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Centro de Artes
Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo
Vitória, 2022
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
1.3. TEIA DOS POVOS: LUTA POR TERRITÓRIO PELA VIA DA AUTONOMIA
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO
TEMA
Movimentos socioterritoriais e a luta por terra e território pela via da autonomia popular.
OBJETO DE ESTUDO
O processo de ocupação-reterritorialização do Assentamento Terra Vista do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
METODOLOGIA
Revisão bibliográfica e discussão conceitual: espaço, território, movimentos socioterritoriais, ciclo TDR e autonomia. Objeto de estudo: reflexão entre as
categorias analíticas estudadas e os fundamentos e perspectivas dos sujeitos e movimentos socioterritoriais selecionados acerca da terra e da produção
do território pela via da autonomia, a partir da leitura do livro Por terra e território: caminhos da revolução dos povos no Brasil (2021) e da análise
descritiva sobre o processo de reterritorialização do Assentamento Terra Vista, Arataca – BA.
VINCULAÇÃO TEMÁTICA
(iii) a ineficácia de estratégias de participação do habitante em processos decisionais de produção social do território.
1. ESPAÇO, TERRITÓRIO E OS MOVIMENTOS SOCIOTERRITORIAIS
1.3. TEIA DOS POVOS: LUTA POR TERRITÓRIO PELA VIA DA AUTONOMIA
Por terra e território: os caminhos da revolução dos povos do Brasil (2021)
• Crises do capitalismo + catástrofe ecológica + insatisfação com o Estado: “[...] nosso caminho,
portanto, é [a luta pela terra e pela reforma agrária] por meio da autonomia e da construção de
territórios gerando poder desde baixo, com a tomada de meios de produção [quer dizer, a terra]”
(FERREIRA e FELÍCIO, 2021, p.30)
• “[...] passamos de uma luta para obter um pedação de terra para a concepção de lutar para
construir um território. [...] Quando pensamos território, não estamos falando de um quadrado ou
de uma demarcação com determinado aspecto. Estamos falando de um lugar cheio de símbolos de
pertencimento alicerçados na abundância da vida. [...] O que queremos são territórios, lugares com
vida, com comunidade, onde rios, matas, animais, poços, nascentes, tudo possa ser respeitado e
cuidado” [...]
• “É fundamental que o próprio povo conquiste as terras porque é da luta que nasce todo o
simbolismo que transformará a terra em território. E, como temos consciência que muita terra
também foi desterritorializada [“desterritorialização ecológica”] pela devastação do agronegócio,
mineração etc., sabemos que teremos um trabalho de cuidado para torná-la um território
novamente” (FERREIRA e FELÍCIO, 2021, p.43-44)
1. ESPAÇO, TERRITÓRIO E OS MOVIMENTOS SOCIOTERRITORIAIS
1.3. TEIA DOS POVOS: LUTA POR TERRITÓRIO PELA VIA DA AUTONOMIA
Autonomia e Território
• ESCOBAR (2016, p.225): “não podemos viver a autonomia sem um território”, ainda que não haja
“autonomia absoluta”, devido às conflitualidades dos territórios
• Conceito de autopoiesis dos biólogos Humberto Maturana e Francisco Varela (1970): “[...] de fato,
a chave para a autonomia é que um sistema vivo encontre seu caminho em direção ao momento
seguinte atuando adequadamente a partir de seus próprios recursos” (VARELA apud ESCOBAR,
2016, p.192), e, nesse sentido, “[...] a autonomia é a chave da autopoiesis ou auto-criação dos
sistemas vivos” (ESCOBAR, 2016, p.29)
• “Dessa forma, a autonomia descreve situações em que as comunidades se relacionam entre si e
com outros (o Estado, por exemplo) mediante o acoplamento estrutural com a conservação da
autopoiesis da comunidade” (ESCOBAR, 2016, p.198)
• “Frequentemente, a autonomia possui uma dimensão decididamente territorial e baseada no
lugar. Deriva-se de e re-constrói territórios de resistência e diferença, [...] aplicando-se a zonas
rurais, urbanas, de bosques e selvas, e a todo tipo de território em diferentes maneiras”
(ESCOBAR, 2016, p.200)
2. ASSENTAMENTO TERRA VISTA, ARATACA – BA
*A Bahia possui os biomas: Caatinga, Mata Atlântica, Manguezal (ecossistema associado à Mata Atlântica) e Cerrado
Fonte: https://mst.org.br/nossa-historia/84-86/.
Fonte: https://mapadaagroecologia.org/locais/assentamento-terra-vista-mst?locale=pt-BR.
Fonte: FERREIRA, 2019.
Fonte: elaboração própria a partir do Google Earth.
Fonte: elaboração própria a partir do Google Earth.
Fonte: https://mapadaagroecologia.org/locais/assentamento-terra-vista-mst?locale=pt-BR.
Fonte: elaboração própria a partir do Google Earth.
2. MOVIMENTOS SOCIOTERRITORIAIS E A LUTA POR TERRA E TERRITÓRIO
Fonte: https://mst.org.br/2017/10/24/a-luta-pela-educacao-no-assentamento-terra-vista/
Fonte: https://mst.org.br/2017/10/24/a-luta-pela-educacao-no-assentamento-terra-vista/
Turma do curso técnico em agropecuária no assentamento Terra Vista
Fonte: https://mst.org.br/2017/10/24/a-luta-pela-educacao-no-assentamento-terra-vista/
Fonte: https://teiadospovos.org/assentamento-terra-vista-30-anos-de-conquistas/
Fonte: https://jornadadeagroecologiadabahia.blogspot.com/2013/12/conheca-o-assentamento-terra-vista.html.
