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COORDENAÇÃO

E
SUBORDINAÇÃO
Eduarda Marques - 113141
Eduarda Teixeira - 115229
Luana Tonello - 113163
COORDENAÇÃO SUBORDINAÇÃO

Forma de organização Forma de organização


sintática em que um termo sintática em que um termo
não desempenha função em exerce função no outro, são
outro, são independentes. dependentes.

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COORDENAÇÃO
[[As duas turistas de Lisboa] e [os dois rapazes brasileiros]]
visitaram o centro da cidade.

Os sintagmas entre colchetes são coordenados entre si, mas são


subordinados ao predicador verbal.

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Orações coordenadas simples:

“[As duas turistas de Lisboa chegaram] e [os dois


rapazes brasileiros partiram].”

Duas orações sintaticamente independentes.



Orações coordenadas entre si e subordinadas a um outro constituinte:

“As duas turistas [que chegaram de Lisboa] e [que ficaram em


minha casa] saíram com dois rapazes brasileiros.”

Subordinadas ao núcleo do sujeito e coordenadas entre si.

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“O brasileiro está com medo de tudo! Não sabe exatamente porquê, mas teme
[o impeachment de Bill Clinton], [a fuga de dólares], [o ajuste fiscal] e [o
sobe-desce das bolsas de valores]. Receia [perder o emprego], [votar errado],
[comprar à prestação] e [usar o cheque especial]”

● Sintagmas coordenados entre si;


● Estruturas oracionais coordenadas entre si;
● Dois conjuntos de coordenadas são subordinados ao predicador;

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Confronto entre abordagem tradicional e outras perspectivas:

Gramática Tradicional Gramática Tradicional Mateus et al.


(NGB) (Rocha e Lima)

SUBSTANTIVAS SUBSTANTIVAS SUBORDINAÇÃO


COMPLETIVA

Subjetiva Subjetiva de verbo

Predicativa Predicativa de adjetivo

Objetiva direta Objetiva direta de nome (substantivo)

Objetiva indireta Completiva relativa

Completiva nominal Completiva nominal

Apositiva Apositiva
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● Para a tradição gramatical interessa o fato de que a função
que as orações desempenham podem ser representadas por
um substantivo;

● Para Mateus et al. interessa o fato de serem selecionadas


pelos predicadores verbais, nominais e adjetivais;

Dessa forma:
de verbo: subjetiva, objetiva direta e indireta;
de adjetivo: subjetiva e completiva nominal;
de nome: subjetiva, completiva nominal e predicativa.

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Mas e as apositivas?

● A tradição as inclui entre as substantivas pois o aposto é


representado por um substantivo, a oração “apositiva” é introduzida
por uma conjunção subordinativa integrante;

● Mateus et al. as excluem do quadro porque não são argumentos


selecionados por predicadores, portanto, não são “completivas”;

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“Nossos amigos destacaram [uma coisa: [a honestidade do João]].”

“Nossos amigos destacaram [uma coisa: [que o João era muito honesto]]”.

Para a gramática tradicional: oração subordinada substantiva apositiva;


Para Mateus et al.: subordinação completiva de verbo com função de
objeto direto;

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ORAÇÕES Os argumentos selecionados por um predicador verbal podem
SUBSTANTIVAS ser: o sujeito (argumento externo):
OU
COMPLETIVAS “Decepcionou os familiares [que João não tenha conseguido o
emprego].”

● Para a gramática tradicional: oração subordinada


substantiva subjetiva;

● Para Mateus et al.: subordinação completiva de verbo


com função de sujeito;

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“Todos querem [que o João consiga o emprego].”

● Para a gramática tradicional: oração subordinada substantiva objetiva


direta;

● Para Mateus et al.: subordinação completiva de verbo com função de


objeto direto;

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As orações também são selecionadas por um predicador nominal:

1- “Foi uma decepção [que João não tenha conseguido o emprego].”

2- “Foi decepcionante [que João não tenha conseguido o emprego].”

