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MINHA ORIGEM

Nasci em 17 de Av de 5728 o equivalente no calendário no Brasil, 11 de agosta de 1968.


Nasci em um lar cristão, porém, meus pais sempre falavam sobre o povo de Israel e
como o Eterno os tinha escolhido para ser seu povo. Minha mãe amava me ensinar as
histórias escritas no Tanach, conhecido por muitos como Antigo Testamento. Eu
admirava Yossef filho de Ya’akov, e também David hamelech. Todos aqueles jovens e
homens de fé. Yehoshua e sua luta contra Yerychoh, Daniel enfrentando a idolatria e
sendo salvo dos leões. E ainda havia minha avó que sempre ressaltava a história da
família de meu avô. Ela dizia que seus antepassados tinham vindo da época do exílio
babilônico e que eram uma família de judeus. Meu avô se chamava Aprígio Vieira de
Queiroz, neto de Antônio Manoel de Queiroz, judeu, vindo de Portugal. Minha mãe
contava que moravam com minha avó duas tias, eu ainda me lembro de uma delas,
minha mãe dizia que na segunda guerra muitas vezes a tia Vevinha, como era chamada,
chamava minha mãe e a colocava de joelhos para orar pelos judeus pois estavam
sofrendo. Como elas poderiam ter tantas informações já que moravam em um interior
do Estado do Maranhão. Cidade de Caxias.
Meu pai por sua vez, sempre orava pela paz de Israel e Jerusalém. Ele também sempre
amou a Israel e nos ensinava a amar também. Eu nisso tudo tinha um sonho de um dia
conhecer um judeu. Como seria ser alguém que D’us escolheu para ser seu povo?
Deveria ser algo muito bom. O mundo nessa época era muito grande, quem poderia ir a
Israel ou que judeu viria aqui em Fortaleza no Ceará, nesse Nordeste tão distante? Os
anos se passaram, depois de alguns anos já casado tive a oportunidade de ir pela
primeira vez a Israel. As pessoas sabiam do meu amor por Israel, todos que me olhavam
era como se já vissem a bandeira de Israel estampada em minha face. Não vou contar
tudo que passei por lá. Porém há algo que posso testemunhar. Aconteceu quando fui
conhecer uma réplica do Tabernáculo em Timna Park. Não sei como explicar o que senti
ao entrar naquele lugar, foi como se eu tivesse viajado no tempo e via o serviço sendo
feito ali. Meu ventre queria entrar em erupção em choro. O que estava acontecendo
comigo? Não sabia. Tudo isso seria desvendado posteriormente.

Fui consagrado pastor quando completei 40 anos. Aproximadamente aos 45 anos passei
a pastorear em uma congregação da Igreja Batista Peniel de Fortaleza que ficava numa
cidade vizinha, Peniel do Rondon, na cidade de Caucaia. Logo no início comecei a
questionar a situação atual da igreja em relação aos discípulos de Yeshua e as
congregações do primeiro século da E.C.
Tudo estava bem diferente. Fiz uma oração a D’us perguntando o que estava faltando.
Veio uma resposta em meu coração: Estudar os capítulos 5, 6 e 7 de Mateus. Algumas
informações ali começaram a saltar em meus olhos como: A Lei do Senhor jamais
passaria, quem cumprisse os Mandamentos e ensinassem seria o maior no Reino de
D’us, Yeshua veio para cumprir a Lei. Nem todos os que dizem que Yeshua é Senhor
(Adon) entraria no Reino de D’us, mas o que faziam a vontade do Pai, nem todos que
fazem ou operam ações “milagrosas” são de D’us pois muitos praticam a iniquidade, e a
palavra para iniquidade no texto de Mateus 7 no original grego é a palavra anomia, (a)
de negação e (nomos) de Lei. Vivem contra ou transgredindo a Lei.
Comecei a compreender mas não sabia ainda o que fazer. Nesse tempo ganhei um cópia
de um Livro do Rosh David Silver, um judeu da Nova Zelândia que mora em Haifa, de
título O Trem que Vem Lentamente”. Ganhei esse livro de uma pastor amigo, Carlos
Rosendo, no livro estava a resposta para essas indagações, porém mantinha dentro de
mim outras dúvidas, por onde começar, o que fazer.
A FAMÍLIA
Antes de assumir o pastoreado eu tinha uma empresa de fotografia e nesse mesmo
tempo estava pesquisando algo sobre minha família, minhas origens, então dei de cara
com um texto que mostrava a verdade que minha avó contava. O texto estava no livro
de Esdras no capítulo 2 no verso 44.

