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Universidade Politécnica – A Politécnica Instituto Superior de

Humanidades e Ciências Tecnológicas - ISHCT

Curso de Engenharia Informática e Telecomunicação

O futuro do capitalismo

Grupo 3

Quelimane
2022
Leonel Correia
Emmerson Da Silva
Heliodoro Betinho

O futuro do capitalismo

Trabalho de carácter avaliativo a ser


entregue no Departamento de Ciências
Naturais e Matemática orientado pelo
docente da cadeira de História das Ideias
Económica do Pensamento
Contemporâneo,

Docente: Lic. Adriano Uaeiaca

Quelimane

2022

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Índice
1.Introdução...........................................................................................................................................4

2. Objectivos..........................................................................................................................................4

3. Geral...................................................................................................................................................4

4. Específicos.........................................................................................................................................4

5. Metodoligia........................................................................................................................................4

6.O FUTURO DO CAPITALISMO.......................................................................................................5

7.Os modelos do crescimento a longo prazo..........................................................................................9

8.Modelos de crescimento......................................................................................................................9

9.Roy Forbes Harrod (1900-1978).......................................................................................................10

10.Evsey David Domar (1914-1997)....................................................................................................10

11.Os recentes desenvolvimentos do pensamento económico na União Soviética...............................12

12.Economia na União Soviética..........................................................................................................12

13.Conclusão........................................................................................................................................15

14.Bibliografia.....................................................................................................................................16

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1.0. Introdução

Este trabalho pretende os conceitos fundamentais do futuro capitalista associado aos modelos
do crescimento e económia na União Soviética.
Começam-se por distinguir as várias formas do capitalismo, dentro das quais se salientam os
modelos do crescimento e economia na União Soviética.

1.1. Objectivos

1.1.1. Geral

 Conhecer o futuro do capitalismo

1.1.2. Específicos

 Compreender;
 Descrever os modelos do crescimento;
 Identificar os principais desenvolvimentos na económia na União Soviética.

1.2. Metodoligia

O presente trabalho foi elaborado com base a pesquisa bibliográfica realizadas em


vários artigos, e manuais de económia, respeitando-se os procedimentos da natureza da
pesquisa. Quanto à sua tipologia é qualitativa, onde o pesquisador procura reduzir a distância
entre a teoria e os dados, entre o contexto e a acção, usando a lógica da análise
fenomenológica, isto é, da compreensão dos fenómenos pela sua descrição e interpretação
(Teixeira, 2000, p, 124).

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2.0. O FUTURO DO CAPITALISMO

2.1. Conceito do capitalismo

Capitalismo é um sistema econômico baseado na propriedade privada dos meios de


produção e sua operação com fins lucrativos. As características centrais deste sistema
incluem, além da propriedade privada, a acumulação de capital, o trabalho assalariado, a troca
voluntária, um sistema de preços e mercados competitivos.

O capitalismo sendo um sistema econômico tem o seu principal objetivo se dá pela obtenção
do lucro e da proteção da propriedade privada. O acúmulo de capital, tanto pelos governos
quanto pelos indivíduos, é representado na forma de bens e dinheiro.

2.1.1. Como Marx explica a origem do capitalismo?

A primeira foi elaborada por Marx, para quem o capitalismo é fundamentalmente causado por
condições históricas e econômicas. O capitalismo para Marx é um determinado modo de
produção cujos meios estão nas mãos dos capitalistas, que constituem uma classe distinta da
sociedade.

2.1.2. Origem do capitalismo e fim do feudalismo

A origem do capitalismo está relacionada com a formação, ainda na sociedade feudal,


do trabalho assalariado e das grandes rotas comerciais.

A origem do capitalismo pode ser encontrada no processo de desintegração do


chamado feudalismo. A transformação dos camponeses em trabalhadores assalariados, a
retirada dos meios de produção desses últimos (ferramentas einstrumentos agrícolas, terras
etc.), a formação de uma classe burguesa e o desenvolvimento do comércio estão entre as
causas originárias do capitalismo.

