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SUMÁRIO
3
Porém mesmo sendo reconhecido a importância do enfoque de uma instituição
educacional segura, ainda existe uma lacuna entre a reflexão teórica e a realidade concreta.
Muitas creches e escolas ainda atuam em condições precárias nas suas instalações,
propensas a inúmeros situações de acidentes com alunos e funcionários, que pode ocorrer de
forma involuntária e resultante de forças externas podendo causar lesões físicas ao corpo da
vítima (PIRES; STARLING, 2006).
Segundo Minozzo e Ávila (2006, p 24.) O ambiente escolar proporciona todos os
elementos para o acontecimento de acidentes. São centenas de crianças correndo de um lado
para outro, escadas, jogos coletivos, quinas, cadarços desamarrados, brigas, enfim, uma serie
de fatore próprios e, alguns, inevitáveis no ambiente escolar.
Com tudo, o corpo docente deve estar devidamente preparado para agir de forma
correta em situações de emergência assim, diminuindo as chances de ocorrerem sequelas e
óbitos decorrentes de acidentes.
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ACIDENTES NO ÂMBITO ESCOLAR
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Crianças, especialmente os menores de um ano, tem o hábito de levar tudo na boca
(brinquedos pequenos, bala, tampa de garrafas e de canetas, entre outros), pelo fato de
estarem em uma fase de descobrimento, então, assim ficam mais vulneráveis a ocasionar o
OVACE. Acidentes por aspiração de corpos estranhos nas vias aéreas caracterizam como a
terceira maior causa de morte no país, está associado à falha no reflexo de fechamento da
laringe, ao controle inadequado de deglutição e hábito de levar tudo o que pegam na boca
(ALMEIDA; LIMA; SILVA, 2013). As obstruções das vias aéreas são frequentes nas
emergências pediátricas, o que a tornam preocupante, por causa das lesões e óbitos que
ocorrem durante a infância, em especial na idade escolar (1 a 14 anos).
De acordo com Ministério da Saúde (2015), em seu Protocolo SBV de Emergências
Clínicas BC3 OVACE, a técnica nessas situações consiste em se posicionar atrás da vítima,
fechando o punho e colocá-lo com o polegar estendendo entre o umbigo e o osso externo,
fazendo forçar com a outra mão, em que a pressão feita sobre o diafragma expele o ar dos
pulmões que consequentemente liberará as vias aéreas. Este procedimento necessita de
conhecimentos sobre os primeiros socorros para atender crianças com idade pré-escolar em
estado consciente. Entretanto, a manobra de Heimlich é um procedimento importante, que
pode ser útil e salvar uma vida quando um corpo estranho não permite a passagem de ar para
os pulmões (BEZERRA, 2014).
Assim ressalta-se a importância que os profissionais da escola saibam agir de acordo
com as técnicas de primeiros socorros, para evitar possíveis sequelas e até a morte, como
consequências de acidentes sem o socorro adequado.
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A IMPORTÂNCIA DOS CONHECIMENTOS BÁSICOS DOS PRIMEIROS
SOCORROS NO AMBIENTE ESCOLAR
Aprender sobre os primeiros socorros ajudaria as pessoas a atuar com maior segurança
caso ocorra uma situação de emergência. Nesses casos com um maior conhecimento
diminuiria os agravos à saúde da vítima. O cotidiano é cheio de acidentes e situações de risco,
e a população tem um déficit de informações sobre quais procedimentos realizar nessas
situações, e com a falta de primeiros socorros qualificado pode prejudicar e agravar muito
mais as sequelas que poderiam ser evitadas.