● Para a gramática tradicional: orações subordinadas substantivas


subjetivas;

Os predicadores nominais/adjetivais selecionam um argumento externo,


ou seja, o sujeito. Então:

● Para Mateus et al.: 1- subordinação completiva de nome;


2- subordinação completiva de adjetivo;
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“A decepção é [que o João não conseguiu o emprego].”

● Gramática tradicional: oração subordinada substantiva predicativa;


● Mateus et al.: subordinação completiva de nome com função de
predicativo do sujeito;

“Todos tinham confiança [(de) que João conseguiria o emprego].”

● Gramática tradicional: oração subordinada substantiva completiva


nominal;
● Mateus et al.: subordinação completiva de nome com função de
complemento nominal.

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As orações Anteriormente:
● O aposto que se justapõe a um SN e que faz parte de sua estrutura
subordinadas interna, pode aparecer em forma de oração.
adjetivas ou ● Adjuntos adnominais que também são modificadores podem aparecer
relativas em forma de oração. Exemplo:
[As duas turistas [de Lisboa]] e [os dois rapazes [brasileiros]] visitaram
o centro da cidade.
➔ Ambos os núcleos foram modificados por um SP (sintagma
preposicionado): “de Lisboa”
➔ Sintagma adjetival: “brasileiros.
➔ Esses adjuntos adnominais (classificados assim pela gramática
tradicional) também podem aparecer com a forma de oração.
[[As duas turistas [que chegaram de Lisboa]] e os [dois
rapazes [que vivem no Brasil]][ visitaram o centro da cidade.

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Classificações atuais X classificações tradicionais

Gramática tradicional: classifica as orações como adjetivas por remeter a


função dos adjetivos de modificar o nome (substantivo).
Gramática atual: classifica as orações como relativas, pois são introduzidas por
pronomes relativos, os quais o objetivo é ligar as relações, unir as subordinadas
as principais, estabelecer relação entre o substantivo que se refere a
subordinada .

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Relativas Relativas: são introduzidas por “pronome relativo”, une a
subordinada a principal e estabelece uma relação entre o
e substantivo a que se refere a subordinada.
completivas Ex:
[[As duas turistas [que chegaram de Lisboa]] e os [dois
rapazes [que vivem no Brasil]][ visitaram o centro da cidade.

➔ Oração relativa, em que o pronome “que” representa os


substantivos “turistas” e “rapazes”, ela é constituinte e liga as
orações.
Completivas: são introduzidas por conjunções, isto é, elementos
cuja função exclusiva é ligar as orações.
Ex:
É possível [que João não venha à festa]
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As orações relativas mais comuns do cotidiano:

Cortadora: Elimina a preposição;


Copiadora: que repete o SP.

Ex:
A Maria não conhece [uma casa [que todos vivam
felizes]].
A Maria não conhece [uma casa [que todos vivam
felizes nela]].
t

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Restritivas As orações restritivas, são assim classificadas pois
restringem e limitam o significado dos nomes que
modificam. Veja o exemplo:

Os professores [que estavam cansados do trabalho]


deixaram a sala.
Os professores, [que estavam cansados do trabalho],
deixaram a sala.

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Apositivas
Aparecem junto de um nome para lhe atribuir uma
característica própria, sem mudar seu valor
referencial, e são realizadas juntamente com esse
nome. Desse modo, toda relativa que modifica um
nome próprio é necessariamente apositiva.
Exemplo:
Minha amiga Maria, [que sempre acreditou], na
política anda muito desanimada.

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GT Mateus et al.

Adjetivas Relativas
a) restritivas a) restritivas
b) explicativas b) apositivas

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Oração ▹ As orações adverbiais exercem a função de adjunto
adverbial adverbial do verbo da oração principal (OP).
▹ Assim como os argumentos e adjuntos adnominais
aparecem em forma de oração, os adjuntos adverbiais
também podem assumir uma estrutura oracional.
▹ São classificadas de acordo com a conjunção
subordinativa que as introduz.

