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CEFET/RJ – Departamento de Eng de Produção - Unidade Maracanã

Template de Artigo da Disciplina Confiabilidade Estrutural - Prof. José Luiz Fernandes


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Falhas em Equipamentos
Matheus Barroso Coutinho Silva
João Pedro Cirino da Silva

RESUMO
A falha é algo inerente a um equipamento ou componente. A falha pode ser definida
como privação da capacidade de um equipamento ou componente cumprir suas
devidas funções. A confiabilidade é o setor responsável por estudar a probabilidade
de falha da peça, logo, possui grande importância no mercado. As falhas possuem
quatro estágios diferentes e a empresa tem que se atentar a eles para não ocorrer a
paralisação ou diminuição da produção. Existem inúmeras causas para as
ocorrências de falhas, sendo as principais descritas nesse artigo. Como forma de
analisar a probabilidade de falhas também tem a análise da curva da banheira, que é
muito utilizada. Vale salientar que o intuito desse artigo é fazer uma análise qualitativa
com base em artigos científicos, livros e sites de empresas especializadas, onde não
se esgota o assunto.

Palavras-chave: Falha, Confiabilidade, probabilidade, equipamento.

1 – FUNDAMENTAÇAO TEÓRICA
As falhas são um dos grandes problemas numa produção, pois, a
consequência delas é o prejuízo que vem dos custos do reparo ou compra de um
novo equipamento e também por parar ou atrasar a confecção dos novos produtos.
Portanto, as falhas são indesejáveis de todas as maneiras, para evitá-las ou reduzí-
las usa-se o setor de confiabilidade da empresa.
Essa área é de extrema importância para a companhia. O Henrique Martins
Rocha (2019) define o propósito do estudo da confiabilidade como: estabelecer o que
é confiável e o que não é, ou seja, ainda que não possamos ter certeza, estabelecer
probabilidades de que máquinas e equipamentos estejam em condições e disponíveis
para uso, ou seja, que consigam atender a contento o que é esperado deles. Diante
do exposto, é possível identificar o quão importante é esse setor para a companhia. É
através do mesmo que a empresa garante que o produto conseguirá atender o que
lhes é requisitado.
É importante ressaltar que qualidade e confiabilidade são definições
distintas. Pois, a confiabilidade leva em consideração o tempo, enquanto a qualidade
não. Segundo David A. Garvin a confiabilidade é uma das 8 dimensões da qualidade

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e é definida como: a probabilidade de o produto falhar em determinado período de
tempo. Um produto com reputação confiável obtém boa vantagem competitiva.
Portanto, uma boa gestão da área da confibilidade diminui o risco da
ocorrência de falhas em um equipamento ou componente. A falha pode ser definida
como a privação da capacidade de um equipamento ou componente cumprir suas
devidas funções. Outra forma de se visualizar é que falhas podem acarretar
comprometimentos significativos para a imagem institucional das empresas,
principalmente se incluírem aspectos de segurança pessoal, patrimonial e de meio
ambiente (WUTTKE; SELLITTO, 2008).
O Henrique Martins Rocha (2019), estabelece que as fallhas que surgem
podem se caracterizar pela total incapacidade de a peça/equipamento exercer sua
função (por exemplo, quando há a queima de uma lâmpada) ou pela incapacidade
parcial, isto é, quando a função ocorre, mas com um desempenho abaixo do
esperado. Além disso, há falhas que podem ser reparáveis e irreparáveis.
E como dito anteriormente, isso é grave, pois, geram despesas que
poderiam ser evitadas com uma boa manutenção.
Portanto o objetivo desse trabalho é falar sobre as principais falhas que
ocorrem nos equipamentos industriais, os tipos de falhas e os motivos delas
acontecerem.

2 – METODOLOGIA EMPREGADA
A metodologia utilizada para a realização desse artigo foi a pesquisa
qualitativa, onde busca-se expor e analisar os conceitos que abrangem as falhas em
equipamentos, se baseando em livros, artigos científicos e artigos de empresas que
atuam na área de manutenção. Com isso. O livro utilizado foi a da fundação CECIERJ
Consórcio Cederj, escrito por Henrique Martins Rocha em 2019. Tendo como fontes
secundárias os artigos.