As escolas são lugares onde há uma grande quantidade crianças que estão em
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constante atividades, onde pode ocorrer um acidente e muitas vezes os profissionais de
emergência não conseguem chegar ao local com facilidade e rapidez para prestar o
atendimento. Nesses casos o atendimento e a aplicação dos procedimentos adequados de
primeiros socorros são essenciais para evitar sequelas e muitas vezes até a morte do
acidentado. Por outro lado a falta de habilidades e conhecimento para lidar com determinadas
situações faz com que o indivíduo se sinta inválido, incapaz, ficando de mãos atadas (CICV,
2006) e mesmo que a pessoa que está prestando socorro tenha boas intenções, se não tiver os
conhecimentos básico sobre como agir, pode colocar em risco a vida da vítima
(KAWAMOTO, 2002).
Conhecer as práticas de primeiros socorros abrange todos os profissionais, pois
situações de emergência podem ocorrer em qualquer hora e lugar e precisam ter ação imediata
com qualidade para salvar a vida do acidentado. Professores, equipe técnica, administrativa,
etc., que atuam nos ambientes escolares, atendendo crianças que apresentam alto risco de se
acidentar, são profissionais que apresentam a necessidade de capacitação em técnicas de
primeiros socorros.
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LEI LUCAS E SUAS FINALIDADES
A Lei Lucas surgiu devido a morte do menino de 10 anos, por asfixia mecânica. Lucas
Begalli Zamora, em setembro de 2017 estava sob supervisão dos funcionários da escola em
um passeio escolar, se engasgou com um cachorro quente, teve asfixia mecânica, sete paradas
cardíacas e depois de 50 minutos de tentativas fracassadas em lhe prestarem os primeiros
socorros, veio a óbito (PROJETO DE LEI, 2018).
Portanto, a criação dessa Lei visa proporcionar e oferecer aos pais e mães de todo o
país, um panorama de maior conforto e segurança, para que seus filhos não estejam expostos
aos riscos de acidentes no âmbito educacional e recreativo. Acidentes ocorrem a todo lugar e
momento, assim tornando-se obrigatória a capacitação em noções básicas de primeiros
socorros de professores e funcionários de estabelecimentos de ensino públicos e privados de
educação básica e de estabelecimento de recreação infantil (PROJETO DE LEI, 2018).
De acordo com o Art 1º da Lei nº 13.722 (BRASIL, 2018) “Fica instituída a
obrigatoriedade de estabelecimentos públicos e capacitarem seu corpo docente e funcional em
noções básicas de primeiros socorros”, promulgada em 4 de outubro de 2018, entrando em
vigor após decorridos 180 (cento e oitenta) dias de sua publicação oficial.
Assim torna-se necessário que a equipe escolar esteja preparada para lidar com
eventuais situações que podem ocorrer dentro das escolas, e também estar preparadas para
evitar possíveis eventos. Nesse aspecto segundo o Art 2º, se estabelece que esses cursos serão
oferecidos por pessoas capacitadas das entidades municipais e estaduais com o objetivo de
saber agir na prevenção de situações de urgência e emergência e saber agir durante o tempo
em que o suporte especializado se torne possível.
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especializado, local ou remoto, torne-se possível. (BRASIL, Lei nº 13.722 de 04 de outubro
de 2018.)
Compreende-se que cabe aos profissionais que atuam com crianças, adolescentes e
jovens em instituições públicos e privados, o mínimo de capacitação prática para eventuais
ocorrências. Portanto, a pratica dos conhecimentos em primeiros socorros torna-se essencial
quando há o convívio com crianças, adolescentes e jovens no âmbito escolar e recreacional.
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ASPECTOS GERAIS DOS PRIMEIROS SOCORROS
Todos nós estamos propensos a precisar de atendimento imediato de socorro, seja por
um acidente ou até algum tipo de doença, e a importância de um profissional qualificado para
os primeiros socorros pode ser crucial diante do acontecimento. Assim, se torna
imprescindível que as pessoas tenham acesso às informações sobre como agir nessas
situações.
Como salienta Gonçalves e Gonçalves (2019, p. 5), “o conhecimento sobre os
procedimentos de primeiros socorros deveria ser de domínio público, pois os acidentes
acontecem a todo instante e em todos os lugares”.
