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Disserte, com base nos autores Dinizar Becker (2003) e Dallabrida (2003, e no

documentário “Globalização Milton Santos - O mundo global visto do lado de cá”,


sobre a dinâmica do desenvolvimento contemporâneo no contexto da
globalização que se reflete de forma desigual e contraditória no desenvolvimento
regional e territorial, que se expressa em regiões ativas e regiões passivas,
regiões ganhadoras e regiões perdedoras.
Aluna: Núbia Fritz
O espaço é uma realidade relacional, pois é constituído de coisas e
relações juntas, e essas coisas e relações estão intimamente ligadas, já que são as
relações que se metamorfoseiam nos objetos, e os preenche e anima, assim cada
forma ou objeto possui conteúdo. Nesse sentido, o espaço se coloca como condição
de existência da sociedade que é o ser (SANTOS, 2014). “A região, pode ser
definida como o lócus de determinadas funções da sociedade total. É a dimensão
espacial das especificações sociais em uma totalidade espaço-temporal” (BECKER,
DALLABRIDA 2003a, p.177). Já o território pode ser entendido como portador de
fixos e espaço de governança, onde impera a propriedade privada e se consolida os
espaços relacionais, ao mesmo tempo que enquanto conceito, não se limita a
ciência, mas pertence ao campo da política, assim sua forma imaterial contribui para
a manutenção do controle e do domínio pois também é formado por diferentes
ideologias (FERNANDES, 2008).
Dessa forma, o sobre o espaço, a região e o território, o desenvolvimento
capitalista parte de um ciclo de processos contraditórios, no qual sempre as rever ao
mesmo tempo que as nega. Nega a forma humana e a natureza, e transforma em
mercadoria, dinheiro e recursos financeiros. Transforma sua mercadoria em capital
(BECKER, 2003b). Altera o conceito de desenvolvimento regional e territorial, como
território/ região da nação, um espaço de governança que contribui para a
subalternidade entre os diferentes tipos de territórios e suas regiões (FERNANDES,
2008), assim o estado possui função primordial, pois é mediador entre o movimento
econômico e o contra movimento social (BECKER, 2003b).
Distintos processos de desenvolvimento regionais podem estar
relacionados a transnacionalização dos espaços econômicos (globalização) e a
regionalização dos espaços sociais (localização), uma reação socioambiental do
desenvolvimento (BECKER, 2003b). É necessário então perceber, que o território é
uma totalidade, mas também é multidimensional, sendo constantes as disputas
territoriais e em todas as dimensões. E é justamente o sentido de disputa que está
na essência do território (FERNANDES, 2008). Então a esfera política se coloca
como agente administrativo, responsável por organizar os agentes regionais, e sua
capacidade ou incapacidade para fazer tal coisa, resultará em uma reação passiva
ou ativa da região (BECKER, 2003b).
Na dinâmica do desenvolvimento contemporâneo as empresas
multinacionais organizam e reorganizam as regiões conforme as vantagens de
mercado e seus recursos, igualmente, inserem uma região de forma provisória e
temporária numa lógica internacional, promovendo uma rotatividade entre as regiões
e gerando competitividade, na briga por um lugar ao sol, na dinâmica e fluxos global.
Se os agentes regionais não conseguem integrar os diferentes interesses locais,
tem-se um projeto que não é original e não reflete os interesses locais, traduzindo-se
em uma reação passiva que aborta os interesses socioambientais e submissão dos
agentes do desenvolvimento local, as ações e planos da dinâmica global, abrindo
caminhos aos conglomerados transnacionais. A reação ativa, seria justamente a
integração desses interesses socioambiental regional com os interesses locais,
resultante da organização social (BECKER, 2003b).
Desta forma mesmo regiões próximas com vantagens e deficiências
iguais, tem respostas diferentes ao desempenho econômico, e isso pode estar
relacionado a aplicação de políticas de desenvolvimento que possuem pouca ou
nenhuma eficácia, desorganização social e ausência de liderança, sendo necessário
uma ação mais funcional para nortear o desenvolvimento. Dentro disso seria
importante, desenvolver a confiança e a cooperação, criar coalizações políticas e
também desenvolver cooperação inter-regional (BECKER, DALLABRIDA, 2003a).
Isso, em paralelo ao movimento que considera a responsabilidade partilhada, o
exercício da cidadania e participação dos cidadãos, na garantia de um
desenvolvimento sustentado da região.

Referencias
BECKER, Dinizar F.; WIRRMANN, Milton Luiz (orgs). Desenvolvimento Regional:
abordagens interdisciplinares. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2003.
DALLABRIDA,  Valdir Roque; BECKER, Dinizar F. Dinâmica territorial do
desenvolvimento. In:  BECKER, Dinizar F.; WIRRMANN, Milton Luiz
(orgs). Desenvolvimento Regional: abordagens interdisciplinares. Santa Cruz do
Sul: EDUNISC, 2003.
Documentário:  "Globalização Milton Santos - O mundo global visto do lado de cá."
https://www.youtube.com/watch?v=-UUB5DW_mnM. Acessado em: 03 de maio de
2021.
SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo: Edusp, 2014, 6
ed.

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