Uma das principais características do feudalismo, enquanto regime de exploração, era


a apropriação direta, pelo senhor (o aristocrata, o nobre), do produto excedente do trabalho
dos camponeses. Estes tinham suas ferramentas e trabalhavam nas terras do senhor ou em
pequenos lotes para sua subsistência. A exploração consistia no recebimento pelo senhor de
parte da produção realizada pelo camponês, seja em espécie ou em trabalho nas terras do

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senhor. Esse excedente era consumido pelos senhores ou vendidos, quando não eram
consumidos.

As características principais do capitalismo são a propriedade dos meios de produção


detida por uma classe social, a burguesia, e a exploração do tempo de trabalho do trabalhador
assalariado. Essa exploração é fundada na utilização da capacidade de trabalho, na força de
trabalho, durante um determinado período de tempo em troca de um salário. O salário teria
um valor menor do que o valor produzido pelo trabalhador durante sua jornada de trabalho.

2.1.3. Surgimento

O capitalismo financeiro se inicia no século XX, depois do final da Segunda Guerra


Mundial. Essa nova fase tem seu início quando bancos e empresas se unem para obter maiores
lucros. É nesse momento que surgem as empresas multinacionais e transnacionais, e se
fortalecem as práticas monopolistas.

Adam Smith foi um defensor dessa liberdade e acreditava que ela serviria para
autorregular a sociedade. O capitalismo também se refere a acumulação de capital, um passo
essencial para alcançar a independência financeira. Paul Collier é um economista britânico de
desenvolvimento que atua como professor de economia e políticas públicas na Blavatnik
School of Government e diretor do International Growth Centre. Atualmente é professor
convidado na Sciences Po e professoral Fellow do St Antony's College, Oxford. Nascimento:
23 de abril de 1949 (idade 73 anos), formação: Universidade Oxford, King Edward VII -
Upper School

Em uma sociedade capitalista o que interessa ao detentor do capital é a busca por


maiores taxas de lucro. A taxa de lucro é a chave através da qual os capitalistas podem levar
avante seu objetivo de acumulação de capital. Porém, quanto mais se desenvolve a
acumulação de capital é mais dificultoso para os capitalistas obterem taxas de lucro em nível
desejado para continuar o processo de acumulação. A taxa de lucro, sendo a meta da produção
capitalista, sua contínua queda, como vem acontecendo, aparece como uma ameaça para o
processo de produção capitalista.

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A tendência decrescente das taxas de lucro no sistema capitalista mundial mostra o
caráter histórico, transitório do modo de produção capitalista e o conflito que se estabelece
com as possibilidades de continuar seu desenvolvimento. Karl Marx estava certo quando
previu em O Capital que a taxa de lucro tenderá a cair no longo prazo, década após década.
Não só haverá altos e baixos em cada ciclo de “boom” e crise, mas também haverá uma
tendência à queda no longo prazo, tornando cada “boom” mais curto e cada queda mais
profunda. Assim, as bases da teoria de Marx sobre a tendência decrescente das taxas de lucro
do sistema capitalista mundial estão sendo confirmadas (MARX, Karl. O Capital. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 1999).

Outra tendência que se manifesta também com a evolução do sistema capitalista


mundial é a do declínio nas taxas de crescimento do PIB da economia mundial. A economia
mundial mostra evidente declínio no PIB de 1980 a 2016. À exceção da China e da Índia, o
PIB dos demais países apresenta declínio ou estagnação econômica. Além da estagnação
econômica que atinge a União Europeia e o Japão, os Estados Unidos apresentam parcos
sinais de recuperação após a crise mundial de 2008 e a China mostra sinais evidentes de
desaceleração. Paira no ar uma síndrome econômica desintegradora. Trata-se do atual
endividamento insuportável dos Estados soberanos da Europa, do Japão e dos Estados
Unidos.

Segundo Eric Hobsbawn, a crise mundial de 2008 foi pior do que a de 1929-1933,
porque é absolutamente global. O sistema financeiro internacional já não funciona mais. Um
fato indiscutível é que haverá depressão que durará muitos anos. Não há volta atrás para o
mercado absoluto que regeu os últimos 40 anos, desde a década de 1970. A crise global que
começou em 2008 é, para a economia de mercado, equivalente ao que foi a queda do Muro de
Berlim em 1989 em relação à economia socialista. Além disso, esta depressão pode levar a
um novo sistema econômico mundial. Há que se redesenhar tudo em direção ao futuro
(REVISTA “EL VIEJO TOPO”. En la tercera crisis. Entrevista a Eric J. Hobsbawn.
Disponível no website <www.elviejotopo.com>, 2009).