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Subordinação adverbial podem ser classificadas em:

a) Causais
b) Condicionais
c) Concessivas
d) Finais
e) Temporais
f) Conformativas
g) Consecutivas
h) Proporcionais

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Causal e
Concessiva

➔ O mendigo morreu de ➔ Ele sobreviveu apesar do


frio. frio.
(Morreu porquê?) - causa (Sobreviveu apesar de quê?) - CONCESSIVA
PERIODO SIMPLES Concessiva. - Introduzida pelas
CAUSAL PERIODO SIMPLES conjunções:
- Iniciadas pelas conjunções: ➔ O mendigo morreu porque ➔ Ele sobreviveu embora
embora, ainda que,
porque, que (=porque), pois que… passou muito frio. tenha passado muito frio apesar de…
“O mendigo morreu"-Loc.verbal “ Ele sobreviveu”-Loc.verbal
“Porque” - Adj. adverbial "embora"-Adj.adverbial
PERIODO COMPOSTO PERIODO COMPOSTO

Obs ( Pode acontecer anteposta e posposta a OP)


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Condição,
Final e
Temporal
➔ Ele sairá da prisão se ➔ Ele viajará para Portugal
mostrar bom comportamento. quando obtiver dinheiro.
CONDIÇÃO “Ele sairá da prisão”-Loc.verbal “Ele viajará para Portugal” Tempo
- Iniciadas pelas conjunções: - Introduzida pelas
“Se”- Adj.adverbial -Loc.verbal
se, uma vez que, a menos que... conjunções:
“Quando”-Adj.Adverbial
quando, assim que, logo
que...

➔ Ele tem estudado bastante


FINALIDADE Para que consiga boas notas.
- Introduzidas pelas “Ele tem estudado"-Loc.verbal
conjunções: “Para que” - Adj. adverbial
para que, a fim de que, porque,
que…
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➔ Os funcionários
Consecutiva, falam mais do que COMPARATIVA
trabalham. Introduzida pelas conjunções:
Proporcional “Os funcionários falam”- com, assim como, tal que, do
Loc.verbal.
e “Do que”-Adj.adverbial.
que…

Comparativa

➔ Os rapazes gritaram tanto ➔ Quanto mais a menina


que ficam sem voz cresce, tanto mais ela fica
CONSECUTIVA
“Os rapazes gritaram tanto” bonita.
- Introduzidas pelas
“Tanto mais ela fica bonita”-
PROPORCIONAL
conjunções: -Loc.verbal. - Introduzida pelas
“Que”- Adj.adverbial Loc.verbal
que, se, caso, a menos que, desde conjunções:
“Quanto mais”- Adj.adverbial à medida que, quanto mais .
que…

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Conformidade
➔ Os alunos se prepararam para a ➔ Como o professor
prova como o professor recomendou recomendou, os alunos se
“Os alunos se prepararam para a prova” prepararam para a prova
-Loc.Verbal
“como” -Adj.adverbial

Parafase.
➔ 1.1.Os alunos se prepararam para a prova
conforme o professor recomendou
-Adjunto do verbo

➔ 2.2. Como o professor recomendou que os


alunos se preparassem para a prova, assim
eles fizeram.
-Adjunto oracional
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➔ Os alunos se prepararam para a prova tal como o professor
recomendou.

➔ *Como o professor recomendou, os alunos se prepararam


para a prova tal
(AGRAMATICAL)

*As duas orações acima apresentam a possibilidade de ocorrerem


igualmente elementos correlatos, que justificam sua inclusão,
juntamente com as consecutivas, proporcionais e comparativas.