ATENDIMENTO
FONTE: <https://reinaldoinstrutor.blogspot.com/2016/05/simulados-de- primeiros-
socorros-sem.html>.
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atendimento, eram ferimentos simples, pequenas fraturas e lesões por armas. Devido ao
sofrimento de milhares de soldados que morriam abandonados nos campos de batalha por
complicações destas lesões, Dunant organizou um grupo de voluntários com os habitantes da
região com o objetivo de ministrar os primeiros socorros para aqueles soldados feridos.
Após a criação deste grupo de voluntários, Dunant escreveu um livro em que propõe a
criação de grupos de primeiros socorros, para atendimento dos feridos. Mais tarde, em 17 de
fevereiro de 1863, recebeu o apoio da Sociedade Pública de Genebra fundando um Comitê
Internacional de Socorro aos Feridos. Este comitê era formado por cidadãos suíços, que
organizaram uma Conferência Internacional em Genebra, com a representação de 16 países,
que deram origem à Cruz Vermelha. As resoluções previam:
Esses procedimentos, até hoje, são de grande valor para a vida humana, visto que
muitos casos de acidentes podem levar o indivíduo a óbito antes de obter o atendimento
presencial em uma unidade de saúde, por exemplo. Neste caso, faz-se necessário um
atendimento adequado de primeiros socorros, que pode ser feito por pessoas instruídas de
antemão para que o sujeito acidentado tenha mais chances de obter êxito no seu tratamento
(SOARES, 2013).
No Brasil, em setembro de 2017, em Campinas/SP, o estudante Lucas Begalli Zamora,
de 10 anos, morreu ao se engasgar com um sanduíche durante um passeio escolar. Para
enfrentar situações como essa, o Congresso Nacional aprovou o Projeto de Lei 9.468/18. A
proposta foi sancionada no dia 04/10/2018 pela Presidência da República e transformada na
Lei Lucas 13.722/18. A proposta obriga as escolas, públicas e privadas, de educação infantil e
básica a fazerem curso de capacitação de professores e funcionários em noções básicas de
primeiros socorros (BRASIL, 2018a).
Para Taddei et.al. (2006), mais importante do que saber o que fazer na hora do
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acidente é saber preveni-lo. Tratando-se de espaços que circulam crianças, estes devem ser
planejados adequadamente, promovendo um ambiente seguro para poderem se desenvolver
saudavelmente, sem limitar a sua capacidade de descobertas e curiosidades.
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FUNDAMENTOS DOS PRIMEIROS SOCORROS
Como elucida a citação a seguir, o primeiro socorro é um tratamento inicial, pois tem
caráter imediato a fim de preservar a vida. Também pode-se dizer que visa diminuir o
sofrimento da pessoa, e pode ser oferecido tanto para acidentados como também vítimas de
tipos de doenças súbitas. Segundo Brasil, (2003, p. 8), Podemos definir primeiros socorros
como sendo os cuidados imediatos que devem ser prestados rapidamente a uma pessoa, vítima
de acidentes ou de mal súbito, cujo estado físico põe em perigo a sua vida, com o fim de
manter as funções vitais e evitar o agravamento de suas condições, aplicando medidas e
procedimentos até a chegada de assistência qualificada.
O tipo de atendimento, em situações emergenciais vai depender da situação em que
esta foi gerada, pode vir a ser, “proteção de feridas, imobilização das fraturas, controle de
hemorragias externas, desobstrução das vias respiratórias e realização de manobras de Suporte
Básico de Vida (SBV)” (REIS, 2010, p. 5).
De acordo com Soares, (2013, p. 2): A expressão, primeiros socorros, é usada para
caracterizar uma série de procedimentos adotados com o fim de preservar vidas sob risco
iminente e em condições de urgência e/ou emergência. Esses procedimentos são realizados
geralmente por pessoas comuns, com conhecimentos teóricos e práticos acerca das técnicas
utilizadas.
