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LATINO-AMERICANO DE CIÊNCIAS DA
VIDA E DA NATUREZA (ILACVN)
CURSO DE MEDICINA
This paper addresses the academic experience of internship in the urgency and emergency
module of the Latin American Federal University (UNILA), an area of medicine that deals with
health conditions that require immediate medical attention and represent an immediate risk to the
patient's life. To meet this demand systematically, the initial concept of emergency networks is
presented, divided into two components: pre-hospital and hospital, guided by various guidelines
that guarantee universality, equity, and integrality in care, including risk classification, health
regionalization, and social participation. The immersion in multiple scenarios that make up the
Emergency Network of the SUS in the cities of Foz do Iguaçu and São Miguel de Iguaçu allowed
the development of competencies, skills, and attitudes to deal with clinical situations with
excellence and efficacy. The report describes the understanding of the Emergency Network in
Emergency Care Units (UPAs), Mobile Emergency Care Service (SAMU), and hospitals, as well
as presenting five relevant clinical cases to expand knowledge and improve medical skills through
the recapitulation of basic areas such as pathophysiology but also the pragmatic use of taken
measures. Current topics, such as the ethical practice of medicine and the relationship of doctors
with technological advances, are also discussed. The experiences reported include sensations and
procedures observed and performed during the internship, with the aim of catalyzing a more active
and participatory attitude of the student. This work contributed to the advancement of knowledge
and experience in the area of medical emergencies and emergencies, eliminating previous
insecurities and stimulating the search for excellence in patient care.
1.4 Regulação
No Hospital Padre Germano Lauck (HMPGL), ao contrário das expectativas iniciais, havia
espaço e total disponibilidade dos profissionais em receber e passar o conhecimento. Inaugurado em
10 de junho de 2011 o HMPGL está localizado no município de Foz do Iguaçu e pertence à 9ª
Região de Saúde. Esse serviço possui tecnologias complexas e equipe multiprofissional, oferece
abordagem holística ao usuário, constituindo-se como serviço referência em psiquiatria; cirurgia
geral, medicina interna, ginecologia; ortopedia e traumatologia; pediatria e acidentes com material
biológico. A equipe médica é composta por clínico geral cirurgião geral, cirurgião do trauma,
ortopedista, pediatra, cardiologista, nefrologista, oftalmologista, otorrinolaringologista, cirurgião do
aparelho digestivo, dermatologista, cirurgião vascular, neurocirurgião, urologista, infectologista,
cirurgião torácico e radiologista intervencionista. A variedade e riqueza dos casos cooperou para o
crescimento dos conhecimentos referentes a manejos e protocolos, que por sua vez são adaptados
conforme a disponibilidade de recursos e conforme a equipe em exercício.
A imagem abaixo ilustra entrada e sala de estabilização, partes do fluxo discutido e relatado
pela enfermeira no dia 07/01 em conversa sobre funcionamento do atendimento hospitalar às
urgências e emergências. A Sala de Estabilização é o equipamento de saúde para a estabilização de
pacientes críticos em municípios remotos e/ou geograficamente isolados, em locais considerados
vazios para atendimento de urgência e emergência e em áreas de difícil acesso. A Sala de
estabilização é equipada com os seguintes itens obrigatórios: a) Espaço físico: sala de
aproximadamente 200m2, com sala de central de monitoração, sala de curativo, sala de soro e
banheiros; b) Equipamentos: desfibrilador, central de monitoração, monitor multiparamétrico,
bomba de infusão de soro, bacteriostático, monitor de glicemia, ventilador, monitor fetal e
equipamentos para monitoração de pacientes críticos (BRASIL, 2013).
I – Unidade de suporte básico de vida terrestre (USB) – viatura tripulada por no mínimo 2 (dois)
profissionais, sendo um condutor de veículo de urgência e um técnico ou auxiliar de enfermagem;
II – Unidade de suporte avançado de vida terrestre (USA) – viatura tripulada por no mínimo 3
(três) profissionais, sendo um condutor de veículo de urgência, um enfermeiro e um médico;
III – Equipe de aeromédico – aeronave com equipe composta por no mínimo um médico e um
enfermeiro;
“...Art. 30. O estudante de medicina deve garantir que o paciente alcance o nível necessário de compreensão
das informações comunicadas, mitigando dificuldades como regionalismo da língua, baixa acuidade
auditiva, nível de escolaridade e doenças incapacitantes…”
A importância deste artigo reside em que a prática do mesmo implica em maior adesão e
redução dos conflitos nas relações profissionais e principalmente entre médicos ou estudantes de
medicina e pacientes. A comunicação é primordial na obtenção do apropriado histórico médico,
ademais da transmissão do diagnóstico e plano terapêutico. Foi demonstrado que boas habilidades
de comunicação pelos profissionais médicos qualificam a satisfação do paciente, adesão às terapias
e reduzem a probabilidade de reclamações por negligência médica. Uma comunicação efetiva entre
profissionais da saúde, pacientes e respectivos familiares é tido e reiterado cada vez mais pela
literatura, como uma condição indispensável para a qualidade dos cuidados em saúde.
Frequentemente durante as práticas, foi possível observar ruídos na comunicação, ou comentários
não éticos que perturbaram a boa assistência. Isso implica em melhora da linguagem verbal e não
verbal, com empatia, sensibilidade, interesse para catalisar o cuidado centrado na pessoa e uma
relação horizontal, compartilhada juntamente ao usuário (ROCHA et al., 2019).
A prática aqui descrita é questão de treino e resistência a velhos hábitos e comportamentos
destoantes a isso. A prática de alguns profissionais de deixar o acadêmico conversar com familiares
sobre assuntos delicados ou mesmo transmitir más notícias é inapropriada, na verdade um ato não
ético. Deve-se ter acompanhamento do profissional sempre estimulando-o no intuito de que este
prepare-se paulatinamente para que, com observação profissional, o estudante possa exercer essa
poderosa ferramenta de conexão humana até graduar-se e proceder com ainda mais qualidade pela
prática contínua.
Isto é, o desenvolvimento nas habilidades de comunicação e relações verbais e não verbais
repercutem em toda a técnica médica que por sua vez pode ser equivocadamente dissociada das
habilidades de comunicação. Falar um outro idiomas, conseguir parafrasear conceitos e definições
complexas em definições entendíveis a pacientes mais humildes ou com pouca escolaridade
surtiram em maior contestação pelos usuários do sistema de saúde conforme também a experiência
em campo de prática, tanto no presente cenário de urgência e emergência bem como outros cenários
precedentes. Outro aspecto importante foi conhecimento de outro idioma, postura e linguagem não
verbal, além de atitudes empáticas para com familiares de pacientes. O comportamento humano é
de julgamento mesmo antes de que haja conhecimento mútuo interpessoal. Fica claro que o
investimento em melhorar outros aspectos pessoais ademais das técnicas médicas propriamente dita
torna não um só um médico melhor mas também um ser humano melhor.
3 CAPÍTULO III - REDES SOCIAIS PARA MÉDICOS
As redes sociais estão cada vez mais popularizadas. Elas servem como meio de interação,
compartilhamentos, lembranças e comunicação entre os seguidores. Indo mais do que um mero
meio de exposição da rotina, tarefas ou bons momentos, de acordo com o conselho regional de
medicina essas mídias devem ter papel-chave na divulgação de informações e conteúdos relevantes
pelos médicos para que possam ajudar seus pacientes e as pessoas em geral. Durante a própria
experiência em campo de estágio foi possível conhecer médicos que reconheciam casos mais
complexos ou raros, tiravam fotos relacionadas a esses casos, sem a identificação do paciente para
assim postar caso clínico em uma rede social muito utilizada atualmente. Entendo nesse sentido que
em havendo plena autorização dos pacientes e/ou familiares e sem a identificação dos mesmos, a
publicação de um caso clínico com explicação didática e acessível pode tornar viável o fazer das
redes sociais um instrumento de educação em saúde. Se os profissionais éticos e atualizados não
fizerem isso, os picaretas e criminosos oportunistas o farão com intenções de lucro somado à total
negligência pela saúde alheia. É pouco frequente ouvir de leigos ou pessoas com pouco contato com
a medicina que, pela manhã, entraram numa plataforma com o pubMed ou Scielo para buscar
novidades e avanços na medicina. Na realidade, nem mesmo os próprios profissionais dedicam seu
tempo a explorar plataformas específicas e divulgá-las ao público e seus pacientes. Desse modo,
existindo pessoas com entendimento e disposição para divulgar material fidedigno e educativo
notícias e postagens falsas ou deturpadas sobre saúde podem ser contrapostas e avaliadas pelos
usuários (CRM-MG, 2020).
Figura 9 - Notícia desmentindo publicação sobre cura do câncer pela casca de limão
Fonte: G1 Notícias
Conforme a Resolução CFM nº 1974/2011, a publicidade médica deve obedecer
exclusivamente a princípios éticos de orientação educativa, não sendo comparável à publicidade de
produtos e práticas meramente comerciais e imbuída no Código de Ética Médica no capítulo XIII.
A letra “f” do artigo 9º indica ser vedado ao médico usar de forma abusiva, enganosa ou sedutora
representações visuais e informações que possam induzir a promessas de resultados. Assim o
médico deve esclarecer e educar a sociedade sem estimular o sensacionalismo, a autopromoção ,
deve assegurar a divulgação de conteúdo cientificamente comprovado, válido, pertinente e de
interesse público. É claro pela Resolução CFM nº 2.126/2015 que no parágrafo 1º estabelece o que
seria especificamente as mídias sociais os sites: blogs, Facebook, Twitter, Instagram, YouTube,
WhatsApp. O parágrafo precedente veda a publicação nas mídias sociais de auto retrato, imagens
e/ou áudios configurando sensacionalismo, autopromoção ou concorrência desleal e o 3º restringe
ao médico e aos estabelecimentos de assistência médica a publicação de imagens do “antes e
depois” de procedimentos, conforme já previsto na alínea “g” do artigo 3º da Resolução 1.974.
Por sua vez, o CFM 14/2017 pontua que: “É permitido o uso de WhatsApp e plataformas
similares para comunicação entre médicos e seus pacientes, bem como entre médicos e médicos, em
caráter privativo, para enviar dados ou tirar dúvidas, bem como em grupos fechados de especialistas
ou do corpo clínico de uma instituição ou cátedra, contanto que de que todas as informações
passadas têm absoluto caráter confidencial e não podem extrapolar os limites do próprio grupo, nem
tampouco podem circular em grupos recreativos, mesmo que compostos apenas por médicos.”
Assim, barra-se apresentações abusivas, assustadoras, enganosas ou sedutoras do corpo humano que
sofreu alterações de lesões, doenças e tratamentos/procedimentos. Desde 1942, com o Decreto-Lei
nº 4.113 já antecipava as possíveis tecnologias vindouras, afirmando que a regra abrange “qualquer
meio que venha a ser descoberto a posteriori”. Por fim, como inicialmente ponderado neste
capítulo, o CFM observa regras de não diagnosticar, não prescrever terapias e não substituir a
consulta médica por conversas remotas, o considera como uso saudável do app para clarear dúvidas,
tratar de aspectos evolutivos e passar orientações ou prevenções quando emergencial ao paciente
que sabidamente já recebendo assistência, mas sendo que a resposta ideal ao paciente ou familiar
aflito é ir a unidade médica de emergência ou agendar consulta médica. Como discussão recente, é
cada vez mais necessário o estabelecimento de limite no horário de envio e no volume das
mensagens via WhatsApp, apesar de ser uma escolha individual, não responder uma mensagem pelo
aplicativo quando disponibilizou-se ao paciente, poderia caracterizar omissão ou negligência.