Diante da inexorável tendência da queda da taxa de lucro no sistema capitalista


mundial, têm sido adotadas ações neutralizadoras visando sua reversão. A primeira tendência
neutralizadora da queda das taxas de lucro explicada por Marx em O Capital é uma mais

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intensa exploração do trabalho. Isto tem acontecido em escala massiva desde a década de
1990 com a escalada do neoliberalismo no mundo no qual a parte do rendimento nacional que
vai para os salários caiu aos seus níveis mais baixos desde que estes registros começaram a
ser feitos depois da II Guerra Mundial. Além disso, a jornada de trabalho foi aumentada em
todos os países do mundo nos últimos anos. A classe trabalhadora está sendo pressionada,
também, pela introdução do trabalho em tempo parcial, pela produção “just-in-time”, pelos
contratos de período curto, e outras medidas regressivas para aumentar a exploração da classe
trabalhadora.

A queda dos salários abaixo de seu valor é uma das ações adotadas para
contrabalançar uma taxa de lucro cadente. O excesso relativo da população economicamente
ativa é outro fator neutralizador da queda das taxas de lucro. O desemprego em massa em
todo o mundo, que agora se tornou uma característica permanente, está servindo para rebaixar
os níveis salariais e para baratear o custo da força de trabalho além de aumentar o tempo de
trabalho excedente, isto é, a mais-valia para os capitalistas. A redução dos “custos salariais” é
a principal característica nos últimos anos, enquanto os capitalistas buscavam elevar seus
lucros. O investimento de capital em países estrangeiros de baixo custo da mão de obra rende
também uma mais elevada taxa de lucro. A liberalização do mercado dos países capitalistas
periféricos e semiperiféricos, incluindo a privatização dos serviços públicos básicos, também
abriu possibilidades para novos investimentos, e todos eles permitiram neutralizar a tendência
de queda da taxa de lucro.

É oportuno observar que as crises sucessivas que afetam o sistema capitalista podem
neutralizar a tendência de queda da taxa de lucro porque ao levar alguns capitalistas à ruína,
as crises podem permitir uma recuperação dos lucros à custa de outros capitalistas. Os meios
de produção dos capitalistas arruinados podem ser comprados por outros capitalistas a preços
de liquidação, o valor das matérias-primas cairá e o desemprego obrigará os trabalhadores a
aceitarem salários mais baixos. A produção voltaria a ser rentável e a acumulação de capital
se reiniciaria. Dessa forma, pode haver períodos longos, mesmo décadas, em que a tendência
da taxa de lucro a cair é cancelada pelas ações neutralizadoras acima citadas. Estas podem
deter todo o processo e mesmo revertê-lo, mas não indefinidamente. Eventualmente, esta
tendência de queda irá se reafirmar e agir como uma barreira ao desenvolvimento do
capitalismo.

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A intervenção do Estado é também uma arma utilizada para neutralizar a tendência de
queda das taxas de lucro do sistema capitalista mundial ao evitar os primeiros sintomas da
crise que se desenvolvam na direção de um colapso absoluto, mas, também, obstruir a
capacidade de alguns capitalistas para que restabeleçam suas taxas de lucros à custa de outros.
Isto é o que está acontecendo no sistema capitalista mundial após a crise global de 2008. Os
governos nacionais intervieram para evitar a ameaça de grandes quebras. Mas, ao fazê-lo,
impediram que a reestruturação do sistema capitalista fosse suficiente para superar as pressões
que haviam causado a ameaça de falências. Em síntese, é importante reconhecer que o sistema
capitalista somente tem conseguido sobreviver devido às suas crises recorrentes, à exploração
da classe trabalhadora, aos investimentos em países periféricos e semiperiféricos, à
intervenção do Estado sobre a economia e às grandes somas de capital desviadas para o gasto
improdutivo pelo Estado.

