
teoria) é apontado como uma ideia para
legitimar interesses econômicos de uma elite que,
além de
dominar o mercado, é a real fonte do poder e da corrupção no país, gerando,
assim, extrema
desigualdade social.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. VIMOS NESTE MÓDULO, A PARTIR DE J. HABERMAS, A DISTINÇÃO ENTRE
AS ESFERAS PÚBLICA E PRIVADA. ASSINALE ABAIXO A ALTERNATIVA NÃO
QUE CORRESPONDE AOS CONCEITOS:
B) Não se pode comprovar a separação entre as esferas pública e privada na sociedade feudal.
C) A divisão das esferas pública e privada pode ser datada no contexto moderno.
D) Na sociedade grega antiga, o homem livre (patriarca) exercia sua liberdade na esfera pública.
E) A esfera privada é onde indivíduos públicos e privados discutem assuntos que dizem respeito ao
privado.
A) O patrimonialismo
B) A escravidão
C) A elite
D) A classe média
E) O mercado
GABARITO
1. Vimos neste módulo, a partir de J. Habermas, a distinção entre as esferas pública e privada.
Assinale abaixo a alternativa não que corresponde aos conceitos:
Teórica e objetivamente, podemos entender a esfera pública como lugar em que indivíduos públicos e
privados discutem os assuntos públicos. Deve ser o ambiente em que se garante as ideias e os
posicionamentos dos indivíduos: sejam pessoais sejam representante de algum segmento da sociedade.
Isso não ocorreria, necessariamente, na esfera privada.
Souza alerta que, a fim de esconder a verdadeira corrupção da qual o país é vítima, desvia-se a atenção
para o patrimonialismo enquanto a nação é subtraída por transações globais.
MÓDULO 3
Fonte: Wikipédia
Quando o poder é concentrado apenas na economia, por exemplo, os outros
quadros são impactados
negativamente.
Embora o filósofo grego seja um crítico do socialismo dos países comunistas antigos, seu
argumento
reage contra os social-democratas, uma vez que estes entendem que o controle
estatal do mercado é
suficiente para se alcançar
a justiça social.
(1997, p. 206)
A democracia inclusiva seria a única capaz de viabilizar uma solução para sair da crise,
pois baseia-se
na distribuição igualitária de poder, e não na concentração. Em outras
palavras, nesse modelo
democrático, a esfera pública
não inclui apenas a esfera política (de tomada de decisões, do exercício
do poder
político), mas também a área econômica (exercício do poder político e
econômico) e a
ecológica (relações
entre a sociedade e a natureza). Neste caso, ao contrário da esfera privada, a
pública
abarca diferentes áreas em que decisões podem ser tomadas de maneira coletiva e
democrática. O modelo proposto por Fotopoulos não requer
uma espera para que haja sua evolução,
pois ele pode ser criado a qualquer momento. Em
suas palavras:
Sua tese apresenta a democracia inclusiva como inevitável por causa da lógica do sistema
de mercado
capitalista e o poder de suas elites que, consequentemente, gerenciam a
cadeia de corrupção,
controlam as finanças, controlam
o próprio mercado e capitulam ao neoliberalismo. E quais são seus
argumentos? O autor
considera quatro componentes básicos. São eles: a democracia política/direta;
democracia
econômica; democracia social; democracia ecológica.
Vejamos as definições:
A DEMOCRACIA ECONÔMICA
A autoridade do demos é exercida sobre a esfera econômica. Pessoas
responsáveis (maioridade), em
assembleia, decidem as questões econômicas que
interferem nas necessidades mais básicas da
sociedade, como
saúde, educação, segurança etc. Na democracia inclusiva, a propriedade
privada não
deve existir e os recursos produtivos devem pertencer ao
demos (que seria a propriedade demótica dos
meios de produção).
A DEMOCRACIA NO NÍVEL SOCIAL ABRANGENTE
Refere-se ao micronível, aos ambientes do trabalho, da casa, do espaço da
educação. A democracia
nessa esfera significa a distribuição igualitária do
poder.
A DEMOCRACIA ECOLÓGICA
Nesta esfera, o objetivo é criar condições objetivas e subjetivas de maneira
que cada indivíduo na
sociedade seja devidamente (re)integrado na natureza.
Aqui se pretende educar a consciência para que
a natureza
não seja interpretada/usada como objeto para se alcançar lucro, uma vez que
já existe uma
crise ecológica no mundo.
Uma sociedade economicamente inclusiva requer representação política devida. Todos são
representados devidamente? Os grupos identitários auxiliam nesse processo?
O autor norte-americano Mark Lilla cita o movimento de direitos civis, mas com a intenção
de
demonstrar como os direitos das mulheres, de homossexuais, dentre outros grupos,
foram beneficiados
com tal movimento. Discute ainda
a sociedade norte-americana e apresenta dados das décadas de
1970-80, em que cidadãos
passaram a se concentrar menos na relação com o país e mais com os
diferentes grupos
sociais. Sua visão crítica é que o identitarismo
torna o sujeito menos inclinado ao
debate político em escala nacional.
Por outro lado, o debate acerca da representação política, do multiculturalismo e das políticas de
reconhecimento no
Brasil encontra cada vez mais espaço. Importante ressaltar que dois elementos são
importantes no campo da democracia. O primeiro é a percepção quanto aos grupos
representados
politicamente; segundo, quanto aos grupos subrepresentados.