4 CAPÍTULO IV - CASOS CLÍNICOS
O medo e insegurança foram companhias que não arredaram o pé. O equívoco estava em
querer dispensá-las, Eu, Tolo! A Senhora experiência (paciente como o ponteiro das horas)
ensinou-me a não mandar a visita à ansiedade embora, na realidade sabiamente me disse: Domine,
controle e a conheça, assim reinará a calma e você se ocupará evoluindo ao invés de se preocupar.
História da moléstia atual: Paciente trazido pelo SAMU por regulação mandatória, procedente da
UPA Medianeira. Segundo a filha, há 2 semanas o paciente se queixa de cefaléia hemicraniana
direita, intensa, contínua, com períodos de confusão mental. Houve exacerbação da cefaléia,
acompanhada de náuseas e vômitos, com piora da confusão mental e sonolência há dois dias.
Realizou tomografia de crânio na origem confirmado hemorragia subaracnóide, motivo pelo qual
foi regulado via vaga zero.
História médica e social pregressa: Hipertensão Arterial Sistêmica de difícil controle, Diabetes
Mellitus tipo 2, diminuição da acuidade visual olho Direito.
Exame físico:
A ectoscopia: REG, Afebril, Anictérico e corado. Mucosas hidratadas.
Neurológico: Glasgow 14, Pupilas fotorreagentes. Reflexos, força e sensibilidades sem
anormalidades aparentes.
Cardiovascular: BRNF em 2T, não ausculto sopros. Hemodinamicamente estável sem Drogas vaso
ativa.
Aparelho Pulmonar: Eupneico em ar ambiente, Murmúrio vesicular presente, sem ruídos
adventícios.
Abdome: Globoso às custas de panículo adiposo, RHA +, peritonismo ausente.
Extremidades: Panturrilha livre, MMII s/ edemas, articulações indolores e sem sinais flogísticos.
Exames complementares:
Diagnóstico sindrômico:
Parte-se da queixa do paciente: dor de cabeça ou cefaléia que, conforme a OMS, está dentro
do chamado e com tradução livre por “transtornos de dor de cabeça”. Segundo essa literatura, as
cefaleias têm como característica serem dores de cabeça recorrentes, estando entre as desordens
mais prevalentes do sistema nervoso. A cefaléia propriamente dita é uma característica dolorosa e
incapacitante de um pequeno número de cefaléia primária, nomeadamente enxaqueca, cefaléia tipo
tensão e cefaléia em salvas. A cefaléia também pode ser causada ou ocorrer secundariamente a
uma longa lista de outras condições, sendo a mais comum a cefaléia por uso excessivo de
medicamentos (OMS, 2016).
O raciocínio de considerar que a cefaleia não teve início súbito mas sim há duas semanas
permite continuar o processo de diferenciação entre as principais cefaleias como tensional e
migrânea. Houve negação de vômitos, sintomas de aura, porém foi referido confusão mental.
Considerando que o paciente é um idoso e referiu intensa algia associada a confusão mental,
acende-se a luz para um caso ameaçador à vida, que deve ser prontamente confirmado ou excluído
com uso de propedêutica armada. Como ilustra o algoritmo abaixo, uma dor de cabeça nova num
indivíduo com mais de 50 anos possibilita o raciocínio diagnóstico para arterite de células gigantes
(ACG), principalmente quando associado a distúrbios visuais, claudicação da mandíbula,
polimialgia, tosse ou perda de peso. Esse quadro não é consoante ao apresentado pelo paciente,
afastando portanto esse diagnóstico. O início abrupto e intensidade máxima é sugestivo de causa
secundária, são os casos classicamente chamados “cefaleia em trovoada” e referidos pelos próprios
pacientes como “a pior dor de cabeça da minha vida”, necessitando assim de garantia imediata de
atenção com a imagem e punção lombar. As Etiologias que podem se apresentar desta forma
incluem hemorragia subaracnóidea (SAH), trombose venosa cavernosa (CVT), apoplexia,
emergência hipertensiva, dissecções arteriais e glaucoma agudo de ângulo fechado. Para este caso,
não se poderia excluir essas etiologias, aliás; o quadro apresentado torna mandatória a TC para
exclusão de tais causas ameaçadoras à vida (POLANCO, 2018).
Figura 10 - Algoritmo dor de cabeça
Diagnósticos diferenciais:
Como discutido acima e ilustrado pelo quadro abaixo, as cefaleias devem ser distinguidas
entre causas secundárias críticas, secundárias reversíveis e primárias. Dentro das primárias as mais
frequentes são os tipos tensional, migrânea e cluster, enquanto que as secundárias se ramificam
entre condições vasculares, infecções, tumores, relacionadas às drogas, toxicidades, endócrinas e
metabólicas. As reversíveis são compreendidas como as miscelâneas, causas relacionadas às
drogas e infecções sistêmicas não relacionadas ao sistema nervoso central.
Figura 11 - Tabela lista de etiologias para cefaléia
O diagnóstico por imagem dos pacientes com cefaléia aguda no pronto-socorro se inicia
com TC sem contraste, que evidencia a hemorragia intracraniana, edema ou efeito de massa e pode
ser suficiente para excluir muitas causas. Se a TC sem contraste não mostrar nenhuma
anormalidade e o indivíduo estiver referindo a cefaleia em trovoada, o próximo passo é a punção
lombar, exame do qual não houve necessidade para este paciente, mas se TC não evidenciasse
sangue, viria a punção que aí definitivamente confirma ou descarta a hipótese. Desse modo, sendo
confirmada a HAS, angiotomografia, Angiografia por RM e/ou angiografia por cateter deve ser o
passo seguinte. A angiografia é a primeira escolha, pelo menor tempo de exame e por não ser tão
invasivo. Esse não foi feito! Naquele contexto e após requisição da TC, foi evidenciado o
diagnóstico de Hemorragia Subaracnóidea e a presença de um aneurisma em artéria cerebral média
direita. A hipótese confirmada foi então de acidente vascular cerebral hemorrágico subaracnóideo.
Além disso, um potencial risco foi confirmado: um aneurisma em artéria cerebral média direita.
Após o internamento do paciente e acompanhamento com serviço de neurocirurgia, houve a
necessidade de nova abordagem para problema consequente, isto é: Hidrocefalia. A hipertensão
arterial sistêmica, diabetes e a idade foram fatores de risco para o quadro e devem, mesmo em
contexto de medicina de urgência e emergência, serem reconhecidos pelos profissionais durante a
construção do raciocínio clínico.
A conduta médica inicial que foi acompanhada pelo autor no HMPGL NÃO foi de chegar
ao diagnóstico de HSA, já que ele foi realizado antes da chegada a este serviço. Após a chegada no
hospital municipal, verificou se paciente estava estável, e foi solicitado parecer da neurocirurgia e
uma nova TC de crânio, a qual evidenciou Hemorragia subaracnóidea nos lobos frontais e
aneurisma da M1 direita. Foi iniciado administração de Nimodipino, Sinvastatina e Decadron.
Como segundo passo da conduta, a manutenção da vigilância de sinais vitais e nível neurológico,
além de manter as demais condutas. Outro fármaco ficou prescrito, o Haloperidol que segundo o
médico responsável foi para controle da agitação psicomotora, motivo pelo qual também
manteve-se o usuário em observação. Pensando nas condutas tomadas e as limitações do serviço as
condutas, desde a queixa inicial de cefaleia foram adequadas, estão em consonância com a
literatura pois na presença de sinal de alarme foi prontamente realizado estudo de imagem e
tomada conduta da neurocirurgia. Durante a internação, houve piora do quadro, o paciente
apresentou uma das principais complicações da HSA, a hidrocefalia. O algoritmo abaixo ilustra o
caminho diagnóstico e terapêutico nas situações em que há hidrocefalia. Neste caso há a
necessidade de drenagem.
A incidência de hidrocefalia como apresentada por este paciente após a HSA é cerca de
15-35%. Se um coágulo grande ocupa espaço subaracnóide, há impedimento da reabsorção e
circulação do Líquido Cefalorraquidiano (LCR) . A obstrução súbita da circulação é considerada
um fator importante para o desenvolvimento agudo de hidrocefalia. Pelo espasmo da artéria
coroidal, aumento na produção de LCR devido a uma cascata de respostas inflamatórias, há
descamação de células ependimárias e destruição da membrana basal subependimária. A
intervenção torna-se imprescindível, já que pacientes com hidrocefalia têm maior risco de
comprometimento neurológico e morbidade do que aqueles sem hidrocefalia.. A forma aguda é
mais frequentemente desenvolvida em pacientes com uma grande quantidade de coágulos, um
episódio de ressangramento ou um baixo grau clínico, essa forma é capaz de provar reduz o fluxo
sanguíneo cerebral nas proximidades dos ventrículos, culminado no efeito de massa.
“Tenho dor de cabeça”. Essa frase não despertava mesmo raciocínio meticulosos como
agora, saber que há causas mortais de cefaleia faz com que as perguntas iniciais guiem atos para
oferecer suporte ao paciente e tentar garantir a manutenção da vida. Referenciar a piora da dor de
cabeça ou saber que indivíduo rebaixou consciência após intensa cefaleia é muito diferente de
homem que chega ao pronto socorro referindo intensa cefaleia com lacrimejamento de olhos.
Tratar uma dor de cabeça não é o suficiente, afinal isso seria uma medicina “seca gelo”, é preciso
saber o que levou àquela sintomatologia. Foi um dos maiores aprendizados deste caso. O que essa
pessoa refere e quais as possibilidades de causa conforme a anamnese colhida.
O contínuo avanço no entendimento de outras patologias contribui até para refinar
etiologias e peculiaridades da relação com o sintoma cefaléia. A título de exemplo, cerca de 10%
dos pacientes com dengue (arbovirose prevalente na região de Foz do Iguaçu-Pr) têm potencial de
apresentar alterações neurológicas durante ou mesmo após a infecção. Sintoma esse presente
devido à replicação viral no tecido, resposta imune local, disfunção endotelial e sinais
hemorrágicos no tecido (CASTELLANOS, 2013).
Obviamente a abordagem terapêutica à infecção viral contemplará sintomáticos, mas a
lição é: "a dor de cabeça dele é somente pelo quadro viral ou, de modo associado, lhe sucedeu algo
que levou à cefaleia? Há algo que ameaça sua vida associada a este sintoma em específico ? Há
outras condições deste indivíduo que explicam a sua dor ? Pode parecer um trabalho exaustivo a
princípio, porém para um bom profissional que prima pela saúde de seu paciente, isso acontece em
minutos ou segundos na mente do médico, um exercício aprimorado ao longo dos anos. Um
aprendizado imenso e sentimento de gratidão pelos aprendizados referentes a este tipo de urgência
neurológica.
Ceticismo
“Doutrina dos que afirmam que o ser humano não pode atingir a verdade absoluta. Disposição
para duvidar de tudo. Descrença. Incredulidade”.
História da moléstia atual: Paciente trazido pelo SAMU proveniente de domicílio, por quadro de
adinamia, taquidispneia, hipossaturação calafrios e vertigem de início em 07/01/2023 com
necessidade de suporte de O2 por Máscara com reservatório 5L/min. Paciente de difícil
comunicação por não falar português fluentemente.
Exame físico:
SSVV: FC 80, SatO2: 90% em AA, PA 110x70 mmHg, HGT:126 mg/dl, FR: 22 irpm.
Estado Geral: Paciente vigil, responsivo aos comandos verbais, responsivo, ativo, localiza dor,
glasgow 15, pupilas isofotorreagentes. Mucosas hidratadas, corado, acianótico, anictérico,
taquipneico em uso de MR 2L/min, afebril.
ACV: RCR 2T BNF com sopro diastólico em focos mitral e tricúspide ++/6+ -
Hemodinamicamente estável s/ DVA - TEC < 3 seg - Enchimento capilar preservado, extremidades
quentes e bem perfundidas.
