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Pro. Abilio M.

Variz (UFJF) Laboratório de Máquinas Elétricas 2

Universidade Federal de Juiz de Fora

Faculdade de Engenharia

Departamento de Energia Elétrica

Laboratório de Máquinas Elétricas 2


(ENE049)

ENSAIO 5:

MÁQUINA ASSÍNCRONA (INDUÇÃO)


Parte 1: Ensaios à Vazio e de Rotor Bloqueado;
Parte 2: Curvas de Torque e Potência.

Prof. Abilio M. Variz

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1. INTRODUÇÃO

Os motores de indução (ou assíncronas) são os mais frequentemente utilizados


na prática, pois são robustos (não possuem escovas e comutadoras), de baixo custo (não
necessita de fonte externa para excitação), baixa manutenção, etc. Ao contrário do
motor síncrono, o motor de indução (MI) só opera em velocidades abaixo da síncrona.
Na velocidade síncrona, o torque do MI é nulo. Existem basicamente dois tipos de MI: o
de rotor gaiola de esquilo e o de rotor bobinado.

Nos rotores em gaiola de esquilo, barras condutoras são alojadas nas ranhuras do
rotor e curto circuitadas em suas extremidades por dois anéis, conforme ilustrado na
figura abaixo. Normalmente essas barras e os anéis condutores são de alumínio.
Contudo nada impede que sejam de cobre.

Figura 1. Detalhes do motor de indução do tipo gaiola de esquilo.

Nos rotores bobinados, também conhecidos como rotores com anéis, bobinas de
cobre são alocadas nas ranhuras do rotor. Essas bobinas são ligadas em serie formando
um enrolamento trifásico semelhante ao enrolamento do estator, conforme ilustrado na
figura a seguir. Normalmente os enrolamentos das três fases do rotor são ligados em Y
sendo cada fase conectado a um anel de cobre preso ao eixo do motor. Desse modo
pode-se ter acesso aos enrolamentos do rotor através de escovas de carvão que ficam em
contato com os anéis coletores.

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Figura 2. Motor de indução do tipo rotor bobinado.

A Figura 3 apresenta o circuito equivalente de um motor de indução.

Figura 3. Circuito equivalente de um motor síncrono.

Ao desenvolver a expressão de torque induzido de um MI tem-se:

3.VTH 2. R2 s
 ind = (1)
 
2
2


R2

(
sync  RTH + s  + X TH + X 2
 ) 

 

Note que o torque induzido por um MI é dependente da resistência do circuito


do rotor (R2), do escorregamento (s) da tensão de alimentação (magnitude e frequência).

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3. ENSAIOS

Os Ensaios estão divididos em duas partes e listados abaixo:

PARTE 1: Determinar os parâmetros do circuito equivalente do MI através dos


Ensaios à Vazio e de Rotor Bloqueado.

No ensaio à vazio serão medidos os parâmetros de potência ativa consumida,


corrente de armadura, tensão terminal e velocidade (e escorregamento) de um MI
operando sem carga.

No ensaio de rotor bloqueado, o eixo do MI é bloqueado (travado) para impedir


que o rotor gire quando a máquina é alimentada com tensões trifásicas. Ou seja, a
velocidade do MI neste ensaio é nula (s=1).

De posse das medições, calcular os parâmetros do circuito equivalente do MI,


bem como as suas perdas.

PARTE 2: Obter as curvas de Torque e Potência da Máquina Assíncrona.

• 2.1. Obter as curvas de Torque e Potência do Motor de Indução (MI) operando


para diferentes níveis de Tensão de alimentação.

Neste ensaio deverão ser obtidas as curvas “Torque x Velocidade” e “Potência x


Velocidade” para os seguintes níveis de tensão de alimentação: 100% Nominal, 80%
Nominal e 120% Nominal. A frequência elétrica de alimentação do MI deverá ser
mantida constante em todos os ensaios.

Cada ensaio deverá ser realizado variando-se a velocidade mecânica do MI do


repouso (0 RPM) até a velocidade síncrona. Obtenha no mínimo 20 pontos para cada
curva. As Perdas internas podem ser desprezadas.

Em resumo, as seguintes curvas deverão ser obtidas, onde Vn e Fn são,


respectivamente, a tensão nominal e a frequência elétrica nominal do MI:

- “Torque x Velocidade” para 100% Vn e 100% Fn;

- “Potência x Velocidade” para 100% Vn e 100% Fn;

- “Torque x Velocidade” para 80% Vn e 100% Fn;

- “Potência x Velocidade” para 80% Vn e 100% Fn;

- “Torque x Velocidade” para 120% Vn e 100% Fn;

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- “Potência x Velocidade” para 120% Vn e 100% Fn;

Cada curva deverá ter no mínimo 20 pontos

Discorra sobre as diferenças entre as curvas em função de cada tensão de


alimentação.

• 2.2. Obter as curvas de Torque e Potência do MI para diferentes Frequências de


alimentação.

Neste ensaio deverão ser obtidas as curvas “Torque x Velocidade” e “Potência x


Velocidade” para as seguintes frequências elétricas de alimentação: 100% Nominal,
80% Nominal e 120% Nominal. A tensão de alimentação do MI deverá ser mantida
constante em todos os ensaios.

Cada ensaio deverá ser realizado variando-se a velocidade mecânica do MI do


repouso (0 RPM) até a velocidade síncrona. Obtenha no mínimo 20 pontos para cada
curva. As Perdas internas podem ser desprezadas.

Em resumo, as seguintes curvas deverão ser obtidas, onde Vn e Fn são,


respectivamente, a tensão nominal e a frequência elétrica nominal do MI:

- “Torque x Velocidade” para 100% Vn e 100% Fn;

- “Potência x Velocidade” para 100% Vn e 100% Fn;

- “Torque x Velocidade” para 100% Vn e 80% Fn;

- “Potência x Velocidade” para 100% Vn e 80% Fn;

- “Torque x Velocidade” para 100% Vn e 120% Fn;

- “Potência x Velocidade” para 100% Vn e 120% Fn;

Discorra sobre as diferenças entre as curvas em função de cada tensão de


alimentação.

• 2.3. Obter as curvas de Torque e Potência do Gerador de Indução.

Neste ensaio deverão ser obtidas as curvas “Torque x Velocidade” e “Potência x


Velocidade” para a máquina síncrona operando como Gerador. A tensão e frequência
elétrica nos terminais do Gerador deverão ser mantidos constantes nos seus valores
nominais.

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O ensaio deverá ser realizado variando-se a velocidade mecânica da Máquina


Assíncrona da velocidade síncrona até a perda da capacidade de geração de potência
ativa, ou seja, até o Gerador parar de injetar potência ativa. Obtenha no mínimo 20
pontos para cada curva. As Perdas internas podem ser desprezadas.

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