3 – DISCUSSÃO E RESULTADOS

Como exposto anteriormente, todos os equipamentos estão sujeitos a


falhar em determinado momento, podendo ser uma falha reparável ou irreparável.
Onde, se o equipamento falhar e puder retornar à operação, diz-se que a falha é
reparável e quando não há essa possibilidade a falha é irreparável.
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Já com relação aos tipos de falhas existem inúmeros tipos e motivos para a
ocorrência das mesmas. A maior parte das falhas ocorrem por causa do desgaste dos
equipamentos, mas também podem ocorrer por obsolescência e acidentes.
Também existem quatro estágios das falhas, entre eles estão: falha oculta,
falha potencial, falha funcional e falha total (quebra).
Segundo MMtec Inspeções Industriais, os estágios são definidos como:

1. Falha oculta: neste estágio, o operador do equipamento não


consegue reconhecer a falha. É o primeiro estágio do processo de
falha, onde, ainda não está causando danos aparentes ao
funcionamento do ativo;
2. Falha potencial: este estágio indica o ponto onde o ativo começa a
apresentar sinais de perda do desempenho comum. É
principalmente aqui que a manutenção preditiva trabalha, realizando
análises comparativas para identificar o potencial problema antes
que ele leve ao próximo estágio;
3. Falha funcional: quando a manutenção preditiva não é realizada
corretamente, a falha se estenderá até o estágio “funcional”, que
representa a incapacidade do equipamento de continuar
desempenhando suas funções conforme o esperado para a
produção;
4. Falha total (quebra): no último estágio, o ativo ainda funcionava em
condições anormais — se nada for feito, isso levará à sua quebra
total, momento no qual ele para de operar completamente e é
preciso aplicar a manutenção corretiva.
Logo, é possível observar que a falha não acontece de forma inesperada e
abrupta, ela passa por estágios que, se não forem tratados, poderá chegar até a falha
total acarretando na paralisação do equipamento e com isso diminuindo o
desempenho na geração de produtos e/ou serviços.
Isso mostra que a gestão da manutenção tem grande influência no
processo, e a melhor forma de evitar falhas é fazendo uma manutenção preventiva
para que não chegue ao último estágio da falha.
Já em relação à causa, é necessário fazer uma investigação para que se
descubra a causa raiz que levou o equipamento a colapsar. Os principais motivos
para a ocorrência da falha são: mau uso, falha na realização da manutenção

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preventiva, excesso de manutenção preventiva, ausência de monitoramento,
componentes defeituosos, falta de lubrificação e sobrecarga do maquinário durante a
produção.
O mau uso está diretamente ligado ao funcionário e o treinamento que ele
recebe. Normalmente, para alguém operar a máquina é necessário que haja
treinamento para que a operação seja da melhor forma possível, sem ocasionar
danos ao equipamento. Então nesse treinamento o empregado aprende os
procedimentos, como limpar e as soluções básicas do equipamento.
Em relação à falha na execução de manutenção preventiva, geralmente
acontece quando a empresa ignora a manutenção periódica por achar que o
equipamento está em pleno funcionamento. E como visto anteriormente, no primeiro
estágio de falha, ela é imperceptível.
Outra causa é a manutenção excessiva, pois durante a manutenção mexe-
se nas peças e com uma frequência alta a possibilidade de desarmonizar o conjunto
de peça aumenta, sendo assim, as chances de falhas também aumentam.
A ausência de monitoramento é um motivador para falhas, pois, não será
possível identificar mudanças leves na operação. Sendo perceptível quando a falha
ocorre de fato.
Componentes defeituosos é um dos motivos mais conhecidos, pois,
quando um componente está com defeito acaba forçando os demais e com isso
gerando desgastando. Ao longo do tempo, os demais componentes também falharão
se não houver um reparo rápido.
Falta de lubrificação é uma das principais causas de falhas, pois, gera-se
um atrito pelo contato direto entre as peças. O que acarreta um desgaste acentuado
nas peças.
E, por último, a sobrecarga do maquinário durante a produção origina a
falha por ultrapassar os limites de operações previamente definidos pelo fabricante da
peça. Portanto, o maquinário opera por horas ou produz peças além do permitido, por
não seguir as especificações.
Um dos métodos para análise da probabilidade de falhas é a curva da
banheira. Como o nome já diz, é uma curva num formato de banheira. Em que na
primeira parte a probabilidade de falha é decrescente e são as falhas prematuras que
ocorrem antes do equipamento entrar em operação. Isso geralmente acontece por
erros de projeto, instalações erradas, entre outros. Já na segunda parte a
probabilidade de falhas é estável. Elas são complexas e desconhecidas. Se
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manifestando, geralmente, pelos erros citados acima. Na última e terceira parte, a
probabilidade de falhas é crescente devido ao desgaste que o equipamento sofre ao
longo do tempo, com os componentes que ultrapassaram a sua vida útil.