“Os filhos de Querós (‫)קרס‬, os filhos de Siá, os filhos de Padom,” Esdras 2:44
(ACF)
O texto falava das famílias que retornavam da Babilônia. Lembrei do que minha avó
contara, sobre meu avô, porém ela mesmo não sabia que sua família descendia também
de judeus vindo de Portugal, ela se chamava Graziela Vilhena de Queiroz, filha de Cyro
de Melo Coutinho de Vilhena, essa família descende dos Vilhenas e Alvelos em Portugal.
Família judia. Porém o mais interessante é que minha avó materna era tia de minha avó
paterna, minha mãe e meu pai eram primos e o meu avó, Belarmino da Costa
Guimarães, também descendia dos marranos de Portugal tendo em seu nome a família
Azevedo. Para isso fizemos também o teste de DNA pelo FTDna de meu pai no que deu
o Haplogroupo J-M172, onde no próprio mapa do laboratório apontava a origem de seu
haplogroup vindo de Israel e espalhando-se por várias regiões. E em uma de minhas
visitas a Israel passei por Amsterdã e fui conhecer um museu Sinagoga onde tinha
relações de nomes de seus membros e ali tinha família de sobre nomes Cohen de
Azevedo. O mesmo apareceu no resultado de sobre nomes que tinham relacionamento
com o teste de Dna de meu pai, sobre nomes como Brown e Cohen.
Cohen são famílias descendente de Levi e da linha sacerdotal. Agora começava a fazer
sentido o que senti quando estive visitando em Israel a réplica do Tabernáculo. Pois,
pela família de minha mãe, os Querós trabalhavam no Templo, pela família de meu pai
tinha os Cohen.
T’SHUVAH (RETORNO)
Recebi uma instrução do Rosh David Silver: “procure se unir ao povo que está aqui no
Brasil mesmo”. E mais: “Cuidado com os radicais”. Ele não morava aqui mas sabia que
em todos os lugares existem os radicais ou legalistas, o que não é nenhum problema,
mas para quem está iniciando tudo depende de um aprendizado, e tudo deve vir como
um passo atrás de outro. Comei uma busca pela internet e conheci primeiramente um
Ministério Har Tsion, e assisti uma aula do seminário que havia ali chamado CATES,
observei em seu Web Site que pareciam moderados e logo me inscrevi no curso de
Bacharelado. Me formei e fiz grande amizade com os Rabinos Marcelo Guimarães,
Joseph Shulam e Matheus Zandona e outros líderes daquele local situado em Belo
Horizonte – MG. Neste mesmo tempo conheci pessoalmente um outro Rabino que mora
atualmente em Votorantim – SP, Rabino Mario Moreno, me deu grande suporte e
materiais para estudar.
Houve uma necessidade que eu saísse da Peniel Rondon para assumir a Peniel em
Fortaleza, antes conhecida como Matriz das congregações Peniel da nossa região.
Chegando pensei como poderia passar tudo aquilo que estava aprendendo, a ideia foi
iniciar um seminário aos sábados pois ainda tínhamos nossas programações na semana
e nos domingos. O curso recebeu o nome de CTDP – Centro de Treinamento e
Desenvolvimento Peniel. Eu aprendia e ensinava. Isso nos fez ter uma mudança de
entendimento. Assim como vemos na carta de Sha’ul aos Romanos no capítulo 12: 1, 2.
Tudo que aprendia também ensinava em minha casa para minha esposa e filhos. Minha
esposa foi criada desde criança na Assembleia de Deus. Vi como D’us tinhas nos
preparando um para o outro nisso também. Ela serviu como instrumento para me forjar
pois tudo que eu ensinava ela me pedia comprovação na Bíblia, não porque ela era
contrária, mas para ter certeza que o caminho que iriamos seguir era realmente o
caminho que o Eterno, D’us de Israel estava nos levando. Isso me fez dar um grande
salto de conhecimento. Passamos a praticar tudo em nossa casa. Mesmo não sabendo
