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CIRCUITOS ELÉTRICOS - CR

Prof. A. R. Aquino

TEORIA 4 – CIRCUITO RL SÉRIE E RL PARALELO

1. Circuito RL série

Lembrando, da Teoria 2 onde um resistor que está submetido a uma tensão alternada senoidal:

A corrente alternada senoidal que flui por ele é:

E que: e que i é a fase inicial da corrente i(t).

Logo, num circuito resistivo alimentado por uma tensão alternada senoidal não há defasagem
entre corrente e tensão.

Sua representação fasorial fica:

Diagrama fasorial: tensão e corrente em fase no resistor.

Lembrando, da Teoria 2, onde um indutor que está submetido a uma tensão alternada senoidal:

uL(t) = Up.sen(ω.t + 0º)

A corrente alternada senoidal que flui por ele é:

iL(t) = Ip.sen(ω.t - 90º)

Ou seja:

A corrente que flui através de um “indutor ideal” num circuito CA está atrasada de  = -90º
em relação à tensão aplicada em seus terminais.

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Sua representação fasorial fica:

Diagrama Fasorial: corrente atrasada de 90º da tensão no indutor.

Consideraremos agora um circuito RL série, submetido a uma tensão alternada senoidal,


fornecida por um gerador de tensão, conforme o circuito abaixo:

Se uma tensão alternada senoidal alimenta um circuito RL série, a corrente se mantém atrasada
em relação a essa tensão, porém com um ângulo  menor que 90º. Isso acontece porque,
enquanto a indutância tenta defasá-la de 90º, a resistência tenta manter a corrente em fase com a
tensão.

Circuito Diagrama fasorial

O valor da tensão do gerador (UG) pode ser determinado pela soma vetorial da tensão nos
terminais do resistor (UR) com a tensão nos terminais do capacitor (UL). Convém salientar que não
é uma simples soma algébrica. Como podemos verificar no diagrama fasorial acima, o ângulo de
defasagem  entre a tensão do gerador e a corrente que ele fornece ao circuito é menor que 90º.

Impedância indutiva do circuito RL série - ZL

A oposição que o circuito RL série oferece à passagem da corrente vista pelo gerador de tensão,
depende do valor de R e do valor de XL. Essa oposição é chamada de impedância indutiva ZL, e é
medida em ohms (Ω), e é representada por um símbolo (receptor elétrico), conforme a figura a
seguir:

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Impedância indutiva

A impedância indutiva pode ser calculada através da 1ª Lei de Ohm quando conhecemos o valor
da tensão do gerador (UG) e a corrente que ele fornece ao circuito (I):

Do diagrama fasorial do circuito RL série e considerando a semelhança de triângulos tiramos os


três mais importantes triângulos para a análise desse circuito, ou seja, o triângulo das tensões,
o triângulo das impedâncias e o triângulo das potências.

Triângulo das tensões

Da área destacada na figura acima desenhamos o triângulo das tensões conforme a figura
abaixo:

Esse é um triângulo retângulo, assim sendo, podemos escrever:

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E das relações trigonométricas num triângulo retângulo podemos escrever:

É importante lembrar que estamos analisando um circuito que é uma associação série de
componentes, portanto, temos as tensões nos terminais desses componentes (UR e UL), a tensão
de alimentação (UG) e uma única corrente (I) no circuito.

Triângulo das impedâncias

Para a análise das impedâncias num circuito RL série, vamos considerar o triângulo das tensões
e dividir os lados desse triângulo (tensões no circuito) pela corrente I. Neste caso o triângulo fica:

Teremos então o triângulo das impedâncias:

Aplicando o teorema de Pitágoras podemos calcular o valor das impedâncias do circuito:

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E das relações trigonométricas num triângulo retângulo podemos escrever:

Triângulo das Potências

Para a análise das potências num circuito RL série, vamos considerar o triângulo das tensões
multiplicando os lados desse triângulo (tensões) pela corrente I, conforme a figura abaixo:

Teremos então o triângulo das potências:

Aplicando o teorema de Pitágoras podemos calcular o valor das potências no circuito:

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E das relações trigonométricas num triângulo retângulo podemos escrever:

Fator de Potência – FP

O fator de potência, também chamado de cosseno fi de um circuito, é a relação entre a


potência ativa P (W) e a potência aparente PAp (VA).

Em circuitos puramente resistivos (R), puramente indutivos (XL) e resistivo/indutivo (ZL),


poderemos ter três situações:

1. Se a carga é puramente resistiva, não há potência reativa, portanto, PAp = P, ou seja, o fator
de potência FP = 1. Neste caso, a carga aproveita toda energia fornecida pelo gerador
transformando-a em calor (efeito Joule).

2. Se a carga é puramente indutiva (reativa), não há potência ativa, portanto, PAp = PR, ou seja,
FP = 0. Neste caso, a carga não aproveita nenhuma energia fornecida pelo gerador, ou seja,
não dissipa potência, apenas troca energia com o gerador.

3. Se a carga é indutiva (impedância reativa indutiva – ZL), há potência ativa P e reativa PR,
portanto, , ou seja, . Neste caso, a carga aproveita somente uma parte
da energia fornecida pelo gerador, ou seja, somente a parte resistiva da carga dissipa
potência por efeito Joule.

Considerações práticas

1. Um indutor real possui a sua indutância L e também a sua resistência elétrica R, devido a 2ª
Lei de Ohm, pois é construída com um fio enrolado sobre um núcleo. Esse fio condutor possui
uma resistividade (ρ), um comprimento L e uma área de secção S. Essa perda no condutor se
da por efeito Joule. Existem ainda as perdas no núcleo devido as correntes parasitas e
Foucault. Todas essas perdas são representadas por uma única resistência série RS.

