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Canto III

Episódio de Inês de Castro


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"Passada esta tão próspera vitória,


Tornando Afonso à Lusitana terra, Regressado D. Afonso IV a Portugal, preparado para gozar
A se lograr da paz com tanta glória a paz com «tanta glória» quanta conseguiu na guerra, um
Quanta soube ganhar na dura guerra, caso muito triste e horrível ocorreu e ensombrou o seu
O caso triste, e dino da memória, reinado – caso da «mísera e mesquinha/ Que depois de
morta foi rainha», ou seja, o caso de Inês de Castro.
Que do sepulcro os homens desenterra,
Aconteceu da mísera e mesquinha
Que depois de ser morta foi Rainha.

119 O Amor, força cruel que obriga os corações dos homens a


enormes sacrifícios, foi a causa da sua morte.
Tu, Amor feroz, não consentes que a tua exigência se
"Tu só, tu, puro Amor, com força crua, acalme apenas com lágrimas; tu, como se fosses um deus
Que os corações humanos tanto obriga, cruel, pretendes que te sejam oferecidos sacrifícios de
Deste causa à molesta morte sua, sangue humano, e por isso exigiste a sua morte. Tu foste o
Como se fora pérfida inimiga. culpado de Inês ter morrido.
Se dizem, fero Amor, que a sede tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga,
É porque queres, áspero e tirano, Estava a «linda Inês, posta em sossego», tranquila,
Tuas aras banhar em sangue humano. colhendo o doce fruto da sua juventude, «nos saudosos
campos do Mondego», em Coimbra, ensinava «aos montes
e às ervinhas/ o nome que no peito escrito tinhas», isto é,
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confidenciava à natureza o amor que sentia por D. Pedro.

"Estavas, linda Inês, posta em sossego,


De teus anos colhendo doce fruto,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a fortuna não deixa durar muito,
Era o tempo das «memórias de alegria» que o amor
Nos saudosos campos do Mondego, correspondido do seu príncipe Pedro tornava ameno e
De teus fermosos olhos nunca enxuto, doce, não podendo prever-se quão enganoso era.
Aos montes ensinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.

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"Do teu Príncipe ali te respondiam


As lembranças que na alma lhe moravam,
Que sempre ante seus olhos te traziam, Tudo corria bem até que o «velho pai sesudo (= sério,
grave) », Afonso IV,- que se preocupava com o murmurar
Quando dos teus fermosos se apartavam: do povo e com o facto do seu filho recusar casar-se com
De noite em doces sonhos, que mentiam, outras princesas («os desejados tálamos enjeita»- , começa
De dia em pensamentos, que voavam. a dar ouvidos ao que o Povo dizia; por outro lado, respeita
E quanto enfim cuidava, e quanto via, a vontade do filho, que não queria casar-se…
Eram tudo memórias de alegria.

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"De outras belas senhoras e Princesas
Os desejados tálamos enjeita, Assim, decide o rei mandar matar Inês, julgando assim
Que tudo enfim, tu, puro amor, despreza, que, ao tirar-lhe a vida, libertaria o filho de tais amores
(«Crendo co'o sangue só da morte indina/ Matar do firme
Quando um gesto suave te sujeita. amor o fogo aceso.»)
Vendo estas namoradas estranhezas Mas que fúria pode permitir que uma espada que lutou
O velho pai sesudo, que respeita contra a fúria dos Mouros fosse erguida contra «uma fraca
O murmurar do povo, e a fantasia dama delicada?»
Do filho, que casar-se não queria,

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"Tirar Inês ao mundo determina, Um dia, os «horríficos algozes» trouxeram Inês,
acompanhada dos seus filhos, junto do Rei. Este já sentia
Por lhe tirar o filho que tem preso, pena de Inês, mas o Povo convence-o a matá-la,
Crendo co'o sangue só da morte indina apresentando-lhe inúmeras razões.
Matar do firme amor o fogo aceso.
Que furor consentiu que a espada fina, Percebendo que queriam matá-la, , sentindo uma saudade
Que pôde sustentar o grande peso antecipada de D. Pedro e dos «filhos que deixava» se
morresse (e era isto o que a magoava, mais do que o
Do furor Mauro, fosse alevantada próprio facto de morrer),
Contra uma fraca dama delicada?