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A GT MATEUS ET AL
subordinação Adverbial Subordinação adverbial
adverbial a) Causais a) Cousais
b) Condicionais b) Condicionais
c) Concessivas
c) Concessivas d) Finais
d) Finais e) Temporais
Construção de graduação e
e) Temporais comparação
f) Conformativas a) Conformativas
g) Consecutivas b) Comparativas
c) Consecutivas
h) Proporcionais
d) Proporcionais

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Esse capítulo foi trabalhado dois pontos que chamaram atenção:
Coordenação ● Diferença entre coordenação e subordinação.
e ● A importância de observar essas relações tanto no período
simples quanto no composto.
Subordinação
● Nas coordenadas o ideal é que se trabalhe assim:
1.1 [Minha amiga passou no exame], [mas (ela) não estudou muito]
2.1 [Embora não tenha estudado muito], minha amiga passou no
exame.
1.2 [Minha amiga estudou demais para o exame]; [não conseguiu
passar]
2.2 [Minha amiga estudou demais para o exame]; [não conseguiu,
contudo, passar]

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Exemplos:
Coordenação ▹ 1.3 - O nosso amor é tão bom;
e o horário (é que) nunca combina:
Subordinação eu sou funcionário, ela é dançarina.
(Chico Buarque de Holanda)
▹ 2.3 -Fique debaixo desse ventilador [e você apanha um resfriado
daquele]!
▹ 3.3 - Não consigo entender uma coisa: a Maria era tão simpática [e
ninguém gostava dela]
▹ 3.4 - Ele era [um homem [muito rico] mas [que não pagava aos seus
credores]] (coordenado pela conjunção MAS)
- Ele era [um homem[muito rico] mas [mau pagador]]
- Ele era [um homem[que tinha muito dinheiro] mas [(que) não pagava
aos seus

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POR QUE E COMO ENSINAR:

➔ Resumo das relações de coordenação e subordinação e convida os interessados


a consultar nossas gramáticas.
➔ Reconhecer que nenhuma gramática dá conta de toda a complexidade
envolvida nas línguas humanas.
➔ Texto próximo do mundo que os cerca.
➔ Examinar a língua falada.
➔ Apenas por meio da fala e da escrita será possível verificar a frequência com
que esta ou aquela estrutura aparece
➔ Examinar a estrutura dos períodos no próprio texto, reconhecendo o processo
de fala e escrita.
➔ Professor e aluno devem ir além da nomenclatura e classificações.

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PROPOSTAS DE ATIVIDADES

Essas atividades foram analisadas no artigo “O Papel da Gramática em Livros


Didáticos de Língua Portuguesa: um olhar sobre o ensino da oração subordinada
adjetiva” de Aliana Lopes CÂMARA e Lília Santos ABREU-TARDELLI.

6º ANO
Atividade do livro Português Linguagens (MAGALHÃES; CEREJA, 2012,
p.61-62):

(6) Considerando-se que a finalidade de uma tira é criar humor, qual é a importância das
orações adjetivas na construção desse texto?

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3° ano do EM
Atividade do livro Português Linguagens (CEREJA; MAGALHÃES, 2012, p.63):

(11) Reescreva o texto seguinte, tornando-o claro, coeso e enxuto. Para isso, elimine
as repetições, empregando orações adjetivas, pronomes e outros elementos que achar
adequados.

“Eu conheci um garoto e uma garota. Eles são irmãos. O garoto e a garota
mudaram-se para minha classe. No começo, ninguém deu muita atenção para o
garoto e a garota. O garoto e a garota são tímidos, magrelos e meio desajeitados.
Hoje, na aula de computação, o garoto e a garota deram um show. Eles são feras no
teclado! A turma ficou boquiaberta e eu fiquei caído pela garota. Ai, meu Deus!
Tomara que eu seja correspondido!”

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Autoria própria, seguindo a proposta de Câmara e Tardelli.

(12-a) Escreva um texto autobiográfico com o mínimo de 10 e o máximo de 20


linhas.
(12-b) identifique e reflita no seu texto se houve o uso de pronomes relativos e os
demais elementos coesivos necessários e como esses elementos contribuíram para a
produção de sentido no seu texto?

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