AP: MV diminuído em bases pulmonares, sem ruídos adventícios - SatO2: 94% em uso de
Máscara com Reservatório 2L/min.
Abdome: flácido, depressível, indolor à palpação, RHA +.
Extremidades: quentes e bem perfundidas, panturrilhas livres, sem edemas.
Diagnóstico sindrômico:
A principal queixa referida pelo paciente foi de dificuldades para respirar, ou seja dispneia.
Dispneia tem definição bem estabelecida conforme consenso da American Thoracic Society, que a
define do seguinte modo: "Dispnéia é um termo usado para caracterizar uma experiência subjetiva
de desconforto respiratório que é composta por sensações qualitativamente distintas que variam em
intensidade. A experiência deriva de interações entre múltiplos fatores fisiológicos, psicológicos,
sociais e ambientais, e pode induzir distúrbios fisiológicos e comportamentais secundários
respostas". Uma vez entendida a queixa referida, segue-se o “quebra cabeça" de raciocinar de
modo conjunto essa queixa aos demais dados e ainda considerando o contexto de urgência e
emergência.
Não se pode ignorar a informação fornecida pelos familiares que o paciente trata DPOC
pois uma das principais hipóteses considerando esse dado, a queixa principal e os achados
semiológicos é de uma exacerbação da sua condição de base. Porém todo profissional deve
fundamentar melhor sua hipótese e não resistir em ceder o dispêndio energético para pensar mais
sobre o caso. O paciente apresentou arritmia cardíaca e exames complementares posteriores
sugeriram cardiopatia. Também se considera estudo imagiológico pulmonar e no caso deste
indivíduo também foram encontradas anormalidades. O paciente é idoso, apresentou febre e
adinamia, ao exame físico taquipneia, porém ausência de tosse, logo a hipótese de pneumonia não
poderia ser descartada, porém talvez não fosse a apresentação mais clássica possível, deixando
essa hipótese mais distante para explicar totalmente o que ele apresenta como sinais e sintomas.
Conforme literatura do UpToDate (AHMED; GRABER, 2023), independente da causa da
dispneia, o emergencista tem objetivos principais diante de um paciente com dispneia aguda, e
esses são: Otimizar a oxigenação arterial, determinar a necessidade de manejo emergencial das
vias aéreas e suporte ventilatório. Assim, já busca-se identificar se existe uma condição com risco
de vida. Dentre estas condições está:
Glicose 113
TAP 15,50
I.N.R 1,33
Hemoglobina 13,10
Leucócitos 12,510
Plaquetas 229
Gasometria
pH 7,4, pCO2 32,30, pO2: 71,40, E.B: -2,20
Hematócrito 36,30
Leucócitos 6,050
Plaquetas 135000
Ureia 38
Sódio 140
PCR 3,3
Magnésio 2,1
CKMB inferior a 3
CPK 32
Creatinina 0,80
Urina I
oxalato de cálcio presentes, demais sem
particularidades.
Imagiológico:
Diagnósticos diferenciais:
Achados na escuta e tosse por exemplo são sintomas presentes na DPOC, enquanto febre e
hemoptise sugerem mais pneumonia. O paciente apresentou taquidispneia, hipossaturação
associada a adinamia. Considerando que é portador de DPOC a hipótese de que se tenha
desencadeado um fator para descompensação aguda é forte. A doença pulmonar obstrutiva crônica
(DPOC) corresponde a uma limitação crônica do fluxo aéreo devido à impedância ao fluxo aéreo
expiratório, edema, infecção, broncoespasmo e broncoconstrição. A principal causa é o tabagismo,
mas outras são asma crônica, deficiência de antitripsina e infecção crônica. A história clínica é
marcada por dispneia de esforço, tosse e expectoração. Abaixo, sugere-se o uso do ultrassom como
ferramenta para este diagnóstico diferencial, o algoritmo ilustra como seria o raciocínio pensado
neste caso, trata-se de uma investigação que sugere o uso de ultrassom. A investigação se inicia até
com estudo da função sistólica.
Figura 14 - Algoritmo de diagnóstico da dispneia
Além disso, a ativação de fatores de transcrição por oxidantes promove a síntese de enzimas
envolvidas na ação pró e anti-inflamatória . Uma delas, a isoforma induzível da hemeoxigenase (HO-1),
catalisa a degradação do heme a biliverdina, que por sua vez é reduzida a bilirrubina, com liberação de
ferro e monóxido de carbono (CO). Tem sido sugerido que HO-1 tem uma importante capacidade
antioxidante e é capaz de proteger as células dos efeitos da exposição a oxidantes. A esse respeito,
recentemente foi observado que fumantes sem DPOC apresentam expressão aumentada de
hemeoxigenase na periferia pulmonar. Outra enzima regulada por fatores de transcrição, a forma
induzível da óxido nítrico sintetase (iNOS), pode estar envolvida na patogênese da DPOC, uma vez que
seu produto, o óxido nítrico (NO), tem ação tóxica direta e reage com o ânion superóxido para gerar
peroxinitrito . Este potente radical reage com resíduos de tirosina de proteína formando 3-nitrotirosina
com possível comprometimento das funções normais das proteínas envolvidas. Recentemente foi
demonstrado que na DPOC grave a expressão de HO-1 em macrófagos alveolares estava diminuída,
enquanto o número de pneumócitos tipo 2 expressando iNOS estava aumentado; além disso, a taxa de
nitração de proteínas no tecido pulmonar periférico foi diretamente correlacionada com a expressão de
iNOS e associada a um maior grau de obstrução do fluxo aéreo. Esses dados sugerem que uma relação
desequilibrada entre HO-1 e iNOS pode estar relacionada ao desenvolvimento de comprometimento
funcional mais grave na DPOC (MAESTRELLI, 2003); (AHMED; GRABER, 2023); (DEVOS;
JACABSON, 2016).
Duas condições são responsáveis por uma superprodução de muco: o aumento das células
que o produzem e/ou o aumento da degranulação do seu conteúdo mucoso provocado pela inflamação
das vias aéreas, infiltração de neutrófilos localizados em estreita associação com células epiteliais
glandulares e excesso de linfócitos CD8 em comparação com linfócitos CD4. Um mecanismo
neurogênico também contribui para essa hipersecreção de muco (MAESTRELLI, 2003); (AHMED;
GRABER, 2023); (DEVOS; JACABSON, 2016).
Figura 17 - Esquema ilustrativo da hipersecreção de mucosa na fisiopatologia da DPOC.
Na DPOC, a obstrução do fluxo aéreo geralmente ocorre devido a uma combinação dos dois
mecanismos. As contribuições relativas da diminuição da força de retração elástica do pulmão e
aumento da resistência das vias aéreas podem diferir com as variantes clínicas da DPOC e com o
estágio de progressão da doença. Os mecanismos que contribuem para a redução do calibre brônquico
e, portanto, para a obstrução do fluxo aéreo por aumento da resistência são: - presença de secreções na
luz brônquica; - espessamento da parede brônquica; - contração da musculatura lisa brônquica; -
redução da interdependência entre o parênquima pulmonar e as vias aéreas. A fumaça do cigarro e
outros tóxicos respiratórios relacionados à poluição ou ao ambiente de trabalho ativam macrófagos
alveolares, e provavelmente células epiteliais brônquicas, para liberar mediadores como leucotrieno B4
(LTB4), fator de necrose tumoral-α (TNF-α) e interleucina-8 (IL -8) que promovem o influxo de
neutrófilos para o pulmão. Tanto o LTB4 quanto a IL-8 são quimioatrativos para os neutrófilos,
enquanto o TNF-α promove a expressão de moléculas de adesão e induz a síntese de IL-8 por meio da
ativação de fatores de transcrição nuclear como o NF-kB. De fato, a expressão aumentada de moléculas
de adesão CD11b/CD18 nos neutrófilos do escarro foi encontrada na DPOC que se correlacionou com o
grau de broncoconstrição. A ação desses mecanismos de recrutamento de neutrófilos pode ser
amplificada pelo aumento da sobrevida das células inflamatórias devido à ação do GM-CSF e pela
redução da presença de citocinas anti-inflamatórias como a interleucina-1 (MAESTRELLI, 2003);
(AHMED; GRABER, 2023); (DEVOS; JACABSON, 2016).
A principal alteração estrutural do parênquima pulmonar na DPOC é a destruição do
parênquima que caracteriza o enfisema. Segue-se que na presença desta condição as forças de tração na
parede brônquica são reduzidas, tanto devido à diminuição da força de retração elástica quanto à
redução do número de fixações alveolares na parte externa da parede periférica das vias aéreas. De fato,
na DPOC, a relação entre o volume pulmonar e o calibre das vias aéreas é alterada no sentido de que
esta última aumenta menos que o volume pulmonar (MAESTRELLI, 2003); (AHMED; GRABER,
2023); (DEVOS; JACABSON, 2016).
Na DPOC grave, a obstrução das vias aéreas periféricas, a destruição do parênquima e as
alterações estruturais dos vasos pulmonares alteram a eficiência das trocas gasosas, causando
inicialmente hipoxemia e depois também hipercapnia. Essas condições podem ser avaliadas do ponto
de vista instrumental com a gasometria do sangue arterial. Falamos de insuficiência respiratória quando
a PaO2 é inferior a 60 mmHg. Uma vez que uma redução na pressão parcial de oxigênio no plasma
(PaO2) leva a uma redução na saturação de hemoglobina por oxigênio (SatHbO2%), a medição de
SatHbO2% pode ser utilizada como um método alternativo não invasivo para a avaliação de
anormalidades da oxigenação. Porém, deve-se ter em mente que esse índice é pouco sensível às
variações da PaO2 até que ela caia abaixo de 65 mmHg, pois a relação entre PaO2 e SatHbO2% não é
linear. A variação da PaO2 de 90 para 65 mmHg corresponde a uma redução da SatHbO2 de 98 para
92%. Por outro lado, a medida da SatHbO2% permite o monitoramento adequado da oxigenação em
pacientes com insuficiência respiratória manifesta, mesmo que não forneça informações sobre a PaCO2
(MAESTRELLI, 2003); (AHMED; GRABER, 2023); (DEVOS; JACABSON, 2016).
A conduta do médico plantonista foi além do rotineiro Suporte Clínico, foi solicitado os
exames de laboratório e TC de tórax sem contraste. Foi adotado medidas broncodilatadoras,
solicitado culturas, dado início a antibioticoterapia e corticoterapia, profilaxia para TEV e Gástrica.
fisioterapia respiratória e motora. desmame de o2 conforme tolerância. vigiar padrão ventilatório,
hemodinâmico e neurológico. reavaliação posterior.
O tratamento atual inclui inaladores, esteróides, antibióticos, teofilinas, nebulizadores,
analgesia com opiáceos e tratamento com O2. É sempre necessário identificar a causa da dispneia,
iniciar o tratamento e já estabilizar o paciente. Como imagem é indicado além do Raio-x, o uso de
TC, que no caso do paciente foi solicitado para afastar a hipótese de Tromboembolismo pulmonar.
A Tomografia foi assim solicitada após estabilização dele e permitiu afastar-se a hipótese de
tromboembolismo pulmonar uma vez que no exame não houve sinais indicativos desse
acometimento. Pode-se pensar numa associação de infecção a exacerbação da condição base,
incluso O Guia de Medicina Ambulatorial e Hospitalar da UNIFESP preconiza já o uso de
antibioticoterapia quando há presença dos sintomas chamados critérios de Anthonisen, isso é; piora
da dispneia, mudanças nas características do escarro e piora da tosse, sendo que havendo dois
desses sintomas cardinais e a existência de um incremento da purulência do escarro, também está
indicado antibioticoterapia. Não se afasta portanto, a hipótese de este caso tratar-se de um a
infecção da árvore traqueobrônica como gatilho para a exacerbação da DPOC.