124 Levantando os olhos para o céu ( as mãos estavam a ser


atadas por um dos ministros), e depois olhando para os
meninos que ficariam órfãos, dirigiu as seguintes palavras
"Traziam-na os horríficos algozes ao «avô cruel», isto é, ao Rei:
Ante o Rei, já movido a piedade:
Mas o povo, com falsas e ferozes
Razões, à morte crua o persuade.
Ela com tristes o piedosas vozes,
Saídas só da mágoa, e saudade
Do seu Príncipe, e filhos que deixava,
Que mais que a própria morte a magoava,
«- A própria Natureza tem o costume de ser piedosa para
125 com as crianças, como aconteceu com a loba que
alimentou Rómulo e Remo, fundadores de Roma, ou com
as pombas que alimentaram Semíramis, rainha da Assíria,
"Para o Céu cristalino alevantando abandonada por sua mãe.
Com lágrimas os olhos piedosos,
Os olhos, porque as mãos lhe estava atando
Um dos duros ministros rigorosos;
E depois nos meninos atentando,
Que tão queridos tinha, e tão mimosos,
Cuja orfandade como mãe temia,
Para o avô cruel assim dizia: Por isso, «tu que tens de humano o gesto e o peito»,ou
seja, o rosto e o coração, deves ter piedade destas
126 criancinhas, mesmo que não tenhas piedade de uma mãe
que em nada é culpada, («Pois não te move a culpa que
não tinha»), a não ser de «ter sujeito o coração a quem
- "Se já nas brutas feras, cuja mente soube vencê-la» (a não ser ter correspondido a amor de
Natura fez cruel de nascimento, quem a amava).
E nas aves agrestes, que somente
Nas rapinas aéreas têm o intento,
Com pequenas crianças viu a gente
Terem tão piedoso sentimento,
Como coa mãe de Nino já mostraram,
E colos irmãos que Roma edificaram; E se os Mouros soubeste matar, sê agora clemente,
piedoso com quem é inocente.
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- "Ó tu, que tens de humano o gesto e o peito No entanto, se entendes que deves castigar-me, mesmo
(Se de humano é matar uma donzela estando eu inocente, manda-me para um lugar longínquo,
Fraca e sem força, só por ter sujeito para a Sibéria fria ou a Líbia ardente,
O coração a quem soube vencê-la)
A estas criancinhas tem respeito,
Pois o não tens à morte escura dela;
Mova-te a piedade sua e minha, onde poderei criar meus filhos e encontrar entre leões e
Pois te não move a culpa que não tinha. tigres a piedade que não encontrei entre os humanos.

Aí poderei criar «com amor intrínseco» estas relíquias de


Pedro, «aquele por quem morro» - os meus filhos e os
filhos de D. Pedro.
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- "E se, vencendo a Maura resistência,


A morte sabes dar com fogo e ferro, Perante tais palavras, o bom Rei queria perdoar-lhe, mas
Sabe também dar vicia com clemência o povo insensível e o destino de Inês, que já estava traçado,
A quem para perdê-la não fez erro. não o permitiram.
Mas se to assim merece esta inocência,
Levantam já as suas espadas contra Inês.
Põe-me em perpétuo e mísero desterro,
Na Cítia f ria, ou lá na Líbia ardente, Que contradição é essa: vós, que vos dizeis cavaleiros, sois
Onde em lágrimas viva eternamente. capazes de atacar uma dama?

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"Põe-me onde se use toda a feridade, Podia-se comparar Inês a Policena, que, sendo a única
Entre leões e tigres, e verei companhia da sua velha mãe, é oferecida em sacrifício a
Se neles achar posso a piedade Aquiles por Pirro, filho deste, sem soltar um queixume,
Que entre peitos humanos não achei: como uma ovelha paciente e mansa:
Ali com o amor intrínseco e vontade
Naquele por quem morro, criarei
Estas relíquias suas que aqui viste,
Que refrigério sejam da mãe triste." -