2. Para aplicações de um indutor real em altas frequências devemos também considerar a


capacitância parasita entre as espiras que o constitui, geralmente representada por CP.
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3. A composição dos efeitos da indutância, da resistência série e da capacitância é dada pela
impedância equivalente do indutor real ZL, que é função da frequência, cujo modelo elétrico
(Teoria 5) está representado na figura abaixo:

Exercícios para resolver:

1. Dado o circuito abaixo:

Pede-se:

a) Os valores das tensões UR e UL.


b) O valor da potência ativa (real) entregue pelo gerador ao circuito.
c) O valor da potência aparente.
d) O valor da potência reativa.
e) O fator de potência do circuito.
f) Esboçar o diagrama fasorial indicando os valores das tensões, da corrente e o ângulo de
defasagem .

2. Uma bobina, quando ligada a uma fonte CC de 10 V consome 100 mA e, quando ligada a uma
fonte CA de 10 Vef/500 Hz, consome 20 mAef. Calcular:

a) O valor da resistência da bobina.


b) O valor da reatância da bobina.
c) O valor da indutância da bobina.

2. Circuito RL paralelo

Consideraremos agora um circuito RL paralelo, submetido a uma tensão alternada senoidal,


fornecida por um gerador de tensão, conforme o circuito abaixo:
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Se uma tensão alternada senoidal alimenta um circuito RL paralelo, a corrente se mantém
atrasada em relação a essa tensão, porém com um ângulo  menor que 90º. Isso acontece
porque, enquanto a indutância tenta defasá-la de 90º, a resistência tenta manter a corrente em
fase com a tensão.

É importante lembrar que estamos analisando um circuito que é uma associação paralela de
componentes, portanto, temos as correntes nesses componentes (IR e IL), a corrente total
fornecida pelo gerador (I) e uma única tensão (UG = UR = UL) no circuito.

O diagrama fasorial correspondente a um circuito RL paralelo está representado conforme a


figura abaixo:

Diagrama fasorial

O valor da corrente fornecida pelo gerador (I) pode ser determinado através da soma vetorial, da
corrente no resistor (IR) com a corrente no indutor (IL). Convém salientar que não é uma simples
soma algébrica. Como podemos verificar no diagrama fasorial, o ângulo de defasagem  entre a
corrente fornecida pelo gerador (I) e a tensão com a qual alimenta o circuito (UG) é, realmente,
menor que 90º.

Impedância indutiva do circuito RL paralelo – Z L

A oposição que o circuito RL paralelo oferece à passagem da corrente I, vista pelo gerador de
tensão, depende do valor de R e do valor de XL. Essa oposição é chamada de impedância

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indutiva ZL, e é medida em ohms (Ω), e é representada por um símbolo (receptor elétrico),
conforme a figura abaixo:

Impedância indutiva

A impedância indutiva pode ser calculada através da 1ª Lei de Ohm quando conhecemos o valor
da tensão do gerador (UG) e a corrente total (I) que ele fornece ao circuito:

Do diagrama fasorial do circuito RL paralelo e considerando a semelhança de triângulos


retângulos tiramos os três mais importantes triângulos para a análise desse circuito, ou seja, o
triângulo das correntes, o triângulo das admitâncias e o triângulo das potências.

O triângulo realçado no diagrama fasorial abaixo é que vai representar os triângulos citados.

Triângulo das Correntes

Da área destacada na figura anterior desenhamos o triângulo das correntes conforme a figura
abaixo:

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Esse é um triângulo retângulo, assim sendo, podemos escrever:

E das relações trigonométricas num triângulo retângulo podemos escrever:

Triângulo das admitâncias

Para a análise das admitâncias num circuito RC paralelo, vamos considerar o triângulo das
correntes dividindo os lados desse triângulo (correntes no circuito paralelo) pela tensão (UG).

Neste caso o triângulo fica:

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Teremos então o triângulo das admitâncias:

Aplicando o teorema de Pitágoras podemos calcular o valor das impedâncias do circuito:

E das relações trigonométricas num triângulo retângulo podemos escrever:

Triângulo das Potências

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Para a análise das potências num circuito RL paralelo, vamos considerar o triângulo das
correntes multiplicando os lados desse triângulo (correntes) pela tensão UG, conforme a figura
abaixo:

Teremos então o triângulo das potências:

Aplicando o teorema de Pitágoras podemos calcular o valor das potências no circuito:

E das relações trigonométricas num triângulo retângulo podemos escrever:

Exercícios para resolver:

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3. Dado o circuito abaixo:

Determinar:

a) O valor da impedância do circuito


b) As correntes I, IR e IL
c) A potência aparente, a potência real e a potência reativa
d) O fator de potência do circuito

4. Um gerador de 5V / 1 KHz é ligado a um circuito RL paralelo. Sabendo-se que a corrente


consumida por esse circuito é 5 mA e a corrente no resistor é 4 mA, pede-se:

a) O valor da corrente no indutor


b) O valor da indutância do indutor
c) A impedância do circuito
d) O ângulo de defasagem entre a tensão e a corrente (FP)

5. Em um circuito RL paralelo, a defasagem entre tensão e corrente é 60 0. Sabendo-se que a


tensão aplicada é 10 V e que a corrente consumida é 100 mA, determinar o valor da
resistência e da indutância se f = 1000 Hz.

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