Já Conforme o artigo “Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica - Exacerbação Aguda na
Sala de Urgência”, publicado pela revista "Revista Qualidade HC USP, Ribeirão Preto, o
tratamento da DPOC envolve inicialmente a administração de oxigênio. Nesse passo um, deve-se
ofertar a quantidade menor possível, almejando uma saturação entre 88 e 92%. Há recomendação
de evitar-se uso das máscaras reinalantes e o uso de antibióticos por até dez dias - Está indicado
conforme os critérios supracitados de Anthonisen. Para o tratamento hospitalar, há a indicação de
Amoxicilina-clavulanato 1g 8/8h; Levofloxacina 750 mg 1x/dia. Haemophilus influenzae,
Streptococcus pneumoniae e Moraxella catarrhalis são as bactérias mais comumente envolvidas na
exacerbação aguda de DPOC. Ainda conforme literatura, o uso de Corticóide EV exemplificado
pela Prednisona 0,5 mg/kg até 40 mg por 5-7 dias. Quanto ao uso do broncodilatador, deve ser via
inalatória, fenoterol ou salbutamol 5mg/mL, 10 a 20 gotas em 5mL SF 0,9% + 40 gotas de
brometo de ipratrópio (um anticolinérgico). O Sulfato de Magnésio fica reservado para casos
graves, sem resposta às outras medidas. Ele age antagonizando o cálcio no músculo liso e assim
promove a broncodilatação; - MgSO4 1 a 2g dose única. MgSO4 10% – 10 A 20 ml + SF 0,9%
100ml, correr em 30 minutos. As Metilxantinas (aminofilina ou teofilina) podem ser consideradas
em casos selecionados que não respondem ao broncodilatador de curta duração.
Importante ressaltar que a Ventilação não-invasiva (VNI) diminui a taxa de intubação
orotraqueal, tempo de hospitalização e mortalidade. As principais indicações descritas neste
trabalho envolvem: acidose respiratória (pH ≤ 7,35 e/ou pCO2 ≥ 45 mmHg); dispnéia severa com
sinais de fadiga muscular, uso de musculatura acessória, movimento abdominal paradoxal ou
retração intercostal, enquanto as contra-indicações são; instabilidade hemodinâmica; secreção
excessiva e vômitos. O paciente deve ser reavaliado entre meia a duas horas. Caso não haja
melhora de parâmetros como frequência respiratória, tiragem, uso de musculatura acessória,
hipoxemia, deve-se proceder à intubação orotraqueal. Portanto, a ventilação mecânica está
indicada na falha de VNI. Ela torna viável a promoção do repouso da musculatura respiratória,
melhora da troca gasosa, redução da hiperinsuflação pulmonar e redução do consumo de oxigênio.
Um dos casos mais complexos na perspectiva do autor. Sinceramente não sei se é a menor
afinidade pela área ou se o fato de ter que dispender mais tempo para entender as patologias
respiratórias, porém esse caso em específico fez pensar novamente sobre a comunicação com paciente,
observação geral dele e unir isso com exames complementares e achados do exame físico. Organizar
esses dados torna interessante e transforma áreas não tão queridas em desafios instigantes. Avaliar
exames como gasometria e selecionar parâmetros da ventilação foi, junto com outras as experiências, o
que fez catapultar a busca por tentar entender mais e mais esses importantes recursos.
Todos nós odiamos o novo. Odiamos de verdade e quanto mais rápido enfrentarmos esse fato, melhor
será (Anthony de Mello).
4.3 CASO III- “Muita evacuação”
HMA: Paciente trazida pelo SAMU transferida da UPA, iniciou há 3 dias com quadro diarréico, de
consistência líquida (vazava a fralda), intensa, múltiplos episódios no dia, de coloração
esverdeada, sem presença de sangramentos, vômitos pós-prandiais acompanhado de cãibras,
cefaléia e um episódio febril (38,3), não aceitando dieta nem líquidos evoluindo com alteração do
nível de consciência e piora da marcha, com necessidade de atendimento hospitalar. Durante a
internação paciente evoluiu com piora da função renal e do perfil infeccioso laboratorial, oligúria
com necessidade de Sonda Vesical de Demora com débito urinário de 600 ml nas ultimas 19 horas
de coloração amarelo-ouro. Sem episódios febris e vômitos durante o internamento. Foi
conversado com a cuidadora, a mesma relata que há 1 ano aproximadamente a paciente apresentou
quadro sintomatológico similar com internamento no HMPGL para estabilização do quadro. A
evolução foi que, após os cuidados iniciais da idosa, no leito de isolamento, houve melhora do
quadro geral. Conforme os exames laboratoriais, ela estava apresentando hipocalemia leve, piora
da função renal, mas sem alterações no perfil infeccioso. Teve melhora do quadro diarreico
aceitando dieta VO, afebril, sem outras queixas.
HPP: IAM (ponte de safena); HAS; Doença de Fahr; DRC estágio 4 TFG CKD-EPI (25,4
ml/min/1.73 m2); AVCi há 5 anos; Hipoparatireoidismo com tendência a hipocalemia e
Tireoidectomia. A Receita de endocrinologista para tratamento do HIPOPARATIREOIDISMO
com risco de desenvolver hipocalemia. Caso apresente alterações neurológicas, câimbras, ou
alterações eletrocardiográficas, realizar dosagem de cálcio iônico < 0,9 nmol/L ou Cálcio total <
7,5 mg/dL, proceder reposição de Gluconato de cálcio 10 % ( 2 ampolas diluídas em 100ml de SF
0,9%) infundir em 30 minutos.
MUC:
Enalapril 10mg (1-0-1); Sinvastatina 40mg (0-0-1); Calcitriol (2-1-1); AAS 100 mg (0-1-0);
Fenofibrato 200 (0-0-1); Amitriptilina 20mg (se crise de ansiedade ) ; Levotiroxina 75 mcg (
1-0-0); Iniciou Ceftriaxona 1g ( 07/01) na UPA.
Alergias: nega. Quanto aos hábitos e condições de vida : nega tabagismo e/ou etilismo.
Exame Físico:
- ABD: Globoso as custas de tecido adiposo, flácido, RHA + , submaciço à percussão , indolor à
palpação, sem sinais de irritação peritoneal. Blumberg (-); Rosving (-); Obturador (-); Giordano (-).
Hemácias 4,44 4-
Hemoglobina 13,00 12 - 16
Bastões 1% 1-5
Em relação aos exames laboratoriais podemos observar pelo incremento de ureia e creatinina
que houve piora do quadro de lesão renal prévia da paciente, provavelmente desencadeado pela
desidratação. Além disso, as culturas foram positivas para E. Coli permitindo obter a etiologia
bacteriana do quadro dessa diarreia aguda . Os valores na tabela que se encontram ressaltados
mostram função renal comprometida e confirma o diagnóstico prévio da paciente Doença Renal
Crônica (DRC), estágio 4 que se encontrava agudizado no momento da admissão.
Diagnóstico:
Mais uma vez é necessário unir a queixa é fato principal de diarreia com diagnósticos
diferenciais para tentar tomar conduta. Conforme a publicação An Introduction to Clinical
Emergency Medicine, Diarrhea. A diarreia pode ser conceituada como a passagem rápida de fezes
excessivamente líquidas, ou fezes que assumem a própria forma do recipiente ao invés de
permanecerem em sua forma normal. Ainda outro conceito é a de evacuações frequentes, isto é:
superior a três vezes ao dia. A reabsorção de líquidos pelo trato gastrointestinal é superior a 9 L
por dia, deixando cerca de 100 mL/dia excretado nas fezes. A mudança nesta fisiologia tem
potencial para causar a diarréia. O mecanismo de como isso passa pode ser pelo aumento na carga
de volume apresentado ao trato gastrointestinal, chamada de diarréia secretora, diminuição
capacidade de absorver fluidos pelo intestino, nomeada de diarréia osmótica e também processos
inflamatórios ou aumento da motilidade intestinal. Agentes patogênicos como o Vibrio cholerae ou
Escherichia coli culminam numa diarreia secretora pelo aumento da quantidade de líquido
secretado no intestino além da quantidade absorvida. A diarreia osmótica ocorre quando há
presença de substâncias absorventes ou moléculas mal absorvidas, tais como lactulose ou laxantes.
A referência informa que a do tipo Inflamatório é oriunda de um quadro inflamatório da mucosa
intestinal, restringindo a sua capacidade de absorver fluido. Isso pode ocorrer com numerosos
agentes, incluindo Shigella e Giardia. A diarreia causada pelo aumento da motilidade intestinal
pode ser observada em pacientes com síndrome do intestino irritável. Um dos maiores objetivos
nesta situação é a de distinguir o quadro de uma gastroenterite e disenteria, gastroenterite refere-se
a pacientes com diarreia e vômito; disenteria refere-se a diarreia contendo sangue somado a pus.
Após as medidas iniciais de manejo da perda aguda de água e eletrólitos, foi solicitado a cultura de
fezes. Exame que ajudaria a elucidar melhor a hipótese para gastroenterocolite aguda. Durante o
curso do quadro a paciente apresentou piora da função renal é importante ressaltar que a diarreia
aguda por E. coli êntero-hemorrágica pode acarretar em uma síndrome hemolítica urêmica. Esse
quadro é caracterizado por falência renal, anemia hemolítica angiopática e trombocitopenia não
imune. Quanto ao ponto de vista cronológico, tarda de 5 a 10 dias após a diarreia para
aparecimento dos sinais/ sintomas descritos. Apesar dela ter cursado com hipocalemia leve e piora
da função renal, hipotetizado até pela importante desidratação antes de receber os cuidados de
saúde, o diagnóstico foi de diarreia aguda não inflamatória.
Diagnóstico Diferencial:
A maioria das pessoas que chegam ao serviço tem quadro devido a agentes infecciosos,
como vírus, bactérias e parasitas. Dentre a diversas causas, gastroenterite viral, a doenças
diarreicas invasivas com risco de vida.. Os demais casos envolvem uso de medicações, ingestão de
toxinas, isquemia, doença inflamatória intestinal. Outras causas são ainda mais raras. Um termo
muito usado e escutado pelos profissionais é o de intoxicação alimentar , esta é uma síndrome de
gastroenterite aguda provocada majoritariamente por agentes virais ou enterotoxinas presentes em
alimentos contaminados. O principal agente é o Staphylococcus aureus.
A questão é: o profissional diante de um quadro de diarreia aguda precisa estabelecer se ela
é inflamatória ou não inflamatória. O profissional deve questionar se há presença de sangue, pus e
muco nas fezes, se houver febre e checar culturas. Estando positivo esses chamados caracteriza-se
um quadro diarreico inflamatório. O não inflamatório é marcado por fezes aquosas, sem sangue
pus ou muco. A diferenciação se faz necessária pois nos quadros não inflamatórios é desnecessário
solicitar exames para investigação etiológica ou mesmo há algum tratamento específico. Para estes
casos o foco está em manter o suporte clínico e hidratação.
Na figura retirada do livro An Introduction to Clinical Emergency Medicine, Diarrhea,
evidencia os principais diagnósticos diferenciais. Percebe-se que na chamadas invasivas ou
inflamatórias, há uma diversidade de patógenos que podem levar ao quadro. Na classificação das
causas não infecciosas, a obstrução intestinal, câncer, constipação, hipertireoidismo, intolerância a
lactose, isquemia mesentérica e reação à medicação são exemplos de causas não inflamatórias.
Figura 19 - Tabela lista das causas infecciosas de diarreia.
Conduta:
A Conduta Clínica adotada pelo profissional foi de solicitar exames laboratoriais de admissão,
cultura de fezes, prescrição de medicações para uso contínuo, controle da Pressão Arterial,
Profilaxia gástrica somada a Dieta Via Oral pastosa. Foi ofertado alíquotas de volume e solicitado
avaliação da nefrologia. Também foram prescritos sintomáticos e por fim, solicitado vaga para
clínica médica.