Diante dos problemas enfrentados pelo capitalismo com a tendência de declínio em


suas taxas de lucro no desenvolvimento da atividade produtiva, a maior parte do capital
disponível tem sido destinada aos investimentos em aplicações financeiras. Em consequência,
os capitalistas desenvolveram uma gigantesca financeirização da economia funcionando
meramente por considerações especulativas. Mas a financeirização da economia está limitada,
entretanto, pela economia real produtiva que é a que gera riqueza. Em outras palavras, o
capital financeiro ou fictício que não gera riqueza não pode se tornar autônomo em relação ao
capital produtivo. Os principais condutores do capital fictício são os títulos de dívida pública,
os títulos de dívida de qualquer natureza, as ações negociadas nas bolsas e a própria moeda de
crédito emitida pelos bancos sem um lastro nos depósitos respectivos.

Segundo François Chesnais, nenhum outro setor da economia pode ostentar taxas de
retorno tão elevadas, nem mesmo qualquer uma das maiores empresas do setor produtivo
pode sequer igualar os lucros recordes do sistema financeiro. Em decorrência de seus vínculos
com as demais formas concretas do capital, ao esbarrar com as crises dos setores produtivos e
comerciais, o capital financeiro também acaba por sofrer as consequências de seus colapsos e
vice-versa. Trata-se, pois, de uma simbiose explosiva. Por conseguinte, a dominação do
capital financeiro, que se acha, por sua vez, dominado pelo fetiche do lucro imediato, é
dependente da produção de mercadorias e das contradições resultantes da extração do lucro e

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de sua repartição entre as frações do capital no processo permanente e infinito da busca pela
valorização do capital como motor da acumulação (CHESNAIS, François. Les dettes
illégitime. Quand les banques font main basse sur les politiques publiques. Paris: Editions
Raisons d´agir, 2011).

O avanço tecnológico em curso baseado na inteligência artificial impactará


negativamente sobre o mundo do trabalho porque poderá levar ao fim do emprego e a
consequente queda na demanda de bens e serviços colocando, também, em xeque o
capitalismo como sistema mundial. Isto significa dizer que o avanço científico e tecnológico
poderá levar o sistema econômico atual ao colapso apontando a necessidade da invenção de
um novo sistema econômico. Não será certamente no capitalismo que o mundo poderá
conciliar as maravilhas da ciência e da tecnologia com o fim do emprego. Outro sistema
econômico terá que ser inventado no qual a ciência e a tecnologia atuarão como libertadoras
da humanidade dos fardos do trabalho e de fomento ao progresso econômico e social.

Apesar de todos os artifícios para neutralizar a tendência da queda das taxas de lucro
do sistema capitalista mundial e do avanço tecnológico não impedirá sua derrocada porque o
custo político e social seria imenso para a humanidade com a sua manutenção. Antes de seu
colapso no século 21, o sistema capitalista mundial será arruinado pela depressão econômica
durante muitos anos gerando em sua escalada a falência de muitas empresas, o desemprego
em massa em escala planetária, a inviabilização econômica dos extremamente endividados
Estados nacionais e a rebelião das massas em todo o mundo.

2.1.4. Os modelos do crescimento a longo prazo

2.1.5. Modelos de crescimento


A discussão sobre os problemas do crescimento e do desenvolvimento está presente
nas obras dos fundadores da economia clássica, assim como na dos seus críticos mais
importantes. A riqueza das nações, de Smith, poderia ser apresentada como uma
“investigação sobre a natureza e as causas” do progresso. Ricardo trata da teoria do
desenvolvimento econômico no Principles of political economy and taxation, por exemplo, ao
desenvolver sua teoria dos custos relativos, conhecida hoje como teoria das vantagens

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comparativas. Mill também aborda o assunto em seu Principles, assim como Marx, em O
capital.
Os marginalistas e neoclássicos praticamente não acrescentaram nenhuma
contribuição digna de nota a esse campo dos estudos econômicos. A convicção no equilíbrio
estático afastou os adeptos desse postulado do campo de investigação dos fenômenos relativos
à mudança de estado dos sistemas econômicos.
Dessa forma, a teoria não tinha como responder satisfatoriamente aos problemas da
crise e do desenvolvimento. A crise, e mesmo os profundos e prolongados desequilíbrios,
como a crise de 1929, era encarada como uma situação transitória, um estágio na trajetória do
equilíbrio. O crescimento e o desenvolvimento, por sua vez, eram reconhecidos pelo próprio
Marshall como objetos de estudo inadequados à sua teoria, em virtude da natureza
essencialmente dinâmica desses processos. Esses temas vinham sendo abordados
principalmente pelos adeptos das escolas Histórica e Institucionalista e por aqueles que se
encontravam no raio de influência do pensamento marxista e da teoria dos ciclos econômicos.

