DISCIPLINA: CULTURA TRABALHO E EDUCAÇÃO TÍTULO DA ATIVIDADE: RESENHA DO FILME ESCOLARIZANDO O MUNDO.
Escolarizando o Mundo, produzido em 2010 com direção de Carol
Black, produção de Neal Marlens, Jim Hurst e Mark Grossan. Lost People Films, 2010. 65 min.
O documentário é retratado na cidade de Ladakh, situada no sudeste
da Ásia, onde vivem populações tradicionais, apresenta uma perspectiva histórica, onde observa-se a imposição da cultura escolar da teoria etnocêntrica, onde os teóricos europeus se caracterizavam e caracterizavam sua sociedade como mais evoluída em relação às outras sociedades. Mostra como a educação ocidental leva à destruição do modo de vida tradicional, à perda da diversidade cultural e dos valores familiares e à homogeneização cultural. Os argumentos propostos para a supremancia da escolarização ocidental, é que haverá maior chance de desenvolvimento econômico para a população local, a ideia de riqueza e melhor qualidade de vida é compartilhada como única maneira de desenvolvimento, estimulando o sucesso material e o consumismo desenfreado em detrimento a religião, idioma, vida tradicional e a diversidade cultural da região. Esses jovens se afastam do seu ambiente de origem e as diferenças no ambiente escolar, provocam o sentimento de inferioridade ou leva a perda de identidade e ao esquecimento da sua própria cultura. Educação para todos, programa mostrado pelo filme aprovado pelos governos mundiais, eleva-se com a principal finalidade de eliminar a pobreza global. Os estudantes do programa, representados pela população indiana, são obrigados a aprender os valores, idioma e as normas da sociedade moderna ocidental. Eles são incentivados e orientados a competição para o mercado corporativo, sendo inseridos na cultura ocidental em empregos com salários baixos e sem grande acessão profissional, ou sem conseguir colocação nesses espaços, voltam despreparados a viver no local de origem. É possível observar durante o documentário a riqueza da beleza natural do Himalaia, o conhecimento da terra e experiências culturais dos seus moradores mais antigos, mulheres que ainda vivem em Ladack sentem falta de quando havia orgulho entre elas por fazerem seu trabalho nos cultivos, o que vem sendo substituído pela vergonha de não ter instrução formal. A educação pode ser transformadora, de forma positiva ou negativa, neste sentido o documentário recomenda que as individualidades e diferenças culturais sejam pensadas, para que a escola não seja instrumento da imposição de modos de vida considerados superiores e ameace a existência de diferentes culturas, onde a valorização do ambiente escolar se faz importante para uma construção do conhecimento humano ,necessária para possibilitar um pensamento reflexivo e prático, no sentido de ir contra as imposições mercadológicas do capitalismo, que aprofunda cada vez mais as misérias e as desigualdades sociais mundiais. O filme finaliza com a música Little Boxes, de Malvina Reynolds, fazendo uma analogia entre a educação sobreposta a novas culturas que transforma as pessoas em caixinhas, onde todas elas parecem simplesmente iguais.
Lisiane Costa Claro - Entre A Pesca e A Escola - A Educao Dos Povos Tradicionais A Partir Da Comunidade Pesqueira Na Ilha Da Torotama Rio Grande-Rs PDF
Resenha Do Livro: CAVALLEIRO, Eliane Dos Santos. Do Silêncio Do Lar Ao Silêncio Escolar: Racismo, Preconceito e Discriminação Na Educação Infantil. 6. Ed. São Paulo: Contexto, 2012.