Figura 1: análise da curva da banheira

Fonte: revista manutenção¹.


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¹Disponível em: <Entenda o que é curva da banheira - Revista Manutenção
(revistamanutencao.com.br)> acesso em: 09 jul. 2022.

Outro método de análise de falhas é a Árvore de Falha que através de um


diagrama do conjunto de falhas levaram o evento em estudo, assim, encontrando uma
solução.
As etapas para realizar o diagrama são:
1. Selecionar o evento indesejado, cuja probabilidade de ocorrência deve
ser determinada;
2. Devem ser analisados todos os eventos particulares ou falhas que
poderiam contribuir para ocorrência de um evento indesejado.
3. Determinar a probabilidade de falha de cada componente.
Exemplo de árvore de falhas:

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Fonte: Engeteles².
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²Disponível em: < Análise da Árvore de Falhas | Aplicação na Gestão da Manutenção
(engeteles.com.br)> acesso em: 12 jul. 2022.

Legenda da Árvore de Falhas:

Fonte: Engeteles².
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²Disponível em: < Análise da Árvore de Falhas | Aplicação na Gestão da Manutenção
(engeteles.com.br)> acesso em: 12 jul. 2022.
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Há de salientar que muitos cálculos são envolvidos para demonstrar a


probabilidade de falha de um equipamento. Porém, não é o intuito desse artigo
demonstrações algébricas sobre a probabilidade de falha.

4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesse artigo foram apresentadas fundamentações teóricas de o que são as


falhas, com foco em equipamentos. A partir daí, foi elaborada a discussão dos
resultados de pesquisa de quais são os estágios das falhas e como é possível obter a
probabilidade da falha de um equipamento através da curva da banheira.
Na perspectiva da engenharia, é importante analisar as causas das falhas
e como elas funcionam. A partir disso, foi possível trazer o funcionamento da
evolução das falhas e alguns problemas que ocorrem ao negligenciar a manutenção
correta das etapas dos produtos. Esse artigo buscou elaborar o que ocorre e também
desmistificar paradigmas quanto à falta de manutenção com a alegação de que ao
equipamento não demonstrar claramente que está com defeito que ele não estaria
com falhas que precisam ser observadas, reforçando a importância da manutenção,
com o adendo de que feita da maneira correta, pois até em excesso pode ser
prejudicial.
Por fim, ao discorrer sobre a análise da curva da banheira, foi possível
atingir o objetivo do estudo e mostrar em uma maneira bem didática como funcionam
as taxas de falhas ao longo do tempo e como cada um desses estágios afetam o
equipamento como um todo.

5 – CRÍTICAS AO TRABALHO

É possível analisar no trabalho uma explicação eficiente e sucinta dos temas


abordados, sendo um ponto a se destacar como elaborou a linha de raciocínio para o
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desenvolvimento e a conclusão do tema trabalhado. Dá pra destacar que a
abordagem do tema pelo artigo foi de uma maneira bem fácil de compreender os
conceitos envolvidos dentro do entendimento de falhas em equipamentos.
Como crítica construtiva ao trabalho, é possível falar de um ponto que não é
tanto algo da execução e elaboração do artigo em si, mas sim de um ponto que foi
explicitado que não seria elaborado já pelo intuito inicial do artigo, que são a
elaboração das demonstrações algébricas sobre a probabilidade de falhas. Por fim, é
possível concluir que dentro que foi estabelecido houve uma execução sucinta dentro
do prometido.

REFERÊNCIAS BIBLOGRÁFICAS

< https://dynamox.net/blog/quais-as-falhas-mec%C3%A2nicas-mais-comuns-
na-ind%C3%BAstria-e-como-preveni-las/ >  acesso em: 06 de julho 2022

< https://blog.acoplastbrasil.com.br/causas-falhas-em-equipamentos-industriais/ >


Acesso em: 06 de Julho 2022

< https://www.mmtec.com.br/conheca-os-tipos-de-falhas-na-industria-e-saiba-como-
evita-las/ > Acesso em: 06 de Julho 2022

<Análise da Árvore de Falhas | Aplicação na Gestão da Manutenção (engeteles.com.br)>


Acesso em: 12 de julho de 2022.

Rocha, H.M. Confiabilidade: Volume Único. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2019.

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