A conduta frente a quadro diarreico não inflamatório é de 1. manter dieta conforme aceitação
do paciente, 2. A hidratação oral ou endovenosa caso não haja tolerância dando preferência ao
Ringer Lactato. 3. Promover conforto com uso de antidiarreicos (Racecadotril, 100 mg VO 8/8h ou
Loperamida, 4 - 2 - 2 miligramas até 16mg no máximo, VO) 4.Probióticos para auxiliar
restabelecer microbiota normal do intestino (floratil, 200mg) e 5. Antimicrobiano se paciente
apresentar leucócitos fecais, desinteria, desidratação grave, mais de 8 evacuações diária, em
imunodeprimidos e se hospitalizados. Os exames para esclarecimentos de etiologia devem ser
requisitados quando diarreia perdura mais de uma semana, piora progressiva, mais de 6 episódios
diários, franca desidratação por diarreia excessivamente aquosa, em idosos frágeis,
imunodeprimidos, diarreias hospitalares, comprometimento do estado mental, disfunção renal,
febre superior a 38,5; disenteria, dor abdominal muito intensa. Como visto, a paciente é idosa e sim
apresentou
Queixa muito frequente, inclusive além da clínica médica a pediatria. A grande diferença está
em saber se há muco e sangue nas fezes e o quão intenso é os episódios de diarreia. Esses dados
guiam a gravidade do caso, exigindo medidas mais complexas além do suporte clínico com
sintomáticos. A oferta hídrica e o cuidado com os eletrólitos é prioritário e parte preponderante da
terapêutica em si. Entender que na maioria das vezes saber quem provocou o “estrago” (agente
etiológico) não é importante quanto hidratar apropriadamente pode soar muito básico e
desinteressante para leigos, inclusive a quem escreve. Este caso ensina como a fragilidade devido a
idade somada à insuficiência renal pode intensificar-se em um perfil específico de paciente. Daí a
importância de classificá-los conforme prioridade. Esta idosa teve piora de sua função renal muito
provavelmente pela desidratação aguda.
Há tanto para ler e os dias são tão curtos! Eu estou cada dia mais faminto por conhecimento e
cada dia menos propenso (ou capaz) de satisfazer minha fome.
Fonte: Site AZ Quotes - George Eliot (2013). “Delphi Complete Works of George Eliot
(Illustrated)”, p.6603, Delphi Classic
4.4 CASO IV- “Dedo inchado”
Identificação: W.R , 53 anos, sexo masculino, natural e habitante do município de Foz do Iguaçu
HMA: Paciente chega buscando este serviço, apresentando intenso edema em 3º quirodáctilo da
mão direita. Paciente admitido no PS por busca espontânea, devido a sinais flogísticos com edema
importante com ponto de secreção purulenta em 3º Quirodáctilo da mão D. Paciente compareceu
por busca espontânea, devido quadro de edema e dor no terceiro dedo da mão esquerda. Possui
abordagem cirúrgica prévia no dedo em questão no dia 08/12/22 devido quadro de luxação
interfalangeana de terceiro dedo da mão esquerda há 15 dias da realização do procedimento com
interposição e lesão placa volar. Nega traumas recentes Relata que há 4 dias evoluiu com quadro
de edema e dor, episódio febre hoje discreta secreção purulenta em orifício. Não compareceu a
consultas ambulatoriais pós-operação. Sensibilidade distal preservada sem alteração vascular
aparente
EXAME FÍSICO:
SSVV: PA: 125/90mmHg, FC: 85 bpm, FR: 15rpm, t. 36,6, HGT: 91 e Sat. 100% .
Diagnóstico Diferencial
Hemoglobina 13,10 12 - 16
Hematócrito 38 36-46
Bastões 0% 1-5
Ureia 16 15-36
Nos exames laboratoriais podemos observar que o marcador de inflamação não encontra-se
elevado. Sendo simplista e ignorando a história clínica, este valor de PCR falaria contra muitas
condições inflamatórias agudas. Os leucócitos possuem um discreto aumento em relação ao valor
máximo normal, o que fala em favor de processos infecciosos e corrobora com a clínica do paciente.
III - Requer intervenção cirúrgica, endoscópica ou radiográfica. Intervenção não/em (IIIA) sob
(IIIB) anestesia geral
IV - Complicação com risco de vida que requer gerenciamento de IC/UTI. Disfunção de órgão
único (IVA)/Disfunção de múltiplos órgãos (IVB)
V - Morte de paciente
Conduta:
Resumo do Caso: Paciente com alta recente deste hospital com necessidade de internamento em
UTI e Intubação Orotraqueal por Edema agudo de pulmão (EAP), reinterna pelo mesmo motivo
em UPA em 08/01. Apresentou dispneia intensa em 07/01 pela noite, sensação de opressão em
precórdio, foi atendida em UPA com taquicardia (170bpm) ECG em Fibrilação Atrial AR, iniciado
metoprolol + amiodarona em Bomba de Infusão Contínua, apresentando estertores crepitantes em
bases. Recebido paciente com dispnéia e taquicardia em 10/01. Paciente com alta recente do
hospital com necessidade de internamento em UTI e IOT por EAP, reinterna pelo mesmo motivo
em UPA em 08/01. Apresentou dispneia intensa no dia 07/01, pela noite, sensação de opressão em
precórdio, foi atendida em UPA com taquicardia (170bpm) ECG em FAAR, iniciado adenosina no
local + metoprolol + amiodarona em Bomba de Infusão Contínua, apresentando estertores
crepitantes em bases. Deu entrada no HMPGL dispneica e taquicárdica, com melhora gradual após
ajuste medicamentoso.
Histórico Patológico Pregresso: Fibrilação Atrial Crônica, Hipertensão Arterial Sistêmica, Asma,
Estenose Valvar Mitral. FAARV com instabilidade hemodinâmica - cardioversão química. As
medicações de uso contínuo são: enalapril 5 mg 12/12h, rivaroxabana 20mg/dia, furosemida 40mg,
bisoprolol 5mg/dia
EXAME FÍSICO
Em leito de emergência clínica, monitorizada, bem clinicamente no momento, levemente
taquicárdica
SSVV: PA: 136/92mmHg, FC: 120 bpm, FR: 17 rpm, t. 36,6, HGT: 126, Sat. 98% .
Extremidades: Sem edema. Quentes, bem perfundidas. Panturrilhas livres, sem sinais de
empastamento.
A indagação que vem à cabeça inicialmente ao atender é: o que faz essas pessoas ter essa dor
pré-cordial, algia no peito em pressão. Bom, o que paraiva internamente na psique do autor deste
trabalho era que o profissional de descabelava para tentar memorizar TODAS as causas possíveis e
mais que todas essas causas tiveram uma apresentação clínica patognomônica, ou em crianças,
figurinhas carimbadas e memorizadas pelo profissional que cresceu reconheceria a causa e curaria
imediatamente o cidadão. Na realidade, a organização da medicina para essa queixa em específico
é de que existem condições comuns. Uma rápida menção das doenças que comumente ocorrem
entre os pacientes do departamento de emergência com queixa de dor no peito. Problemas
gastrointestinais, como a doença do refluxo gastroesofágico, representam um volume significativo
desses pacientes. No caso dela, não há histórico de queixas relacionadas à ingestão alimentar e
nem de queimação, o que afasta essa hipótese. A insuficiência cardíaca aguda é frequentemente
associada a desconforto torácico e aparentemente é um forte diagnóstico diferencial considerando
todas as comorbidades dela e os achados de exames complementares. Pacientes com angina estável
geralmente podem identificar sua dor torácica anginosa e relatar uma história de desencadeantes de
esforço, porém para essa ocasião, o ECG não sugeriu eventos coronarianos agudos. Já a doença
cardíaca valvar, como prolapso da válvula mitral e estenose aórtico, pode gerar esse desconforto
torácico, retratando até piora da função valvular. Essa é também uma condição dela, portadora de
doença valvar e que de modo concomitante a uma progressiva insuficiência cardíaca pode ter dor
aumentada por essa causa em específico. Causas infecciosas ou inflamatórias não estão de fora e
nesse sentido é válido pensar em pericardite, miocardite e endocardite. O acúmulo de líquido
pericárdico pode resultar em desconforto torácico, assim como arritmias cardíacas, especialmente
se o fluxo sanguíneo coronário estiver comprometido. Infecções respiratórias, como pneumonia,
traqueíte e bronquite, cursam com desconforto torácico e tosse e sensação de aperto no peito pode
ser referida por pacientes asmáticos, como o caso dela. A malignidade pulmonar pode causar dor
torácica, principalmente se houver envolvimento pleural. Peso ou desconforto torácico podem ser
observados com derrames pleurais. Ainda quanto às patologias gastrointestinais é válido
mencionar o espasmo esofágico, ruptura (síndrome de Boerhaave). Hérnia hiatal deslizante pode
resultar em dor no peito. A dor da pancreatite pode ser referida ao peito. As causas
gastrointestinais respondem pelos sintomas de um número considerável de pacientes que se
queixam de dor torácica e não apresentam síndrome coronariana aguda.
Por mais inesperado que pareça, até causas musculoesqueléticas como contusões e fraturas de
costelas, distensões musculares intercostais e costocondrite podem ser confundidas com um infarto
pela característica da dor. Ainda como causa frequente, pacientes com ataque de pânico
frequentemente se queixam de aperto no peito e uma sensação de morte iminente. Nem tão común
porém ainda importantes a serem pensadas é a herpes zoster, dor referida e dor associada ademais
das condições inflamatórias e doenças vasculares do colágeno, incluindo lúpus, sarcóide,
esclerodermia, doença de Kawasaki doença, poliarterite nodosa e arterite de Takayasu. Como
profissional atuando no PS, pronto-socorro a atenção está em reconhecer de prontidão e excluir
causas de dor torácica que ameaçam a vida. Pacientes com etiologias de dor torácica que ameaçam
a vida podem parecer enganosamente bem, não manifestando sinais vitais nem anormalidades no
exame físico. Condições com risco de vida — Causas de dor no peito que representam uma
ameaça imediata à vida incluem: síndrome coronariana aguda, dissecção aórtica, embolia
pulmonar, pneumotórax hipertensivo, tamponamento pericárdico, mediastinite (por exemplo,
ruptura esofágica).
Hemoglobina 12,30 12 - 16
Hematócrito 36 36-46
CKMB 3 Até 16
É possível verificar incremento da ureia, que ocorre por exemplo em situações até de injúria
cardíaca, pós IAM, Insuficiência cardíaca congestiva. Já o marcador de coagulação KPTT e
marcador de inflamação encontram-se próximos ao limite máximo de normalidade.
O Ecocardio: Valva mitral com espessamento da as suas cúspides, com fusão comissural da
cúspide anterior em abertura em " DOME " abertura reduzida da cúspide posterior. Colordoppler
registrou fluxo diastólico com velocidade máxima 2,2 m/s, gradiente AE/VE médio 9 mmHg. área
valvar estimada por planimetria 1,53 cm² e PHT 1,89 cm/m². Presença de refluxo discreto. VE com
leve remodelamento concêntrico e função global conservada, cavidade atrial esquerda com
importante aumento do seu volume, dupla lesão valvar mitral com estenose progressiva e
insuficiência de grau discreto. refluxo valvar aórtico mínimo e tricúspide discreto, sinais de
hipertensão pulmonar.