Para prestar os primeiros socorros, a pessoa treinada deve realizar o ato com calma,
sendo confiante e compreensivo. É importante manter o autocontrole assim como o das outras
pessoas envolvidas no acontecimento.
Por exemplo, informar o indivíduo que sofreu o acidente sobre sua situação atual, deve
ser analisado pelo profissional com cautela, a fim de não causar sentimentos desnecessários
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no momento, como ansiedade e medo. Até mesmo o tom de voz que este utilizará com a
vítima é importante, devendo ser calmo e confortante para gerar confiança mútua (BRASIL,
2003).
Segundo Bergeron, et al. (2007, p. 6): Os socorristas são treinados para aproximar-se
do paciente, detectar problemas, oferecer assistência à emergência e, quando necessário,
locomovê-lo, sem causar outras lesões. Os Socorristas são, em geral, as primeiras pessoas,
com conhecimentos em primeiros socorros, a chegar no local. Os socorristas podem ser
policiais, bombeiros, trabalhadores ou qualquer cidadão.
Neste caso é importante salientar que o profissional que prestará socorro, necessita
estar atento inclusive a sua segurança pessoal, para ajudar o outro sem que, para isso, também
acabe como vítima por tomar atitudes imprudentes (SOARES, 2013).
Outro ponto importante é que a pessoa habilitada deve alertar e ajudar a vítima
evitando um possível agravamento do acidente, porém esse atendimento não pode substituir
ou atrasar os outros serviços que estão disponíveis como emergências médicas (REIS, 2010).
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URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
FONTE:<https://1.bp.blogspot.com/-
G95JILlZB9I/VGJeXD6hWbI/AAAAAAAAABs/6ljSPJag-qc/s1600/
601560_501330656544418_1422815089_n%2B(1).jpg>.
Por mais que as situações de emergência requerem atenção imediata por acarretar
riscos à vida do sujeito, uma ocorrência de urgência também necessita de uma solução em
curto prazo. Observe o quadro a seguir, nele apresentamos exemplos de nosso cotidiano que
caracterizam as situações de urgência e emergência.
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Emergência
Urgência
Traumatismo Craniano.
Fraturas não expostas.
Fraturas Expostas.
Cólicas Renais.
Parada Cardiorrespiratória.
Pressão Arterial Elevada.
Hemorragias Graves.
Crise Asmática.
FONTE: Adaptado de Schmitz (2019)
Todas essas manifestações são naturais ao ser humano, porém, em uma hora de
emergência, é de suma importância que a pessoa saiba controlar esses instintos para agir
corretamente. Neste caso, é tão importante confiar no que se sabe sobre primeiros socorros,
quanto reconhecer os limites que cada caso pode nos infligir. De qualquer forma, a avaliação
do socorrista é primordial e deve basear-se na averiguação das necessidades indicando as
prioridades de cada caso (BRUNO; BARTMAN, 1996).
Alguns passos podem ser seguidos na hora de prestar o atendimento de emergência,
analisando os fatores com rapidez e cautela.
17
Formule um plano de Aja
Avalie
ação
• Continue a levar em
consideração a sua
segurança.
18
ASPECTOS LEGAIS DOS PRIMEIROS SOCORROS
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação
(BRASIL,1988, s.p.).
Todas as pessoas possuem o direito à proteção da vida e à saúde, com este intuito a lei
do Código Penal foi estabelecida e ampliada para garantir tais direitos fundamentais.
A omissão de socorro foi conceituada como “a atitude de deixar de socorrer pessoas
em situação de vulnerabilidade, como crianças abandonadas ou perdidas, pessoas inválidas,
com ferimentos, ou em situação de risco ou perigo” (BRASIL,1940, s.p.).
“O fato de chamar o socorro especializado, nos casos em que a pessoa não possui um
treinamento específico ou não se sente confiante para atuar, já descaracteriza a ocorrência de
omissão de socorro” (SOARES, 2013, p. 3).