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E foi então que «os brutos matadores», sem pensarem
que um dia poderiam ser castigados, ergueram as suas
"Queria perdoar-lhe o Rei benino, espadas, irados, contra Inês e a mataram, espetando as
Movido das palavras que o magoam; espadas no «colo de alabastro (=mármore)» e banhando de
Mas o pertinaz povo, e seu destino sangue as «brancas flores» (= o rosto) que esta coberto de
(Que desta sorte o quis) lhe não perdoam. lágrimas.
Arrancam das espadas de aço fino
Os que por bom tal feito ali apregoam.
Contra uma dama, ó peitos carniceiros,
Feros vos amostrais, e cavaleiros?
Crime horrendo foi este e bem seria que o Sol tivesse
131 apartado (retirado) os seus raios naquele momento, para
não o presenciar, como o fizera no dia em que Atreu, como
"Qual contra a linda moça Policena, vingança do irmão Tiestes ter seduzido a sua mulher, lhe
Consolação extrema da mãe velha, deu a comer os filhos nascidos dessa união.
Porque a sombra de Aquiles a condena,
Co'o ferro o duro Pirro se aparelha;
Mas ela os olhos com que o ar serena
(Bem como paciente e mansa ovelha)
Na mísera mãe postos, que endoudece,
Ao duro sacrifício se oferece:
D. Inês comparava-se a uma flor do campo que,
cortada antes do tempo por uma menina que a queria
132 colocar na sua coroa de flores («capela»), murcha e perde o
cheiro: morta, Inês está pálida, perdeu a cor rosada do rosto
"Tais contra Inês os brutos matadores no momento em que morreu («perdeu a doce vida») cedo
No colo de alabastro, que sustinha demais.
As obras com que Amor matou de amores
Aquele que depois a fez Rainha;
As espadas banhando, e as brancas flores,
Que ela dos olhos seus regadas tinha,
Se encarniçavam, férvidos e irosos, As «filhas do Mondego» (ninfas) choraram
longamente a morte de Inês e converteram as sua lágrimas
No futuro castigo não cuidosos. na fonte pura, que ficou sendo chamada fonte dos Amores -
«Vede que fresca fonte rega as flores / Que lágrimas são a
água e o nome Amores».
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"Bem puderas, ó Sol, da vista destes


Teus raios apartar aquele dia,
Como da seva mesa de Tiestes, Pouco tempo depois, D. Pedro sobiu ao trono e
Quando os filhos por mão de Atreu comia. depressa se vingou dos assassinos de Inês, que tinham
Vós, ó côncavos vales, que pudestes fugido para Castela.
A voz extrema ouvir da boca fria,
O nome do seu Pedro, que lhe ouvistes, D. Pedro de Castela, em virtude de um acordo feito com
Por muito grande espaço repetisses! D. Pedro de Portugal, entrega-lhe os assassinos de Inês de
Castro.
134

"Assim como a bonina, que cortada


Antes do tempo foi, cândida e bela,
Sendo das mãos lascivas maltratada D. Pedro tornou-se um justiceiro feroz contra toda a
Da menina que a trouxe na capela, espécie de criminosos.
O cheiro traz perdido e a cor murchada:
Tal está morta a pálida donzela,
Secas do rosto as rosas, e perdida
A branca e viva cor, coa doce vida.

135

"As filhas do Mondego a morte escura


Longo tempo chorando memoraram,
E, por memória eterna, em fonte pura
As lágrimas choradas transformaram;
Depois de D. Pedro, justo e duro, sobe ao trono de Portugal
O nome lhe puseram, que inda dura, o brando e fraco Fernando, que esteve perto de destruir o
Dos amores de Inês que ali passaram. Reino de Portugal, entregando-o aos Castelhanos.
Vede que fresca fonte rega as flores,
Que lágrimas são a água, e o nome amores.

136

"Não correu muito tempo que a vingança


Não visse Pedro das mortais feridas,
Que, em tomando do Reino a governança,
A tomou dos fugidos homicidas.
Do outro Pedro cruíssimo os alcança,
Que ambos, imigos das humanas vidas,
O concerto fizeram, duro e injusto,
Que com Lépido e António fez Augusto.