Como condição aguda, há o diagnóstico de edema agudo de pulmão, que na realidade, esse
diagnóstico por si precisa ser diferenciado em dois tipos; edema pulmonar cardiogênico (também
denominado edema hidrostático ou hemodinâmico) e edema pulmonar não cardiogênico (também
conhecido como edema pulmonar de permeabilidade aumentada, lesão pulmonar aguda. A pressão
hidrostática nos capilares pulmonares, levando ao aumento da filtração do fluido transvascular, é a
marca registrada do edema agudo cardiogênico ou de sobrecarga de volume. O aumento da pressão
hidrostática nos capilares pulmonares geralmente ocorre devido à pressão venosa pulmonar
elevada devido ao aumento da extremidade ventricular esquerda, pressão diastólica e pressão atrial
esquerda. Elevações leves da pressão atrial esquerda causam edema nos espaços intersticiais
perimicrovasculares e peribroncovasculares. O epitélio, inundando os alvéolos com líquido pobre
em proteínas. O edema intersticial causa dispnéia e taquipnéia. A inundação alveolar leva à
hipoxemia arterial e pode estar associada a tosse e expectoração de líquido espumoso e edematoso.
O edema pulmonar para esta paciente se caracteriza como cardiogênico, e isso é reforçada
pela clínica (uma história típica de dispneia paroxística noturna ou ortopneia sugere edema
pulmonar cardiogênico, como a paciente deste caso referiu) e a lesão valvar mitral com estenose
progressiva associada a insuficiência e refluxo valvar aórtico e tricúspide.. Pacientes com edema
pulmonar cardiogênico geralmente apresentam um exame cardíaco anormal. A ausculta de um
galope S3 é relativamente específica para elevação da pressão diastólica final do ventrículo
esquerdo e disfunção ventricular esquerda e sugere edema pulmonar cardiogênico.
Quando a pressão intersticial pulmonar excede a pressão pleural, o líquido se move através da
pleura visceral, criando derrames pleurais. Como a permeabilidade do endotélio capilar permanece
normal, o líquido filtrado do edema que sai da circulação tem baixo teor de proteínas. A remoção
do fluido do edema dos espaços aéreos do pulmão depende do transporte ativo de sódio e cloreto
através da barreira epitelial alveolar. Os locais primários de reabsorção de sódio e cloreto são os
canais iônicos epiteliais localizados na membrana apical das células epiteliais alveolares tipo I e II
e no epitélio distal das vias aéreas. O sódio é expelido ativamente para o espaço intersticial por
meio da Na+ /K +–ATPase localizada na membrana basolateral das células do tipo II. A água
segue passivamente, provavelmente através das aquaporinas, que são canais de água encontrados
predominantemente nas células epiteliais alveolares tipo I.
Figura 20 - Ilustração da fisiopatologia alveolar no edema pulmonar cardiogênico.
Conduta:
O protocolo padrão para emergência desta paciente, ou seja o edema agudo de pulmão é
inicialmente aplicação do MOVEX, isto é; monitorização cardíaca e da pressão arterial, oximetria
de pulso, linhas venosas e testes de laboratório. Isso concomitantemente à avaliação médica. É
necessário complementar com exames complementares (Eletrocardiograma, Raio X de tórax,
Ultrassom). Dada a instabilidade do paciente, estes últimos testes devem ser praticados junto ao
paciente, o chamado Bedside e não encaminhar para um serviço externo. Pensando na conduta
específica, o mais prático é diferenciá-lo em um dos dois grupos: o hipertenso ou normotenso, e o
hipotenso ou com choque cardiogênico. Ao mesmo tempo, é necessário considerar o tratamento
concomitante de causa subjacente, sendo conhecida. Para esta paciente foi tomado cuidado com
arritmia cardíaca. Como ela ao chegar estava praticamente normotensa (132/92) ela se enquadraria
no perfil chamado B, no qual o tratamento de eleição é vasodilatadores, especialmente nitratos
como diminuir a pré-carga e o uso de ventilação Mecânica Não Invasiva que diminui a pré-carga e
pós-carga Já a segunda linha de fármacos a ser considerados são os diuréticos e inotrópicos
(BHVM, 2017).
Para paciente, após esses primeiros atos de atendimento e contexto emergencial a conduta do
médico responsável foi de solicitar eco transtorácico (ECO-TT), exames laboratoriais, controle de
Frequência Cardíaca, administração de Furosemida Endovenosa e manutenção dos outros
medicamentos de uso contínuo. A Dieta prescrita foi a hipossódica. Foi realizado o ajuste
medicamentoso, adicionando-se bisoprolol, 5mg dia e enalapril 10 mg 12/12h. As etapas seguintes
dos cuidados envolveram o augurado do resultado da ECO-TT, e o pedido de novo hemograma.
Foi decidido a solicitação também para a vaga em enfermaria clínica após usuária apresentar
estabilidade clínica e estar sem necessidade de drogas vasoativas. Garantido a Profilaxia gástrica e
anticoagulação.
Figura 21 - Esquema ilustrativo conduta ao paciente com edema agudo de pulmão.
Fonte: (BOLETÍN de HOSPITAL L de VIÑA del MAR, 2017).
Significação dessa experiência
“La vida es una sucesión de lecciones que hay que vivir para comprenderlas”.
Fonte: Helen Keller
CAPÍTULO 5 - AS EXPERIÊNCIAS
São bases pilares para avanço nesse sentido. Quanto à comunicação de más notícias, existem
até protocolos bem conhecidos como o SPIKE. Aplicados neste módulo e também em medicina
paliativa é o protocolo SPIKES. Ferramenta válida para ajudar na visualização estruturada de como
transmitir notícias. Uma breve explicação do protocolo SPIKES: S – Setting up: Preparando-se
para o encontro; treinar antes é uma boa estratégia. Apesar de a notícia ser triste, é importante
manter a calma, pois as informações dadas podem ajudar o paciente a planejar seu futuro. Procure
por um lugar calmo e que permita que a conversa seja particular. Mantenha um acompanhante com
seu paciente, isso costuma deixá-lo mais seguro. Sente-se e procure não ter objetos entre você e
seu paciente. Escute atentamente o que o paciente 160 diz e mostra atenção e carinho. P –
Perception: Percebendo o paciente; investigue o que o paciente já sabe do que está acontecendo.
Procure usar perguntas abertas. I – Invitation: Convidando para o diálogo. Identifique até onde o
paciente quer saber do que está acontecendo, se quer ser totalmente informado ou se prefere que
um familiar tome as decisões por ele. Isso acontece! Se o paciente deixar claro que não quer saber
detalhes, mantenha-se disponível para conversar no momento que ele quiser. K – Knowledge:
Transmitindo as informações; introduções como “infelizmente não trago boas notícias” podem ser
um bom começo. Use sempre palavras adequadas ao vocabulário do paciente. Use frases curtas e
pergunte, com certa frequência, como o paciente está e o que está entendendo. Se o prognóstico for
muito ruim, evite termos como “não há mais nada que possamos fazer”. Sempre deve existir um
plano! E – Emotions: Expressando emoções; aguarde a resposta emocional que pode vir, dê tempo
ao paciente, ele pode chorar, ficar em silêncio, em choque. Aguarde e mostre compreensão.
Mantenha sempre uma postura empática. S – Strategy and Summary: Resumindo e organizando
estratégias. É importante deixar claro para o paciente que ele não será aban
O segundo cenário foi no Município de São Miguel do Iguaçu. Município pequeno que reflete
o serviço do complexo hospitalar muito mais restrito em relação ao primeiro cenário. A sensação
inicial foi de limitação, decepção ao observar poucos leitos no setor de internação. Aos poucos a
sensação negativa deu espaço a motivação de aprender a dominar casos complexos como
instabilidade hemodinâmica, surto psicótico, insuficiência respiratória e cardíaca num serviço que
não disponibiliza todos recursos considerados mínimos por muitos especialistas.
Foram poucos procedimentos e mais desenvolvimento de passar visitas, rever protocolos e
entender particularidades de municípios pequenos. Assim como previamente relatado, apesar do
serviço ser menor foi possível acompanhar pacientes com doenças mais raras como a Púrpura
Trombocitopênica Idiopática (PTI) pediátrica. Naquela ocasião o pediatra se remeteu à melhor
evidência científica de trabalhos que apontam benefícios de drogas de alto custo e que a família
precisou entrar na justiça para solicitá-la. A conclusão foi de que há inúmeros pontos positivos em
exercer medicina em municípios e serviços menores como facilidade maior na comunicação com
pacientes porém dificuldades, principalmente a de recurso humano e de propedêutica armada.
Em seguida, no serviço SAMU o choque de realidade foi maior. Total inexperiência com a
rotina seguida pelos pacientes, mas novamente a constituição de equipes formadas por pessoas
simpáticas e dispostas a ajudar, ensinando sempre que possível em meio aos atendimentos tornou
viável em pouco tempo a adaptação. Custa-se talvez a ousadia de que o serviço de modo geral
passe a enxergar os acadêmicos como colaboração e não total empecilho. O cenário do SAMU
regulação é mais detalhadamente descrito no último capítulo deste trabalho, o referente à
intervenção.
No SAMU base foi possível completar conhecimento sobre as transferências e atendimento
em ambulâncias a pacientes que requerem complexa atenção. Como em outros cenários, sempre há
disparidade entre os profissionais em querer ajudar. Enquanto havia aqueles com total atenção,
gentileza e educação, também havia aqueles que ignoravam impiedosamente a presença do
estudante. Um famoso “vai pesquisar” ou simplesmente ser ignorado é uma situação que apesar de
ter diminuindo ainda ocorre infelizmente.
O maior aprendizado na base foi o de trabalhar em equipe, o sentimento de querer cooperar e
trabalhar juntos, como responsabilizar-se. A exemplo, ao sujar piso da ambulância após ter pisado
em lama de entrada da UPA durante auxílio na transferência de um paciente me prontifiquei a
chegar e limpar ambulância.
Figura 23 - Limpeza da ambulância após chegada na base e foto com equipe da ALFA.
Observação
11/01
- Realização em:
15/01/23
-Observação:
15/01
2. Pré-oxigenação: Após essa preparação, notei que técnico iniciou a oferta de oxigênio A 100%.
Essa segunda etapa é um processo importante pois aumenta a quantidade de oxigênio nos alvéolos e
reduz a tensão de nitrogênio, retardando assim a diminuição da oxi-hemoglobina durante momentos
de apneia. Conforme literatura a pré-oxigenação é normalmente realizada com o uso de uma
máscara de oxigênio que permite a inspiração de uma alta fração de oxigênio. A máscara sem
relação com válvulas unidirecionais é a primeira escolha, pois fornece cerca de 90% de FiO2 e evita
a inspiração do ar exalado. Outras máscaras podem fornecer até 70% de FiO2 e a pressão positiva
contínua nas vias aéreas (CPAP) ou pressão positiva não invasiva em dois níveis (BiPAP) podem
ser usados em pacientes com patologias de shunt pulmonar. A duração dessa segunda etapa foi
consonante ao que diz a literatura , pois durou cerca de 3 minutos e atingiu uma oxigenação
expirada superior a 95%. Como naquela ocasião de emergência não havia um monitor de EtO2
disponível, foi usado o oxímetro de pulso como um marcador de saturação de oxigênio arterial. Ao
ler literatura, foi possível entender que pacientes apneicos ou com drive respiratório inadequado, a
ventilação bolsa-válvula-máscara com a maior quantidade possível de FiO2 é o método mais
adequado de pré-oxigenação.