OMISSÃO DE SOCORRO
FONTE: <https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/noticias/imagens-
2016/21omissaodesocorro.jpg/@@images/0259c760-787f-4c98-a3cd-e092c3e5f613.jpeg>.
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No Código Penal, a omissão de socorro foi prevista há muito tempo, até mesmo
anterior à Constituição, prevalecendo suas principais implicações e diretrizes sobre esta
situação até o dia de hoje. Na descrição do artigo a seguir é possível avaliar inclusive a
gravidade da omissão, caso ocorra óbito oriundo da ausência de prestação do socorro.
O Art. 135 da CF estabelece que: Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-
lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao
desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade
pública.
[...]
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal
de natureza grave, e triplicada, se resulta em morte (BRASIL,1940, s.p.).
No ano de 1984, o Código Penal foi ampliado e foi incluído em sua redação a
responsabilidade da prestação do atendimento pelos profissionais de saúde ou pessoas
habilitadas (ex.: socorristas). Neste caso, o conhecimento técnico, responsabiliza a pessoa
quanto ao dever de prestar o atendimento com segurança. A seguir, consta tais descrições:
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DIREITOS DA VÍTIMA
O prestador do socorro deve estar ciente que a vítima possui o direito de se recusar em
receber a assistência. No caso de pessoas adultas, esse direito é válido quando eles estiverem
conscientes e lúcidos. O motivo da recusa pode ocorrer por alguns fatores: crenças religiosas
ou falta de confiança no prestador de socorro que for realizar o atendimento. Nestes casos, “a
vítima não pode ser forçada a receber os primeiros socorros, devendo assim certificar- se de
que o socorro especializado foi solicitado e continuar monitorando a vítima, enquanto tenta
ganhar a sua confiança através do diálogo” (SILVEIRA; MOULIN, 2003, p. 1).
Caso a vítima esteja impedida de falar, em decorrência do acidente e com sinais que se
compreende de que ela não deseja o atendimento, tome as seguintes providências:
Não questione suas razões, principalmente se elas forem baseadas em crenças religiosas.
Converse com a vítima, informe a ela que você possui treinamento em primeiros
socorros, que irá respeitar o direito dela de recusar o atendimento, mas que está pronto
para auxiliá-la no que for necessário.
No caso de crianças, a recusa do atendimento pode ser feita pelo pai, pela mãe ou pelo
responsável legal. Se a criança é retirada do local do acidente antes da chegada do socorro
especializado, o prestador de socorro deverá, se possível, conseguir testemunhas que
comprovem o fato.
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O consentimento para o atendimento de primeiros socorros pode ser formal, quando a
vítima verbaliza ou sinaliza que concorda com o atendimento, após o prestador de socorro
ter se identificado como tal e ter informado à vítima de que possui treinamento em
primeiros socorros, ou implícito, quando a vítima esteja inconsciente, confusa ou
gravemente ferida a ponto de não poder verbalizar ou sinalizar consentindo com o
atendimento. Neste caso, a legislação infere que a vítima daria o consentimento, caso
tivesse condições de expressar o seu desejo de receber o atendimento de primeiros
socorros.
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SERVIÇOS DE UTILIDADE PÚBLICA
LOGO SAMU
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selecionadas conforme a gravidade da situação relatada. Quando há o risco de vida eminente é
acionado o “código vermelho” e o objetivo do serviço é atingir cerca de 1 minuto e 30
segundos do atendimento do rádio operador até a ambulância.
Visão Valores
Missão
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Agora, caracterizados os dois serviços, é importante esclarecer para qual deles ligar
dependendo da situação de emergência. A imagem a seguir demonstra alguns exemplos de
fatos em que devemos chamar o SAMU e o Corpo de Bombeiros:
FONTE: <http://www.guiacaldasnovas.com.br/userfiles/image/samu.jpg>.
