ESCOLA SECUNDÁRIA EDUARDO
MONDLANE
NOME: Zito Luís Dambo
Exercícios de língua Portuguesa
Tema: Artigo de Opinião
A pobreza cognitiva
A guerra travada, diariamente, por homens e
mulheres do bem que ressentem os efeitos
nefastos de ser filhos de Moçambique num
período tão conturbado em que a pobreza
material, a fome e a miséria lhes acompanha
é mais atormentadora em relação ao jugo
colonial e ao conflito armado que lhes
sucedeu. Parte destes concidadãos são
sofredores natos, pois o longo e contínuo
período de sofrimento lhes assiste deste
sempre. Tal situação atreve-lhes às seguintes
questões:
Porquê há prevalência de altos níveis de
destruição crónica enquanto os peixes e
mariscos brincam e passeiam nos mais de
2700KM de costa?
Porquê há falta de água potável num país
por onde correm os rios de caudais gordos
que nascem interior da zona austral de
África?
Porquê tão pobre um país que dorme e
acorda sobre uma vasta gama de minérios
preciosos?
Porquê há bolsas de fome num país onde as
pessoas pisoteiam solos aráveis?
12ª Classe Turma:L
Porquê há prevalência de falta de carteiras
num país onde as florestas ainda são
virgens?
Porque é que os mais de 40 anos de
independência só nos serviram para dar
passos tímidos rumo ao tão almejado
desenvolvimento?
Estas indagações são de certo modo
imperceptíveis para um povo que luta contra
um gigante invisível intitulado “Pobreza
Cognitiva”. O exercício que o governo e as
pessoas têm feito em lutar pelas melhorais
das condições de vida torna-se inválido
quando não se tem em consciência o quão a
mente humana é flexível para produzir
artigos benéficos para animizar a dor da
pobreza.
Países que dão relevância à Educação
Técnica, países que vocacionam seu filhos
em actividades educacionais e cursos que
profissionalizam tecnicamente, países que
vivem a cultura de trabalho são, mesmo com
vista desarmadas, centros de referência
mundial em matérias de gestão básica e
eficaz de problemas duma nação.
A pobreza material em Moçambique está
sendo perpetuada nos seus filhos pela
maneira como estes não lhes é mostrada a
importância e relevância da técnica, pela
falta ou pouca existência de Escolas
Técnicas Profissionais, pela falta de políticas
que fomentam o Ensino Técnico
Profissional Público, a falta duma Educação
Cívica e palestras que mostram de que não
possível se reduzir a dependência sem que
se opte por um Ensino Técnico Profissional
mais atrevido de forma a possibilitar o saber
fazer são uma condenação para jovens e
crianças que pela globalização em que estão
inseridos serão obrigados a consumir, tendo
importado, artigos cujo fabricante é um ser
semelhante que tenha optado pelo óbvio.
A pobreza cognitiva dos filhos da minha
pátria é, prematuramente, notória quando
mostram nitidamente sua aversão pela
cultura de trabalho, quando estes trocam o
campo pela cidade, quando ao atingir a 8ª
classe mostram uma total abominação pelas
Ciências Naturais e exactas, quando
oportuno lutam e até roubam para ostentar
um luxo que não condiz com tanto lixo,
pobreza e miséria visível pelas esquinas. Em
fim, há uma enorme lista de factores que nos
colocam reféns de quem se entrega à
actividade de pensar para produzir algo
tangível.
A pobreza cognitiva é de tal forma
abundante ao ponto de poucas pessoas
alimentarem a curiosidade de ter
conhecimentos exaustivos de como se
produz um telefone, aparelho que quase todo
tem, um Flash/cartão de memórias que
grande parte de nós temos para armazenar
informação, um televisor, um rádio, um
computador que acompanham o homem
moderno e lhe serve de janela para espreitar
o mundo. Não obstante, tornamo-nos mais
pobre cognitivamente ainda quando
ignoramos a preocupação pela produção de
comida, leite, carne, ovos em moldes
industriais
Em Moçambique somos tão pobres
cognitivamente que alguns optam por roubar
descaradamente para saciar sua fome
desmedida oprimindo milhões que deveriam
se beneficiar de erário públicos, dirigentes
pobres e sem escrúpulos guiam este país
para cova e ensinam seus descendes que é
roubando, corrompendo e ludibriando que se
pode ter uma vida afável em Moçambique,
pois são poucos que têm orgulho do seu
passado, são poucos que têm um passado
limpo que se pode contar a uma criança.
Enfim, pais e filhos cognitivamente!