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"Este, castigador foi rigoroso


De latrocínios, mortes e adultérios:
Fazer nos maus cruezas, fero e iroso,
Eram os seus mais certos refrigérios.
As cidades guardando justiçoso
De todos os soberbos vitupérios,
Mais ladrões castigando à morte deu,
Que o vagabundo Aleides ou Teseu.
138

"Do justo e duro Pedro nasce o brando,


(Vede da natureza o desconcerto!)
Remisso, e sem cuidado algum, Fernando,
Que todo o Reino pôs em muito aperto:
Que, vindo o Castelhano devastando
As terras sem defesa, esteve perto
De destruir-se o Reino totalmente;
Que um fraco Rei faz fraca a forte gente.
EPISÓDIO DE INÊS DE CASTRO
Ficha de trabalho

1. Responde com uma palavra só:

Nome próprio da protagonista do episódio. ___________________________________________


Nome do rei que a condena à morte. ________________________________________________
O que o rei acaba de ganhar. ______________________________________________________
O que foi a protagonista depois de morta. ____________________________________________
O responsável («fero», «áspero» e «tirano») pela sua morte. ____________________________
Nome do rio junto ao qual a protagonista vivia. _______________________________________
Nome do seu amado. ____________________________________________________________
Título real do seu amado. _________________________________________________________
Grau de parentesco do rei em relação aos filhos da protagonista. _________________________
Quem não perdoa a protagonista (duas palavras).______________________________________
O que tem o nome de Amores e cuja água são lágrimas pela sua morte. ____________________
O que leva a cabo o seu amado logo que sobe ao trono. ________________________________

2. Partindo da estrofe 118, bem como dos teus conhecimentos sobre a estrutura interna
de Os Lusíadas, indica, transcrevendo passagens sempre que possível:

A acção narrada ________________________________________________________________


O tempo em que decorre a acção __________________________________________________
O espaço onde decorre a acção ____________________________________________________
A personagem principal __________________________________________________________
O narrador ____________________________________________________________________
O narratário _____________________________________________________________

3. Concentra-te na estrofe 119:


A quem se dirige o narrador? ________________________________________________

Com que intenção? _______________________________________________________

Identifica a figura de estilo utilizada nessa interpelação do narrador. ____________________

4.Faz corresponder as características do Amor às passagens da estrofe 119 onde mais


se evidenciam.
O Amor é…
cruel  «áspero e tirano»
feroz  «deste causa à molesta morte sua/ Como se fora pérfida inimiga»
implacável  «fero Amor»
injusto  «Que os corações humanos tanto obriga»
insaciável  «com força crua»
opressivo  «Tuas aras banhar em sangue humano»
fonte de sacrifícios  «a sede tua/Nem com lágrimas tristes se mitiga»
4. Localiza nas estrofes 120-134 os seguintes momentos, procedendo à sua ordenação.
 Discurso directo de Inês de Castro.
 Comparação de Inês de Castro, já morta, a uma flor que murchou.
 Narração dos amores de Inês e Pedro, com localização geográfica da acção e
caracterização de ambas as personagens.
 Narração da morte de Inês de Castro, com indignação do narrador.
 Caracterização de Inês de Castro na presença do rei.
 Narração da sentença do rei, dos seus motivos, e indignação do narrador.

5. Localiza o episódio na estrutura interna da obra.


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5.1. Em que plano se integra?


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6. A quem é que o narrador atribui a responsabilidade da morte de Inês?


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7. Como nos é apresentada Inês?


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8. Onde se encontra a protagonista?


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9. Caracteriza o estado de espírito de Inês.


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10. Identifica as causas que levam o Rei a mandar matar Inês.
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11.Que sente o Rei por Inês?


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12. Quem é que pressiona o Rei a mandar matar Inês?


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13. Transcreve do texto os versos que provam a atitude suplicante de Inês para
com o Rei.
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14. Refere os argumentos apresentados por Inês para demover o Rei.


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14.1. Que visa a protagonista ao apresentar estes argumentos?


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15. Transcreve os versos onde Inês afirma a sua inocência.
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16. Inês propõe uma alternativa à sua morte. Identifica-a.


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17. O Rei, contudo, não perdoa a Inês. Porquê?


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18. Inês é comparada a Policena. Com que intuito?


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19. Retira da estrofe 132 as expressões que caracterizam os que mataram Inês.
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20. Identifica o recurso estilístico presente nas seguintes expressões: «Bem


puderas, ó Sol…» ; «Vós, ó côncavos vales…».
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20.1. Comenta a sua expressividade.
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21. Explica a comparação presente na estrofe 134.


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22. De que forma a Natureza exprime os seus sentimentos face ao trágico


desfecho deste episódio?
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23. Como reage D. Pedro ao saber da morte de Inês?


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24. Retira do texto os versos que explicam os cognomes atribuídos a D. Pedro :


«o justiceiro» e «o cru».
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