Após ligar para o número indicado àquela situação, a comunicação deve ser eficaz
afim de facilitar a compreensão dos profissionais sobre o tipo de equipamento e pessoal
necessário para o atendimento, então, forneça sempre:
25
PASSOS PARA COMUNICAÇÃO COM A EMERGÊNCIA
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No quadro a seguir estão listados outros telefones úteis dependendo de cada
ocorrência:
POLÍCIA CIVIL: o telefone utilizado pela Polícia Civil para quem tiver informações
197
que colaborem com as investigações da instituição possa entrar em contato. A ligação
é gratuita e não há necessidade de identiflcação.
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PERFIL DO SOCORRISTA
PERFIL DO SOCORRISTA
Fazer tudo o que for Deve tentar realizar todas as medidas que forem de seu
conhecimento e que estiver ao seu alcance sem agravar a situação
possível
da vítima.
Não se sentir Se você fez o máximo possível e percebeu que a sua ajuda não
foi suflciente, não se sinta culpado nem permita que isso interflra
frustrado
em seus atendimentos futuros.
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ATENDIMENTO
FONTE: Gonçalves; Gonçalves (2009, p. 11)
CENÁRIO DO SOCORRO
AVALIAÇÃO DO CENÁRIO
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ter a liderança da situação até a vinda da equipe especializada.
ACIDENTE
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TRANSPORTE DE ACIDENTADOS
TRANSPORTE DE EMERGÊNCIA
a) Resgate por arrastamento: arrastar a vítima no sentido da cabeça,
utilizando camisa ou casaco como ponto de apoio. Também podemos utilizar um
cobertor na execução desta técnica, contudo, a vítima deve ser rolada para cima do
cobertor. A técnica de arrastamento permite que um socorrista transporte vítimas
pesadas, acima de sua capacidade de carga (JUNIOR, et al. 2007).
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situações nas quais o socorrista possui força física para suportar o peso da vítima.
Nunca utilize esta técnica com a vítima apresentando um possível trauma.
c) Apoio lateral simples: técnica utilizada para apoio em vítimas que são
capazes de andar.
d) Transporte nos braços: ter o cuidado para passar o braço da vítima sobre
os seus ombros atrás do pescoço e envolver com o seu outro braço a cintura da vítima.
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TRANSPORTE NOS BRAÇOS
FONTE: Júnior et al. (2007, p. 112)
33
para esta estabilização é o decúbito dorsal, que também contribui para uma melhor
visualização para o início das medidas do suporte de vida (JÚNIOR et al. 2007).
A Lei 13.722 de 4 de outubro de 2018, mais conhecida como Lei Lucas, foi
aprovada por unanimidade pelo Senado, que torna obrigatória a capacitação em Noções
Básicas de Primeiros Socorros, de professores e funcionários de estabelecimentos de
ensino público e privado de educação básica e de estabelecimentos de recreação infantil.
O nome da nova legislação, Lei Lucas, presta homenagem ao menino Lucas
Begalli Zamora, de 10 anos, que morreu engasgado com um sanduíche durante um
passeio escolar, sem que ninguém pudesse socorrê-lo. Por isso, quanto maior o número
de pessoas treinadas e prontas para o primeiro atendimento em primeiros socorros,
melhor é o prognóstico das vítimas.
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LEI LUCAS
A Lei 13.722 de 4 de outubro de 2018 é apresentada da seguinte maneira:
Art. 1º Os estabelecimentos de ensino de educação básica da rede pública, por
meio dos respectivos sistemas de ensino, e os estabelecimentos de ensino de educação
básica e de recreação infantil da rede privada deverão capacitar professores e
funcionários em noções de primeiros socorros.
§ 1º O curso deverá ser ofertado anualmente e destinar-se-á à capacitação e/ou à
reciclagem de parte dos professores e funcionários dos estabelecimentos de ensino e
recreação a que se refere o caput deste artigo, sem prejuízo de suas atividades
ordinárias.
§ 2º A quantidade de profissionais capacitados em cada estabelecimento de
ensino ou de recreação será definida em regulamento, guardada a proporção com o
tamanho do corpo de professores e funcionários ou com o fluxo de atendimento de
crianças e adolescentes no estabelecimento.