MULTICULTURALISMO
A luz que se acendeu para a discussão nas últimas décadas trouxe à tona os conflitos
étnico-culturais e
apontou para a importância do reconhecimento público de minorias
discriminadas. Reconhecer o outro é
a possibilidade de
uma interação social mais saudável e menos conflituosa. O ato do reconhecimento
mútuo
constitui o processo de identificação e indica, consequentemente, a própria constituição
do ser
humano em sociedade.
O objetivo das ações afirmativas (GEMAA, 2011) é a política focal para combater todo o
tipo de
discriminação (étnica, religiosa, racial, gênero) e aumentar a participação de
minorias no processo
político, bem como no acesso
a questões básicas como saúde, educação, emprego, reconhecimento
cultural. Assim, não
apenas as políticas públicas, mas também as privadas, devem se voltar para o que
define
a Constituição Federal: a igualdade material,
neutralização da discriminação (de qualquer ordem),
dentre outras questões semelhantes.
E POR QUE AS AÇÕES AFIRMATIVAS SÃO VISTAS
COMO MEDIDAS
ESPECIAIS?
RESPOSTA
Porque agem com foco nos grupos excluídos/marginalizados. Elas são temporárias, pois
terminam após
alcançarem seus objetivos, e suas ações podem ser realizadas pelo
Estado ou por iniciativa privada.
Falamos do Brasil, mas
há muitos outros países com experiências em políticas afirmativas, por exemplo:
México,
Bolívia, Equador, Paraguai, Argentina, Peru, África do Sul, Índia, dentre outros.
LEI 5.452/1943
LEI 5.465/1968
LEI 8.112/1990
LEI 9.504/1997
LEI 10.639/2003
LEI Nº 12.990/2014
LEI 5.452/1943
A Lei dos Dois Terços (5.452/1943), promulgada na era Vargas, em que 2/3 dos
trabalhadores de uma
empresa deveriam ser brasileiros.
LEI 5.465/1968
LEI 8.112/1990
A Lei de Cotas (8.112/1990), em que portadores de deficiência física têm cotas para o
serviço público.
LEI 9.504/1997
LEI 10.639/2003
LEI Nº 12.990/2014
Reserva aos negros de 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas nos concursos
públicos para
provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da
administração pública federal, das
autarquias, das fundações públicas,
das empresas públicas e das sociedades de economia mista
controladas pela União.
Fonte: EnsineMe.
Fonte: EnsineMe.
Fonte: EnsineMe.
Fonte: EnsineMe.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Para desbloquear o próximo módulo, é necessário
que você responda corretamente a uma das
seguintes questões:
1. TAKIS FOTOPOULOS ESCREVEU SOBRE UM MOVIMENTO CONHECIDO
COMO DEMOCRACIA INCLUSIVA, OBSERVANDO EXPERIÊNCIAS DE OUTROS
MOVIMENTOS HISTÓRICOS. A DEMOCRACIA INCLUSIVA POSSUI ALGUNS
COMPONENTES. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE NÃO CORRESPONDE A
ESSES COMPONENTES:
A) Democracia direta
B) Democracia econômica
C) Democracia social
D) Democracia racial
E) Democracia ecológica
C) Negros
D) Índios
E) Mulheres
GABARITO
Essas ações impedem determinados grupos (LGBTQIA+, negros, mulheres, dentre outros) de
alcançarem o devido reconhecimento e valorização social. Embora o termo “elite” seja bastante
genérico, é senso comum que representa os indivíduos possuidores das condições sociais que os
estabelecem na sociedade, sem carências, em diversos âmbitos. E são exatamente tais carências que
necessitam ser suprimidas para que haja igualdade em um determinado grupo social.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como observamos, a democracia não é um sistema totalmente consolidado, e sim um regime
que
necessita de constante recuperação, reestruturação
e renovação. Na história brasileira,
há registros
de eleições suspensas e indiretas, ditaduras, cassações políticas. A
democracia, embora não seja
perfeita, é o sistema que garante, minimamente, a
representação do povo. Ainda que, na prática, essa
representação
não contemple a todos, a política de ações afirmativas busca criar condições a fim de
que
o maior número de pessoas seja assistido. Embora haja diferentes argumentos, teorias
e projetos para o
sistema de governo, o Brasil
segue com sua democracia representativa, pluripartidária e eleições diretas
regulares.
Segue, igualmente, sua luta contra a corrupção, suas interpretações acerca da sociedade
e
suas lutas quanto a uma maior inserção dos
grupos “excluídos” em todos os setores.
FALA, MESTRE!
Mestres de diversas áreas do conhecimento compartilham as informações que tornaram suas trajetórias
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entretenimento de qualidade conectado com a informação que te transforma.
Sinopse: José Luiz Niemeyer, coordenador do curso de Relações Internacionais do Ibmec RJ, e
Guilherme Benchimol, fundador da XP Inc, conversam sobre a relação entre o Estado e o Mercado.
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CONQUISTAS
Descreveu o panorama da
democracia no Brasil e seu sistema de representação
Identificou os grupos
identitários nacionais no processo democrático
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ADORNO, T.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro:
Zahar, 1985.
REIS, B. W. A Lava Jato é o Plano Cruzado do combate à corrupção. In: Novos Estudos CEBRAP,
2017.
EXPLORE+
Para aprender um pouco mais sobre o complexo conteúdo abordado neste tema, recomendamos:
CONTEUDISTA
Nelson Lellis Ramos Rodrigues
CURRÍCULO LATTES