Por modelo, devemos entender uma representação matemática de aspectos da


realidade, submetida a algumas restrições, composta de variáveis de comportamento
previsível e articulada por relações e influências recíprocas. No caso dos modelos de
crescimento, eles pretendem representar o comportamento de aspectos do sistema econômico,
as mudanças em seu estado (evolução), os fatores que determinam as transformações e de que
maneira é possível interferir na direção e no ritmo dessa evolução. Em geral, os mais simples
apresentam as noções mais importantes sobre o funcionamento do sistema econômico. Apesar
da simplicidade, uma vez que demonstrem alguma eficácia, é possível relaxar algumas
hipóteses e restrições iniciais e agregar-se formulações matemáticas mais sofisticadas para se
obter uma representação mais fi el à realidade.

2.1.6. Roy Forbes Harrod (1900-1978)

Um dos responsáveis pela elaboração do modelo Harrod-Domar, Roy Forbes Harrod


iniciou sua carreira como professor na prestigiosa Escola de Política, Filosofia e Economia de
Oxford. Durante um período de estudos que passou no King’s College, em Cambridge, travou

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contato com Keynes, tornando-se seu colaborador próximo e, posteriormente, seu biógrafo
oficial.

No retorno a Oxford, assumiu as funções de administrador e professor da Christ


Church College até se aposentar, em 1967. Foi precursor de muitas ideias que mais tarde
foram desenvolvidas por Joan Robinson, Samuelson, Hicks e Armen Alchian. Sua
contribuição mais conhecida foi a proposição de um modelo de crescimento inspirado em
Keynes, apresentado no artigo An essay in dynamic theory, publicado em 1939. Em 1947,
realizou uma série de palestras na Universidade de Londres, divulgando suas ideias, reunidas
no ano seguinte no livro Towards a dynamic economy. Entre suas obras mais conhecidas,
podemos destacar: International economics, de 1933; Th e life of John Maynard Keynes, de
1951; Policy against infl ation, de 1958; Towards a new economic policy, de 1967.