3. Pré tratamento e 4. Paralisia com indução: Foi utilizado Fentanil com apresentação de 50
mcg/ml, cerca de 4ml para aquele paciente, ou seja uma ampola devido ao seu peso de
aproximadamente 100 kg e se necessário 2 microgramas por quilograma. Foi dado em infusão de
até uns 2 minutos. Midazolam, 5mg/ ml benzodiazepínico que foi infundido em um minuto e meio
e apesar de não ser droga mais recomendada e por último o Succinilcolina. O paciente precisa estar
sedado e inconsciente. Para prevenir os efeitos adversos de descarga adrenérgica simpatolítica que
resultaria em incremento da frequência cardíaca ou até aumento da pressão intracraniana foi usado o
fentanil. Embora haja à disposição drogas no cenário hospitalar como melhor impacto sobre o
estado hemodinâmico como etomidato, percebeu-se que a escolha é padronizada para a combinação
de fentanil com midazolam. No SAMU apenas há essas duas à disposição.
5. Postura: Paciente fio colocado na posicão de “cheirador” pois conforme orientação para facilitar
a técnica de laringoscopia. Ela é importante porque facilita o alinhamento dos eixos oral, faríngeo e
da larínge. Como o paciente era obeso e não se podia observar pescoço fui orientado e li que
cochins de lençois ou cobertor facilita o alinhamento desse eixo para depois ser possível a
visualização das cordas vocais.
6. Passagem do tubo Após postura foi verificado se paciente não possuia dentaduras e em seguida
ele foi laringoscopado. Não era possível visualizar completamente as cordas vocais, solicitei ajuda
do plantonista que prontamente usou Bougie e efetivou passagem do tubo. Foram colocados os fios
para fixação e acomodado
7. Pós-intubação: Prontamente foi auscultado região gástrica, focos pulmonares enquanto paciente
era ambusado. Conectado à máquina e essa programada, conectou-se ao tubo e depois foi realizado
radiografia de tórax com confirmação do posicionamento do tubo.
Procedimento realizado pela enfermagem e que claramente o médico deve saber, entender e
realizá-lo quando necessário. Também indicado tendo garantido todo o material. Antes de mais
nada foi explicado para os pacientes o que seria feito e o motivo. Após confirmação e real
entendimento, consentimento do mesmo Isso é em passos:
Primeiro passo, Preparação: Tendo o kit, saco, sonda, xilocaína, luvas estéreis, mesinha de
apoio, cuba, pinça de Cherron é importante deixar ao lado do paciente explicar certo para ele. Era
sempre realizada assepsia com clorexidina da uretra até região peri genitália.
Segundo passo, Inserção: Com uma mão, segurava a sonda e com a outra, guiava a ponta
da sonda gentilmente para dentro da uretra do paciente. Antes eu contaminava a mão esquerda e
felizmente após ser instruído por um enfermeiro muito experiente, aprendi a não contaminar mão
esquerda usando uma gaze para poder manusear o paciente enquanto com a mão direita inserir a
sonda. Outro aspecto é de montar material ANTES do procedimento em si. Incrivelmente cometia o
erro de não montar tudo e faltar algo, tendo que receber ajuda. Inserindo a sonda lentamente,
usando uma técnica estéril e evitando forçar a entrada da sonda. Caos o paciente sinta dor, é
importante parar e avaliar a situação, isto é confirmando da posição
Terceiro passo, confirmação: Uma vez que a sonda é inserida na bexiga, é importante
confirmar sua posição. O médico deve aspirar suavemente para verificar se a urina flui livremente
pela sonda e deve confirmar visualmente que a sonda está na posição adequada dentro da bexiga.
Fixação da sonda: Após confirmar a posição da sonda, é importante fixá-la no lugar para evitar que
se mova. O médico pode usar fita adesiva ou um dispositivo de fixação para garantir que a sonda
permaneça no lugar. Coleta de urina: A urina deve começar a fluir pela sonda assim que ela é
inserida na bexiga. O médico deve garantir que a urina esteja sendo coletada adequadamente em um
recipiente limpo e rotulado com o nome do paciente e a data e hora da coleta. Monitoramento
contínuo: Após a inserção da sonda, é importante monitorar continuamente a posição da sonda, a
função renal do paciente e a quantidade de urina coletada. O médico deve estar atento a quaisquer
sinais de complicações, como infecção do trato urinário ou desconforto do paciente
Sempre pedia para os técnicos o auxílio para esse procedimento, aperfeiçoado graças ao
módulo e técnicos de enfermagem amáveis. Como sempre, inicialmente era a preparação do
material. Eu ou o profissional realizava uma verificação do material necessário para a punção
venosa periférica. O material deve estar em condições adequadas de esterilização e pronto para o
uso imediato. O que ajuda é familiarizar-se com todo o material necessário, seja as luvas,
compressas de álcool, ataduras, seringas, agulhas, cateteres venosos periféricos e até soluções de
lavagem. Ou seja, conhecer, saber especificidades, diferenciações para uso e tals.
Segundo Passo, a escolha do local e assepsia: A escolha do local para a punção venosa periférica
deve ser feita com base em fatores como a idade do paciente, as condições da veia, a necessidade de
monitoramento e as condições clínicas do paciente. Consoante à literatura, as veias mais utilizadas
foram a veia cefálica veia basílica e a veia mediana cubital. Daí a necessidade de se desenvolver as
habilidade e conhecimento suficientes para escolher a veia adequada para a punção venosa
periférica. Explicado o procedimento ao paciente, mantém-se o membro estendido e imóvel durante
todo o procedimento para evitar movimentos que possam causar lesões nas veias. Mãos lavadas
obviamente para garantir a segurança do paciente. É então realizada a assepsia esse procedimento
visa eliminar ou reduzir a quantidade de microrganismos presentes na pele do paciente e no local de
punção. Faz-se no local da punção com compressas de álcool, em movimentos circulares, iniciando
no centro da área a ser limpa e seguindo em direção à periferia.
Segundo Passo, Anestesia: Embora não visto muito na prática há a recomendação da literatura de
utilização de um anestésico tópico, como a lidocaína em spray, isso no intuito de minimizar a dor do
paciente durante o procedimento de punção venosa periférica.
Terceiro passo: punção, fixação e conexão do equipamento; A inserção da agulha na veia
escolhida deve ser realizada com um ângulo de 30 a 45 graus, e deve-se verificar o retorno do
sangue na seringa para confirmar a presença da veia. Após a confirmação, a agulha deve ser retirada
e o cateter deve ser introduzido no local da punção. A fixação do cateter é importante para evitar o
deslocamento do cateter e garantir sua estabilidade. A utilização de uma atadura é recomendada
para a fixação do cateter. É importante verificar a ponta do cateter para garantir que esteja na
posição correta. Após a fixação do cateter, o profissional de saúde deve conectar o equipo para
infusão e verificar se há fluxo
Um pouco mais tranquilo, mas que precisava entender e executá-lo melhor. Antes de tudo
nas práticas, era preparado material e o próprio paciente, garantido que ele estivesse em sem
estresse ou assustado. Primeiro passo, o preparo: os profissionais da enfermagem orientavam
para atentar-se que o local da coleta estivesse limpo e desinfetado. Após isso, vinha a seleção do
local: o local de escolha para a coleta é a artéria radial, que é facilmente acessível e menos
dolorosa do que outras opções. Em alguns casos, pode ser necessário utilizar outra artéria, como a
braquial ou femoral. Assepsia: sempre realizado a assepsia das mãos com solução alcoólica a 70%
ou água e sabão, com uso das luvas e assegurando que a área de coleta esteja totalmente limpa.
Indicada pela literatura, mas que não prática não ocorre é a de anestesia local, justamente para
diminuir a dor durante a punção.Para identificar a artéria é utilizada a ponta dos dedos para
localizar a artéria radial. Nada mais que ninguém além dos enfermeiros e técnicos de enfermagem
dominam essa técnica. Após isso, era pressionada levemente o pulso do paciente com os dedos
indicador e médio e deslizava a ponta do dedo indicador ao longo do antebraço até sentir a
pulsação da artéria radial.
Segundo passo, a punção arterial: Seguramos a agulha em um ângulo de 45 graus em
relação à pele conforme preconizado pela literatura é sempre bem orientado pelos colegas
profissionais. Em seguida, com um movimento rápido e firme, insira a agulha na artéria escolhida.
Ao penetrar na artéria, o fluxo sanguíneo deveria ser prontamente observado na seringa. A coleta
da amostra era feita conectando-se a seringa na agulha e retirando-a lentamente de 1 a 2 ml de
sangue arterial para dentro da seringa. Era sempre assegurado de que a agulha estivesse inserida
corretamente na artéria, caso contrário, haveria dificuldades para a retirada da amostra. Algo que
sempre foi orientado era ter cuidado em não retirar a agulha antes de ter retirado toda a amostra
necessária. Após isso, aí sim era retirada a agulha da artéria com cuidado e pressionado o local
com uma gaze estéril para evitar o sangramento excessivo. Para finalização do procedimento, após
a coleta, aplicamos uma gaze pressionando o local para prevenir o sangramento e logo em seguida
colocamos um curativo para manter a área limpa e seca. A amostra era encaminhada para análise
imediatamente após a coleta para evitar que haja alterações nos resultados.
Primeiro Passo, a preparação: Antes de começar, sempre era garantido que todo o
equipamento necessário, incluindo a sonda nasoentérica, seringa de 20 mL, copo de água,
lubrificante solúvel em água e fita adesiva, estivesse presente. Também é necessário preparar o
paciente para o procedimento, explicando o que será feito e garantindo que ele esteja confortável e
relaxado.
Segundo passo, medição: Aprendido também com a equipe de enfermagem essa genial
técnica de medir, esse passo consiste em realizar a mensuração da distância entre o nariz e o ouvido
e do ouvido até o esterno. Esta medida ajuda a determinar a profundidade em que a sonda deve ser
introduzida. Era sempre aplicado lubrificante solúvel em água na ponta da sonda nasoentérica para
facilitar a passagem.
Terceiro passo, posicionamento: O paciente era posicionado sentado com a cabeça
inclinada para trás. Então lhe pedimos, quando acordado e lúcido para que engolisse água e, em
seguida, inserimos suavemente a sonda nasoentérica pela narina escolhida, direcionando-a em
direção ao ouvido. Quando alcançar a distância pré-determinada, era solicitado novamente ao
paciente para que engolisse, o que ajudava a sonda a descer até o estômago.
Quarto passo, a confirmação: Era verificado a posição da sonda pela ausculta da região
epigástrica e focos pulmonares. De todos os modos, ao final também era solicitado a radiografia.
Por último, a sonda era fixada na narina com fita adesiva para evitar que se mova ou seja
inadvertidamente retirada., uma leve tração para testá-la quanto ao posicionamento para garantir
que esteja firmemente fixada. Em seguida, realização da conexão da sonda ao sistema de
alimentação enteral com ajuste no fluxo de acordo com a prescrição médica. Cabe salientar que a
monitorização do paciente quanto a quaisquer sinais de desconforto, vômitos ou outra complicação
deve ser constante, a atenção volta-se quanto a sinais de aspiração, incluindo tosse, febre,
desconforto torácico e respiração difícil.
Um único procedimento realizado foi no HPGL, não conhecia antes e após reunir
observação do procedimento e leitura sobre, entendi a complexidade e como era necessário
também ter bem organizado mentalmente passo a passo. Apesar de pouco realizado, o
planejamento é estudar mais e mais o procedimento em si e aproveitar as poucas oportunidades
quando surgirem de poder aprender em campo de prática.
O primeiro passo observado foi a limpeza da região com solução antisséptica, utilizando
movimentos circulares de dentro para fora, deixando secar completamente. Em seguida foi dado a
anestesia local com uma agulha de calibre fino. O anestésico local foi lidocaína a 1% na pele e no
tecido subcutâneo em direção ao espaço intervertebral escolhido.
Segundo passo, realização da punção: O plantonista colocou a agulha de punção na pele e
a direcionou com um ângulo de aproximadamente 10-15 graus em relação à linha média.