tudo da maneira tradicional a ser feita, tentávamos. Começamos a Cabalat Shabat, as
Celebrações Judaicas e Bíblicas, o estudo semanal da Torá (Parashiot) e tudo mais. Na
congregação aos poucos fomos mudando os dias de nossa programação.
A Bíblia começou a fazer mais sentido agora. Porque guardar o domingo se não há um
só ensinamento sobre isso? Porque não celebrar as festas que estão mostradas tanto no
Tanach que é conhecido como AT, como na Brit haChadashá, chamado de NT? Por que
celebrar Páscoa numa data determinada pelo vaticano com coelhos e ovos se isso não
tem nada haver com libertação e sim com escravidão de idolatria? Por que celebrar
Natal se não tem nada com a data certa do nascimento de Yeshua? Quando comecei a
montar o CTDP, fui dando mais importância a vida e práticas de Yeshua, assim como
podemos ver Yeshua ter o costume de ir a Sinagoga aos Sábados (Lucas 4:16). Yeshua e
seus pais tinham o costume de ir a Jerusalém em Pessach (Páscoa). Isso na data judaica
(Lucas 2:41). Yeshua afirmou que se não acreditar em Moshé também não acreditarão
naquilo que ele diz (João 5:47).
Percebi que o Eterno queria me levar mais além, mais conhecimento, mais
entendimento. Depois de terminar o Bacharel no CATES, um de nossos achim (irmãos)
Victor Gouveia (Ya’akov) me apresenta um grande e abençoado Rabino, Rabino Bonney
Cassady. Rabino Bonney me oferece um curso de mestrado, o mais importante,
totalmente de graça. Porque mais importante? Eu não o conhecia e toda pessoa mal
intencionada sempre que tirar proveito, é muito difícil uma pessoa se doar para você e
sem pedir nada em troca. Isso me mostrou que ele era um homem sério, e na medida
que fomos nos conhecemos percebi que realmente ele é um homem que teme a D’us e
leva muita a sério o que faz. Já são mais de 4 anos que nos conhecemos e somos grandes
amigos. Pude terminar o Mestrado. Éramos mais de 11 alunos e o Rabino Bonney me
chama e diz que eu e mais dois alunos seríamos ordenados a Rabino.
Logo após conhecer o Rabino Bonney, também me foi apresentado o Rabino Chesky
Gotlieb, filho do Amado Tsadik e Rabino Yehuda Gotlieb que está na Inglaterra. Chesky
também tem um chamado de Mohel, rabino que faz Brit Milá (circuncisão). Dessa forma
nossa contato o trouxe aqui onde também pude fazer essa parte de meu retorno as
minhas raízes familiar e de fé judaica. Fiz minha Brit aos 50 anos, e logo também em
meus filhos conforme o mandamento dado pelo Eterno ao Seu povo.
Preparei um estudo completo sobre Brit Milá no contexto da Brit HaChadashá, pelas
palavras do Rabino Sha’ul, tanto aos Efésios como aos Colossenses, assim como em Atos
21. Nesse estudo aprendi que toda carta aos Gálatas quanto a Brit Milá, que se traduz
como circuncisão porém é uma Aliança com a Palavra, Sha’ul está tratando um problema
que está escrito em Atos 15:1. Homens que tinham feito Brit estavam ensinando que
sem a Brit não haveria salvação. Que grande erro. Brit é uma aliança com um povo, não
tem nenhuma relação com salvação, isso anularia a obra redentora dada pelo Eterno
aos homens através do Messias.
Aprender a Torá, a vontade de D’us, conhecer a D’us e continuar em conhecê-lo é algo
contínuo, nunca termina. Dessa forma continuo a busca em conhecê-lo e a praticar cada
conhecimento pois o judaísmo não é apenas uma religião mas um estilo de vida onde
em tudo o Eterno, D’us de Israel deve ser glorificado.
“Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória
de Deus.” 1 Coríntios 10:31

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