2.2. Evsey David Domar (1914-1997)


Economista e matemático, Evsey David Domar nasceu em Lodz (Polônia) e emigrou
para os Estados Unidos em 1936. Graduou-se na UCLA, obteve dois mestrados, um na
Universidade de Michigan e outro em Harvard, onde se doutorou em 1947. Ingressou no MIT
como professor visitante, e 1957, tornou-se titular em 1958 e se aposentou em 1984. Adepto
das teorias de Keynes, expôs suas ideias sobre o tema do crescimento econômico no artigo
Capital expansion, rate of growth and employment, de 1940, e as desenvolveu posteriormente
em Expansion and employment, de 1946, e no livro Essays in the theory of economic growth,
em 1957.
O modelo Harrod-Domar é uma síntese dos estudos desses dois economistas inspirada
nas teorias de Keynes, que procura concretizar as análises sobre o pleno emprego, o
crescimento econômico equilibrado e as variações na renda.
No artigo de 1939, Harrod formulou um modelo no qual o crescimento equilibrado da
economia, num determinado período de tempo, dependia da manutenção da igualdade entre a
taxa de poupança e a de investimento. Domar defendeu, no ano seguinte, que a única garantia
do pleno emprego era um crescimento econômico equilibrado, e este só poderia ser atingido
se as taxas de investimento e de poupança fossem iguais (como defendia Harrod) e a taxa de
crescimento da renda se mantivesse igual à do crescimento da capacidade produtiva.
O modelo parte de uma série de postulados de origem keynesiana. Entre os mais
importantes, destaca-se o que afirma que a oferta total é igual ao produto do estoque de
capital pela relação capital-produto (quantidade de capital necessária para produzir uma
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unidade de produto); que a poupança total corresponde a uma percentagem da renda total e
que a poupança total se torna investimento e é agregado ao estoque de capital no período
seguinte.
Como o aumento da capacidade produtiva decorrente do investimento altera as
condições de equilíbrio do sistema econômico, para o crescimento ocorrer de forma
equilibrada, é necessário que a demanda agregada cresça segundo a mesma taxa de
crescimento da capacidade produtiva da economia. Essa taxa, conforme o modelo, é
considerada a taxa segura de crescimento e corresponde à divisão entre a propensão à
poupança e a razão capital-produto.
Se a taxa de cre-iucimento real, observada, for maior que a taxa segura de
crescimento, signifi ca que a taxa de crescimento da demanda é superior à de crescimento da
capacidade produtiva. Essa situação induz naturalmente a um aumento do investimento,
visando a ampliar a oferta, mas seu resultado imediato é o incremento ainda maior da
demanda, que eleva a taxa de crescimento real e a desvia para uma trajetória cada vez mais
distante da taxa segura de crescimento.
Se a taxa de crescimento real for menor que a taxa segura de crescimento, a
capacidade produtiva está crescendo a uma taxa superior à demanda. Numa situação desse
tipo, a propensão dos empreendedores é reduzir seus investimentos.
Entretanto, essa decisão reduz ainda mais a oferta, ampliando o desequilíbrio entre a
esfera da produção e a do consumo, e mais as taxas de crescimento real.
De acordo com o modelo, a trajetória de crescimento equilibrado é uma faixa muito
estreita, um fi o da navalha. Sempre que há um afastamento dessa trajetória, qualquer
tentativa de correção afasta ainda mais o curso do crescimento real da trajetória segura de
crescimento. No primeiro caso, o desequilíbrio provoca a elevação da taxa de inflação; no
segundo, a estagnação.
Dessa forma, o modelo deixava implícito que havia inúmeras dificuldades para se
alcançar um crescimento equilibrado com pleno emprego no longo prazo. Além disso, as
demonstrações de Harrod-Domar reafirmaram, cada uma a seu modo, o ataque de Keynes a
um dos fundamentos da teoria neoclássica, que considerava o equilíbrio um estado para o qual
as economias de mercado, em concorrência perfeita, tendiam naturalmente. Contrariamente, o
modelo demonstrou que o sistema econômico pode evoluir, no longo prazo, para uma
situação de depressão econômica, com aumento do desemprego e subutilização da capacidade
produtiva.

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2.2.1. Os recentes desenvolvimentos do pensamento económico
na União Soviética

2.2.2. Economia na União Soviética

A economia da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas foi baseada em um


sistema de propriedade estatal dos meios de produção, agricultura coletiva, manufatura
industrial e planejamento administrativo centralizado. A economia foi caracterizada pelo
controle estatal do investimento, propriedade pública de ativos industriais, estabilidade
macroeconômica, desemprego insignificante e alta segurança no emprego.

A partir de 1928, a economia na União Soviética foi guiado por uma série de planos
quinquenais. Na década de 1950, e durante as décadas precedentes, a União Soviética havia
evoluído rapidamente de uma sociedade essencialmente agrária para uma grande potência
industrial. Sua capacidade de transformação - o que o Conselho de Segurança Nacional da
Casa Branca dos Estados Unidos descreveu como uma "capacidade comprovada de levar
rapidamente países atrasados pela crise de modernização e industrialização" - o comunismo
moderado apelou consistentemente aos intelectuais dos países em desenvolvimento da Ásia.
Taxas de crescimento impressionantes durante os três primeiros planos quinquenais (1928-
1943) são particularmente notáveis, dado que este período é quase congruente com a Grande
Depressão. Durante este período, a União Soviética encontrou um rápido crescimento
industrial, enquanto outras regiões estavam sofrendo pela crise. No entanto, a base
empobrecida sobre a qual os planos de cinco anos procuravam construir significava que, no
início da Operação Barbarossa, o país ainda era pobre.