Avançou-se a agulha lentamente até o encontro de uma resistência. Nesse ponto sabe-se que houve
penetração no ligamento amarelo, então continua-se avançando a agulha até que se sinta outra
resistência, o que traduz em penetração na dura-máter;
Terceiro passo, retirada do mandril da agulha e conexão à seringa; Lentamente, foi
aspirado o líquido cefalorraquidiano (LCR) através da agulha. Nesse momento eu apoiava para
segurar paciente na posição decúbito lateral esquerdo e esperei a coleta tomando cuidado para não
interromper o fluxo de LCR ou causar desconforto no paciente. Após a quantidade necessária de
LCR fosse coletada, o profissional retirou a agulha lentamente.
Quarto passo, finalização do procedimento: Ele aplicou uma gaze estéril no local da
punção e pressionou suavemente por alguns minutos para evitar sangramento; colocou um curativo
estéril no local da punção e o fixou com esparadrapo ou bandagem adesiva. É preconizado orientar
o paciente a permanecer em repouso por algumas horas após o procedimento, porém no caso da
paciente acompanhada não é possível garantir isso pelo estado de consciência. Também é
importante a constante monitorização para verificar a presença de complicações, como dor de
cabeça, dor nas costas ou sinal de sangramento.
Figura 32 - Ilustração posicionamento do paciente durante punção lombar
Uma das atividades mais realizadas, desde os cenários hospitalares em São Miguel do
Iguaçu como em Foz no Municipal. Uma atividade de grande importância no cuidado dos
pacientes com lesões cutâneas como os que viam à UPA e sutura vamos. Esse procedimento visa
prevenir possíveis infecções e estimular a cicatrização. A limpeza de feridas e curativos é uma
atividade que exige atenção aos detalhes e cuidados especiais para evitar infecções e promover
uma cicatrização adequada. Para realizar uma limpeza eficaz, é necessário seguir novamente
aqueles importantes passos.
Primeiro passo, preparar o ambiente e o material utilizado para a limpeza. Necessário
lavar bem as mãos e utilizar luvas sempre. Em seguida, o cuidado era em reunir todos os
equipamentos necessários, como solução salina estéril, gazes estéreis, uma seringa para irrigação,
uma pinça estéril e um curativo estéril.
O segundo passo era a remoção do curativo antigo, quando presente. Deve ser feita de
forma lenta e cuidadosa, evitando puxões que possam prejudicar a integridade da pele. Caso o
curativo esteja preso à ferida, deve-se umedecê-lo com solução salina estéril para facilitar sua
remoção.
Após a remoção do curativo, caso haja é fundamental seguir o terceiro passo, inspecionar
a ferida com atenção, a fim de detectar possíveis sinais de infecção, como vermelhidão, inchaço,
pus ou mau odor. Caso haja algum indício de infecção, isso possivelmente impactará nas
prescrições para o tratamento adequado. Com a ferida inspecionada e limpa, começamos o
processo de limpeza propriamente dito. Comumente era usado uma seringa de irrigação, aplicando
a solução salina estéril na ferida, iniciando pelo centro e deslocando-se em direção às bordas.
Cuidávamos para manter a pressão suave e constante durante essa irrigação. Para secar a ferida, a
opção é uma gaze estéril. Após a limpeza da ferida, o cuidado é em verificar se há presença de
detritos, como tecido morto ou sujeira, que devem ser removidos com a ajuda da pinça estéril para
não prejudicar o tecido de granulação saudável.
Quarto passo, era necessário aplicar o curativo estéril de forma adequada, certificando-se
de que haja cobertura toda a área afetada e esteja bem fixado, com o cuidado para não tocar a parte
interna do curativo estéril durante a aplicação. Por fim, era jogado todo o material utilizado de
acordo com os protocolos de descarte de resíduos médicos.
Procedimento inédito, muito raro de ser visto ou ainda de algum profissional realizar. O
único visto foi no HPGL, onde tive a oportunidade de acompanhar. Apesar de complexo e de ser
uma tentativa emergencial de evitar grande hemorragia digestiva, prestando muita atenção e
revisando os passos, é possível entender como proceder. Basicamente é uma tentativa mecânica de
evitar a progressão de grandes hemorragias digestivas altas pela inflação do balão e consequente
pressão contra a paredes gástrica e esofágica. Em experiência própria, durante a madrugada,
enquanto tentativas falhas da passagem do tubo pela boca, resolvi ler sobre o procedimento e
sugerir à equipe tentativa de passagem do tubo pela via nasal, uma vez que li um artigo naquele
momento que essa possibilidade era plausível. O profissional gentilmente elogiou e tentaram com
sucesso efetivar a passagem. Assim, voltando-se aos passos como sempre.
O primeiro é a preparação: Antes de começar, fora verificado é garantido que todo o
equipamento necessário, estivesse presente. Isso inclui o próprio tubo Sengstaken-Blakemore,
seringas de 50 ml, lubrificante solúvel em água, fita adesiva e uma sonda nasogástrica. Certificado
também de que o paciente estivesse em jejum e sedado para o procedimento. Há que lubrificar a
ponta do tubo Sengstaken-Blakemore com um lubrificante solúvel em água.
Segundo passo, a passagem da sonda nasogástrica: Foi inserida uma sonda nasogástrica
na narina escolhida e passada até o estômago. Em seguida, é feita a marcação até o ponto em que a
sonda nasogástrica emergisse da narina. Desse modo foi possível medir a distância da marca até o
ouvido e o processo xifóide. Anotado essa medida, a usamos para passar o tubo
Sengstaken-Blakemore.
O terceiro passo, foi finalmente a passagem do tubo: O tubo de Sengstaken-Blakemore
foi inserido suavemente pela narina escolhida e direcionada para a parte de trás da garganta. Uma
grande limitação é a de para aquele paciente não ser possível solicitar que ele engolisse, uma vez
que isso ajudaria a guiar o tubo até o esôfago. Após isso o balão gástrico foi insuflado com 250 ml
de água e foi verificado a pressão do balão.
Segundo passo, a verificação: Foi passado suavemente o tubo até a marca anotada e
inserido o balão esofágico no local. O balão foi inflado com 25 ml de ar e verificou-se a pressão
Terceiro passo, confirmação: A posição do tubo Sengstaken-Blakemore foi confirmada
com um raio-x para garantir que estivesse no local correto. O tubo foi fixado na narina com fita
adesiva para evitar que se mova ou seja inadvertidamente retirado. Assim como finalizado outros
procedimentos é importante o monitoramento do paciente quanto a quaisquer sinais de desconforto,
vômitos ou outras complicações. A atenção volta-se principalmente para sinais de aspiração,
incluindo tosse, febre, desconforto torácico e respiração difícil. A avaliação dessa experiência é de
que de fato a passagem do tubo Sengstaken-Blakemore constitui-se como um procedimento
invasivo requerendo a realização com todo cuidado para evitar complicações, como perfuração
esofágica. Há na literatura a advertência que se houver alguma dificuldade durante o procedimento,
o profissional em atuação e responsável deve interrompê-lo imediatamente e buscar ajuda
especializada.
Para este capítulo, é importante voltar-se ao terceiro cenário: SAMU Regulação. Ambiente
totalmente diferente! Os leitos, medicações e aparelhagem de saúde dão lugar às mesas de telefone,
ligações seguidas dos mais diferentes usuários, situados nos mais variados pontos da nona regional
de saúde. A contribuição deste cenário residiu em facilitar o entendimento de como é decidido e
realizado os fluxos de atendimento. Isto é, quem de fato necessita uma ambulância, em que esses
carros se diferenciam e qual seu real objetivo. Mais uma vez percebi que meus entendimentos eram
equivocados e este novo cenário, nem sempre proporcionado por outros cursos de Medicina,
poderia complementar a compreensão de mais uma peça da rede.
Ao chegar em cada plantão a busca era por forçar a reconhecer como tudo funcionava, com
que cada profissional se embasava para decidir se uma ambulância enviada ao solicitante seria com
ou sem a presença de médico, se essa ambulância se destinaria para alguma das UPA´s do
município ou algum Hospital. O fato é que sempre houve boa recepção da equipe, que sempre
esclareceu as dúvidas. Porém algo despertou maior atenção. Ao ser questionado sobre documento
formal que os guiava para dividir destino de paciente com determinada patologia, a resposta era
distinta a depender do profissional. Na realidade, não havia algoritmo de fácil visualização para
guiar cada regulação. Parecia que alguma vez esse processo de interpretar a gravidade do caso de
acordo com informação colhida Elas são realizadas com base nas experiências e conhecimentos
protocolares prévios e compartilhados entre os profissionais. Acontece que há situações em que é
necessário um embasamento maior ou porque o solicitante não compreendeu a determinação para a
solicitação requerida ou porque há, por exemplo, a demanda por uma vaga zero. Assim, a
intervenção pensada vai no sentido de deixar à disposição, um diagrama físico dos
encaminhamentos e situações exemplificadas para fácil visualização do regulador que queira ou
veja necessidade em consultar os fluxos. Colocando-se no lugar de um profissional com essa
responsabilidade e com o intuito de agregar algo à equipe, conclui-se ser válido a implementação
deste recurso.
O principal documento base para síntese é o próprio protocolo de encaminhamentos, revisto
em reunião extraordinária pelo Comitê Municipal de Urgência e Emergência no dia 13 de Abril de
2022 (ANEXO A). Conforme este documento, o primeiro ponto é a Unidade de saúde da rede
básica, fundamentada no Artigo segundo, primeiro parágrafo da portaria GM n. 1820 de 13 de
agosto de 2009. Registra-se como critério de encaminhamento para a rede básica, casos de baixa
gravidade, há dependência do horário de funcionamento, localização e contratação prévia. Com
exceção da UBS Padre Ítalo Paternoster que funciona 24 horas por dia, diariamente, as UBSs
atendem de segunda à sexta com horário predeterminado. Elas são as vias preferenciais pois estão
descentralizadas, desenvolvem atividades previstas nos cadernos de atenção básica, atendendo de
modo programado, espontâneo/referido por outros serviços e há atendimento odontológico.
2 Hipoglicemia
Para a UPA Dr. Walter Cavalcanti Barbosa, ponto II, é caracterizada por atender 24 horas,
em consonância à portaria 1600, art. 10 devem prestar atendimento a pacientes com quadros
agudos ou agudizados de natureza clínica, primeiro atendimento os de natureza cirúrgica , trauma
visando estabilização e investigação diagnóstica. Desse modo é definido a necessidade de
encaminhamento aos serviços hospitalares complexos.
São 23 situações das quais o encaminhamento deve ser feito à esta UPA:
1 Trauma leve
6 Intoxicações leves
8 Síndrome de Abstinência
16 Crise convulsiva
17 Crise hipertensiva
18 Nefropatas
21 Protocolo de Dengue
1 Traumas leves
3 Crise hipertensiva
8 Síndrome de Abstinência
16 Crise convulsiva
17 Pacientes com intercorrências clínicas que não se encaixem nos destinos IV, V e VI
19 Protocolo de Dengue
2 Pacientes da Ortopedia
4 Pacientes da Neurocirurgia
5 Pacientes da Oftalmologia
7 Pacientes da Psiquiatria
9 Protocolo de Dengue C e D
10 Pacientes da Pediatria
2 Pacientes da Obstetrícia
3 Pacientes da Oncologia
4 Pacientes da Nefrologia
O VII ponto, também privado trata-se do hospital UNIMED FOZ, com um único caso
JESUS, A.P.S; OKUNO, M.F.P., Campanharo CRV, Lopes MCBT, Batista REA.
Manchester Triage System: assessment in an emergency hospital service. Rev Bras
Enferm. 2021, v.74, n.3. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/reben/a/prWmyPMW3LNVwXsqGMhghBQ/?format=pdf&lang=pt>
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MOURA, B., R., S.; NOGUEIRA, R., S. Performance of the rapid triage conducted by
nurses at the emergency entrance. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 28,
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