§ 3º A responsabilidade pela capacitação dos professores e funcionários dos
estabelecimentos públicos caberá aos respectivos sistemas ou redes de ensino.
Art. 2º Os cursos de primeiros socorros serão ministrados por entidades
municipais ou estaduais especializadas em práticas de auxílio imediato e emergencial à
população, no caso dos estabelecimentos públicos, e por profissionais habilitados, no
caso dos estabelecimentos privados, e têm por objetivo capacitar os professores e
funcionários para identificar e agir preventivamente em situações de emergência e
urgência médicas, até que o suporte médico especializado, local ou remoto, se torne
possível.
§ 1º O conteúdo dos cursos de primeiros socorros básicos ministrados deverá ser
condizente com a natureza e a faixa etária do público atendido nos estabelecimentos de
ensino ou de recreação.
§ 2º Os estabelecimentos de ensino ou de recreação das redes pública e
particular deverão dispor de kits de primeiros socorros, conforme orientação das
entidades especializadas em atendimento emergencial à população.
Art. 3º São os estabelecimentos de ensino obrigados a afixar em local visível a
certificação que comprove a realização da capacitação de que trata esta Lei e o nome
dos profissionais capacitados.
Art. 4º O não cumprimento das disposições desta Lei implicará a imposição das
seguintes penalidades pela autoridade administrativa, no âmbito de sua competência:
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I. - notificação de descumprimento da Lei;
II. - multa, aplicada em dobro em caso de reincidência; ou
III. - em caso de nova reincidência, a cassação do alvará de
funcionamento ou da autorização concedida pelo órgão de educação,
quando se tratar de creche ou estabelecimento particular de ensino ou
de recreação, ou a responsabilização patrimonial do agente público,
quando se tratar de creche ou estabelecimento público.
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REFERÊNCIAS
37
PARANÁ. Em caso de emergência, saiba para onde ligar para pedir ajuda. Secretaria de
Saúde do Paraná. Curitiba, mar. 2016. Disponível em: http://
www.saude.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=4677. Acessoem: 14 fev.
2019.
REIS, I. Manual de primeiros socorros: situações de urgências nas escolas, jardins de
infância e campos de férias. 3. ed. Lisboa, PT: Ministério da
Educação, 2010. Disponível em: https://www.dge.mec.pt/sites/default/files/
Esaude/primeirossocorros.pdf. Acesso em: 12 fev. 2019.
SCHMITZ. P. Urgência ou emergência? Entenda as diferenças. Hospital Moinhos de
Vento, Porto Alegre, [s.d.]. Disponível em:
http://www.hospitalmoinhos.org.br/90dicas/cuidados-gerais/urgencia-ou-emergencia-
entenda-as-diferencas-e-qual-o-atendimento-mais. Acesso em: 18 abr.2019.
SILVEIRA, E.; MOULIN, A. Primeiros socorros: aspectos legais do socorro. Saúde em
Movimento, Brasília, set. 2003. Disponível em:
http://www.saudeemmovimento.com.br/conteudos/conteudo_frame.asp?cod_
noticia=1128. Acesso em: 23 jan. 2019.
SOARES, F. Primeiros socorros. Barra da Estiva: Instituto Formação, 2013. Disponível
em: http://www.ifcursos.com.br/sistema/admin/arquivos/13-50- 03-
ap0stilaprimeir0ss0c0rr0s.pdf. Acesso em: 12 fev. 2019.
TADDEI, J. A. Manual crecheficiente: guia prático para educadores e gerentes. São
Paulo: Manole, 2006.
TOLDO, P. Curso de primeiros socorros de emergências. São Paulo:FCFRP-USP.
Disponível em: http://fcfrp.usp.br/cipa/brigada/curso_primeiros_
socorros_de_emergencia_fcfrp.pdf. Acesso em: 12 fev. 2019.
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