1998 2014
Fonte: https://www.facebook.com/469164093201675/photos/pcb.646122522172497/646117042173045/?type=3&theater.
Fonte: https://www.facebook.com/469164093201675/photos/pcb.646122522172497/646116885506394/?type=3&theater.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
• Brasil: possui enorme concentração fundiária e em que, ao mesmo tempo, cerca de 70% da produção interna consumida no país vem da agricultura
familiar, embora as políticas agrícolas tenham historicamente favorecido os grandes latifundiários, bem como explorado de forma exaustiva os bens
naturais com o uso da monocultura, o uso de agrotóxicos, o desmatamento e as queimadas
• “padrão extrativista do capitalismo de acumulação por despossessão” (HARVEY apud HAESBAERT, 2021, p.157)
• “La industrialización, la homologación y la reducción de la complejidad del paisaje agrario (incluyendo las especies y los cultivos) inducen progresivamente la pérdida
de la sabiduría ambiental, la reducción de la fertilidad de los suelos y la generación de impactos ambientales, dejando la reproducción del territorio en manos de los
grandes sistemas tecnológicos y funcionales” (MAGNAGHI, 2011, p.61)
• “La degradación del territorio comprende la degradación ambiental, pero se refiere también a la degradación del territorio construido y a la degradación social, que
es consecuencia de ambas” (MAGNAGHI, 2011, p.92)
• Relevância das relações socioespaciais construídas nas ocupações de terra pelos movimentos socioterritoriais, por exemplo, no Assentamento Terra
Vista (MST), que tem buscado construir abordagens alternativas às crises econômicas, ecológicas e socioambientais atuais — e, dessa forma, na
construção de territórios alternativos pela via da autonomia popular —, assim como a constituição de redes de luta (Teia dos Povos) em nível mais
amplo, compondo aquilo que Haesbaert (2012b, p.123) denomina redes de solidariedade, em oposição às redes des-territorializantes do modo de
produção capitalista e do mercado liberal
• “O território se torna, assim, antes de tudo, território de vida para grupos cuja existência, conjugada ao mundo de outros seres, como os animais [e outros terranos],
se deve a essa relação indissociável com seus espaços de vivência cotidiana, rompendo, à sua maneira, com a visão dicotômica entre matéria e espírito, [e
principalmente entre] natureza e sociedade” (HAESBAERT 2021, p.204)
REFERÊNCIAS
LIVROS
ESCOBAR, Arturo. Autonomía y diseño: la realización de lo comunal. Popayán: Universidad del Cauca. Sello Editorial, 2016.
FERREIRA, Joelson. FELÍCIO, Erahsto. Por terra e território: caminhos da revolução dos povos no Brasil. prefácio de TünyCwe Wazahi
Tremembé (Rosa Tremembé). Arataca, BA: Teia dos Povos, 2021.
HAESBAERT, Rogério. O mito da desterritorialização: do fim dos territórios à multiterritorialidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
2012a.
HAESBAERT, Rogério. Território e descolonialidade: sobre o giro (multi)territorial/de(s)colonial na América Latina. Ciudad Autónoma
de Buenos Aires: CLACSO; Niterói: Programa de Pós-Graduação em Geografia; UFF, 2021.
MAGNAGHI, Alberto. El proyecto local: hacia una conciencia del lugar. Barcelona: Edicions UPC, 2011.
RAFFESTIN, Claude. Por uma geografia do poder. São Paulo: Ática, 1993.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 4. ed. São Paulo: Ed. USP, 2006.
REFERÊNCIAS
ARTIGOS – PERIÓDICOS
FERNANDES, Bernardo Mançano. Movimentos socioterritoriais e movimentos socioespaciais: contribuição teórica para uma leitura
geográfica dos movimentos sociais. Revista NERA, Presidente Prudente, n. 6, jan./jul. 2005. pp. 14-34.
FERREIRA, Mateus Silva. Luta pela terra e inserção da Agroecologia no assentamento Terra Vista - BA, Revista Fitos, Rio de Janeiro,
2019; Suplemento. 49-52. Doi: 10.17648/2446-4775.2019.773.
HALVORSEN, Sam. FERNANDES, Bernardo Mançano. TORRES, Fernanda Valeria. Movimentos socioterritoriais em perspectiva
comparada. Revista NERA, Presidente Prudente, v. 24, n. 57, 2021. pp. 24-53.
OLIVEIRA, Francisco Vilas Bomfim de. SABIONI, Sayonara Cotrim. Produção de alimentos agroecológicos no Assentamento Terra Vista,
Arataca-BA. In: SOUZA, Carla da Silva. SABIONI, Sayonara Cotrim. LIMA, Francisco de Souza (Orgs.). Agroecologia: métodos e técnicas
para uma agricultura sustentável - Volume 1. Guarujá, SP: Científica Digital, 2021. pp. 97-117.
RAFFESTIN, Claude. A produção das estruturas territoriais e sua representação. In: SAQUET, Marcos Aurélio. SPOSITO, Eliseu Savério
(Orgs.). Territórios e territorialidades: teorias, processos e conflitos. 1ª ed. São Paulo, Expressão Popular: UNESP Programa de
Pós-Graduação em Geografia, 2008. pp. 17-35.
REFERÊNCIAS
ENDEREÇOS ELETRÔNICOS
*As imagens não referenciadas foram retiradas dos respectivos sites oficiais acima citados.
Manter em pé o que resta não basta
Que alguém vira derrubar o que resta
O jeito é convencer quem devasta
A respeitar a floresta
Manter em pé o que resta não basta
Que a motosserra voraz faz a festa
O jeito é compreender que já basta
E replantar a floresta
OBRIGADO
Mário Victor Marques Margotto
Doutorando — PPGAU-UFES
mvmmargotto@gmail.com