Uma das principais forças da economia soviética era sua enorme oferta de petróleo e
gás, que se tornou muito mais valiosa que as exportações depois que o preço mundial do
petróleo disparou nos anos 70. Como observa Daniel Yergin, a economia soviética em suas
últimas décadas era "fortemente dependente de vastos recursos naturais - particularmente
petróleo e gás". No entanto, Yergin continua dizendo que os preços mundiais do petróleo
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entraram em colapso em 1986, pressionando fortemente a economia. Depois que Mikhail
Gorbachev chegou ao poder em 1985, ele iniciou um processo de liberalização econômica
com o desmantelamento da economia de comando, e se movendo em direção a uma economia
mista. Na sua dissolução no final de 1991, a União Soviética gerou uma Federação Russa com
uma pilha crescente de US $ 66 bilhões em dívida externa e com apenas alguns bilhões de
dólares em reservas líquidas de ouro e moeda estrangeira.

As demandas complexas da economia moderna restringiram um pouco os planejadores


centrais. Corrupção e manipulação de dados tornaram-se prática comum entre a burocracia ao
reportar metas e quotas cumpridas, fortalecendo assim a crise. Da era de Stalin ao início da
era Brezhnev, a economia soviética cresceu muito mais lentamente que o Japão e ligeiramente
mais rápida do que os Estados Unidos. Os níveis do PIB em 1950 (em bilhões de dólares em
1990) foram de 510 (100%) na União Soviética, 161 (100%) no Japão e 1.456 (100%) nos
Estados Unidos. Em 1965, os valores correspondentes eram 1.011 (198%), 587 (365%) e
2.607 (179%). A União Soviética manteve-se como a segunda maior economia do mundo em
valores de paridade do poder nominal e de compra durante grande parte da Guerra Fria até
1988, quando a economia do Japão ultrapassou US $ 3 trilhões em valor nominal.

O setor de consumo relativamente pequeno da União Soviética (URSS) representava


pouco menos de 60% do PIB do país em 1990, enquanto os setores industrial e agrícola
contribuíram com 22% e 20% respectivamente em 1991. A agricultura era a ocupação
predominante na União Soviética antes da industrialização maciça sob Josef Stalin.

O setor de serviços era de baixa importância na União Soviética, com a maioria da


força de trabalho empregada no setor industrial. A força de trabalho totalizou 152,3 milhões
de pessoas. Os principais produtos industriais eram petróleo, aço, veículos automotores,
aeroespacial, telecomunicações, produtos químicos, eletrônicos, processamento de alimentos,
madeira, mineração e indústria de defesa. Embora seu PIB tenha ultrapassado US $ 1 trilhão
nos anos 1970 e US $ 2 trilhões nos anos 80, os efeitos do planejamento central foram
progressivamente distorcidos devido ao rápido crescimento da economia na União Soviética.

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3. Conclusão
No futuro do capitalismo chegamos na conclusão que a taxa de lucro é a chave através
da qual os capitalistas podem levar avante seu objetivo de acumulação de capital.

A taxa de lucro, sendo a meta da produção capitalista, sua contínua queda, como vem
acontecendo, aparece como uma ameaça para o processo de produção capitalista. A queda dos
salários e dizer que a redução dos “custos salariais” é a principal característica nos últimos
anos, enquanto os capitalistas buscavam elevar seus lucros.

Nos modelos de crescimento concluímos que a riqueza das nações, de Smith, poderia
ser apresentada como uma “investigação sobre a natureza e as causas” do progresso.

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O crescimento e o desenvolvimento, por sua vez, eram reconhecidos pelo próprio
Marshall como objetos de estudo inadequados à sua teoria, em virtude da natureza
essencialmente dinâmica desses processos
E por fim a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas foi baseada em um sistema de
propriedade estatal dos meios de produção, agricultura coletiva, manufatura industrial e
planejamento administrativo centralizado, em que a economia na União Soviética foi guiada
por uma série de planos quinquenais.
Uma das principais forças da economia soviética era sua enorme oferta de petróleo e
gás, que se tornou muito mais valiosa que as exportações depois que o preço mundial do
petróleo disparou nos anos 70.

4. Bibliografia
REVISTA “EL VIEJO TOPO”. En la tercera crisis. Entrevista a Eric J. Hobsbawn.
Disponível no website <www.elviejotopo.com>, 2009

MARX, Karl. O Capital. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999

International economics, de 1933; Th e life of John Maynard Keynes, de 1951; Policy against
infl ation, de 1958; Towards a new economic policy, de 1967

Essays in the theory of economic growth, em 1957.

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